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Resumo
Liderança é a tarefa de influenciar equipes rumo a objetivos comuns na organização.
Esta tarefa exige habilidades interpessoais dos líderes a fim de que os resultados
sejam alcançados. Porém, por não saberem lidar com suas emoções e com o
estresse oriundo do exercício de poder, os líderes adoecem emocionalmente e, por
conseguinte adoecem suas equipes, que acabam reproduzindo comportamentos
nocivos na organização. A saída para este ciclo é o desenvolvimento da saúde
emocional, baseada na inteligência emocional, competência emocional e gestão das
emoções.
1
Mestrando em Filosofia (PPFEN/CEFET-RJ). Licenciado em História pela Universidade Veiga de Almeida
(2016), bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul (2020) e pós-graduado em Gestão
Estratégica de Pessoas pela Universidade Cândido Mendes/AVM (2021). Funcionário do Banco do Brasil S.A
desde 2014.
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2
HAGGAI, John. Seja um líder de verdade. Editora Betânia: Belo Horizonte. 1990,p.20
3
Ibid., p.20-21
4
Ibid., p.21
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despertar o interesse e o esforço dos liderados a realizar aquilo que será de objetivo
comum.5
A conclusão de Clemens e Mayer é que influir é mais eficaz do que usar de
autoridade, por mais que se use de autoridade para a base da ação em grupo. Um
líder que sabe fazer uso da influência respeita o que seus liderados têm a oferecer,
descobrindo que o melhor caminho para adquirir autoridade é começar a renunciar o
seu uso impositivo, pois o poder não deriva somente do nível ou cargo ocupado por
um sujeito na hierarquia funcional. Com isso, o líder exercerá o poder referente, que
é fruto do desejo dos liderados de seguirem o exemplo do líder, e não somente o
poder legítimo, baseado na posição hierárquica 6. Influir pode ser mais eficaz na
condução de uma equipe rumo a objetivos comuns.
Boyatzis e Mckee construíram o conceito de líderes ressonantes para
ressaltar o valor e o papel da influência. São lideranças motivadoras que constroem
relacionamentos ressonantes com as suas equipes. Líderes ressonantes são
capazes de administrar bem as suas emoções e com isso são capazes de ler os
indivíduos ao redor de maneira assertiva. Com essa leitura, são hábeis em
construírem conexões, levando as pessoas a causas comuns, construindo uma
comunidade e criando um ambiente que conduz os indivíduos a desejarem ir juntos
em uma mesma direção.7
9
SCAZZERO, Peter. O Líder Emocionalmente Saudável. UnitedPress: São Paulo, 2016, p.21
10
Ibid., p.24
11
BOYATZIS, Richard. MCKEE, Annie. Op.cit., 2006, p.50
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3. A SÍNDROME DO SACRÍFÍCIO.
Boyatziz e McKee apontam três grandes motivos para o adoecimento
emocional da liderança. Em primeiro lugar, apontam a Síndrome do Sacrifício: um
crescimento do estresse do poder. Isto é contagioso para os indivíduos que ocupam
posições de responsabilidade e cuja tarefa depende da influência que exercem
sobre os outros indivíduos. Sobre a Síndrome do Sacrifício, estes autores
consideram:
12
Idib., p.26
13
Ibid., p.37-38
14
Ibid., p.38
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15
URURAHY, Gilberto. ALBERT, Éric. O cérebro emocional: as emoções e o estresse do cotidiano. Rio de
Janeiro: Rocco, 2005, p.42
16
Ibid., p.42-43
17
Idib., p. 53
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Quando este acaba, não há mais possibilidades de se adaptar e é neste ponto que o
estresse é experimentado amargamente, tornando-se nocivo a saúde física e
mental.
Nossos corpos não foram desenvolvidos para conviver sob constante
pressão. Para lidar com um fardo tão pesado, é preciso desenvolver habilidades de
autocontrole e gestão emocional, a fim de garantir nossa estabilidade diante de
tantas pressões. Líderes que acumulam fardos pesados sobre si mesmos, cuja
efetividade da liderança depende da influência que exercem e na orientação e
direção para equipes diante de desafios, precisam de uma grande reserva de capital
para refrear o estresse. Os líderes que não são hábeis neste gerenciamento de
tensões sobre si experimentarão o estresse crônico do poder.
A naturalização do estresse é fruto de hábitos defensivos, que são
mecanismos de atuação e funcionam para proteger ou distrair do desconforto
ocasionado pelo estado emocional em que nos encontramos. Isso se evidencia de
diversos modos: alguns lidam com os cenários assumindo riscos desnecessários,
outros buscam a reafirmação de sua posição e poder, já outros apostam no
ceticismo e cinismo e outros ainda preferem culpar e responsabilizar terceiros. Estes
hábitos defensivos acabam produzindo um efeito reverso ao esperado, pois não
solucionam conflitos ou ajudam indivíduos a encará-los, apenas os acentuam e com
isso impingem ainda mais sofrimento aos líderes que deles se utilizam.18
Esta espiral decadente proporciona confusão e infelicidade, sentimentos estes
causadores de imagens mentais que acentuam emoções negativas e
desesperançadas. A isto, nomeia-se de auto conversa. Segundo Boyatzis e Mckee,
a auto conversa tem como foco mensagens desgastantes e que enfraquecem o
poder transformacional e desfazem a noção de eficácia.19A auto conversa, armadilha
criada neste contexto de desgaste emocional, faz com que os indivíduos percam a
capacidade de ver quem são e o que está ao redor. Faz com que percebam a
realidade interna e externa através de filtros que não podem servir de base à
realidade, culminando em decisões e atitudes pautadas nas interpretações
equivocadas sobre as circunstâncias e não em como elas de fato são.20
18
Ibid., p.42
19
Ibid., p.43
20
Ibid., p.43
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acadêmica não oferece muitas ferramentas para a lida diária diante de si, dos
outros, e das emoções de ambos. O autor afirma:
24
Ibid., p.48
25
GOLEMAN, Daniel. Trabalhando com Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001, p.38
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Liderança não é dominação, mas sim a arte de convencer pessoas a
trabalharem em vista de objetivos comuns. E em termos de condução da própria
carreira, talvez não haja nada mais importante do que saber o que sentimos a
respeito da realidade que nos cerca e que mudanças nos deixariam satisfeitos com
a nossa atividade28. O exercício eficaz da liderança necessita do aprendizado
contínuo da inteligência emocional, desenvolvendo competência emocional e
realizando uma eficiente gestão das emoções. Esta tarefa exige uma constante
avaliação sobre o foco e a energia que empregamos ao liderar equipes e o cuidado
da saúde emocional enquanto lideramos, a fim de não adoecermos e principalmente
não adoecermos os outros ao nosso redor.
6. REFERÊNCIAS
BOYATZIS, Richard. MCKEE, Annie. O poder da liderança emocional: liderança
vibrante com empatia, esperança e compaixão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: A teoria revolucionária que redefine
o que é ser inteligente. 36ª Edição. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995
GOLEMAN, Daniel. Trabalhando com Inteligência emocional. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2001
HAGGAI, John. Seja um líder de verdade. Editora Betânia: Belo Horizonte. 1990
URURAHY, Gilberto. ALBERT, Éric. O cérebro emocional: as emoções e o
estresse do cotidiano. Rio de Janeiro: Rocco, 2005
26
Ibid., p.46
27
URURAHY, Gilberto. ALBERT, Éric. O cérebro emocional: as emoções e o estresse do cotidiano. Rio de
Janeiro: Rocco, 2005, p.194
28
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. 36ª
Edição. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995, p.164
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