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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Administração escolar – Conceptualização e modelos da administração escolar.

Nome do estudante: Domingos Alverino Micael. Código: 708235853.

Docente: Elias Manuel Mateus.

Curso: Licenciatura em Ensino da Língua portuesa

Disciplina: Práticas Pedagógica I

Ano de frequência: 1º Ano

Tete, Maio de 2023

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Índice

Capítulo I ................................................................................................................................... 3

Introdução .................................................................................................................................. 3

1.2 Objectivos ............................................................................................................................ 3

1.3 Metodologias do trabalho .................................................................................................... 3

Capítulo II .................................................................................................................................. 5

2.1 A Administração escolar ...................................................................................................... 5

2.1.2 Democracia e autonomia................................................................................................... 6

2.2 Tipos de Administração escolar ........................................................................................... 9

2.3 Modelos de Gestão Escolar ................................................................................................ 12

2.4 Caracterizando o modelo de administração escolar numa escola a minha escolha ........... 12

Capítulo III ............................................................................................................................... 13

3.1 Conclusão ........................................................................................................................... 14

3.2 Referências bibliográficas…………………………………………………………..……15

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Capítulo I

Introdução
Este é um trabalho referente à cadeira de Práticas Pedagógicas intitulado: “Administração
escolar – conceptualização e modelos da administração escolar”.
Em linhas gerais, administração escolar é a organização do funcionamento da escola quanto
aos aspectos políticos, administrativos, financeiros, tecnológicos, culturais, artísticos e
pedagógicos. Forma de organizar o trabalho pedagógico, que implica a visibilidade de
objectivos e metas dentro da instituição escolar. Implica também na gestão de recursos
materiais e humanos, no planejamento de suas actividades, na distribuição de funções e
atribuições, na relação hierárquica e interpessoal de trabalho e partilha do poder. Diz respeito
a todos os aspectos da gestão e dos processos de tomada de decisões.
Administração compõe-se de um sistema de planejamento, organização, direcção, controle e
avaliação de pessoas, projectos, situações, empresas, etc. visando um objectivo, o sucesso do
negócio. Nas empresas privadas geralmente a meta, o retorno é o lucro, nas organizações
públicas podemos dizer que seria um atendimento de qualidade para as pessoas. Na escola não
é diferente: através de uma gestão democrática tem como objectivo oferecer um ensino de
qualidade que satisfaça as necessidades do indivíduo que a busca.

1.2 Objectivos
1.2.1 Geral:

✓ Analisar o contributo da Administração Escolar para a organização e funcionamento


da escola em vários aspectos.

1.2.2 Específicos:

✓ Definir o termo “Administração Escolar”;


✓ Mencionar tipos de Administração Escolar;
✓ Identificar modelos de Administração Escolar.

1.3 Metodologias do trabalho


Com o intuito de atender aos objectivos propostos neste estudo e com base no desenvolvimento
do trabalho, apresentamos a metodologia que tornou viável a investigação deste trabalho.

1.3.1 Natureza da pesquisa

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Tendo em consideração o estudo e o desenvolvimento do trabalho, trata-se de um estudo
exploratório que, segundo Cooper e Schindler (2003), possibilita o desenvolvimento claro de
conceitos e definições.
À semelhança do que acontece na maioria das pesquisas exploratórias, a nossa pesquisa assume
a forma de pesquisa bibliográfica.
Conforme escreve Gil (1996), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já
elaborado, constituído de livros e artigos científicos”, (p.48).

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Capítulo II

2.1 A Administração escolar


Na empresa capitalista, que tem como objectivo a acumulação do capital, a função da
administração é organizar os trabalhadores no processo de produção, optimizar o instrumental
de trabalho e disponibilizar as matérias-primas, objectivando o controle das forças produtivas
do planejamento à execução das operações, visando à maximização da produção e do lucro.

A palavra administração vem do latim da (direcção, tendências para) e minister (subordinação


ou obediência) e significa aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem, isto
é, aquele que presta um serviço a outro. No entanto, a palavra administração sofreu uma radical
transformação em seu significado original.
A tarefa da administração é a de interpretar os objectivos propostos pela organização e
transformá-los em acção organizacional por meio do planejamento, organização, direcção e
controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização,
a fim de alcançar tais objectivos da maneira mais adequada à situação.
Ou seja, “é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de
alcançar objetivos” (Chiavenato, 2000, p. 6).
A escola é uma instituição social dotada de especificidades e, como tal, sua administração deve
ser diferenciada da administração empresarial. A natureza do processo de produção pedagógico
da escola impossibilita a generalização do modo de produção autenticamente capitalista, uma
vez que o aluno é, ao mesmo tempo, objecto (beneficiário, estando presente no acto da
produção) e sujeito do acto educativo, já que participa activamente da actividade pedagógica.
Diferentemente das empresas que “visam à produção de um bem material tangível ou de um
serviço determinado, imediatamente identificáveis e facilmente avaliáveis” (Paro, 1999, p.
126), a organização escolar tem por meta básica a produção e a socialização do saber, tendo
por matéria prima o elemento humano, que, nesse processo, é sujeito e objecto.
Desse modo, compreende-se que a organização escolar visa a fins que não são facilmente
mensuráveis e identificáveis.
Nesse sentido, administrar uma escola não se resume à aplicação dos métodos, das técnicas e
dos princípios utilizados nas empresas, devido à sua especificidade e aos fins a serem
alcançados.

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Nesse contexto, Paro (1996), sinaliza que, se considerarmos que a administração implica a
“utilização racional de recursos, para a realização de fins determinados”, a administração da
escola “exige a permanente impregnação de seus fins pedagógicos na forma de alcançá-los”,
(p. 7).

As discussões acerca da administração educacional, são demarcadas,


sobretudo, pelas concepções diferenciadas presentes nas correntes
teóricas que tematizam a organização empresarial e a organização
escolar, como também pelos procedimentos a serem adoptados na
administração de ambas (Oliveira; Moraes & Dourado, 2008).

Uma corrente de estudiosos defende que os procedimentos administrativos a serem adotados


na escola devem ser os mesmos adoptados na empresa. Para esses teóricos, os problemas
existentes na escola são decorrentes da administração, ou seja, da utilização adequada ou não
das teorias e técnicas administrativas, ignorando, assim, seus determinantes económicos e
sociais e, particularmente, as especificidades das instituições educacionais.
Outros entendem que a administração educacional traz, em si, especificidades que a diferencia
da administração empresarial, devido à natureza (particularidades) do trabalho pedagógico e
da instituição escolar (Oliveira; Moraes & Dourado, 2008).
É preciso concordar com estes últimos estudiosos, pois os procedimentos adotados na escola
não podem ser idênticos aos adoptados na empresa, uma vez que administrar uma escola não
se resume à aplicação de métodos e técnicas transpostos do sistema administrativo empresarial,
que não têm como objectivos alcançar fins político pedagógicos.
Nessa óptica, Paro (1996), indica que a administração escolar é portadora de uma
especificidade que a diferencia da administração especificamente capitalista, cujo objectivo é
o lucro.

2.1.2 Democracia e autonomia


Segundo Oliveira, Moraes e Dourado (2008) vivemos um momento de progressiva autonomia
e, em todos os aspectos, a autonomia faz parte da agenda de discussão de professores, gestores,
pesquisadores, governos, partidos políticos, entre outros.
Dentre estes, boa parte entende que a autonomia não é um valor absoluto. Isso significa dizer
que somos autônomos em relação a alguns aspectos, mas podemos não ser em relação a outros.
Para um melhor entendimento, eles utilizam a escola como exemplo.

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Ao defender a autonomia da escola, estão defendendo que a comunidade escolar tenha
liberdade para colectivamente pensar, discutir, planejar, construir e executar o seu projecto
político-pedagógico, entendendo que neste está contido o projecto de educação e de escola que
a comunidade almeja. No entanto, mesmo tendo essa autonomia, a escola está subordinada às
normas gerais do sistema de ensino e às leis que o regulam, não podendo, portanto,
desconsiderá-las.
A autonomia, no entanto, não é dada ou decretada. Autonomia é uma construção que se dá nas
lutas diárias que travamos com os nossos pares nos espaços em que atuamos. Por isso, a
construção da autonomia, especialmente da autonomia escolar, requer muita luta, dedicação e
dedicação daqueles que estão inseridos nos processos educativos.
Sari e Luce (2000), ao discutir sobre a luta pela autonomia das instituições escolares, ressaltam
que a autonomia da unidade escolar significa a possibilidade de construção colectiva de um
projeto político-pedagógico que esteja de acordo com a realidade da escola, que expresse o
projecto de educação almejado pela comunidade em consonância com as normas estabelecidas
pelas políticas educacionais ou legislação em curso.

Esse movimento pela maior autonomia das escolas corresponde, em


parte, a uma demanda dos professores e das comunidades para que o
projecto pedagógico, a estrutura interna e as regras de funcionamento
da unidade escolar possam ser constituídos mais colectivamente e com
maior identidade e responsabilidade institucional. Essa demanda
encontra também respaldo na noção de sistema de ensino, que
compreende os órgãos administrativo e normativo comuns e um
conjunto de unidades escolares autônomas. (Sari & Luce, 2000, p.
344).

A importância dos limites e possibilidade da autonomia da escola passa necessariamente por


quatro dimensões fundamentais da autonomia: a administrativa, a financeira, a jurídica e a
pedagógica.
✓ Autonomia Administrativa consiste na possibilidade de a escola elaborar e gerir seus
planos, programas e projetos. A autonomia administrativa da escola evita que esta seja
submetida a uma administração na qual as decisões, a ela referente, sejam tomadas fora
dela e por pessoas que não conhecem a sua realidade, contribuindo desse modo para
que a comunidade escolar possa, por meio da vivência de um processo democrático e
participativo, romper com a cultura centralizadora e pouco participativa em que têm
sido elaborados os projectos e efectivadas as tomadas de decisões.

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✓ Autonomia Jurídica diz respeito à possibilidade de a escola elaborar suas normas e
orientações escolares em consonância com as legislações educacionais, como, por
exemplo, matrícula, transferência de alunos, admissão de professores, concessão de
grau etc. A autonomia jurídica da escola possibilita que as normas de funcionamento
desta sejam discutidas colectivamente e façam parte do regimento escolar elaborado
pelos segmentos envolvidos na escola, e não de um regimento único, elaborado para
todas as instituições que fazem parte da rede de ensino.
✓ Autonomia Financeira refere-se à existência e à utilização de recursos financeiros
capazes de dar à instituição educativa condição de funcionamento efectivo. A dimensão
financeira da autonomia vincula-se à existência de ajuste de recursos financeiros para
que a escola possa efectivar seus planos e projectos, podendo ser total ou parcial. É total
quando à escola é dada aresponsabilidade de administrar todos os recursos a ela
repassados pelo poder público, e é parcial quando a escola tem a incumbência de
administrar apenas parte dos recursos destinados, ficando o órgão central do sistema
educativo com a responsabilidade pela gestão de pessoal e pelas despesas de capital.
✓ Autonomia pedagógica da escola, por sua vez, está estreitamente ligada à identidade,
à função social, à clientela, à organização curricular, à avaliação, bem como aos
resultados e, portanto, à essência do projecto pedagógico da escola (Veiga, 1998).
Essa dimensão da autonomia refere-se à liberdade da escola, no conjunto das suas relações,
definir sobre o ensino e a pesquisa, tornando-se condição necessária para o trabalho de
elaboração, desenvolvimento e avaliação do projeto político-pedagógico da escola.
Segundo Oliveira, Moraes e Dourado (2008) no âmbito educacional, a gestão democrática tem
sido defendida como dinâmica a ser efetivada nas unidades escolares, visando garantir
processos coletivos de participação e decisão.
Tal discussão encontra respaldo na legislação educacional.
Apesar da superficialidade com que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, trata da questão
da gestão da educação, ao determinar os princípios que devem reger o ensino, indica que um
deles é a gestão democrática.
A referida lei define que os sistemas de ensino devem estabelecer normas para o
desenvolvimento da gestão democrática nas escolas públicas de educação básica e que essas
normas devem, primeiro, estar de acordo com as peculiaridades de cada sistema e, segundo,
garantir a “participação dos profissionais da educação na elaboração do projecto pedagógico
da escola”, além da “participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes”.

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Nesse sentido, a gestão democrática da educação requer mais do que simples mudanças nas
estruturas organizacionais; requer mudança de paradigmas que fundamentem a construção de
uma Proposta Educacional e o desenvolvimento de uma gestão diferente da que hoje é
vivenciada. Ela precisa estar para além dos padrões vigentes, comumente desenvolvidos pelas
organizações burocráticas (Oliveira; Moraes & Dourado, 2008).
Essa nova forma de administrar a educação constitui-se num fazer colectivo, permanentemente
em processo. Processo que é mudança contínua e continuada.

“Mudança que está baseada nos paradigmas emergentes da nova sociedade do conhecimento,
que, por sua vez, fundamentam a concepção de qualidade na educação e definem, também, a
finalidade da escola”, (Bordignon & Gracindo, 2004, p. 147).
A construção da gestão democrática implica em luta pela garantia da autonomia da unidade
escolar, participação efectiva nos processos de tomada de decisão, incluindo a implementação
de processos colegiados nas escolas, e, ainda, financiamento pelo poder público, além da
participação da comunidade escolar, dos pais, professores, estudantes e funcionários na
organização, na construção e avaliação dos projectos pedagógicos, na administração dos
recursos da escola, enfim, nos processos decisórios da escola.
Nesse sentido, “a gestão deve estar inserida no processo de relação da instituição educacional
com a sociedade, de tal forma a possibilitar aos seus agentes a utilização de mecanismos de
construção e de conquista da qualidade social na educação” (Bordignon & Gracindo, 2004, p.
148).
A gestão democrática e autônoma não é utopia, não é mais sonho, ela é possibilidade de
melhoria na qualidade pedagógica do processo educacional das escolas, na construção de um
currículo pautado na realidade local, na maior integração entre todos agentes envolvidos dentro
da escola e no apoio efectivo da comunidade às escolas, como participante activa e sujeito do
processo de desenvolvimento do trabalho escolar.

2.2 Tipos de Administração escolar

2.2.1 Administração descentralizada


Sobre a descentralização administrativa, Souza (2001) pondera que embora seja característica
integrante das reformas educacionais propostas pelos organismos multilaterais, prevê-se a
autonomia da escola apenas em nível de execução.

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Isso significa dizer que o gerenciamento interfuncional, ou seja, “aquele que olha para frente
e direciona as melhorias” (Souza, 2001, p.48) não deve ser descentralizado, o que exclui a
escola de qualquer possibilidade de determinar a direcção em que o navio vai navegar,
indicando então que, no que diz respeito à gestão da qualidade total na educação, a
descentralização administrativa se dá apenas nas tarefas secundárias.

2.2.2 Administração Autocrática ou Centralizada


Administração Autocrática ou Centralizada é outro conceito que vale a pena lembrar e
considerar, embora estejamos falando em autonomia. A administração autocrática centraliza
todas as decisões em suas mãos e como resultado gera relações conflituosas no âmbito escolar,
o que contribui para o insucesso dos alunos. Sem dúvida o director e sua equipe administrativa
podem ter e têm uma enorme influência na eficácia da escola. O êxito escolar está ligado ao
tipo de liderança que a escola possui.
Quando na escola se observa que tudo está centrado apenas nas mãos de alguns poucos e que
esses poucos não conseguem resolver os problemas educativos, sabe-se que o gestor está
usando de seu poderio autoritário.
Cabe ressaltar as palavras de Alonso (1985), “[...] o cargo de director de escolas representa a
configuração da autoridade administrativa ao nível do microssistema”, (p. 38).
Ele se apresenta como o responsável geral pelo desenvolvimento das actividades escolares e,
consequentemente, pelo adequado desempenho de um grupo de profissionais com relação ao
alcance de um objectivo estabelecido.

2.2.3 Administração Democrático -Participativa


Para Bordeneve (1983), “a participação é uma vivência colectiva e não individual, de modo
que somente se pode aprender na práxis grupal e, parece que só se aprende a participar,
participando”, (p. 74).
Porém, para a escola que adopta a gestão participativa dita democrática, ele representa mais
um membro do corpo escolar.
A centralização do poder nas escolas ainda é um dos maiores entraves, justamente porque as
pessoas que são detentoras das decisões, por insegurança ou por medo de perder espaço,
dificultam a participação de outros nas decisões, limitando apenas aos seus aliados opinar.
Participar significa que todos podem contribuir, com igualdade de oportunidade, nos processos
de formação discursiva da vontade. Para alguns a participação é apenas um processo de
colaboração de mão única e de obediências às decisões da direcção escolar.

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Enfim, a democratização da escola, em especial dos seus processos decisórios, não ocorreria
apenas pelo aumento da participação daqueles que já são actuantes por força de seus deveres
profissionais, mas pela inclusão dos que ainda são postos de lado em função dos mais variados
argumentos (Mendonça, 2000, p. 63).
Como vimos anteriormente, a escola, enquanto instituição social, é parte constituinte e
constitutiva da sociedade na qual está inserida. Assim, estando a sociedade organizada sob o
modo de produção capitalista, a escola enquanto instância dessa sociedade contribui tanto para
manutenção desse modo de produção, como também para sua superação, tendo em vista que é
constituída por relações sociais contraditórias.
A possibilidade da construção de práticas administrativas na escola, voltadas para
transformação social, reside exatamente nessa contradição existente no seu interior.

Nesse sentido, a administração escolar é, atualmente, vista por alguns


como mediação, ou seja, como elemento mediador entre os recursos
diversos existentes na instituição escolar (humanos, financeiros,
materiais, pedagógicos, entre outros) e a busca dos seus objectivos (a
formação cidadã) (Oliveira; Moraes & Dourado, 2008).

Vista por esse prisma, a administração configura-se como sinônimo de gestão que, numa
concepção democrática, se efectiva mediante participação dos atores sociais envolvidos na
elaboração e construção dos projectos escolares, como também nos processos de tomada de
decisão.
Assim, essa concepção de administração escolar, voltada para transformação social, contrapõe-
se à manutenção da centralização do poder na instituição escolar e nas demais organizações,
primando, portanto, pela participação dos seus usuários, na gestão da escola e na luta pela
superação da forma como a sociedade está organizada.
Isso implica repensar a concepção de trabalho, as relações sociais estabelecidas no interior da
escola, a forma como ela está organizada, a natureza e especificidade do trabalho pedagógico
e da instituição escolar e as condições reais de trabalho nessa instituição (Oliveira; Moraes &
Dourado, 2008).
Segundo Paro (1999):
o carácter mediador da administração manifesta-se de forma peculiar
na gestão educacional, porque aí os fins a serem realizados
relacionam-se à emancipação cultural de sujeitos históricos, para os
quais a apreensão do saber se apresenta como elemento decisivo na
construção de sua cidadania, (Paro, 1999).

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Pois bem, os termos “administração da educação” ou “gestão da educação” têm sido utilizados
na área educacional ora como sinónimos, ora como termos distintos. “Analisar a gestão da
educação, seja ela desenvolvida na escola ou no sistema municipal de ensino, implica em
reflectir sobre as políticas de educação.
“Isto porque há uma ligação muito forte entre elas, pois a gestão transforma metas e objectivos
educacionais em acções, dando concretude às direções traçadas pelas políticas” (Bordignon &
Gracindo, 2004, p.147).
A gestão, se entendida como processo político administrativo contextualizado, nos coloca
diante do desafio de compreender tal processo na área educacional a partir dos conceitos de
sistemas e gestão escolar.

2.3 Modelos de Gestão Escolar


A gestão escolar criada como forma de gerenciar os meios de execução das actividades
escolares, desde suas primícias sofreu mudanças de acordo com as necessidades do período em
questão, dando origem assim a diversos estilos e modelos de gestão escolar como cita Libâneo,
salientando a Gestão Centralizada, Gestão Autoritária, Gestão Democrática, Gestão
Colegiada e a Gestão participativa e a importância da escolha de qual delas utilizar de acordo
com seus propósitos.

2.4 Caracterizando o modelo de administração escolar numa escola a minha escolha


O enfoque vai para a Escola Primária 3º Congresso da Cidade de Tete onde a Administração
Democrático–Participativa toma maior abrangência naquele estabelecimento de ensino, onde
os lunos participam e colaboram juntamente com os professores nas diversas actividades
curriculares e extra-curriculares. Maior liberdade entre funcionários e alunos constituindo
assim a democratização na administração daquela escola.
Subsidiemos nas palavras de Bordeneve (1983), quando diz que a participação é uma vivência
colectiva e não individual, de modo que somente se pode aprender na práxis grupal e parece
que só se aprende a participar, participando”, (p. 74).
Porém, para a escola que adopta a gestão participativa dita democrática, ele representa mais
um membro do corpo escolar.

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Capítulo III

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3.1 Conclusão
Chegado aqui, pomos o término o nosso trabalho, o qual versou sobre “Administração escolar
– conceptualização e modelos da administração escolar”; foram abordados por meio desta
temática, diversos conteúdos sobre os tipos e modelos de administração escolar, além das várias
conceptualizações acerca da administração escolar por meio de vários autores.
Por conta desta temática, percebemos que no sistema educacional, a concepção teórica do
critério de relevância está em função directa com a postura participativa dos responsáveis pela
sua administração. Desse modo, quanto mais participativo, solidário e democrático for o
processo administrativo, maiores as possibilidades de que seja relevante para indivíduos e
grupos e também maiores as probabilidades para explicar e promover a qualidade de vida
humana necessária. O papel da administração da educação aí, será o de coodernar a acção dos
diferentes componentes do sistema educacional, sem perder de vista a especificidade de suas
características e de seus valores de modo que a plena realização de indivíduos e grupos seja
efectivada.

3.2 Referências bibliográficas

Alonso, M. (Org.). (1985). Formar Professores para uma Nova Escola. São Paulo: Pioneira.

14
Bordeneve, J. E. D. (1983). O que é Participação? 1º ed. SP: brasiliense.
Bordignon, G; Gracindo, R. V. (2004). Gestão da Educação: o município e a escola. In:
Ferreira, Naura S. Carapeto; Aguiar, Márcia Ângela da S. Gestão da Educação:
impasses, perspectivas e compromissos. São Paulo: Cortez.
Chiavenato, I. (2000). Introdução à Teoria geral da Administração. 6 ed. Rio de Janeiro:
Campus.
Luce M. B; Sari, M. T. (2000). A Organização da Educação – qual educação? Direito de
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Mendonça, E. F. (2000). A regra e o Jogo: democracia e patrimonialismo na educação
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participação e democratização da gestão administrativa, pedagógica e financeira da
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Oliveira, J. F. de; Moraes, K. N. de; Dourado, L. F. (2008). Gestão Escolar Democrática:
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Veiga, I. P. A. (1998). Escola: Espaço do Projecto Político-Pedagógico. 4 ed. Campinas:
Papirus.

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