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O presente trabalho objetiva analisar os desafios que os gestores enfrentam no processo de

Gestão Democrática do Ensino. Estes desafios foram compreendidos através da função social
da escola, das atribuições dos gestores e dos órgãos colegiados. Para isso, se fez necessário
realizar uma pesquisa qualitativa, do tipo bibliográfica. As informações foram analisadas
através de categorização simples, aproximada da análise de conteúdo.

A escola nessa perspetiva assume um papel muito importante, precisa voltar-se para novas
realidades, através da ligação com o mundo político e cultural, lutando contra a exclusão
social. A missão dos gestores está direcionada na inserção e principalmente na garantia dos
direitos humanos. Todos os agentes são autores/ coautores e principalmente Gestores da
Educação.

Este é um dos desafios dos gestores, aprender a redefinir a estrutura organizacional da escola,
adotando novas posturas, onde a Gestão Democrática seja a centralidade de todo trabalho
pedagógico

Segundo Penin:

A escola representa a instituição que a humanidade criou para socializar o saber sistematizado.
Assim, a sua função social varia, relacionando-se aos mais diferentes momentos da história, as
culturas, conforme a região e povos que constituem a comunidade escolar. As constantes
mudanças sociais, econômicas e políticas ocorridas no mundo requerem que a escola atenda a
estas novas exigências (2001. p.17).

A Administração Escolar como é vista nos dias atuais traz as marcas das contradições e dos
interesses políticos vigente da sociedade especificamente capitalista e sua articulação com os
interesses dominantes.

O GESTOR ESCOLAR

Os estudos sobre o gestor escolar constituem uma das linhas de investigação mais praticadas
no domínio da Administração Educacional.Inicialmente, esta linha de investigação centrou-se
especificamente na identificação do tipo de liderança utilizada pelos responsáveis das escolas
e, nos seus efeitos sobre a eficácia da Escola, procurando identificar as características ―dos
bons administradores

Leão (1945 apud DRABACH; MOUSQUER; 2009) enfatizam que a tarefa de dirigir a educação é
uma das mais difíceis. Esta situação gera a necessidade de conceber um tipo de administração
modernizada. Diante desta visão, os diretores assumem uma função muito importante. O
diretor é a figura central, é ele quem dirige o trabalho modelador de outras vidas. Para o
desempenho dessa tarefa, o diretor precisa ser um educador com conhecimento da política
educacional e dos saberes técnicos administrativos.
Na mesma perspectiva segue Ribeiro (1986) o qual compreende que “o diretor é autoridade
por excelência na escola, ele manda em virtude de uma lei que o ampara e, também porque
mandar é uma das competências inerentes ao seu cargo” (p. 236).

“Administrar, por sua vez, é regular tudo isso demarcando esferasde responsabilidades e níveis
deautoridades nas pessoas congregadas a fim de que não se perca a coesão do trabalho e sua
eficiência gera. O diferencial é que na escola, por se tratar de serviço (serviços de ensino) e não
de produtos (como nas fábricas), as atividades administrativas devem levar em conta as
relações humanas, que são a matéria-prima da produção de ensino

A estrutura hierárquica é definida em quatro níveis: alunos, mestres, diretores de escolas e


chefes de órgãos administrativos. Dentre os elementos do comportamento administrativo do
diretor, vamos encontrar as atividades planejar e programar, dirigir e coordenar, comunicar e
inspecionar, controlar e pesquisar, em função de ambos partirem damesma fonte, proposta
por Henry Fayol (LOURENÇO FILHO, 2007, p.88).

Para Krawczyk (1999), a instituição escolar através de sua prática escolar, acaba traduzindo
uma modalidade político-institucional a ser adotada no trabalho da escola. Essa norma que
afeta o trabalho escolar, faz parte de uma definição político- educativa mais ampla de
organização e financiamento do sistema educativo. O novo modelo de gestão escolar faz
questão de Propor a construção instituições autônomas com capacidade de tomar decisões,
elaborar projetos vinculados as necessidades e aos interesses de sua comunidade, administrar
de forma adequada os recursos materiais e escolher as estratégias que lhe permitam chegar
aos resultados desejados e que, em seguida,serão avaliados pelas autoridades centrais

(KRAWCZYK,1999.p.118-119). A gestão da escola é um dos temas mais importantes e pauta de


muitas reinvindicações, desde o início de sua criação. Gestão democrática significa
compartilhar com a comunidade escolar as decisões tomadas na escola; significa envolver pais,
alunos, professores, funcionários e comunidade no trabalho da escola.

Muitas das conclusões, apresentadas nesta linha de investigação, foram adoptadas em


diplomas normativos, com a finalidade de regular a formação ou o exercício profissional dos
directores/gestores.

O administrador-delegado, definido por um conjunto de normas que estabelecem as


atribuições do reitor e a sua relação com a administração central, caracterizando este actor
como um representante do Governo no dia-a-dia do liceu, sob o qual cabe o controlo da
obediência às normas, assumindo um papel, ―por vezes, [com] características inspectivas‖
(Barroso, 2005, p.153).

O papel de gestor - ou director, conforme as práticas de gestão correntes na data da


investigação -, definido enquanto responsável pela organização e divisão do trabalho,
distribuição dos recursos, controlo dos resultados e direcção do pessoal. atribuições
constituem-se nas categorias ―organização interna direcção do pessoal gestão financeira e
representação oficial (Barroso, 2005, p.153) O de supervisor dos professores, responsável pela
fiscalização e coordenação do processo de ensino e pela adequação aos objectivos e
conteúdos definidos nos programas, regulamentos e outras normas da administração central;
assume-se ainda na qualidade de líder pedagógico, no âmbito da margem de autonomia que
os professores possuem na execução dos referidos programas e normas. Abrange,
essencialmente, as atribuições agrupadas na categoria ―gestão pedagógica‖ (Barroso, 2005,
p.153).

E por último, o de educador dos alunos, na pessoa de responsável último pela educação dos
discentes, encarregado de assegurar a manutenção de um ―ambiente moral e disciplinador
dos alunos (Barroso, 2005, p.153). A sua actuação abrange as categorias acção educativa e
disciplinar e a ―relação com as famílias dos alunos.

2.2. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Analisados os dados obtidos por meio do diagnóstico realizado à organização escolar que
constitui objeto de estudo deste projeto, retiram-se essencialmente duas conclusões:

A primeira concernente à cultura organizacional que os resultados apurados indiciam, a


segunda sobre o(s) perfil de liderança subjacentes aos modelos decorrentes da cultura
organizacional que foi possível apurar. Assim, numa análise vertical, com base no modelo de
QUINN, a estrutura desta organização é uma estrutura flexível, em que o controlo e respetivos
contornos centralizadores têm uma expressão quase inexistente. Por outro lado, numa análise
horizontal, procurou aferir-se acerca da focalização da organização.

De acordo com os resultados, aquela apresenta uma orientação essencialmente interna,


relevando a estabilização dos sistemas social e técnico que lhes estão subjacentes, não
obstante haver indícios que relevam também, embora em menor grau, uma preocupação com
a posição competitiva no mercado. Destacou-se, então, o Modelo das Relações Humanas, o
que revela que a organização em estudo prima por uma atitude que confere importância ao
papel das pessoas para o seu desenvolvimento e crescimento, valoriza os seus recursos
humanos e sustenta a sua estratégia através da coesão moral da equipa de trabalho. Portanto,
torna-se evidente o investimento no potencial humano. O Modelo dos Sistemas Abertos é um
modelo que também sobressai nos resultados apurados. Embora com valores inferiores, os
dados revelam que esta é uma organização que não descura a sua posição competitiva em
termos de mercado, procurando adaptar-se à envolvente e às necessidades que daquele
emergem. Os dados conseguidos através da entrevista realizada à Diretora da escola vão ao
encontro da informação em análise que se infere, igualmente, da perspetiva dos
colaboradores da escola.

Esta é, portanto uma organização que prima pela estabilidade, bem-estar e motivação dos
seus colaboradores, reconhece o seu valor pessoal e profissional e procura potencializá-lo,
reconhecendo que as pessoas são parte integrante da escola e que promovem o seu
crescimento e diferenciação no mercado. Sendo uma organização de cariz educativo, faz
sentido que nela predominem os valores humanos, o respeito pela sua condição e a promoção
do seu desenvolvimento pessoal e social.Ainda segundo a perspetiva dos colaboradores da
organização, a liderança da escola enquadra-se em perfis de produtor, facilitador e inovador

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