Você está na página 1de 9

LIDERANÇA ESCOLAR: LIDERANÇA PEDAGÓGICA E APERFEIÇOAMENTO

ESCOLAR

SCHOOL MANAGEMENT: PEDAGOGICAL LEADERSHIP AND SCHOOL


IMPROVEMEN

Walteir Sudre de Oliveira


walteirsodre@gmail.com
Formação Pedagógica em Pedagogia

RESUMO

Este estudo foca, no conhecimento do ponto de vista dos gestores, como é diante das
mudanças normativas no desenvolvimento da liderança pedagógica para o aperfeiçoamento
escolar. Para isso, participaram 02 diretores de centros públicos. O desenho da pesquisa é
flexível e global, oferecendo uma coletânea de dados, utilizando a técnica de entrevista
aprofundadas com gestores dessas instituições, mostrou diferentes estilos de liderança
privilegiando o estilo democrático. Além disso, com as características encontradas,
estabeleceu as categorias que os gestores consideram aplicar na execução de um
estilo de liderança sendo elas legitimidade, motivação, foco na pessoa-tarefa, trabalho em
equipe, tomada de decisão, autonomia, conhecimento e habilidades dos funcionários para o
resolução de problemas, reconhecimento, competitividade para estabelecer aprendizagem,
valores, promoção da cultura e ética na organização e gestão Humanista. Em relação às
possíveis melhorias escolares, os gestores levantam a necessidade de realizar um projeto de
ação coletiva em cada centro a serviço de uma educação para todos. De um modo geral, os
resultados do estudo confirmam que a opinião dos gestores sobre liderança pedagógica e
melhoria escolar é determinada por regulamentos, limitando sua estrutura de trabalho.

Palavras-chaves: Escola, família, liderança, gestão escolar

ABSTRACT

This study focuses on the knowledge from the point of view of managers, as it is in the face of
normative changes in the development of pedagogical leadership for school improvement. For
this, 02 directors of public centers participated. The design of the research is flexible and
global, offering a collection of data, using the technique of in-depth interview with managers
of these institutions, showed different leadership styles favoring the democratic style. In
addition, with the characteristics found, established the categories that managers consider
2

applying in the implementation of a leadership style being legitimacy, motivation, focus on


the person-task, teamwork, decision making, autonomy, knowledge and skills of employees
for the problem solving, recognition, competitiveness to establish learning, values, promotion
of culture and ethics in the organization and management of humanist. In relation to possible
school improvements, managers raise the need to carry out a collective action project in each
center at the service of an education for all. In general, the results of the study confirm that the
opinion of managers on pedagogical leadership and school improvement is determined by
regulations, limiting their work structure.

Keywords: School, family, leadership, school management

INTRODUÇÃO

Este artigo é parte de uma investigação sobre as características de estilos de liderança


e sua aplicação à gestão escolar. A discussão sobre as questões de gestão escolar e liderança
na busca de instituições de ensino eficazes, é um fator que agora foi privilegiado na busca
científica por um modelo atinja seus objetivos, de modo que a gestão baseada em uma
liderança tornou-se uma prioridade em modelos educacionais no nível escolar internacional
(OCDE, 2009).

Atualmente, o desenvolvimento da autonomia pedagógica e o modelo de direção


têm um objetivo comum, melhorar o funcionamento do centro e a aprendizagem dos alunos, é
o que se sabe com o termo "liderança pedagógica ou liderança focada na aprendizagem"
(liderança centrada na aprendizagem). No momento, o foco é o currículo e a pedagogia, mais
do que na gestão e administração (Bolívar, 2010a, 2010b, 2016; Ord et al., 2013). Ou seja,
refere-se à forma como a tarefa de promover o desenvolvimento profissional e o planejamento
e melhoria da aprendizagem é realizada nas escolas (Robinson, Hohepa, & Lloyd, 2009).

Quando é feita referência à atividade educacional da escola, bem como a qualidade


da escola liderança é quase sempre visto como um dos elementos prioritários; no entanto, a
liderança é uma das questões que atualmente permanece no discussão e no campo das
contribuições teóricas, há uma diferença entre um grupo que tem um líder e outro onde há
uma ausência de liderança. Neste autores como Bolman and Deal (1992) e Leithwood (1994),
argumentam que a ação dos líderes afeta o meio ambiente e a cultura da organização escolar,
perder o significado que os membros da escola dão ao seu trabalho e dificultando a mudança e
a melhoria da escola. Assim, o propósito deste artigo busca identificar as características dos
estilos de liderança dos gestores.
3

Por todo o exposto, sabemos, através da técnica de entrevista, a visão dos diretores
sobre os termos da liderança pedagógica associada à aprendizagem e ao desenvolvimento
curricular, a fim de melhorar esses processos em seus centros.

ASPECTOS TEÓRICOS REFERENTES A LIDERANÇA E GESTAO DE


UMA ESCOLA

O exercício da gestão escolar é uma das colunas básicas da eficiência organizacional de


qualquer instituição de ensino. Gestão escolar e liderança, são importantes para o
desenvolvimento das instituições no que aprendizagem, seus professores, o currículo e seus
conteúdos, permitindo a qualidade educacional da pesquisa (Alfaro, 2010). Vários autores
redefiniram o conceito de gestão escolar, concordando que este termo se refere a governo
escolar, a participação dos vários setores no processo educacional na tomada de decisões e
ações voltadas para a promoção alunos como atores-chave no processo educacional (Cantero
e Celman, 1999; Casassus, 1997; Frigerio, 2004; Sandoval, 2002). Gestão escolar e liderança
efetiva serão capazes de melhorar a escola a partir de transformação de recursos humanos
(Pozner, 1998), liderar a gestão escolar com uma abordagem não só transformadora, mas
integradora de todos os elementos intervir no processo educacional permitindo uma educação
de qualidade no escolas (SEP, 2009). Gestão escolar como um processo que vai além
mudanças administrativas simples, ele deve começar a partir de uma dimensão integral, a fim
de contribua para o aperfeiçoamento da pessoa humana, pois hoje é necessária uma educação
de qualidade e estendida a essas áreas de convivência social (Cuenca, 2010). A gestão escolar
deve ter comunicação, motivação e estímulo para formar equipes colaborativas, exercitar um
estilo de liderança que se integra todos os projetos e para tornar a escola eficaz (Carrillo,
2010). Para os autores deste artigo, gestão escolar feita a partir da liderança, é um processo
dinâmico que deve correlacionar os aspectos pedagógicos da instituição espaços educacionais
baseados em uma abordagem humana, mas que também deve ser uma forma de integrar
conhecimento, estratégias, esforços e recursos para garantir uma instituição eficaz e com
visão avançada. Portanto, os poderes de gestão exigidos nos diretores são em relação ao
tarefas de gestão escolar; de acordo com Garay e Uribe (2006) essas tarefas são:
planejamento, fortalecimento da liderança gerencial, gestão de processos, gestão ensino de
4

habilidades profissionais, orientação para os alunos, seus pais e sociedade, bem como gestão
de resultados. As contribuições feitas por Coronel, Carrasco e Moreno (2012) identificam os
estilos do gestão de diretores escolares com base em quatro questões que se referem ao que é
gestão escolar positiva e negativa: 1) assumir a direção, 2) ouvir e atender ooutro, 3) o know-
how para ter o outro e, 4) a abordagem de gestão do diretor. Alcançar uma gestão escolar
eficaz é um dos desafios que instituições de ensino, entendia a gestão escolar como uma
ferramenta que sistematiza ações voltadas para o alcance das metas e objetivos propostos.
No mesmo sentido, os estudos de Garín e Castro (2010) sintetizam quatro fatores-chave que
caracterizam a questão da gestão escolar e afetam a qualidade da gestão escolar instituições de
ensino: 1) a gestão está envolvida em todos os processos de gestão produzido na escola, 2) a
gestão das escolas hoje deve ser institucionalmente estabelecida, 3) a autonomia institucional
deve se tornar o garante um desempenho efetivo da gestão e, 4) a gestão escolar representa
um profissão irreal. Uma das contribuições interessantes feitas na gestão
Arroyo (2009), que afirma que a própria essência da gestão educação, é aquele com a
competência direta do processo de tomada de decisão relacionados com a determinação,
design, direção e desenvolvimento do que deve ser ensinado e aprendido pelo ser social e pela
sociedade.
Liderança. Alguns dos primeiros estilos de liderança que foram estabelecidos foram os
proposto por Lewin, Lippitt e White (1939), que propôs a teoria de que
identificou três estilos básicos de liderança: autocrata, que envolve um indivíduo com pouco
confiança nos membros do grupo, acredita que o dinheiro é a única recompensa que motiva
aos trabalhadores, e dá ordens sem permitir quaisquer perguntas; o democrata, que
compartilha tomada de decisão com o grupo, comunica objetivamente e elogia subordinados;
e o laissez-faire, que tem pouca confiança em sua habilidade como líder, não estabelece metas
para o grupo e minimiza a comunicação e interação do grupo.

A GESTÃO COMO MOBILIZADORA DO PROCESSO EDUCACIONAL

A gestão na escola deve ter um papel dinamizador das práticas vivenciadas no dia-a-
dia. O gestor precisa trabalhar pelo bem comum, buscando em suas ações pensar na
coletividade no bem de todos. A escola deve ser um espaço democrático, pois é nela que os
5

cidadãos se desenvolvem, aprendem a viver em sociedade reconhecem que há direitos e


deveres a serem cumpridos.

Ao se referir às escolas e sistemas de ensino, o conceito de


gestão participativa envolve além dos professores e
funcionários, os pais, os alunos e qualquer outro representante
da comunidade que esteja interessado na escola e na melhoria
do processo pedagógico. (LÜCK, 2010, p. 17).

São muitos os sujeitos envolvidos no processo educativo e todos são importantes, a


participação de todos é valiosa. Assim, a gestão não pode ser pensada em outra forma que não
seja a de uma perspectiva democrática onde há participação de toda a comunidade escolar.
Gestão só se faz com participação, ouvindo e partilhando dos interesses de todos, sem
privilegiar esse ou aquele.

[...] o entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si,


a ideia de participação, isto é, do trabalho associado de
pessoas analisando situações, decidindo sobre seu
encaminhamento e agindo sobre elas, em conjunto. (LÜCK,
2010, p. 17).

O gestor deve ser um sujeito crítico e reflexivo, um líder que saiba mobilizar o processo
pedagógico, é indispensável que o gestor seja uma pessoa acessível, com o qual todos tenham
confiança e liberdade de dialogar. Na medida em que existe o diálogo o reconhecimento das demandas
existentes naquela realidade é muito mais fácil e eficaz. É fundamental que o mesmo busque conhecer
a realidade em que os sujeitos estão inseridos, na medida em que, é fundamental partir do contexto que
estão vivenciando.

Na perspectiva da família no contexto escolar o gestor é um valioso mediador, buscando


aproximá-los de modo que se unam para melhorar a qualidade da educação oferecida pela instituição.
Nos últimos tempos muito vem se falando sobre a participação da família na vida escolar dos filhos, a
própria mídia vem vinculando campanhas incentivando a participação dos pais na escola. No entanto,
ainda há certa resistência, muitos pais tem a ideia de que só são chamados na escola para ouvir
reclamações como de comportamento e desempenho escolar.

Desta forma é preciso levar os sujeitos a refletir sobre o verdadeiro papel da escola, rompendo
com conceitos ultrapassados que há tempos não tem mais coerência com a realidade escolar.
Refletindo em conjunto sobre o papel da escola e da família é possível chegar a um denominador
comum que possa melhorar a qualidade da educação bem como das relações vivenciadas no cotidiano
educacional.
6

A FAMÍLIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Toda e qualquer instituição de ensino tem por objetivo a aprendizagem do aluno, pois
é nele que as práticas escolares se realizam de forma positiva ou negativa. Assim sendo, a
família também desenvolve um importante papel, podendo ou não contribuir para a
aprendizagem de seus filhos. Tanto o contexto familiar como o escolar tem o papel de
desenvolver a sociabilidade, a afetividade e o bem estar físico dos indivíduos. Por isso é
interessante realizar um estudo de como se dá ou não a articulação entre família/escola, já que
para a formação integral do sujeito, para que este possa ter uma educação de qualidade a
família também deve contribuir.

Libâneo define educação como:

Conjunto de ações, processos, influências, estruturas que


intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupo
na relação ativa com o ambiente natural e social, e social, num
determinado contexto de relações entre grupos e classes
sociais. (LIBÂNEO, 2000, p.22)

Nesse sentido, o que muitas vezes acontece é a família atribuir responsabilidades


que sobrecarregam a escola e os professores, dificultando assim o processo de aprendizagem
das crianças. As responsabilidades ao invés de ser transferidas devem ser compartilhadas, pois
ambas devem ser parceiras, e a escola por mais esforços que faça nunca dará conta de
substituir a família. A organização familiar é constituída em dois tipos básicos: família
nuclear e extensa. A primeira reúne pai, mãe e filhos, já à família extensa é aquela que reúne
além dos pais e dos filhos outros parentes próximos. Para compreender o conceito de família
Chinoy define como:

Uma instituição formada por pais e filhos que moram ou não juntos na
mesma casa, ou um grupo de pessoas ligadas pelos laços de sangue
podendo incluir tios, tias e primos, como também todos os indivíduos
que procedem de um progenitor comum. (CHINOY, 2008, p.545)
7

Para que haja uma articulação entre a família e a escola, é preciso antes de mais saber
sobre o que pensam os pais sobre seu papel no processo de escolarização dos seus filhos, e
assim tentar sensibilizá-los da sua importância no processo de aprendizado. Pois essa
participação poderá auxiliar na prática pedagógica dos professores, e juntos família-escola
serão responsáveis pela inserção do sujeito na sociedade, fazendo com que o mesmo seja
autônomo e crítico em relação ao contexto em que está inserido.

A importância agregada pelos pais à educação dos filhos, o tempo gasto ao incentivar
as crianças a estudar, a valorização de seus trabalhos e a participação ativa da família na
escola motiva muito o educando para que este melhore o seu rendimento escolar. A literatura
defende que as crianças que tem o acompanhamento familiar – boa convivência,
relacionamento, regras, limites, entre outros – têm bom rendimento, não apresentando
dificuldades quanto às normas e rotinas escolares. Assim sendo considera-se que a família na
relação com a escola participa do sucesso escolar de diferentes maneiras, suas ações podem
contribuir ou não para que seu filho dê continuidade aos estudos, goste disso, outros já
apresentam comportamento de resistência à escola.

Os responsáveis deveriam ter a compreensão de que para a formação tanto formal


quanto não formal dos sujeitos os mesmos precisam estar presentes e incentivá-los nesse
processo tão delicado na vida das pessoas, por que não visitar a instituição de ensino e saber
como está o comportamento de seus filhos, seu rendimento escolar, ouvir sugestões para saber
no que podem ajudar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É na família que se constroem os primeiros modelos a serem seguidos pelas crianças,


por isso que esta constitui um importante papel na formação do sujeito, assim também na
educação do mesmo, na formação da moral, nos costumes e nas atitudes dos pequenos. Com
as várias mudanças ocorridas na sociedade atual, à estrutura e o funcionamento familiar
também sofreram alterações e cabe agora a escola adaptar se a essas mudanças, procurando
8

aproximar a família do contexto escolar. A escola é local de socialização de saberes, lugar


onde as crianças apresentam a comunidade sua cultura própria e recebem o auxílio dos
professores na busca incessante por conhecimentos. Assim, essa tem o importante papel de
proporcionar reflexões acerca das problemáticas da sociedade, bem como auxiliar os alunos
na elaboração de estratégias para resultados satisfatórios.

O professor, nesse sentido desenvolve a função de respeitar e valorizar os limites


intelectuais de seus alunos. A participação, o comprometimento dos pais nessa prática é de
fundamental importância no desenvolvimento integral do sujeito, para isso os responsáveis,
seja a família sendo na modalidade em que foi construída, tenha conhecimento de que é uma
instituição social que interfere diretamente no desenvolvimento das crianças na escola, pois é
a família que constitui a base de toda a educação e transformação das relações que envolvem
o homem no contexto social.

Para tanto, a fim de manter uma relação harmoniosa e alcançar resultados


educacionais satisfatórios, faz-se necessário a parceria entre a instituição escolar e a
instituição familiar, para isso a escola precisa manter um diálogo com a família, buscar
informar aos pais sobre a importância da participação dos mesmos para o desenvolvimento de
seu filho, e para que isso aconteça os dois lados precisam estar visando os mesmos ideais.
Assim, para esse processo acontecer, a escola precisa conhecer a realidade das famílias, o
contexto em que as mesmas estão inseridas, para desta forma poder intervir e acionar os pais
diante de possíveis problemas. É importante também esclarecer aos pais sobre os
comportamentos de seus filhos, em reuniões não apenas trazer os pontos negativos da criança,
colocar os positivos para que os pais sintam-se motivados e motivem seus filhos.
9

REFERÊNCIAS

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar
Editores, 1981.

CHINOY,Ely. Sociedade: uma introdução à sociologia. 20. ed São Paulo: Pensamento-


cultrix, 2008.

DURKHEIM, Emile. As regras do método sociológico. Trad. Maria Isaura P. Queiroz. São
Paulo: Companhia Editora Nacional, 1974.

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, Para quê? 3ed. São Paulo: Cortez, 2000.

LÜCK, Heloísa. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 8ed. Petrópolis - Rio
de Janeiro: Vozes, 2010.

Você também pode gostar