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História da Educação

O Imperativo Republicano em Debate


Título: O Imperativo Republicano em Debate (Capítulo VI – As Teses de
António Sérgio sobre a Educação: O Ensino como Fator de Ressurgimento
Nacional)

Autores: José Viegas Brás e Maria Neves Gonçalves (Capítulo VI, de Maria
Manuel Calvet Ricardo)

Editora: Edição Centro de Estudos e Intervenção em Educação e Formação


(CeiEF) e Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

Data de publicação: 2011

Páginas: 171 (Capítulo VI – páginas 113-118)

Sítio/Endereço Eletrónico: www.ulusofona.pt / www.ceief.ulusofona.pt

Capítulo I – Conceitos-chave; Palavras; Expressões

1. Ensino
2. Estratos Sociais
3. Escola
4. Pedagogia
5. Organização e métodos de ensino

Síntese das ideias fundamentais

O capítulo começa por abordar a conferência dada por António Sérgio (O


Ensino como Fator de Ressurgimento Nacional: Defeitos dos nossos métodos
de ensino e maneira de os corrigir, linhas gerais de uma nova organização”),
estando esta integrada num círculo de conferências, todas compostas por
diversos autores. A mesma continha então as bases para uma reforma de
ensino, progressista e moderna, centrando-se na enunciação de princípios, nas
críticas à sociedade portuguesa, bem como nas críticas à escola portuguesa e,
por fim, nos objetivos do ensino. Menciona também algumas das suas
preocupações, estando algumas relacionadas com o facto de ser republicano
levar a população pensar que estaríamos, automaticamente, contra Monarquia,
a Igreja e os Jesuítas.

O contexto social e político também é referido nomeadamente, o facto de entre


os anos de 1910 e 1917, a sociedade portuguesa ter sofrido grandes
alterações passando de governos sufragados para governos ditatoriais. Em
1910, Portugal tinha milhões de habitantes e encontrava-se dividido em três
estratos sociais sendo eles: os burgueses ricos, ligados ao sistema bancário e
ao comércio; a classe média, constituída por pequenos comerciantes; por fim, o
povo, constituído por operários e pequenos proprietários. No início do século
XX, a classe média tinha herdado diversas crises nomeadamente, uma crise
social provocada pelo afluxo da população às grandes cidades; uma crise
económica, marcada pela falência dos bancos; por fim, uma crise moral.

Neste capítulo, é abordada uma perspetiva de António Sérgio que refere a


influência da escola na mudança, referindo que para regenerar a vida
portuguesa é importante a remodelação da estrutura social, nomeadamente
das reformas sociais, económicas, financeiras e jurídicas. Segundo este, a
escola em geral existente, é uma catástrofe e uma das maiores causas da
fatídica situação em que estavam, pois esta, dá à sociedade o que querem, os
diplomas, mas não trabalham a educação.

António Sérgio afirma que, se deve exigir uma escola onde as crianças
aprendam a ter iniciativa, para a produção moderna e para dirigir, com a sua
inteligência e pelo saber, pela coordenação e pelo tato. Diz-nos que o ensino
primário desenvolve a criminalidade e acaba com a inteligência das crianças,
por sua vez, o secundário está longe do seu real objetivo, sendo que é triste a
maneira como os rapazes entram no liceu, assim como lá se conservam. O
ensino normal é “pobre, arcaico, rotineiro, bafiento; e finalmente, a verdadeira
Universidade ainda não existe”.

Segundo o seu pensamento, António Sérgio critica a sociedade, dizendo que


está vive numa penúria espiritual e que a culpa é do governo. Segundo a
análise ao seu texto podemos constatar que este tem uma grande preocupação
com o modelo pedagógico da educação republicana. O autor tem grandes
conhecimentos sobre os novos modelos pedagógicos, pois frequentou várias
instituições europeias e contactou com grandes pedagogos da época.

Uma das grandes preocupações do autor é a questão do papel do professor.


Considera que este deve conhecer as necessidades do país, de forma a que
seja possível propagar e intensificar as remodelações da sociedade, acabando,
assim, com os concursos e com as cartas escolares. Afirma ainda que os
professores merecem compreensão e apreço.

Posteriormente, critica a política de ensino proposta pelo governo, esta


realizada em 1917, para a reforma da escola, dizendo que a mesma é
abordada, porém não se pensa nos métodos, mas sim nos programas e na
organização do ensino. Critica também o facto de se chamar reforma da
pedagogia “arquitetura das escolas”, acrescentando que os portugueses só
pensam no exterior.

Para António Sérgio, existem dois elementos que devemos considerar, tais
como a organização e os métodos de ensino. Por isso, este propõe:

 Dos 3 aos 7 anos – escola infantil – método montessori;


 Dos 7 aos 12 anos – escola primária para todos;
 Dos 12 aos 14 anos – ensino primário superior;
 Dos 14 aos 18 – ensino primário de continuação, acompanhando-se de
um emprego.

E como alternativa:

 Dos 12-16-18 anos – ensino secundário (nos dois últimos anos:


curso clássico, curso científico, curso comercial, curso técnica geral)

Tendo noção de que este modelo não seria implementado, o mesmo sugeriu:

 Escolas normais (técnicas, modernas, psicológicas e pedagógicas;


pessoal habilitado; curso de férias para professores; redução dos
programas escolas infantis (pessoas que estudem Montessori).

António Sérgio apela então à participação de todos nas mudanças que propõe,
pois com o apoio da nação, será possível construir uma verdadeira
democracia.
Opinião Pessoal/Comentário

Na minha opinião e após a leitura deste capítulo, concluímos que o mesmo gira
em torno da educação. Fazendo referência ao que nos diz o texto acerca da
escola dar à sociedade o que a mesma quer, isto é, os diplomas e, não
trabalhar a educação, podemos comparar isso mesmo à situação atual que se
vive pois, o que acontece, nos dias de hoje, é que a maioria das pessoas que
tem um diploma, deixa a educação de lado pois, aquilo que realmente queriam,
já têm, valorizando-se, deste modo, apenas as suas competências e não o que
é realmente importante, isto é, a educação do ser.

Nomes: Ana Fernandes, Mariana Sá, Micaela Dantas, Sara Rio e Tatiana Ruivo

Números das alunas: 21806551, 21803502, 21806984, 21805132, 21806151,


respetivamente.

Turma: 2D1 – CEES

Unidade Curricular: História da Educação

Docente: Maria Neves Gonçalves

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