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A Socialização

Catarina Mateus a21905789


Psicologia da Educação
Ciências da Educação - Educação Social

2022
Resumo, 2ª parte – Texto 5 – A SOCIALIZAÇÃO
No que diz respeito a este texto que nos foi anteriormente apresentado, o mesmo remete para
a socialização.
Definida como o caso em que uma determinada situação é definida ou clarificada aos recém-
chegados a qualquer grupo, ou em que existem dispositivos sociais para garantir que as
esperadas expetativa comportamentais recíprocas, ou papéis, sejam aprendidas, a socialização
comporta ainda consigo duas grandes perspetivas, as quais são apresentadas no decorrer do
texto, seguindo-se os respetivos agentes desta abrangente temática.
Abordando a primeira perspetiva mencionada, nomeadamente a “Perspetiva Estrutural”, a
mesma visa, segundo o autor, a perceção dos papéis aprendidos pelos indivíduos ao longo da
vida, enquanto estes passam pelas várias posições de que podem dispor, referindo-se, nesse
sentido, que qualquer grupo poderá ser também considerado como um conjunto de posições
sociais, as quais se encontrariam estruturadas de acordo com uma determinada forma, visto
que todos os indivíduos esperam igualmente um determinado comportamento uns dos outros.
Porém, desta mesma perspetiva, como é possível verificar, advêm também diferentes relações
com muitas partes da sociedade, as mesmas relacionadas com o ciclo vital, os grupos etários,
os papéis atribuídos e os papéis adquiridos, as dimensões da socialização e, por último, a
socialização antecipatória.
Assim sendo, inserida numa diversidade de padrões, estes relacionados com a autoridade,
características de permanência, nasce a estrutura social, a partir da qual se espera que a
criança se prepare de uma forma a que, quando crescer, saiba desempenhar aqueles que serão
os seus papéis. Por sua vez, do adulto, espera-se igualmente um comportamento mais
simultâneo.
Contudo, uma possível consequência deste mesmo desempenho sucessivo ou simultâneo de
papéis e a mesma mencionada no texto, remete para o facto de a estrutura social se manter
unida de uma forma mais ou menos coesa, tal com o intuito de possibilitar ao indivíduo a
oportunidade de ter todo um conjunto de, e como mencionado anteriormente, relações com
diferentes partes da sociedade em que se encontra inserido, divisão esta que terá ganho a
então designação de ciclo vital. Porém, as divisões que ocorrem no seu interior poderão ser,
por vezes, reconhecidas como graus etários, como o próprio texto o menciona, cuja transição
é frequentemente assinalada, por exemplo, através da concretização de cerimónias e, acima de
tudo, pelas transformações fisiológicas. No entanto, o texto realça o facto de que existe um
determinado conjunto de posições e papéis que não podem ser facilmente recusados ou, pelo
contrário, recusados de todo. Nesse sentido, os que ocupam essas mencionadas posições, têm
de se comportar como se espera que o façam. Não obstante, é de destacar a também existência
de uma ligação entre os papéis adquiridos e os atribuídos, visto que os possíveis destinos a
traçar por cada sujeito, estes através da estrutura social, são largamente determinados pela
natureza das posições sociais em que o mesmo é colocado, ou seja, os papéis que cada
indivíduo pode adquirir são, na grande maioria das vezes, limitados pelos seus papéis já
atribuídos.
Na sequência de finalizar esta primeira perspetiva, o texto menciona o conceito de
socialização antecipatória, conceito que remete, resumidamente, para a possibilidade de a
criança aprender, de um modo mais eficaz, o comportamento que se espera que esta venha a
demonstrar posteriormente, visto que, de uma forma mais ou menos consciente, ter-lhe-á sido
fornecida uma preparação considerada prévia, surgindo deste processo, a designação
anteriormente mencionada.
Destaca-se, portanto, que todo o processo de socialização, ainda que antecipatória, assume
aqui um lugar de grande importância, na medida em que, se for considerado adequado, poderá
vir a facilitar aquela que será a transição do sujeito para posições futuras.
No que concerne agora à segunda perspetiva, concretamente a “Perspetiva Interpessoal”, a
mesma constata que os comportamentos esperados ou os então papéis podem ser efetivamente
apresentados segundo uma configuração suscetível de ser concetualizada como uma estrutura
social. Porém, a questão que este texto nos coloca é se estes são realmente aprendidos. Assim,
é de destacar a tentativa do autor em focar como os vários sujeitos interagem entre si, como se
manifesta a definição de realidade social, tal de forma a possibilitar a oportunidade de o outro
apreender as suas ideias e torná-las suas.
Assim, um modelo possivelmente útil para verificar a forma como surge o então processo de
socialização, este a nível interpessoal, remete para a ideia da modelação recíproca, um
conceito que pode descrever o modo como dois sujeito se moldam um ao outro, à medida que
atuam uma sobre a outra. Em segundo lugar, o então feedback, ao contrário do conceito
abordado anteriormente, procura indicar ao sujeito como este se deverá comportar.
Seguidamente, o autor estabelece a ideia, considerada fundamental, de sanções, as mesmas
aqui abordadas para assegurar o comportamento desejado para o indivíduo, sendo, por isso,
utilizadas em qualquer situação de aprendizagem, visto é que devido a estas que o mesmo
poderá apreender a definição do seu papel. O terceiro tópico leva o autor a abordar o
desenvolvimento do eu, o qual, abrangendo, primeiramente, um conjunto de capacidades,
poderá englobar as de cariz natural, ou seja, as que nascem juntamente com a criança, e as de
cariz pessoal, isto é, aquelas que são desenvolvidas posteriormente, à medida que decorre o
processo de crescimento da criança. Porém, o autor do texto esclarece que, devido à
diversidade de caminhos que cada indivíduo pode tomar, cabe a este optar por um,
eliminando, consequentemente, todos os outros caminhos a traçar. Deste modo, nasce,
destacado pelo autor como segundo subtópico, o conceito de opção, sendo este dado a
conhecer ao leitor como uma capacidade, a qual se assume como um elemento central em
qualquer processo de socialização, embora nunca aprendido no vazio, visto que desde uma
fase precoce, a criança vê-se, através dos pais, rodeada por um conjunto de regras, alcance de
objetivos e exigências que poderão ser alvo de uma constante alteração. Como último
subtópico, o autor enfatiza a existência de três estádios de desenvolvimento distintos,
remetendo o primeiro para a então “simbiose psicológica”, estádio que aponta para o facto de
o indivíduo se assumir como culturalmente neutro, competindo à sua progenitora propor
regras e objetivos e fazer com que o filho se sirva desta para qualquer atividade intelectual
considerada necessária para a respetiva execução das suas intenções, existindo, deste modo e
entre ambos, o então comportamento amoroso. Tendo o seu fim, a criança transita agora para
o designado período dos jogos sociais, o qual se assume como crucial para o processo de
socialização, uma vez que é a partir deste que a criança aprende a distinguir as pessoas e as
próprias coisas, estabelecendo ou cortando, de uma forma voluntária, laços sociais com os
outros. Por último, a abordagem feita ao elemento da desviância reflete-se como o último
ponto que constitui parte da estrutura interpessoal, ponto este que, segundo o autor, é
caracterizado pelo momento em que o indivíduo infringe as regras que vigoram numa dada
altura ou como o comportamento que ultrapassa a margem da então tolerância.

Dando agora luz ao último tópico, o mesmo remonta para a existência de quatro agentes de
socialização, os quais poderão até ser vistos como cruciais. Nesse sentido, a família, a escola,
o grupo de colegas e, por último, os meios de comunicação em massa serão os agentes que
permitirão a criação de uma versão da realidade social.
No que respeita à família, a mesma representada, de acordo com a criança, de uma forma
hierárquica, o texto enaltece o facto de que, em épocas anteriores, era esta quem
proporcionava todo um ambiente de aprendizagem, a mesma no que concerne aos papéis de
todos os tipos. Porém, por consequência das diversas experiências adquiridas, estas, em
grande parte, do contexto familiar, possibilitaram toda uma oportunidade para a criança se
tornar um membro ativo. Contudo, devido ao facto de este primeiro agente deter um efeito no
que concerne à forma como as crianças são socializadas, destaca-se a necessidade de a criança
aprender, por parte de membros das suas famílias, os diversos papéis considerados primários.
Partindo, por sua vez, para o tópico seguinte, a escola reflete-se como um elemento essencial,
na medida em que, como realça o texto, são poucos os progenitores que detêm a capacidade
de ensinar aos filhos o que estes precisam de saber para desempenhar os seus papéis.
Contudo, aquando do seu ingresso na escola, o texto enfatiza a possível discordância de
valores entre o discente e o próprio docente, o que nos permite concluir que, embora a escola
represente um forte agente de socialização, as várias restrições são os elementos a avaliar,
uma vez que as designadas contra-influências são, geralmente, encorajadas pela presença da
criança na escola e nos diversos grupos de jovens, termo este que nos remete para o então
terceiro agente desta temática. Os grupos de colegas, destacado pelo autor devido ao facto de
ser considerado por este espontâneo e dedicado a momentos de lazer, associa-se a qualquer
grupo de indivíduos considerados idênticos, devendo estes ser vistos como um conjunto de
sujeitos que desempenham papéis normais no decorrer do seu processo de socialização,
fornecendo, aos que se encontram a crescer, experiências que, para muitos, não se encontram
no contexto familiar. Finalizando, o autor introduz o último agente deste processo,
nomeadamente os meios de comunicação em massa, os quais se assumem como um conceito
que tem vindo a associar-se, cada vez mais, a um meio considerado específico,
proporcionando às crianças toda uma oportunidade de obterem informação, lazer e modelos
de papéis vistos como bastante influenciadores.
Conclui-se, portanto, que o objetivo deste texto, como o próprio autor menciona, terá sido
apresentar um quadro de referência teórico que possa utilizado para examinar a socialização
em pormenor. Primeiramente, ter-se-á descrito a passagem da criança através da estrutura
social, seguindo-se a posterior introdução da noção de sociologia da aprendizagem, centrando
a sua atenção no que respeita ao nível interpessoal.

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