J´ai encore la stupide habitude de dire tout de que je sens
A autora dá inicio a obra citando uma frase que sua mãe repetia para ela quando criança, logo em seguida a mesma cita Rosa Luxemburgo, ao se identificar com seu desabafo de que fazer comentários e produzir argumentos que expressem o que ela pensa para aqueles que estão lendo, é um verdadeiro desfio para a autora. A diante Inês confessa que imagina e deseja por um mundo melhor e que esta obra busca por isso, pela emancipação dos fazeres pedagógicos, propondo ideias para os que desejam assim como a autora a liberdade diante de todo trabalho pedagógico. Com isto, temos no primeiro capitulo reflexões que buscam compreender de que maneira os processos e modos de regulação democráticos podem contribuir para a emancipação social. Abordando a discussão sobre os processos de dominação cultura e de formação das identidades individuais e coletivas dos aspectos dominativos, buscando por alternativas. Para o segundo capitulo temos um estudo epistemológico do que é e do que pode ser o cotidiano, buscando entender esse termo, para além disto há também reflexões a respeito do modo de como a autora ver as articulações entre a vida cotidiana e as estruturas sociais, tanto pelo lado epistemológico, quanto político. Já no capitulo três as reflexões se voltam para os elementos metodológicos da pesquisa sobre os mesmos, finalizando com um debate em torno das observações do cotidiano. No quarto capitulo são apresentados e discutidos os resultados das observações registradas e da entrevista realizada com uma professora na qual foi possível evidenciar as múltiplas esferas de formação no fazer pedagógico de Sandra, assim como as formas de sua inserção social nos diversos espaços estruturais na constituição de seus valores e ideias. O ultimo capitulo busca sintetizar e recompor as dimensões políticas e epistemológica já trabalhadas anteriormente, na busca de pensar o possível papel da escola e das pesquisas que se realiza para a emancipação social e para a construção da sociedade democrática. Regulação e emancipação no cotidiano da escola: o que dizem as práticas A autora dá inicio a este capitulo falando sobre como a pesquisa de campo objetivou captar nas praticas cotidianas das professoras, elementos que buscam compreender os modos singulares pelos quais as subjetividades de cada uma delas são formadas. Por isso, supôs poder compreender os elementos de suas formações que interviam no processo de desenvolvimento de suas práticas pedagógicas, na medida em que elas viabilizam o processo de formação de agentes. Essa pesquisa tem interesse no fato dos afazeres dos sujeitos sociais aos seus processos de formação, no que se refere ao aceso a saberes formais e saberes e valores que se fazem presentes. Portanto a partir do que Fatima relata em sua observação participante realizada durante meses na escola pode-se fazer elementos da formação de Sandra em espaços estruturais. Com o objetivo de compreender o fazer das professoras e considerando o processo de tessitura desse fazer vinculado com processos de formação, estas são grades que ajudam. Podendo afirmar que a formação de que somos se produz em como nos inserirmos em cada espaço. Por outro lado, é possível capitar dimensões especificas da formação docente. Para dar início a autora explica que a própria forma de entrar no universo da escola que está sendo pesquisada para compreender as professoras e seus modos de trabalhar e os valores, sem caráter de julgamento no que é certo ou errado. Desse modo a primeira preocupação que se tem é de não chegar na escola com alguém que possui um saber superior. Para além disso tem-se o interesse politico em acabar com a hierarquia dos diversos saberes com consequências sobre os modos do cotidiano escolar que vem sendo entendido por pesquisas que não as tornam complexas, por isso a autora afirma que tem de se assumir a postura que se defende. Percebemos ainda que em determinados tipos de organização da escola a preocupação é com a valorização da produção dos alunos e com as datas importantes. Ao valorizar as produções dos alunos a escola adota postura progressista de educação, ocupando um espaço de efemérides, ou seja, posturas mais tradicionais e conservadoras que são muito criticadas por educadores progressistas. A autora acredita que a classificação hierárquica tem servido mais para os interesses da manutenção da desigualdade e também no sentido de combater essa desigualdade que este estudo se volta para a compreensão das redes de saberes e de fazeres envolvidas em toda ação pedagógica. Desse modo, buscando se deixar para trás a dicotomia hierarquizante que está fundamentada na redução do real a modelos de práticas, entende-se que só se é possível através do trabalho desenvolvido. Diante do relato de Fatima percebemos que a professora usava livros paradidáticos no seu trabalho, afirma a autora. Essa era uma estratégia comum, porem nem sempre era aceita por pedagogos conservadores, pois estes se preocupavam com o aprendizado cientifico, que supostamente estava ausente nesse tipo de material. Outra coisa que chama a atenção de Fatima é o fato dos alunos tratarem a professora pelo próprio nome, e não por tia que é o mais comum o que a leva a questionar a professora, que a disse que considera importante a parte afetiva, mas que ao ser chamada de tia remete a algo que não é profissional, que desvaloriza a sua profissão e impede a resistência da luta dos professores pelos seus direitos. A presença desses tipos de percepção do respeito entre professores e alunos no ambiente escolar nos traz a ideia do quanto são complexas as relações de cada escola. A partir disto os alunos constroem seus próprios valores.