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Capítulo IV

Comparação entre lugares

Comentário

Catarina Mateus a21905789

Ciências da Educação – Social | Educação Comparada| 05.10.2021

2022

Capítulo IV – Comparação entre Lugares


Comentário

A complexidade conceitual da educação comparada sintetizada na ideia inicial


apresentada por Maria Manzon que reforça a imagem da educação comparada como
prática nas universidades e associações da área específica.

A educação comparada no contexto educacional brasileiro tem sido marcada por duas
características culturais, a falta de domínio de idiomas estrangeiros por acadêmicos da
área educacional e a ausência de programas de pós-graduação específicos da área. A
falta de domínio de línguas estrangeiras limita o acesso ao conhecimento publicado
internacionalmente na área educacional por acadêmicos brasileiros. Na medida em
que os trabalhos de autores clássicos não são traduzidos para o português ou para o
espanhol, eles não fazem parte do repertório acadêmico e intelectual dos profissionais
da área da educação. Por esta razão, a atualização dos conhecimentos produzidos na
área da educação comparada se realiza de forma lenta e pontual. A inexistência de
programas específicos na área de educação comparada e educação internacional,
apesar do grande número de cursos de pós-graduação em educação e o não
oferecimento da disciplina de Educação Comparada no currículo dos cursos de
Pedagogia não têm incentivado a produção e a tradução de livros na área.

Tradicionalmente, o foco das análises de Educação Comparada tem sido nas entidades
geográficas como a unidade de comparação. Como este livro mostra, as comparações
podem ser feitas utilizando uma série de outras unidades para análise, entre as quais,
culturas, políticas, currículos e sistemas. Mesmo assim, até essas áreas alternativas se
encontram inextricavelmente atreladas a uma ou mais localidades. Portanto, a
investigação das respetivas entidades geográficas como aspetos focais de pesquisas no
campo de Educação Comparada é essencial.

Este capítulo concentra-se sobre a dimensão geográfica/espacial do cubo e explora


outras unidades que o cubo não contempla especificamente. Tomando como
referência o artigo de Bray e Thomas, a autora faz uma revisão da literatura que tem
aparecido desde quando o artigo deles foi publicado. Os objetivos desse exercício são
três: primeiro, delinear os meandros do discurso sobre unidades de análise desde a
publicação do artigo; segundo, explicitar algumas das unidades, as quais, no modelo de
Bray e Thomas, eram meramente implícitas; e terceiro, selecionar exemplos do uso de
lugares como unidades de comparação em apenas um nível e, também, em múltiplos
níveis, com o intuito de identificar questões metodológicas. O capítulo está dividido
em quatro seções.

A primeira seção comenta algumas abordagens típicas das pesquisas de educação


comparada e, em seguida, faz algumas observações sobre o modelo de Bray e Thomas.
A terceira seção é a mais longa e seu foco é a dimensão espacial/geográfica.

A seção apresenta exemplos de entidades geográficas usadas como unidades de


análise. A seção final oferece um resumo de alguns pontos metodológicos que
pesquisadores poderiam levar em consideração quando fazem comparações entre
lugares e contextos, como aqueles evidentes nos casos da Austrália e Cingapura, e as
complexidades dos sistemas de governança educacional são fatores bastante
significativos no nível de sistema, que moldam os níveis mais baixos de escolas e
currículos. Por essa razão, precisa ser repensada uma comparação entre um lugar tão
grande, altamente diversificado e descentralizado, como a Austrália e um país
pequeno, igualmente diversificado, mas altamente centralizado como Cingapura.

A principal parte do capítulo foi dedicada à elucidação das possibilidades oferecidas


pelas dimensões geográficas/espaciais do cubo de Bray e Thomas, com seus sete
níveis: regiões mundiais, países, estados/províncias, distritos, escolas, salas de aula e
indivíduos. Unidades espaciais alternativas, tais como blocos econômicos regionais,
cidades e salas de aula virtuais, também foram debatidas.

Cada nível espacial capta um ângulo ou uma dimensão diferente da realidade


educacional estudada e cada um tem seus pontos fortes e fracos. As análises que
abordam os níveis superiores do cubo (regiões mundiais, países, estados/províncias,
distritos) contribuem, na medida em que apresentem um quadro amplo, que mostre
os padrões educacionais e demográficos., embora sejam úteis e significantes, mostram
uma tendência de passar por cima de certos padrões importantes, de aspetos distintos
dos níveis meso e micro, e da influência destes sobre os eventos educacionais. Um
retrato completo e realista dos determinantes de fenômenos educacionais nessas
entidades somente pode ser obtido mediante a exploração dos níveis micro (escola,
sala de aula, indivíduos) e, no caso de países altamente diversificados e/ou
descentralizados, mediante a exploração do nível meso (província, distrito). Essa fina
análise de patologias educacionais é importante não somente para a compreensão do
campo conceitual como também para o melhoramento de políticas. A realização de
análises em múltiplos níveis não precisa ser restrita ao campo ou às ferramentas da
pesquisa de educação.

De facto, a análise comparada em múltiplos níveis é desejável e viável. Enquanto a


maioria dos estudos dessa natureza requer a mobilização de recursos em grande
escala dentro de países ou entre países, este capítulo mostrou Comparações entre
lugares dá exemplos de comparações em múltiplos níveis que estão ao alcance da
maioria dos pesquisadores em educação comparada que trabalham com os níveis mais
baixos da sala de aula e do indivíduo, pesquisas comparadas são capazes de fornecer
ferramentas que permitem a revelação e a compreensão, a partir de realidades
educacionais complexas, de relações imbuídas com sentido, na medida em que
busquem equivalências conceituais e linguísticas e que enfatizem a localização no
tempo e no espaço de determinados fenômenos sociais.

Gostei bastante da tua apresentação, foi pormenorizada, mas não em demasia, não sei
se foi para despertar o interesse para quem não leu, mas creio que foste bem-sucedida
porque o título da obra deixa alguma curiosidade e conseguiste deixar a curiosidade,
porém relevaste alguns pontos que achaste relevantes, ou que são importantes,
porque o capítulo em si sintetiza que a comparação entre lugares constitui um ponto
de partida fascinante para a investigação de uma variedade de fenômenos
educacionais em diversos níveis e também permite que a discussão se amplie para
abarcar e explorar outras unidades de análise que se encontram inextricavelmente
atreladas a localidades.

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