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Universidade Estadual de Santa Cruz

Disciplina: Indrodução à Geografia

Docente: Paulo Rodrigues dos Santos

Discentes: Maria Eduarda Marques, Láysa Vida e Ruan Lucas Ribeiro

RESENHA

REFERÊNCIA

TRINDADE A,G.; CHIAPETTI, N,J,R. Discutindo a Geografia: Doze razões para se


(re)pensar a formação do professor. (orgs.) / Ilhéus : Editus, 2007. 426p.

ISBN: 978-85-7455-140-1

Resenha feita com base no artigo condido no livro ´´Discutindo a Geografia: doze
razões para se (re)pensar a formação do professor´´, artigo esse do autor Paulo
Rodrigues dos Santos, que questiona as (des)articulações existentes entre a
Geografia Universitária e a Geografia Escoilar, tbm questiona se o conhecimento
produzido na universidade está efetivamente aproximando essa instância da
educação básica.

Introduçao - 333

A presente resenha pretende analisar primeiro descritivamente e depois


criticamente, o artigo está dividido em cinco seções. A primeira seção é destinado a
introdução, a segunda o ensino de geografia, terceira sobre abordagens geográficas
sobre a história recente do ensino de geografia, quarta, focos de resistência na
geografia acadêmica, quinto, o conhecimento científico e o conhecimento cotidiano.
O objetivo da pesquisa foi avaliar o conhecimento escolar a partir da participação do
saber popular, do conhecimento dos alunos e dos próprios professores, enquanto o
conhecimento cotidiano.
Para justificar a pesquisa, o autor destaca que de tal maneira os discursos
educacionais vem apontando o insucesso dos alunos através dos professores como
grande fracasso em escolas de redes públicas. Enquanto os professores carregam o
peso como de pessoas ter que saber lidar com as problemáticas, estarem
preparados para qualquer situação, acompanhar tendências de ensino sobre os
alunos e etc. Então, percebe-se que o autor ressalta a ideia de que não é, e nunca
foi fácil ter um papel de cargo de ser pedagógico, e contribuindo que o sistema
educacional básica brasileira é falha.

´´Ensino de geografia, do que estamos falando?´´ - 336

Neste segundo tópico, aborda alguns efeitos da indestinção entre EG e GE para


textos voltados as questões pedagógicas. Resumindo, o autor comenta a diferença
sobre EG (ensino de geografia) e o GE (geografia escolar). O EG é um espaço de
conhecimento acadêmico sobre as disciplinas que tratam mais diretamente da
dimensão pedagógica do pensamento geográfico, e já o GE abriga o conhecimento
do aprendizado dos professores em escola de diferentes níveis de ensino, com o
objetivo da formação escolar de seus alunos.

No artigo destaca-se "A passagem do saber universitário ao saber ensinando",


nesse trecho traz uma ideia de que todos os saberes e conhecimentos tem como
fonte de origem a universidade, então, reforça que a escola é um lugar de aplicação
de conhecimentos desenvolvidos na universidade. Portanto, com a formação na
universidade, possuímos o saber acadêmico, e o papel do estágio é basicamente ir
para escola e aplicar o conhecimento, então olhamos para a escola como um lugar
onde aquilo que se desenvolve na universidade e vai se desenvolver na escola.

´´Abordagens geográficas sobre a história recente do ensino de geografia´´ -


343

A história recente do ensino de geografia no Brasil tem sido marcada por diversas
abordagens geográficas que têm influenciado as práticas pedagógicas em sala de
aula. Uma dessas abordagens é a Geografia Crítica, que se desenvolveu a partir
dos anos 70, como uma resposta ao ensino tradicional de geografia, que era visto
como superficial e mencionava apenas fatos e informações sobre o espaço
geográfico. A Geografia Crítica busca analisar e interpretar as relações sociais e
políticas presentes no espaço geográfico, com o objetivo de contribuir para a
formação crítica e participativa dos alunos. O trecho de Paulo Rodrigues
“Abordagens geográficas sobre a história recente do ensino de geografia” presente
na página 336 apresenta uma análise crítica e reflexiva sobre a evolução do ensino
da geografia no Brasil ao longo das últimas décadas.

No texto, o autor destaca que até a década de 1960 a geografia era vista apenas
como uma disciplina descritiva, voltada para memorização de conteúdos. Entretanto,
a partir dessa década, surgiram novas correntes teóricas que buscaram mudar esse
paradigma, tais como a Geografia Crítica e a Geografia Radical, que problematizam
a sociedade e suas relações com a natureza. O autor também ressalta a importância
do movimento da Nova Geografia, que surgiu na década de 1970, e pregava a
renovação do ensino de geografia, incentivando a interdisciplinaridade e a
contextualização dos conteúdos. Segundo Rodrigues, a Nova Geografia teve um
grande impacto no ensino de geografia, influenciando a formação de novos
professores e a produção de novos materiais didáticos. Contudo, o autor também
expõe as limitações do ensino de geografia atual, que muitas vezes não consegue
acompanhar as transformações da sociedade contemporânea e não incorpora
discussões importantes como a crise ambiental e a globalização.

Em resumo, o texto apresenta uma análise crítica e reflexiva sobre o ensino de


geografia no Brasil, destacando suas transformações e avanços, mas também
apontando seus desafios e limitações. O autor demonstra um profundo
conhecimento da área e oferece importantes contribuições para a reflexão sobre o
tema.

´´Focos de resitência na geografia acadêmica´´ - 353

Os focos de resistência na Geografia acadêmica podem ser identificados por meio


de algumas linhas de tensão que persistem ao longo do tempo, mesmo diante das
transformações que a disciplina tem vivenciado. Dentre essas linhas de tensão,
podemos destacar as seguintes:

•Contraposição entre abordagens qualitativas e quantitativas: a Geografia tem sido


palco de um intenso debate sobre as metodologias empregadas na pesquisa
geográfica, com alguns pesquisadores defendendo uma abordagem mais
quantitativa e outros argumentando em favor de uma abordagem mais qualitativa,
com ênfase na interpretação e compreensão dos fenômenos estudados.

•Debate sobre o papel da Geografia na sociedade: ao longo das últimas décadas, a


Geografia tem sido objeto de críticas que questionam a capacidade da disciplina de
contribuir de forma significativa para a compreensão e transformação dos problemas
sociais contemporâneos.

Essas tensões e conflitos evidenciam que a Geografia continua a ser um campo de


disputa, no qual diferentes perspectivas teóricas, metodológicas e políticas se
enfrentam e se contrapõem. Nesse sentido, os focos de resistência na Geografia
acadêmica são, ao mesmo tempo, expressão das fragilidades e das potencialidades
da disciplina, revelando os desafios que ainda precisam ser enfrentados para que
ela possa cumprir plenamente o seu papel na compreensão e intervenção no mundo
contemporâneo.

No trecho "Focos de resistência na geografia acadêmica", Paulo Rodrigues destaca


a importância de se pensar e debater sobre os lugares de fala e as vozes que
constituem a produção do conhecimento geográfico. A geografia como área do
conhecimento tem passado por mudanças significativas em seu objeto de estudo e
em sua metodologia, que refletem as transformações na sociedade e nas relações
entre espaço e poder. No entanto, é importante reconhecer que as vozes
dominantes ainda ocupam um espaço privilegiado na produção e difusão do
conhecimento, o que limita a diversidade de perspectivas e abordagens que
deveriam ser valorizadas.

Rodrigues destaca a necessidade de um diálogo aprofundado e crítico sobre as


epistemologias, metodologias e práticas que têm sido adotadas na geografia. Isso
significa dar voz aos grupos e sujeitos silenciados, subverter as hierarquias
acadêmicas e ampliar o reconhecimento das geografias produzidas a partir de
experiências e saberes locais.

´´Entre o conhecimnto científico e o conhecimento cotidiano´´ - 355

Este texto apresenta uma discussão sobre a Geografia Escolar (GE) e seu papel na
educação básica (EB) brasileira, destacando a presença de relações de poder e
dominação no campo. Sua análise sobre a condição da GE como espaço de
confluência de discursos e relações de poder é muito relevante e contribui para uma
compreensão mais profunda da realidade educacional brasileira. De fato, o
conhecimento escolar não pode ser reduzido a nenhuma outra forma de
conhecimento, seja científica ou cotidiana, pois é um conhecimento social e
pedagogicamente construído, que resulta da interação entre diversos atores e
discursos no contexto escolar.

É importante que o ensino de Geografia na escola considere a existência do


conhecimento cotidiano dos alunos e valorize como um recurso para a construção
do conhecimento escolar. É possível que a incorporação do conhecimento cotidiano
na sala de aula contribua para a construção de uma Geografia mais próxima da
realidade dos alunos, e que seja capaz de engajá-los no processo de aprendizagem.

No entanto, é importante também desenvolver a consciência crítica e filosófica para


avaliar e interpretar o conhecimento de forma mais ampla e rigorosa. Isso significa
questionar as informações que recebemos e buscar entender as implicações sociais,
políticas e éticas dos avanços científicos. A compreensão da ciência não deve ser
baseada apenas na aceitação acrítica de informações, mas sim na compreensão
profunda dos conceitos e princípios científicos subjacentes.Portanto, é necessário
buscar um equilíbrio entre o conhecimento prévio, o conhecimento científico e a
consciência crítica para um desenvolvimento intelectual e social completo.

Em resumo, o texto apresenta a ideia de que o conhecimento cotidiano e o


conhecimento científico são distintos em sua natureza e características
epistemológicas, e que o conhecimento escolar pode integrar e enriquecer ambos os
tipos de conhecimento. A valorização do conhecimento cotidiano pode contribuir
para a formação de uma cultura escolar mais inclusiva e autônoma, que considera a
diversidade de saberes e experiências dos alunos.

A partir da leitura do artigo foi possível perceber que desenvolveu algumas reflexões
em torno da produção acadêmica identificada como ensino de geografia. Com uma
linguagem acessível, Rodrigues aborda o texto com os aspectos de clareza,
explicando detalhadamente as pautas, e apresentando uma boa compreensão. A
partir da leitura e avalição, inidica-se este artigo para alunos de licenciatura de
geografia, e professores que já atuam nesta área.

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