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NOME FACULDADE

Nome DO Aluno
Número da Matrícula

O ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO


A exclusão da grade curricular nas instituições educacionais.

Cidade, estado
Mês/Ano
Nome Faculdade

O ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO


A exclusão da grade curricular nas instituições educacionais.

Nome do Aluno
Nº Matrícula
Tutor/a: MAIÚSCULO

Cidade, estado
Mês/Ano
RESUMO

Escrever ou pensar a educação em geral é arriscado. É impossível pensar o


ensino em uma nação, principalmente com as características de um País cujas
dimensões territoriais sejam enormes como o Brasil. Isso aliado às variações
regionais, linguísticas (embora similares) e, principalmente com referência às
características socioeconômicas distintas, tanto de cidade para cidade quanto
estado para estado.
É impossível dar as mesmas recomendações para a educação primária e
secundária, e mesmo no ensino médio, como na universidade.
A aptidão que os alunos têm de escolher com mais critérios entre as opções e,
portanto, o grau em que podemos capacitá-los, muda muito com a maturidade.
O debate atual não é se estamos diante de uma mudança de paradigma na
educação, mas o que precisa ser feito para redefini-la. Como inserir parâmetros
curriculares distintos e iguais se, as condições são diferentes em dada região?
Esclareço que a abordagem a projetos como o ENSINO DA FILOSOFIA no
Ensino Médio será o foco, mas a abordagem se dará pela literatura elencada
nesta proposta de estudos e avaliação acerca do que os pensadores e
estudiosos fizeram até aqui e a importância, desta, na educação no Brasil. É
por isso que serei cauteloso, mesmo que ouse compartilhar intuições, não
julgar nenhum programa em particular, mas refletir sobre sua possível
generalização para outros contextos ou sobre a validade dos princípios
subjacentes que são propostos como a solução para o ensino futuro da
Filosofia no Ensino Médio.
Ao final, a análise revelou que o Ensino da Filosofia pode estar mais vinculado
a temas ligados à ética; valores e atitudes dos cidadãos, o que vai de encontro
com o pensamento político do Brasil, onde, manter o Poder, vai além do que
modificar o saber.

Palavras-chave: Educação; Ensino de Filosofia; Metodologia; Filosofia;


Aprender
ABSTRACT:

Writing or thinking about education in general is risky. It is impossible to think of


teaching in a nation, especially with the characteristics of a country whose
territorial dimensions are enormous like Brazil. This coupled with regional,
linguistic (albeit similar) variations, and especially with reference to distinct
socioeconomic characteristics, both from city to city and state to state.
It is impossible to give the same recommendations for primary and secondary
education, and even in high school, as in the university.
The aptitude that students have to choose with more criteria among the options
and, therefore, the degree to which we can train them, changes a lot with
maturity.
The current debate is not whether we are facing a paradigm shift in education,
but what need stobedoneto redefine it. How to insert different and equal
curricular parameters if conditions are different in a given region?
I clarify that the approach to projects such as TEACHING PHILOSOPHY in
High School will be the focus, but the approach will be given by the literature
listed in this proposal for studies and evaluation about what thinker sand
scholars have done so far and the importance of this, in education in Brazil.
That is why I will be cautious, even if I dare to share intuitions, not to judge any
particular program, butt or effect on its possible generalization too ther context
sor on the validity of the under lying principles that are proposed as the solution
for the future teaching of Philosophy in Teaching Medium.
In the end, the analysis revealed that the Teaching of Philosophy maybe more
linked o themes related to ethics; values and attitudes of citizens, which goes
against the political thinking of Brazil, where, maintaining power, goes be yond
modifying knowledge.

Keywords: Education; Philosophy teaching; Methodology; Philosophy; Learn


1. INTRODUÇÃO 6

2. Qual a Importância do Ensino de Filosofia no Ensino Médio e na


Educação, uma vez que a disciplina está sempre ameaçada de ser
cortada/eliminada da grade curricular brasileira? 7

3. O vai e vem histórico do Ensino de Filosofia no Brasil 8

4. Pensando a Filosofia na Educação 9

5. A busca pelo ensinamento da Filosofia 10

6. O pensar Filosófico na Educação 12

7. O papel de educar 13

8. Experiência Filosófica em Sala de Aula 15

9. Técnicas de Estudo 16
9.1 Técnicas ou habilidades instrumentais básicas 16
9.2 Aplicação de fatores motivacionais: 16

10. Agora, o que o professor pode fazer quando não existe motivação
para aprender? 17

11. Recursos didáticos para as aulas de filosofia 17

12. CONSIDERAÇÕES FINAIS 17


13. REFERÊNCIAS 19
1 INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, principalmente após a década de 1950, a disciplina


Filosofia foi sendo colocada de lado nos currículos secundaristas de forma
gradual. Primeiro foram reduzidas as horas-aula da disciplina e, em dado
momento, virou optativa nos currículos escolares.
Durante o regime Militar no Brasil, mais especificamente em 1971, esta matéria
foi retirada da grade curricular do Ensino Público e, consequentemente,
privado.
Assim, o Ensino Médio (2º Grau à ocasião) foi transformado em ensino para o
trabalho. Exigia grande capacidade de concentração [no trabalho] sem
questionar os colegas, encarregados e patrões.
A presença/ausência do ensino de Filosofia no currículo das escolas de
Educação Básica e Fundamental no Brasil, e sua diminuição no Ensino Médio,
bem como a finalidade outorgada a este ensino, está intimamente relacionada
com os ideais políticos, econômicos e sociais que estão vigorando em
determinado momento histórico.
Os políticos e um grupo de estudiosos pensam e avaliam o que é melhor para
ser lecionado e empregado em sala de aula para o brasileiro. Mas,
parafraseando os antigos “o que é bom para pedreiro, não serve para
carpinteiro”.
Sabemos que as aptidões individuais dos seres humanos precisam ser levadas
em conta, ainda mais quando vivemos em mundos paralelos, embora vivamos
no mesmo período.
É preciso aceitar e modificar as receitas de Ensino-Aprendizagem da Filosofia
na educação brasileira, como aceitamos, de vez em quando mudar a omelete,
para que paremos de carregar a responsabilidade apenas nas usuais.
Fala-se muito sobre "talento para empregabilidade", “ensinar para o trabalho”,
mas menos sobre "talento gerencial para empregar".
Quando consideramos o valor que damos ao futuro, podemos compreender o
papel indispensável desempenhado pelas instituições de ensino focado em
ciência e tecnologia. Os avanços tecnológicos, a tecnificação e o progresso
científico nos mostram, por um lado, a benefícios; mas, por outro lado,

6
podemos observar a sequência de riscos para a existência humana e para o
planeta.

2 Qual a Importância do Ensino de Filosofia no Ensino Médio e na


Educação, uma vez que a disciplina está sempre ameaçada de ser
cortada/eliminada da grade curricular brasileira?

Vários estudos, pesquisas e textos acerca da disciplina de Filosofia na grade


educacional brasileira apontam que, em muitos casos, é uma “matéria” morta,
uma vez que muitas outras como História e Geografia utilizam abordagens da
filosofia em condições adversas.
Outras vezes partem dos próprios profissionais que ministram estas aulas,
relatando que o curto tempo para lecionar Filosofia não permite uma
apresentação especial e real do conteúdo propício para se alcançar os
objetivos propostos.
Na maioria das escolas brasileiras, só há uma aula de Filosofia por semana por
turma, e o tempo dedicado a ela raramente ultrapassa aos 50 minutos, com
exceção de algumas escolas particulares e Institutos Federais que lhe dedicam
uma grande maior.
A Filosofia na Educação Brasileira, principalmente o Ensino Médio, tem uma
grande importância para aqueles que trabalham com o ensino-aprendizagem
de adolescentes, pois pode ajudar os demais docentes a possibilitarem
ferramentas para que o aluno construa seu próprio pensamento, seja que
disciplina for.
Essa ação possibilita uma elaboração do senso crítico, retirando as pessoas do
estado de lacônico em que se encontram, mais em função da falta de leitura e
na massificação das redes sociais e da TV paga que chega à maioria dos lares
brasileiros na atualidade.
Já que o aluno é o protagonista da elaboração dessa vertente atual e será, no
futuro, um dos nossos administradores, empresários, governantes, será por
meio da Filosofia atual que será possível “abrir” a mente para o universo geral.
As tendências do pensamento educacional na pratica pedagógica brasileira são
as principais dificultadoras da aplicação de disciplina de filosofia na atualidade,
seja no Ensino Fundamental ou Médio.

7
A consciência filosófica e profissionalismo dos educadores podem propiciar
mais do que um ensinamento, mas um despertar de questionamentos. “Se o
homem não tem a oportunidade de desenvolver e enriquecer a linguagem,
torna-se incapaz não só de compreender o mundo que o cerca, mas também
de agir sobre ele. Se a palavra, que distingue o homem dos outros seres vivos,
se encontra enfraquecida na sua possibilidade de expressão, é o próprio
homem que se desumaniza”. (ARANHA, 2006)
Por outro lado, podemos pressupor que a Filosofia se torna um aliado das
demais disciplinas, fazendo e despertando nos estudantes a busca pelo
conhecimento e as indagações necessárias a se fazer para questionar o que se
está sendo ensinado e o motivo.
A professora e escritora filósofa Marilena Chauí faz um questionamento acerca
do ensino da filosofia no País. Segundo ela, “a primeira característica da
atitude filosófica é negativa, isto é, um dizer não ao senso comum, aos pré-
conceitos, aos prejuízos, aos fatos e às ideias da experiência cotidiana, ao que
todo mundo diz e pensa, ao estabelecido”. Num segundo momento o eu
pessoal aponta para uma forma filosófica positiva que, segundo a autora, é
“uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, situações,
comportamentos e valores”.
Mas, o “que” vem a ser Filosofia e o Ensino de Filosofia no Ensino Médio?
Quem é o educador desta disciplina? Como esta disciplina poderá ser
apresentada aos estudantes e aos demais profissionais das escolas, sem que
ela se torne uma pedra diante de tantos desconhecimentos? Com quê áreas e
metodologias poderão ser ministradas?
A pesquisa vai se aprofundar de forma exploratória, descritiva, correlacional e
explicativa através de livros, textos e pesquisas disponibilizadas na atualidade
por doutores, mestres e filósofos da atualidade, bem como daqueles
precursores do saber. A pesquisa será elencada através da literatura de livros
e artigos acadêmicos como meios técnicos de investigação documental e
bibliográfica, do corpus deste estudo.

O vai e vem histórico do Ensino de Filosofia no Brasil

8
Os Jesuítas tinham na Filosofia Religiosa o “adestramento” dos índios e dos
habitantes do território uma forma de catequisar a todos, fazendo-os crer na
supremacia de suas próprias doutrinas religiosas.
Mas, foi com a proclamação da república que o Ensino da Filosofia começou a
sofrer reveses oscilantes. Ora sua presença se fazia garantida, ora se fazia
indefinida, culminando com sua retirada com o regime civil militar.
No período republicano, principalmente posterior a 1930, aconteceram
constantes reformas no âmbito social, político e econômico, influenciando
diretamente os rumos da educação pública e, consequentemente, fazendo
eclodir inúmeras reformas e leis educacionais, como a de Francisco Campos
(1932), a de Gustavo Capanema (1942), a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (1961), a LDB (1971) e a LDB 9.394/96, atualmente em
vigor. (CARTOLANO, 1985, p.55-56).
Durante o Regime Militar no Brasil, ocorreram diversos debates sobre a
necessidade do retorno do Ensino de Filosofia no currículo.
Segundo Alves (2002) o ano de 1975 foi o marco inicial dos movimentos em
prol desta reintrodução desta na educação brasileira. Resultando na fundação
da Sociedade de Estudos e Atividades Filosóficas (SEAF) no Rio de Janeiro.
Esta era composta por filósofos, professores, estudantes de filosofia, dentre
outros profissionais da educação e do saber.
Os debates e apelos desta associação fez com que os militares promovessem
a reintrodução, no estado do Rio de Janeiro, da Filosofia (apenas como noções
de filosofia no currículo do segundo grau), garantida pelo parecer CEE n. 49,
de 21 de janeiro de 1980.
Não foi uma reabertura plena, uma vez que houve forte fiscalização por parte
do Estado de Segurança Nacional, com vistas a controlar o conteúdo
programático deste ensino que ocorria apenas no estado Fluminense.

Pensando a Filosofia na Educação

Esta segunda metade da história merece tanta atenção quanto a primeira,


porque a verdade é que há muita ignorância, retórica e hipocrisia nas
habilidades que supostamente são exigidas por boa parte dos
“administradores” de negócios e pouco sobre o “ensinar para a vida”.

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Uma coisa é o que eles dizem nas pesquisas e, outra, o que eles realmente
procuram quando contratam.
A capacidade de argumentação me parece um dos grandes déficits do nosso
sistema educacional, se este não for o mais grave.
Muitas das reclamações sobre as qualificações dos alunos têm basicamente a
ver com isso. Não é que eles não saibam escrever, entendem a história, ou
matemática, como é dito às vezes.
O problema é que os estudantes têm dificuldade em discutir o que sabem,
porque não se acostumaram a debater com seus pensamentos e retóricas
acerca do próprio aprendizado.
Esse déficit tem, é claro, um declínio político. É uma deficiência muito
incapacitante, que expulsa as pessoas dos fóruns de deliberação e
intervenção. A democracia, como quase tudo, também é aprendida e requer
exercício.
Por este prisma, a solução parece ter menos a ver com a introdução de
assuntos próximos da tradição filosófica do que com práticas cotidianas que, de
fato, já existem, embora sejam minoritárias ou desprezadas.
Os estudiosos pensam e avaliam o que é melhor, mas parafraseando os
antigos “o que é bom para pedreiro, não serve para carpinteiro”.
É impossível dar as mesmas recomendações para a educação primária e
secundária, e mesmo no ensino médio, como na universidade.
Sabemos que as aptidões individuais dos seres humanos precisam ser levadas
em conta, ainda mais quando vivemos em mundos paralelos, embora vivamos
no mesmo período.
A aptidão que os alunos têm de escolher com mais critérios entre as opções e,
portanto, o grau em que podemos capacitá-los, muda muito com a maturidade.
O debate atual não é se estamos diante de uma mudança de paradigma na
educação, mas o que precisa ser feito para redefini-la. Como inserir parâmetros
curriculares distintos e iguais se, as condições são diferentes em dada região?

A busca pelo ensinamento da Filosofia

A filosofia como cuidado, atenção e interrogação do pensamento Walter Omar


Kohan em seu livro intitulado Filosofia: o paradoxo de aprender e ensinar,

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apoiado na prática do filosofar que nasce com Sócrates, nos incita a refletir
sobre:
“a condição tensionante da filosofia e seu ensino” (KOHAN,
2009, p.11), porque, quando nos propomos a pensar esta
questão, antes de afirmarmos a impossibilidade do ensino da
filosofia ou de apoiarmos este ensino, estamos buscando
caminhos para que o espaço destinado ao ensinar e aprender
filosofia se intensifique com experiências que permitam,
continuamente, o exercício do pensamento livre, da liberdade
de expressão e da democracia. É preciso não desconhecer
essas tensões para poder pensar com base nelas um espaço
interessante em que se possa aprender e ensinar filosofia
com a maior intensidade e liberdade possíveis. Em outras
palavras, não há como evitar essas tensões – mesmo nas
propostas mais “democráticas”, nas que se fala em “ensinar a
pensar” ou em “aprender a aprender”, há sempre forças,
espaços, potências do pensamento em colisão para que haja
filosofia- e pensá-las é uma exigência para um educador
interessado em propiciar espaços de pensamento potentes,
livres e abertos à transformação de si e dos outros. (KOHAN,
2009).
Em muitas escolas das séries iniciais, no Brasil denominadas de “Creches”,
crianças de três, quatro ou cinco anos começam o dia com o caminhar pelo
espaço, murmurar (conversar) com os colegas e, alguns, até dialogam com as
educadoras-tutoras, onde se revezam para conversar sobre suas “coisas”.
O normal é que, assim que eles vão para o Ensino Básico, essa prática é
abandonada.
O que se nota dali para frente talvez possa não parecer, mas é visto como um
incômodo.
Algo mais ambicioso, mas com resultados espetaculares, é envolver as
crianças no governo de sua comunidade educacional, fazendo-as participar da
busca de soluções para conflitos. Para algumas pessoas, parece ilusão de
política partidária, outros, ufanismo.

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Os requisitos de admissão são tão extremos e a concorrência tão acirrada que
os estudantes que acabam entrando em escolas de elite nunca
experimentaram nada além de sucesso.
Portanto, a mera possibilidade de não conseguir, aterroriza e desorienta-os. O
resultado disso é uma " aversão violenta ao risco ", porque se a autoestima é
baseada ou depende da perfeição, os alunos não estarão bem equipados para
acomodar críticas.

O pensar Filosófico na Educação

Podemos nos permitir não questionar nossas crenças e aceitar acriticamente


preconceitos ou verdades? Claro que não, a menos que desejemos nos tornar
bonecos nas mãos dos outros. Não estamos fazendo um favor à sociedade (ou
a nós mesmos) se não revisarmos nossos valores para descobrir o que está
acontecendo e se, de fato, estamos livres de preconceitos e crenças errôneas,
instiladas ou não. Além disso, se certas "verdades" envolvem delimitar as
oportunidades e os direitos das pessoas.
Se o aluno é desestimulado a falar, pensar e interagir, aceitando como único e
verdadeiro aquilo que lhe é ensinado nas etapas iniciais da Educação, é
plausível que pessoas interessantes, curiosas, flexíveis e menos competitivas
costumam ser mais encontradas em escolas com menos prestígio do que em
escolas onde a pressão pelo sucesso penaliza a vontade de experimentar.
O psicólogo clínico e sociólogo SherryTurkle diz que muitas pessoas estão
presas em “eu compartilho, logo existo”, como se o ser humano precisasse
compartilhar um pensamento ou sentimento nas redes sociais para poder
realmente pensar e sentir.
Isso nos expõe ao risco de construir um falso eu, com base em ações que
achamos que os outros vão gostar.
Agora, com os telefones onipresentes, é difícil chegar a um lugar íntimo que é
verdadeiramente nosso, como costumávamos fazer com os jornais que
escrevíamos para nós mesmos.
Com o Facebook, Twitter, Instagram, WhatsApp e tantos outros meios de
comunicação rápida e curtidas vis, estamos sempre sujeitos a estímulos
externos e no modo de agir.

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Acredito que temos a obrigação de melhorar as ferramentas pedagógicas
herdadas e descartar as que não funcionam mais. Inserir a Filosofia dentre elas
é necessária e urgente. Afinal, que tipo de ensinamentos deve ser
implementado? Deve ter como objetivo promover o hábito e a capacidade de
se concentrar a longo prazo na solução de problemas?

O papel de educar

As escolas privadas possuem uma flexibilização maior que a pública, no


entanto, a pressão pelo resultado imposto pelos pais aos filhos e, dos pais
sobre a direção institucional para que “cobre” professores mais capacitados e
preparados, torna os alunos destas instituições particulares mais propensos a
alcançar sucesso do que os demais, onde os pais delegam aos professores o
ensinamento total e pleno, mesmo que este educador esteja desmotivado, seja
pelos salários reduzidos, condições do prédio em que leciona ou simplesmente
por razões pessoais.
Alguns estudiosos apontam que os mais competitivos são chamados de “raça
Salmão”. Isto porque os peixes (exemplo comparativo) são movidos pelo medo,
assim como os filhos da classe mais abastada.
Esta raça Salma possui um caminho mais aberto, porém mais estreito, querem
alguma coisa porque eles veem que outras pessoas possuem e, também o
querem. Então assumem que têm que ser bons.
“(...) a pedagogia funda-se, ao mesmo tempo, na
filosofia e em fatos positivos. A menos que se
considerem as concepções filosóficas como
movediças, ligadas às circunstâncias variáveis do
meio e aos aspectos concretos das coisas, a
pedagogia dos fins educativos permanece estável.
Nossa concepção da natureza profunda do homem
não é ou não deve ser ditada pela experiência
imediata. Ela é transcendente”. Aranha & Martins
Por este motivo é que o Ensino de Filosofia deve estar presente na educação
brasileira, tanto nas séries iniciais quanto no Ensino Médio, uma vez que tem-
se preparado mais profissionais técnicos para o mercado de trabalho e a lei da

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sobrevivência do que do questionamento sobre o porquê trabalhar. “Ora, se
nunca o homem teve tanto saber nem tanto poder em suas mãos, também é
verdade que o acréscimo de saber e de poder não tem sido acompanhado de
sabedoria. O homem contemporâneo sabe o que fazer e como fazer, mas
perdeu de vista o para que fazer”, segundo Aranha & Martins.
Segundo um interessante livro de Martha Nussbaum, citado por Lozano, as
humanidades têm um papel importante a desempenhar nessas três dimensões:
Educação que se prepara para o trabalho; Educação para o exercício da
cidadania; Educação para dar sentido à vida.
No entanto, as coisas nem sempre são o que parecem. Não nos cabe atacar
novas tendências educacionais sem conhece-las. Sermos acusadores é tão
absurdo quanto menosprezar a educação tradicional.
Outro fator que deve ser levado em conta é que, quando alcança a idade de
ser um Jovem Aprendiz no Brasil, hoje entre 14 e 28 anos de idade, embora
não considere alguém acima de 21 anos como jovem (pensamento meu),
temos mercadores do tempo. Patrões que contratam mão de obra para suas
empresas e, aqueles estudantes do ontem, preferem passar seu tempo de
ociosidade (do emprego/trabalho), em busca de momentos de prazer, evitando
a busca pelo conhecimento.
Esta cabe àqueles que possuem condições financeiras e que a família pode
permitir, que continuem os seus estudos. Já, estes, preferem seus momentos
de ócio, em busca de festas e prazeres fugazes, influindo, muitas das vezes,
no aprendizado. Mas esta não é a questão deste estudo.
A atividade filosófica corresponde ao seu tempo. O diálogo começa e nosso
mundo é definido ou redefinido; aí reside a coerência entre o filósofo tarefas e
seu tempo. Para alcançar essa correspondência entre filosofia e aquilo que
sempre diz respeito aos seres, o diálogo é indispensável. Na filosofia e na
ciência a formulação de perguntas constitui o começo do conhecimento, mas
também do diálogo que se desenrola através de outras questões, que se abre
para uma investigação mais aprofundada e busca um entendimento mais
completo.
A abertura e a constante formulação de perguntas são não uma deficiência de
atividade filosófica, mas, precisamente o que define separar. Pedir já é
consciência e conhecimento.

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Na questão está a relevância da filosofia para o nosso século, seu significado e
natureza que nos traz mais uma vez às questões elementares do ser humano.
Marilena Chauí aponta que a “Filosofia não se restringe às ideias abstratas,
muito menos se volta apenas a si mesma. Tudo em nossa realidade de alguma
forma se relaciona com a filosofia, incluindo aquilo que as demais disciplinas
estudam”.
Talvez por isto há um certo pré-conceito contrário a este ensinamento dentro
das escolas, principalmente na Rede Pública de Ensino.
Por este prisma, entender que a Filosofia é mais que um conheci8mento, mas
um complemento para o saber, uma busca constante e plena pela atitude e
forma de agir perante várias nuances, podemos recorrer a MURCHO (2002),
que aponta o desvendar para a natureza da Filosofia e o seu Ensinamento, ao
afirmar que: “não podemos estudar Filosofia da Arte, sem nada saber de Arte,
não podemos estudar Filosofia da Linguagem, sem nada saber de Linguística;
não podemos estudar metafísica, sem nada saber de Lógica” (MURCHO, 2002,
P.14).

Experiência Filosófica em Sala de Aula

O educador deve levar em conta que o Ensinar a Aprender deve ser entendido
na mesma medida do que o Ensinar a Saber. O estudante-aluno como um
aprendiz está envolvido em vários saber e problematizações ao mesmo tempo.
Uma em casa com pais ou tutores do lar; no serviço com colegas de trabalho,
encarregados e patrões; outra com a vida em si, amigos, relacionamentos
afetivos e o educacional, colegas de classe, de escola e os profissionais da
educação.
Não é um fato isolado, mas conjunto. Portanto, o professor precisa entender
que o seu ensinamento, seja da disciplina que for, estará inserida num contexto
mais complexo do que o que tentará impor como verdadeiro (pois é assim que
ele leciona) para aquele estudante com suas limitações e capacidades. Não
podendo individualizar, é necessário que permita um raciocinar lógico do
conteúdo ministrado e o que ele, e como ele, poderá ser concebido pelos
estudantes.

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Assim, pode-se abrir uma janela para a experiência filosófica da disciplina,
permitindo uma autonomia ao aprendiz, sobre o que pensar, no sentido de que
o estudante não apenas lê, mas como ele entende o “corpus” que lhe está
sendo ministrado.
Para o aluno, esta nova experiência (disciplina) é sensível e lhe está sendo
desvendada, como no Mito da Caverna, de Platão, que lhe é descortinada
paulatinamente e passo a passo. Esta experiência deve ser vivenciada pelo
estudante no momento que ela acontece e que lhe surge. Conforme avaliam
GUIDO, GALLO, KOHAN.
“A emancipação intelectual, consiste no exercício do direito
próprios problemas, na experimentação sensível dos pro-
blemas singulares. Apenas com isto será possível
experimentar um pensamento original, que seja
engendrado no próprio ato de pensar. Experimentar os
próprios problemas GUIDO, GALLO, KOHAN, 2013. P
125).

Técnicas de Estudo

Uma variedade de programas para Ensinar a Pensar, ou Ensinar a Saber, são


os denominados programas de técnicas que podem ser adotadas pelos
professores, assim como as variantes, tendo para o contexto e o momento em
que está inserida.
Algumas devem ser favorecidas dentro da escola, especialmente na fase de
ensino Primário, pois são aqueles que predispõem e se preparam para um
aprendizado melhor e mais funcional, e não aqueles que se preparam para os
exames.

Técnicas ou habilidades instrumentais básicas: são adequadas para o


Saber como Entender e Assimilar as informações em estudo. Todas as
atividades relacionadas a:
• Compreensão de leitura: através das técnicas clássicas para sublinhar,
resumir e diagramas, mapas conceituais.

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• Coletar informações sobre um tópico com o uso de dicionários, biblioteca,
notas e meios tecnológicos da atualidade (tablete, celulares, notebooks, etc.
• Melhorar a retenção e a memorização do ensinado, que, por sua vez, possui
uma função de vários fatores como da atenção prestada ao que se quer e
precisa lembrar; com conhecimentos prévios sobre o que você pretende
aprender e as como eles estão organizados.
• Das estratégias usadas para aprender: repetição, organização do que foi
aprendido por categorias, elaboração visual ou verbal.
• Aplicação de fatores motivacionais. Para aprender, você precisa estar
motivado.

Aplicação de fatores motivacionais: para aprender a Saber é necessário ser


totalmente induzido a buscar e adquirir o conhecimento em seu tempo.

Agora, o que o professor pode fazer quando não existe motivação para
aprender?

É possível recorrer a uma motivação extrínseca fora da tarefa o mesmo que os


prêmios e punições. Mas parece demonstrado que estes são apenas eficazes
enquanto estiverem presentes e por um curto período de tempo. Às vezes eles
até têm efeitos contrários aos desejado.

Recursos didáticos para as aulas de filosofia

O Ensino da Filosofia na atualidade deve ir além da sala de aula e dos livros


didáticos e históricos, deve suplantar os filósofos do passado, não os
eliminando do conteúdo a ser ministrado, mas complementando-os.
Entender a cultura local, sua regionalização, caracterização territorial,
costumes e vivências e, lançando mão dos meios tecnológicos e das
comunicações que o grupo (estudantes/alunos) estão inseridos.
Dentre os muito que podem ser citados estão a internet; mídias digitais,
aparelhos celulares, tablets; cinema; shopping’s; praças; templos religiosos e
igrejas; pontos turísticos, dentre centenas em uma cidade.

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Assim, permeando o entorno da instituição educacional, é possível ao
professor de Filosofia (ou Metodologia da Filosofia) a contemplar teoria e
prática filosófica. O Aprender a Saber, fortalecendo os vínculos de afeto com a
singularidade de pensar o problema e a solução, mediante os artefatos
disponíveis na cultura atual.
FAGUNDES defende a tese de que o professor de Filosofia precisa,
necessariamente. Ter disponibilidade para pensar sobre
“o seu pensamento, refletindo sobre o seu ofício, sobre a
sua experiência enquanto professor de filosofia. Porque,
para nós, um dos requisitos primordiais para a efetivação
de um ensino de filosofia como experiência do
pensamento, está no compromisso daquele que aceita a
responsabilidade pela formação do outro em assumir-se
como ser pensante interrogando a si mesmo, aceitando e
aprendendo com a sua ignorância, perguntando,
continuamente, sobre as possibilidades e potencialidades
do seu fazer. (FAGUNDES, 2020)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, os pensadores da Política Educacional Brasileira (classe Política que


elabora as leis, e os estudiosos educacionais) devem abandonar concepções
unilaterais de ensino geral e entender, sem pré-conceitos e sem preconceitos,
que a Filosofia apresenta uma complexa especificidade que não pode ser
violada a bel prazer e de forma momentânea. Ela tem nuances e detalhes que
são importantes no complemento de todas as demais disciplinas e saberes.
Os educadores (professores) devem entender que o conteúdo programático
que estará ministrando, poderão ser melhor absorvidos pelos estudantes, se
estes estiverem mais atentos à necessidade e importância daquilo que está
sendo apresentado em sala de aula, ou nos deveres “para casa”.
Os professores de Filosofia, a seu modo, devem compreender o meio em que
estão inseridos e, de onde estão, os alunos/estudantes.

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A capacidade de pensar é uma habilidade complexa ou, melhor dizendo, um
conjunto de habilidades que se desenvolvem em diferentes linhas. Por outro
lado, não coincide com o conhecimento.
O pensamento hábil é a capacidade de aplicar o conhecimento de maneira
eficaz.
Quanto mais o conhecimento é mantido, o pensamento é mais rico e a
execução intelectual mais efetivo. Pessoas conhecedoras podem diferir muito
em sua capacidade de pense, aplique o que eles sabem.
Aprender a pensar contribui para melhorar o desempenho intelectual em
assuntos abstratos e aumentar o desempenho escolar e a competição em
situações sociais. Através do conhecimento transmitido nas áreas curriculares,
os professores podem e devem salientar a importância da participação,
exploração e descoberta como estratégias para conhecimento dos alunos.
Por isso, a disciplina de Filosofia tem uma tarefa de complementar, não só a
educação, mas a vida do estudante e, o educador de Filosofia precisa pensar
alternativas didáticas para o seu ensino, ainda mais quando da recente
inclusão obrigatória da disciplina nos currículos de Ensino Médio.
Uma barreira a ser transposta é a limitada carga horária da disciplina de
Filosofia no Ensino Médio. Esta parece ser uma barreira prática relevante para
a implementação da metodologia de Gallo, a qual foi aqui considerada como
uma excelente estratégia para possibilitar que a filosofia cumpra seu papel no
ensino médio.
Esta questão, bem como sobre como argumentar e convencer não filósofos da
necessidade da presença da disciplina de Filosofia no Ensino Médio, são
questões deixadas em aberto neste momento, mas que são dignas de
consideração mais detida, a ser realizada em trabalhos futuros.
Como possibilidade de repensar seu ensinamento devemos buscar no futuro
sua completa construção, e isso é onde as três palavras filosofia, educação e
futuro se tornam relevantes.
Como Pablo Echenique-Robba disse, “o pensamento crítico muitas vezes é
confundido com o pensamento científico e eles não são exatamente os
mesmos: existem pessoas sem treinamento científico com alto pensamento
crítico e, pelo contrário, cientistas com pouca capacidade de questionar

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questões. De fato, o conhecimento científico não precisa ser diretamente
proporcional ao pensamento crítico”.
O pensamento crítico não deve significar criticar tudo, mas sim saber distinguir
entre dogmas / crenças / costumes e conhecimento baseado em evidências.
O que move o saber não é o aprender, mas o quanto vou ganhar. Não existe
um sistema integralista das disciplinas. Cada uma em sua interface, seu
mundo, seu nicho. Por este motivo temos estudantes menos interessados em
ler e aprender do que ficar conectados em seus celulares.

BIBLIOGRAFIA

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Paulo: Moderna, 2005

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO. 3. ed. São


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REVISTA EDUCAÇÃO, (27/02/2002)

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