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Elia Mauricio Guta

Nalda das Lamias Bento Sitoe

Rosa João Mahocuana

A Evolução Histórica da Educação Comparada Como Ciência da Educação

Licenciatura em Ensino Básico

2º Ano Pós-Laboral

Universidade Pedagógica de MaputoAgosto de 2023


Élia Maurício Guta

Nalda das Lamias Bento Sitoe

Rosa João Mahocuana

A Evolução Histórica da Educação Comparada Como Ciência da Educação

Licenciatura em Ensino Básico

2º Ano Pós-Laboral

Trabalho de pesquisa a ser apresentado na


Faculdade de Ciências de Educação e Psicologia,
na disciplina de Educação Comparada como
forma parcial de avaliação sob orientação do
Professor Doutor: Geraldo Teodoro Ernesto Mate

Universidade Pedagógica de Maputo

Agosto de 2023

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Índice
1. Introdução...........................................................................................................................4
1.1. Objectivos da Pesquisa...................................................................................................4
1.2. Prcedimentos Metodológicos.........................................................................................4
1.3. A Evolução Histórica da Educação Comparada Como Ciência da Educação...........5
1.3.1. Considerações Finais..................................................................................................6
1.3.2. Referências Bibliográficas.........................................................................................8

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1. Introdução
A comparação sempre marcou a evolução do pensamento humano, compreender a
dinâmica dos sistemas educacionais ou de aspectos a eles relacionados por via da
comparação, é o desafio e a uma necessidade nos tempos atuais. A comparação fornece
informações mais interessantes que as resultantes de uma leitura num só contexto,
aspectos comuns e aspectos diferentes de uma situação ou problema, são melhores
estudados se temos duas ou mais visões.
Portanto, a Educação Comparada está fortemente ligada aos interesses das entidades
políticas, logo se tem algumas críticas, estas surgem, pois dados quantitativos podem
oferecer diferentes abordagens e serem utilizados sem uma devida reflexão dos pontos
não esclarecidos na pesquisa.
Entretanto Educação Comparada enquanto campo de investigação e procedimento
metodológico de pesquisa é um terreno fértil e com amplas perspectivas pela sua
potencialidade, que pode ser verificada em várias subáreas das ciências humanas e das
ciências sociais. Trata-se de um espaço de construção do conhecimento situado nas
fronteiras da elaboração desse saber que é necessariamente interdisciplinar.

1.1. Objectivos da Pesquisa


Geral

 Analisar a evolução da Educação Comparada como ciência da educação


Específicos

 Caracterizar a educação comparada;


 Descrever os períodos da Educação Comparada; e
 Descrever as perspectivas da Educação Comparada.

1.2. Prcedimentos Metodológicos


A presente pesquisa é baseada na consulta de fontes secundárias relativas ao tema.
Portanto, a pesquisa abrangeu a revisão bibliográfica encontrada em domínio público
como: livros, revistas, monografias, teses, artigos de internet, etc. para dar suporte
teórico à pesquisa.

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1.3. A Evolução Histórica da Educação Comparada Como Ciência da


Educação
A Educação Comparada esteve, desde o seu início, sempre vocacionada para
compreender a dinâmica dos sistemas educacionais ou de aspectos com eles
relacionados por via da comparação, essa ambição não se modificou até ao presente.
Todavia, a Educação Comprada não pode deixar de ser um produto de uma história e de
uma sociedade. A comparação sempre deve ter marcado a evolução do pensamento
humano e, por isso, sempre esteve presente na própria construção do saber. No entanto,
só num período recente da História a utilizaram de forma sistemática.
Os estudos em Educação Comparada são relativamente recentes, desde o século XX. As
primeiras obras consideradas de caráter científico nesse campo datam do final do século
XIX, embora, em 1817, em seu Esquisse et vues préliminaires d’un ouvrage sur
l’éducation comparée, Marc-Antonie Jullien (1995) já tivesse esboçado os princípios, as
regras e as tarefas dessa nova ciência. Esse surgimento tardio explica-se pelo fato de
que seu objeto são os sistemas nacionais de ensino, os quais passaram a ser criados no
século
XIX. Antes do surgimento desses sistemas, obviamente, seria improvável que a
fundamentação teórica desse campo de estudos fosse definida.
Na educação comparada a comparação é fundamental, a comparação em educação como
nos alude o autor de texto tem bastante sentido pois ela gera uma dinâmica de raciocínio
que obriga a identificar semelhanças e diferenças entre dois ou mais factos, fenómenos
ou processos educativos e a interpreta-las levando em consideração a relação destes com
contextos sociais, políticos, económicos, culturais a que pertencem.
Ou seja, a comparação em educação tem sentido importante, pois contribuí para as
reformas educacionais argumentadas e sustentadas com reflexões de outras vivências,
investigações do desenvolvimento teórico e prático de sistemas educacionais
internacionais ajudando a esclarecer as semelhanças e diferenças dos problemas que
ocorrem na educação. Sendo que a comparação realizada nunca é gratuita, é a influência
política, que muitas vezes, assume a frente em relação à comparação científica
desinteressada
A comparação fornece informações mais interessantes que as resultantes de uma leitura
num só contexto, quando rigorosamente efetuada, a leitura dos aspectos comuns das

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diferenças relativas de um problema é melhor que termos uma só visão. A Educação
Comparada é múltipla e complexa, envolve muitas áreas: história, sociologia, economia
e outras, e também pode ser estudada por todos e torna a Educação Comparada mais
capacitada a uma visão do geral.A colaboração de vários cientistas sociais tem
contribuído bastente para o enriquecimento da educação comparada. O ambiente
politico e económico também tem sido bastente favorável ao crescimento do numero de
estudos comparados da educação comparada.
Entretanto, a Educação Comparada está fortemente ligada aos interesses das entidades
políticas e outras organizações, logo se tem algumas críticas, estas críticas surgem, pois
dados quantitativos podem oferecer diferentes abordagens e serem utilizados sem uma
devida reflexão dos pontos não esclarecidos na pesquisa.
Face a essa situação Ferreira (2008) argumenta que é natural que a educação comparada
se veja fortemente condicionada pelos interesses pragmatistas e imediatistas das
entidades que dirigem as políticas educativas e que isso suscite algumas reacções dos
que recusam aceitar que ela se circunscreva a uma acção meramente técnica e desejam
que ela enverede por caminhos mais críticos e reflexivo.
O autor apresenta essa situação como um dilema que já se econtra patente na própria
origem da educação comparada, pois Marc-Antoine Jullien pretendia que se trabalhasse
comparativamente os dados para que se pudesse deduzir “princípios” e “regras” capazes
de tornar a educação uma “ciência”, ele não dissociou este objetivo da obtenção
das informações necessárias sobre a educação das nações europeias tendo em vista
identificar onde se justificariam reformas. No seculo XX houve um enorme crescente de
publicação de trabalhos que versavam sobre a comparação dos sistemas de educação
principalmente o europeu e o americano, mais esses estudos ainda eram insuficientes
para explicar as suas especificidades. Michael Sadler e de James E.
Russel, defendiam ser necessário compreender os sistemas educativos de cada país e
explicar as especificidades de cada um levando em consideração o contexto social que
os envolvia. Nos alunos seguintes os estudos se orientam nessa linha defendida pelos
autores anteriormente citados a de se estudar as semelhanças e diferenças entre sistemas
de ensino levando em consideração a questão nacional, cultural, raça, forças.
Essa vertente foi também foi contestada pelas correntes positivistas que se
desenvolveram apos a segunda guerra mundial, pois consideravam bastante prejudicial
essa comparação tendo como base as características acima referenciados. O

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posicionamento das correntes positivistas também mereceu críticas nas últimas décadas
no seculo XX pela linha pós-moderna.

Tal como argumenta FERREIRA (2008), que a Educação Comparada deve afirmar-se
como um saber dinâmico, aberto metodologicamente, ciente de que a sua performance
depende da atenção que prestar a outros domínios do conhecimento e da sua capacidade
em acolher preocupações diversas, consciente que o seu objeto é marcado pelo percurso
histórico e pelo contexto econômico-social em que se insere e, claro está, fortemente
empenhado em contribuir para o melhor conhecimento da educação através da
comparação de suas manifestações.

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1.3.1. Considerações Finais
A educação comparada historicamente dedicou-se à descrição de sistemas educacionais
em desenvolvimento em vários países do mundo. Essa tarefa era desenvolvida por
pesquisadores ligados ao campo educacional ou à área dos estudos da administração
escolar que viajavam pelo mundo coletando informações e a partir delas aplicando em
seus sistemas de ensino de origem.
Portanto, reafirmar a Educação Comparada é sobretudo uma necessidade para estudos
que tem como objetivo encontrar o sentido da educação nos países. Contribuir para um
saber que enfoca as relações internacionais na educação enfatizando uma abordagem
sócio-histórico-cultural, esclarecendo as interdependências e identificando as
condicionantes dos sistemas políticos e das práticas sociais inseridas em cada país.
Desta forma, mostra-se claramente que a evolução histórica da Educação Comparada
avulta o seu desenvolvimento, com o fim de, conduzir os estudos para entender, refletir
e elucidar as dinâmicas e a complexidade dos sistemas educacionais.
Ora bem, o exercício da comparação é fundamental para o avanço da compressão dos
sistemas educacionais mundial, os pesquisadores trabalharão com os dados levantados
nas pesquisas realizadas Nacionalmente e Internacionalmente, de forma a considerar
não apenas os resultados exclusivos da quantificação e dados estatísticos, observando de
forma efectiva o método qualitativo, tornando a abordagem da comparação uma análise
com sentido histórico dos factos.
Contudo, a Educação Comparada no meio académico é um movimento em que os
pesquisadores vêm se renovando, pois atualmente estabelecem um espírito mais crítico,
observando as convergências e as divergências entre as relações dos
SistemasEducacionais Internacionais, para análises e reflexões dos contextos onde se
inserem.

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1.3.2. Referências Bibliográficas

FERREIRA, Antonio Gomes. O sentido da Educação Comparada: Uma compreensão


sobre a construção de uma identidade. Educação, Porto Alegre. 2008

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