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O fenômeno do pentecostalismo no Brasil


Professor: Isaias Lobão
Aluno: Willian Luiz de Souza
Tópico: História e Sociologia das Religiões no Brasil
Seminário Teológico Batista do Distrito Federal – STEB

RESUMO
Ao longo dos últimos anos, a expansão pentecostal no país contribuiu para transformar o
campo religioso brasileiro. O avanço pentecostal intensificou o declínio numérico da Igreja
Católica e da umbanda e “pentecostalizou” parte do protestantismo histórico e do catolicismo
no Brasil. O pentecostalismo segue crescendo majoritariamente na base da pirâmide social,
sendo assim a maioria de seus adeptos são pobres e de periferias urbanas, pessoas que
compartilham coletivamente de crenças, saberes, práticas, emoções, valores e os mesmo
modos e estilos de vida.

Palavras chave: Pentecostalismo, Ciência da Religião.

INTRODUÇÃO

O pentecostalismo é a porção religiosa que mais cresce no Brasil. Teve inicio nos
Estados Unidos, tendo chegado ao Brasil através de dois pastores suecos Gunnar Vigren e
Daniel Berge.

O pentecostalismo brasileiro teve sua influência, tanto na vertente americana, quanto na


sueca. Do pentecostalismo americano inseriu a “Glossolalia”, cresça na presença do “Espirito
Santo”, a “Teologia da Prosperidade”; dos suecos tiveram origem o “Pietismo”, o “apego” aos
valores da modéstia e intimidade.

No Brasil o crescimento pentecostal tem chamado a atenção de estudiosos como Ricardo


Mariano (2004) e outros.

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O censo de alguns anos atrás ressalta o crescimento do pentecostalismo no Brasil. No
censo de 2000, já era possível detectar tal crescimento. Os evangélicos alcançavam 26,2
milhões, em 2000. Em 2010, o numero quase que praticamente dobrou, atingindo 42,3
milhões de brasileiros. Enquanto isso os católicos iam diminuindo sua população.

O IBGE classificou os evangélicos com duas nomenclaturas: 1- Evangélicos de Missão e


2- Evangélicos Pentecostais.

Este artigo consiste em investigação por meio de pesquisa bibliográfica e coleta de dados
por pesquisa qualitativa, com o objetivo de analisar o fenômeno do pentecostalismo no Brasil,
sua influencia na sociedade e no meio cristão de modo geral.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 Pentecostalismo

Segundo MARIANO (2010) o pentecostalismo é um movimento religioso muito


diversificado intensamente marcado por grande pluralidade teológica litúrgica, estética,
organizacional (modelos de governo eclesiásticos distintos) e comportamental. Pode-se
afirmar que há na verdade múltiplos pentecostalismos.
GOUVEIA (2001, p. 1) afirma que: “pentecostalismo é historicamente uma produção
da reforma; já no século 16 existiam tendências emocionalitas. Ele é o crescimento da
emoção, trata-se exatamente dessa plasticidade da emoção que abre o espaço para a
demagogia”.

 Ciência da Religião

Para SENRA (2020, p.1) ciência da religião é:


A disciplina que desenvolve, articula e integra as abordagens empíricas –
sistemáticas sobre o fato religioso. O ponto de partida dessa disciplina, que como tal
há de se compreender estritamente no âmbito acadêmico cientifico considera que o
estudo do fato religioso demanda um método próprio e adequado ao seu objetivo-
sujeito, capaz de considerar a totalidade do fenômeno em seus aspectos construtivos
em sua interrelação com outros saberes e realidades. Portanto interessa a cientistas
da religião os fenômenos empiricamente verificáveis.

Segundo GRESCHAT (2005, p. 160) “ciência da religião nos obriga a levar a sério
também os fieis de outras religiões e não somente usá-los como instrumentos, ou estuda-los
de um ponto de vista distinto de chimpanzés. Nossas conclusões sobre determinadas
religiosidades alheias estão corretas”?

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ANÁLISES
Dos anos 50 em diante começa o crescimento do Pentecostalismo no Brasil. Porem,
sua expansão tem um grande aceleramento na década de 1980, momento em que atinge uma
grande visibilidade pública e espaço na televisão e poder politico.
Hoje existe várias denominações pentecostais no país, um numero altíssimo de igrejas
existentes e correntes, há variações de doutrina, liturgia etc.
As principais denominações pentecostais são: Assembleia de Deus, Congregação
Cristã no Brasil, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja do Evangelho Quadrangular e
Igreja Pentecostal Deus é Amor. Entre 1980 e 1991, a taxa de crescimento anual dos
pentecostais foi de 7,1%. Em 1991 e 2000, chegou a 8,3%. O que mostra um crescimento
quatro vezes maior que a da população Brasileira no período.
O Pentecostalismo cresce na pobreza e nas favelas. Seus fiéis são na maioria mulheres
e crianças, negros, pessoas que ocupam empregos domésticos e precários.
Existem alguns desafios para os pentecostais e a principal é adquirir maturidade, pois
observamos que esses movimentos têm alguns comportamentos imaturos, como por exemplo,
colocar lideres num pedestal como se fosse algum tipo de Deus. Isso mostra um grande sinal
de imaturidade de algumas igrejas. Elas necessitam ter um amadurecimento e ter a fé centrada
nas sagradas escrituras e menos em algum tipo de experiência individual, e se deter também
em compromisso com a sociedade.
Por fim não sei se o pentecostalismo trouxe alguma contribuição com grande
importância para a sociedade como um todo. Sua melhor contribuição foi em um plano
individual e familiar. Como um crescimento grande como o do pentecostalismo, provoca um
impacto tão pequena cultura e na sociedade brasileira?
É uma contradição. As igrejas tradicionais e históricas menores deram uma
contribuição social muito maior, como por exemplo, através da educação, coisa que o
pentecostalismo não tem dado importância.

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REFERÊNCIAS

Folha de São Paulo. 21 de janeiro de 2001


SENRA, Flavio. Ciências da Religião: O que é isso, afinal? Revista Senso, 2020.
GRESCHAT, Hans – Jurgen. O que é ciências da religião? Trad. Frank Usarki. São Paulo, Ed.
Paulinos, 2005.
MARIANO, R. 1999 Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil. São
Paulo, Edições Loyola.
MARIANO, Ricardo. Expansão pentecostal no Brasil: o caso da Igreja Universal. Estudos
Avançados, v. 18, n. 52, p. 121–138, 2004
Revista IHU On-LINE, 17 de maio de 2010. Acesso 19/04/22, 15h30
https://censo2010.ibge.gov.br/ . Acesso 21/04/22, 18h

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