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FACULDADES INTEGRADAS DA FAMA (FAIFA) DE GOIANIA

PROJETO DE PESQUISA: METODOLOGIA DE PESQUISA CIENTIFICA


PROFª: DENISE OLIVERIA

TRANSITO RELIGIOSO: MOVIMENTO QUE RESSIGNIFCOU AS RELIGIÕES


NO BRASIL

ACADEMICO: RUDINEI TOPOROSKI

GOIANIA/ 2010

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JUSTIFICATIVA

Após verificar dados estatísticos, observei um êxodo acelerado do catolicismo Romano


para o protestantismo, reconfigurando o cenário religioso do pais, ainda que nos limites
do cristianismo, gerando um novo perfil religioso, que é caracterizado pelo fenômeno
que a literatura convencionou denominar “transito religioso”, que esta em estudo desde
a década de 1980.
Essa analise advém de variado campo teórico que fundamenta cientistas
políticos, antropólogos, sociólogos e religiosos, que vem produzindo vasta literatura
acadêmica cientifica, disponível em seus órgãos de publicação oficial.
Diante de aspectos tão relevantes é que vou fazer este projeto de pesquisa, e
quero focar no ponto de mais influencia neste movimento de transito religioso que é a
ressignigicação, que foram introduzidas em partes bem definidas da Eclésia (igreja).

PROBLEMAS DA PESQUISA

Todas as religiões acreditam que seus credos confessionais são verdadeiros, mas o novo
perfil religioso das pessoas nos aponta para, aguda circulação de pessoas pelas diversas
instituições religiosas, descrita pelas pesquisas demográficas e sociológicas e o
corresponde intensa circulação de idéias e crenças.
Essa circulação entre os diversos credos nos mostra um novo cenário em relação
ao numero de fieis.

OBJETIVOS:

OBJETIVOS GERAIS:

 Trazer a clareza dos fatos que têm mudado o contexto religioso do Brasil, país
que também passa mudanças em seus aspectos sócio, político, econômico e
cultural ao longo destas décadas.
 Através das estatísticas podemos observar com clareza o movimento de transito
religioso, fato este que não é visto apenas em gráficos, mas na própria cultura ,
quando observada através de uma visão cientifica ou sociológica, ou até mesmo
pelo senso comum, são unânimes em afirmarem tais mudanças em nosso
contexto religioso.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Evidenciar como que as ressignificação das religiões têm influenciado neste


movimento do transito religiosos.
 Demonstrar que através de suas inovações, nova tecnologia, a prática ortodoxa
foi deixada de lado, e as liturgias foram adaptáveis de acordo com seu publico,
promovendo um sincretismo religioso, que leva a infidelidade institucional, a
ruptura definitiva com a religião em si e até duplicidade de religião.
 Analisar essas ressignificações e refletir acerca dessas mudanças, se ela tem
beneficiado a população ou apenas são instrumentos de manipulação de lideres,
apostatados da fé ortodoxa, e que haja uma reflexão sobre sua fé.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com Almeida e Monteiro (2004, p.97-98):

Pesquisadores identificam um novo desenho do campo religioso brasileiro,


caracterizado pelo estoque de pessoas de cada uma das categorias e por alta
circulação interna, a qual pode ser articulada em tono de três principais
vértices; a católica, a dos sem religião, e o pentecostal.

O IBGE órgão responsável pelo censo demográfico no Brasil, classificou no ano


de 2000, a população do pais em quatro grandes grupos religiosos, e um grupo menor
que representa menos de 3% da população, que são os praticantes de pequenos grupos
religiosos.
Para entendermos melhor o crescimento acentuado do protestantismo, vejamos
este gráfico, que nos mostra censo demográfico feito pelo IBGE do ano 1970 ao ano
2000.

Sem
censo População Católicos Evangélicos Evangélicos Total de religião
demográfico total pentecostais De missão Evangélicos
1970 93.470.306 85.775.047 - - 4.883.106 704.924
1980 119.009.778 105.860.063 3.863.320 4.022.330 7.885.650 1.953.085
1991 146.814.061 122.365.302 8.768.929 4.388.165 13.157.094 6.943.077
2000 169.870.803 125.517.222 17.975.106 8.477.068 26.452.174 12.492.189
Fontes: Censos demográficos de 1970, 1980, 1991 e 2000 do IBGE.

Podemos observar que o maior grupo são os católicos, mesmo que o crescimento esteja
estabilizado até o ano de 2000 eles somavam 125.517,22 de pessoas.
O segundo maior grupo é formado pelos evangélicos pentecostais que é
justamente o principal fator de diversificação religiosa que vem ocorrendo no Brasil,
juntos eles somam 17.975.106 de pessoas.
E um terceiro grupo é o dos sem religiões, á um crescimento significativo em relação
àquelas que professa ter religião.
O Católico é como doador universal tem sua órbita os kardecistas e o afro
brasileiros, é a fonte onde os demais segmentos angariam parte de seus fieis,
principalmente para o pentecostalismo, em segundo para os sem religião.
Os sem religiões tem sua órbita, os protestantes históricos, essa categoria
funciona como receptor universal, e uma sociedade em processo de secularização,
receber pessoas de todas as confissões.
Protestante Histórico é muito parecido como o catolicismo, cresce de forma
vegetativa e perdem fieis quase que na mesma proporção, a maior parte dos ex
protestantes históricos, estão no grupo dos sem religiões.
Protestantes Pentecostais tem suas vértices em torno dos católicos, agro
brasileiros e sem religião, porem traz um diferencial, repertorio simbólico, católico afro
kardecista, que manipula simultaneamente elementos de confissões diferentes, a lógica
mágica, reencarnação e destino, devoção a santos e crença na comunicação com os
mortos. (ALMEIDA; MONTEIRO, 2001, p. 98-99).
Podemos então entender por fim que o grande celeiro do pentecostalismo, são os
católicos, que reagiram readequando seus conceitos formando a RCC (Renovação
carismática Católica), movimento que surgiu como reação ao avanço protestante.

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RESSIGNIFICAÇÕES:

Não há duvida que a nova dinâmica, tanto as doadoras com receptoras, demonstra
claros redirecionamentos dos fieis e das crenças, inferindo novos padrões de
religiosidade brasileira, que por sua vez traz consigo a “Ressignificação” que são
especificas e localizadas em pontos bem definidos da Eclésia (igreja) como veremos a
seguir.

RESSIGNIFICAÇÃO INSTITUCIONAL:

Houve uma quebra de paradigmas clássicos e a imersão de novos modelos


institucionais que resulta então da interpenetração de idéias, crenças, e doutrinas,
promovidas pelo transito de pessoas.
A articulação entre kardecistas e afro brasileiro mediado pelo catolicismo,
produza a umbanda, a absorção de praticas e crenças da umbanda por movimentos neo
pentecostal, gera organizações sincretistas, com a IURD.
Talvez a igreja se fez valer dos dizeres de Weber em seu livro, Ética protestante e o
espírito do capitalismo ,que tinha um conceito,que o capitalismo veio para dominar a
vida econômica ,educar e selecionar os sujeitos de quem precisa ,mediante o processo
de sobrevivência econômica do mais apto.
Dentro das igrejas históricas, surgem as igrejas renovadas e no catolicismo, a
RCC que, por sua vez foi influenciada pelos carismas pentecostais e pela noção de
conversão pessoal do protestantismo histórico (ALMEIDA, 2004, p.99).

RESSIGNIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA:

A parte administrativa foi onde hoje em grande reajuste, tanto no pentecostalismo como
no neo pentecostal.
A construção de grandes templos denominada “Catedrais” é caracterizada pela
comodidade e atrativos visuais, acústicos, tudo isso para atrair novos adeptos. Igreja neo
pentecostais como Videira, Sara nossa Terra, encontran-se os mesmos ajustes, com
adoção de modelo empresarial para sua pratica de expansão.

RESSIGNIFICAÇÃO LITURGICA:

Muitas mudanças foram feitas nesta área, até o ano de 190, seus hinários e suas
pregações eram de caráter doutrinário, fundamentadas na teologia bíblica, hoje são
consumidores “Acriticos” do chamado musica gospel, e da doutrina da prosperidade,
que dizem ser de caráter adorativo, mas se fundamenta em uma espécie de teologia
humanista, com vertentes, neo pentecostal, cuja concepção geralmente considera itens
comerciais.
Essa mesma musica e pregações passaram a fazer parte do repertorio da Rcc, que
alem da musica criou sacerdotes muito parecidos com os evangélicos.

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RESSIGNIFICAÇÃO DO CULTO:

Uma mudança radical de liturgia é observada, fugindo da tradição os cultos hoje, são
baseados em exorcismo de espírito maligno, um Deus capitalista, bem diferente das
liturgias tradicionais, que eram feitas de louvores, palavras e testemunhos.
Este fato tem sido estudado por cientistas da religião, sociólogos, apologistas,
principalmente a cerca do surgimento da IURD (1996, apud, ALMEIDA; 2004).

RESSIGNIFICAÇÃO CATECTICA:

Segundo estudiosos o que traz maiores resultados e ou/ conseqüências, foi deixara de
lado os tradicionais curso de catequese, evangelização pessoal, cultos ao ar livre, e a
introdução de palcos para shows, as ondas do radio, a TV, e internet.
O fiel protestante tem como principio básico o desafio missionário de
evangelizar, o que exige a simplificação da mensagem para quaisquer níveis com vista à
conversão indiscriminada de públicos externos (1993 apud SANTANA, 2005, p. 135-
136).
Vemos a construção do novo modo de evangelizar e suas implicações no processo,
ensino-aprendizagem, em sua versão de cibercultura (relativo a comunicações e
conhecimento da divindade, e de seus atributos em relação ao mundo virtualizado, ao
homem a verdade religiosa, no paradigma atual) teológica.
As negações dos atrativos mundanos, justo pelos evangélicos, surgem condições
culturais para uma socialização sectária através de discurso de variados tipos e produtos
de bens simbólicos e materiais por sustentação a fé.
Com isso finalizamos percebendo que este movimento de mão dupla, tem
formado um novo cenário religioso, conforme vimos nos gráficos, mudando a
identidade religiosa do brasileiro.
Essa nova identidade é vista através de novas crenças, dogmas, sistemas de
governo e gestão administrativa, não pode mais ser vista como ortodoxa, ainda que pese
a permanência e resistência das instituições tradicionais nos seus credos e sistema de
governo eclesiástico.
O transito de idéias é caractizado por um distanciamento da ortodoxia cristã,
católica e protestante. Mesmo que esteja existindo crescimento acentuado, podemos
dizer que não são nas formas ortodoxas cristãs, mas é devido à ressignificação da
metodologia, que em partes é bom, mas que tem gerado um sincretismo religioso,
causando uma infidelidade institucional, e até mesmo a ruptura definitiva com a religião
em si, e até duplicidade de religião.

METODOLOGIA:
 Levantamento bibliográfico acerca do tema escolhido, pesquisa bibliográfica na
biblioteca da faculdade.
 Utilização de mapas e gráficos da religião no Brasil.
 Separação e estudo do material a ser utilizado e digitado.
 Estruturação e digitação.

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CRONOGRAMA:

ATIVIDADES MARÇO ABRIL


Recebimento das informações acerca do projeto de pesquisa x
Escola do tema X
Levantamento bibliográfico do material a ser utilizado X
Leitura do material a ser utilizado e separação do conteúdo a ser editado X
Estruturação do trabalho X
Digitação X
Revisão e conclusão X

REFERÊNCIAS:

ALMEIDA, Ronaldo de. a universalização do Reino de Deus.dissertação de


mestrado.Campinas;IFCH/Unicamp,1996.
ALMEIDA, Ronaldode; Monteiro, Paula. Transito Religioso no Brasil. São Paulo:
v.15,n.3, Jul/Set. 2001. p.92-100. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php ?
COELHA, Lazara. Uma revisão exploratória do fenômeno brasileiro. Goiânia: revista
vox faifa, 2008.
CORREA, Dulce Borges. A mídia e sua influencia na igreja contemporânea.Goiânia:
trabalho de dissertação, 2008.
JACOB, César Romero (org). Atlas da filiação religiosa e indicadores sociais no
Brasil.Rio Puc; São Paulo: Loyola;2003.
LIBANIO, João Batista. A religião no inicio do milênio. São Paulo: Loyola, 2002.

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