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RESSIGNIFICAÇÕES NO CAMPO RELIGIOSO BRASILEIRO

Rudinei Toporoski 1

RESUMO

O Brasil é considerado o país com maior numero de praticantes do catolicismo


Romano, no entanto a igreja não tem conseguido refrear o êxodo acelerado de seus
fieis para outras religiões, sendo o pentecostalismo e o neo pentecostalismo as que
mais recebem adptos.
Isto forma um novo cenário religioso do país, ainda que nos limite do cristianismo,
pois gera um novo perfil religioso, que é caracterizado pelo fenômeno que a
literatura convencionou denominar transito religioso, e que se tornou objeto de
estudo, desde a década de 1980, onde se desencadeou uma corrente de novas
religiões, nada ortodoxa, do ponto de vista da ortodoxia cristã brasileira, auto
intitulada pela Igreja Católica Apostólica Romana.
Esse novo perfil religioso brasileiro tem sido analisado por varias autoridades dos
campos teóricos como cientistas, políticos, antropólogos, sociólogos e religiosos, os
quais vêm produzindo vasta literatura acadêmica e cientifica disponível em seus
meios de publicação oficial.
Dentro deste novo perfil religioso se destaca as ressignificações, que são mudanças,
notórias dentro das religiões, que surgiram a partir de nova necessidade das
pessoas, e do novo conceito do sagrado.

Palavra-chave: transito religioso; ressignificações; catolicismo; pentecostalismo; neo-


pentecostalismo.

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1
O autor é acadêmico do 3º período do curso de bacharel em teologia das Faculdades Integrada da
Fama, em Goiânia, Pastor dirigente da Igreja Evangélica Avivamento da Fé, também atuou como
missionário no Japão. E-mail- toporoski@msn.com
2

INTRODUÇÃO

O novo cenário das religiões em relação ao numero de fieis, é formada por


uma intensa circulação de pessoas entre os credos religiosos.
Esse novo perfil, legitimado pelo termo trânsito religioso, aponta
necessariamente, para aguda circulação de pessoas, pelas diversas instituições
religiosas, e descritas pelas pesquisas demografias e sociológicas e a
correspondente e intensa circulação de idéias, crenças, etc, entre os religiosos,
gerando transformações no tempo e no espaço, das crenças e praticas reelaboradas
nesse processo de justaposições, de diversos pertenças e religiosas. (ALMEIDA;
MONTEIRO, 2001. apud COELHO,2008).
O desenvolvimento no campo religioso atual é reflexo da história, que tem
inicio no período colonial (século XVI) que foi baseada na conversão de brancos,
índios e negros. Essa convivência fez que houvesse, desde aqueles tempos,
diversidade religiosa,2 contudo , a religião dos índios e negros somada a dos
imigrantes alemães do Rio Grande do Sul e no Espírito Santo ( protestantismo de
Imigração),3 a dos demais convertidos (protestantismo de missão)4 e a dos
Japoneses em São Paulo, representa muito pouco no universo do pais que se auto
rotulava o maior pais católico do mundo ( Jacob,2003).

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2
Essa diversidade deve-se à introdução de novos cultos no País por atos oficiais: abertura dos portos
brasileiros as nações amigas (1808), decretação de privilégios a imigrantes de qualquer
nacionalidade e garantia de seus direitos religiosos mediante tratado de Aliança e paz com a
Inglaterra (1810) assegurada pela constituição Imperial (1824). (MATOS, 2008).
3
Movimentos não proselilista vinculado aos imigrantes protestantes. Entrou no país em 1816
(anglicanos); prosseguiu em 1824 (luteranos), 1824(criação da Comunidade Protestante Alemã-
Francesa com luteranos e calvinistas no Rio), 1834 (primeiro Santuário também no Rio), 1850
(recepção dos primeiros missionários protestantes vindos da Prússia e Suíça), e em 1868 (fundação
do Sínodo Evangélico alemão no Rio Grande do sul)... Até firmar-se no país (MATOS, 2008).
4
Nomenclatura usada pelo IBGE no recenseamento de 2000 para o grupo composto pelos
protestantes de missão ou históricos; refere-se a protestantismo caracterizado por ênfase missionária
ou proselisitista.
Desenvolveu-se no rastro do protestantismo de imigração e introdoziu-se mediante a entrada das
sociedades bíblicas no país (Britânica e estrangeira, em 1804 e Americana, em 1816) e, em seguida,
pela chegada das igrejas pioneiras com atividades missionárias (Igreja Metodista Episcopal, em 1835;
Igreja Episcopal Congregacional, em 1855; Igreja Presbiteriana, em 1859; Igreja Batista, em 1881;
Igreja Protestante Episcopal, em 1890; etc., e, a partir de 1900, os primeiros missionários
pentecostais) (MATOS, 2008).
3

Nos séculos que surgiram houve pequenas mudanças no perfil religioso da


população. De acordo com Ribeiro (1973, p.15), ao iniciar-se o século XIX, não
havia no Brasil vestígio de protestantismo, e o catolicismo Romano mantinha a sua
supremacia herdada no período colonial.
Mas a partir de 1972, no último quarto do século XX o protestantismo
começa seu lento e continuo avanço, o índice de crescimento foi aumentando
progressivamente5, mas nada que poderia destabilizar a supremacia católica,
apenas indícios que o pentecostalismo dava alguns passos importantes, em
algumas áreas sociais do país.
No entanto as estatísticas passariam por mudanças significativas nos anos
posteriores, no dia nove de julho de 1977, quando se abriram oficialmente as
primeiras portas da Igreja Universal do Reino de Deus. Sem condições de alugar um
imóvel, o então pastor Edir Macedo iniciou as suas primeiras reuniões num coreto do
Jardim do Méier. Onde logo deu início à Igreja, que é precursora das
ressignificações das Igrejas no Brasil.
Os estudos e conclusões serão baseados em duas classes gerais de fonte.
Nas pesquisas oficiais do governo que tem como órgão oficial o IBGE 6, que faz
recenseamento a cada dez anos, e na repercussão dos dados concluídos pelos
órgãos de movimentos sociais da religião.

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5
No ano de 1890, a população protestante atingia o percentual de 1,0; em 1940, 2,6%; em 1950,
3,4%; em 1960, 4,0%; em 1970, 5,2%; em 1980, 6,6%; em 1991, 9,0%; em 2000, 15,6%, e de 2000 a
2003, o índice subiu, respectivamente para 16,2 e 17,9 % (NERI, 2007).
6
IBGE, (instituto brasileiro de geografia e estatísticas).

A tabela abaixo demonstra a estatística classificatória das religiões e seus


respectivos números de adeptos do ano de 1970 a 2000.

De acordo com Almeida e Monteiro (2004 p. 97-98):

Pesquisadores identificam um novo desenho do campo religioso brasileiro,


caracterizado pelo estoque de pessoas de cada uma das categorias e por
alta circulação interna, a qual pode ser articulada em tono de três principais
vértices; a católica, a dos sem religião, e o pentecostal.

censo População Católicos Evangélicos Evangélicos Total de Sem


4

religião
demográfico total pentecostais De missão Evangélicos
1970 93.470.306 85.775.047 - - 4.883.106 704.924
1980 119.009.778 105.860.063 3.863.320 4.022.330 7.885.650 1.953.085
1991 146.814.061 122.365.302 8.768.929 4.388.165 13.157.094 6.943.077
2000 169.870.803 125.517.222 17.975.106 8.477.068 26.452.174 12.492.189
Fontes: Censos demográficos de 1970, 1980, 1991 e 2000 do IBGE.

Os dados apresentado no gráfico mostra que o maior grupo são os


católicos, mesmo que o crescimento esteja estabilizado até o ano de 2000 eles
somavam 125.517,22 de pessoas. O Católico é como doador universal é a fonte
onde os demais segmentos angariam parte de seus fieis, principalmente para o
pentecostalismo, em segundo para os sem religião.
O segundo maior grupo é formado pelos evangélicos pentecostais que é
justamente o principal fator de diversificação religiosa que vem ocorrendo no Brasil,
juntos eles somam 17.975.106 de pessoas.
E um terceiro grupo é o dos sem religiões7, á um crescimento significativo
em relação àquelas que professa ter religião.
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7
Estes grupo não é caracterizado pela irreligiosidade: a literatura antropológica tem demonstrado que
muitos dos que professam certos repertorio de crenças e práticas correlacionadas não se identificam
com nenhuma religião especifica e institucionalizada; logo, o crescimento desse grupo não pose ser
visto apenas como um movimento em direção ao ateísmo, no qual haja ausência de religiosidade;
trata-se antes de tudo, da composição de um repertório simbólico de arranjos particulares, cuja
religiosidade é expressa por certo estilo de vida, e não por filiação religiosa, fenômeno bem presente
nas classes média e alta dos grandes centros urbanos (MAGNANI, 1999 apud MONTEIRO;
ALMEIDA, 2001).
Os sem religiões tem sua órbita, os protestantes históricos, essa categoria funciona
como receptor universal, em uma sociedade em processo de secularização, significa
receber pessoas de todas as confissões.
O Protestante Histórico é muito parecido como o catolicismo, cresce de
forma vegetativa e perdem fieis quase que na mesma proporção, a maior parte dos
ex - protestantes históricos estão no grupo dos sem religiões.
Protestantes Pentecostais tem suas vértices em torno dos católicos, afro
brasileiros e sem religião, os quais compõem um repertorio simbólico católico-afro-
kardecista que manipula simultaneamente elementos de confissões diferentes, a
lógica mágica, reencarnação e destino, devoção a santos e crença na comunicação
com os mortos. (ALMEIDA; MONTEIRO, 2001, p. 98-99).
5

As estatísticas e informações apresentam por fim que o grande celeiro do


pentecostalismo e neo pentecostalismo, são os católicos, que reagiram
8
readequando seus conceitos formando a RCC (Renovação carismática Católica),
movimento que surgiu como reação ao avanço protestante.

RESSIGNIFICAÇÕES

O transito de pessoas dentro das religiões no Brasil, seja doando ou


recebendo, tem mostrado, o redirecionamento dos fieis e das crenças, o que justifica
o novo padrão de religiosidade brasileira, e com esse fluxo de pessoas indo e vindo,
acabou gerando uma visão humanista dentro das religiões, o que trouxe novas
ressignificações 9 dentro da Eclésia 10 .
A nova tendência religiosa tem gerado no protestantismo e no catolicismo,
grande tensões e dissidências, em seu meio religioso que acreditava estar
atendendo plenamente as necessidades sociais de seus fieis e respondendo
satisfatoriamente seus questionamentos, tanto no campo do conhecimento da
realidade, como nas questões existenciais.
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8
A RCC ou pentecostalismo católico, como foi inicialmente conhecida, teve origem nos Estados
Unidos, de onde o movimento se espalhou por todo mundo, inclusive o Brasil. No país, a RCC teve
origem na cidade de Campinas, Sp, através dos padres Haroldo Joseph Rahm e Eduardo Dougherty,
nos idos de 1969-1970 e se espalhou igrejas católicas a fora.
9
Termo utilizado para explicar as mudança das religiões brasileiras.
10
Termo grego para Igreja.

As rápidas mudanças ocorridas em todos os campos da vida na pós-


modernidade, passaram a exigir respostas, mais adequadas, fato que a nova
fórmula de relacionamento entre o fiel e Deus, proposta por este tipo de religiosidade
tem conseguido solucionar, não só pela sua forma mais atraente, mas também pela
sua imediaticidade, principalmente no que se referem os problemas enfrentados no
dia a dia.
E isto produziu um esvaziamento significativo nas igrejas tradicionais, e por
outro lado, um crescimento respeitável nas igrejas do movimento neo-petencostal,
berço das ressignificações.
A estratégia que esta ordem religiosa mercantilizada utiliza, é propor
soluções para dificuldade das pessoas que vivem atualmente numa sociedade
6

global tão assimétrica, incluído a brasileira, onde problemas existências são


permanentes e intensos, e as pessoas já não agüentam mais esperar, e rejeitam
soluções que exigem tempo e planejamento.
Segundo Max weber as “Estruturas institucionais consolidadas podem, assim,
desintegrar-se, e as forças rotineiras, podem mostrar-se insuficientes para dominar
um estado mais crescente de tensões”.

RESSFIGNIFICAÇÃO INSTITUCIONAL

De acordo com DRUCKER (1909, p. 3), “A organização sem fins lucrativos


existe para provocar mudanças nos indivíduos e na sociedade.”
Houve uma quebra de paradigmas clássicos e a imersão de novos modelos
institucionais que resulta então da interpenetração de idéias, crenças, e doutrinas,
promovidas pelo transito de pessoas.
A articulação entre kardecistas e afro brasileiro mediado pelo catolicismo, produziu a
umbanda, e a absorção de praticas e crenças da umbanda por movimentos neo
pentecostal, gera organizações sincretistas11 , como a IURD12 que se tornaram alvo
de estudos no campo da religião.

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11
Sincretista
12
IURD (Igreja Universal do Reino de Deus).
Max Weber em seu livro, Ética protestante e o espírito do capitalismo, diz
que o capitalismo veio para dominar a vida econômica, educar e selecionar os
sujeitos de quem precisa, mediante o processo de sobrevivência econômica do mais
apto.
Infelizmente este conceito capitalista esta sendo disseminado nas igrejas, que
coloca ao individuo a necessidade da sua vida estar dentro deste novo padrão, caso
contrario, ele esta fora dos padrões de Deus, pois a vontade dele é que todos sejam
ricos,empresários de sucesso,etc.
As ressiginificações alcançaram proporções além do pentecostalismo e do
neo pentecostalismo, dento das igrejas históricas, surgem as igrejas renovadas e no
catolicismo, a RCC que, por sua vez foi influenciada pelos carismas pentecostais e
7

pela noção de conversão pessoal do protestantismo histórico (ALMEIDA, 2004,


p.99). Que devido a perca de membros tem se adaptado a essas novas
ressignifcações dentro de suas denominações.

RESSIGNIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA

A parte administrativa foi onde hoje houve grande reajuste, tanto no


pentecostalismo como no neo pentecostal.
A parte administrativa é o coração de qualquer instituição que se destaca no
mercado, pois através dela se comanda uma empresa ou instituição,seja com fins
lucrativos ou não.
É através da administração que se gera estabilidade ou falência da empresa,
não esquecendo que a Igreja é uma Instituição, sem fins lucrativos, mas com toda
estrutura administrativa, também tem passado por ressignificações , isto fica claro ,
dentro das duas maiores instituições evangélicas, de um lado representando os
pentecostais a IEAD13 , e do outro lado as neo pentecostais,representada pela IURD.

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13
Igreja Evangélica Assembléia de Deus
A construção de grandes templos denominada “Catedrais”14 é caracterizada pela
comodidade e atrativos visuais, acústicos, tudo isso para atrair novos adeptos. Igreja
neo pentecostais como Videira, Sara nossa Terra, encontra-se os mesmos ajustes,
com adoção de modelo empresarial para sua pratica de expansão.
Estamos em tempos novos, tudo virou um grande mercado. O sagrado
também foi banalizado nesse sistema que negocia, vende e compra até mesmo a
alma do ser humano. Só que para o sagrado não há “PROCON 15
” , não há com
quem reclamar.
Pois o divino ninguém pode enfrentar mesmo, e quanto aos seus
emissários, é melhor não mexer com eles, são ungidos, tudo podem quem
neles tocar enfrenta a própria divindade, a qual parece ser um pouco
diferente do Deus revelado por Jesus (SILVA, 2004, p.14).
8

A estratégia que esta ordem religiosa mercantilizada utiliza, é propor soluções para
dificuldade das pessoas que vivem atualmente numa sociedade global tão
assimétrica, incluído a brasileira, onde problemas existências são permanentes e
intensos, e as pessoas já não agüentam mais esperar, e rejeitam soluções que
exigem tempo e planejamento.

RESSIGNIFICAÇÃO LITURGICA

Muitas mudanças foram feitas nesta área, até o ano de 1990, seus hinários e
suas pregações eram de caráter doutrinário, fundamentadas na teologia bíblica, hoje
são consumidores “Acriticos” do chamado musica gospel 16, e da doutrina da
prosperidade, que dizem ser de caráter adorativo, mas se fundamenta em uma
espécie de teologia humanista, com vertentes, neo pentecostal, cuja concepção
geralmente considera itens comerciais.
Essa mesma musica e pregações passaram a fazer parte do repertorio da
Rcc, que alem da musica criou sacerdotes muito parecidos com os evangélicos.

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14
Do Fr. Cathredrale, a igreja principal de um bispado ou arcebispado. Talvez o uso se refira á igreja
matriz. ( Ferreira,1999,p. 428)
15
Procon (serviço de proteção ao consumidor)
16
O termo surgiu no Brasil no mercado comercial nos anos 1980 pela gravadora Gospel Records,
pioneira no segmento. Já na década de 1990 se destacaram os grandes grupos de louvor como
Renascer Praise e Diante do Trono deixando á deriva os tradicionais Logos, Vencedores por Cristo
etc.Logo surgiram as primeiras gravadoras evangélicas no Brasil que fizeram com que a onda Gospel
crescesse mais rapidamente pelo país agora.
RESSIGNIFICAÇÃO DO CULTO

Não se pode negar que sempre houve uma diversificação nos cultos,que
podem ser classificados em litúrgicos, tradicionais, avivados, louvor e adoração e
facilitados.
Uma mudança radical de liturgia é observada, fugindo da tradição os cultos hoje, são
baseados em exorcismo de espírito maligno, um Deus capitalista, bem diferente das
liturgias tradicionais, que eram feitas de louvores, palavras e testemunhos.
Este fato tem sido estudado por cientistas da religião, sociólogos, apologistas,
principalmente a cerca do surgimento da IURD (1996, apud, ALMEIDA; 2004).
RESSIGNIFICAÇÃO CATECTICA
9

Segundo estudiosos o que traz maiores resultados e ou/ conseqüências, foi deixar
de lado os tradicionais curso de catequese, evangelização pessoal, cultos ao ar livre,
e a introdução de palcos para shows, as ondas do radio, a TV, e internet.
O fiel protestante tem como principio básico o desafio missionário de
evangelizar, o que exige a simplificação da mensagem para quaisquer níveis com
vista à conversão indiscriminada de públicos externos (1993 apud SANTANA, 2005,
p. 135-136).
Vemos a construção do novo modo de evangelizar e suas implicações no
processo, ensino-aprendizagem, em sua versão de cibercultura 14 , e isto é claro
quando qualquer individuo, seja ele um cristão, ou não, navega na internet, e pode
adquirir informações, adquirir produtos, suvenires, e vários outros
artefatos ,concernentes a nova religiosidade cristã.
As negações dos atrativos mundanos, justo pelos evangélicos, surgem
condições culturais para uma socialização sectária através de discurso de variados
tipos e produtos de bens simbólicos e materiais por sustentação a fé.

______________
14
Relativo a comunicações e conhecimento da divindade, e de seus atributos em relação ao mundo
virtualizado, ao homem a verdade religiosa, no paradigma atual teológica.
Segundo seus representantes tudo é com o intuito de falar da palavra de Deus, e
evangelizar, mas se a pessoa é um pagão ou ateu, só terá acesso e aquisição
destes materiais, tão importantes como é colocado, para que a pessoa venha ser
salvo, ou venha fazer parte desta nova cultura religiosa ele precisa no mínimo ter um
bom cartão de credito, ou quem sabe algumas folhas de cheques.
10

CONCLUSÃO

Este movimento de mão dupla tem formado um novo cenário religioso,


conforme os gráficos mostram , mudando a identidade religiosa do brasileiro.
Essa nova identidade é vista através de novas crenças, dogmas, sistemas de
governo e gestão administrativa, não pode mais ser vista como ortodoxa, ainda que
pese a permanência e resistência das instituições tradicionais nos seus credos e
sistema de governo eclesiástico.
O transito de idéias é caractizado por um distanciamento da ortodoxia cristã,
católica e protestante. Mesmo que esteja existindo crescimento acentuado, podemos
dizer que não são nas formas ortodoxas cristãs, mas é devido à ressignificação da
metodologia, que em partes é bom, mas que tem gerado um sincretismo religioso,
causando uma infidelidade institucional, e até mesmo a ruptura definitiva com a
religião em si, e até duplicidade de religião.
11

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Ronaldo de. A universalização do Reino de Deus. Dissertação de

mestrado. Campinas; IFCH/Unicamp, 1996.

ALMEIDA, Ronaldo de; Monteiro, Paula. Transito Religioso no Brasil. São Paulo:

v.15, n.3, Jul/Set. 2001. p.92-100. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php.

Pesquisado em 15/05/2010.

COELHO, Lazara. Transito religioso: Uma revisão exploratória do fenômeno

brasileiro. Goiânia: revista vox faifa, 2008.

CORREA, Dulce Borges. A mídia e sua influencia na igreja contemporânea. Goiânia:

trabalho de dissertação, 2008.


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JACOB, César Romero et al. Atlas da filiação religiosa e indicadores sociais no

Brasil. Rio Puc; São Paulo: Loyola;2003.

LIBANIO, João Batista. A religião no inicio do milênio. São Paulo: Loyola, 2002.

SILVA, Dionísio Oliveira da. O Comércio do Sagrado. 1º ed. Londrina: Descoberta,

2004.

www.ibge.gov.br/7a12/...ibge/default.php?id. Pesquisado em 19/05/2010

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