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JÉSSICA BAMPI

GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA:


PILARES, ESTRATÉGIAS E PRINCIPAIS DESAFIOS

CAMPINAS DO SUL – RS
2023
JÉSSICA BAMPI

GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA:


PILARES, ESTRATÉGIAS E PRINCIPAIS DESAFIOS

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção do título especialista em Docência
de Pedagogia.

CAMPINAS DO SUL - RS
2023
GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA: PILARES, ESTRATÉGIAS E
PRINCIPAIS DESAFIOS

Jéssica Bampi1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja
parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e
corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações
empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO: O presente trabalho é uma pesquisa bibliográfica exploratória, com o objetivo de explicar o
conceito de gestão escolar, seus pilares, desafios e estratégias, para que o gestor possa
realizar um trabalho eficiente. Após a elaboração de toda a pesquisa percebe-se que o gestor
educacional é o principal responsável pela escola, e cabe a ele buscar novos caminhos para promover
uma aprendizagem de qualidade para todos os educandos. Nos dias de hoje não é fácil fazer uma
boa gestão em virtude das transformações sociais que refletem diretamente no ambiente
escolar. Os pilares que caminham junto com uma boa gestão são fundamentais nas ações
diárias do diretor, pois, servem de base para direcionar o andamento da escola. Nota-se que
fazer uma gestão democracia voltada para o ensino e aprendizagem contribui na formação dos
alunos, mesmo sendo uma tema que gera polêmicas, desafios, reflexões, o gestor buscando
estratégias que possibilitem para uma boa gestão é possível superar todos os desafios frente a
direção escolar.

Palavras-chave: Ambiente Escolar. Gestor. Desafios.

1 INTRODUÇÃO

A escola é um ambiente dinâmico que funciona igual uma empresa,


precisa, além de infraestrutura, docentes, alunos, recursos financeiros e uma
boa gestão escolar para gerir a escola a partir das diretrizes e políticas públicas
educacionais, além de implementar o projeto pedagógico de maneira a garantir
que os estudantes atinjam os objetivos desejados.
O papel do gestor escolar nas escolas é essencial para que seja
possível a melhor organização dos princípios pedagógicos e também
administrativos da escola, portanto, os gestores das escolas atuam como
mediadores no processo de transformação do ensino, buscando o trabalho
coletivo para que seja possível a resolução dos problemas.
Com as mudanças sociais, é exigido do gestor várias funções, como por
exemplo o de administrador da unidade escolar, para que se cumpra seu
verdadeiro papel, direcionando e alinhando as atividades no processo
educativo. Sendo assim, o presente trabalho tem como problematização: quais
são os principais pilares, estratégias e desafios na gestão escolar?
Com isso, se tem as seguintes hipóteses: o gestor educacional é o
principal responsável pela escola? Ao gestor, é peça fundamental para
direcionar o processo educativo, cabe a ele buscar novos caminhos, promover
uma aprendizagem e formação de qualidade a todos os educandos?
O objetivo geral da pesquisa é explicar o conceito de gestão escolar,
seus pilares, desafios e estratégias, para que o gestor possa realizar um
trabalho eficiente. E os objetivos específicos são: apresentar concepções sobre
gestão escolar, descrever a importância do gestor escolar no contexto
educacional e investigar se a gestão escolar depende do esforço e participação
de todos.
O presente trabalho é de fundamental no âmbito acadêmico, pois
contribui para a formação e capacitação profissional, bem como para a
aquisição de novos conhecimentos sobre o tema. No âmbito da educação do
Brasil é fundamental desenvolver um trabalho sobre pilares, desafios e
estratégias na gestão escolar, pois, a educação é um bem público no Brasil,
por meio da educação se promovem princípios e valores centrais à
democracia, tais como a liberdade de pensamento e crença, a cidadania e a
igualdade (DINIZ; LIONÇO, 2020).
O papel da gestão escolar constitui uma dimensão importantíssima da
educação, uma vez que, por meio dela, observa-se a escola e os problemas
educacionais globalmente, e se busca abranger, pela visão estratégica e de
conjunto, bem como pelas ações interligadas, tal como uma rede, os problemas
que, de fato, funcionam de modo interdependente (LUCK, 2016).
Para o desenvolvimento do trabalho foi utilizado a pesquisa bibliográfica
de cunho exploratório e para elaborar o referencial teórico foram utilizados
livros, artigos científicos e eletrônicos, também foram realizadas buscas por
intermédio do, Scielo, e Google Acadêmico, eleitos os artigos publicados entre
os anos de 2012 a 2023, e excluídos os artigos que não tivessem assuntos
relacionados ao tema.
O trabalho está estruturado da seguinte forma: introdução sobre o tema,
referencial teórico contendo os seguintes tópicos: concepções sobre gestão
escolar, competências necessárias para o gestor escolar, pilares da gestão
escolar, principais desafios da gestão escolar na atualidade e estratégias para
uma boa gestão escolar.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 CONCEPÇÕES SOBRE GESTÃO ESCOLAR

A gestão escolar organiza e promove ações necessárias para


acompanhar os avanços no sistema educacional das escolas, buscando
melhorar o aprendizado dos alunos. Gestão escolar objetiva um sistema de
ensino aberto, com características próprias, que atenda às necessidades
culturais do local em que a escola esteja inserida.
O conceito de gestão escolar foi criado para superar um possível
enfoque limitado do termo administração escolar. Assim, no âmbito da gestão
escolar, o estabelecimento de ensino passou a ser entendido como um sistema
aberto, com uma cultura e identidade própria, capaz de reagir com eficácia às
solicitações dos contextos locais em que se inserem. A gestão escolar aponta
questões concretas da escola e de sua administração, baseadas no que se
convencionou chamar de “escolas eficazes”. Estas possuem características
como orientação para resultados, liderança marcante, consenso e coesão entre
funcionários a respeito dos objetivos da escola, ênfase na qualidade do
currículo e elevado grau de envolvimento dos pais (MALHEIROS, 2021).
A gestão escolar relaciona-se a todas as ações e processo pedagógicos
que possibilita a participação de todo a comunidade escolar, buscando sempre
o melhor para a escola e para os alunos. Conforme Luck (2016, p. 88):

A gestão escolar é uma dimensão, um enfoque de atuação, um meio


e não um fim em si mesmo, uma vez que o objetivo final da gestão é
a aprendizagem efetiva e significativa dos alunos, de modo que, no
cotidiano que vivenciam na escola, desenvolvam as competências
que a sociedade demanda, dentre as quais se evidenciam: pensar
criativamente; analisar informações e proposições diversas, de forma
contextualizada; expressar ideias com clareza, tanto oralmente, como
por escrito; empregar a aritmética e a estatística para resolver
problemas; ser capaz de tomar decisões fundamentadas e resolver
conflitos, dentre muitas outras competências necessárias para a
prática de cidadania responsável. Portanto, o processo de gestão
escolar deve estar voltado para garantir que os alunos aprendam
sobre o seu mundo e sobre si mesmos em relação a esse mundo,
adquiram conhecimentos úteis e aprendam a trabalhar com
informações de complexidades gradativas e contraditórias da
realidade social, econômica, política e científica, como condição para
o exercício da cidadania responsável.

O conceito sobre gestão escolar ainda é alvo de muitas contradições,


pois, muitas vezes ainda é comparado com o termo de administração escolar.
Para algum esse processo se relaciona com a transposição do conceito do
campo empresarial para o campo educacional, a fim de submeter a
administração da educação à lógica de mercado. Para outros, o novo conceito
de gestão ultrapassa o de administração, uma vez que envolve a participação
da comunidade nas decisões que são tomadas na escola (MALHEIROS, 2021).
Portanto, após todos os conceitos citados sobre gestão escolar,
entende-se que a escola passa a ser um ambiente autônomo, que busca a
coletividade, mas, para que tudo aconteça é preciso que os objetivos traçados
envolvam todas as pessoas que fazem parte da comunidade escolar.
A gestão escolar democrática é um tema que vem gerando polêmicas e
discussões em diversas entidades de ensino em nosso país, pois, envolve toda
a comunidade escolar e é preciso um trabalho coletivo para que seja oferecido
aos alunos uma educação de qualidade.
A Constituição Federal de 1988 foi um importante marco para a
democratização da educação. A Constituição cidadã reforçou o movimento de
gestão democrática da educação que teve um grande avanço nas décadas de
80 até meados da década de 90, quando foi, então, promulgada a atual Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96) – LDB, que contemplou
em seus arts. 14 e 151 os princípios norteadores da gestão democrática
(BRASIL, 2010).
Nesse sentido, a gestão democrática é um instrumento de
transformação das práticas escolares, pois, a escola não pode ser mais uma
instituição isolada em si mesma. Compreende-se que a escola deverá estar
mobilizada com os atores sociais dentro e fora do ambiente escolar. Na escola
1
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público
na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação
básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de
gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público.
de gestão democrática o gestor é o sujeito que facilita a interação e
participação da escola com a comunidade, de forma que a escola seja aberta a
propostas inovadoras de forma participativa e democrática, visando o bem
comum de toda comunidade (LIBÂNEO, 2014)
Portanto, entende-se que democratizar é garantir direitos, tornando algo
autônomo, independente, desde que seja respeitado o direito de ir e vir de
todos os que fazem parte da democracia independente dos papeis que
exerçam. Na visão de Libâneo (2014, p. 99) a gestão escolar democrática está
fundamentada nos princípios da descentralização, participação e transparência:

A descentralização possibilita que as ações e decisões sejam


planejadas e efetuadas sem que haja a prevalência da hierarquia. A
participação, por sua vez, possibilita a interação, a integração, a co-
responsabilidade, desde as etapas do planejamento até a execução
das ações propostas, isto de todos os envolvidos no cotidiano
escolar. Além disto, todas as ações e decisões devem ser claras e
para o conhecimento de todos, eis o princípio da transparência.

Em consonância com o Plano Nacional de Educação (PNE),


reconhecemos que a boa relação entre a escola enquanto instituição e a
sociedade no contexto da gestão democrática possibilita alavancar a qualidade
social da educação, garantindo a unidade nos processos de tomada de
decisões a partir da participação de todos com um propósito comum.

2.1.1 Papel Dos Gestores Escolares No Contexto Da Gestão Democrática

O diretor é a peça chave da escola, pois cabe a ele organizar todo o


funcionamento da instituição, ou seja, organizar a parte pedagógica, física e
financeira, sabe-se que em todos os aspectos citados ele conta com a ajuda
das pessoas que trabalham na escola, como, docentes, pedagogos, secretários
e outros.
De acordo com LucK (2020, p. 63) no que diz respeito ao papel do
diretor, este deixa de ser alguém que tem a função de fiscalizar e controlar, que
centraliza em si as decisões, para ser:

Um gestor da dinâmica social, um mobilizador, um orquestrador de


atores, um articulador da diversidade para dar unidade e consistência,
na construção do ambiente educacional e promoção segura da
formação de seus alunos, ou seja, o diretor coordena, mobiliza,
motiva, lidera, delega aos membros da equipe escolar, conforme suas
atribuições específicas, as responsabilidades decorrentes das
decisões, acompanham o desenvolvimento das ações, presta contas
e submete à avaliação da equipe o desenvolvimento das decisões
tomadas coletivamente.

Portanto, de acordo com a ideia do autor o diretor desempenha vários


papéis dentro do ambiente escolar, tanto pedagógicos, como administrativos,
suas decisões influenciam na qualidade de ensino dos alunos, e desempenho
da sua equipe de trabalho.
Já o inspetor escolar é considerado um gestor participativo, pois,
desenvolver-se somente a partir de uma nova forma de estar na profissão, de
viver a profissão que, diante das constantes mudanças e incertezas, novos
conhecimentos devem ser construídos a partir da reflexão sobre a prática.
(LUCK, 202)
O Caderno de Boas Práticas do Inspetor Escolar apresenta como ponto
de partida para a sistematização do trabalho do Inspetor Escolar, denominado
gestor educador, as boas práticas a serem desenvolvidas por este profissional,
que se encontram divididos em quatro grandes eixos, a saber: Conhecimento,
competência e habilidades; Liderança pedagógica nas escolas, Gestão
pedagógica junto às escolas (BRASIL, 2023).
Com isso, nota-se que nessa visão o diretor visto como inspetor escolar
pode contribuir na didática de ensino e contribuir a equipe pedagógica,
direcionando as práticas pedagógicas para a realidade que vive-se atualmente,
mostrando os valores que conduzirão o aluno para uma sociedade mais
consciente dos seus direitos e deveres.
O supervisor escolar abrange várias funções dentro da escola. É
responsável pelo desenvolvimento de um Projeto Político Pedagógico e por
colocar essa proposta em ação, não mantendo as propostas resumidas apenas
em um papel. Para a elaboração desse PPP ele deve observar que seu
trabalho não se dá isoladamente, assim ele fará um acompanhamento
pedagógico com todos que fazem a escola, ou seja, pesquisará as dificuldades
e necessidades dos docentes, discentes e comunidade, com o intuito de
solucionar problemas e tendo como objetivo o “por em prática” a proposta
elaborada e assim a construção do saber realizar-se-á (NOGUEIRA, 2013).
Portanto, o supervisor escolar responsabiliza-se em direcionar as ações
com os docentes, buscando sempre inovar, através de ideias criativas visando
a construção de todo o grupo de docentes de forma coletiva. Para Fregonese
(2018, p. 87) a supervisão escolar tem como funções específicas:

O relacionamento do supervisor com o corpo docente de uma escola,


a atuação em torno de métodos e técnicas de ensino, para que as
necessidades do educando se concretizem com maior plenitude
intelectual, social e psicológica. Também aponta a de mediador,
onde, ele vai facilitar o avanço do professor quanto a elaboração da
proposta pedagógica e seu planejamento, buscando os melhores
meios de interação entre os segmentos e estando em plena
consciência de que sua atuação é de forma política, em prol dos
anseios da sociedade.

O papel do supervisor, em sua atuação na escola, é de agente


transformador e agente formador, ou seja, sua atuação vai muito além do
convívio e relacionamento com os professores, significa ser formador ouvinte
de opiniões, planejando e pondo em execução o dever da escola que é exercer
um papel social; e transformador quando está disposto a inovar e enfrentar
desafios capazes de desencadear um processo de mudança (BORDENAVE,
PEREIRA, 2019).
Contudo entende-se que o supervisor escolar trabalha juntamente com o
gestor escolar, buscando sempre uma melhor qualidade de ensino na escola,
buscando fazer uma avaliação da instituição para analisar se as práticas
pedagógicas utilizadas estão contribuindo para a formação do aluno.

2.2 PILARES DA GESTÃO ESCOLAR

Para se ter um ambiente escolar agradável e dinâmico é preciso fazer


uma boa gestão juntamente com professores, pais, colaboradores,
coordenação pedagógica e alunos. Para Carvalho (2018) uma boa gestão
escolar precisa ter pilares, sendo eles: gestão pedagógica, gestão
administrativa, gestão financeira, gestão de recursos humanos e gestão de
recursos materiais. Para Hora (2015, p. 96):

O pilar mais fundamental da gestão escolar é a gestão pedagógica, o


diretor e o coordenador pedagógico são profissionais que têm a
responsabilidade de planejar, junto com a comunidade escolar, todas
as propostas pedagógicas, metodologias de ensino, estrutura
curricular, modelos de avaliação e atividades previstas para o ano
letivo. Essas decisões e informações precisam estar documentadas
no Projeto Político Pedagógico, Plano Escolar e Calendário Escolar.
Além disso, são deveres do diretor e do coordenador pedagógico:
supervisionar a execução do planejamento ao longo do ano; dar
suporte para os professores; orientar os docentes quanto aos planos
de aula; acompanhar os indicadores educacionais e índices de
evasão escolar; avaliar os resultados dos projetos e ações
pedagógicas; buscar novas ideias, estratégias e tecnologias para
aprimorar o processo de ensino-aprendizagem na escola.

Com isso, nota-se que o diretor e o coordenador pedagógico são peças-


chave na escola, mas, somente isso, não basta, é preciso ter uma gestão
administrativa. Para Libâneo (2014) o diretor é o responsável pela gestão
administrativa e deve ter responsabilidades como: distribuição de tarefas entre
profissionais; organização de prazos, arquivos e departamentos; assinatura de
documentos; elaboração de relatórios escolares; monitoramento da frequência
de professores; acompanhamento de obras, reformas e manutenções de
equipamentos; gestão de estoque de materiais; levantamento de necessidades
de compra; supervisão da alimentação escolar; acompanhamento de inspeções
técnicas.
Esse pilar é importante para o sucesso educacional, pois, detalhes de
merenda, estrutura, organização do trabalho geram desafios no processo de
ensino e aprendizagem dos alunos e na motivação dos professores. Outro pilar
essencial é a gestão financeira para Carvalho (2018) serve para dar
continuidade nas atividades pedagógicas, manutenção dos empregos e
preservação do patrimônio, por isso, outra tarefa do diretor escolar é gerenciar
as contas da unidade, cuidando para que o saldo esteja sempre positivo, para
essa função, muitos diretores fazem cursos de capacitação complementar ou
contam com a ajuda de um profissional especializado.
A gestão de recursos humanos é outro pilar que o diretor pode exercer
juntamente com outro profissional ligado ao ambiente escolar. Para Hora
(2015) esse pilar inclui a contratação e demissão de funcionários; formação
continuada de professores; suporte ao desenvolvimento profissional dos
colaboradores; desenvolvimento de atividades de integração; cuidados com a
saúde mental dos colaboradores; atendimento de pais e estudantes;
comunicação com toda a comunidade escolar; mediação de conflitos.
Portanto, para a gestão de recursos humanos s qualidade de vida dos
profissionais está entre as prioridades, juntamente com o bom relacionamento
com os pais e estudantes.
Por fim, o último pilar é a gestão de recursos materiais, para Libâneo
(2014) está caminha juntamente com à gestão financeira e administrativa, pois,
cabe ao diretor da escola, em cooperação com toda a comunidade escolar,
definir quais móveis, equipamentos, ferramentas, materiais didáticos
e tecnologias educacionais serão utilizados na instituição, de acordo com a
proposta pedagógica. Portanto, assim como a gestão de recursos e materiais,
percebe-se que os outros pilares ajudam o diretor estar atento a todas as
necessidades para garantir uma boa gestão escolar.

2.3. PRINCIPAIS DESAFIOS E ESTRATÉGIAS DA GESTÃO ESCOLAR NA


ATUALIDADE

Nos dias de hoje a função do diretor é desafiadora, ele deve saber atuar
como líder, mediador e tomar decisões para garantir o bom funcionamento da
escola. Para LÜCK (2019) atualmente, os desafios mais comuns dos gestores
são: Lacunas de aprendizagem pós-pandemia, Relação família-escola,
Prestação de contas (escola pública), Diversidade e inclusão e Cultura digital.
A pandemia deixou marcas no sistema educacional brasileiro, segundo
Peres (2020) o isolamento social fechou as escolas brasileiras por dois anos e
meio, a falta de contato presencial com os professores e o despreparo das
escolas e das famílias para lidarem com ferramentas de ensino remoto
causaram uma grande lacuna no processo de aprendizagem dos estudantes.
Como consequência, as crianças e adolescentes voltaram para a escola
em 2022 com alfabetização incompleta e perdas de aprendizagem. Portanto,
para resolver esses inúmeros problemas causados pela Covid 19, o gestor
escolar precisa ter estratégias de recomposição de aprendizagem (PERES,
2020).
Manter uma boa relação família-escola é desafiador, para Vieira (2017)
mesmo estando prevista a participação da família no processo de ensino-
aprendizagem na Constituição Federal, muitos familiares são muito distantes,
faltam às reuniões e não assinam as autorizações. Outros têm presença
constante na escola, mas vão para reclamar, brigar com o professor ou exigir
dos gestores resultados que estão além das responsabilidades da escola.
Também é valido destacar os familiares que gostariam de das atividades
escolares, mas, ficam impossibilitados em virtude do trabalho, portanto, o
gestor escolar precisa, conscientizar os pais e responsáveis sobre sua
importância no processo de aprendizagem da criança. Segundo Libâneo (2014,
p. 63) a prestação de contas na escola pública também é um desafio, pois:

A prestação de contas é um dever constitucional, mesmo que a


escola não utilize a verba, e o gestor escolar precisa fazer a
prestação de contas de todos os recursos recebidos pelo governo
federal, estadual e municipal, já que são dinheiro público. A prestação
de contar é um processo realizado em três etapas: 1. Preencher os
formulários de prestação de contas do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educacional (FNDE) com os valores recebidos,
bens adquiridos, serviços contratados, saldos bancários e outras
informações necessárias; 2. Apresentar os documentos para
apreciação da comunidade escolar; 3. Encaminhar os arquivos para a
secretaria de educação à qual a unidade está vinculada; 4. Aguardar
avaliação da secretaria, que pode “aprovar”, “aprovar com ressalva”,
“reprovar” ou definir como “não apresentada” a prestação de contas.

Portanto, o cumprimento desses processos soa fundamentais para a


continuidade das atividades escolares, como essas tarefas de prestação de
contas vão além da formação inicial em Pedagogia ou licenciatura, muitos
diretores podem encontrar dificuldade na prestação de contas.
A diversidade e inclusão é outro desafio do gestor escolar, criar um
ambiente inclusivo e respeitoso que dê conta de reunir uma diversidade de
pessoas: pais, estudantes e profissionais de várias cores, raças, etnias,
gêneros, orientações sexuais, faixas etárias, classes econômicas e níveis de
escolarização, não é fácil. Com isso, nota-se que as escolas muitas vezes não
se sentem preparadas para receber e ensinar alunos com deficiência (VIEIRA,
2017).
Por fim, o ultimo desafio é a cultura digital, para LÜCK (2019, p. 52):

A intensificação da presença dos smartphones, aplicativos,


computadores, softwares, redes sociais e ferramentas de Inteligência
Artificial na vida dos estudantes, pais e professores é relativamente
recente, e mudou profundamente a maneira de aprender, o
comportamento dos alunos e a dinâmica em sala de aula. Porém,
algumas escolas ainda não se acostumaram com essa realidade e
não se abriram para novas possibilidades pedagógicas com o uso
da tecnologia na educação. Trata-se de um descompasso, até porque
a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) inclui a cultura digital no
currículo nacional. Segundo a BNCC, é imprescindível que a escola
eduque para usos mais democráticos das tecnologias e para uma
participação mais consciente na cultura digital.

A questão da cultura digital ainda é um desafio para gestores, além da


falta de formação para os professores, o gestor precisa saber lidar com a falta
de materiais e de apoio pedagógico para incluir os recursos educacionais
digitais em sala de aula. Portanto, esses desafios poderão ser superados
utilizando estratégias para definir suas diretrizes e os conteúdos das grades
curriculares (LIMA, 2018).
Elaborar e planejar estratégias na gestão escolar é garantir bons
resultados para os alunos, que recebem as melhores oportunidades de ensino,
e para escola como um todo, que tem ganhos em retenção de estudantes,
reconhecimento no mercado e na otimização dos processos (PARO, 2017).
Sendo assim, os diretores são os responsáveis em tomar decisões assertivas,
portanto, com o planejamento de estratégias pedagógicas e administrativas é
possível fazer uma gestão de qualidade.

3 CONCLUSÃO

Após a elaboração de toda a pesquisa sobre quais são os principais


pilares, estratégias e desafios na gestão escolar, percebe-se que o gestor
educacional é o principal responsável pela escola, e cabe a ele buscar novos
caminhos para promover uma aprendizagem de qualidade para todos os
educandos.

Nos dias de hoje não é fácil fazer uma boa gestão em virtude das
transformações sociais que refletem diretamente no ambiente escolar. Os
pilares que caminham junto com uma boa gestão são fundamentais nas ações
diárias do diretor, pois, servem de base para direcionar o andamento da escola.
Também, é valido destacar que planejar e implantar estratégias
pedagógicas, administrativas e financeiras ajudam na tomada de decisões.
Mesmo sabendo dos desafios diárias no ambiente escolar é preciso muita luta
para a construção de escolas mais democráticas visando os princípios da
educação democrática, onde pais, alunos e membros da escola possam
participar das ações da instituição escolar.
Sabe-se que a gestão democrática é um processo complexo, pois
precisa envolver toda a escola e comunidade para chegar a até a sala de aula
e alunos. Sendo assim, conclui-se que é de fundamental importância o
envolvimento dos pais, professores, conselhos, funcionários das propostas
pedagógicas da escola para que ela seja, democrática e participativa.
Nota-se que fazer uma gestão democracia voltada para o ensino e
aprendizagem contribui na formação dos alunos, mesmo sendo um tema que
gera polêmicas, desafios, reflexões, o gestor buscando estratégias que
possibilitem para uma boa gestão é possível superar todos os desafios frente a
direção escolar.

REFERÊNCIAS

BRASIL. LDB: Lei de Diretrizes de Base da Educação Nacional: Lei n°


9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. - 5 Ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação
Edições Câmara, 2010.

BRASIL. Caderno de Boas Práticas dos Especialistas em Educação Básica


de Minas Gerais. Disponível em:
https://orientaeducacao.files.wordpress.com/2018/04/caderno-de-boas-praticas-
eeb.pdf. Acesso em: 19 set. 2023.

BORDENAVE, Juan Díaz; PEREIRA, Adair Martins. Estratégias de ensino-


Aprendizagem. 11ª ed. Petrópolis: Vozes. 2019.

CARVALHO, E.J.G. Gestão escolar. Secretaria do Estado de Educação do


Paraná. Maringá. 2018.

DINIZ, Debora; LIONÇO, Tatiana. Educação e Laicidade. Brasília: UNESCO:


Letras Livres: EDUNB, 2020.

FREGONESE, Gladys B. Supervisão escolar. Londrina: UEL, texto


apresentado no Curso de Pedagogia, na disciplina de Supervisão Escolar,
2018.

HORA.D.J. Gestão Democrática na Escola. Campinas. Papiros. 2015.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão escolar: teoria e prática. 4ª


ed. Goiânia: Editora alternativa. 2014.
LIMA, L. C. Por que é tão difícil democratizar a gestão da escola pública?
Educar em Revista, Curitiba, Brasil, v. 34, n. 68, p. 15-28, mar./abr. 2018.

LÜCK, Heloísa. A gestão participativa na escola. 9.ed. Petrópolis: Vozes,


2016.

LÜCK, Heloísa. Perspectivas da Gestão Escolar e Implicações quanto à


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LÜCK, Heloisa. Dimensões da gestão escolar e suas competências.


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MALHEIROS, Bruno Taranto. Metodologia da pesquisa em educação. Rio de


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PARO, V. H.. Administração Escolar. Introdução Crítica. 13. ed. São Paulo:
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PERES, M. R. Novos desafios da gestão escolar e de sala de aula em tempos


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VIEIRA, S. L. Políticas e gestão da educação básica: revisitando conceitos


simples. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, v. 23
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