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FAVENI

Raquel Brum

GESTÃO ESCOLAR E DEMOCRATIZAÇÃO NAS ESCOLAS PÚBLICAS

ESTRELA DALVA
2022
FAVENI

Raquel Brum

GESTÃO ESCOLAR E DEMOCRATIZAÇÃO NAS ESCOLAS PÚBLICAS

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em GESTÃO
EDUCACIONAL COM HABILIDADE
EM ORIENTAÇÃO, SUPERVISÃO E
INSPEÇÃO

ESTRELA DALVA
2022
GESTÃO ESCOLAR E DEMOCRATIZAÇÃO NAS ESCOLAS PÚBLICAS

rochavalladao@gmail.com

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). “Deixar este texto
no trabalho”.

RESUMO- O presente artigo tem o objetivo de reunir informações, produzir material de estudo sobre
gestão escolar democrática nas escolas públicas, buscar ideias e soluções para que essa gestão consiga
mudar conceitos de hierarquização enraizados por anos, tornando uma gestão participativa. É um
trabalho de revisão bibliográfica que foi usado os livros: “O Planejamento Estratégico: um instrumento
para o gestor de escola pública” de Claudia Zuppini; “A Gestão Participativa na Escola” de Heloísa Lück
entre outros, além de artigos, sites e afins através de palavras-chave. Comprovou-se que é preciso
mudar ideias e conceitos para se fazer uma gestão transparente dentro das escolas públicas onde a
democracia faça parte em todas as tomadas de decisão. Conclui-se que a empreitada da gestão escolar
precisa de liderança e apesar de difícil é determinante na democratização e que é imprescindível a
atualização e aperfeiçoamento dos processos pedagógicos e de seus profissionais, além de abertura
para a comunidade além dos muros da escola.

PALAVRAS-CHAVE: Gestão. Escola. Democratização. Transparência. Comunidade


1 INTRODUÇÃO

Tudo hoje nas instituições de ensino, desde o trabalho dentro das salas de aula e
burocracias em geral, reclama uma boa gestão escolar, que organize a escola de
maneira que atenda todas as demandas relacionadas a administração e ao ensino dos
alunos em geral que esta assiste, mas dentro de muitas instituições públicas de ensino
esse trabalho fica ainda mais desafiador.
Ainda há uma grande discussão sobre a melhor maneira para que o processo de
gestar uma escola seja competente e democrático principalmente dentro das
instituições públicas de ensino, onde em uma grande parte muitos profissionais não
encontram elementos que os propiciariam uma melhor qualidade do trabalho.
Estruturas físicas precárias, ambientes mal organizados, falta de verba para prestação
de serviços, instrumentos que ajudariam a execução do trabalho e de uma boa gestão,
além de outras questões que são vivenciadas dentro das escolas públicas.
Mas como a gestão escolar coloca em funcionamento todas as diretrizes dentro
da realidade das instituições públicas de ensino, de forma clara, objetiva e bem
estruturada para realmente torná-la democrática e implementar as melhorias
desejadas?
O gestor precisa ser um sujeito mais operante, inovador, que consiga ter boas
ideias e muito boa vontade para trabalhar apesar das limitações existentes na
instituição. Que busque conhecer sua equipe para reconhecer as capacidades e
limitações de cada um conseguindo absorver o melhor e criar um ambiente dinâmico,
agradável, obtendo os resultados desejados. Além de tudo isso, buscar
incessantemente uma melhor comunicação entre família e escola.
Objetivo Geral:
 Investigar como a gestão escolar colocaria em funcionamento todas as
diretrizes dentro da realidade das instituições públicas de ensino, de forma
clara, implementando as melhorias desejadas.

Objetivos específicos:
 Conceituar métodos de gestão escolar e participação democrática;
 Identificar as dificuldades da gestão escolar em escolas públicas;
 Analisar os melhores meios para o trabalho de gestão escolar com a
democratização;
 Criar material de apoio para equipes de gestão escolar e para alunos da
área.

Falar sobre este tema é de grande relevância para todos nós, trabalhadores e
estudantes da área da educação, pois apesar de muitas teorias sobre o assunto, as
práticas em muitas escolas públicas estão longe da realidade dessas teorias. Por isso,
este trabalho foi criado pensando em ajudar a tornar mais fácil ou pelo menos,
incentivador, para que suas ideias saiam do papel e sejam realmente implementadas
nas equipes de gestão escolar. E que acadêmicos saibam o que um bom gestor deve
fazer e os enfretamentos deste gestor dentro das escolas públicas.
Foi uma pesquisa descritiva como forma de investigar as questões que
envolviam o assunto, partindo de revisões bibliográficas de outros autores da área. O
objetivo era juntar o maior número de informações para que o tema se fizesse claro.
Esta pesquisa foi baseada em autores como: Claudia Zuppini Dalcorso; Heloísa
Lück, José Carlos Libâneo, entre outros que falavam sobre o tema e que eram de
importância para o assunto, assim como, artigos, livros e afins.
O método foi conceitual analítico pois usei ideias de outros autores para chegar
no meu propósito de construir uma análise científica.

2 DESENVOLVIMENTO

Ser gestor em qualquer escola requer muito empenho além de boa qualificação
para tal função, pois sua responsabilidade permeia todos os setores da escola.

É do diretor da escola a responsabilidade máxima quanto à consecução eficaz


da política educacional do sistema e desenvolvimento plenos dos objetivos
educacionais, organizando, dinamizando e coordenando todos os esforços
nesse sentido e controlando todos os recursos para tal. (LÜCK, 2004, p.32).
Mas dentro de uma escola pública esse trabalho tem desafios maiores, desde
estimular professores a trabalhar muitas vezes dentro de espaços físicos precários,
com limitação de material, alguns com salários atrasados, falta de mão de obra
qualificada cabendo a esse gestor cumprir a função, falta de comprometimento de pais
e responsáveis com a educação das crianças que enviam para a escola. Verdadeiros
obstáculos que se faz necessário a esse gestor escolar, além de qualificação, uma
força de vontade muito grande pra fazer dar certo. Por isso, crê-se que o gestor seja
agente imprescindível de transformação e ascensão da escola como instituição de
formação e democratização.

Uma forma de conceituar a gestão é vê-la como um processo de mobilização da


competência e da energia de pessoas coletivamente organizadas para que, por
sua participação ativa e competente, promovam a realização, o mais
plenamente possível, dos objetivos de sua unidade de trabalho, no caso, os
objetivos educacionais. (LÜCK, 2011, p.21)

Durante minha caminhada escolar de 25 anos como professora de escolas


públicas, já li e reli muitos livros e artigos a respeito do tema. Apesar de nunca ter
trabalhado como gestora escolar, acompanhei minha mãe e meu pai nessa jornada, ele
prefeito do nosso munícipio por muitos anos e minha mãe como gestora escolar. E
assisti de perto algumas muitas dificuldades dos dois e como ambos se desdobravam
em busca de resolver os problemas mesmo tendo equipes tão comprometidas. Mas foi
com o exemplo da minha mãe que escolhi minha profissão e por isso me baseei em
uma obra recomendada por ela para nos ajudar a entender, como ela mesmo dizia, “as
engrenagens da escola”, além de outros indicados por colegas de trabalho. Foram eles:
“O Planejamento Estratégico: um instrumento para o gestor de escola pública”
de Claudia Zuppini Dalcorso; “A Gestão Participativa na Escola” de Heloísa Lück, mas
no corpo do texto também cito outros que foram de muita relevância para esta pesquisa
que foi realizada como produção de conhecimento e análise científica.
É imprescindível buscar respostas que se adeque a uma inovação das gestões
escolares com a democratização e globalização nesse momento, pois é urgente que se
abra oportunidade para o novo, onde a maioria das coisas devem ser resolvidas de
maneira coletiva.
Define-se, pois, a gestão democrática como o processo em que se criam
condições para que os membros de uma coletividade não apenas tomem parte,
de forma regular e contínua, de suas decisões mais importantes, mas assumam
responsabilidade por sua implementação. Isso porque democracia pressupõe
muito mais que tomar decisões: envolve a consciência de construção de
conjunto da unidade social e de seu processo de melhoria contínua como um
todo. (LUCK, 2018, p. 57)

Se na legislação mostra a intenção de se ensinar na prática aos alunos o que é e


como ser um cidadão pensante, precisamos agir como se o ambiente escolar fosse a
comunidade que realmente é, onde todos, inclusive a família, tenham voz e participação
nas decisões, tornando o ambiente realmente democrático e transparente, já que toda
decisão tomada é de conhecimento de todos.

A escola ocupa um papel importante na promoção da democracia. Quando ela


fracassa, a sociedade perde. É muita responsabilidade para esta instituição
cumprir, sozinha, este papel. Necessita da participação dos agentes envolvidos
para garantir a sua meta. (DALCORSO, 2011, p. 49)

Reforçando ainda sobre a participação e cooperação coletiva:

Os processos de gestão e administração da escola implicam uma ação


coordenada da direção, coordenação pedagógica e professores, cada um
cumprindo sua responsabilidade no conjunto da ação escolar. Os processos de
participação democrática incluem não apenas o envolvimento coletivo na
tomada de decisões, como também os meios de articulação da escola com
órgãos de administração do sistema escolar e com as famílias. (LIBÂNEO,
1994, p. 45).

A escola deve abrir, estabelecer espaço para a comunidade, atuando como


continuidade, devendo juntas assumir o papel para o desenvolvimento dos alunos. Isso
é essencial, pois tem existência completa de desafios para a gestão escolar que só
tendem a aumentar cada vez mais com o passar dos anos. Afinal a participação de
todos é condição imperiosa para uma gestão democrática.

Todos os segmentos da sociedade podem compreender melhor o


funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade os que nela
estudam e trabalham, intensificar seu envolvimento com ela e, assim,
acompanhar melhor a educação ali oferecida. (GADOTTI e ROMÃO, 1997, P.
16)

Parece utopia o assunto de uma gestão democrática dentro de qualquer escola,


mas nas instituições públicas de ensino a situação é ainda mais delicada, a
comunidade fora dos muros tem menos acesso, menos tempo e muitos sem condições
de se entrosarem no meio escolar do seu filho, além da dificuldade de mudar o que já
está quase enraizado, hierarquização e autoritarismo de muitas gestões. Porém é
direito e dever do todo conhecer como funciona as engrenagens da instituição.
Segundo Luck (2009) há algumas décadas, o ensino público era destinado a
poucos e orientado por um sistema administrativo centralizador. Nesse modelo, a
qualidade era garantida com mecanismos de controle e cobrança. A sociedade mudou
e passou a exigir a Educação para todos. Com isso, o ser humano se tornou o
elemento-chave no desenvolvimento das organizações educacionais, tanto como alvo
do trabalho educativo como na condução de processos eficientes e bem-sucedido
Para Oliveira (2010) todos os cidadãos necessitam conhecer os mecanismos
utilizados para a tomada de decisão, sendo este uma ferramenta que perpasse a
transparência, deixando evidentes as escolhas realizadas, as garantias de fiscalização
das ações e um respeito mútuo ao pluralismo de opiniões surgidas no espaço da
instituição.
O gestor tem grande responsabilidade nessa mudança como afirma Dalcorso:

[...] o gestor escolar possui uma função de grande importância, pois é ele que
pode articular ações que envolvam a comunidade no cotidiano escolar, fazendo
da escola um espaço democrático. Sendo assim, a responsabilidade de se
construir maiores padrões de qualidade é distribuída por várias pessoas, que
juntas, poderão transformar a realidade. (2011, p. 50)
Há vários desafios a serem vencidos para toda essa democratização como
conhecer o cotidiano de cada agente dessa empreitada, além da formação de um
conselho como destaca Dalcorso:

Propor a formação do conselho para a gestão participativa também se faz


necessário e é uma estratégia eficaz. Apesar de ser proposta em toda a
legislação educacional, tem-se muito a percorrer para que a gestão participativa
seja eficiente e uma prática comum em todas as escolas. (2011, p. 55)

Uma equipe empenhada e dinâmica que aceite o desafio apesar dos desafios
dentro das escolas públicas, que se dediquem, que criem ambientes prazerosos em
que a prática e a teoria não fiquem tão distantes uma da outra e que as duas se tornem
interessantes, que conheçam as principais dificuldades enfrentadas na comunidade.
Profissionais atualizados e dedicados tornam o ambiente escolar mais interessante e
produtivo, assumindo o compromisso de incorporar a transformação da sociedade.

A Escola como uma instituição que deve procurar a socialização do saber, da


ciência, da técnica e das artes produzidas socialmente, deve estar
comprometida politicamente e ser capaz de interpretar as carências reveladas
pela sociedade, direcionando essas necessidades em função de princípios
educativos capazes de responder as demandas sociais. (HORA, 1994, p.34).

O sinal inaugural é admitir que a educação vive em permanente alomorfia e a


socialização se soma a ela para propiciar ferramentas que viabilizam o processo de
ensino-aprendizagem, oferecendo confiança, segurança e sobretudo, motivando o
apoio e participação de todos, com compromisso social. Transformações nos costumes
da sociedade, novas reivindicações e o bom desenvolvimento da prática administrativa
requer novas condutas quanto ao gerenciamento, se adequando às mudanças de
formas diversas.
Transformando sua prática com uma concepção participativa o gestor verá que,
ao dividir funções e responsabilidades, isto é, que ao descentralizar as ações,
compartilha as responsabilidades da rotina tornando trabalho mais produtivo.
(Dalcorso, 2011, p. 52)
3 CONCLUSÃO

A empreitada da gestão escolar cresce à medida que as mutações na educação


dominam o mundo inteiro. E essa empreitada, esse desafio traduz-se em um grupo de
trabalho com designações exclusiva, distintiva de modo a gerenciar suas tarefas
englobando as esferas pedagógicas e administrativas da instituição de ensino, com
capacidade profissional de excelência do corpo docente, visando a participação das
famílias no âmbito escolar, ou seja, tendo uma gestão de excelência e não apenas de
cobranças para alcançar resultados. O Gestor enxergar o que de fato é a ação de gerir
e organizar suas ações de modo a assegurar uma gestão participativa.
Desta maneira, necessitam existir técnicas que estabeleçam esta área cada vez
mais constante, consoante com a atualização e aperfeiçoamento dos processos
pedagógicos e de seus profissionais. Em prol do sucesso dos processos e dos
resultados que são relativos a melhoria da qualidade da aprendizagem e do ensino dos
alunos, mirando a qualidade dos serviços concedidos à comunidade e promovendo a
criação de espaços onde todos, gestores, professores, profissionais escolares, a
comunidade e os alunos, possam participar, afinal, a participação ativa de todos ajuda
na constatação de quais práticas estão sendo empregadas e o que pode ser
transformado para engrandecer a qualidade do ensino.
Não será de um dia para o outro que uma gestão escolar conseguirá fazer todas
as mudanças necessárias, isso em qualquer instituição de ensino, sendo pública ou
não, mas para que as coisas aconteçam o famoso primeiro passo precisa ser dado com
liderança, firmeza, rompendo barreiras, derrubando conceitos, bom planejamento
estratégico, uma equipe empenhada e sempre atualizada e uma comunidade, além dos
muros da escola, participativa.
4 REFERÊNCIAS

DALCORSO, CLÁUDIA ZUPPINI. O planejamento estratégico um instrumento de


escola pública. Dissertação (Mestrado em educação: Currículo). Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2011.

HELOÍSA LUCK FALA SOBRE OS DESAFIOS DA LIDERANÇA NA ESCOLA.


Disponível em < Heloísa Lück fala sobre os desafios da liderança nas escolas - Toda a
força para o líder (gestaoescolar.org.br)>. Acesso dia 22 de set. 2022.

GADOTTI, Moacir. O projeto político-pedagógico na escola: na perspectiva de uma


educação para a cidadania. Brasília, 1994

GADOTTI, M. I Seminário Internacional Itinerante de Educadores/ 2ª Jornada


Pedagógica da Escola Cidadã – Grupo de Estudos e Organização de Eventos
Políticos Pedagógicos. Alegrete e Uruguaiana, 1999

LIBÂNEO, J. C. Didática.74, 128 p. Coleção magistério. 2º grau. Série formação do


professor), São Paulo: Cortez, 1994.

LÜCK, Heloísa. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. Petrópolis :


Vozes, 2005.

LÜCK, Heloísa. A gestão participativa na escola. Petrópolis : Vozes, 2006.

LÜCK, H. Liderança em gestão escolar. 7.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.

LIBÂNEO, J. C. Didática.74, 128 p. Coleção magistério. 2º grau. Série formação do


professor), São Paulo: Cortez, 1994.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebolças de. Planejamento Estratégico-Conceitos-


Metodologia-Práticas. 34° ed. Atlas, 2018.
HORA, Dinair Leal da. Gestão democrática na escola: Artes e ofícios da
participação coletiva. Campinas. SP: Papirus, 1994

5 ANEXO

Imagem 1 – Eu e minha mãe, referência profissional e gestora escolar por muitos anos

Fonte: Arquivo pessoal (2022)

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