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FAVENI

VANESSA CRISTINA FERREIRA TERRA

GESTÃO ESCOLAR:O PAPEL DO DIRETOR NUMA GESTÃO DEMOCRÁTICA E


PARTICIPATIVA

BELFORD ROXO
2022
FAVENI

VANESSA CRISTINA FERREIRA TERRA

GESTÃO ESCOLAR:O PAPEL DO DIRETOR NUMA GESTÃO DEMOCRÁTICA E


PARTICIPATIVA

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em Gestão escolar e
coordenação pedagógica.

BELFORD ROXO
2022
GESTÃO ESCOLAR:O PAPEL DO DIRETOR NUMA GESTÃO DEMOCRÁTICA E
PARTICIPATIVA

Vanessa Cristina Ferreira Terra

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro


também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido
copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte
além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho
ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas
para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis,
penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime
de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de
Prestação de Serviços).

RESUMO

As mudanças promovidas pela globalização e pela transição da era industrial para a


era do conhecimento fizeram com que as organizações migrassem de um modelo de
administração clássica para o moderno conceito de gestão que tem como uma das
suas vertentes mais importantes a busca estratégica de parceria entre as organizações
e os seus colaboradores. A escola está no centro de todas as mudanças que ocorrem
na sociedade, pois ela influencia e é influenciada pela mesma, este trabalho aponta
para um conceito de gestão escolar democrática como um processo que não se resume
somente às tomadas de decisão e que é sustentado no diálogo e na alteridade, na
participação ativa dos sujeitos do universo escolar, na construção coletiva de regras,
procedimentos e na constituição de canais de comunicação, de interações e trocas.
Desta forma, a gestão escolar tem se inclinado para um modelo democrático-
participativo de condução do processo administrativo-pedagógico. Dentro deste
contexto, este artigo foi realizado mediante revisão da bibliografia e analisa como o
modelo de gestão participativa forma uma teia de interações entre todo corpo docente,
os alunos e a comunidade escolar.
PALAVRAS-CHAVE: gestão escolar. gestão participativa. comunidade escolar.

INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje, muito se tem falado sobre gestão escolar e o processo de
democratização da gestão, processo este, que vise de fato, sua implementação com
autonomia e de forma descentralizada. O novo cenário educacional, em que a escola
passa a se configurar num espaço com autonomia administrativa e pedagógica,
pergunta-se qual o papel do profissional capaz de gerir, com competência, os recursos
oriundos à escola, de forma a tornar a mesma verdadeiramente democrática e cidadã.
Percebe-se que das novas expectativas no campo educacional, busca-se na pessoa
do diretor ser um profissional, que além de administrar a escola em todos seus
aspectos, seja um articulador das ações, capaz de operar a partir da realidade concreta
da escola, incentivando sua equipe e mobilizando toda a comunidade escolar a sentir-
se corresponsáveis pela qualidade do ensino na escola.
Assim, a referida pesquisa nasce da necessidade de entendermos como
conceber a gestão democrática na escola e como o gestor escolar pode contribuir para
que esta, aconteça de forma autônoma e participativa.
Baseando-se nas premissas expostas, o objetivo deste artigo é a análise de
como o conceito da gestão participativa é introduzido e trabalhado dentro do meio
escolar, como o gestor escolar conduz as relações entre os membros da comunidade
escolar e se esta matriz de interações que se formam entre os membros da
comunidade escolar é capaz de gerar melhorias e agregar resultados positivos dentro
da escola.
No primeiro capítulo deste trabalho, intitulado: “Gestão democrática: autonomia e
descentralização”, buscou-se algumas considerações a respeito da busca pela
autonomia e descentralização da escola, como a gestão escolar está estruturada, bem
como a legislação que a normatiza. Esta análise torna-se o primeiro viés para tratarmos
sobre os novos modelos de gestão, bem como suas funções e importância no
processo democrático da escola.
No capítulo seguinte, intitulado de “Gestão Democrática na Educação”,
buscamos entender os princípios de gestão democrática e participativa presentes, no
sentido de esboçar o que se tem pensado e proposto diante do princípio constitucional
da Gestão Democrática da Educação Brasileira.
Em seguida, o terceiro capítulo busca entender, “O papel do diretor na gestão
escolar”, abordaremos o diretor e sua atuação frente os desafios na democratização da
escola, seu perfil e este como um articulador das ações na escola.
Como metodologia para o desenvolvimento do presente artigo, nos pautamos na
pesquisa de cunho bibliográfico, como forma de respondermos nossas inquietações
com relação à gestão democrática e participativa e os mecanismos que a regem.

1 GESTÃO DEMOCRÁTICA: AUTONOMIA E DESCENTRALIZAÇÃO

A gestão escolar democrática é assunto recorrente nas escolas atuais. No entanto,


faz-se necessário esclarecer do que se trata tal termo. Conforme Lück (2009),

Gestão escolar é o ato de gerir a dinâmica cultural da escola, afinado com as


diretrizes e políticas educacionais públicas para a implementação de seu projeto
político-pedagógico e compromissado com os princípios da democracia e com os
métodos que organizem e criem condições para um ambiente educacional
autônomo (soluções próprias, no âmbito de suas competências), de participação
e compartilhamento (tomada de decisões conjunta e efetivação de resultados. e
auto-controle (acompanhamento e avaliação com retorno de informações).(...)A
gestão escolar constitui uma dimensão e um enfoque de atuação em educação,
que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as
condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos
processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a
promoção efetiva da aprendizagem dos alunos, de modo a torná-los capazes de
enfrentar adequadamente os desafios da sociedade complexa, globalizada e da
economia centrada no conhecimento. Por efetividade entende-se, pois, a
realização de objetivos avançados, em acordo com as novas necessidades
de transformação socioeconômico-cultural, mediante a dinamização do talento
humano, sinergicamente organizado (LÜCK, 2009, p. 24).
Percebemos que Lück (2009) descreve a gestão como um processo
compromissado com a democracia, que deve se esforçar para articular todas as
condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos
socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino. Se assim o é, como pode uma
gestão escolar centralizar o poder?
Ainda segundo a autora, o objetivo da gestão é a aprendizagem efetiva e
significativa dos alunos. Assim, compreende-se que é impossível alcançar tal objetivo
sem o esforço coletivo e a participação de todos os envolvidos nesse processo.
Portanto, uma gestão centralizada e não democrática contribui, em última análise, para
o fracasso dos alunos.
Segundo Leite (2012), "a autonomia e a descentralização constituem-se um binômio
construído reciprocamente, mediante processos de democratização, isto é, tendo a
prática democrática como centro" (LEITE, 2012, p. 3).Tratando da mesma questão,
Gadotti (1999) entende que a autonomia da escola está relacionada e dependente da
“compreensão” da administração da unidade escolar enquanto local de trabalho. Essa
autonomia pode ser vista de forma filosófica, política, administrativa, pedagógica e
didática. Temos, então, que a autonomia filosófica diz respeito ao estabelecimento de
valores, a autonomia política é entendida como autonomia frente à política educacional;
a administrativa refere-se à forma de operacionalização dos objetivos político-
filosóficos; a pedagogia trata da capacidade de definição do currículo escolar; e, por
último, a autonomia didática trata das atividades-fim, isto é, está relacionada às
atividades de ensino-aprendizagem (GADOTTI, 1999). Ou seja, não há uma autonomia
integral, e sim um entrelaçamento de autonomias que formam, em um todo, a
autonomia escolar.
Sobre descentralização, Costa (1999) descreve como “a redistribuição – entre
instâncias governamentais, entre poderes estaduais e entre o Estado e a sociedade –
de competências, recursos e encargos originários dos organismos centrais" (COSTA,
1999, p.13).
Ainda sobre autonomia, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei
nº. 9.394/96), abordar a forma de organização da unidade escolar, explicitando, no art.
12, II, “que os estabelecimentos de ensino terão a incumbência de administrar seu
pessoal e seus recursos materiais e financeiros com autonomia e descentralização”.
Assim, além de democrática, a gestão deve ser autônoma e descentralizada. Ou
seja, não são apenas nas decisões que estão o foco de uma gestão escolar
democrática, mas também na distribuição de tarefas e competências.

2 GESTÃO DEMOCRÁTICA NA EDUCAÇÃO

A gestão democrática na escola, vivenciou e vivencia importantes


transformações no seu interior, mudanças que transpassam a burocracia inerente ao
processo de democratização nas tomadas de decisões por parte dos dirigentes e
agentes do processo escolar. A escola em sua plenitude, busca a partir dessas
mudanças a autonomia de seus recursos mediante a tomada de decisões entre todos
os que fazem a escola, entendendo que só se tornará de fato, democrática no momento
em que todos aqueles que fazem a escola participarem de efetivamente de sua
construção. Sobre esse aspecto GADOTTI (2008), nos coloca que a participação e a
democratização num sistema público de ensino são a forma mais prática de formação
para a cidadania, acrescentando que educação para a cidadania se dá na participação
no processo de tomada de decisão.

[...] a população precisa efetivamente apropriar-se de as informações para poder


participar. Para poder participar, a população precisa compreender o
funcionamento da administração – em participar, do orçamento – e as leis que
regem a administração pública e limitam a ação transformadora (GADOTTI 2008,
p. 48).

Assim, para que a escola consiga desempenhar suas funções de forma


democraticamente, ela precisa estar em conformidade com o que os citam os princípios
democráticos da gestão, citados anteriormente pela Constituição Federal e a LDB, e
apoiada pelo conselho escolar que visam a participação efetiva de todos os
representantes da escola, tornando suas tomadas de decisões concretas. Tendo em
vista, segundo GADOTTI (2008).
Ao que vemos, é de fundamental importância a participação do Conselho Escolar
na escola com os diversos representantes na implementação de sua autonomia e na
sua descentralização, todavia, é necessário que este conselho se constitua de forma
ativa e efetiva na escola, pois quanto mais gente estiver interagindo com os assuntos e
interesses da escola, haverá maior possibilidade de fortalecimento da autonomia desta.
A gestão democrática é aqui compreendida, então, como um processo político no
qual as pessoas que atuam sobre a escola identificam problemas, discutem, deliberam
e planejam, encaminham, acompanham, controlam e avaliam o conjunto das ações
voltadas ao desenvolvimento da própria escola na busca da solução daqueles
problemas. Esse processo, sustentado no diálogo, na alteridade e no reconhecimento
às especificidades técnicas das diversas funções presentes na escola, tem como base
a participação efetiva de todos os segmentos da comunidade escolar, o respeito às
normas coletivamente construídas para os processos de tomada de decisões e a
garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola.
Isso quer dizer que a gestão da escola pública pode ser entendida
pretensamente como um processo democrático, no qual a democracia é compreendida
como princípio, posto que se tem em conta que essa é a escola financiada por todos e
para atender ao interesse que é de todos; e também como método, como um processo
democratizante,
uma vez que a democracia é também uma ação educativa, no sentido da conformação
de práticas coletivas na educação política dos sujeitos.
A preocupação na construção de conceitos sobre a gestão democrática é
compartilhada por outros autores, como é o caso de Licínio Lima, para quem:

“... a democratização da gestão escolar é uma perspectiva conceptual que focaliza


intervenções democraticamente referenciadas, exercidas por atores educativos e
consubstanciadas em ações de(auto)governo; ações que não apenas se revelam
enquanto decisões político-administrativas tomadas a partir de contextos organizacionais
e de estruturas de poder de decisão, mas que também interferem na construção e
recriação dessas estruturas e de formas mais democráticas de exercer os poderes
educativos no sistema escolar, na escola, na sala de aula, etc.” (LIMA, 2000, p. 19)
Para Lima, a gestão democrática é um fenômeno político, de governo, que está
articulado diretamente com ações que se sustentam em métodos democráticos. Mas,
mais do que isso, para o autor, não se trata apenas de ações democráticas ou de
processos participativos de tomada de decisões, trata-se, antes de tudo, de ações
voltadas à educação política, na medida em que são ações que criam e recriam
alternativas mais democráticas no cotidiano escolar no que se refere, em especial, às
relações de poder ali presentes.

3 A gestão participativa na escola

Para que a gestão da escola se implemente de fato democraticamente, é de


fundamental importância que haja a participação de todos os envolvidos no processo
educacional, o que vai desde as tomadas de decisões, até o compartilhamento do
poder; dessa forma, todos aqueles que se encontram no ambiente escolar ou no seu
entorno, sejam funcionários, professores, alunos, pais e membros da comunidade,
reflitam, debatam e pratiquem a gestão de forma autônoma e democrática.
Segundo Libâneo:

A participação é o principal meio de se assegurar a gestão democrática, possibilitando o


envolvimento de todos os integrantes da escoa no processo de tomada de decisões e no
funcionamento da organização escolar. A participação proporciona melhor conhecimento
dos objetivos e metas da escola, de sua estrutura organizacional e de dinâmica, de suas
relações com a comunidade, e propicia um clima de trabalho favorável a maior
aproximação entre professores, alunos e pais (LIBÂNEO 2012, p. 450).

Uma gestão democrática e participativa é a forma mais eficaz de se promover a


autonomia da escola, quando todos participam dos processos na unidade escolar evita-
se às formas autoritárias de tomadas de decisões, e consequentemente abre espaço
para o fortalecimento e para a construção conjunta do trabalho da escola.
A exposição de Westrupp (2003, p. 55) diferencia gestão democrática de gestão
participativa; pois, embora uma esteja contida na outra, as denominações não são
iguais, a autora esclarece que :
[...] em uma democracia representativa, são escolhidos os representantes dos
grupos interessados, aos quais delegam-se poderes decisórios em nome do grupo que
este representa; não se tem a garantia de que a voz da maioria será ouvida. Já em uma
democracia participativa, todos opinam, todos ajudam a decidir, sem a incerteza da
usurpação de poder por parte de um suposto representante; exige, porém, maior
consciência e responsabilidade por parte de cada um dos envolvidos.

Salerno (2009 p. 25) também faz essa diferenciação, afirmando que:

[...]gestão democrática diferencia-se de gestão participativa, pois a primeira envolve a


comunidade nos processos de decisão; a segunda pode evidenciar a participação das
decisões à comunidade. Assim sendo, a gestão democrática é sempre participativa,
porém, nem toda gestão participativa é democrática.

Uma das principais funções do gestor escolar, dentro de uma perspectiva de


gestão participativa na escola, é unir e coordenar a ação dos atores envolvidos no
processo administrativopedagógico.O gestor escolar deve promover uma ponte de
comunicação entre os sujeitos que compõem a escola; o que ocorre dentro da função
básica de coordenação, onde o gestor trabalha como um mediador e dosador das
relações de poder que ocorrem na organização, buscando definir consensos e evitando
e gerindo conflitos, com o objetivo de que ocorra a prevalência da transparência e da
democracia no processo participativo.
Pode-se concluir, pelo caminho percorrido até aqui, que gestão educacional e
administração escolar são conceitos diferentes de formatação e desenvolvimento do
processo administrativo escolar. A gestão é um conceito novo que se fundiu, adaptou e
superou o que havia até então na administração escolar, ela está ligada a uma
mobilização dinâmica e coletiva dos envolvidos e à energia e competência que eles
desenvolvem dentro do processo decisório educacional como condições básicas e
fundamentais para a melhoria da qualidade do ensino e a transformação da própria
identidade da escola. Um gestor educacional que atue dentro desta nova abordagem
deve buscar liderança e competência através de referenciais teórico-metodológicos
avançados de gestão para superar as dificuldades cotidianas, com a adoção de
mecanismos e métodos estratégicos para a solução dos problemas. Assim, a ideia de
gestão educacional desenvolve-se associada a outras ideias globalizantes e dinâmicas
em educação, como, por exemplo, o destaque à sua dimensão política e social, ação
para a transformação, globalização, participação e cidadania, entre outros. (BARROSO,
2003).
A ideia da gestão democrática na escola é reforçada pelo próprio Ministério da
Educação (MEC), que no Plano Nacional de Educação para todos, afirma que a escola
é um espaço coletivo e de gestão participativa, onde todos se comprometem e se
responsabilizam com os resultados alcançados,sejam eles positivos ou negativos.A
promoção de uma gestão educacional democrática está associada ao
compartilhamento de responsabilidades no processo de tomada de decisão entre os
diversos níveis e segmentos de autoridade do sistema educacional. Barroso (2003)
afirma que para que haja gestão escolar participativa é necessário que cinco princípios
ligados à autonomia, qualidade e eficiência da educação sejam atendidos; são eles
legitimidade, participação, liderança, qualificação, flexibilidade.
Uma das principais funções do gestor escolar, dentro de uma perspectiva de
gestão participativa na escola, é unir e coordenar a ação dos atores envolvidos no
processo administrativo-pedagógico. Campos (2010)ensina que o gestor escolar deve
promover uma ponte de comunicação entre os sujeitos que compõem a escola; o que
ocorre dentro da função básica de coordenação, onde o gestor trabalha como um
mediador e dosador das relações de poder que ocorrem na organização, buscando
definir consensos evitando e gerindo conflitos, com o objetivo de que ocorra a
prevalência da democracia no processo participativo.

CONCLUSÃO

O presente trabalho teve como objetivo relatar a importância do processo de


descentralização de poder necessário para uma Gestão Escolar democrática,em que
todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem e de gestão e manutenção
da escola sejam participativos e atuantes.
Demonstramos, neste trabalho, que uma escola autônoma não é uma escola
sem regras, e sim uma escola que deseja caminhar para se tornar cidadã. E para que
isso aconteça, é necessário que todos possam tomar parte das atividades e tomadas
de decisão.A gestão democrática e a descentralização do poder decisório de uma
escola dependem diretamente da compreensão da importância da gestão democrática
por parte do gestor.
Este texto, ao articular a escola pública com a política, o poder e a democracia,
identificou elementos que possibilitaram a construção de um conceito de gestão escolar
democrática, reconhecendo-a como um processo político que é mais amplo do que
apenas as tomadas de decisão e que é sustentado no diálogo e na alteridade, na
participação ativa dos sujeitos do universo escolar, na construção coletiva de regras e
procedimentos e na constituição de canais de comunicação, para ampliar o domínio das
informações a todas as pessoas que atuam na/sobre a escola.
O modelo de gestão participativa nos processos decisórios relacionados à
construção e planejamento das atividades administrativas e pedagógicas da escola
atende às necessidades de formação de um aluno que alcance o pleno
desenvolvimento das habilidades que serão necessárias para exercer a cidadania em
um momento social onde se fala que o conhecimento e a sua gestão é o ativo mais
importante que o mercado de trabalho e a sociedade requisitam.
Para que ocorra uma participação real da comunidade escolar no planejamento
estratégico da escola, é necessário que todos os atores envolvidos nesse processo
sejam motivados para participar e que exista abertura para esta participação. A
interação de todos os atores que formam a comunidade escolar deve ocorrer sem
barreiras ou não-aceitação de críticas.
Pais, alunos, professores, funcionários, membros da comunidade especialistas;
enfim, todos devem sentir-se livres dentro de um processo organizado de estruturação
democrática da escola. A rede de interação entre esses atores irá trazer resultados
positivos para a escola somente se houver um canal livre de comunicação entre eles.
Cabe ao gestor escolar encontrar mecanismos para fazer com que, dentro das
estipulações legais, o processo pedagógico ocorra com a participação de todos aqueles
que afetam e são afetados no presente e no futuro pelo resultado do objetivo final da
escola que, é a construção de um cidadão pleno.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei n. 9.394/96.
Disponível em:< http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/diretrizes.pdf >.Acesso em: 22 de
outubro de 2016.
BRASIL, Ministério da Educação. Gestão democrática nos sistemas e na escola.
Brasília: Universidade de Brasília, 2007.
LIMA, L. Organização Escolar e democracia radical: Paulo Freire e a governação
democrática da escola pública. São Paulo: Cortez, 2000
GADOTTI, Moacir. Escola Cidadã. 12. Ed. - São Paulo: Cortes,2008.
BARROSO, João. O reforço da autonomia das escolas e a flexibilização da gestão
escolar em Portugal. In: FERREIRA, Naura. S. C. (org.) Gestão democrática da
educação: atuais tendências, novos desafios. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2003. p. 11-32.
CAMPOS, Casemiro de Medeiros. Gestão escolar e docência.Coleção
Pedagogia e Educação. São Paulo: Paulinas, 2010.
LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA, João Ferreira, TOCHI, Mirza Seabra. Educação
Escolar: políticas, estrutura e organização – 10. Ed. – São Paulo: Cortes, 2012.
LÜCK, Heloísa. et.al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 5.ed.
Petrópolis: Vozes, 2005.
LIMA, L. A escola como organização educativa. São Paulo: Cortez, 2001.
WESTRUPP, Marlene Feuser. Gestão escolar participativa: novos cenários de
competência participativa. (Dissertação de Mestrado). 2003. Universidade
do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Educação.

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