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A INTER-RELAÇÃO ENTRE A GESTÃO DEMOCRÁTICA PARTICIPATIVA E A

FORMAÇÃO DE UMA EQUIPE ESCOLAR INTEGRADA

FELIPE, Graciete Oliveira1


RU: 3238928
Profª. Orientadora Me. LAUFER, Albertina2

RESUMO

O presente artigo teve como incentivo à inquietação da autora no sentido de levantar o seguinte
questionamento: Qual a inter-relação entre a gestão democrática participativa e a formação de uma
equipe escolar integrada? Diante dessa questão, a pesquisa teve como objetivo compreender essa
inter-relação no interior das unidades escolares, e apontar a importância de vivenciar uma gestão
escolar, conhecer o perfil acadêmico e profissional dos gestores, bem como apontar a relevância de
adotar um modelo de gestão democrática participativa e integrada. Buscando atingir esses objetivos,
foram desenvolvidos estudos teóricos em que se procurou destacar autores, como Gadotti (1994) e
Salles (2012) que nos ajudaram a compreender as questões relacionadas à gestão democrática e
participativa. Buscou-se ainda, entender o projeto político pedagógico como princípio de uma gestão
participativa, apoiados, principalmente nas ideias de Marques (1994). Na realização desse estudo
optamos pela abordagem qualitativa conjugada à pesquisa bibliográfica, que consiste no
levantamento e seleção de materiais já elaborados, sendo constituída, principalmente, de livros e
artigos científicos acerca do tema que se quer pesquisar. Os resultados encontrados indicam que se
faz necessária uma boa articulação entre a equipe gestora e os demais integrantes da comunidade
escolar para que a gestão ganhe um caráter democrático e participativo bem como a participação
ativa em momentos como a construção do Projeto Político Pedagógico e uma organização
administrativa, técnica e pedagógica bem articulada.

Palavras-chave: Gestão Democrática; Participação; Integração; Equipe Escolar.

1. INTRODUÇÃO

Atualmente, as discussões acerca da Gestão Escolar vêm ganhando espaço


e promovendo momentos de reflexão a respeito dos modelos atualmente utilizados
para gerir as escolas em âmbito municipal, pois está evidenciada a necessidade que
o Gestor possui, no sentido de incentivar a participação de todos os que compõem a
comunidade escolar, nas tomadas de decisão no interior da instituição de ensino.
Essa participação ativa é necessária para que seja garantido um modelo de
gestão democrática e integrada em que não só a gestão, mas também pais,
professores, demais funcionários e a comunidade em geral tome conhecimento dos
1 Aluna do Curso de Graduação em Letras: Segunda Licenciatura do Centro Universitário
Internacional UNINTER. Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Piauí – UFPI. Artigo
apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso: O Pensamento dos professores a respeito de
sua profissionalização em início de carreira.
2 Professora Orientadora no Centro Universitário Internacional UNINTER. Mestre em Teologia, Pós-
graduada em Psicologia Analítica e Counseling. Graduada em Pedagogia, Teologia e Letras.
Psicóloga Clínica CRP-PR 08/29582.

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direcionamentos que estão ganhando corpo dentro do espaço escolar e que
beneficiarão todos os envolvidos de maneira direta e indiretamente promovendo
uma proximidade entre escola, família e demais integrantes.
A Gestão Democrática e Participativa se configura como um modelo de
gestão que auxilia os trabalhos dentro da escola proporcionando momentos de
discussões, discordâncias e avaliações do que foram decididos ao final, momentos
esses que são de suma importância para o bom direcionamento das ações que
integram os participantes e unem todos em torno de um objetivo em comum: o bem
estar da Instituição. O gestor que adota esse tipo de modelo de gestão pode acabar
descobrindo que seu trabalho terá mais qualidade, pois estarão à sua disposição
várias opiniões que poderão ser relevantes para desenvolver suas tarefas.
A pesquisa bibliográfica em questão foi realizada no contexto escolar com o
intuito de compreender qual seria a inter-relação entre uma gestão democrática
participativa. A pesquisa questiona a inter-relação entre a gestão democrático
participativa e a formação de uma equipe escolar integrada e objetiva, e de maneira
geral compreende a inter-relação anteriormente colocada e mais especificamente,
quer apontar a importância de vivenciar uma gestão escolar, conhecer o perfil
acadêmico e profissional dos gestores bem como apontar a relevância de adotar um
modelo de gestão democrática participativa e integrada. A gestão escolar tem como
objetivo propiciar aos estabelecimentos escolares uma administração eficiente,
sendo fundamental no processo de democratização da escola, englobando tanto os
aspectos pedagógicos como o aspecto burocrático.
Trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico baseado em documentos
devidamente publicados. A pesquisa foi desenvolvida de acordo com alguns
trabalhos pesquisados e que condiziam com algumas características afins de um
espaço escolar, ou seja, fatores determinantes para que o ambiente formal para que
possa oferecer uma educação com qualidade, da mesma maneira que será citada
como um ambiente onde há a inserção dessa temática na gestão da escola.
Para desenvolver esse trabalho, adotaram-se alguns procedimentos
importantes em que busca investigar a inter-relação entre a gestão democrática
participativa e a formação de uma equipe escolar integrada, apontando os principais
aspectos relativos a essas questões, bem como verificar e avaliar o modelo de
gestão adotada em escolas e poderá compreender como a gestão democrática e
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participativa poderá influenciar a participação de Gestores e Colaboradores das
escolas em seus processos decisórios e como o mecanismo da Gestão Democrática
influencia na participação dos gestores e colaboradores nos processos decisórios da
escola.
Para obtermos melhores resultados nessa pesquisa, trabalhamos a
observação e com uma entrevista semiestruturada baseada em questionamentos
espontâneos. Dessa forma, para se conseguir uma base mais sólida, será realizada
uma pesquisa bibliográfica que buscou entender o que os estudiosos afirmam sobre
a Gestão Escolar Democrática e Participativa.

2. A GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA


A gestão democrática na escola sempre foi alvo de questionamentos, pois
desde as décadas passadas vêm levantando discussões, a luta contra a ruptura do
modelo autoritário e intolerante de gerir, vem sendo combatida incansavelmente na
busca de uma mudança substancial na maneira de conduzir os processos
administrativos de uma escola. Sobre essa luta travada contra o modelo autoritário,
Souza (2008, p. 3780) coloca que:

Entre as décadas de 1960 a 1980 o tema da participação e da


democratização da gestão escolar, tomou boa parte das discussões e dos
debates pedagógicos, tanto no setor público quanto no setor privado [...]
Ainda na década de 1980, o tema relacionado à democratização da gestão
foi muito debatido na luta pela constituinte de 1988, data da promulgação da
Constituição Brasileira que consagrou o princípio da “gestão democrática do
ensino público”.

Atualmente, a maneira de gerir uma escola vem se modificando a figura do


diretor escolar, que tudo sabe e que tudo manda e os demais subordinados
obedece, deixando de existir e de imediato entra em ação o gestor, aquele que
media as discussões, escuta as opiniões e propõe saídas para problemas do
cotidiano escolar.
Uma dos momentos de perceber esse modelo democrático é a construção do
Projeto Político Pedagógico da Escola (2008), pois nesse momento todos da
comunidade escolar são convocados para participar, como evidencia Gadotti (1994,
p. 19) “A gestão democrática da escola implica que a comunidade, os usuários da
escola, seja os seus dirigentes e gestores e não apenas os seus fiscalizadores ou

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meros receptores dos serviços educacionais”, esse se configura como um espaço de
debates e exposição de ideias, os pais, professores, funcionários e a comunidade
disponibilizam sua parcela de contribuição.
Quando a participação é maciça e todos se envolvem ativamente nos debates
o benefício pode ser percebido no produto final, que tende a ser satisfatório e de
bastante relevância para os envolvidos no processo. Reforçando a ideia de que o
Projeto Político pedagógico deve ser uma construção de caráter coletivo em que
deve ter a participação de toda a comunidade escolar e que a gestão democrática
deve ser respeitada, pois na Constituição Federal de 1988 no artigo 206 expõe que
os sistemas devem definir as normas de gestão democrática. O trabalho da Gestão
Escolar deve primar por uma forma participativa que busca atender todos os âmbitos
de forma coletiva no intuito de proporcionar melhores condições de desenvolvimento
das atividades escolares.

2.1. Organização Administrativa e Técnico-Pedagógica


A. Da Diretoria: A direção está a cargo do diretor, que representa legalmente
a escola, responsabilizando-se por seu bom funcionamento do ponto de vista
pedagógico, administrativo e financeiro. Cabe a ele zelar pelo cumprimento das
incumbências previstas no art. 12 da lei 9.394/96 Lei de Diretrizes e Bases (BRASIL,
1996) é garantindo a aprendizagem dos alunos. Compete-lhe ainda, decidir, dirigir e
executar as atividades realizadas na escola, após a tomada de decisões conjuntas
com todos os membros representativos da escola.
I- O Diretor deve possuir graduação em nível superior (conforme Lei n° 3.513,
de 19.05.2006 e Decreto n° 6.826, de 30 de julho de 2006).
II- O Diretor (a) - Adjunto (a) deve possuir graduação em nível superior
(conforme Lei nº 3.513, de 19.05.2006 e Decreto n° 6.826, de 30 de julho de 2006).
As atribuições do (a) diretor, de acordo com Medeiros (2003, p. 23), são:

I - Planejar as atividades de ensino e da administração da escola; II -


Supervisionar todas as atividades que se realizam na escola; III - Distribuir
funções, atribuir responsabilidade e delegar poderes; IV - Assinar com o
secretário toda a documentação escolar; V - Representar a escola perante
os órgãos e entidade de ensino; VI - Promover no âmbito da escola,
reuniões e sessões de ensino; VII - Promover a integração da escola e
comunidade, com vistas à prestação de assistência aos alunos em todas as
modalidades; ente com o pessoal técnico pedagógico, no processo de

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ajustamento do trabalho escolar às necessidades do aluno e às exigências
do meio;

B. Das atribuições do (a) Diretor (a) Adjunto (a):

I - Auxiliar as Atividades de ensino e da administração da escola; II - Auxiliar


as atividades que se realizem na escola; III - Representar a escola perante
os órgãos e entidades de ensino; IV - Participar no âmbito da escola de
reuniões e sessões de ensino; V - Auxiliar a integração da escola e
comunidade, com vistas à prestação de assistência aos alunos em todas as
modalidades (MEDEIROS, 2003, p. 23)

C. São atribuições do (a) Pedagogo (a), de acordo com Medeiros (2003):

I - Apoiar e acompanhar a elaboração do Projeto Político da Escola; II -


Estudar com os professores a viabilidade das técnicas e métodos
pedagógicos a serem utilizados no processo educacional; III - Coordenar a
elaboração de recursos didático-pedagógicos coerentes a cada etapa de
aprendizagem; IV - Acompanhar o encaminhamento de alunos com
necessidades de tratamentos específicos de causas físicas, neurológicas,
emocionais, intelectuais e sociais; V - Acompanhar o desenvolvimento da
proposta pedagógica de escola; VI - Propor alternativas que facilitem a
promoção do sucesso escolar e evite a repetência; VII - Promover o
fortalecimento e dinamização do Conselho Escolar; VIII- Promover a
dinamização do Conselho de Classe e da representatividade dos alunos.

A secretaria congrega a equipe que colabora com a direção da escola numa


ação centralizadora e abrangente, por seu relacionamento com todos os demais
setores envolvidos no processo pedagógico e na vida escolar.
São atribuições do secretário (a): Recolher, selecionar, classificar e catalogar
todos os documentos que circulam ou que já devam ser arquivados definitivamente;
Organizar os arquivos de modo racional e auxiliar, mantendo-os sob sua guarda com
o máximo sigilo os arquivos; Garantir a perfeita conservação e restauração dos
documentos "recolhidos; Auxiliar nas informações e fontes de pesquisa, de modo
que qualquer: documento solicitado possa ser rapidamente localizado; Manter em
dia a escrituração dos livros de registro, com o máximo de qualidade e o mínimo
possível de esforço (PADILHA , 2012).
O auxiliar de secretaria é responsável pela escrituração, documentação e
arquivo escolar e deve garantir o fluxo de documentos e informações facilitadoras ao
processo educacional. Os auxiliares de serviço possuem as seguintes atribuições:
Realizar limpeza, higiene, conservação e zelar pela manutenção do prédio escolar e
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de suas instalações, equipamentos e materiais; Auxiliar no atendimento e
organização disciplinar dos educando nos horários de entrada, recreio e saída; III -
Produzir e distribuir merenda escolar; Exercer as eventuais incumbências
determinadas pela direção da escola (lavar vasculhar os compartimentos da escola
uma vez por mês).
Os Agentes de portaria possuem as seguintes atribuições, segundo Ferreira
(2003, p. 24):
I - Cumprir com o horário estabelecido pela escola; II - Zelar o prédio
escolar, suas instalações, equipamento e material sob a sua
responsabilidade; III - Auxiliar no atendimento dos educandos nos horários
de entrada, recreio e saída. IV - Permanecer em seu local de trabalho
durante todo o plantão.

O corpo docente da escola deve ser formado por professores, qualificado e


devidamente habilitado ou autorizado a lecionar na forma da Lei. São atribuições do
docente: Conhecer, cumprir e fazer cumprir as normas estabelecidas neste
regimento e da proposta pedagógica; Participar da elaboração da proposta
pedagógica do estabelecimento de ensino; Planejar, executar e avaliar segundo a
proposta pedagógica do Estabelecimento; Participar do Conselho de Classe
auxiliando sempre que solicitado; Mediar à turma em estudos e atividades dos
alunos; Cumprir os dias letivos e hora-aula estabelecidos, além de participar
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional (COUTINHO, 2017).

2.2. O projeto Político Pedagógico como principio de uma Gestão Participativa


A Educação é um processo essencialmente humano e é por meio dela que a
cultura é criada, transmitida e modificada, para e pela sociedade. A relação entre
educação e sociedade ao longo do tempo foi estreitada a ponto de alguns
estudiosos.
O Projeto Político Pedagógico é uma sistematização, nunca definitiva, das
ações pedagógicas da escola, definida através do trabalho coletivo, que se
aperfeiçoa e se concretiza na execução. Sua importância é resgatar o papel social
da escola a partir da reflexão sobre os valores filosóficos e psicopedagógico que
permeiam o cotidiano escolar. Para Veiga (2004, p. 24), “o projeto busca um rumo,

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uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito com um
compromisso definido coletivamente”.
É reconstruir a prática pedagógica da escola de forma a comprometê-la com
os interesses e problemas da educação e do ensino ministrado na Escola pública
garantindo, assim, a aprendizagem do aluno. A escola como instituição social
educativa, traz como função inicial o desenvolvimento do cidadão para participar
conscientemente da sociedade no qual vive.
De acordo com Ferreira (2006, p. 310), a gestão democrática se faz de forma
coletiva na prática quando,

Tomam-se decisões sobre todo o projeto político pedagógico, sobre as


finalidades e objetivos do planejamento dos cursos, das disciplinas, dos
planos de estudos, do elenco disciplinar e os respectivos conteúdos, sobre
as atividades dos professores e dos alunos necessárias para a sua
consecução, sobre os ambientes de aprendizagem, recursos humanos,
físicos e financeiros necessários, os tipos, modos e procedimentos de
avaliação e o tempo para sua realização. É quando se organiza e se
administra coletivamente todo esse processo.

Com isso, a instituição escolar o tem compromisso com a constituição de um


projeto político pedagógico que, exercendo a sua finalidade social, resgate a
confiabilidade do ensino público, permitindo-lhe ingresso aos conhecimentos já
estabelecidos e propiciando a elaboração de novos conhecimentos visando a
superação de algumas dificuldades ainda existentes, seja de natureza didático/
pedagógica e/ou integração escola/família.
Pimenta (1991, p. 79) afirma que o PPP:

Resulta da construção coletiva dos atores da educação escolar. Ele é a


tradução que a Escola faz de suas finalidades, a partir das necessidades
que lhe estão colocadas, com o pessoal - professores/alunos/equipe
pedagógica/pais – e com os recursos de que dispõe.

Quanto mais socializado for o PPP da escola, maior será a participação e o


envolvimento da comunidade escolar. Porque ao elaborar as ações que nortearão o
fazer administrativo pedagógico da escola torna-se coparticipe na sua execução e
avaliação, reduzindo assim a improvisação que algumas vezes faz parte do
cotidiano da escola.

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Porém, sabemos das dificuldades enfrentadas pelos gestores quanto à
questão da participação, pois são poucos os que se disponibilizam a cooperar com o
processo educativo. Pois é fundamental que nesse processo de participação a
escola busque a unidade entre a família, gestão, comunidade, professores, alunos,
funcionários onde cada um se sita responsável em transformar a educação.

Sabemos que a maioria dos homens segue (...) as opiniões que eles
receberam desde a infância, e que quase não lhes ocorre a ideia de
examiná-las. Se, portanto, elas fazem parte da educação pública, elas
deixam de ser escolha livre dos cidadãos, e tornam-se um jugo imposto por
um poder ilegítimo (...) logo é necessário que o poder público se limite a
regulamentar a instrução abandonando às famílias o resto da educação.
(CONDORCET, 1994, p. 87)

Enfim, cabe ao gestor direcionar as ações de uma escola de forma


organizada, sistematizando o seu trabalho através do planejamento participativo,
expressando de forma organizada e participativa os anseios e os compromissos da
escola, a fim de contemplar as necessidades da comunidade escolar.

2.3. Discussão e apresentação dos Resultados


Os seguintes resultados foram organizados em torno de categorias de
análise, as quais são, aqui, apresentadas da seguinte forma: Perfil acadêmico e
profissional das gestoras, vivenciando a gestão escolar e Gestão Democrática e
integrada.
O perfil acadêmico e profissional das professoras foi delineado com base nos
dados obtidos na ficha de identificação das professoras preenchidas antes da
realização das entrevistas. Vale ressaltar que as demais categorias aqui analisadas
são provenientes dos dados obtidos mediante as entrevistas espontâneas realizadas
com as gestoras.

2.3.1. Perfil acadêmico e profissional das Gestoras


Valendo-se da relevância do conhecimento dos sujeitos participantes da
pesquisa em questão, mesmo que de forma sucinta, traçamos um perfil das
professoras que gentilmente disponibilizaram um pouco de seu atribulado tempo
para contribuir com essa pesquisa e as identificamos por nomes de flores para
resguardar suas identidades.
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O perfil das participantes do estudo foi delineado a partir dos dados
coletados na ficha de identificação e foram organizados baseados nas
subcategorias: Tempo de atuação como gestora, cargo que ocupa e a Formação
profissional, de acordo com o quadro 1:

Quadro 1: Dados das gestoras, conforme tempo de atuação, jornada de


trabalho, cargo que ocupa e sua formação profissional.

PROFESSORES (AS) TULIPA MARGARIDA JASMIM

TEMPO DE ATUAÇÃO 12 anos 4 anos 4 anos

JORNADA DE TRABALHO 40 horas 40 horas 40 horas

CARGO OCUPADO Diretora Pedagoga Vice-Diretora

INICIAL Pedagogia Pedagogia Pedagogia

FORMAÇÃO
Especialização Especialização em Especialização:
CONTINUADA
Gestão e Supervisão Gestão Pública e Recursos
escolar e Mestrado em Educação de Jovens Humanos e
Educação e Adultos Docência do
Ensino
Superior

Ao analisar os dados do quadro 1, podemos constatar que as gestoras


integrantes do estudo são formadas em Licenciatura plena em Pedagogia. Sobre
sua formação continuada, Jasmim possui especialização em Recursos Humanos e
Docência do Ensino Superior, Margarida tem Especialização em Gestão Pública e
está se especializando novamente em Educação de Jovens e Adultos – EJA,
concluindo agora em abril de 2013. Tulipa possui especialização em Gestão e
Supervisão Escolar e Mestrado em Educação.

A partir desse perfil acadêmico podemos verificar que as participantes de


nossa pesquisa, possuem uma boa experiência e formação profissional relevante,
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estando aptas a nos falar sobre a inter-relação entre a gestão democrática
participativa e a formação de uma equipe escolar integrada.

2.3.2. Vivenciando a Gestão Escolar


A seguinte categoria de análise evidencia as experiências profissionais das
professoras que participaram dessa pesquisa. Essas experiências estão
evidenciadas nos trechos narrados a seguir:

 A minha experiência como gestora, eu acredito que na medida do possível


tem sido boa, [mas] cada ano que passa nos deparamos com situações
adversas que nos faz refletir cada vez mais sobre nossas ações à frente de
uma instituição escolar. (TULIPA)
 Tem sido uma experiência boa. Quando comecei não tinha experiência na
área, logo comecei como professora na escola em que trabalho e resolvi
entrar na chapa de minha colega e ajudá-la a administrar a nossa escola, mas
não sabia que era tão difícil gerir confesso que pensei em desistir, mas deu
tudo certo. (MARGARIDA)
 Falar da minha experiência gestora é muito gratificante, pois tenho aprendido
bastante diariamente e acredito que vou aprender mais, pois como
pedagogas só têm quatro anos de experiência, mas acredito que é algo bem
significativo. Na minha prática eu procuro não somente fiscalizar o trabalho
dos professores, mas sim procuro refletir e analisar as minhas ações. Assim
sobre a minha experiência docente eu gostaria de frisar mais é a questão da
minha reflexão na ação, que é o que eu acho que mais a gente precisa
compreender, pois todo gestor, estudante de pedagogia ou de qualquer outra
licenciatura precisa compreender esse processo de reflexão na ação, de
reflexão sobre a ação que acredito que são pressupostos essenciais para
uma gestão integrada e participativa. (JASMIM)

Ao analisar as falas das profissionais sobre suas respectivas experiências


gestoras, constatamos que elas elegem as primeiras experiências vivenciadas
sendo boas. Para Tulipa, se não fosse às adversidades que surgem no decorrer do
processo, poderia demonstrar mais entusiasmo ao afirmar que foi boa sua
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experiência. Já Margarida coloca que, apesar de sua falta de experiência com a
dinâmica da administração escolar, sua experiência está ocorrendo de maneira
satisfatória.
Margarida antecipa ainda uma dificuldade vivenciada que é exatamente o fato
da dificuldade no processo de gestão da instituição escolar e quando solicitado a
Jasmim que discorra sobre sua experiência, ela deixa claro que está muito feliz com
seu ofício, pois considera essa oportunidade gratificante, pois esta tem lhe
proporcionado aprendizados importantes. Jasmim faz questão de ressaltar a
importância de sua reflexão na ação, ela deixa bem claro que é uma profissional
reflexiva e diz ainda que todos deveriam sempre pautar suas ações profissionais na
reflexão.
Diante dos relatos, podemos inferir que a trajetória à frente da gestão de uma
escola das entrevistadas tem sido satisfatório, mesmo que alguns empecilhos
estejam dificultando sua atuação profissional. Ao classificar como positiva sua
experiência como professora nesse início de percurso profissional, as mesmas
demonstram que esse momento se faz prazeroso, apesar dos vários percalços que
atravessam o caminho do de qualquer profissional e com o gestor não é diferente.
Durante esse caminho a ser percorrido, é gratificante perceber que você é um
agente multiplicador, capaz de fazer a diferença, ao contrário do que pensa algumas
pessoas pessimistas que veem essa tarefa como perda de tempo e mais trabalho.
Reconhecemos que a falta de experiência gera algumas inseguranças como
ocorreu com Margarida, mas recorrer à ajuda de terceiros pode ser realmente
importante para que possa superar tal dificuldade. Ao fazer uso de uma prática
pautada na reflexão da ação e reflexão sobre a ação assim como Jasmim, o
profissional irá constatar que essa prática é bastante relevante para auxiliar no
desenvolvimento do trabalho docente.
Sobre esse assunto, Liberali (2010) evidencia que é um processo no qual o
indivíduo raciocina sobre suas ações e atua ao mesmo tempo, assim pode realizar
mudanças adequadas. Ou seja, desenvolvendo a sua reflexividade o docente
consegue detectar possíveis deficiências em sua prática e dessa forma realizar as
adequações necessárias.

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2.3.3. A importância de uma Gestão Democrática Participativa e Integrada

Essa categoria de análise aponta a compreensão das gestoras acerca das


contribuições de uma gestão democrática e participativa para integrar a equipe
escolar como percebemos nos relatos abaixo:
 Creio ser de suma importância, pois proporciona um debate no quais
diferentes olhares poderão enxergar possíveis falhas e assim direcionar a
tomada de decisão. (TULIPA)
 Para mim é excelente adotar essa prática de escuta coletiva, pois ajuda o
gestor a melhorar seu trabalho, a desenvolver um trabalho voltado para o
bem estar de todos. (MARGARIDA)
 A gestão democrática é relevante, pois as tomadas de decisões não
permanecem centralizadas, quando todos os sujeitos envolvidos participam é
possível perceber que as ações são bem mais efetivas e eficazes. (JASMIM)

Tulipa expõe que a gestão quando é democrática permite com que todos
visualizem possíveis falhas, sendo mais fácil corrigi-las. No relato de Margarida, ela
concorda em dizer que é excelente a adoção de uma gestão democrática pelo fato
de oportunizar uma escuta coletiva onde todos podem opinar e sugerir.
Jasmim em seu ponto de vista coloca que o compartilhamento das tomadas
de decisão pode auxiliar na eficácia das ações desenvolvidas na instituição escolar.
Em face disso, podemos deduzir que as gestoras entrevistadas concordam
que uma gestão democrática e participativa é relevante para o bem estar da escola
e que oportunizam momentos de interação e sinaliza como positivo para que as
decisões tenham um caráter o mais democrático possível.
Assim sendo, percebemos que as narrativas das professoras sobre os
contributos da adoção de um modelo de gestão participativo em que são
disponibilizados momentos de trocas de experiência, revelam a importância desse
processo quando vivenciado em uma instituição de ensino que ofereça as condições
necessárias para todos trabalhem em conjunto na busca por um ensino de
qualidade, Libâneo (2002) concorda que incentivar a participação de todos os que
fazem a instituição de maneira direta e indiretamente é primordial para garantir uma
gestão de caráter democrático.
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2.4. O papel da Gestão Escolar para a aproximação entre Família e Escola
No exercício da gestão escolar atualmente, requer um profissional que esteja
apto a gerir os aspetos financeiros, burocráticos, pedagógicos e principalmente
saber lidar com a gestão de pessoas. Esse novo líder da escola atual, deve
compreender também sobre as leis que regem a educação, assim como as que
estão diretamente ligadas a sua clientela que são crianças e adolescentes.

Sabe–se que gestão escolar não se faz apenas com ideias e projetos para o
melhoramento do ambiente escolar e suas necessidades específicas. É necessário
articulação entre todos que fazem parte da comunidade escolar: vigias, zeladoras,
merendeiras, professores, alunos e os pais ou responsáveis pelos alunos. Sendo
assim, o gestor escolar tem o papel fundamental de articular e desenvolver
estratégias que envolvam o corpo docente e discente da instituição educacional em
conjunto com a família convidando – os para que se faça uma reflexão do que se
está sendo desenvolvido na escola possa se destacar como um sistema de ensino
com foco na formação de cidadãos críticos-reflexivos.

É a partir desse perfil de gestor que a escola atual necessita que Luck (2005,
p. 17) define “um bom gestor” escolar:

O conceito de gestão está associado à mobilização de talentos e esforços


coletivamente organizados, à ação construtiva conjunta de seus
componentes, pelo trabalho associado, mediante reciprocidade que cria um
“todo” orientado por uma vontade coletiva.

Levando em consideração que a gestão escolar deve está direcionada sob


uma nova perspectiva de liderança e orientação, é necessário que se se crie uma
porta de entrada no intuito de se perceberem oportunidades no acesso à informação
tanto em um sentido formal quanto no aspecto informal.
Diante dessa perspectiva, percebeu–se durante o período de observação e
entrevista com a gestora da escola Municipal Rui Barbosa, que o trabalho da gestão
pedagógica em busca da parceria entre família e escola vem sendo desenvolvida ao
longo do tempo, pois a mesma vem buscando desenvolver atividades que integrem
família e escola na intenção de estabelecer e fortalecer os laços de confiança para

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que juntas possam melhorar e modificar os índices de abandono, repetência e,
principalmente na busca de uma educação transformadora, visto a realidade do
contexto social em que a escola está inserida.
É dentro desse contexto que os alunos como seres ativos desse processo de
ensino e aprendizagem possam ser inseridos concomitantemente com os docentes
e com a gestão escolar no sentido de serem oportunizados momentos que se façam
críticas e reflexões é que a atual gestora relatou que a escola trabalha projetos tais
como Semana da Família na escola, onde se apresentam aos pais as normas,
regras e plano de ação da escola para que assim a família seja conhecedora da
proposta de trabalho que será desenvolvida durante o ano, assim como vem
realizando o projeto Tesouros e Encantos do Meu Lugar, que trata da valorização de
tudo que existe na comunidade, desde pessoas que desenvolvem trabalho
comunitário, artesãos, ou simplesmente da valorização da pracinha local. Com isso,
pode–se perceber que a busca da parceria entre família escola, não é algo que se
alcança de forma rápida, é um trabalho que deve ser constante e contínuo.
Pois, apesar das estratégias desenvolvidas pelos gestores anteriores, ainda é
tímida a participação efetiva da família no cotidiano escolar, sendo um dos principais
motivos de aflição e preocupação dos professores que necessitam dessa
contribuição da família para que juntas possam melhorar o processo de
aprendizagem do aluno e combater algumas situações de desrespeito, o uso de
palavrões dentro da sala de aula dentre outras peculiaridades inerentes ao contexto
da sala de aula.
Estar consciente de todas as dificuldades do cotidiano escolar, é aí que se faz
necessário que o “gestor escolar” introduza e aplique com a participação dos alunos
propostas pedagógicas que atenda às necessidades dos alunos, pais e professores,
criando assim um processo de reflexão sobre a realidade escolar e que, dentro
dessa orientação pedagógica, os discentes possam ser inseridos em um novo
contexto cultural e pedagógico com uma intenção escolar que é a criação de novos
ideais para a ressignificação de uma nova escola. Neste sentido, a gestora da
escola em estudo ressalta que dentro do plano de ação previsto para o ano letivo em
vigência relata que muitos projetos foram desenvolvidos na escola objetivando a
melhoria do processo aprendizagem, mas principalmente para a prática de valores
essenciais ao convívio social, visto que, segundo a gestora, os alunos em sua
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maioria, não demonstram comportamentos que se adequem ás regras de
convivência estabelecidas pela escola.
Com isso, podemos ressaltar que o gestor escolar, sob esse novo paradigma,
deve criar também possibilidades para que de uma forma absoluta e concreta
possam implicar uma intencionalidade, isto é, no momento de tomadas de decisões
deve ser levada em consideração a funcionalidade humana dos alunos em uma
nova perspectiva escolar, isso leva às ações conscientes e integradas com todas as
outras funções que estão em funcionamento dentro da instituição escolar.
O gestor escolar é o principal responsável pela formação mais que humana
no processo educacional dos alunos e com a família que devem ser seus aliados
dentro do processo de ensino e aprendizagem, pois é na escola onde se formam
cidadãos críticos e são dentro desses espaços que devem ser criados alunos
responsáveis, com conhecimentos e habilidades que lhes preparem para a vida e
que estes sejam aplicados tanto no âmbito escolar quanto na comunidade em que
os alunos estão inseridos.
Estar consciente de todas as dificuldades do cotidiano escolar, é aí que se faz
necessário que o “gestor escolar” introduza e aplique com a participação dos alunos
propostas pedagógicas que atenda às necessidades dos alunos, pais e professores,
criando assim um processo de reflexão sobre a realidade escolar e que, dentro
dessa orientação pedagógica, os discentes possam ser inseridos em um novo
contexto cultural e pedagógico com uma intenção escolar que é a criação de novos
ideais para a ressignificação de uma nova escola.
Neste sentido, a gestora da escola em estudo ressalta que dentro do plano de
ação previsto para o ano letivo em vigência relata que muitos projetos foram
desenvolvidos na escola objetivando a melhoria do processo aprendizagem, mas
principalmente para a prática de valores essenciais ao convívio social, visto que,
segundo a gestora, os alunos em sua maioria, não demonstram comportamentos
que se adequem ás regras de convivência estabelecidas pela escola.
Com isso, pode-se ressaltar que o gestor escolar sob esse novo paradigma,
deve criar também possibilidades para que de uma forma absoluta e concreta
possam implicar uma intencionalidade, isto é, no momento de tomadas de decisões
deve ser levada em consideração a funcionalidade humana dos alunos em uma

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nova perspectiva escolar, isso leva às ações conscientes e integradas com todas as
outras funções que estão em funcionamento dentro da instituição escolar.
O gestor escolar é o principal responsável pela formação mais que humana
no processo educacional dos alunos e com a família que devem ser seus aliados
dentro do processo de ensino e aprendizagem, pois é na escola onde se formam
cidadãos críticos e são dentro desses espaços que devem ser criados alunos
responsáveis, com conhecimentos e habilidades que lhes preparem para a vida e
que estes sejam aplicados tanto no âmbito escolar quanto na comunidade em que
os alunos estão inseridos.

2.4. METODOLOGIA
Na realização desse estudo optamos pela abordagem qualitativa conjugada à
pesquisa bibliográfica, que consiste no levantamento e seleção de materiais já
elaborados, sendo constituída, principalmente, de livros e artigos científicos acerca
do tema que se quer pesquisar. A pesquisa bibliográfica consiste no levantamento e
seleção de materiais já elaborados, sendo constituída, principalmente, de livros e
artigos científicos acerca do tema que se quer pesquisar.
Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa partem de um
pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já
que as ciências sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia
própria. Este tipo de pesquisa tem como finalidade colocar o pesquisador em contato
direto com tudo o que foi escrito, dito sobre determinado assunto (MARCONI;
LAKATOS, 2007). A pesquisa qualitativa é usada para explorar assuntos que ainda
não se tem conhecimento como é o caso do objeto em estudo incluindo pesquisa
bibliográfica (GONÇALVES, 2007).
A pesquisa bibliográfica é baseada em levantamentos em trabalhos que já
foram realizados, contribuindo para que se tenha mais credibilidade e sirva como
referência para futuros pesquisadores. Para Gil (2007, p. 44), “os exemplos mais
característicos desse tipo de pesquisa são sobre investigações, ideologias ou
aquelas que se propõem à sua análise das diversas posições acerca de um
problema”.
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com
o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. A grande
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maioria dessas pesquisas envolve: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas
com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c)
análise de exemplos que estimulem a compreensão (GIL, 2007).
O método utilizado para a concretização da pesquisa foi escolhido
intencionalmente a fim de se obterem dados e levantamentos em convivência com
os coparticipantes da pesquisa.
Os critérios de inclusão foram: artigos publicados em português e inglês, com
os resumos disponíveis nas bases de dados selecionadas e acesso ao texto
completo, no período compreendido entre 2014 a 2019. Vale ressaltar que
dissertações de mestrado que abordavam o assunto também foram incluídas no
estudo (2014 a 2019).
Os artigos pesquisados encontram-se todos de forma originais e encontrados
na íntegra, disponíveis na base de dados e devidamente publicados. Os critérios de
exclusão foram os trabalhos repetidos, artigos de revisão e sem relação com o tema.
Foram utilizados artigos acadêmicos que foram publicados e que deveriam
relacionar-se a inter-relação entre a gestão democrática participativa e a formação
de uma equipe escolar integrada, bem como várias formas de tratamentos utilizados
para minimizar efeitos negativos nesse processo. A seleção dos artigos teve como
critério de exclusão artigos duplicado e que não condiziam com o tema em
discussão.
Segundo Ferreira (2005, p. 25), “a metodologia por si só não faz sentido,
contudo, é necessário e indispensável que se concretize para a produção do
conhecimento científico”.
É válido salientar, durante a aplicação de qualquer projeto em seu estado de
realização que o indivíduo pesquisador, em hipótese alguma deve manter sua
neutralidade na execução do referido trabalho, fazendo com que suas ideias
particulares não interfiram nas mais diferentes maneiras de conciliar os resultados
concluídos na resolução do mesmo. Daí, diz-se que é importante uma participação
ativa e reflexiva do pesquisador enquanto ativo durante o ato de investigação da
pesquisa.
A relevância da pesquisa em um sentido no que se concerne à qualidade das
informações prestadas durante a pesquisa em questão é de suma importância para
a concretização da investigação, pois o sujeito praticante do trabalho é um dos
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atores principais que farão com que os resultados possam se valer para que os
dados obtidos durante a coleta das informações possam ser úteis para o tema.
Para a realização do estudo em debate, foi consolidada uma pesquisa de
cunho bibliográfico e de modo qualitativo. Fonseca (2002) corrobora com as
informações a seguir:

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências


teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como
livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico
inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas
científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica,
procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher
informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual
se procura a resposta

Empreende-se segundo as explicações do autor que uma pesquisa levantada


através de dados bibliográficos é de sua importância para que o sujeito pesquisador
já em familiaridade com o tema investigado possa aprimorar seus conhecimentos
prévios realizados já por meio de pesquisas anteriores sobre determinado tema em
análise.
Ainda, em despeito de um trabalho de cunho bibliográfico, Fonseca (2002), p.
20, menciona:
Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa
quantitativa podem ser quantificados, Influenciada pelo positivismo,
considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise
de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e
neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para
descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc.

A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica,


mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma
organização, etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-se
ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências,
já que as ciências sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia
própria. Assim, os pesquisadores qualitativos recusam o modelo positivista aplicado
ao estudo da vida social, uma vez que o pesquisador não pode fazer julgamentos
nem permitir que seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa
(GOLDENBERG, 1997). Os principais autores abordados nessa pesquisa foram

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Coutinho, 2017; Fernandes (2014), Ferreira (2010), Ferreira (2008), Gadotti (1997) e
Libâneo (2002)

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nossa pesquisa, ao investigar qual seria a inter-relação entre uma gestão


democrática participativa e a formação de uma equipe escolar integrada, nos
permitiu obter resultados que mostraram em que adotar um modelo de gestão
participativa é um dos pressupostos mais importantes para uma gestão democrática
no interior da instituição de ensino. É evidente que a inter-relação, antes colocada
está muito próxima, pois democratizar as ações no âmbito da gestão e incentivar a
participação de todos como, por exemplo, em momentos como a construção do
Projeto Político Pedagógico e também possuir uma organização administrativa,
técnica e pedagógica bem articulada, pode sim ser capaz integrar a equipe escolar.
Sintetizando os resultados, estes nos disponibilizaram, inicialmente, delinear
o perfil dos gestores. Percebe-se a vivência à frente da gestão escolar, na sua
totalidade foram classificadas como experiências positivas, mesmo que alguns
empecilhos tornam inviáveis seu fazer diário.
Logo depois, reconhecemos ainda as contribuições da prática de uma gestão
democrática e integrada para o bom funcionamento e desenvolvimento da escola,
para as entrevistadas, participar de momentos de interação no âmbito da gestão
atendeu aos seus anseios e expõem que esses momentos foram bem aproveitados
e proporcionaram aprendizados relevantes, que lhes darão segurança ao
desempenhar seu papel no cotidiano escolar.
Finalmente, podemos deduzir que os gestores podem encontrar, na gestão
compartilhada, um auxílio para desempenhar satisfatoriamente os papéis que lhes
são incumbidos. O aprendizado proporcionado pela gestão compartilhada pode
oportunizar momentos de aprendizagens mútuas e relevantes.
Com a oportunidade de formação gestora, disponibilizada pelo curso de
Gestão Pública Municipal da UESPI e com experiência como integrante da
comunidade escolar na então Unidade Escolar fonte da pesquisa, foi oportunizado
uma vivência única, tanto no que se refere aos enigmas vivenciados, quanto para

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compreender de forma mais evidente, como os gestores fazem para cumprir todas
as metas que lhes são cobradas pelo sistema a que são subordinadas.
Concluindo, essa pesquisa propiciou um amadurecimento tanto na esfera
pessoal, quanto na profissional, á respeito das ideias acerca do tema pesquisado,
permitiu o entendimento ao incentivar momentos de trocas de experiência pode
tornar o trabalho gestor menos árduo e que necessitamos estar sempre em busca
de melhorias em nosso fazer diários.

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