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Amanda de Jesus Santana

Dalila Pereira Melo


Erica dos Santos
Eva Kaeline Moreira Rufino
Renata Caroline Saraiva da Silva

O PAPEL DA ENFERMAGEM FRENTE AS FERIDAS CRÔNICAS EM PACIENTES


ONCOLÓGICOS: REVISÃO INTEGRATIVA

JUAZEIRO DO NORTE - CE
2022
Amanda de Jesus Santana
Dalila Pereira Melo
Erica dos Santos
Eva Kaeline Moreira Rufino
Renata Caroline Saraiva da Silva

O PAPEL DA ENFERMAGEM FRENTE AS FERIDAS CRÔNICAS EM PACIENTES


ONCOLÓGICOS: REVISÃO INTEGRATIVA

Trabalho de Projeto de Curso apresentada à


Coordenação do Curso de Graduação em
Enfermagem da Universidade Paulista - UNIP, como
requisito parcial para obtenção de título de bacharel
em enfermagem.

Orientador (a): Profª. Esp. Bárbara Ivina Lima Silva

JUAZEIRO DO NORTE - CE
2022
O PAPEL DA ENFERMAGEM FRENTE AS FERIDAS CRÔNICAS EM PACIENTES
ONCOLÓGICOS: REVISÃO INTEGRATIVA

Amanda de Jesus Santana


Dalila Pereira Melo
Erica dos Santos
Eva Kaeline Moreira Rufino
Renata Caroline Saraiva da Silva

Trabalho de Projeto de Curso apresentada à


Coordenação do Curso de Graduação em
Enfermagem da Universidade Paulista - UNIP, como
requisito parcial para obtenção de título de bacharel
em enfermagem.

Orientador (a): Profª. Esp. Bárbara Ivina Lima Silva

APROVADO pela Banca Examinadora em. ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________
Orientador (a): Profª. Esp. Bárbara Ivina Lima Silva

_____________________________________________________
Examinador 1:

_____________________________________________________
Examinador 2:
RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo verificar o papel da enfermagem frente as


feridas Crônicas em pacientes oncológicos. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica
qualitativa, que tem por finalidade fundamentar e contextualizar com abordagem de
autores conceituados sobre do tema tratado. Trata-se de uma revisão de literatura,
onde após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foi possível escolher
artigos conceituados para compor a tabela de resultados. A busca dos artigos se
deu através dos descritores: Enfermagem, Feridas oncológicas crônicas e
Pacientes. Foram selecionados artigos entre os anos 2012 a 2022, publicados na
íntegra com exclusão dos duplicados. Após o levantamento de dados, ficou clara a
importância dos profissionais da enfermagem nesse âmbito. Já que estes por sua
vez, são responsáveis pelo monitoramento das medicações, limpeza e avaliação do
estado geral do paciente. Embora a literatura deixe clara a importância do
enfermeiro nesses casos, ainda se faz necessária uma padronização quanto aos
métodos no cuidado e tratamento desses pacientes.

Palavras-chave: Enfermagem. Feridas oncológicas crônicas. Pacientes.


ABSTRACT
The present work aims to verify the role of nursing in the face of chronic wounds in
cancer patients. This is a qualitative bibliographical research, which aims to
substantiate and contextualize with the approach of reputable authors on the subject
addressed. This is a literature review, where after applying the inclusion and
exclusion criteria, it was possible to choose reputable articles to compose the table of
results. The search for articles was carried out using the descriptors: Nursing,
Chronic oncological wounds and Patients. Articles were selected between the years
2012 to 2022, published in full excluding duplicates. After collecting data, the
importance of nursing professionals in this context became clear. Since these, in
turn, are responsible for monitoring medications, cleaning and assessing the general
condition of the patient. Although the literature makes clear the importance of the
nurse in these cases, there is still a need for standardization regarding methods in
the care and treatment of these patients.

Keywords: Nursing. Chronic oncological wounds. Patients.


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃ………………………………………………………………... 6
2 METODOLOGIA……………………………………….……………….……8
2.1 Caracterização do estudo………………………………………………...8
2.2 Análise dos resultados……………………………………………………8
3 REFERENCIAL TEÓRICO……………………………………….……….10
3.1 O processo de cicatrização com a ótica da fisiopatologia……...…...10
3.2 Avaliação, classificação e manejo da pessoa com feridas
Crônicas oncológicas………………………………………...………..……12
3.3 A função do professional de enfermagem no tratamento
De feridas oncológicas……………………………………………..…..13
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO………………………………...………..16
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................ 20
REFERÊNCIAS.................................................................................. 21
7

1. INTRODUÇÃO
A pele é a principal barreira protetora do organismo e tem como funções
básicas prevenir a perda excessiva de líquidos, proteger contra os efeitos de
agentes externos, manter a temperatura corporal, sintetizar vitamina D durante a
exposição ao sol, atuar como órgão sensorial e participar da termorregulação
(NOGUEIRA et al., 2005). O conhecimento de sua estrutura e função é essencial
para o diagnóstico e prognóstico de lesões de pele como as feridas, bem como para
avaliar o processo de cicatrização e fornecer informações importantes para o
planejamento do cuidado de pessoas com lesões de pele (OLIVEIRA, 2012).
A expressão “ferida”, é apresentado para que se possa definir a perda da
solução de continuidade do tegumento, onde se evidencia pelo rompimento das
camadas da pele ou mesmo em áreas mais profundas como o tecido muscular,
cartilagens, tendões. Esse tipo de rupturas da normalidade, em grande parte é
causada por fatores externos (mecânicos) ou por afecções que acionam o
organismo para defesa do corpo (SMANIOTTO et al., 2010)
As feridas, como uma área carente de capital humano especializado em
cidades do interior do Ceará, afetam grade parte do público usuários dos sistemas
básicos de saúde e impacta diretamente no fator econômico e profissional, assim,
passa a ter uma importância na academia (MAGALHÃES et al., 2012).
Ao analisar de forma mais profunda o tema, verifica-se que as feridas, são
classificadas em diversos sentidos, e na observação na revisão de literatura, que
pode ser levado em conta o período de reparação tissular e são divididas em agudas
e crônicas, onde as feridas de características agudas, tem na sua origem o fator
cirúrgico e a reparação acontecem em tempo adequado sem grandes dificuldades
(ISAAC et al., 2010).
Já as que tem classificação crônica, podem ser definidas como as que
permanecem acometendo o paciente por grandes períodos e são agregadas e
complicações de doenças degenerativas, onde podemos exemplificar a diabetes, as
úlceras venosas e as provenientes de neoplasia (EVANGELISTA et al., 2012)
O favorecimento na ação de cicatrização das feridas crônicas, com a oferta de
ampla condição material e humana, faz-se de suma importância do desenvolvimento
de uma ação integral e de um acompanhamento complexo de uma equipe de saúde,
8

e por consequência, o profissional que mantem toda a responsabilidade técnica


sobre a equipe, pelos cuidados dessas feridas, vem a ser o enfermeiro (FONTES,
2011).
Nesse sentido, o profissional de enfermagem, deve ter a capacidade de
orientar e liderar equipes para a prestação de um serviço que sejam de grande
complexidade nos cuidados em relação as feridas, principalmente as de origem
oncológicas. (BRASIL, 2006).
Na busca da efetivação do tratamento de feridas crônicas, se faz necessário
que esse serviço tenha uma estrutura real e a utilização de profissionais capacitados
no cuidado desse tipo de feridas, de forma padronizada com a inserção de
indicadores de qualidade dos atos praticados.
Assim, o presente trabalho tem como objetivo destacar o papel da
enfermagem frente a feridas Crônicas em pacientes oncológicos.
9

2. METODOLOGIA
2.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO.
Para este estudo foi utilizada a pesquisa bibliográfica qualitativa, que é um
procedimento puramente teórico que pode ser entendido como uma junção ou
coincidência do que vou falar sobre o tema mencionado. Como ensina Fonseca
(2002, p. 32) a pesquisa bibliográfica poderá ser feita a partir do levantamento de
referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos,
como livros, artigos científicos, páginas de web sites.
Para a elaboração do tema a partir de materiais publicados em livros, artigos,
dissertações e teses. Pode ser realizado de forma independente ou fazer parte de
uma investigação descritiva ou experimental. Segundo Cervo; Bervian, Silva (2007,
p. 61), a pesquisa bibliográfica “representa o procedimento fundamental dos estudos
monográficos que buscam dominar o estado da arte sobre determinado assunto”.

2.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS


Por se tratar de uma pesquisa bibliográfica qualitativa, não foram confirmados
resultados da análise com práticas, pois não se tratou de uma pesquisa de campo,
mas sim de uma pesquisa bibliográfica baseada em outros trabalhos já inseridos no
tópico acima. A pesquisa irá contribuir com informações úteis para o reconhecimento
da grande importância do papel da enfermagem frente a feridas Crônicas em
pacientes Oncológicos.
Foi realizado um estudo teórico de abordagem qualitativa por meio de revisão
de literatura nas bases de dados Scielo e Google acadêmico, utilizando referências
no período de 2012 a 2020. Os estudos incluídos na busca foram pré-selecionados
de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, obtendo-se um total de 7 artigos
selecionados.
A principal linha de pesquisa explorada neste estudo foi a importância do
papel da enfermagem frente a feridas Crônicas em pacientes Oncológicos. Os 7
estudos incluídos nesta revisão foram categorizados por autor, desenho da
pesquisa, objetivo principal, amostra, resultados principais, nível de evidência e grau
de recomendação para melhor compreensão e apresentação dos estudos. A figura 1
mostra o passo a passo da pesquisa.
10

Figura 1 - Fluxograma do processo de seleção dos estudos para a revisão


integrativa.

QUESTÃO NORTEADORA: Qual a importância do papel da enfermagem frente a


feridas Crônicas em pacientes Oncológicos?

Coleta de dados:
Definição das bases Scielo e Google acadêmico (n=421)
de dados e buscas
de artigos.

Artigos excluídos – duplicados e de revisão:

N: 406

Analise dos dados:


Artigos selecionados
após a leitura dos Artigos com texto completo, nos idiomas português,
resumos. espanhol e inglês que se encaixaram em alguns
critérios de inclusão (n= 15)

Estudos incluídos
na amostra final. Análise dos artigos na íntegra. Exclusão dos artigos que
fugiram do tema proposto = n: 8

Escolha dos artigos Artigos escolhidos para o estudo: n: 7

Fonte: dos autores, 2022.


11

3. REFERÊNCIAL TEÓRICO

3.1 O PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO COM A ÓTICA DA FISIOPATOLOGIA

A origem de uma ferida pode ocorrer de várias maneiras, mas geralmente


podemos citar os meios internos e externos que impedem a continuidade dos
tecidos funcionais em sua forma física. Após o processo de lesão tecidual, inicia-se
a etapa de regeneração tecidual, durante a qual são desenvolvidos diversos agentes
biológicos, que de alguma forma visam o processo de reparação da lesão, iniciando
assim o processo de cicatrização, sendo esta ferida decorrente de uma determinada
condição patológica (GONZÁLEZ, 2016).
As ferramentas para a cura consistem não apenas em um processo em que
ocorre apenas a proliferação de células, mas em um amplo processo orgânico que
envolve uma geração organizada e coordenada de células e ações moleculares para
regeneração das células, inclui tecidos que sofrem lesão, envolvendo
interativamente componentes sanguíneos, formação de matrizes extracelulares e
células parenquimatosas (SHAW; MARTIN, 2009).
A cicatrização da pele é um processo dinâmico e complexo que envolve
vários tipos de células, bem como fatores de crescimento, citocinas e componentes
da matriz extracelular, que são ativados imediatamente após a lesão para restaurar
a integridade do tecido. A reconstituição do tecido pode se desenvolver através do
mecanismo de reparo ou regeneração que é o primeiro responsável pela formação
da cicatriz (YOUNG; MCNAUGHT, 2011; REINKE; SORG, 2012).
Portanto, em um estudo mais aprofundado, percebe-se que o processo de
cicatrização mais amplo das feridas crônicas, inclusive as oncológicas, possui fases
que podem ser divididas em três e possuem peculiaridades em suas propriedades
que, como a fase Inflamatória, também conhecida como reativa ou defensiva, a fase
de reconstrução ou regeneração e a fase final conhecida como reparo tecidual
(MENEGHIN; VATTIMO, 2003; ARAÚJO; PEREIRA,2014).
Como já mencionado, a fase inflamatória inicia-se no momento em que ocorre
a lesão ou quando o processo oncológico entra em uma fase mais avançada e tem
duração que depende do grau da lesão e pode ser dividida em estágios bem
diferenciados: trombócitos, granulócitos e macrófagos, sendo a diferenciação
baseada em sintomas inflamatórios como edema, hiperemia, calor moderado e dor.
12

Nos estágios iniciais da inflamação, os neutrófilos são os primeiros leucócitos a


chegar ao local da lesão, atraídos por fatores quimiotáticos liberados por plaquetas
(PDGF), células imunes e ativação do complemento do Sistema. Sua ação
fagocitária permite a eliminação de bactérias e detritos celulares (SZPADERSKA;
DIPIETRO, 2005; GANTWERKER; HOM, 2012).
Durante a fase trombocítica, o organismo é estimulado a utilizar mecanismos
com características de grande complexidade, onde podemos exemplificar a
formação de trombos por plaquetas sanguíneas agregadas e a ativação do processo
de coagulação e a defesa contra infecções, seu objetivo é restaurar o tecido. Esse
processo inflamatório visa minimizar os efeitos de bactérias ou mesmo traumas,
neutralizando os germes, evitando que eles se multipliquem no organismo, induzindo
a hemostasia, atacando leucócitos e iniciando o reparo tecidual (GONZALEZ, 2016).
Na fase proliferativa ocorrem fenômenos de grande importância para o
processo de regeneração, como deposição de colágeno, formação de tecido de
granulação, contração da ferida e reepitelização. Ressalta-se que esse tecido de
granulação contém novos vasos sanguíneos em sua composição, incluindo brotos
endoteliais, colágeno ainda em formação, ácido hialurônico e fibronectina (ARAÚJO;
PEREIRA, 2014).
Esta última fase é a fase de remodelação, em que a resistência dos tecidos
aumenta, neste momento o colágeno é substituído, com alterações em seu tipo, o
colágeno tipo III é mais comum que o tipo I e durante este processo de cicatrização
o decompõe, ao contrário do colágeno tipo I, cuja produção é aumentada pelos
fibroblastos. Se ocorrer um desequilíbrio nesta fase, formam-se cicatrizes quelóides
(ISAAC et al., 2010).
A cicatrização secundária ocorre quando há uma grande perda de células e
tecidos e as bordas se separam. Esse processo de reparo é mais complicado
porque a regeneração das células parenquimatosas não pode restaurar totalmente a
arquitetura original. Além disso, a resposta inflamatória é mais intensa porque o
coágulo que se forma é maior em comparação com feridas com bordas opostas. No
entanto, o processo de cicatrização de feridas abertas difere principalmente no
fenômeno de contração da ferida. Este evento é possível pelo efeito de uma rede de
fibroblastos contendo actina na borda da ferida (ARAÚJO; PEREIRA, 2014).
13
14

3.2 AVALIAÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E MANEJO DA PESSOA COM FERIDAS


CRÔNICAS ONCOLÓGICAS.

As feridas oncológicas podem ser caracterizadas como feridas que oferecem


a possibilidade de tratamento intensivo com resultados bem delineados, desde que a
doença esteja em estágio inicial e haja possibilidade real de cura, mas desde o
desenvolvimento da neoplasia é muito complexo e os tratamentos utilizados não
atingem seus objetivos, a abordagem escolhida visa aliviar a dor física e os sintomas
sociais (MELO et al, 2019).
Devido ao crescimento acelerado e desorganização celular, forma-se um
aglomerado de massa tumoral necrótica na ferida, o que leva a um processo de
contaminação por microrganismos aeróbios. Nesse sentido, as feridas crônicas
oncológicas apresentam características particulares, onde podemos citar o cheiro,
tecido necrótico e sangramento constante, para os quais a intervenção da equipe de
enfermagem se torna de extrema importância para a assistência dirigida a esses
pacientes (MELO et al, 2019).
Um fator que começa a incomodar os pacientes e o ambiente social em que
esse paciente está inserido é o aspecto desagradável do odor exalado devido à
aceleração da necrose, tornando o paciente desconfortável e desconfortável,
portanto o isolamento social, o que gera outro problema, a saber, o processo
depressivo, que perturba severamente esse processo atencional (GOZZO et al.,
2014).
Ao desenvolver atividades de cuidado a pacientes com feridas oncológicas,
um dos objetivos iniciais é uma avaliação abrangente das características dessa
ferida, onde podemos citar: o local onde ocorre, suas dimensões, tonalidade,
sangramento, coceira, descamação, dor. Também são analisados o processo de
progressão e as definições técnicas de quais métodos de ação são utilizados, bem
como a verificação do conhecimento ou cuidado do paciente em relação aos
cuidados a serem seguidos após a alta (MELO et al, 2019).
Considerando o enfermeiro como um dos principais responsáveis pelo
cuidado destas feridas e diretamente responsável pela realização dos
procedimentos de cicatrização, inicia-se o trabalho de criação de um registo de
competências que lhe permitirá identificar as feridas, originárias de patologias
15

oncológicas, bem como a divulgação científica dos métodos adequados para o


tratamento de cada ferida (ANGRA, 2013).
De acordo com (CASTRO et al, 2014), a principal conclusão das observações
deste estudo é que as doenças oncológicas afetam diretamente o estilo de vida do
paciente, principalmente no que diz respeito aos problemas epiteliais que levam à
lesão do paciente. Portanto, as lesões de origem oncológica tornam-se um
agravante na vida dos portadores dessa patologia, pois avalia-se que esse tipo de
ferida transforma sobremaneira o corpo do indivíduo, tornando-o frágil, malcheiroso
e doloroso, tornando o curativo o mais importante. eficiente e eficaz paliativo
confortável.
As feridas oncológicas, principalmente na cabeça, e especial na face, têm um
enorme impacto negativo no cotidiano desse paciente, alterando a aparência e
levando a transtornos psicológicos e sociais. Nesse sentido, todo cuidado deve ser
realizado por profissionais técnicos, capazes de manejar não apenas o aspecto
orgânico, mas também o psicológico, visando a atuação individual levando em
consideração todos os aspectos (CASTRO et al, 2014).
Segundo o mesmo instituto, as feridas de origem oncológica também podem
ser classificadas de acordo com os odores exalados, que na maioria das situações
são causados pela produção de ácidos graxos gerados pelas colônias bacterianas
presentes nas feridas. O aspecto é elaborado com base em graus, que se
subdividem em: Grau de odor I: odor sentido ao abrir a almofada; II: percepção de
odor ao abordar o paciente com o curativo ainda fechado; III: O odor percebido no
ambiente sem a abertura do curativo tem uma qualidade forte e nauseante (INCA,
2012).
Após uma análise criteriosa da situação clínica geral do paciente, cabe ao
enfermeiro desenvolver o curativo adequado a essa situação, removendo as
colônias bacterianas, contendo o exsudato e descolando os curativos existentes da
superfície da ferida (ANGRA, 2013).

3.3 A FUNÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DE


FERIDAS ONCOLÓGICAS.
16

Em todos os aspectos relacionados ao cuidado de pacientes com feridas


oncológicas, o enfermeiro com a expertise adequada parece desempenhar um papel
muito importante. O enfermeiro, em colaboração com uma equipa diversificada,
inicia este tipo de atividade cujo objetivo é controlar a patologia e consequentemente
as feridas provocadas pela doença (CASTRO et al, 2014).
A necessidade de comunicação clara entre esses profissionais em relação ao
paciente e o meio social geral em que ele está inserido, no qual é realizada a
avaliação da ferida, bem como a identificação de características. Em relação ss
formas de manejo da dor causada por essas feridas, se destacam como funções do
enfermeiro: além de monitorar as necessidades físicas, sociais, psicológicas,
espirituais e culturais, além de medidas objetivas, pragmáticas como neoplasias
cicatriciais (FIRMINO, 2009).
De acordo com a Resolução COFEN nº 501 de 2015, os processos de
acompanhamento técnico de feridas oncológicas são complexos e complexos devido
às circunstâncias clínicas do paciente, que requerem cuidados mais elaborados. é
necessário que o profissional de enfermagem estude os protocolos para saber o que
fazer para cada paciente com esse tipo de ferida, busque aspectos preventivos e
insira o tratamento com o objetivo de reabilitação sem traumas ou dores crônicas. A
resolução do Conselho Federal de Enfermagem 567/2018 especifica e obriga
legalmente os profissionais de enfermagem a realizarem orientações de
enfermagem, prescrever medicamentos e coberturas, que são utilizados na
prevenção e cuidados para realizar tratamento curativo, além de realização de
autolíticos, desbridamento mecânico e enzimático, coordenação e supervisão da
equipe de enfermagem na seleção e indicação de novas tecnologias na prevenção e
tratamento de pacientes com feridas, o registro de desenvolvimento de feridas, entre
outras atribuições específicas (SCHMIDT et al., 2020).
Cuidar de pacientes com feridas requer profissionais que vão muito além da
prática de curativos e sua abordagem, incluindo o conhecimento da fisiologia da
pele, da fisiologia da cicatrização, conhecimento científico e dos tipos de curativos
disponíveis no mercado. mercado. Sem essa percepção, é impossível diagnosticar
adequadamente a natureza da lesão e indicar os produtos certos para preveni-la ou
tratá-la. A prevenção e o tratamento devem ser realizados em ambulatórios,
17

unidades básicas de saúde, ambulatórios, ou seja, em ambientes com equipes


multidisciplinares de profissionais de saúde pública ou privada, treinados e
equipados (COSTA et al., 2019).
Nos últimos anos, enfermeiros e outros profissionais de saúde têm buscado
na literatura de lesão tecidual, tratamento de feridas e enfermagem para melhorar
sua prática nesta área. No Brasil, a dermatologia, na perspectiva da enfermagem,
está sendo desenvolvida atualmente por meio do atendimento direto aos pacientes
em ambulatórios e hospitais (COLARES et al., 2019).
O papel do enfermeiro segundo Vicente et al. (2019), é avaliar a ferida e
selecionar o produto ideal para o processo de cicatrização. Mas essa ajuda também
deve ser prestada numa perspectiva humanista com foco na qualidade de vida, na
qual o ser humano é valorizado. Por isso, é muito importante avaliar o cliente e os
fatores da ferida, entender o momento do cliente e elaborar o plano de cuidados.
Para Marchesini e Ribeiro (2020), a avaliação de enfermagem do paciente
com feridas deve ser holística e considerar não apenas a área onde a ferida está
localizada, mas todo o contexto desde o estado físico até a mente. determinar a
ação da equipe de atendimento. Uma avaliação direcionada deve levar em
consideração o quadro clínico, a modalidade de tratamento e as complicações para
então avaliar e determinar o manejo da ferida.
Os enfermeiros devem buscar ajudar os pacientes com feridas crônicas em
todo o mundo, com o objetivo de cicatrização mediada por meio de tratamento
adequado, eficiência dos procedimentos e otimização do atendimento, porém, é
necessário que a equipe as mudanças no cuidado das feridas ajusta o perfil da
população, uma vez que hábitos de vida inadequados estão intimamente
relacionados ao aumento de doenças crônicas, consideradas as causas subjacentes
ao desenvolvimento de lesões de pele (CORDOVA, 2016).
O enfermeiro deve ampliar a visão do cuidado, fazer o paciente compreender
o processo, superar as barreiras do medo, incerteza e dúvida, os profissionais
possuem ferramentas tecnológicas, metodológicas e científicas, mas devem ter
ferramentas simples como: como escuta, conversa, acolhimento e humanização
(ISAAC et al., 2010).
18

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os 7 estudos incluídos nesta revisão foram classificados por autor, desenho


de pesquisa, objetivo principal, amostra, resultados principais, nível de evidência e
grau de recomendação para melhor compreensão e apresentação dos estudos
(Tabela 1).

Tabela 1 – Organização dos estudos segundo os autores, delineamento da


pesquisa, objetivo principal, amostra, principais resultados, nível de evidência e grau
de recomendação.

Autor Estudo Objetivo Principal Principais Pontos

Princípios de Rever os princípios Ao tratar um paciente


ARAÚJO, D.G, PE
dermatologia na gerais do tratamento com ferida complexa
2014.
cicatrização de das feridas e atentar ao seu estado
feridas. esclarecer acadêmicos nutricional, ao controle
e médicos generalistas de suas comorbidades e
acerca de conceitos patologias de base,
básicos a serem controlar infecção local
seguidos em todos na ferida ou sistêmica,
pacientes portadores aliviar a pressão nas
de feridas complexas. feridas e nos plégicos
aliviar as posições
viciadas, contraturas e
espasmos.

Cicatrização e Determinar o nível de Constataram-se déficits


COLARES, C.M.P et.
tratamento de conhecimento de importantes no
2019. feridas: a interface enfermeiros sobre conhecimento da
do conhecimento à cicatrização e fisiologia do processo
prática do enfermeiro tratamento de feridas e de cicatrização,
avaliar a indicação e o debridamento,
tempo de permanência exsudato, sinais de
dos produtos utilizados infecção e biofilme que
no curativo. são parâmetros
fundamentais para
orientar o processo de
19

tomada de decisão do
tratamento de feridas.

OLIVEIRA; ROCHA, Realizar o diagnóstico Algumas unidades não


2022 situacional do tratamento possuíam salas próprias
Estudo descritivo, de feridas na Atenção para curativos e não
exploratório. Primária no município de continham os materiais
Belém-PA necessários para
curativos.

CORDOVA, F.P. Cuidado aos Identificar Manejo das lesões


usuários com lesões recomendações de complexas demanda
2016 complexas na ações preventivas e atuação de equipe
atenção básica medidas terapêuticas multiprofissional,
no cuidado aos orientações quanto aos
usuários com lesões cuidados, bem como
complexas, tais como adequada avaliação dos
lesão por pressão, fatores de risco
úlceras vasculares e desempenham
pé diabético na importância na
atenção básica. prevenção.

OLIVEIRA, R. M. et Dor e analgesia em O objetivo deste É necessária a atenção


al. 2012 pacientes com estudo foi analisar dos profissionais para o
síndrome da registros sobre dor e registro de informações
imunodeficiência analgesia em detalhadas das queixas
adquirida prontuários de álgicas dos pacientes
pacientes com SIDA com SIDA, com a
internados. adoção de instrumentos
adequados para a
avaliação e registro dos
dados avaliados, para
melhorar a assistência e
o controle da dor que
incide na maioria
desses pacientes.

VICENTE, Camila et Cuidado à pessoa Reconhecer as Destaca-se neste


al. 2019 com ferida tecnologias contexto, a escassez da
oncológica: educacionais utilizadas abordagem do conteúdo
educação no processo de na formação dos
permanente em atualização dos enfermeiros, a
enfermagem enfermeiros no importância da
mediada por cuidado à pessoa com atualização dos
20

tecnologias ferida oncológica de profissionais por meio


educacionais. cabeça e pescoço. da educação
permanente,
evidenciando a pouca
utilização de recursos
tecnológicos para esta
finalidade.
Um melhor
conhecimento dos
YOUNG,MCNAUGHT A cicatrização de mecanismos envolvidos
, C. 2012 feridas é um processo na influência dos
biológico complexo diversos fatores
A fisiologia da que tem que passar
cicatrização de por quatro fases de na cura da ferida pode
feridas. forma precisa e permitir o
altamente desenvolvimento de
programada: novas terapias para o
hemostase, tratamento de feridas
inflamação, com dificuldade em
proliferação e cicatrizar.
remodelação. Para
uma ferida curar com
sucesso, as quatro
fases devem ocorrer
numa sequência
ordenada e no tempo
adequado.
21

Colares et al (2019) em seu estudo transversal, buscou avaliar o nível de


conhecimento dos profissionais da enfermagem a respeito do processo de
cicatrização de feridas. Após o levantamento dos dados coletados em questionário,
foi possível verificar uma deficiência de conhecimento nos processos de:
debridamento, biofilme, exsudato e detecção dos sinais de infecção.
O enfermeiro é um dos profissionais mais importantes para a recuperação do
paciente. Ele é responsável por cuidar de forma direta das feridas e detectar se a
mesma está respondendo bem ao tratamento. O conhecimento das técnicas, bem
como do manejo é de suma importância para uma boa recuperação do paciente
(ANGRA, 2013).
Oliveira: Rocha (2022) em seu estudo descritivo e exploratório, buscou avaliar
algumas unidades de atenção primária para verificar se as mesmas continham tudo
que era necessário para o atendimento de pacientes com feridas. Após sair em
campo o mesmo constatou que de 12 unidades, 5 delas não continham sala para
curativos, e a maioria não possuía a quantidade adequada de materiais para o
atendimento ao público.
Além do cuidado das feridas, é papel do enfermeiro verificar se o local de
trabalho está apto para receber pacientes com feridas. Devendo sempre ficar atento
ao estoque, manejo de outros profissionais com esse paciente, se o ambiente está
livre de sujidades e contaminação, que possa favorecer ao agravo das feridas
(CORDOVA, 2016).
Já em relação a dor e desconfortos durante o processo de cicatrização,
Oliveira et al (2012), buscou verificar quais os principais medicamentos aplicados
como analgésicos por enfermeiros. Foram utilizados com mais frequência os
fármacos antiinflamatórios não esteróidais, analgésicos simples e em algumas
situações de dor não tão intensa, algumas medidas não farmacológicas foram
aplicadas.
Além dos tratamentos farmacológicos, o enfermeiro deve ampliar a visão do
cuidado. Compreender o processo ferida/cicatrização, ajuda durante o atendimento
para que o mesmo ocorra de forma humanizada, com a diminuição do medo,
incerteza e dúvida do paciente. Podendo esta tática, acelerar o processo de cura
(ISAAC et al., 2010).
22
23

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Saber cuidar de pacientes com feridas oncológicas está se tornando cada vez
mais importante, considerando as estimativas de aumento da incidência de câncer e
o aumento associado do contato com os profissionais. Pelo que foi estudado no
trabalho, ficou evidente a necessidade de capacitar os enfermeiros, pois eles
desempenham um papel importante no cuidado de pacientes com feridas crônicas,
são profissionais responsáveis pela avaliação, prevenção e manutenção.
O enfermeiro deve ampliar a visão do cuidado, fazer com que o paciente
entenda o processo, quebrar as barreiras do medo, incerteza e dúvida, o profissional
possui ferramentas tecnológicas, metodológicas e científicas, mas devem possuir
ferramentas simples como escuta, conversa, acolhimento e humanização. Mais
trabalhos voltados para as técnicas aplicadas durante o processo ferida/cicatrização
se faz necessário, afim de padronizar o atendimento ao paciente e sua eficiência.
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