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CURSO DE LICENCIATURA PELNA EM PEDAGOGIA

ANA LUCIA GOMES


JOSILENE ALVES DOS SANTOS

AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA NO EJAI

TERESINA - PI
2021
ANA LUCIA GOMES
JOSILENE ALVES DOS SANTOS

AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA NO EJAI

Monografia apresentada à Coordenação do


Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia
da Faculdade Evangélica do Piauí –FAEPI –
como requisito parcial para a obtenção de
título de graduada em Pedagogia.

TERESINA - PI
2021
ANA LUCIA GOMES
JOSILENE ALVES DOS SANTOS

AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOPEDAGOGIA NO EJAI

Área de concentração:
Data da apresentação:

Resultado: ______________________

BANCA EXAMINADORA:

Prof.
Faculdade FAEPI
______________________________________

Prof.
Faculdade FAEPI
______________________________________
Dedico este trabalho primeiramente a Deus,
minha Família e meus amigos, pois sem a
ajuda deles não conseguiria enfrentar e
superar todas as dificuldades a qual
encontrei ao longo do meu caminho.
AGRADECIMENTOS

Ao professor orientador pela orientação deste trabalho, pelas suas sugestões e

críticas que ajudaram na minha formação acadêmica e neste trabalho. A todos os

amigos pela ajuda, compreensão, carinho e atenção dada no dia a dia. A meus pais

que sempre me deram força e me ajudaram nas horas mais difíceis. Aos meus

irmãos por está sempre ao meu lado e me dando conselhos que me ajudaram e

muito. A todos os outros familiares que sempre me deram carinho e atenção. A

todos que nos últimos tempos foram essenciais para mim e me deram muita força. A

Deus que esteve comigo em todos esses momentos.


RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso propõe uma reflexão sobre O


ensino de Jovens e Adultos e Idosos (EJAI), sendo que o método utilizado foi
pesquisa qualitativa, que tem por finalidade fundamentar e contextualizar com
abordagens de autores conceituados. O trabalho tem por finalidade fazer uma
reflexão sobre as Contribuições da Psicopedagogia no EJAI para um maior
desempenho dentro das escolas. A psicopedagogia ver e estuda dentro dos
princípios o ato de aprender e ensinar, enfatizando sempre em conta as
realidades interna e externa da aprendizagem. Por outro lado, sempre
buscando compreender como se dar a construção de vários conhecimentos
em toda a sua complexidade, objetivando colocar em pé de igualdade os
aspectos cognitivos, afetivos e sociais que lhe estão implícitos. A Educação
de Jovens e Adultos e Idosos (EJAI) é um campo de atuação e pesquisa muito
rico e diversificado, nele está inserido sujeitos-alunos com vasto
conhecimento prévio. A psicopedagogia se torna uma área de estudos e
aprendizado que vai ser responsável em tentar compreender as dificuldades
encontradas no campo da aprendizagem humana. O olhar direcionado do
psicopedagógico busca respostas para questionamentos como: por que este
indivíduo não aprende? Por que não consegue utilizar em plenitude as suas
potencialidades? O que o impede de se desenvolver? Essas não são respostas
simples, mas possíveis de serem encontradas se o olhar for atento ao que não
está visível, não é dito, tanto na maneira de falar como no silêncio do
investigado

Palavras-Chave: Psicopedagogo; Estudos; Educação; Aprendizagem.


ABSTRACT
This course conclusion work proposes a reflection on The Teaching of Young
People, Adults and Elderly (EJAI), and the method used was qualitative research,
which aims to substantiate and contextualize with approaches from reputable
authors. The work aims to reflect on the Contributions of Psychopedagogy in EJAI
for greater performance within schools. Psychopedagogy sees and studies the act
of learning and teaching within the principles, always emphasizing the internal and
external realities of learning. On the other hand, always seeking to understand how
to construct various knowledge in all its complexity, aiming to put the cognitive,
affective and social aspects that are implicit in it on an equal footing. The
Education of Youth, Adults and Elderly (EJAI) is a very rich and diversified field of
action and research, in which subject-students with vast prior knowledge are
included. Psychopedagogy becomes an area of studies and learning that will be
responsible for trying to understand the difficulties found in the field of human
learning. The psycho-pedagogical gaze seeks answers to questions such as: why
does this individual not learn? Why can't you make full use of your potential? What
prevents it from developing? These are not simple answers, but they can be found
if the look is attentive to what is not visible, it is not said, both in the manner of
speaking and in the silence of the investigated.
Keywords: Psychopedagogue; Studies; Education; Learning.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO

A psicopedagogia ver e estuda dentro dos princípios o ato de aprender e ensinar,


enfatizando sempre em conta as realidades interna e externa da aprendizagem. Por
outro lado, sempre buscando compreender como se dar a construção de vários
conhecimentos em toda a sua complexidade, objetivando colocar em pé de igualdade os
aspectos cognitivos, afetivos e sociais que lhe estão implícitos. Embasada na afirmação
de Neves e consciente que a Educação de Jovens e Adultos e Idosos (EJAI) no Brasil é
uma modalidade amparada pela LDB/ 9394/96-Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, e se destina àqueles que não tiveram acesso, na idade própria, ao ensino
regular.
Nunca é tarde para voltar a estudar e aprimorando e adquirindo novos
conhecimentos são atividades rotineiras em nossas vidas. E muitos desses
conhecimentos, apreendidos com nossas experiências cotidianas, precisam ser
aprimorados nas instituições escolares e outros, adquiridos, principalmente, nelas.
Essas aprendizagens servem tanto para uma qualificação profissional, tão cobrada nos
dias atuais, como preparação para os desafios do dia a dia.

Por essas e outras razões estudar é fundamental para facilitar as nossas


vivências em sociedade. Diante deste cenário, o EJAI (Educação de Jovens, Adultos e
Idosos) se faz tão necessário e pode ofertar o “recomeço” para as pessoas, que não
puderam anteriormente concluir seus estudos, sendo um direito que precisa ser
usufruído, visando um crescimento dessas pessoas enquanto “cidadãos” que buscam
uma melhor forma de qualidade na visão do reencontro dentro de uma sala de aula.

A Educação de Jovens e Adultos e Idosos no Brasil tem se revelado um campo


de lutas, como base uma luta por garantia de oferta em todo território nacional, por
aumento de vagas nas escolas em diferentes períodos, pela disponibilização de
materiais e recursos adequados ao público jovem, adultos e idoso, luta por
reconhecimento, por formação inicial e continuada dos educadores e educadoras, enfim,
luta por uma educação de qualidade com garantia de acesso e permanência.

A Educação de Jovens e Adultos e Idosos (EJAI) é um campo de atuação e


pesquisa muito rico e diversificado, nele está inserido sujeitos-alunos com vasto
conhecimento prévio. Esta modalidade tem por princípio pedagógico uma educação
dinâmica e diferenciada, que supra as demandas de interesses e saberes que os alunos
já possuem, porem por vezes o atendimento na EJAI é prejudicado pela precariedade de
recursos humanos e físicos. O que se busca na EJAI não é a preparação de mão de
obra barata para manutenção de práticas exploratórias, mas a formação de uma
consciência crítica em relação ao trabalho, à profissionalização, à geração de renda, à
economia solidária. As pessoas adultas são capazes de ir ressignificando suas
trajetórias e preenchendo as lacunas de formação.

A pesquisa tem caráter qualitativo por analisar as ações da Psicopedagogia no


EJAI, sua importância como agente de transformação e criação de novas
possibilidades para que o aluno tenha uma eficácia mais grandiosa de idealizar sua
própria construção, articulando com todos os envolvidos no processo Psicopedagógico e
suas perspectivas atuais. No processo de ensino e aprendizagem, atualmente, são
apresentados mais questionamentos do que respostas.

No entanto, no campo educacional, autores como Aquino (1997) e Meirieu (1998)


afirmam que a causa das dificuldades de aprendizagem são os problemas sociais,
políticos e pedagógicos. Sobretudo, percebeu-se que ainda são poucas as pesquisas
realizadas sobre o fenômeno das dificuldades de aprendizagem na EJAI e as
contribuições da psicopedagogia.

A psicopedagogia se torna uma área de estudos e aprendizado que vai ser


responsável em tentar compreender as dificuldades encontradas no campo da
aprendizagem humana. Ou seja, como o sujeito aprende, e aprofunda o estudo do
processo de adaptação formulado por Piaget (1972) em que cada ser humano possui
um estilo de aprendizagem, uma maneira individual de chegar ao conhecimento,
construída desde o nascimento por meio das situações de aprendizagens vivenciadas.
Considerando que a psicopedagogia surgiu fortemente segundo Visca (1987) o qual
enfatizou a epistemologia convergente de assimilação dos conhecimentos,
fundamentados pelo construtivismo, estruturalismo construtivista e interacionismo,
servindo de âncora para a psicopedagogia brasileira. Essa, nesses tempos pós-
modernos, mostra caminhos que viabilizam a articulação do saber com uniformidade e
completude dos conhecimentos.
O olhar direcionado do psicopedagógico busca respostas para questionamentos
como: por que este indivíduo não aprende? Por que não consegue utilizar em plenitude
as suas potencialidades? O que o impede de se desenvolver? Essas não são respostas
simples, mas possíveis de serem encontradas se o olhar for atento ao que não está
visível, não é dito, tanto na maneira de falar como no silêncio do investigado. (BENZONI,
2007).

2. JUSTIFICATICVA

A idealização do presente estudo tem como justificava no interesse em averiguar


de que forma a psicopedagogia poderá contribuir de maneira grandiosa e satisfatória
com a atual modalidade de ensino EJAI (Educação de Jovens e Adultos e Idosos).
Segundo Neves (apud BOSSA, 2007), ao pesquisarmos a origem da Psicopedagogia,
verificamos por meio de estudos que a preocupação com os problemas de
aprendizagem teve origem na Europa, ainda no século XIX. No que se refere à inserção
da psicopedagogia no âmbito pedagógico, conclui-se que a dinâmica histórico-social
determinou a necessidade de um profissional que respondesse aos graves problemas
enfrentados pela Pedagogia diante da expansão demográfica do pós-guerra, gerando
uma crise na escola devido à utilização de métodos inadequados, aumento de
matrículas entre outras dificuldades.

O psicopedagogo pode avaliar o aluno com o intuito de identificar possíveis


situações que interferem em seu desempenho escolar. Além disso,
o psicopedagogo possui um importante papel para intervenção junto à família dos
alunos, visto que o ambiente familiar também influencia no aprendizado e
desenvolvimento infantil. Entender a importância do psicopedagogo na escola é dar um
passo em direção a melhorias no processo de ensino-aprendizagem. A Psicopedagogia
está situada na fronteira entre a pedagogia e a psicologia, sendo uma contribuição
importante para a inclusão de alunos com distúrbios na aprendizagem. Antes de
falarmos por que ela é importante, é necessário abordar o que é Psicopedagogia.

A Psicopedagogia pode ser compreendida como atuação profissional que busca


analisar métodos de formação interdisciplinar, fator recomendado no campo da
Psicopedagogia. Sendo assim, a psicopedagogia descreve uma proposta existencial,
condicionando propostas subjetivas e correlacionais de modo especial no campo familiar
e educacional por meio da escola. Toda e qualquer atuação psicopedagógica sempre
vem a ser vista como alicerce para a superação de todos nossos limites.

Com base nesse conceito, podemos afirmar e compreender que o processo de


ensinar está ligado ao de aprender. De qualquer forma, o processo de atuação curativa
pode ser visto como um método de readaptação pedagógica do aluno, visto que o auxilia
no processo de melhoria do conhecimento e da aprendizagem.

3 OBJETIVOS:

3.1 Objetivo Geral


 Conhecer o papel do Psicopedagogo educacional e a sua relação prática na
Educação de Jovens e Adustos e Idosos.
3.2 Objetivos Específicos
 Incentivar a atuação do pedagogo na Educação de Jovens e Adultos e Idosos
(EJAI) a importância para no processo de ensino aprendizagem neste campo
educativo.
 Mostrar a Psicopedagogia como articuladora das novas visões sobre as práticas
educativas realizadas no cotidiano escolar na Educação de Jovens e Adultos e
Idosos (EJAI).
 Compreender o processo psicopedagógico na aprendizagem da Educação de
Jovens e Adultos e Idosos, propondo métodos diferenciados para que aconteça
uma aprendizagem prazerosa e significativa.

4 METODOLOGIA

A metodologia usada para o desenvolvimento dessa monografia é qualitativa e


foi usado a técnica de pesquisa bibliográfica documental, sobre técnicas de ensino
aprendizagem, as contribuições da psicopedagogia no ensino de jovens e adultos e
idoso (EJAI). Toda pesquisa foi feita pela internet, através de periódicos, artigos,
publicações na internet. Esta pesquisa foi desenvolvida com objetivo de entender melhor
as concepções de ensino, a análise de dados pesquisados foi muito importante para
entender melhor como funciona o processo de ensino aprendizagem no processo do
Ensino de Jovens e Adultos e Idosos. A pesquisa foi direcionada para busca de teorias e
práticas de ensino, desta forma manter os alunos em sala de aula, fazendo despertar
neles o interesse pelos estudos, buscando redução no número de alunos que desistem
dos estudos e acima de tudo, trabalhar de forma que a aprendizagem seja mais efetiva.

De acordo com Cervo, Bervian e/ Silva (2007, p.61), a pesquisa bibliográfica


“constitui o procedimento básico para os estudos monográficos, pelos quais se busca o
domínio do estado da arte sobre determinado tema”. Ainda segundo os autores, este
estudo é caracterizado também como pesquisa exploratória, já que não requer a
formulação de hipóteses para serem testadas, restringindo por definir objetivos e buscar
informações sobre determinado assunto de estudo, sendo assim um passo importante
para o projeto de pesquisa.

5. REFERENCIAL TEÓRICO

5.1 Educação de Jovens e Adultos e Idosos: origem e Evolução

A Educação de Jovens e Adultos e Idosos (EJAI) se faz notável no Brasil desde a


época de sua colonização com os Jesuítas que se dedicavam a alfabetizar (catequizar)
tanto crianças indígenas como índios adultos em uma intensa ação cultural e
educacional, a fim de propagar a fé católica juntamente com o trabalho educativo. No
entanto, com a chegada da família real e consequente expulsão dos Jesuítas no século
XVIII, a educação de adultos entra em falência, pois a responsabilidade pela educação
acaba ficando às margens do império. Através da campanha de Educação de Adultos,
lançada em 1947, abre-se a discussão sobre o analfabetismo e a educação de adultos
no Brasil.

Nesta época foi criado o Serviço Nacional da Educação de Adultos (SNEA)


voltado ao ensino Supletivo; surge a 1ª Campanha Nacional de Educação de
Adolescentes e Adultos (CEAA), no intuito de reduzir o analfabetismo das nações em
desenvolvimento; o 1º Congresso Nacional de Educação de Adultos e, posteriormente,
em 1949, o Seminário Interamericano de Educação de Adultos.
Em 1946, com a instalação do Estado Nacional Desenvolvimentista, houve um
deslocamento do projeto político do Brasil, passando do modelo agrícola e rural para um
modelo industrial e urbano, que gerou a necessidade de mão-de-obra qualificada e
alfabetizada (UNESCO, 2008). Em 1947, o MEC promoveu a Campanha de Educação
de Adolescentes e Adultos (CEAA). A campanha possuía duas estratégias: os planos de
ação extensiva (alfabetização de grande parte da população) e os planos de ação em
profundidade (capacitação profissional e atuação junto à comunidade). O objetivo não
era apenas alfabetizar, mas aprofundar o trabalho educativo.

No início da década de 80, a sociedade brasileira viveu importantes


transformações sócio-políticas com o fim dos governos militares e a retomada do
processo de democratização, basta lembrar-se da campanha nacional a favor das
eleições diretas. Em 1985, o Mobral foi extinto, sendo substituído pela Fundação
EDUCAR. O contexto da redemocratização possibilitou a ampliação das atividades da
EJA. Estudantes, educadores e políticos organizaram-se em defesa da escola pública e
gratuita para todos.

A nova Constituição de 1988 trouxe importantes avanços para a EJA: o ensino


fundamental, obrigatório e gratuito, passou a ser garantia constitucional também para os
que a ele não tiveram acesso na idade apropriada. Contudo, a partir dos anos 90, a EJA
começou a perder espaço nas ações governamentais. Em março de 1990, com o início
do governo Collor, a Fundação Educar foi extinta e todos os seus funcionários colocados
em disponibilidade. Em nome do enxugamento da máquina administrativa, a União foi se
afastando das atividades da EJA e transferindo a responsabilidade para os Estados e
Municípios.

Em janeiro de 2003, o MEC anunciou que a alfabetização de jovens e adultos


seria uma prioridade do novo governo federal. Para isso, foi criada a Secretaria
Extraordinária de Erradicação do Analfabetismo, cuja meta é acabar com o
analfabetismo durante o mandato do então Presidente Luiz Inácio “Lula” da Silva.
Apesar das conquistas e evolução da EJA nas últimas décadas. A Educação de Jovens
e Adultos, está cada vez mais distante da realidade deste educando, uma vez que as
Políticas de atendimento são generalizadas, não específicas. Continuando sua postura
reflexiva, Arroyo argumenta que os grupos que são atendidos pela EJA têm
características próprias das camadas populares, são mulheres e homens que estão em
condições precárias de sobrevivência, no sub-emprego, na categoria de
desempregados. São grupos que possuem diferenças de gênero, raça, etnia. São
grupos discriminados socialmente.

Assim, a realidade enfrentada por essa demanda de alunos e alunas que estão
nas escolas que ofertam a EJA, não condiz mais com a análise do perfil de grupos
sociais que estão sendo pensado pelas Políticas Públicas da Educação de Jovens e
Adultos. Atualmente já em 2021 houve uma mudança e se passou ser chamado de
Educação de Jovens e Adultos e Idosos (EJAI).

Nesse contexto, onde se promove a educação do adulto é primordial para a


sustentabilidade do planeta; o modo como o ser humano se relaciona entre si e com o
meio reverbera na saúde do próprio ser e do planeta, afetando a qualidade de vida. É
imprescindível uma tomada de consciência, uma discussão, tendo em vista a
diversidade linguística e cultural em que nos encontramos.

Na América Latina, a educação não formal está ligada às organizações não


governamentais, partidos políticos e igrejas, além de que, geralmente, é organizada
onde o Estado se omitiu e em oposição à educação de adultos oficial (GADOTTI, 2007).
Na literatura sobre Educação de Adultos nos deparamos com um rol de termos que, por
vezes, parecem sinônimos, veja: educação permanente, aprendizagem ao longo da vida,
andragogia, educação de jovens e adultos e idosos e educação popular. Dessa forma,
percebe-se que para dar conta dessas funções o ensino na educação de jovens e
adultos e idosos precisa ter os objetivos pedagógicos bem definidos, direcionar um olhar
sensível aos sujeitos alunos, valorizar os conhecimentos prévios dos mesmos, propor
mudanças, transformações e adequações às práticas pedagógicas, tornando-as
significativas e atrativas aos aprendizes em questão. O psicopedagogo institucional
trabalha com mapeamento da instituição para um diagnóstico institucional. Ele ouve e
observa todos os envolvidos com a instituição. Como explica Porto (2006), o
psicopedagogo deve observar desde conversas casuais, entrevistas, documentos,
reuniões de diversos tipos, oficinas de trabalhos, vida em instituição, e também ouvir
múltiplos tipos de participantes da instituição.

5.2 Relação ensino aprendizagem no EJAI

O conhecimento começou a enfrentar dificuldades com as mudanças que foram


ocorrendo no mundo moderno. No Brasil, como em toda a América Latina, estas
dificuldades se tornaram acentuadas com as grandes transformações pelas quais
passou a escola pública, nos últimos trinta anos. Para compreender o processo de
ensino e aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos e Idosos exige atentar que
muitos dos jovens e adultos que retornam à escola visam não somente adquirir
conhecimentos, mas dar um novo sentido à sua realidade de vida.

A EJAI (Educação de Jovens e Adultos e Idosos), apesar de parecer um termo


novo, atualmente estes programas educacionais estão se intensificando ainda mais,
tendose em vista as necessidades do próprio mercado de trabalho, que está exigindo
mão de obra mais qualificada. Estar mais bem preparados para o mundo e para isso
precisamos estudar, mas estes estudos devem ser direcionados para um aprendizado
mais amplo, o qual as pessoas são instruídas para ser tomadores de decisão. O sistema
educacional precisa formar indivíduos tecnicamente bem preparados, sendo
indispensável que eles sejam capazes de valores e atitudes necessários a condição de
formação humana, considerados importantes para a vida, como ética, iniciativa,
criatividade, flexibilidade, comunicação entre outras, conforme comenta Barbosa, (2013).

Segundo Ghedin (2012), “O processo de aprendizagem é controlado pelo sujeito


à medida que tem acesso as informações que se relacionam com os saberes que já
possui”. Podendo ser qualquer proposta direcionada a conseguir que alguém aprenda,
ou determinada por uma ideia de aprendizado consciente ou inconsciente. Existem
diferentes métodos de ensino, inspirando práticas e teorias pedagógicas, que podem ser
usadas no dia a dia do educando, afim de conseguir melhor desempenho no
aprendizado dos alunos. Nos textos abaixo está descrito um pouco sobre cada uma
delas, mostrando como elas podem ser usadas pera melhorar o aprendizado e para que
esse seja efetivo, assim podemos analisar qual seria a melhor metodologia.
 Teoria Construtivista: A teoria do construtivismo não é baseada apenas em
estudos de educação aprendizagem, segundo Matthews (2000, p. 3), “O
construtivismo não é só uma teoria sobre aprendizagem, o ensino e filosofia da
educação - embora estes temas sejam significativos. Ele é também apresentado
como uma teoria da ciência”. A teoria construtivista, Segundo Diário Catarinense
(2012), é baseada em estudos de Jean Piaget, que fala sobre a principal meta da
educação, criando seres capazes de fazer coisas novas e não repetir,
simplesmente, o que as outras gerações fizeram. Deve-se formar pessoas
capazes de pensar, agir, ter atitudes próprias e não apenas ficar copiando o que
outros fizeram, ou seja, formar mentes que tenham condições de criticar e não
aceitar tudo que lhes é proposto. A dificuldade imposta ao construtivismo pelo
ensino não é somente de ordem prática, segundo Matthews (2000), é uma
dificuldade que expõe o problema teórico crucial para o construtivismo, sendo o
conhecimento uma questão de construção pessoal, baseado em princípios
construtivistas.

 Educação Libertadora Muitas discursões surgem com relação a formas de


educação, segundo matéria publicada no Diário Catarinense (2012), o educador
Paulo Freire defende a ideia de a educação libertadora como forma de educação,
a qual objetiva e conscientiza o aluno em relação às classes menos favorecidas,
fazendo ele entender a sua situação, sabendo agir em favor da própria libertação.
A prática em sala de aula deve desenvolver a criticidade do aluno, onde os alunos
devem aprender junto com os professores.

 Avaliação por competência: A avaliação por competência está sendo difundida


por algumas instituições de ensino, considerando ser esta a mais importante,
onde o aluno é avaliado por seu aprendizado, demonstrando a competência
desenvolvida. Ainda segundo o Diário Catarinense (2012), estuda-se a avaliação
por competência, como sendo uma forma de avaliar o aluno, não através de
provas, mas levando em consideração a sua vida escolar. Deve-se avaliar o que
ele já sabe, partindo desse princípio para construir o conhecimento, levando em
conta, valores, atitudes e habilidades, somando-se com isso os conhecimentos
adquiridos.
 As Ideais-Forças: Paulo Freire foi um grande pensador e inovador na área de
educação, publicou vários livros e suas teorias são seguidas por muitas pessoas.
Segundo Miranda; Barroso (2004), 9 Freire parte de um pressuposto, onde o ser
humano é o foco no processo de ensino. O aluno deve refletir muito sobre a sua
existência, influenciando na sua vida e decisão de ser mais livre.

6. O PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA EJAI

Pensar sujeitos da EJAI é trabalhar com e na diversidade. A diversidade se


constitui das diferenças que distinguem os sujeitos uns dos outros – mulheres, homens,
crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, pessoas com necessidades especiais,
indígenas, afrodescendentes, descendentes de portugueses e de outros europeus, de
asiáticos, entre outros. A diversidade que constitui a sociedade brasileira abrange jeitos
de ser, viver, pensar — que se enfrentam.

Entre tensões, entre modos distintos de construir identidades sociais e étnico-


raciais e cidadania, os sujeitos da diversidade tentam dialogar entre si, ou pelo menos
buscam negociar, a partir de suas diferenças, propostas políticas. Propostas que
incluam a todos nas suas especificidades sem, contudo, comprometer a coesão
nacional, tampouco o direito garantido pela Constituição de ser diferente. Documento
Base Nacional (2008,p.1).

É fundamental, portanto, que o ensino fundamental quanto o ensino médio de


jovens e adultos e idosos considere a importância de que os educandos continuem
aprendendo e para que isso ocorra é urgente a necessidades de subsídios para que a
os indivíduos desse seguimento possam sentir-se capazes de aperfeiçoar seu saberem
e adquirir novos conhecimentos e aprendizado.

Compreender o processo de ensino e aprendizagem na Educação de Jovens e


Adultos e Idosos exige atentar que, muitos dos jovens e adultos que retornam à escola
visam, não somente adquirir conhecimentos, mas, dar um novo sentido a sua realidade
de vida. No entanto, a escola não parece cumprir, de forma profícua, com sua
responsabilidade de formar o sujeito para toda a vida, habilitando-o para que atue de
maneira crítica e ativa em sociedade.

As escolas que oferecem a EJA nem sempre os recebem tendo consciência das
diferenças encontradas nos mais diversos aspectos da vida desses estudantes tais
como origem, idade, vivências, históricos escolares, ritmos de aprendizagem muito
variados. A cada realidade, um tipo de aluno. São pessoas que mesmo não sendo
adultos já vivem no mundo do trabalho ou assumem responsabilidades sociais e
familiares, com valores éticos e morais formados dentro do contexto em que estão
inseridos.

Os jovens e adultos vindos de um ambiente de pouca ou nenhuma escolarização,


ao ingressarem na escola, serão inseridos e integrados com diferentes pessoas e modos
de funcionamento da instituição escolar para a aprendizagem dos conteúdos escolares,
apesar do aprendizado desses estudantes ter iniciado muito antes de frequentarem a
escola, uma vez que aprenderam a lidar com situações problemas, necessidades e
exigências cotidianas na sociedade que envolvem os mesmos saberes da escola.

Um novo paradigma para a EJA sugere que a aprendizagem ao longo da vida não
é só um fator de desenvolvimento pessoal, mas também uma condição de participação
dos indivíduos na construção de sociedades mais solidárias, justas e pacíficas. A EJA é
uma educação possível e capaz de mudar significativamente a vida de uma pessoa,
permitindo-lhe reescrever sua história de vida. O público de estudantes da EJA é cada
vez mais jovem.

Sendo assim, com uma visão mais clara o principal objetivo atual da EJAI não é
mais atender apenas ao jovem e ao adulto trabalhador que não tiveram acesso ao
ensino na idade regular, mas também ao jovem que está pretendendo terminar os
estudos de forma mais rápida. Assim, essa modalidade de ensino não pode limitar-se a
viabilizar apenas o acesso à leitura e à escrita, mas uma educação que apoie e dinamize
o desenvolvimento do educando na sua relação com a linguagem e com a escrita como
um todo.
6.1 O aluno da EJAI e a prática Educacional

A EJA não era uma modalidade que visava total formação de um cidadão crítico,
autônomo e reflexivo. Um dos maiores interesses era o de erradicar o analfabetismo no
Brasil, isso se deve a vários motivos sendo um dos principais o capitalismo no Brasil,
onde era preciso alfabetizar o cidadão para contribuir com mão de obra em indústrias,
não havendo interesse em formar um cidadão crítico reflexivo, capaz de lutar por seus
direitos, para mudar a sociedade, até mesmo sua realidade muitas vezes dura. Nesse
período alguns educadores pensavam o contrário disso, podemos citar Freire com sua
pedagogia libertadora, um dos principais educadores da época.

A ideia de que os adultos têm de uma escola ao se integrarem nela é muitas


vezes comparada à que frequentaram brevemente quando pequenos. Apesar das
lembranças da precariedade, muitos lembram com carinho e lamentam não terem tido a
oportunidade de continuar estudando ou até mesmo de não terem tido a chance de
frequentá-la. Indivíduos que há anos interromperam seus estudos por diferentes
motivos, voltam à sala de aula, sendo por vontade própria, ou por “determinação” do
mercado de trabalho tumultuoso dos tempos atuais.

Cada indivíduo teve um motivo próprio para parar de estudar e possui um motivo
tão próprio para retornar. Como a própria LDB 9394/96 propõe, a idade mínima para
ingressar na EJAI é de quinze anos para cursar o ensino fundamental, e dezoito anos
para cursar o ensino médio. Sendo assim, fica aos cuidados do professor conseguir
trabalhar com sujeitos dos dois tipos de desenvolvimento cognitivo: o jovem e o adulto.

7. INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA NA EJAI

Segundo Cezalla e Molina (2010), a interlocução entre psicopedagogia


institucional e educação popular se fundamentaria na dimensão social envolvida no
processo de aprendizagem (além dessa temos também as dimensões biológica e
cognitiva), pois, com ela, haveria a garantia da continuidade do processo histórico e a
preservação da sociedade como tal, por meio de transformações evolutivas e
estruturais. A Psicopedagogia tem a necessidade de compreender o processo de
aprendizagem humana e suas dificuldades como um processo individual, em que a
trajetória da construção do conhecimento é valorizada e entendida como parte do
resultado final.

A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que adveio de uma


demanda – o problema de aprendizagem, colocado em um território pouco
explorado, situado além dos limites da psicologia e da própria pedagogia – e
evoluiu devido à existência de recursos, ainda que embrionários para atender a
essa demanda, constituindo-se assim em uma prática, BOSSA (2007, p.24).

A Psicopedagogia trabalha com a dificuldade de aprendizagem, ela norteia um


caminho através do diagnostico, para saber qual são as causas que está impedindo o
estudante de ter o sabor da aprendizagem, podendo ser vários fatores associados,
família, o meio em que vive o estudante, problema de ensinagem a metodologia não
está sendo adequada a ele estudante, ou até mesmo um problema orgânico que este
impedido a aprendizagem deste estudante.

O psicopedagogo, portanto, têm como função identificar no sujeito sua estrutura,


suas transformações o seu desenvolvimento e as influências com o meio, como também
as transformações e o relacionamento com o aprendente. Isso exige deste profissional,
conhecimento na construção do saber e sua relação com fatores, capazes de influência,
tais como emocionais sociais, pedagógicos, orgânicos e psicológicos.

Segundo Fernandez (1991), para a identificação da dificuldade de aprendizagem


no processo de aprendizagem humana, o psicopedagogo utiliza o diagnóstico
psicopedagógico, que consiste em uma investigação com parâmetros definidos, cujo
objetivo é encontrar as causas de uma queixa proveniente do atendente, do ensinante,
da família ou da escola.

7.1 O estudo da Psicopedagogia

Retomar o surgimento da Psicopedagogia ajuda a perceber o processo percorrido


para a constituição dessa área do saber, bem como visualizar, mais amplamente, a sua
inscrição no contexto histórico atual, possibilitando perceber com clareza e criticidade
suas concepções diferenciadas e, muitas vezes, antagônicas, presentes atualmente. A
psicopedagoga estuda a dificuldade de aprendizagem, busca compreender toda
complexidade da estrutura do processo ensino e aprendizagem, podemos dizer que a
teoria da psicopedagoga é nova, por isso, vem buscando espaço no campo teórico, o
psicopedagogo ainda não tem muito espaço na educação, ainda esse espaço ocupado
por outros profissionais da educação, mas com passar do tempo, este espaço, creio eu
terá uma maior abrangência na escola, tendo mais espaço no trabalho clínico e menos

espaço no institucional.

A Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do


processo de aprendizagem e tem suas bases alicerçadas em diversos movimentos
surgidos ainda no século passado, na Europa, através da produção de filósofos,
médicos e educadores que nortearam suas discussões, a partir de uma preocupação
com o homem em geral, acentuando uma visão humanista e romântica. Através da
busca de compreender o que é essencial para o homem, busca um renovado
encadeamento sobre a infância, desenvolvendo, a partir daí várias pesquisas e
trabalhos.

Falar sobre Psicopedagogia é, hoje em dia, uma tarefa difícil, pois, por se rela
uma ciência muito nova e ter sua área de atuação inserida na consequência da
Psicologia e da Pedagogia, apresenta múltiplas facetas, não possuindo,
ainda, paradigmas operacionais totalmente estabelecidos, estando na busca de sua
própria identidade enquanto área diferenciada de conhecimento, linha de pesquisa em
Educação e em Psicologia, bem como atividades terapêuticas e/ou preventivas.
Ao buscar a melhor metodologia a ser utilizada pelo psicopedagogo em sua
atuação e fica, também, a dúvida de como agir com “problemas ou distúrbios de
aprendizagem”, pois face à complexidade do ser humano, uma determinada patologia
pode ter múltiplas causas e estas, em virtude da pulverização do conhecimento
profissional em múltiplas especialidades, só poderiam ser “tratadas” sob a ótica da
interdisciplinaridade, ou seja, com a atuação conjunta de diversos profissionais

de áreas diferentes.

A psicopedagogia tem sido uma das áreas de conhecimento que têm gerado
grande interesse nos profissionais ligados à educação. Este trabalho tem por objetivo
investigar a prática do professor - psicopedagogo, seus desafios, suas limitações, suas
possibilidades, frente ao cotidiano da atuação psicopedagógica preventiva em
instituições regulares de ensino.

Na área educativa, dentre outras ações, o psicopedagogo auxilia o aluno e/ ou a


instituição a minimizar as situações de insucessos escolares e também atua junto ao
serviço de orientação vocacional. Isto pode ocorrer por meio de trabalhos com alunos,
pais, familiares, professores, enfim com os diferentes segmentos envolvidos com a
escola.

7.2 Formação e profissionalização do psicopedagogo

Para lidar com as situações de ensino e aprendizagem é preciso entrar em


contato com uma variedade de elementos, entre eles, uma formação geral a partir da
integração de conhecimentos e as de características específicas propriamente ditas.
Essas ações deverão ser acompanhadas de reflexão acerca dos elementos constituintes
do ato de ensinar e do ato de aprender, dando significado e relevância aos
conhecimentos essenciais para a compreensão da realidade sociocultural, bem como os
princípios sobre o desenvolvimento da pessoa e do grupo na perspectiva de "como se
aprende", criando situações de "ensinagem"
A profissionalização em várias situações deve conviver com o novo e o antigo, ou
seja, credenciar pessoas pode ser entendido como uma visão de ordem corporativa no
Brasil. Identificamos muitas ações profissionais de regulamentação profissional como
legitimadas pela sociedade (como a que vivemos na Psicopedagogia), porém,
necessitam da segurança advinda do reconhecimento.

Esse reconhecimento em nossa cultura ocorre quando a validade de um


certificado de conclusão de curso é emitida por um órgão regulatório vinculado na esfera
estatal e que se manifesta por meio de leis e regulamentos. A ideia central de nosso
estudo e intervenção é que os psicopedagogos (enquanto profissionais da Educação)
em formação se assumam como profissionais capazes de compreender a humanização
de si e das pessoas, assumindo o desenvolvimento e o direito a aprendizagem como
valores prioritários no seu desempenho profissional.

Entendemos que o conceito de formação está associado ao conceito de


desenvolvimento pessoal e a um trabalho em que as pessoas devem "se conhecer" para
que possam, em situações de ensino, assumir-se como ensinante na perspectiva de
facilitar a aprendizagem de todas as pessoas, independente das diferenças ou
dificuldades.

A formação em Psicopedagogia já estava ocorrendo em cursos livres ou


propostos por instituições credenciadas pelo MEC a nível de lato sensu na modalidade
de especialização. Após a Lei nº 9394/96, com a prerrogativa de que poderia se formar
profissionais da Educação a nível de pós-graduação, somada à informação de que 80%
dos alunos que cursavam a Psicopedagogia eram da Educação, a ABPp frente às
demandas da sociedade foi impulsionada a desencadear formalmente o projeto de lei nº
3124/97 sobre a regulamentação do exercício da atividade psicopedagógica em 1997,
pelo então Deputado Federal Barbosa Neto (GO) apoiado na premissa que esta
atividade viria reduzir o fracasso escolar mediante a revisão do Projeto Educacional
Brasileiro com a inserção de um profissional denominado de psicopedagogo.

Em 2014, há a aprovação do PNE organizado em 20 metas acompanhadas de


estratégias indispensáveis à sua implantação. Suas metas deverão ser atingidas em um
prazo de 10 anos (2024), por isso Estados, Municípios e União deverão estar em
parceria de colaboração para o êxito da mesma.

Ainda em 2014, por meio da resolução nº 2 do MEC - Conselho Nacional de


Educação/Câmara de Educação Superior, institui o cadastro nacional de oferta de
cursos de pós-graduação lato sensu (especialização) nas instituições credenciadas no
Sistema Federal de Ensino, onde regulamenta a apresentação desses cursos de lato
sensu a partir de 2012 no sistema e-MEC. A Secretaria de Regulação e Supervisão da
Educação Superior estabelece a instrução normativa nº 1 de 16 de maio de 2014, onde
elenca os dados essenciais para seu cadastro. Em seguida, publica no Diário Oficial da
União a Instrução Normativa nº 1 de 13 de fevereiro de 2015, que explicita os
procedimentos para o cumprimento da Instrução Normativa promulgada em maio de
2014.

Dessa forma, os cursos de especialização em Psicopedagogia devem respeitar


essas medidas, visando à qualificação dos mesmos e responsabilizar a instituição
proponente à sua responsabilidade de formadora. Os cursos anteriores a esta medida
ocorriam com a chancela da instituição que nem sempre atendiam a qualificação
requerida em cursos de especialização.

7.3 A contribuição do psicopedagogo no contexto escolar

A psicopedagogia institucional vem atuando nos últimos anos no âmbito escolar


de forma preventiva. Ou seja, exerce a ação antes que os problemas de aprendizagem
apareçam de fato. “A psicopedagogia objetiva compreender a construção do
conhecimento com todos os fatores que a influenciam, facilitando o aprendizado e
identificando o que impede o sujeito a aprender”. O Psicopedagogo na Educação de
Jovens e Adultos e Idosos (EJAI) visa reforçar o estímulo que muitos jovens
e adultos necessitam para prosseguirem seus estudos. Torna viável o sonho de muitos
em alfabetizarem-se, pois auxilia na criação de projetos motivadores da prática
educativa.
A contribuição do psicopedagogo no contexto escolar é expressiva! Este
profissional atua tanto na prevenção de dificuldades de aprendizagem durante a vida
escolar quanto na superação delas. Ele também busca métodos de ensino adequados
para alunos que demonstram ter perturbações no processo de aprender.
A psicopedagogia é o campo da psicologia associado à pedagogia que estuda a relação
das pessoas com a aprendizagem. Assim, o profissional desta área busca reduzir
dificuldades com o aprender e tratar transtornos de aprendizagem.

Essas competências são estimuladas a todo instante na escola. Deste modo, é


mais fácil perceber deficits em pacientes em idade escolar. Quando o aluno não
consegue acompanhar o ritmo dos colegas em sala de aula, fica evidente que algo está
dificultando o seu processo de aprendizagem. Todavia, adolescentes, adultos e idosos
também podem ter um transtorno específico de aprendizagem. A ausência de
diagnóstico na infância impede que eles aproveitem as suas experiências acadêmicas e
profissionais. Esses indivíduos podem pensar que possuem menos inteligência e
capacidade que outros em virtude dos sintomas de um transtorno de aprendizagem.
Como não receberam um diagnóstico para explicar as suas dificuldades, podem crescer
com um complexo de inferioridade.

Neste contexto, a psicopedagogia também devolve a autoestima dos pacientes,


ensinando-lhes que são capazes de aprender, ler, escrever, calcular e reter informação
como os outros. Eles só precisam das ferramentas e dos métodos exatos para fazer
isso. A escola é um local que possibilita múltiplas vivências, atividades, projetos,
novidades e escolhas. Para ser capaz de aproveitar todos esses elementos, a criança
precisar estar no controle do seu processo de aprendizagem. Um déficit significa a perca
desse controle, levando os pequenos a experimentarem frustrações. Os transtornos de
aprendizagem afetam o desempenho escolar das seguintes formas:

 Atrasa o desenvolvimento de habilidades básicas, como leitura e escrita;

 Dificulta a realização de cálculos matemáticos;

 Aumenta a ansiedade e a frustração das crianças;

 Reduz o interesse pelo estudo;


 Torna a concentração em sala de aula difícil;
 Estimular comportamentos inadequados;
 Atrapalha a socialização com outras crianças;
 Abala a autoestima;
 Estimula estados de humor negativos, como raiva, desânimo e frustração.

O psicopedagogo pode atuar tanto em instituições de ensino quanto com o


atendimento clínico de pacientes. Mesmo neste último cenário, o profissional visita ou
entra em contato com a escola onde o paciente está matriculado para ter um
conhecimento aprofundado de suas dificuldades de aprendizagem. A contribuição do
psicopedagogo no contexto escolar é, como dito, extensa e profunda. O trabalho é feito
em conjunto com professores, gestores, alunos e familiares.

A contribuição do psicopedagogo no contexto escolar é, como dito, extensa e


profunda. O trabalho é feito em conjunto com professores, gestores, alunos e familiares.
Dessa forma, o profissional adquire uma visão ampla da instituição e dos métodos
pedagógicos aplicados. A prática psicopedagógica na escola implica, ainda, em um
trabalho preventivo. Entre os objetivos da psicopedagogia está a transformação de
processos de aprendizado maçantes e dificultosos em prazerosos. Para isso, são
usadas ferramentas que conversam com os alunos, como jogos, brincadeiras e
tecnologia.

À medida que os alunos se interessam pelas aulas e aproveitam as metodologias


utilizadas pela instituição, eles passam a incorporar o conhecimento científico no
cotidiano. O desejo por mais informação interessante cresce gradualmente. Por
exemplo, eles pedem para serem matriculados em atividade extracurriculares. Em
relação aos transtornos de aprendizagem, o psicopedagogo pode:

 Implantar atividades lúdicas no planejamento escolar visando o benefício de


alunos em situação de dificuldade;

 Auxiliar educadores a lidar com alunos com dificuldades expressivas no processo


de aquisição de conhecimento;
 Promover encontros entre o corpo docente para que sejam discutidas atividades,
ferramentas e métodos psicopedagógicos;

 Colaborar para o planejamento de projetos escolares; e

 Conversar com os pais e responsáveis sobre os problemas de aprendizagem dos


alunos.
O trabalho psicopedagógico pode e deve ser pensado a partir da instituição
escolar, a qual cumpre uma importante função social: a de socializar os conhecimentos
disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo e a construção de regras de
condutas, dentro de um projeto social mais amplo.

A escola, afinal, é responsável por grande parte da aprendizagem do ser humano,


cabendo-lhe o papel de mediadora nesse processo de inserção no organismo do mundo.
De qualquer modo, a escola é produto da sociedade em que o sujeito vive e participa da
inclusão deste nessa mesma sociedade. O profissional da psicopedagogia detém um
conhecimento científico específico oriundo a articulação de várias áreas envolvidas nos
processos e caminhos de aprender. Cabe a ele intervir, visando a solução dos
problemas de aprendizagem e tendo como foco o aluno ou a organização educadora
(escola). Como o saber jamais se dará como acabado, o papel do psicopedagogo terá
uma ampla área de atuação, fazendo com que seus aprendentes descubram qual a
melhor forma de reconhecer e desenvolver suas capacidades intelectuais.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Assim como a aprendizagem é contínua e dinâmica nosso trabalho tem a mesma


característica. Esta pesquisa buscou analisar quais os fatores condicionantes na
aprendizagem de adultos e as contribuições da psicopedagogia no ambiente
institucional. Portanto, o estudo demonstra ser de suma importância para se ter uma
compreensão ampliada destes fatores que interferem no processo de aprendizagem dos
jovens e adultos e idosos (EJAI).

A Educação de Jovens e Adultos e Idosos (EJAI) por ser caracterizada por


realidades diversificadas merece aprofundamento, conhecimento e elaboração de
instrumentos de apoio específicos para cada contexto, visando à aprendizagem. Diante
disso, criar um ambiente que apresente formas diferenciadas de aprender, resgata o
desejo dos alunos e dessa forma a aprendizagem tradicional dará lugar a uma
aprendizagem contextualizada e significativa para os alunos.

De qualquer forma a contribuição da Psicopedagogia é de extrema importância


para uma nova forma de pensar, sentir e agir diante aos conteúdos e no sentido de
auxiliar nos processos de ensino aprendizagem dos alunos, de suas dificuldades e
facilidades que, articulados no conjunto, configuram a identidade da comunidade
escolar. É urgente que a psicopedagogia volte o olhar para especificidade do indivíduo
proveniente da educação de jovens e adultos respeitando suas particularidades e dando
subsídios para que os mesmos possam de maneira confiante se abrir a aquisição de
novos conhecimentos.

A Psicopedagogia traz uma ampla visão do ensino aprendizagem no melhor


contexto educacional, onde se tem um contato mais amplo e com maior precisão com
alunos que tem dificuldade em aprender, sendo por qualquer motivo ou na própria
desistência de não querer mais estudar. Todos os sujeitos, sejam velhos ou novos, têm
condições de aprender. Contudo, a velocidade com que o mundo evolui, as inúmeras
informações que precisamos saber a cada dia e, ainda, o misto de sujeitos de diferentes
idades na mesma sala de aula, agrava a situação da “demora” da aprendizagem de
alguns alunos, e é nessa hora que a Psicopedagoga se faz necessário no contexto
escolar. Cada caso é um caso. Cada sujeito tem sua cultura, sua história de vida e sua
história escolar. Tudo isso deve ser levado em consideração antes de julgar se um aluno
é mais “inteligente” que outro.

A contribuição da Psicopedagogia é de extrema importância para uma nova forma


de pensar, sentir e agir frente aos conteúdos e no sentido de auxiliar nos processos de
ensino aprendizagem dos alunos, de suas dificuldades e facilidades que, articulados no
conjunto, configuram a identidade da comunidade escolar. Para a escola cabem os itens
da estrutura física, do material didático, da didática e métodos utilizados pelos
professores, da relação professor-aluno, das relações entre os alunos, do horário das
aulas e outros. Já os itens que correspondem ao contexto social referem-se ao trabalho
e condições de acesso à escola.

Pela ótica psicopedagógica, os autores indicam que as dificuldades de


aprendizagem são parte do processo natural de desenvolvimento da aprendizagem,
como por exemplo, a troca ou a omissão de letras ao escrever algumas palavras, como
parte do processo de aquisição da norma da escrita. A psicopedagogia pode contribuir,
mas não deve ser direcionada só para os descompassos da aprendizagem, deve sim
direcionar-se também para auxiliar os professores visando uma melhoria da qualidade
de ensino nas escolas.

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