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FAVENI – FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

ALEFF HENRIQUE DA SILVEIRA MADRUGA

A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO NA UNIDADE ESCOLAR

UBERABA - MG

2019
FAVENI – FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

ALEFF HENRIQUE DA SILVEIRA MADRUGA

A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO NA UNIDADE ESCOLAR

Trabalho de conclusão de curso apresentado como


requisito parcial à obtenção do título especialista em
Psicopedagogia Institucional e Clínica.

UBERABA - MG

2019

A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO NA UNIDADE ESCOLAR


aleff_madruga@hotmail.com

Declaro que sou autor (a) 1 deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro
também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo
sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma
fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do
trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim
realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis,
penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o
crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do
Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO: O profissional mais adequado para auxiliar nas mediações de conflitos, família x escola,
assessorando alunos, pais e/ou responsáveis em vários aspectos que envolvem o ensino-
aprendizagem é o psicopedagogo. Além de contribuir com esse assessoramento, o psicopedagogo
também atua de maneira a prevenir tais conflitos, os quais podem vir a interferir no ensino-
aprendizagem do aluno. No recinto escolar, o psicopedagogo abrange vários pontos como
esclarecimento das dificuldades cognitivas, onde as causas não se tratam apenas de deficiências
intelectuais diagnosticadas de alguns alunos como podem ser também resultados de conflitos
familiares. Sua função é fazer uma análise de fatores que contribuem e que prejudicam o ensino-
aprendizagem em um determinado recinto escolar. Contribuir e assessorar projetos que visam suprir
as dificuldades educacionais dos alunos. Considerando a escola responsável por grande parte da
formação do ser humano, a função do psicopedagogo no ambiente escolar tem um efeito preventivo,
no contexto de procurar buscar objetivos educacionais para solucionar os problemas conflituosos e
cognitivos da unidade. Levando em consideração a quantidade de crianças e adolescentes que
apresentam dificuldades, tanto emocional como afetiva, a psicopedagogia, vista como uma
intervenção escolar amplia seu espaço nas instituições de ensino, contribuindo de maneira positiva,
atuando de maneira a solucionar esses problemas.

PALAVRAS-CHAVE: Psicopedagogo. Unidade Escolar. Conflitos. Cognitivo.

1 aleff_madruga@hotmail.com
1 INTRODUÇÃO

O presente estudo foi embasado na contribuição do psicopedagogo no


cotidiano escolar, surgindo da preocupação que existe na prática pedagógica em
encontrar uma forma de ajudar os alunos que possuem medos e dificuldades, com o
objetivo de ressaltar a importância do psicopedagogo na escola. A pergunta que
contribuiu para dar início a este artigo foi: Qual é a importância do psicopedagogo no
contexto escolar?
Após observar mudanças comportamentais e cognitivas de um determinado
aluno e que essas mudanças fogem dos costumes de uma sociedade e das regras
de uma escola, o psicopedagogo faz uma análise sobre a vida escolar desse
determinado aluno; dos anos anteriores, vida familiar, pensamentos e atitudes no dia
a dia, em casa e em sala de aula, então, o psicopedagogo começa um trabalho
bastante importante no âmbito escolar. Nesse momento, cabe a ele a exercer uma
função mediadora entre a família e a escola a fim de obter resultados positivos, tanto
comportamental quanto cognitivo desse determinado aluno.
Sendo assim, refletir sobre a importância do psicopedagogo dentro de uma
unidade escolar nos desperta para a necessidade de buscarmos novos
conhecimentos, de uma nova educação, com qualidade; pois, são destinados a esse
profissional, vários desafios que consciente para que crianças e adolescentes
aprendam de diferentes maneiras para que se faça do momento no recinto escolar
totalmente necessário.
A Psicopedagogia tem como base dois saberes distintos: psicologia e a
pedagogia, pois trata-se de uma ciência que estuda o processo de ensino-
aprendizagem do indivíduo, fazendo o seu objeto de estudo o ser em processo de
construção e reconstrução do conhecimentos.
Faz-se cada vez mais eficaz inserir o psicopedagogo na unidade escolar, já
que sua função é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervém ou
prejudicam uma boa aprendizagem em uma escola.
Desse modo, é extremamente relevante um trabalho de estudo e análise que
reflita sobre a função e a participação de um psicopedagogo no ambiente escolar, ou
seja, mediante dos desafios de se lidar com as dificuldades de aprendizagem.
Todavia, diante das inúmeras dificuldades de aprendizagem dos discentes é muito
importante a participação psicopedagógica nas escolas.

2 ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NA ESCOLA

A Psicopedagogia Institucional Escolar aparece no ambiente de ensino por


vários motivos, fatores que envolvem situações históricas e sociais dos alunos, suas
transformações que vem ao decorrer do tempo; a evolução acelerada da sociedade,
problemas estes que são trazidos para a escola sobrecarregando a jornada do
professor e do pedagogo, que já se esgotaram todas as intervenções possíveis com
determinado aluno, sem ter obtido nenhum sucesso. É nesse momento que a
presença de um psicopedagogo se torna indispensável no recinto escolar.
Podemos ressaltar a psicopedagogia como uma intervenção, porém mais
eficaz, pois é a ciência nova que analisa o processo de aprendizagem e dificuldades
e, muito tem contribuído para explicar a causa das dificuldades do ensino-
aprendizagem, pois tem como objetivo central de estudo o processo humano do seu
saber: seus padrões evolutivos normais e patologias tais como a influência (família,
escola, sociedade) no seu desenvolvimento (SCOZ, 1996).
Entretanto, o que o psicopedagogo pode no auxiliar na unidade escolar? É
por meio dos estudos biográficos e escolares da vida dos alunos que necessitam ser
orientados, que o psicopedagogo saberá por onde conduzir cada situação com
aquele determinado aluno a fim de possa ser atingir o seu objetivo: elevação no
ensino-aprendizagem escolar.
Uma ajuda no trabalho em sala de aula, principalmente no processo ensino-
aprendizagem é sempre muito bem-vinda. Quando se trata de um profissional para
ajudar, melhor ainda.
Vale ressaltar que, os psicopedagogos não vão resolver cem por cento dos casos
com total eficácia, mas, com certeza, usarão maneiras diferenciadas de entender a
aprendizagem do aluno e atuar sobre ela, já que procuram analisar o afetivo,
cognitivo e o social.
Há muito tempo, deparamos com problemas de aprendizagem como aqueles
que tinham como diagnóstico, somente o componente biológico. Não falávamos, por
muitas vezes nem lembrávamos, talvez dos mais importantes, os componentes
afetivos, sociais e culturais que tanto interferem no ato do ensino-aprendizagem. As
crianças que não aprendiam não passavam por avaliações, nem no recinto escolar,
muito menos em um especialista da saúde.
Claro que um aluno poderá precisar de diagnósticos médicos por possuir
dificuldades de aprendizagem, como uma causa de uma necessidade especial, isso,
entre a minoria dos casos estudados.
Diante dos baixos níveis de aprendizagem escolar em todas as disciplinas, as
escolas estão cada vez mais preocupadas com seus discentes que têm dificuldades
de aprendizagem, por inúmeros motivos que muitas vezes professores não
conseguem descobrir.
Mas, estes alunos não conseguem aprender, por quê? Principalmente no
período da alfabetização, o problema do fracasso escolar tem deixado professores
bastante preocupados. Assimilamos este problema ao desinteresse, à falta de
intervenções e até mesmo a existência de alguma deficiência que impede que o
aluno aprenda normalmente.
É normal que o “problema” seja uma carga que vem do contexto familiar e
condições sociais. Esses fatores podem representar, certamente, as causas para o
não aprendizado do aluno.
Precisamos ter muito bastante cautela para não deixar que o aluno se sinta
culpado pelo seu fracasso escolar, pois nem sempre o problema está localizado nele
próprio.
Cabe ao professor que por meio dessa questão, reflita também sobre sua
prática pedagógica, tentando aperfeiçoar seu planejamento de modo que nenhum de
seus alunos fique com o aprendizado comprometido; caso um dos alunos não
interaja, o professor repensar e procurar outra estratégia onde todos possam
aprender. Lembrando que não podemos apontar culpados pelo déficit de
aprendizagem escolar como também não podemos responsabilizar os docentes. É
preciso buscar alternativas que faça com que chegamos ao nosso objetivo.
Entretanto, uma das alternativas é trabalhar em parcerias com as famílias de nossos
alunos, sem promover grandes alterações dentro desse contexto, oferecendo
oportunidades de enriquecimento cultural na escola, sem solucionar os problemas
sociais e de privação cultural dos alunos.
Então, como podemos fazer para que nossos alunos aprendam, apesar das
adversidades?
O psicopedagogo da instituição escolar está preparado para trabalhar na área
da educação, auxiliando professores e também aos outros profissionais da escola, a
fim de melhorar as condições do processo de ensino aprendizagem como também
prevenir problemas futuros na unidade escolar.
O profissional da psicopedagogia utiliza métodos e técnicas específicas na
intervenção desses alunos, visando uma solução para os problemas de ensino-
aprendizagem nas escolas; trabalhando junto com a equipe escolar. Está preparado
para construir um espaço adequado às condições do ensino-aprendizagem de
maneira para que possa evitar constrangimentos por parte dos alunos e até mesmo
de alguns professores. Saberá trabalhar da melhor maneira possível pois, escolherá
a melhor intervenção a ser aplicada mediante cada caso, com o objetivo de
solucionar cada desafio.
Como já citamos a psicopedagoga é uma área que trabalha com o processo
ensino-aprendizagem e com os vários problemas que fazem parte desse contexto.
Podemos ressaltar que, se em todas as instituições de ensino houvesse um
psicopedagogo trabalhando com essas dificuldades, o número de crianças com
problemas de ensino-aprendizagem, seria bem menor.
De acordo com Fermino 1994, ressalta:

“Evidências sugerem que um grande número de alunos possui


características que requerem atenção educacional diferenciada”.

Vendo dessa forma, um trabalho psicopedagógico pode contribuir bastante,


auxiliando professores a ampliarem seus conhecimentos sobre as teorias de ensino-
aprendizagem, revendo seus planejamentos e conceitos de uma ação educativa.
O psicopedagogo está para auxiliar os professores realizando atendimentos
pedagógicos individuais, para que possa ajudá-los a entender os problemas da sala
de aula, possibilitando ao professor criar estratégias, um plano de ação e como essa
alternativa de novas técnicas pode intervir no diagnóstico dos distúrbios de ensino-
aprendizagem e do atendimento de um pequeno grupo de alunos.
Trabalhar junto com o professor essas intervenções enriquece o ensino-
aprendizagem do aluno, mas, somente a intervenção do psicopedagogo com o
professor não é o bastante, ele também deve participar das reuniões com os pais,
em conselhos de classe, de todos os assuntos voltados para a sala de aula,
acompanhando o trabalho professor x aluno, aluno x aluno sempre buscando
alternativas e apoio para as dificuldades que aparecem. De acordo com Bossa, cabe
ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo de ensino-
aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a
integração, promover orientações metodológicas de acordo com as características e
particularidades dos indivíduos do grupo, realizar processo de orientação. Vendo
como caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela
elaboração de planos e projetos no contexto teoria/prática das políticas de ensino,
fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o
papel da escola frente a sua docência e as necessidades individuais de ensino-
aprendizagem do aluno ou da própria aprendizagem. (BOSSA, 1994, P.23).
O profissional da psicopedagogia atinge seus objetivos quando entende e
passa para a escola a maneira dela viabilizar recursos para atender esses alunos
como eles merecem e necessitam. Dessa maneira, o trabalho psicopedagógico se
transforma podendo se tornar uma ferramenta poderosa no auxilio do ensino-
aprendizagem.

2.1 A FUNÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NA SOCIEDADE

O profissional de psicopedagogia pode atuar em várias áreas, de maneira


preventiva e terapêutica, a fim de entender os processos de desenvolvimento e das
aprendizagens humanas, recorrendo a inúmeras estratégias objetivando se ocupar
dos problemas que poderão surgir. Cabe ao psicopedagogo detectar possíveis
perturbações no processo de ensino-aprendizagem; participando das dinâmicas das
relações da comunidade educativa a fim de melhorar o processo de integração;
promover orientações metodológicas de acordo com as características dos alunos e
grupos; realizar processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto
individual quanto em grupo. Segundo Gonçalves (2002, p.42) “as relações com o
conhecimento, a vinculação com a aprendizagem, as significações contidas no ato
de aprender, são estudados pela Psicopedagogia a fim de que possa contribuir para
a análise e reformulação de práticas educativas e para a ressignificação de atitudes
subjetivas”. A psicopedagogia atinge seus objetivos quando, amplia a compreensão
sobre as características e necessidades de ensino-aprendizagem de determinado
aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender às
necessidades de ensino-aprendizagem. Para isso, deve analisar o Projeto Político-
Pedagógico, sobretudo os seus projetos de ensino-aprendizagem. Podemos dizer
que o psicopedagogo transforma o ensino-aprendizagem. Desse modo, o
psicopedagogo percebe eventuais perturbações no processo ensino-aprendizagem,
realizando processos de orientação.

2.2 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO DESEMPENHO DA CRIANÇA

A família faz um papel importantíssimo no processo de ensino-aprendizagem


dos alunos, pois na maioria das vezes os responsáveis não querem ver a criança
com as suas dificuldades. A atuação do psicopedagogo se objetiva a incluir os
responsáveis no processo de desenvolvimento dos seus filhos, por meio de reuniões
e dando oportunidades de acompanhar do trabalho desenvolvido junto aos
professores. Quando os responsáveis colocam os seus filhos na instituição escolar
querem que eles sejam bem sucedidos e quando esta vontade não se concretiza
como esperado, surge uma frustração; enxergando, na maioria das vezes o filho
como incapaz, manifestando posteriormente as dificuldades no ensino-
aprendizagem. Polity (2000) ressalta que, um aluno pode não querer mais ir a escola
porque aceita uma carga emocional, responsabilizando-se do cuidado de algum
membro da família. Isso se dá, de acordo com o comprometimento da saúde mental
da mãe e da ausência psicológica do pai que, de forma inconsciente, vê a
necessidade que tem a esposa, que seu filho a cuide. Os alunos que apresentam
dificuldades na instituição escolar, na compreensão de novos objetivos, estão
arriscados a terem problemas em diversas disciplinas escolares e no seu cotidiano,
no seu desenvolvimento cognitivo, social e afetivo, em geral. Essas dificuldades são
de grande valia, pois os problemas entre o potencial do aluno e a sua prática devem
ser avaliados com o máximo de cuidado por um profissional da psicopedagogia.
Quanto à função familiar, se juntássemos a função escolar, obtínhamos a construção
de elos, porque ambos são responsáveis tanto pela aprendizagem como pela não
aprendizagem do aluno. Cada pessoa tem uma história, a sua história. Histórias
diferentes, com necessidades e expectativas diferentes. Essas necessidades
surgem principalmente na escola, quando precisa compreender a linguagem do
professor. Nenhum professor acompanha determinado aluno da mesma maneira.
São olhares diferentes. Nesta problemática, cabe ao psicopedagogo construir uma
ponte aluno x professor por meio das suas intervenções a fim de que sejam
alcançados os objetivos em relação ao ensino-aprendizagem.
A criança aprende seus primeiros ensinamentos com a sua família, com quem
tem os primeiros contatos. É nessa etapa que ela também adquirirá seus valores.
A família precisa preparar a criança para inserir em novos ambientes, novos
espaços. Essa preparação é muito importante, pois, caso contrário, terá bastantes
dificuldades para enfrentar os obstáculos da sociedade. A presença ativa dos pais na
vida escolar dos filhos é um fator importantíssimo para o ensino-aprendizagem, e
participar não precisa ir todos os dias a escola ou ensinar as tarefas de casa. Pais
iletrados também podem e devem participar do dia a dia escolar de seus filhos,
organizando maneiras para que eles tenham momentos diariamente em casa para
realizar seus estudos e falando sobre suas dificuldades com os professores.
Rappaport (1982) ressalta que, o desenvolvimento cognitivo depende da
estimulação oferecida pelo ambiente, espaço em que se convive. A criança precisa
se expor a inúmeras situações para desenvolver seus conceitos, e a família é
indispensável a esse desenvolvimento. A instituição escolar ajuda a família a ter
essa consciência e a desenvolver um ambiente acolhedor e incentivador.
A escola faz um trabalho importante de socialização. Ela é o único lugar onde
meninas e meninos interagem de forma homogênea e adquiri uma experiência de
trabalhar em coletividade.
Vendo por esse lado, cabe ao profissional da psicopedagogia intervir junto às
famílias das crianças que apresentam dificuldades no ensino-aprendizagem,
tomando conhecimento de informações sobre a sua vida orgânica, cognitiva,
emocional e social. As reflexões familiares, seus anseios, objetivos e expectativas
em relação ao desenvolvimento de seu filho também são de grande importância
para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico.
Sobre o diagnóstico, Bossa ressalta:

O diagnostico psicopedagógico é um processo, um continuo sempre


revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia, como vimos, numa
atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude
investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria
intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da
evolução do sujeito. (BOSSA, 1994, p.74).
A função da família é primordial na condução e também na evolução das
desordens neurológicas, pois, na maioria das vezes, a família não quer reconhecer
que a criança e tem suas dificuldades, sendo que, muitas vezes, essa criança pede
um gesto afetivo e o fato dela não produzir na escola, não é apenas para chamar a
atenção. Sentimentos de carência, pedido de socorro, vínculo afetivo entre família e
escola é fundamental para o bom desenvolvimento da criança.
De acordo com Souza, 1995, fatores da vida psíquica podem intervir e
atrapalhar o bom desenvolvimento dos processos cognitivos, e sua relação com
aquisição de conhecimentos e com a família, na medida em que atitudes familiares
influenciam sobre a relação da criança com o conhecimento. (SOUZA, 1995, p.58).
O que estimula o aprendizado é o desejo de aprender. E para isso é preciso
da colaboração dos responsáveis. A Psicopedagogia é uma teoria e uma pratica que
se ocupa do ensino-aprendizagem humano em qualquer idade, compreendemos que
ela pode ajudar os professores e perceber os pais como seres em processo de
ensino, assim como os seus filhos, cabendo à escola o gerenciamento desse ensino.
Os pais também podem ser inclusos nas intervenções psicopedagógicas, por
meio de reuniões, mostrando o trabalho realizado junto aos professores. Confiantes
no trabalho escolar, os pais demonstram maior interesse assumindo a posição de
parceiros, participando e opinando sempre que acharem necessários e preciso.

3 A PRÁTICA DOCENTE SOBRE O OLHAR PSICOPEDAGÓGICO

Sabemos que cada criança apresenta um processo de aprendizagem


diferente, algumas têm maior facilidade para aprender enquanto outras aprendem
mais devagar. E nesse momento de suma importância que o professor deve analisar
cada aluno para fazer as adequações necessárias em relação aos conteúdos a
serem trabalhados. Às vezes a didática do professor não está de acordo com a
realidade do aluno. Esse talvez seja o momento de rever a suas condições didáticas,
buscando outros métodos de ensino, a fim de que o aluno aprenda e alcance os
objetivos. Propiciar um espaço favorável à aprendizagem, onde podemos trabalhar a
confiança, o respeito e a autoestima do aluno também tem bastante significado no
processo ensino-aprendizagem. A partir de leituras da Psicopedagogia,
principalmente dos escritos de Alícia Fernández, onde diz que: “ser ensinante
significa abrir um espaço para aprender. Espaço objetivo e subjetivo em que se
realizam dois trabalhos simultâneos: a construção de conhecimentos e a construção
de si mesmo, como sujeito criativo e pensante”. (FERNÁNDEZ, 2001, p.30).
Entretanto, ensinar e aprender são processos distintos. Os dois caminham juntos.
Continuando com Fernandez (2001, p.29), “entre o ensinante e o aprendente, abre-
se um campo de diferenças onde se situa o prazer de aprender”. Dizemos, então
que os ensinantes são os pais/responsáveis e familiares; professores e parceiros da
escola. Para Sena, Conceição e Vieira (2004), a prática pedagógica se constrói por
meio de um processo que se efetiva pela reflexão crítica reflexiva do professor sobre
sua própria metodologia de ensino, ou seja, a partir do contexto e necessidades
reais dos alunos, nos problemas e dilemas relativos ao ensino e à aprendizagem. É
importante o papel do professor onde ele apenas não só transmite conhecimentos
como dá a atenção que o aluno precisa, ensinando-o a expor suas ideias e opiniões.
De acordo com Fermino (2001) as evidências apontam que um grande número de
alunos possui características que requerem orientação educacional diferenciada.
Assim, um trabalho psicopedagógico pode ajudar muito, contribuindo para que
educadores aprofundarem mais em seus conhecimentos sobre as teorias do ensino-
aprendizagem e as contribuições em várias áreas do conhecimento, redefinindo-as e
sintetizando-as numa ação educativa.
Vale ressaltar que o professor, ao avaliar o aluno, deve focar na
aprendizagem e não no sujeito. Portanto, desde um simples trabalho até as
avalições devem ser levados em consideração.
A definição de planejamento é algo que pode ser revisto de várias maneiras,
assim como também pode ser compreendido como ressalta Vasconcellos (2000, p.
79). A função do planejamento é conduzir o professor na sala de aula, de maneira
em que, durante o tempo ali ministrado, tenha um norte. A atuação do
psicopedagogo é acompanhar se o aluno acompanha o planejado pelo professor ou
se deve haver alguma intervenção caso contrário. Aprender é o resultado da
interação entre estruturas mentais e o meio que o cerca, (FERNÁNDEZ, 1990, p.62).
Segundo Fernández (1991) toda pessoa possui seu jeito de aprender, ou seja,
maneiras, condições e limites para compreender. Cada indivíduo é único, possui
inúmeras qualificações, capacidades e maneiras de compreender. O professor deve
buscar a intervenção mais apropriada, para isso apoia no psicopedagogo, de modo
que o aluno possa compreender o conteúdo, mostrando suas capacidades. As
dificuldades encontradas nesse obstáculo servirão para torná-los fortes e
competentes para transformar a sociedade em que vivem. Libâneo (1994, p. 222)
afirma que:

“A ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples preenchimento de


formulários para controle administrativo, é, antes, a atividade consciente da
previsão das ações político – pedagógicas, e tendo como referência
permanente às situações didáticas concretas (isto é, a problemática social,
econômica, política e cultural) que envolve a escola, os professores, os
alunos, os pais, a comunidade, que integram o processo de ensino.”

Ajudar no crescimento do processo de ensino-aprendizagem e auxiliar no que


em qualquer dificuldade que atrapalhe o rendimento escolar, também faz parte da
psicopedagogia, como dos educadores em geral. Segundo Bossa (2000), a
presença de um psicopedagogo no ambiente escolar é de suma importância. A
didática com um olhar psicopedagógico nos faz pensar na interação professor-aluno.
O professor também faz parte desse processo de superação do aluno, portanto
professor e psicopedagogo caminham juntos em buscar de resultados positivos no
processo ensino-aprendizagem.

4 CONCLUSÃO

A presença do profissional da área da psicopedagogia, em uma instituição


escolar, é fundamental, pois incentiva os alunos e responsáveis nas relações
interpessoais a criar vínculos, fazendo uso das intervenções necessárias. Atua
nesse trabalho junto com a equipe escolar, voltando toda a atenção para o aluno,
para que este possa superar obstáculos no ensino-aprendizagem e na sociedade de
modo geral. Então, podemos afirmar que o profissional da psicopedagogia atua nos
projetos em benefícios ao bom desenvolvimento escolar, propondo e auxiliando,
tendo em vista a capacidade desse desenvolvimento nos alunos.
Todavia, a psicopedagogia atinge seus objetivos quando amplia e
compreende as dificuldades e necessidades dos alunos a serem atendidos na
instituição escolar. Por meio da análise do Projeto Político-Pedagógico, propostas e
projetos a serem desenvolvidos, o psicopedagogo vai buscar o que mais pode ser
valorizado dentro do ensino-aprendizagem. A partir daí, o psicopedagógico passa a
exercer um papel importantíssimo dentro da unidade escolar auxiliando nas
dificuldades do ensino-aprendizagem.
5 REFERÊNCIAS

BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática.


Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994.

COELHO, Maria Teresa. Dificuldades de Aprendizagem: o que são e como tratá-


las. Porto Alegre: ARTMED, 2000. Problemas de Aprendizagem. Editora Ática, 1999.

FERMINO, Fernandes Sisto. Dificuldades de aprendizagem no contexto


psicopedagógico. Petrópolis, RJ: Voses, 2001.

FERMINO, Fernandes Sisto; BORUCHOVITH, Evely; DIEHL, Tolaine Lucila Fin.


Dificuldades de aprendizagem no contexto psicopedagógico. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2001.

FERNANDES, Alícia. A inteligência Aprisionada. Porto Alegre: Artmed, 1990.

GONÇALVES, V.P.L. O papel do psicopedagogo na instituição escolar. Publicado


em 2012. Disponível em < http://www.colegiosantamaria.com.br/ > Acesso em
28/02/2019.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo. Editora Cortez. 1994. POLITY,
Elizabeth. Pensando as dificuldades de aprendizagem à luz das relações familiares.
Disponível em http://www.psicopedagogiaonline.com.br. Acesso em 11 de novembro
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RAPPAPORT, Clara Regina. Psicologia do desenvolvimento. (et al.);


coordenadora Clara Regina Rappaport- são Paulo: EPU, 1981-1982.

SCOZ, B. Psicopedagogia e Realidade Escolar. Campinas: Vozes, 1996. SENA,


Clério Cezar Batista, CONCEIÇÃO, Luiz Mário da e VIEIRA, Mariza Cruz. O
educador reflexivo: registrando e refletindo. Recife, Ed. Doxa - 2004.

SOUZA, Audrey Setton Lopes. Pensando a inibição intelectual: perspectiva


psicanalítica e proposta diagnóstica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1995.

VASCONCELLOS, Celso dos S: Planejamento Projeto de Ensino-Aprendizagem


e Projeto Político-Pedagógico. Ladermos Libertad-1. 7º Ed. São Paulo, 2000.

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