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MIRANDÓPOLIS
2020
NEUROPSICOPEDAGOGIA E AUTISMO: UMA JUNÇÃO NECESSARIA NA
FORMAÇÃO DO DOCENTE
Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi
por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim
realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
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ivone.francisca.cruz@gmail.com
1 INTRODUÇÃO
O TEA foi primeiramente descrito em 1943 pelo psiquiatra infantil austríaco Leo
Kanner, médico, pesquisador e professor da Universidade Johns Hopkins, após uma
pesquisa com 11 crianças que tinham comportamentos diferentes do usual para jovens da
mesma idade (TEIXEIRA, 2016).
O transtorno do espectro autista (TEA) engloba transtornos antes chamados de
autismo infantil precoce, autismo infantil, autismo de Kanner, autismo de auto
funcionamento, autismo atípico, transtorno global do desenvolvimento sem outra
especificação, transtorno desintegrativo da infância e transtorno de Asperger (DSM-5,
2013).
O autismo é definido como um conjunto de condições comportamentais
caracterizadas por prejuízos no desenvolvimento de habilidades sociais, da comunicação
e da cognição da criança. O aparecimento dos sintomas se dá nos primeiros anos de vida,
principalmente durante o segundo ano (12 a 24 meses), podendo ser percebido até
mesmo antes dos doze meses se o atraso do desenvolvimento for bem evidente. Tem por
base três pilares principais de prejuízos conhecidos como “tríade de Wing”, estando estes
relacionados com prejuízos da socialização, linguagem verbal e não verbal e
comportamentos repetitivos ou estereotipados (TEIXEIRA, 2016; DSM-5, 2013).
A título de exemplificação, os sujeitos acometidos com esse espectro tem o cérebro
diferente em três áreas principais: a amígdala, ligada à emoção e ao comportamento
social, o giro fusiforme e o sulco temporal superior, essas são ligadas à visão e à audição,
e são ativadas quando se olha para face ou ao escutar a voz de alguém. Nos autistas, ao
verem ou ouvirem alguém, ativam outra área, responsável pela identificação de objetos,
como pode ser visto na imagem abaixo (HENNEMANN, 2013).
Figura 1- Olhares Divergentes
Nos últimos anos, vê-se cada vez mais o avanço das pesquisas em neurociências
com eficiência e rapidez, beneficiando várias áreas com seus conhecimentos científicos.
Uma delas é a educação, tornando o processo de ensino e aprendizagem mais
compreensivos quando se utiliza a neurociência, interligada com a neuropsicopedagogia,
como ferramenta, já que essa oferece uma gama de testes e recursos diferenciados que
garante intervenções e avaliações mais eficazes e precisas. O professor, como
protagonista do saber, quando agrega esse conhecimento à sua formação estará
enriquecendo seu repertório no processo de ensinar seus alunos e com isso poderá
entender melhor a forma de aprendizado de cada um (SCHIMIDT, 2013).
A Neuropsicopedagogia no século XXI tem trazido grandes contribuições pois, abre
possibilidades para o educador perceber o indivíduo em sua totalidade, a partir de
conhecimentos neurocientíficos, pedagógicos e psicológicos. Ela tem a Educação como
seu primeiro alvo, por entender a importância do cérebro no processo de aprendizagem
sendo uma forte aliada na formação continuada de professores, oferecendo um
conhecimento aprofundado a esse respeito, orientando o professor a organizar sua ação
com mais eficácia (SILVEIRA, 2019).
Para se compreender melhor o processo de aprendizagem, é muito importante que
os profissionais da educação envolvidos tenham conhecimentos que as ações
comportamentais de seus alunos provêm de atividades cerebrais dinâmicas e que os
conhecimentos da neurociência possibilita a elaboração de atividades que desenvolvam
tais funções (HENNEMANN, 2012).
Esta união entre Neuropsicopedagogia e o conhecimento sobre o TEA na
Formação do docente, pode promover auxílio ao corpo docente, na elaboração de planos
e trabalhos direcionados, visando à facilitação do aprendizado uma vez que este está
conectado ao cérebro como: distúrbios de memória; falta de atenção; bloqueios de
aprendizagem nas diversas matérias dos conteúdos escolares; dificuldades em raciocínio
lógico, matemática, leitura e escrita; baixa estima; falta de motivação, entre outras.
Fonseca relata em seu livro “Papel das funções cognitivas” (2014, p. 237): “[...] para
ensinar com eficácia, é necessário olhar para as conexões entre a ciência e a pedagogia -
ensinar sem ter consciência como funciona o cérebro é como fabricar um carro sem
motor.”
A falta de conhecimento das principais deficiências, transtornos e dificuldades de
aprendizagem é a maior adversidade que impede a atuação do professor, gerados pela
má orientação dos cursos de licenciaturas e formação continuada consequência disso,
não possuem conhecimento complementar adequado na área da educação especial. O
despreparo desses docentes para lidar com as demandas tornam maior o desafio das
escolas em desenvolver com os alunos a construção dos conhecimentos compartilhados
socialmente, sem desprezar a singularidade desse processo. Para que isso não aconteça
é necessário que, de forma específica, seja estabelecido, diante dos transtornos da
aprendizagem, fala e escrita, intervenções proporcionando orientações de tratamento junto
aos responsáveis (GOMES, 2020).
As orientações à escola e o acompanhamento do aluno em seu processo contínuo
de aprendizagem não pode se restringir a um consultório, a intervenção dos profissionais,
em nível cognitivo comportamental, considerando as aprendizagens adquiridas e os
resultados obtidos devem ter como base a promoção do desenvolvimento global da
criança autista, estas orientações são desenvolvidas pela equipe de profissionais com
formação para intervir e avaliar (ALVES, 2014).
Toda intervenção tem por caráter focar na aprendizagem da criança em
desenvolver habilidades de uso reforçador individualizado e motivadores, buscando uma
aprendizagem prazerosa e divertida. Metring Roberte (2019 - p.192 a 194) descreve em
seu livro método cognitivo-comportamental (psicológicos) que utilizam princípios de
aprendizagem e reforço para alteração de comportamentos negativos e desenvolver
comportamentos mais ajustados e técnicas de intervenção onde essas podem ser
aplicadas em diversos, contextos em que a criança está inserida: casa, escola e unidades
especializadas (METRING, 2019).
Nessa perspectiva de educação inclusiva, a escola, para recebê-las, deve se
transformar e se adaptar às necessidades dessas crianças que apresentam transtornos
globais do desenvolvimento (TGD). É indispensável refletir sobre esta realidade, pois,
atualmente, cada vez mais formamos parte de um ensino onde integração e a inclusão da
criança dita “diferente” é uma realidade nas salas de ensino regular. Isto implica que o
educador deve estar preparado para agir de forma adequada e para agir sem medo da
falta de resposta da criança autista, tentando entrar no seu mundo tão privado de maneira
a dissipar aquela parede invisível de insensibilidade, o que para muitos profissionais seria
um desafio (METRING, 2019)
Uma das características do autismo é a dificuldade de interação social. Ele é um
transtorno global do desenvolvimento, onde o indivíduo tem dificuldades de comunicação,
linguagem, aprendizagem e comportamental, sendo a comunicação a predominante e com
grande prejuízo para o indivíduo acometido desse transtorno. Desta forma, é de suma
importância, enquanto docentes, conseguir diferenciar os procedimentos pedagógicos
para dar respostas a esses alunos de acordo com suas necessidades (DSM-5, 2014).
Como mediadores, profundas mudanças devem ser promovidas e empregadas nas
salas de aula, através de uma postura. Assim sendo, é importante que o professor reforce
os conhecimentos e as competências por parte de todos os alunos com necessidades
educativas especiais de caráter permanente (SOUSA, 2017).
3 CONCLUSÃO
4 REFERÊNCIAS