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A Formação Docente e Profissional (IMBERNÓN; Francisco).

Segundo o autor, na formação docente deve-se abandonar a concepção docente de mera


transmissora do conhecimento acadêmico.

1- A necessária redefinição da docência como profissão


O professor deve ser formado na mudança e para a mudança e a incerteza, abrindo
caminho para uma verdadeira autonomia profissional compartilhada.
Precisa, também, desenvolver capacidades de aprendizagem, relação de convivência,
cultura e contexto.
2- Inovação educativa e profissão docente
O docente não deveria ser um técnico que desenvolve ou implementa inovações prescritas,
mas sim um profissional que deve participar ativa e criticamente no processo de inovação e
mudança como um agente dinâmico, cultural, social e curricular.
A instituição educativa como conjunto de elementos que intervêm na prática educativa
contextualizada deve ser o motor da inovação e profissionalização docente.

3- Debate sobre a profissionalização docente


O conceito de profissão não é neutro, nem científico. É ideológico e contextual,
portanto, ser um profissional da educação de agora em diante significará participar
na emancipação das pessoas.

4- O conhecimento profissional docente


O docente utiliza-se do conhecimento pedagógico que é construído e reconstruído.
Legitima-se nas práticas e na transmissão com as seguintes características:
· Complexidade;
· Acessabilidade;
· Observalidade;
· Utilidade social.
A competência profissional se forma na prática de sua profissão. Nas próximas
décadas, a profissão docente deverá desenvolver-se em uma sociedade em
mudança, com um alto nível tecnológico e um vertiginoso avanço do conhecimento.

5- A profissão docente diante dos desafios da chamada sociedade globalizada do


conhecimento ou da informação
O professor deve planejar sua tarefa docente não apenas como técnico infalível e
sim, como facilitador da aprendizagem, prático reflexivo capaz de provocar a
cooperação e participação dos alunos.
A formação do professor deve contemplar o envolvimento com tarefas de formação
comunitária, dotando-o de instrumentos intelectuais que possam auxiliar o
conhecimento e interpretação das situações complexas com que se depara.

6-A formação como elemento essencial, mas não único do desenvolvimento


profissional do professor.
É importante a redefinição do conceito de formação docente, considerando-se o
desenvolvimento profissional além das práticas de formação e o vinculando a fatores
não formativos como novos modelos relacionais e relações de trabalho.

7- A formação permanente do professor.


Deve apoiar-se em uma reflexão dos sujeitos sobre sua prática docente, realizando
um processo constante de auto-avaliação.
O eixo fundamental é o desenvolvimento de instrumentos intelectuais para facilitar
as capacidades reflexivas sobre a prática docente, cuja meta principal é aprender a
interpretar, compreender e refletir sobre a educação e a realidade social de forma
comunitária. O objetivo da formação deve ser o de criar profissionais reflexivos ou
investigadores, sendo que o contato com a prática enriquece o professor.

8- A formação inicial para a profissão docente


A formação inicial da profissão docente deve contemplar:
· Bases para construir um conhecimento pedagógico especializado;
· Fornecer uma bagagem sólida nos âmbitos científico, cultural, contextual,
psico-pedagógico e pessoal;
· Instrumentos para atuar reflexivamente com a flexibilidade e o rigor
necessários;
· Conhecimentos válidos que gerem uma atitude interativa e dialética,
criando estratégias e métodos de intervenção, cooperação, análise, reflexão;
· A construção de um estilo rigoroso e investigativo;
· Experiências interdisciplinares no currículo formativo para integrar
conhecimento e procedimento.

9- O modelo indagativo ou de pesquisa como ferramenta de pesquisa do professor


Ocorre no trabalho coletiva sendo a pesquisa a base da formação. Os professores
analisam e interiorizam a situação de incerteza e complexidade.

10- A formação a partir da escola como uma alternativa de formação permanente do


professor.
O ideal é a formação centrada na escola que desenvolve:
· Paradigma colaborativo entre os profissionais da educação;
· Reflexão deliberativa e pesquisa-ação. Os professores elaboram suas
próprias soluções em relação aos problemas e práticas com que se defrontam;
· Processo de autodeterminação baseado no diálogo;
· Criação de “horizontes escolares”, redefinindo as funções, os papéis e a
finalidade da instituição escolar.

11- O (A) formador/a do profissional de educação como assessor de formação


permanente.
Uma assessoria de formação deveria intervir a partir das “demandas” dos
professores ou das instituições educativas com o objetivo de ajudar a resolver os
problemas ou situações problemáticas profissionais no processo de reflexão na
ação.

12- Formação do professor e qualidade de ensino.


A escola deve ser uma manifestação de vida em toda a sua complexidade, em toda
sua rede de relações e dispositivos como uma comunidade educativa que mostra
um modo institucional de conhecer e de querer ser.
O conceito de qualidade de ensino não é estático, não há consenso sobre o seu
significado, sendo que a qualidade da instituição educativa depende seus dos alunos
por meio de suas contribuições à sociedade, da qualidade do que se aprendeu e da
forma de aprendê-lo.

13- Algumas dificuldades atuais ou risco de estagnação profissional e algumas


ideias para possíveis alternativas.
Os sistemas tendem a burocratizar-se impondo modelos mais intervencionistas e
formalizados, dificultando a autonomia e a democracia real e obstaculizando os
processos de formação colaborativos.
Um novo conceito de formação.

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