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Introdução

No contexto do cumprimento do programa semestral da cadeira de Pedagogia de Educação de


Infância, para o presente semestre, dentre os vários conteúdos serão abordados o tema
relacionado com o modelo do educador no processo educativo da criança, principalmente sobre
Atitudes do educador no processo educativo, com o qual pretende-se trazer a superfície, os
conteúdos sobre o mesmo tema.

O trabalho tem como objetivos: compreender as atitudes do educador no processo educativo;


descrever as diferentes actuações do educador como incentivador no processo de ensino
aprendizagem.

Perfazem a estrutura deste trabalho os seguintes sob temas: Educação e professores, a actuação
do professor como incentivador, princípios psicopedagógicos no processo educativo segundo os
behavioristas, princípios psicopedagógicos no processo educativo segundo os cognitivistas, a
conclusão e a respetiva bibliografia.

Para a compilação das informações aqui contidas, recorreu-se aos métodos de pesquisa
bibliografia previamente selecionados de modo a fornecer informações suficientes.
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1. Atitudes do educador no processo educativo

1.2. Educação e professores

Segundo MARQUES, J. C (1977:61) citado por PILETT (2004:19) o professor dominador que
emprega a força, ordena, ameaça, culpa, envergonha e ataca a posição pessoal do aluno,
evidentemente exercerá sobre a personalidade do mesmo uma influência distinta do professor
que solicita, convida e estimula. Este por meio de explicações, faz com que seus objectivos
adquiram significado para o aluno, o qual passa a ter uma atitude de simpatia e colaboração.

Para PILETT (2004:19), “grande parte dos comportamentos e das atitudes dos alunos é
provocado pelo comportamento, pelos métodos e pelas atitudes do professor.”

O professor que tem entusiasmo, que é optimista, que acredita nas personalidades dos alunos, é
capaz de exercer uma influência benéfica na turma como um todo e em cada aluno
individualmente, pois sua atitude é estimulante e provocadora de comportamentos ajustados. O
clima da turma torna-se saudável, a imaginação criadora emerge espontaneamente e atitudes
construtivas tornam-se a tónica do comportamento da aula como grupo”.

Segundo Francês RUMMELL, citado por PILETT, (2004:19), “as principais características de
um bom professor são:

a) Os melhores professores estão profissionalmente alerto. Não vivem suas vidas confinadas
ou isoladas do meio social. Tentam fazer da comunidade e particularmente da Escola o
melhor ambiente para as crianças.
b) Estão convencidos do valor do seu trabalho. Seu desejo é exercer cada vez melhor a
profissão a que se dedicam.
c) São humildes, sentem necessidades de crescimento e desenvolvimento pessoais, porque
compreendem a grande responsabilidade da função que exercem.

Embora o professor profissional não seja o único agente da educação, ele desempenha e
continuará a desempenhar um papel muito importante na educação das futuras gerações, tem
enormes possibilidades de ser um agente de transformação social, ele deve questionar-se
constantemente sobre a legitimidade dos fins pedagógicos da Escola, sobre os objectivos
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propostos, sobre o conteúdo apresentado, sobre os métodos utilizados, enfim, sobre o sentido
social e político da sua própria actividade docente.

O professor, portanto, em sua actividade docente, poderá estar trabalhando para mudar a
sociedade ou para conservá-la na forma em que ela se encontra. Neste sentido, Maria Teresa
NIDELCOFF citado por PILETT, (2004:20), apresenta três tipos de posturas possíveis:

a) Existem mestres para quem tudo está muito bem do jeito que está e para quem os valores
e as características da sociedade actual não devem mudar e devem mesmo ser difundidos.
Eles actuam conscientemente como representantes do actual regime social, assumindo a
responsabilidade de incorporar os alunos o tal regime, e de adaptá-los ao sistema de vida
e aos valores que a sociedade propõe.
b) Outros, que são a maioria, definem-se a si mesmo como “professores” e nada mais,”
professores-rofessores”.

Estes afirmar que “a Escola é Escola” e a “política é política”. Eles não percebem ou não querem
perceber as implicações ideológicas e sociais de muitas das tarefas e dos “Ritos” escolares; com
sua atitude aparentemente a politica e sua postura, a crítica, eles se convertem de facto em
políticos guardiões de regime social sem sabê-lo e, muitas vezes, sem querê-lo.

Na medida em que não trabalham para mudar, ajudam aos que querem conservar.

c) Definida como “professor-povo”. Ele não acredita que sua missão seja difundida entre o
povo os valores do professor, ao contrário, acredita que o sentido de seu trabalho é ajudar
o povo a se descobrir a se expressar a se liberar.

Quer construir a Escola do povo, a partir do povo. ou seja “ o professor -povo” é aquele que
quer contribuir através do seu trabalho para a criação de homens novos e para a edificação de
uma sociedade também nova, onde dê primazia aos despossuídos e onde o povo se torne
protagonista. Ele será um professor para modificar não conservar.

1.3. A actuação do professor como incentivador

Para PILETT, (2004:234), um estudo feito pela Universidade da Califórnia apresenta cinco
diversas de professores:
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a) O instrutor ou professor de autómato:


 Procura desenvolver no aluno a capacidade de responder imediatamente sem necessidade
de pensar;
 Incentiva os alunos a recitar definições, explicações e generalizações que memorizam a
partir das suas exposições ou de um texto indicado por ele;
 É autoridade máxima na sala de aula e, geralmente não admite o diálogo.
b) O professor que se concentra no conteúdo:
 Sua maior preocupação é cobrir sistematicamente o programa da sua disciplina;
 Dá pouca importância à originalidade do aluno e muita importância ao estudo da matéria
que já foi descoberta no passado;
 Não acredita que o processo de ensino e aprender deve consistir numa pesquisa conjunta
de professores e alunos;
 Valoriza o aluno que domina totalmente a matéria apresentada nas aulas ou nos textos
recomendados;
c) O professor que se concentra no processo de instrução:
 Procura impor um modelo de raciocínio;
 Dá mais importância ao processo de aprender do que ao produto da aprendizagem
(conteúdo);
 Exige que seus alunos demonstrem nos exercícios, nos exames e nas discussões que
sabem imitarem seus métodos bem como sua maneira de usar dados existentes;
d) O professor que se concentra no intelecto do aluno:
 Sua maior preocupação é desenvolver as habilidades intelectuais do aluno;
 Utiliza a análise e solução de problemas como o principal método de ensino;
 Dá mais importância ao intelecto que às atitudes e emoções do aluno;
e) O professor que se concentra na pessoa total:
 Não acredita que o desenvolvimento intelectual deve ou passa a ser desligado dos outros
aspectos da personalidade humana;
 Trata o aluno como pessoa integral, pois acredita que separando o aspecto intelectual dos
demais, o crescimento do aluno na direcção de um ser adulto fica seriamente
comprometido.
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1.4. Alguns princípios psicopedagógicos no processo educativo segundo os behavioristas,


TAVARES e ALARCÃO (1985:97):

 Definir, com maior exactidão possível, os objectivos finais da aprendizagem;

 Analisar a estrutura das tarefas de modo a determinar os objectivos de percurso;

 Estruturar o ensino em unidades muito pequenas de forma a permitir um melhor


condicionamento do aluno e conduzi-lo através de experiências positivas de
aprendizagem;

 Apresentar estímulos capazes de suscitar reacções adequadas;

 Evitar as ocasiões de erro, e no caso de ele vir a ocorrer, ignorá-lo o mais possível ou
puni-lo, de modo a evitar a instalação de hábitos errados;

 Proporcionar aos alunos conhecimentos dos resultados obtidos e retroalimentação


adequada;

 Recompensar, retirar recompensas ou punir os alunos de acordo com a natureza dos seus
comportamentos e em relação à aprendizagem desejada.

1.5. Princípios psicopedagógicos no processo educativo segundo os cognitivistas

 Motivar o aluno para aprendizagem, relacionando-a com as suas necessidades pessoais e


os objectivos da própria aprendizagem;

 Reconhecer que a estrutura cognitiva do educando depende da sua visão do mundo e das
experiências que ele teve anteriormente;

 Adequar o ensino ao nível de desenvolvimento dos alunos e ajudá-los a relacionar


conhecimentos e habilidades novos com conhecimentos e habilidades que tenham
previamente adquiridos;

 Ajudar o aluno a perceber a estrutura da tarefa a aprender e a estrutura da sua própria


aprendizagem, informando-o sobre a tarefa de aprendizagem que lhe é proposta e
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apresentando-a na sua estrutura, na sua totalidade, nos seus elementos vários e nas
relações das suas partes com o todo;

 Fornecer informações, indicar factos, abrir pistas que facilitem a compreensão, a


organização e a retenção dos conhecimentos;

 Não pedir ao aluno que decore sem compreender aquilo que ele tem possibilidade de
compreender antes de decorar;

 Começar o ensino por conjuntos significativos e descrever gradualmente aos pormenores,


que devem ser devidamente relacionados com o conjunto;

 Não equacionar prática com repetição, mas concebê-la como uma série de tentativas
sucessivas e variadas que facilitem a transferência de habilidades e conhecimentos na sua
aplicação a situações novas.
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Conclusão

Da pesquisa feita sobre Atitudes do educador no processo educativo concluiu-se que, para que
haja uma personalidade condigna e interacção eficaz com os educandos, o educador deve ser
modelo, ser exemplar de como deve-se comportar na sala de aulas tanto como fora. O educador
deve praticar acções favoráveis, visto que, é espelho ou modelo dos alunos ou da sociedade em
geral. Essas atitudes constituem a posição que este deve tomar perante a vida escolar. Neste
contexto presume-se que os educadores devem proceder as tarefas de ensino-aprendizagem bem
como todo processo de formação e desenvolvimento da criança na sua personalidade. Esta
atitude que o educador não pode ser percebido como algo temporal, mas sim algo permanente
que se prolonga da escola até ao ceio familiar.

De salienta que o educador deve motivar o seu educando na aprendizagem, reforçando e


explicando-o sobre os conteúdos ou conhecimentos de forma afectiva para que estes venham
adquirir uma personalidade mais ampla na sua aprendizagem.

O processo educativo não deve ser visto como algo isolado da família, porque é a partir da
primeira socialização que a criança aprende as normas sociais e isto é feito no ceio familiar,
sendo assim deve existir uma interacção entre pai-aluno-professor vice-versa, isto para unir as
partes do conhecimento e construir uma personalidade condigna do aluno.
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Bibliografia

PILETTI C.. Didáctica Geral. 23ª Edição, editora ética, São Paulo, 2004.

TAVARES J. & ALARCÃO I.. Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem. Coimbra,

1985.

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