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3ª edição
Agradecimentos
A elaboração deste livro não teria sido possível sem a colaboração dos
professores de Sant Boi de Llobregat e Sant Just Desvern que, com suas
demandas e suas observações, nos auxiliaram a refletir sobre o modelo de
diagnóstico e a intervenção psicopedagógica.
César Coll
E é desta forma que, após quase nove anos do início de suas atividades,
os Serviços de Sant Boi e de Sant Just continuam fiéis à ideia básica de
centralizar seus esforços na tentativa de contribuir para uma melhora da
qualidade do ensino e na tentativa de encontrar soluções adequadas e viáveis
para o problema da falta de adaptação e do fracasso escolar. Para isso, foi
necessário realizar vários questionamentos sobre a forma de intervir, rever
colocações que pareciam sólidas e, com muita frequência, fazer um trabalho de
reflexão teórica, metodológica e também de elaboração de instrumentos. Neste
contexto, o trabalho sobre diagnóstico psicopedagógico que o leitor tem em
suas mãos é tão-somente um dos resultados visíveis do esforço coletivo de
reflexão teórica rigorosa que os membros dos SEMAPs de Sant Boi e de Sant
Just aplicam sistematicamente à sua própria prática profissional.
Introdução
Sumário
Agradecimento
Prólogo
Introdução - XIII
2. O Diagnóstico Psicopedagógico
2.1. Definição
2.2. Sujeitos e sistemas envolvidos no diagnóstico psicopedagógico
2.2.1. A escola
2.2.2. O professor
2.2.3. O aluno
2.2.4. A família
2.2.5. O psicopedagogo
3.1. Encaminhamento
3.4. A observação
Conclusões
Bibliografia Citada
Bibliografia Consultada
Capítulo 1
Causalidade circular
Homeostase e mudança
Estrutura-processo-contexto
Outro aspecto importante que deve ser destacado é que todo sistema
baseia-se em hierarquias que marcam o seu funcionamento, ao mesmo tempo
em que delimitam a atuação dos diferentes subsistemas e esclarecem as
funções que cada membro pode assumir. Devemos entender que essas
hierarquias não são estáticas e podem se modificar em função do âmbito em
que estejam atuando.
Todos estes aspectos permitem mostrar a importância de conhecer qual
o papel que cada membro possui dentro do sistema. É interessante analisar os
limites que se estabelecem entre os pais e os filhos, como e por quem eles são
definidos, as regras implícitas que determinam a definição dos limites, quem
toma as decisões, quais os subsistemas que funcionam no interior da família
(paterno, conjugal, de geração, por interesses, por sexos...), quem e em que
ocasiões ostenta o poder nos diferentes subsistemas, como são estabelecidas
as regras, etc. Estes aspectos nos ajudam a entender a família e, a partir desse
conhecimento, podemos estabelecer as bases para uma compreensão e
interpretação da situação existente. E interessante também aplicar estes
modelos de análise ao conhecimento e à posterior intervenção na instituição
escolar. Devemos assinalar que a escola, como todo sistema, possui uma
determinada organização hierárquica dos seus componentes, com diversos
tipos de limites e fronteiras que formam diferentes subsistemas. A aceitação
desse fato permite-nos analisar os modelos de relacionamento existentes entre
a equipe dirigente e o restante do quadro de professores, a flexibilidade ou a
rigidez dos limites entre os diferentes subsistemas (executivo, pedagógico...), o
nível de aceitação e respeito da hierarquia existente, a existência de poderes
diferentes, situados em diversos subsistemas, e a forma como são tomadas as
decisões no interior das escolas e a sua repercussão, as relações entre as
séries, a sua capacidade de troca de informações, etc.
Num nível diferente daquele que pode ser observado nas famílias,
consideramos válido tentar analisar estes aspectos da instituição escolar, já
que nos oferecerão conhecimento sobre o funcionamento da sua estrutura,
suas regras básicas e seu grau de rigidez. Ao mesmo tempo, a análise
conjunta dos dois contextos básicos nos quais uma criança age (escola e
família) pode servir de explicação para um problema. O contato que essa
criança é forçada a manter, às vezes, dentro de dois sistemas que valorizam
regras de funcionamento e de comunicação contraditórias pode provocar-lhe
dificuldades.
A escola tem uma missão muito difícil, que é concretizada num plano de
ação com objetivos claramente definidos e com um controle social e
administrativo importante, que zela para que estes objetivos sejam atingidos.
Evidentemente, nós, que estamos intervindo dentro da escola, precisamos
conhecer e compartilhar do seu objetivo básico, que é o de educar.
Precisamos, também, cooperar para que os alunos alcancem os objetivos
estabelecidos. Assim, precisamos intervir e tentar promover modificações nos
processos de ensino-aprendizagem, de forma a possibilitar que determinados
alunos aprendam e melhorem o seu desenvolvimento pessoal e social para que
a escola considere, cada vez mais, as abordagens e pesquisas de psicólogos e
pedagogos sobre os processos e mecanismos usados pelas crianças, quando
estão aprendendo conteúdos determinados.
Esta ideia, com a qual concordamos plenamente, foi a que nos fez usar
e elaborar instrumentos de diagnóstico que não informem somente o nível de
desenvolvimento atual da criança, mas que nos possibilitem ver como ela
enfrenta determinadas situações de aprendizagem, quais os processos que
segue no momento de realizar determinadas tarefas e quais os recursos que
lhe são úteis para desenvolver determinadas atividades. Para procurar e
pensar em estratégias de ensino adequadas a essa criança em particular não é
suficiente saber qual é o seu estágio evolutivo, mas ver o que ela é capaz de
fazer com a ajuda de outras pessoas ou recursos. Nesse sentido, Vygotsky traz
uma nova visão ao definir a zona de desenvolvimento proximal como a
distância entre o nível atual de desenvolvimento do aluno, determinado pela
capacidade de resolver um problema sozinho, e o desenvolvimento potencial,
determinado pela resolução de um problema guiado por um adulto ou com a
colaboração de um colega mais capacitado (Riviere, A., 1984). Esta afirmação
confere uma grande importância à ajuda, guia e orientação do professor
durante as atividades escolares. Tanto o professor como outros colegas mais
competentes são autênticos agentes do desenvolvimento e da aprendizagem
que, de fato, ocorre, porque a criança vive em grupos e em interação e pode,
desta forma, aprender com os outros por meio do relacionamento, da
observação e da ajuda oferecida por eles.
Não se trata, como já foi dito, de fazer somente uma avaliação do nível
evolutivo e de aprendizagem nesse momento específico, mas, sim, de
pesquisar sobre a sua zona de desenvolvimento proximal: ver o que ele errou e
por que, qual a orientação ou sugestão que o ajudaria a entender determinados
conteúdos, qual o colega que tem mostrado eficiência na hora de ajudá-lo, etc.
E vem daí a importância da observação dentro da sala de aula, quando o aluno
se encontra diante de uma tarefa concreta, interagindo com seus colegas e
professores. Essa realidade proporcionará mais informações sobre qual o tipo
de ajuda que seria mais adequado.
As situações de ensino-aprendizagem
Naqueles casos nos quais esta atitude positiva não existe, o professor
pode fomentá-la, estimulando a criança e sugerindo-lhe situações que a
motivem e despertem o seu interesse. Nesses casos, frequentemente, nós
também temos influência como especialistas consultados e tentamos
sensibilizar pais e alunos sobre a importância de trabalhar essas atitudes e de
procurar estabelecer pequenos acordos ou compromissos entre todos
(professor, aluno, pais, psicopedagogo, etc), que ajudem a melhorar a situação.
Interação professor/aluno
Para sermos justos, podemos dizer que nosso propósito está apenas
começando. Quem tiver um pouco de conhecimento sobre as equipes de
assessoramento psicopedagógico saberá e poderá entender a complexidade
da nossa tarefa e o grande número de variáveis envolvidas, as quais,
frequentemente, não conseguimos controlar.
Capítulo 2
O Diagnóstico Psicopedagógico
2.1. Definição
2.2.1. A escola
Para finalizar, já colocamos que a escola tem uma função social, que é a
de preparar os alunos para enfrentarem as futuras exigências da sua
comunidade. Temos avaliado também que é muito difícil criar uma escola
integradora e respeitosa das individualidades e que, ao mesmo tempo, obtenha
bons níveis de formação. Apesar disso, temos certeza de que cada escola
pode abordar, e, na verdade, muitas o estão fazendo, o tema da educação na
diversidade de forma coletiva. No que se refere a este aspecto, temos
observado que a elaboração do projeto educativo tem sido um bom recurso,
para explicitar o problema e para começar a buscar soluções institucionais.
2.2.2. O professor
Dentro da Escola temos mais dois círculos, Ciclo e Grupo Aula. Estes
dois círculos se unem em uma pequena intersecção, a qual representa o
Professor.
2.2.3. O aluno
Dentro da Escola temos mais dois círculos, Grupo Aula e Professor. Esses dois
círculos se unem em uma pequena intersecção, a qual representa o Aluno.
Ou seja, o Aluno é representado por uma intersecção dos círculos Grupo Aula,
Professor e Família.
2.2.4. A família
Por outro lado, a família pode adotar atitudes muito diferentes quanto à
escola, determinadas pelas suas experiências e crenças prévias (contexto da
família), pelo momento evolutivo em que se encontra e pelo seu funcionamento
e estrutura. Existem famílias, por exemplo, que não tiveram experiências
prévias com a escola e que, quando o seu filho inicia a escolaridade, depositam
o papel da educação na escola, tomando uma atitude de total submissão e
dependência, assumindo uma ignorância total sobre os assuntos relacionados
com a educação. Outras, no entanto, vivem a escola como uma instituição
fundamentalmente repressora e normativa, esperando que através dela seu
filho adquira bons hábitos e se adapte às normas sociais e valores que eles
próprios não conseguiram transmitir-lhe. Outras famílias são conscientes da
corresponsabilidade na tarefa educativa e solicitam a coordenação e a
colaboração dos professores para ajudar os seus filhos, etc.
2.2.5. O psicopedagogo
Capítulo 3
Elementos do Diagnóstico Psicopedagógico
3.1. Encaminhamento
Para coletar esta demanda inicial, os SEMAPs têm elaborado uma folha
de encaminhamento a ser preenchida pelo professor e que se constitui no
primeiro passo do diagnóstico. Consideramos que a folha de encaminhamento
é um instrumento útil à medida que solicita do professor um esforço de
concretização do problema e requer, principalmente, uma atitude de
observação e de reflexão prévia sobre o aluno que motivou a demanda. A
nossa experiência tem demonstrado a utilidade deste instrumento, tanto para
nós quanto para os professores. Frequentemente, temos visto que a co-
responsabilização ocorreu de forma eficiente ao longo do processo porque, de
início, o encaminhamento não foi suficientemente refletido pelo professor nem
bem enquadrado pelo psicólogo. Da mesma forma, a folha de encaminhamento
é útil para planejar e estabelecer prioridades nas demandas de diagnóstico
psicopedagógico. Neste momento, pelo menos, não concebemos outra forma
de iniciar o diagnóstico na escola, já que, para nós, a informação do educador
possui um valor incomparável.
O modelo da folha que usamos não tem sido sempre o mesmo. O atual
é mais concreto que o primeiro, mas a ideia básica é a mesma: recolher alguns
dados sobre a escolaridade do aluno e uma avaliação inicial da sua situação
pessoal por parte do professor.
a) Aspectos de relacionamento
- É pouco constante nos jogos dos quais participa, mostra cansaço e perturba
os outros.
- Às vezes, finge ser surdo: sua mãe diz que não é que não ouça, mas que
quer ficar no seu mundo.
- Observando o aspecto físico dos órgãos de fonação, acho que tem o palato
muito alto, o que pode dificultar a sua capacidade para se expressar.
a) Aspectos de relacionamento
- É alegre, bondoso, tem amigos, é procurado pelas crianças problemáticas
pelo seu bom caráter e pela sua docilidade.
- É necessário repetir e repetir muito com ele, distrai-se com muita facilidade e
seu raciocínio é lento, talvez, por falta de interesse.
a) Aspectos de relacionamento
Srs...
Atenciosamente,
Assinatura:...
A seguir daremos detalhes dos passos que devem ser seguidos durante
a primeira entrevista. Como já foi dito, fixamo-nos mais neste tipo de entrevista
porque possibilita a generalização diante dos diferentes tipos de problemas e
porque se constitui no primeiro contato com os pais. Alguns aspectos das
entrevistas de devolução e seguimento serão também abordados mais adiante.
Após ter definido a entrevista e ter falado sobre o motivo que nos
mantêm reunidos naquele momento, são solicitadas informações concretas
sobre a criança e a família. Mostramos a eles o nosso relativo
desconhecimento sobre o que possa estar ocorrendo e solicitamos a sua ajuda
para poder entendê-lo melhor e, assim, tentar encontrar soluções.
Após essa etapa, fixamos a nossa atenção nos dados do aluno. São
solicitados alguns dados evolutivos; descrições dele feitas por alguns membros
da família (personalidade, relações, diferenças com outros membros da família,
etc), dados sobre a sua escolaridade, atividades extra-escolares, ocupações e
relações extrafamiliares, etc. Procura-se fazer com que as diferentes perguntas
formuladas proporcionem informações sobre os limites existentes dentro da
família, entre os diferente subsistemas (casal/filhos/outros) e com o exterior, e
mostrem as hierarquias estabelecidas nos momentos de tomar determinadas
decisões.
Como já foi dito, seguimos este modelo de entrevista inicial com os pais
naqueles casos em que o professor é o agente da demanda. Quando a
solicitação de intervenção parte dos pais, o processo é muito diferente, já que,
em princípio, supomos que já existe a vontade de mudança. Nesses casos
específicos, é mais fácil que as famílias aceitem o encaminhamento a centros
especializados que podem realizar um trabalho mais a longo prazo, já que a
nossa intervenção com as famílias está muito condicionada pela escola e,
geralmente, esta não consegue ter a periodicidade que seria, provavelmente, a
mais indicada.
3.4. A observação
A. Objetivos
B. Tipos de observações
B. Tipos de observações
Quando não for possível tomar nota dos dados concretos sobre o
desenvolvimento e realização da atividade durante a sua observação, deve-se
fazê-lo ao final.
Indicadores
Início
- Orientação da tarefa:
- geral/por partes
- coletiva/individual/pequenos grupos
- confere-se/ não se confere o nível de compreensão
Desenvolvimento
- Organização do grupo-aula
- Atividade:
- conjunta/pequenos grupos/individual/diferenciada
- tipo de atividade:
- receptiva/executiva/reprodutiva
- participação/não-participação na tarefa
Final
- Avaliação individual/coletiva/não-avaliação
1.2 Intervenções do educador
- Não-intervenção
- Intervenção de disciplina
- Valorização de distância/superproteção
- Iniciativa da interação:
- aluno/professor
- Frequência da interação
- não-intervenção
- disciplina
- organização
- avaliação
- proposta
- reflexo
- explicação
- externa à tarefa
- dependência/autonomia
- distância/superproteção
- externa/interna à tarefa
- solicita ajuda
- Iniciativa
- Frequência:
- pouca/nula/muita
- Tipo de interação:
- dependência/autonomia
- distância afetiva
- externa/interna às tarefas
- rejeição/gozação/aceitação
2.3. Atitude diante das atividades
- Interesse/dispersão/concentração
- Oscilações/estabilidade
- Participação
- Tenso/relaxado
- lento/rápido/igual
- Hábitos de trabalho:
- capricho, apresentação
- Finalização da tarefa:
- sim/não/com ajuda
- Existência/não-existência da interação
- Frequência
- Características:
- direta/indireta
- centralizada/não-centralizada no trabalho
- Interesse/dispersão/concentração
- Oscilações/estabilidade
- Participação
- Tenso/relaxado
- lento/rápido/igual
- Hábitos de trabalho:
- capricho, apresentação
- Finalização da tarefa:
- sim/não/com ajuda
- Existência/não-existência da interação
- Frequência
- Características:
- direta/indireta
- centralizada/não-centralizada no trabalho
0. Contexto da observação.
3. Realização do trabalho.
4. Relação aluno/professor.
5. Relacionamento com os colegas.
9. Conclusões da observação.
10. Orientações
O. Contexto da observação.
3. Realização do trabalho.
4. Relação aluno/professor.
Deve-se prestar atenção em quem toma a iniciativa na relação, com que
frequência isso ocorre, qual o tipo de interação existente entre os dois, qual a
situação e posição da criança em relação ao professor e fazer uma
comparação das intervenções em geral e com o aluno que está sendo
observado.
9. Conclusões da observação.
PROTOCOLO DE OBSERVAÇÃO*
Escola: CP.
Idade: 5 anos.
Professor:
Observador:
Pergunta-lhe para quem deu a "garrafa que trouxeram": "Para o papai". "E as
fotos?": "Em casa". O professor vai repetindo as coisas que viram.
9h50min "Agora vão fazer um desenho livre; bem, livre, alguma coisa do que
vimos ontem; que mostre alguma coisa de onde estiveram ontem e que dê para
ver que era uma adega".
As crianças dizem: "Eu vou fazer o trem". O professor diz que façam
algo mais que o trem.
"Os responsáveis pelo material", e vai uma menina. Pega folhas e lápis.
"Cada um deve escrever o seu nome, os furos no seu lugar. Se alguém não
lembra bem, pode olhar as fotos, peguem aqui".
Uma criança pergunta se o trem está ali. Diz que vai desenhar o trem.
Josep diz que ele também. Algumas crianças foram buscar um cartão postal e
o levam para o seu lugar.
Josep olha muito o que fazem as crianças da sua mesa. Copia as cores.
Fala muito com o menino que está ao seu lado. Faz garatujas na hora de
pintar. Não fecha as figuras. O professor vai até ele e pergunta onde estão as
rodas, pergunta se ele ia na parte da frente ou na parte de trás do trem, se o
trem corria. Josep responde às perguntas. Eu não consigo escutar bem.
O professor vai fazendo perguntas: "Se batia o sol...". E ele diz que sim.
A parte que faz sozinho é mal feita. Agora, Josep vai fazendo garatujas
com a cor preta.
"Quem já terminou, fica sentado que eu passo pelo seu lugar". Josep fez
mais garatujas, e agora, vai mostrá-las ao professor, que está em outra mesa.
Agora, vai guardá-lo na sua classe, mas não o faz, mostra-o às outras crianças
e diz que é o trem.
Pega a folha de outra criança. Vai mostrá-la ao professor. Ele não o vê,
uma menina pega o desenho.
Vai até o armário, abre-o, olha. Diz a outro menino que tem uma bola.
Pega-a. Um menino diz para o professor. O professor pede a Josep que sente
no seu lugar.
Agora, faz tipo um churro com a massa de modelar. Diz algo que não
entendo (quer se relacionar comigo, entusiasma-se, toca o meu papel
novamente).
Outra criança pede massa de modelar e ele lhe dá. Outra diz que tem
muito pouca (mas esconde a que tem, para enganá-lo).
"Vamos ver quem lembra o nome das bolinhas que saíam das garrafas?"
Algumas crianças dizem: "Borbulhas".
Uma menina da mesa diz que "Agora, Josep vai ficar sem nada", e lhe
dá (realmente tinha pouca massa). Josep fala com as crianças da mesa,
fazendo bobagens e rindo. Vai fazendo um churro. Um menino fez uns chifres e
o perseguem. Ele lhe dá um pontapé. Dois meninos chamam Josep o tempo
todo. Ele está em pé e fazendo o churro mais comprido.
Fazem um jogo.
De vez em quando, Josep fica contente, olha para mim, joga-se no chão,
bate no menino do lado, levanta, corre, vai até a porta, pega a bola, toca a
minha folha, etc.
Havia uma palavra que era difícil de dizer. Aquelas tábuas em que
estavam deitadas as garrafas. Era prateleira" (haviam falado antes). Pede a
alguns alunos que a repitam. Alguns têm dificuldade. Josep bate, brincando
com um menino. Os dois riem. Depois o beija. Está levantando.
Uma menina fecha a sua sacola. Ele a guarda no seu lugar. Vai embora
depressa e contente.
0. Contexto da observação.
9h40min — 10h45min
27 alunos
3. Realização do trabalho.
4. Relação aluno/professor.
Existe interação da parte de Josep: olha e sorri. Vai até ele e chama a
sua atenção.
9. Conclusões da observação.
10. Orientações.
Seguimento bimestral.
2. Atitude no jogo
5. Normas e hábitos
Nome: J.
Data: 28/04/86
Escola:
Fala com uma senhora que está na grade do recreio (a avó). Corre atrás
de um menino. Tal atividade dura somente alguns segundos. J. não o segue.
Dá voltas e pulinhos pelo pátio. Torna a falar com a sua avó. Imita o professor:
"Pára a aula", batendo palmas (faz isso 2 vezes).
Um menino o chama num momento. J. vai, não estabelece jogo e volta com
a avó.
5. Normas e hábitos.
Nome:
Aula:
Escola:
Data:
Ordem e organização
Impressão geral da qualidade dos trabalhos: ordem do caderno, colocação das
folhas na pasta, capricho, tarefas acabadas/incompletas, etc. Apresentação
das tarefas: cabeçalho, margens, etc.
Desenho
Colocação dos desenhos: enche toda a folha, o centro, um canto, etc. Cores:
variedade de cores, como as usa, realismo, etc.
Copia/Imitação, grafismos
Direção, paralelismo entre linhas, uniões, medidas, traço sinuoso, etc. (papel
pautado/papel sem pauta, etc.)
Habilidade manual
Conteúdos
Para os alunos das Séries Médias e 2º Grau, introduzimos itens para tomar
nota de atitudes, tanto do professor como do aluno, quando da revisão dos
trabalhos (comentários, justificativas, explicações sobre algum trabalho
determinado, etc).
Nome:
Série:
Escola:
Data:
Tipo de escrita.
Trabalhos inacabados.
Anotações do professor
Conteúdo
Atitude do professor
Orientações
Aluno:...Eva ...
Série:... 2...
Escola:...
Professor:...
Um caderno de trabalho (livro, Ed. Vicens Vives) para cada área: língua
espanhola, língua catalã, matemática e exercícios. Cada assunto trabalhado
tem vários exercícios para fazer. Ritmo lento, mas termina os trabalhos, exceto
o caderno de matemática.
Ordem e organização
Geralmente, faz todos os exercícios dos livros (que são bem definidos
em termos de espaço para escrever, linhas,etc.) com bastante capricho, com
grafia clara. No entanto, no de matemática, apagou muito, chegando a furar a
página em alguns casos.
Na caderneta de trabalhos "extra" (exercícios concretos de língua e
matemática escritos pela professora), há ordem e organização.
Desenho
Cópia/lmitação, grafismos
Habilidade manual
Conteúdos
- Junta palavras.
- Omite letras e sílabas (dificuldade na linguagem oral).
Nome:...O.L...
Série:... 4ª...
Escola:...
Data: ...10/12/1988...
Pasta-arquivo
Ordem e organização
Desorganizado. Folhas viradas de cabeça para baixo.
Anotações do professor
Conteúdo
Atitude do professor
Neste momento, não está presente: antes comentou que o aluno era
desorganizado e pouco caprichoso, além de ter poucos hábitos de trabalho.
Orientações
9 de fevereiro de 1987: Ele mesmo diz que tem trabalhos sem arquivar;
também vejo trabalhos sem acabar. Desorganização nas fotocópias de ciências
sociais e ciências naturais.
- Teste de nível na área de matemática, para o fim das Séries Iniciais: inclui
itens de lógica, cálculo, operações de adição e subtração, solução de
problemas. Em cada um destes itens são propostos diversos exercícios orais e
escritos. A informação obtida permite saber quais os conteúdos matemáticos
que a criança domina.
Capítulo 4
"A ajuda pedagógica pode e deve tomar formas tão diferentes, que é
praticamente impossível, e até certo ponto supérfluo, inventariá-las de
antemão. O fato realmente importante é que o Projeto Curricular transmita e
exemplifique a ideia de que a assistência pedagógica é uma ajuda em dois
sentidos: "ajuda" para o aluno, verdadeiro artífice do processo de
aprendizagem, de quem depende, em última instância, a construção do
conhecimento, e "ajuda" que usa todos os meios disponíveis para favorecer e
orientar este processo, sem renunciar a priori a nenhum: proporcionando
informações devidamente organizadas, oferecendo modelos de ação que
podem ser imitados, formulando indicações e sugestões para abordar novas
tarefas, possibilitando o confronto, corrigindo erros..."
Apresentação do caso:
CONTEÚDOS: RELACIONAMENTO
OBJETIVOS:
- Ser capaz de realizar o trabalho com tranquilidade, sem levantar nem ficar
"pendurado" na mesa ao lado.
ASPECTOS POSITIVOS:
ATUAÇOES CONCRETAS:
Diante destes objetivos A. precisa saber com muita clareza quais são os sevis
limites e qual é a atuação que se espera dele.
Antes de começar o trabalho, deve-se lhe dar tempo para que possa preparar o
que precisa e que tudo esteja em boas condições (ponta do lápis, borracha,
etc).
Não deixá-lo levantar-se para isso, se não for indispensável. Quando fizer fila,
fazê-lo obedecer a sua vez sem perturbar os colegas e, se necessário,
acompanhá-lo até o lugar, deixando claro quem está na frente e atrás dele. No
caso de surgir um conflito, acalmá-lo e pedir a sua opinião. Seria conveniente
que as intervenções que ocorram neste sentido sejam feitas em nível
individual, sem. expô-lo diante do grupo, já que este está acostumado a culpá-
lo, às vezes, sem razão.
AVALIAÇÃO/ ACOMPANHAMENTO:
OBJETIVOS:
ASPECTOS POSITIVOS:
ATUAÇOES CONCRETAS:
- Ex.: Inventar uma história entre dois. Ler uma história, um parágrafo cada um.
Realizar alguma atividade de educação artística em conjunto.
AVALIAÇÃO/ACOMPANHAMENTO:
- Grau de participação.
- Aceita as normas.
Conclusões
PIAGET, J:, SZEMINSKA, A.: La gênesis dei número en el nino. Buenos Aires:
Guadalupe, 1982.
ROSNAY, J. DE: Le macroscope. Vers una version globale. Paris: Ed. du Seuil,
1975.
Bibliografia Consultada