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AS CONTRIBUIÇÕES DO PSICOPEDAGOGO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

¹Joseane Carvalho da Silva


²Ismael Santos Araújo

RESUMO

O trabalho do Psicopedagogo na instituição escolar tem um caráter preventivo no


sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas. O
presente trabalho caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, que busca refletir
sobre as possibilidades psicopedagógicas na educação infantil, partindo de
pressupostos teóricos que defendem a possibilidade de uma aprendizagem a partir das
dimensões sociais, afetivas e cognitivos dos sujeitos inseridos nos espaços de
educação infantil. A pesquisa defende o brincar como forma de integração da criança
com o mundo e ressalta que o brincar é uma necessidade biológica do ser humano,
principalmente na educação infantil. De acordo com a psicopedagogia a ausência da
brincadeira pode contribuir para futuros problemas físicos e mentais. O papel do
psicopedagogo escolar é muito importante pode e deve ser pensado a partir da
instituição, a qual cumpre uma importante função social que é socializar os
conhecimentos disponíveis, o trabalho psicopedagógico terá como objetivo principal
trabalhar os elementos que envolvem a aprendizagem de maneira que os vínculos
estabelecidos sejam sempre bons.

Palavra-chave: Aprendizagem. Criança. Educação. Psicopedagogia.

ABSTRACT

The work of the Psychopedagogue in the school institution has a preventive character in
the sense of seeking to create skills and abilities to solve problems. This work is
characterized as a bibliographical research, which seeks to reflect on the
¹Aluna do Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia pela Faculdade Faveni.
²Orientador do Trabalho e Professor pela Faculdade Faveni.
psychopedagogical possibilities in early childhood education, based on theoretical
assumptions that defend the possibility of learning from the social, affective and
cognitive dimensions of the subjects inserted in early childhood education spaces. . The
research defends playing as a way of integrating the child with the world and points out
that playing is a biological need of human beings, especially in early childhood
education. According to psychopedagogy, the absence of play can contribute to future
physical and mental problems. The role of the school psychopedagogue is very
important, it can and should be thought of from the institution, which fulfills an important
social function that is to socialize the available knowledge, the psychopedagogical work
will have as main objective to work the elements that involve the learning in a way that
the Established bonds are always good.

Keyword: Learning. Child. Education. Psychopedagogy.

INTRODUÇÃO

A criança em sua aprendizagem desenvolve habilidades que ajudam na


formação da personalidade, contribuindo mais tarde com suas escolhas e atitudes. A
família e a escola têm grande influência nesse contexto. O psicopedagogo também
pode contribuir significativamente na construção do saber formal das crianças. Tanto de
maneira preventiva na orientação do trabalho cotidiano com os professores, quanto na
intervenção quando se faz necessário um acompanhamento individualizado ao grupal,
diante de alguma dificuldade na aprendizagem das crianças.
Na concepção de Piaget (apud CEARÀ, 2007 p. 18): “A criança deve
reconstruir, criar, inventar, descobrir valores sociais que são fundamentais ao seu
processo de desenvolvimento”. Entende-se que para desenvolver essas
potencialidades de aprendizagem, a criança necessita de oportunidades e ambientes
que propiciem essa realização, tanto na família quanto na escola.

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Foi realizada uma pesquisa bibliográfica para o aprofundamento do tema,
com base nas teorias de alguns autores que abordam o assunto, como: Bossa (2000),
Barbosa (2002), Ceará (2007), Beuclair (2009), Freire (2014) e outros autores. Estre
trabalho tem o objetivo de informar algumas concepções sobre Educação Infantil,
focando na colaboração da Psicopedagogia neste segmento que alicerça a formação
da criança.
Todo profissional que se coloca no papel de um educador, já demonstra sua
importância dentro de um processo. Principalmente quando se fala em educação
infantil, deste modo o presente estudo irá em seu decorrer fazer a ligação da
contribuição da psicopedagogia no processo de aprendizagem do aluno.
A psicopedagogia é um campo de intersecção entre a psicologia e a
pedagogia, um saber constituído a partir das intervenções na educação, ou seja, é uma
especialidade no âmbito das duas áreas e que, portanto, exige a formação de uma
delas.
Em observação a fala de Muniz (1999):
Os profissionais que tratavam das dificuldades de aprendizagem começaram a
perceber que toda relação transferencial entre os envolvidos e que ela faz parte
da intervenção, produzindo efeitos. Por outro lado, quando educador acredita na
possibilidade de o aprendiz mudar, as transformações têm mais chances de
ocorrer. Sim têm mais chances, pois não é suficiente querer e acreditar para
que elas sejam possíveis. Nem todos podem e querem modificar-se. Essa
condição paradoxal, de aceitar o limite e desejar a mudança, é o nosso ponto
de partida, é o que permitirá, talvez, mobilizar o sujeito, ajudá-lo a sair de seu
aprisionamento (MUNIZ, 1999, p. 20)
Com o objetivo de identificar o atraso no desenvolvimento global das
crianças, a psicopedagogia busca encontrar as causas que geram a dificuldade de
aprendizado, podendo ser de ordem emocional, social, mental ou física. De antemão,
convém afirmar que psicopedagogo presta um serviço fundamental no processo de
ensino/aprendizagem do aluno, numa parceria com os pais e da própria instituição
nesse processo. Tal intervenção consiste em uma garantia das condições favoráveis
para o desenvolvimento do aluno em sua caminhada para cursar as séries
subsequentes.

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O papel do psicopedagogo é de extrema importância, pois, ele auxilia o
grupo a compreender como é realizado o desenvolvimento infantil, apontando como a
criança participa, produz, interage e se comporta traduzindo suas ações em cultura,
possibilitando compreender melhor o comportamento das crianças para promover a
assimilação dos conteúdos em sala de aula.
O psicopedagogo assume importância na educação, a partir do momento em
que busca organizar todo o processo educacional, planejando ações que envolve a
equipe diretiva da instituição, o corpo docente e a família do aluno, intermediando as
interações, com a finalidade de promover o desenvolvimento cognitivo e social da
criança.
A justificativa por investigar esse tema surgiu da necessidade em conhecer
com maior profundidade a importância do profissional de psicopedagogia, como é a sua
atuação, que papel desenvolver no processo de ensino/aprendizagem, enfim, como a
sua prática de trabalho promove a melhor qualidade da educação tendo como foco a
educação infantil.
Pesquisaremos essa temática por entendermos ser importante para todos
que atuam na educação no sentido de demonstrar o quanto o profissional de
psicopedagogia é decisivo para a solução dos desafios que surgem na educação,
alunos, pais, professores, e a sociedade, com o compromisso de disponibilizar uma
educação de qualidade, consequentemente, uma aprendizagem significativa aos alunos
da educação infantil.
Tendo em consideração, que o psicopedagogo trabalha em conjunto com a
instituição escolar e a família da criança, acompanhando seu histórico cultural e social,
o profissional desenvolve atividades que motivam a participação da criança,
trabalhando sua autoestima e autonomia, por sua vez, promovendo o aprendizado do
aluno.

O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO NA INSTITUIÇÃO ESCOLAR

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Os desafios que surgem para o psicopedagogo para atuar dentro da
instituição escolar relacionam-se de modo significativo. A sua formação pessoal e
profissional implica a configuração de uma identidade própria e singular que seja capaz
de reunir qualidades, habilidades e competências de atuação na instituição escolar.
Ao psicopedagogo cabe avaliar o aluno e identificar os problemas de
aprendizagem, buscando conhecê-lo em seus potenciais construtivos e em suas
dificuldades, encaminhando-o, por meio de um relatório, quando necessário, para
outros profissionais - psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, etc. que realizam
diagnóstico especializado e exames complementares com o intuito de favorecer o
desenvolvimento da potencialização humana no processo de aquisição do saber.
O psicopedagogo está preparado para auxiliar os educadores realizando
atendimentos pedagógicos individualizados, contribuindo para a compreensão de
problemas na sala de aula, permitindo ao professor ver alternativas de ação e ver como
as demais técnicas podem intervir, bem como participando do diagnóstico dos
distúrbios de aprendizagem e do atendimento a um pequeno grupo de alunos.
O psicopedagogo atua diretamente junto ao aluno que apresenta problemas
de aprendizagem, na tentativa de identificar os fatores que interferem no seu processo
de aquisição e de ajudá-lo a superar as dificuldades como; problemas em reter o
conteúdo trabalhado em sala de aula, dificuldades na escrita e leitura, troca de fonemas
ou consoantes, problemas de socialização que influenciam no desenvolvimento do
aluno, assim, “ busca-se uma compreensão mais integradora do fenômeno da
aprendizagem e uma atuação de natureza mais preventiva” (KIGUEL, 1987, p. 22).
A trajetória na prática psicopedagógica consiste nas possibilidades de
compreender a criança e suas potencialidades, seu momento histórico e seus contextos
de relações sócio-histórico-culturais. Portanto, o psicopedagogo atua no
desenvolvimento de ações no contexto escolar, considerando as particularidades,
dificuldades e potencialidades de cada aluno. É fundamental que este profissional
promova a participação dos pais, dos professores, da equipe pedagógica e demais
especialistas tendo como foco multidisciplinar as ações educativas e a atuação do
psicopedagogo como agente de intervenção nos transtornos de aprendizagem dos
alunos no contexto escolar.
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O conhecimento e o aprendizado não são adquiridos somente na escola,
mas também são construídos pela criança em contato com o social, dentro da família e
no mundo que a cerca. A família é o primeiro vínculo da criança e é responsável por
grande parte da sua educação e da sua aprendizagem. O que a família pensa, seus
anseios, seus objetivos e expectativas com relação ao desenvolvimento de seu filho
também são de grande importância para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico.
O psicopedagogo tende a prevenir os problemas de aprendizagem, ao invés
de remediá-los por meio da busca de diversos serviços escolares dos quais os alunos
participam e na medida do possível, do ambiente familiar e social em que eles vivem,
auxiliando o aluno a desenvolver o máximo de suas potencialidades.
A aprendizagem acontece com maior facilidade quando sentimos
contentamento no ato de aprender, ao compreender significativamente o conteúdo
apresentado, quando o percebemos a aplicação do conhecimento teórico na prática.
Participar de estudos que possibilitam experiências reais, em que o aluno tenha
oportunidades perceptivas da relação das bases teóricas e a sua empregabilidade no
dia à dia contribuindo para o seu processo formativo.
Para a construção da aprendizagem são pensadas e planejadas etapas
estratégicas de ensino com abordagens adaptadas pelo professor/psicopedagogo que
determina o uso de informações, orienta a escolha dos recursos a serem utilizados,
permite escolher os métodos para a consecução de objetivos específicos e compreende
o processo de apresentação e aplicação dos conteúdos.
Segundo Andrade (2004) a psicopedagogia ainda está buscando a
autonomia de uma disciplina e delimitando cientificamente a aprendizagem humana
com sua temática, o sujeito aprendente ou sujeito em situação de aprendizagem como
seu sujeito e a pesquisa de intervenção como o método de investigação de realidade
que lhe interessa a aprendizagem como uma área de conhecimento ou de atuação
“interdisciplinar nos processos de aprendizagem” (CASTANHO 2002. P 30).
O trabalho do psicopedagogo, portanto, não se apresenta como reeducativo
mas, sim como terapêutico (terapia centrada na aprendizagem), não se dirige para um
público especificamente, porque aprendentes somos todos nós, humanos: crianças,
jovens ou velhos que nos mantemos vivos e atuantes, enquanto aprendemos e
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ensinamos e podemos contribuir com a nossa marca para a evolução da humanidade.
É possível perceber que a Psicopedagogia também tem papel importante em um novo
momento educacional que é a inserção e manutenção dos alunos com necessidades
educativas especiais (NEE) no ensino regular, comumente chamada inclusão.
O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de práticas que
buscam articular as expectativas e os saberes das crianças com os
conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental,
cientifico e tecnológico, de modo à promover o desenvolvimento integral de
crianças de 0 a 5 anos de idade. (RESOLUÇÃO CNE/CBE 5/2009, Art. 3º)
De acordo com os princípios da psicopedagogia, o psicopedagogo deve
trabalhar para possibilitar a todas as crianças o direito de aprender. A leitura e a escrita
são ferramentas para o acesso ao saber acumulado representado pela cultura, o
psicopedagogo deverá contribuir para que os educandos superem o problema de
aprendizagem e consiga ter acesso a esse saber. A princípio, o psicopedagogo deve
respeitar a individualidade do ser humano e ajudá-lo na superação de suas
dificuldades.
Psicopedagogia é estendida como uma ação que é fornecida juntamente
com o currículo escolar visando ajudar o processo total de educação, notadamente nas
questões de aprendizagem. Educação moral é também relacionada ao trabalho da
psicopedagogia por ser uma importante questão de aprendizagem. Consideramos que
o desenvolvimento ético da criança deve ser o objetivo central em todas as ações
voltadas para esta.
Conforme os estudos de Bossa (2000, p. 89), no que diz respeito à
Psicopedagogia preventiva, “podemos dizer que o nosso sujeito é a instituição, com a
sua complexa rede de relações”. A partir dessa reflexão, podemos dizer que a
instituição é um espaço físico e psíquico da aprendizagem, local e objeto de estudo da
Psicopedagogia. Os procedimentos didáticos que interferem na aprendizagem devem
ser analisados e discutidos, a fim de que possam ser ressignificados.
Atualmente segundo Allessandrini (1996, p.21), a definição do objeto de
estudo dessa área do conhecimento: “a psicopedagogia estuda o processo de
aprendizagem a partir de uma contextualização teórico-prática que advém da
pedagogia e da psicologia”.
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A PSICOPEDAGOGIA E A EDUCAÇÃO INFANTIL

A criança constrói o seu processo de aprendizagem antes de entrar na


escola e continua esse caminho mesmo depois de participar de ações pedagógicas,
período o qual, para conhecer a natureza da escrita, deve participar de atividades de
produção e interpretação escritas, com atividades que contextualizem com as
informações pré-existentes tendo o professor o papel de mediador entre a criança e a
escrita, criando estratégias que propiciem o contato do aprendiz com esse objeto social,
para que possa pensar e agir sobre ele.
A contextualização da psicopedagogia na Educação Infantil permite um olhar
interpretativo que caracteriza decifrar atrasos no desenvolvimento global das crianças
repercutindo em diálogo sobre a metodologia diante o ensino e a aprendizagem. A
Educação Infantil contempla crianças de faixa etária de zero a cinco anos. Vista como
direito de todas as crianças e dever do Estado, se torna obrigatória para a faixa etária
de 4 a 5 anos, segundo a Emenda Constitucional nº59/2009.
Nessa primeira etapa se inicia o processo educacional com uma matriz
curricular atende as necessidades cognitivas, psicomotoras e sociais das crianças. As
Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução CNE/CEB nº
5/2009), em seu artigo 4º, definem a criança como:
Sujeito histórico e de direitos, que nas interações, relações e práticas cotidianas
que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina,
fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói
sentido sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura (MEC, 2010, p.12)
A criança é vista com um papel social que conta com direitos e deveres, em
que sua cultura e história devem ser respeitadas, permitindo que o seu pré-conceito
adquirido com a família não seja desfeito, e levar para sala de aula possa ser inserido
informações científicas que sustentam o estudo e a pesquisa.
Segundo DCNEI (2010), a caracterização teórica do projeto político
pedagógico está pautada em:
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Oferecendo condições e recursos para que as crianças usufruam seus direitos
civis, humanos e sociais; Assumindo a responsabilidade de compartilhar e
complementar a educação e cuidado das crianças com as famílias;
Possibilitando tanto a convivência entre crianças e entre adultos e crianças
quanto à ampliação de saberes e conhecimentos de diferentes naturezas;
Promovendo a igualdade de oportunidades educacionais entre as crianças de
diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens culturais e às
possibilidades de vivência da infância; Construindo novas formas de
sociabilidade e de subjetividade comprometidas com a ludicidade, a
democracia, a sustentabilidade do planeta e com o rompimento de relações de
dominação etária, sócio econômica, étnico racial, de gênero, regional,
linguística e religiosa (MEC, 2010, p. 17)
Sendo portanto, a caracterização teórica para o ensino da Educação Infantil
considerando o desenvolvimento intelectual, afetivo e social com respeito ao aspecto
histórico social que a criança vivencia. O conhecimento trago pelo aluno ao adentrar no
ambiente escolar deve ser considerado, como continuidade no processo de ensino e
aprendizagem.
Ao observar que nesse processo, a criança passa por níveis, com avanços e
recuos, até se apossar do código linguístico e dominá-lo. O tempo necessário para o
aluno passar por cada uma das etapas é variável. Porque, duas das implicações mais
relevantes da construção do conhecimento é a prática de sala de aula, respeitando a
evolução de cada criança acompanhando seu desempenho.
Conforme Paulo Freire (1979), (1987), Emília Ferreiro e Ana Teberosky
(1986) os processos de aprendizagem estão relacionados ao ciclo de desenvolvimento
cognitivo e a aplicação de métodos de ensino. Considerando:
A existência, porque humana, não pode ser muda, silenciosa, nem tampouco
pode nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras, com que os
homens transformam o mundo. Existir, humanamente, é pronunciar o mundo, é
modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos
sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar. (...) dizer a palavra não é
privilégio de alguns homens, mas direito de todos os homens. Precisamente por
isto, ninguém pode dizer a palavra verdadeira sozinho, ou dizê-la para os
outros, num ato de prescrição, como qual rouba a palavra aos demais (FREIRE,
1987, p. 50).

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No ensino de crianças, não se aprende por pedacinhos, não são pedaços
soltos e isolados, mas por mergulhos em conjuntos de problemas que envolvem vários
conceitos simultaneamente. O conhecimento adquirido antes de entrar na escola deve
ser envolvido em uma explicação científica da teoria apresentada para que haja a
continuidade da formação educacional.
Para Freire (1979) que acreditava na validade da educação, e de toda ação
educativa devidamente precedida de uma reflexão sobre o homem e de uma análise do
meio de vida concreto do homem, a quem queremos educar, ou melhor, dito: “a quem
queremos ajudar a educar-se”. (FREIRE, 1979, p. 19).
A aprendizagem acontece sempre mediada por uma relação entre pessoas,
e não de forma intimamente autônoma. Aprendemos algo com o apoio de outro sujeito
que oferece significados e possibilita refletir sobre nosso contexto social, tendo em vista
que a ausência de mediação, juntamente com a complexidade de determinados
processos, acaba impossibilitando o nosso desenvolvimento cognitivo.
Para Pontes (2010) a escola reflete abordagens metodológicas, relacionais e
sócio-culturais, envolvendo o ponto de vista de quem ensina e de quem aprende
incluindo a participação da família e da sociedade, por meio de um espaço amplo com
diferentes vivências, conhecimento e leitura de mundo.
No espaço escolar, quando o aluno apresenta dificuldades no processo de
aprendizagem o professor planeja atividades que construam concepções, promovendo
ações que resgatem a autoestima do aluno compreendendo o entrave causado quando
o mesmo não se sente protagonista no aprendizado. Dessa forma, o ato de aprender
estagna comprometendo o desenvolvimento pois o aluno desacredita no seu
aprendizado.
Uma vez que, ser o mais vagaroso não significa que a criança seja menos
inteligente ou mais dedicada do que as outras, mas sim, estabelecer como prioridade o
aprendizado de cada criança proporcionando abordagens e recursos diferentes que
possibilitem o desenvolvimento educacional.
Segundo as observações de Bossa (2000), as características acerca da
psicopedagogia são: detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem;
participar da dinâmica das relações da comunidade educativa; a fim de favorecer
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processos de integração e troca; promover orientações metodológicas de acordo com
as características dos indivíduos e dos grupos; realizar processos de orientação
educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo.
A atenção da psicopedagogia se volta para o aluno com tais atrasos do
desenvolvimento global, analisando as questões sociais, culturais e históricas
apresentando concepções que permitam que seus conhecimentos sejam valorizados e
atribuídos em reflexões com bagagem científica cooperando para formação do
conhecimento. Segundo Golbert (1985), pode se considerar “um objeto de estudo: a
identificação, a análise, a elaboração de uma metodologia de diagnóstico e tratamento
das dificuldades de aprendizagem” (GOLBERT, 1985, p. 13).
A ação psicopedagógica requer compreender o que o aluno aprende e por
que ele aprende, fazendo diagnóstico, orientando, investigando e acompanhando o
desenvolvimento, colaborando com diferentes abordagens que permitam a
compreensão de conteúdos por meio de mecanismos facilitadores de aprendizagem.
No entanto, para aprender são necessárias condições cognitivas - construção do
conhecimento, afetivas - estabelecendo vínculos, criativas - utilizando o conhecimento
na prática do cotidiano e associativa - interação social.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A psicopedagogia na sua atuação da educação infantil tem uma função


complexa e por isso provoca algumas distorções conceituais quanto às atividades
desenvolvidas pelo psicopedagogo. Numa ação interdisciplinar ela dedica-se áreas
relacionadas ao planejamento educacional e assessoramento pedagógico, colabora
com planos educacionais e lúdicos no âmbito das organizações, atuando numa
modalidade cujo caráter é clínico institucional, ou seja, realizado propostas
educacionais.
O profissional da Psicopedagogia é o intermediador entre o educando e o
educador, a fim de manter sempre o propósito de uma aprendizagem que possibilite a
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interação entre as duas partes. Ele propõe e auxilia no desenvolvimento de projetos
favoráveis às mudanças educacionais, visando à descoberta e o desenvolvimento das
capacidades da criança, bem como pode contribuir para que os alunos sejam capazes
de olhar esse mundo em que vive de saber interpretá-lo e de nele ter condições de
interferir com segurança e competência. Pode então perceber o quanto o
psicopedagogo é importante na instituição escolar, pois este profissional estimula o
desenvolvimento de relações interpessoais, o estabelecimento de vínculos, a utilização
de métodos de ensino compatíveis com as mais recentes concepções a respeito desse
processo. Procura envolver a equipe escolar, ajudando-a a ampliar o olhar em torno do
aluno e das circunstâncias de produção do conhecimento, ajudando o aluno a superar
os obstáculos que se interpõem ao pleno domínio das ferramentas necessárias à leitura
do mundo.
O período escolar, ainda mais o ensino infantil, é uma das fases mais
importantes na vida de uma pessoa. Afinal, é nela em que alguns traços de
personalidade são construídos, e o ambiente escolar desempenha um papel
socializador em que a criança começa a ampliar sua rede de relações. Especialmente o
professor nessa fase, tem forte contribuição para que ela consiga desenvolver
conhecimentos expressivos.
Já as habilidades desse educador é saber a tênue diferença entre brincar e
ensinar, já que é brincando que as crianças amadurecem, exploram o ambiente e
refletem sobre as formas culturais onde vivem. Em contrapartida, o professor deve
utilizar seus conhecimentos para elaborar comentários, formular perguntas, provocar
desafios e incentivar a verbalização.
Portanto, além das rotinas de sala de aula, o professor em educação infantil
tem o compromisso em manter um zelo pelas crianças que as acompanham em todos
os ambientes, desde os pátios da escola até na convivência em casa com seus pais.
Por isso, o papel do professor é fundamental no andamento das atividades
na Educação Infantil, pois ele é o mediador entre a criança e o conhecimento. Assim
sendo, é extremamente necessário que esse profissional esteja em uma constante
busca por aprender sobre o desenvolvimento de crianças e a forma como elas veem e

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sentem o mundo, criando oportunidades para elas manifestarem seus pensamentos,
linguagem, criatividade, reações, imaginação, ideias e relações sociais.

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