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O Papel do Psicopedagogo na Educação Inclusiva

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Instituição

Resumo

Este trabalho tem como objetivo destacar a importância da Psicopedagogia no


processo da educação inclusiva. A educação inclusiva não é uma tendência e sim
uma realidade que vem assegurar a todos uma igualdade de ensino e qualidade,
e nesta tendência a psicopedagogia tem um importante papel que objetiva a
assistência aos alunos que apresentam dificuldades no processo de aquisição do
conhecimento, ou seja, no processo de aprendizagem. No que se refere aos
portadores de deficiência, sabe-se que existe uma grande preocupação
governamental em prol destas pessoas. Diversos trabalhos têm sido publicados
sobre o assunto o que mostra a preocupação de pesquisadores em tornar deste
um assunto discutido dentro de nossa sociedade. Grandes são os esforços para
que as pessoas com deficiência deixem de ser tratadas com indiferença e
descrença, proporcionando a eles oportunidades de vida iguais a de pessoas sem
deficiência. Este trabalho buscou trazer um olhar diferente para o deficiente,
incentivando-os a alcançar caminhos e objetivos além de suas limitações. O
objetivo geral deste trabalho foi valorizar a importância da atuação do
psicopedagogo no processo de inclusão na instituição escolar.

Palavras-chave: Inclusão, psicopedagogo, deficiência.

Abstract
This paper aims to highlight the importance of Psychopedagogy in the process of
inclusive education. Inclusive education is not a trend, but a reality that assures
everyone an equality of teaching and quality, and in this tendency the
psychopedagogy has an important role that aims at assisting students who
present difficulties in the process of knowledge acquisition, that is , in the process
of learning. With regard to people with disabilities, it is known that there is a great
government concern for these people. Several works have been published on the
subject which shows the concern of researchers in making this a subject
discussed within our society. There are great efforts to ensure that people with
disabilities are no longer treated with indifference and disbelief, providing them
with life chances equal to those without disabilities. This work sought to bring a
different look to the disabled, encouraging them to reach paths and goals beyond
their limitations. The general objective of this study was to value the importance of
the psychopedagogue's role in the inclusion process in the school institution.

Keywords: Inclusion, psychopedagogues, disability

1 INTRODUÇÃO

Como o intuito de introduzir na sociedade pessoas descriminadas veio a


inclusão. Segundo Soares e Sena (2012) "enquanto a pessoa está adequada às
normas, no anonimato, ela é socialmente aceita. Basta, no entanto, que ela
cometa qualquer infração ou adquira qualquer traço de anormalidade para que
seja denunciada como desviante". Analisando o histórico social de indivíduos
portadores de deficiência, este trabalho vai muito além de uma análise clínica, ou
seja, o indivíduo não é mais visto apenas como um ser doente e sim como um
indivíduo capaz de acompanhar as mudanças da sociedade, torna-os assim um
ser participante “normal” dentro de suas limitações, o que resulta na sua inclusão
social e educacional.

O papel do psicopedagogo é oferecer a possibilidade do desenvolvimento


do indivíduo, de forma que o mesmo seja autor do seu processo educacional,
tornando-o um cidadão, inserindo-o no contexto social o que acarreta por fim na
sua inclusão social. Desta maneira, sua função vem para possibilitar o
desenvolvimento de novas habilidades, percepções, entendimentos.

Quando se trata de indivíduos com deficiência, o papel do psicopedagogo


se torna ainda mais desafiador, uma vez que além de desenvolver habilidades é
preciso faze-la lidando com as limitações de que as deficiências trazem, seja de
forma individual ou coletiva. Desta maneira, o trabalho do psicopedagogo com
indivíduos com deficiências precisa ser feito em total parceria com instituições de
ensino.

Constantemente, encontra-se alunos que não acompanham o ritmo de


suas turmas, e isto pode ocorrer por motivos diversos, sejam elas, pequenas
adaptações a novas escolas a novos colegas ou questões mais complexas de
caráter intelectual, onde entram as deficiências que precisam ser vistam com
carinho e tratadas de maneiras especial, uma vez que podem afetar diretamente
todo o desenvolvimento dentro do âmbito escolar. Por isso é extremamente
importante essa parceria para que haja a oferta de condições adequadas e
métodos de ensino diferenciados a fim de progredir a aprendizagem do aluno, e
podendo até superar o atraso (OSTI, 2015).

Diferentemente do que muitas pessoas pensam, a inclusão não vem trazer


uma “educação especial”, e sim para proporcionar a criança com deficiência uma
condição igualitária que possibilitem a aprendizagem e a construção do seu
próprio conhecimento, tornando-o agente participante do mundo que o cerca:
familiar, comunitário e empresarial. Sendo ele então portador de múltiplas
inteligentes e não apenas uma criança que porta uma limitação, seja física ou
intectual (SOARES, 2012).

Sendo assim, a escolha deste tema se deu com o intuito de lembrar a importância
do psicopedagogo, que vem a ter uma atuação mais desafiadora quando se trata
de atuar com seres deficientes (OSTI, 2015).

2 METODOLOGIA

Para a elaboração deste trabalho a metodologia realizada foi a pesquisa


bibliográfica, assim como a webliografia, visando ampliar os conhecimentos
acerca do tema escolhido. Os livros de diversos autores, revistas, citações e
artigos usados nortearam o desenvolvimento deste artigo. Bem como, analise de
palestras onlines a acerca do tema, tiveram grande contribuição para a
construção deste trabalho.
3 A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA PARA SUPERAÇÃO DAS
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

O trabalho psicopedagógico, não é apenas a aplicação de conhecimentos


da psicologia aos da pedagogia, e sim um trabalho interdisciplinar e
multidisciplinar, que visa compreender os processos de aquisição do
conhecimento do educando e assim identificar as dificuldades que decorrem
deste processo. (CARDOZO, 2011), diz que o psicopedagogo deve ser um bom
observador para atingir os “demais passos: entendimento, prevenção, atuação e
intervenção”. Possibilitando assim a seleção de estímulos que favoreçam ao
educando a recepção de práticas pedagógicas. Levando em consideração que as
dificuldades de aprendizagem podem ser diagnosticadas em diversas origens e
naturezas como cognitiva, neurológica, motora, emocional ou social, cabe ao
psicopedagogo realizar uma investigação psicopedagógica a fim de identificar não
só origem da dificuldade, mas também auxiliar aos educandos em sua produção
escolar e oferecendo aos mesmos, condições para o desenvolvimento de suas
potencialidades cognitivas. Diagnosticar e intervir são práticas decorrentes da
psicopedagogia, o diagnóstico permite ao psicopedagogo investigar e levantar
hipóteses provisórias que identificam as causas que acarretam as dificuldades de
aprendizagem, na intervenção são adotados procedimentos que interferem no
processo. De Castro (2004) diz que “é importante destacar as relações mútuas
entre as duas atividades, já que um bom diagnóstico é necessário para o
planejamento de uma intervenção adequada”.
Vale ressaltar que neste trabalho de diagnóstico e intervenção, a interelação da
família, ou seja, dos pais, a escola e os professores é muito importante, pois
fazem parte do mundo afetivo e social da criança e o psicopedagogo no processo
de intervenção tem como objetivo compreender a criança, a fim de “colocar-se no
meio” fazendo uma ponte entre a criança e seus objetos de conhecimento.
Durante a avaliação psicopedagógica o psicopedagogo realiza algumas
atividades como observação e análise do histórico familiar, bem como a história
de vida do aluno e de sua família, realiza testes com jogos e brincadeiras, além
de conversar com os educadores e familiares do educando em processo
avaliativo psicopedagógico. No entanto estas atividades não são realizadas
apenas com o psicopedagogo, mas também fazem parte do processo, a família, a
escola, equipe interdisciplinar e os professores.
Todas as atividades que são realizadas em um acompanhamento
psicopedagógico tem como finalidade a superação das dificuldades de
aprendizagem, por meio do levantamento do perfil familiar e escolar do educando
e identificação do problema, para a partir daí o psicopedagogo articular todas as
informações levantadas com todos os envolvidos neste processo, para elaborar
novas estratégias para o ensino e aprendizagem, bem como novos conteúdos e
sugestões de materiais a serem utilizados na aplicação destes conteúdos com
intermediações psicopedagógicos. É importante que durante o acompanhamento
psicopedagógico o educando seja estimulado para que realize suas atividades
com autonomia, desse modo serão observadas suas potencialidades e suas
dificuldades. Contudo, “(...) o psicopedagogo auxiliará o sujeito a reelaborar sua
história de vida, reconstruindo fatos que estavam fragmentados, e a retomar o
percurso normal de sua aprendizagem.” (CARDOZO, 2011).

4 PSICOPEDAGOGIA: ASPECTOS HISTÓRICOS E DESAFIOS ATUAIS

Mediante a consulta de literaturas especializadas neste tema, encontramos


diversas definições acerca do tema psicopedagogia. Listamos a baixo algumas
delas:
 Psicopedagogia: aplicação da psicologia experimental à pedagogia (NOVO
DICIONÁRIO AURÉLIO DA LÍNGUA PORTUGUESA, 1985, p. 1412).
 A compreensão do indivíduo enquanto um ser aprendiz é a proposta da
psicopedagogia, enxergando o indivíduo como um ser cheio de dúvidas,
fazendo escolhas e tomando decisões a cada passo do longo caminho
percorrido em vida (DE CASTRO 2004).
 A psicopedagogia é uma área interdisciplinar que presta serviços, por meio da
qual psicólogos, fonoaudiólogos, educadores e outros profissionais, procuram
ajudar crianças ou adultos em suas dificuldades de aprendizagem ou em seus
desígnios de aprofundarem aspectos de seus conhecimentos que a escola,
como instituição, não pode ou não quis cuidar" (NOFFS, 2003)
 Psicopedagogia, área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e
com os problemas dele decorrentes, recorrendo aos conhecimentos de várias
ciências, sem perder de vista o fato educativo, nas suas articulações sociais
mais amplas (PATERRA; RODRIGUES, 2013)

Deste modo, nota-se que diversos estudiosos referem-se a Psicopedagogia como


uma área de estudo interdisciplinar, integrada por diversas ciências, como
pedagógica, psicológica, fonoaudiologia, que está a serviço do desenvolvimento
do processo de ensino e aprendizagem (DE CASTRO 2004).

A Psicopedagogia apresenta modalidades de atuação, como a clínica e a


institucional. A intervenção clínica é a mais antiga e surgiu na fronteira entre a
psicologia e a pedagogia, privilegiando o atendimento individual de forma
terapêutica. Assim, as escolas encaminham o aluno com dificuldades de
aprendizagem para as clínicas. Estas clínicas geralmente trabalham com uma
equipe interdisciplinar composta por psicopedagogo, psicólogos, fonoaudiólogos,
médicos, que, após o diagnóstico, iniciam o tratamento (OSTI, 2015).

A intervenção institucional é mais recente. Ela geralmente é desenvolvida na


própria escola com o objetivo de prevenir ou superar as possíveis dificuldades de
aprendizagem. Este trabalho pode ser realizado pela equipe interdisciplinar da
escola composta por professores, psicopedagogo, coordenador, diretor, enfim,
pelos profissionais disponíveis na unidade escolar.

Desta forma, a Psicopedagogia tem procurado contribuir para a conscientização


da importância do ato educativo, através de uma prática transformadora, visando
especialmente o sucesso do aluno e a melhoria na qualidade do processo de
ensino e aprendizagem.

As primeiras ideias sobre Psicopedagogia, segundo consta de literaturas


específicas, são originárias da França, por volta de década de 40. Nesta época, a
Europa se mobilizava em estudar as possíveis influências de origem orgânica no
comprometimento do sucesso escolar (NOFFS, 2003)
Assim, unidos por objetivos comuns, médicos e educadores passaram a
desenvolver um trabalho conjunto de pesquisa no sentido de diagnosticar os
possíveis problemas, visando intervenções orgânicas e pedagógicas.

Para que isso se concretizasse, foi criado em 1946 em Paris o "1º Centro
Psicopedagógico", que tinha como objetivo desenvolver um trabalho cooperativo
médico-pedagógico para crianças com problemas escolares ou comportamentais.
A denominação "Centro Psicopedagógico" vem por sugestão da própria equipe de
trabalho, por entender que os pais das crianças consideradas "problema"
encaminhariam seus filhos com mais facilidade e de forma menos traumática,
para uma consulta psicopedagógica do que para uma consulta médica
(OLIVEIRA, 2013)

Os "Centros Psicopedagógicos" na França se multiplicaram até o início dos


anos 60. Este sucesso, dentre outros fatores, foi atribuído à equipe de trabalho
que era composta por médicos, psicólogos, pedagogos, psicanalistas e
reeducadores de psicomotricidade e da escrita (OSTI, 2015).

Esta equipe de trabalho, formada por diversos profissionais, transmitia grande


credibilidade aos pais. Nos centros, estes profissionais iniciavam seus trabalhos a
partir do diagnóstico pautado nas reclamações dos professores e/ou dos pais
sobre a criança. A partir deste referencial investigavam as relações familiares,
especialmente as conjugais e filiais, os métodos educativos e os resultados dos
testes de Q.I. (Testes de Inteligência) (SOARES, 2012).

Desta forma, após o diagnóstico baseado nos dados obtidos, o médico passava a
orientação para o tratamento terapêutico ou encaminhava a criança para o
trabalho pedagógico, visando corrigir as inadaptações escolares e/ou sociais.

No final dos anos 60, na própria França, esta forma de Psicopedagogia


diagnóstica, assumindo um caráter clínico, passou a ser veementemente
questionada por educadores que, já há algum tempo, estavam se sentindo
incomodados com a indiscriminada rotulação de alunos, sem a menor
preocupação com o contexto sócio-educacional (SOARES, 2012).
Após vários questionamentos e reflexões, o ano de 1967 transformou-se em um
ano decisivo para os novos rumos da Psicopedagogia. Oliveira (2013) afirma que
"medir, observar, testar, rotular o aluno individualmente, sem conhecer o
funcionamento de sua classe na escola é muito arriscado e, no mínimo, abstrato
demais, podendo, inclusive, comprometer toda a sua formação". Sendo assim,
propõe-se um trabalho institucional, no qual pedagogos e psicólogos convivem
com professores e alunos em um trabalho integrado.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho do psicopedagogo objetiva uma convivência harmônica na


comunidade escolar, assegurando os direitos dos indivíduos tidos "especiais".
Dentro do ambiente escolar cabe ao psicopedagogo avaliar o aluno, no sentido de
entender as causas que motivam a dificuldade de aprendizagem de cada aluno
que a tenha, e não de rotula-lo como bom um ruim aluno. Após desenvolver um
trabalho de diagnostico com os alunos, cabe ao psicopedagogo orientar aos
professore sobre a melhor maneira que deve ser trabalhada com cada aluno,
enfatizando quanto às necessidades específicas, adaptações curriculares,
metodologias adequadas, habilidades e dificuldades do sujeito e também auxiliar
esse aluno em totó o seu processo de aprendizagem, criando táticas que
viabilizem e promovam o desejo de aprender. Portanto a escola atual precisa
romper as barreiras da exclusão, promovendo o desenvolvimento de cada
indivíduo respeitando suas dificuldades e limitações, uma vez que a educação é a
peça fundamental para a promoção do desenvolvimento e oportunizando o
desenvolvi=mento de um indivíduo pleno, justo e humanamente feliz e está
promoção deve começar na escola. Partindo do ponto de que todo sujeito é capaz
de aprender, a psicopedagogia dentro da escola vem para tornar a inclusão mais
eficaz e possível.

6 REFERÊNCIAS
CARDOZO, Aline Souza Moraes Schroeder. A ATUAÇÃO DO
PSICOPEDAGOGO NA ESCOLA INCLUSIVA. 2011

DE CASTRO, Maria Luiza Garitano. Oolhar PSICOPEDAGÓGICO NA


INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL: O PSICOPEDAGOGO COMO AGENTE DE
INCLUSÃO SOCIAL. 2004.

NOFFS, Neide de A. Psicopedagogo na rede de ensino: a trajetória institucional


de seus atores-autores. São Paulo: Elevação, 2003.

OLIVEIRA, Silvia Suely Sillos de. A importância do psicopedagogo frente às


dificuldades de aprendizagem. Novembro-2006, 2013.

PATERRA, Marcos Tadeu Garcia; RODRIGUES, Silvestre Coelho. Atuação do


psicopedagogo nos diversos e complexos contextos de dificuldades de
aprendizagem nas instituições escolares. Educação, Gestão e Sociedade, v. 4,
n. 14, p. 2-10, 2014.

OSTI, Andréia et al. A atuação do psicopedagogo em instituições de ensino: relato


de experiência. Revista de Educação, v. 8, n. 8, 2015.

SOARES, Matheus; SENA, Clério Cezar Batista. A contribuição do


psicopedagogo no contexto escolar. Associação Brasileira de Psicopedagogia,
p. 1-9, 2012.

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