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CENTRO UNIVERSITARIO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO

MARANHÃO - UNIFACEMA
BACHARELADO EM O D O N T O L O G I A

KAWYTA COSTA CHAVES


LUCAS GABRIEL DA SILVA ALMADA
SAMMYA RAQUEL ALEXANDRINA DE SOUZA
WILLIAN SETE SILVA VERAS

RELATÓRIO DAS AULAS PRÁTICAS

CAXIAS-MA
2023
KAWYTA COSTA CHAVES
LUCAS GABRIEL DA SILVA ALMADA
SAMMYA RAQUEL ALEXANDRINA DE SOUZA
WILLIAN SETE SILVA VERAS

RELATÓRIO DAS AULAS PRÁTICAS

Relatório das atividades práticas como


requisito para obtenção da nota NP4 da
disciplina ODONTOLOGIA NO
ATENDIMENTO À GRUPOS ESPECIAIS.

Professor: Romário Reis Nascimento


Carvalho

autor.

Titulo do trabalho

Tipo e local.

Palavras chaves.
CDU:)
CAXIAS-MA
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 04
2 OBJETIVOS................................................................................................. 05
3 METODOLOGIA...........................................................................................06
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................07
5 CONCLUSÃO...............................................................................................10
REFERÊNCIAS............................................................................................11
ANEXOS.......................................................................................................12
1 INTRODUÇÃO

O serviço oferecido em clínica da matéria de odontologia no atendimento a


grupos especiais, englobou pacientes dos mais variados quadros clínicos, como:
gestantes, pacientes com doenças sistêmicas, pacientes em tratamento de
ansiedade entre outros.
As razões das necessidades especiais são inúmeras, indo desde doenças
hereditárias até defeitos congênitos, passando por alterações que ocorrem durante a
vida, como doenças sistêmicas, alterações comportamentais, envelhecimento etc
(Varellis et al., 2019).
As necessidades especiais formam um grande grupo que nem sempre pode
ser identificado pelo aspecto físico; por isso, o cirurgião-dentista deve realizar
anamnese minuciosa a fim de detectar possíveis alterações e, assim, proporcionar
atendimento odontológico integral e seguro ao paciente. É importante destacar que
“especial” não diz respeito apenas ao indivíduo malformado; o aspecto de
normalidade pode disfarçar doenças sistêmicas crônicas, que requerem adequação
do tratamento odontológico (Varellis et al., 2017).
E dentre elas, podemos destacar as doenças cardiovasculares, a exemplo a
hipertensão arterial, sendo definida como uma doença assintomática, caracterizada
pela elevação anormal de pressão sanguínea, sendo a pressão sistólica maior ou
igual a 140 mmHg e a diastólica maior ou igual a 90 mmHg, em indivíduos que não
estão fazendo uso de medicação anti-hipertensiva (Brasil et al., 2006).
É preciso então ter uma conduta mais específica com estes pacientes, pois
manejo odontológico dos portadores de doenças cardiovasculares controladas
exige uma atenção especial, isso inclui exames complementares e sessões curtas
preferencialmente no período da manhã, deve-se primeiramente ter um
monitoramento da pressão arterial e frequência cardíaca para que diminua o risco
de crise hipertensiva durante o atendimento, caso o paciente esteja com medo ou
ansiedade, é necessário controlar com benzodiazepínicos (dose única) ou Óxido
Nitroso (Wani-parekh et al., 2017; e Balon et al., 2018).
2 OBJETIVOS

Reconhecer quem é o paciente com necessidades especiais, com noções


básicas de manejo odontológico, realizando uma avaliação minuciosa da história
medicamentosa do paciente, a fim de estabelecer o impacto desses fármacos sobre
o organismo bem como os riscos de e interações ou contraindicações de
medicamentos para estabelecer o tratamento odontológico mais adequado.
Aplicar técnicas para diagnosticar, planejar, executar e avaliar os problemas
de saúde bucal mais prevalentes no paciente com necessidades especiais.
3 METODOLOGIA

Atividades práticas que foram realizadas na UBS UNIFACEMA. As mesmas


consistiram em atendimentos odontológicos de pacientes que requerem cuidados
especiais. Com a divisão prévia da turma em grupos compostos por quatro alunos
cada. Onde cada grupo executou durante cinco clínicas, realizando os atendimentos
e acompanhamentos de um mesmo paciente, dentro da possibilidade.
Foi também utilizada a classificação proposta por Varellis e Lara para
pacientes com necessidades especiais (PNE).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
As necessidades especiais esbarram em um universo complexo e diverso.
Em odontologia, isso não é diferente apesar de a Classificação Internacional de
Doenças (CID) e a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e
Saúde (CIF) classificarem o paciente do ponto de vista da doença e das
potencialidades, respectivamente, não existe uma classificação das necessidades
odontológicas especiais. O paciente é diagnosticado pelo profissional e tem suas
sequelas da doença de base reconhecidas, bem como a identificação de suas
limitações físicas.
Porém tal classificação não existe dentro da odontologia, tendo isso em vista
Varellis & Lara, 2005 propuseram uma classificação para os pacientes PNE, levando
em conta diversos aspectos, dividindo-lhes da seguinte forma: abordagem,
mobilidade e estabilização, plano de tratamento, medicamentos, procedimentos,
anesetesia geral e sedação consciente.
Paciente M.M.C., 74 anos, sexo masculino, apresentou-se a Clínica do
UNIFACEMA onde o mesmo foi redirecionado para a Clínica de PNE (Pacientes
com necessidades especiais). Paciente possui HA (hipertensão arterial), faz uso
diário de Losartana 50mg de 12 em 12 horas, ao exame clínico extraoral, não foram
observadas alterações, já durante o exame intraoral, foi constato o uso de PPR mal
adaptada, presença de cálculo dentário no 5° sextante, recessão gengival nos
elementos 31, 32, 41, 42, 43 e 45 com presença de mobilidade grau I nos elementos
31 e 41 devido a perda óssea.
A HA é um grave problema de saúde pública e é uma das doenças crônicas
responsáveis por expressivas taxas de internação, custos elevados com a
morbimortalidade associada à doença e comprometimento da qualidade de vida dos
portadores . Acomete cerca de 10 a 20% da população adulta e 90% dos pacientes
idosos. Geralmente, suas complicações podem levar a comprometimento cardíaco,
renal, cerebral, arterial e oftalmológico, limitando as atividades e encurtando a vida
do paciente (Dallacosta et al., 2010).
O plano de tratamento foi então elaborado segundo as necessidades do
paciente, incluindo sessões de raspagem com curta duração e antibióticoterapia
prévia em caso de procedimentos mais invasivos conforme o que diz a literatura de
(Cahill et al., 2017; Souza et al., 2017) durante a primeira sessão foi feita a aferição
da pressão arterial do paciente e realizada a tomada radiográfica dos elementos 31,
32, 41, 42 devido a exposição das porções radiculares e presença de cálculo
dentário.
Mediante a presença de perda óssea vertical que foi constatada com a
radiografia periapical, foi então realizada terapia periodontal básica, devido a sua
efetividade no controle da formação de cálculo dentário (Neto et al., 2011) ainda
dentro da primeira consulta ,a raspagem supra gengival foi feita afim de reduzir o
acumulo de cálculo, seguido de profilaxia com pedra pomes e pasta profilática, para
que na consulta seguinte, prosseguíssemos com o acompanhamento do paciente,
foram também repassados orientações sobre a higiene bucal que se encontrava
deficiente.
No retorno, o paciente apresentou nova deposição de placa nos elementos
que haviam sido raspados anteriormente, o que fez com fosse necessária uma nova
raspagem, fator que é explicado por Varellis et al., 2017 onde é dito que o uso
constante de anti hipertensivos causa no paciente uma maior tendência a
desenvolver xerostomia (diminuição da produção de saliva) o que causa maior
aparição de doença periodontal e cárie.
Foi então realizada uma nova raspagem nos elementos 31, 32, 41 e 42 e
paciente foi orientado a manter os cuidados com higiene bucal a fim de que fosse
reduzida a presença de placa para evitar a formação de novos cálculos.
Durante a terceira consulta, foi então discutido com uma das professoras uma
nova conduta para o tratamento dos elementos 31 e 41 pois os mesmos
apresentavam mobilidade grau I, onde então foi decido que seria feita uma nova
raspagem para condicionamento do meio bucal e posterior exodontia dos incisivos
centrais inferiores.
Após a mudança no rumo do tratamento do paciente, as devidas medidas
foram tomadas para que fosse realizado o ato cirúrgico, profilaxia antibiótica prévia
foi então receitada seguindo o que é dito por Varellis et al., 2017 utilizando a
Amoxicilina 2g administrada via oral, uma hora antes do procedimento para evitar
riscos de endocardite bacteriana, para efeitos anti-inflamátios e analgesia foram
decididos Benzidamina 50mg de 06 em 06 horas e Dipirona 500mg de 06 em 06
horas ambos por três dias.
A escolha do anéstico a Lidocaína foi o anestésico de escolha pois, o uso de
anestésicos para pacientes cardiopatas controlado de primeira escolha é Lidocaína
2% com epinefrina 1:100.000 (máx 2 tubetes), evitar uso de mais 0,04mg de
vasoconstritor adrenérgico por sessão de atendimento, também é indicado o
anestésico Prilocaína 3% com felipressina 0,03UI/mL (máx 3 tubetes) sendo
contraindicado o uso de mais de 0,18UI de felipressina por sessão de atendimento
(Souza et al., 2017; Andrade et al., 2014; Araújo et al., 2011).
Chegado o dia do procedimento, foi feito o check-list para o precedimento e
discussão do caso com um dos professores da faculdade, onde o mesmo sugeriu
uma abordagem mais conservadora onde através de novas sessões de raspagem
pudessemos então dimiuir a presença de placa bacteriana e consequentemente a
formação de cálculo dentário através do controle mecânico (Caballero et al., 2011).
Diante da nova mudança do protocolo, foi então realizada nova raspagem e
fornecidas novamente as orientações ao pacientes para que o mesmo mantivesse
os cuidados com a higienização, utilizando da forma correta escova de cerdas
macias, quantidade adequada de creme dental e fio dental, por no mínimo três
vezes ao dia, conforme o que é dito por Pedrazzi et al., 2009.
Durante a quinta e última consulta, foi observada uma melhora significativa no
quadro do paciente, uma vez que o IVC (índice de placa visível) havia diminuído,
porém ainda se apresentavam alguns sítios de deposição de biofilme, entre os
dentes n° 31 e 41, foi novamente realizada raspagem e o paciente foi então
encaminhado para acompanhamento no CEO (Centro de Especialidades
Odontológicas) para continuar o tratamento.
5 CONCLUSÃO

Foi possível então reconhecer o paciente PNE, classifica-lo e aplicar as


técnicas de manejo ideais para abordar da acolher da forma devida o paciente,
avaliando seus dados e informações que foram obtidas diante da anamnêse e
também baseado naquilo que é proposto pela literatura, compreendendo risco dos
procedimentos a serem realizados, avaliando, planejando e executando
corretamente o tratamento.
Nos capacitando para a atuação no mercado de trabalho para atender as
necessidades desses paciente e também nos aprimorando como pessoas.
REFERÊNCIAS

BALON, R. et al. Benzodiazepines: a valuable tool in the management of


cardiovascular conditions. Psychotherapy and psychosomatics, v.87, n. 6, p. 327-
331, 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de Atenção Básica - Hipertensão Arterial. n. 15,


p. 58, 2006.

CABALLERO, A.; RICAURTE, M.; CONRADO, C. Cálculo dental: una revisión de literatura y
presentación de una condición inusual. Acta odontológica venezolana, v. 49, n. 3, 2011.

CAHILL, T. J., et al. Antibiotic prophylaxis for infective endocarditis: a systematic


review and meta-analysis. Heart, v. 103, n. 12, p. 937-944, 2017.

DALLACOSTA, F. M. et al. Perfil de hipertensos cadastrados no programa Hiperdia de uma


unidade básica de saúde. Unoesc & Ciência – ACBS. v. 1, n. 1, p. 45-52, 2010.

NETO, I. M. et al. Avaliação do sucesso da terapia periodontal não cirúrgica. Follow up de


período curto. Revista Odontológica do Brasil Central, v. 21, n. 57, 2012.

SOUZA, A. F., et al. Dental management for patients undergoing heart valve
surgery. Journal of Cardiac Surgery, v. 32, n. 10, p. 627–632, 2017.

PEDRAZZI, Vinícius et al. Métodos mecânicos para o controle do biofilme dentário


supragengival. Periodontia, p. 26-33, 2009.

WANI-PAREKH, P. et al. Guide of hypertensive crisis pharmacotherapy.


Cardiovascular & Haematological Disorders-Drug Targets. Formerly Current Drug
Targets-Cardiovascular & Hematological Disorders, v. 17, n. 1, p. 52-57, 2017.

VARELLIS, M. L. Z. O Paciente com Necessidades Especiais na Odontologia - Manual


Prático. 3ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017.

VARELLIS, M. L. Z; Lara C. G. C. T. Simpósio: Odontologia Hospitalar e o Paciente com


Necessidades Especiais – A integralidade no atendimento. V Jornada de Odontologia
Hospitalar da APCD, II Jornada de Pacientes com Necessidades Especiais da APCD.
2005.
ANEXOS

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