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FACULDADE UNYLEYA

Trabalho de Conclusão de Curso

PEDAGOGIA

A IMPORTANCIA VERDADEIRA DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO NAS


ESCOLAS

RAFAELA DOS SANTOS PEREIRA

PORTO ALEGRE / RS
RAFAELA DOS SANTOS PEREIRA

A IMPORTANCIA VERDADEIRA DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO NAS


ESCOLAS

_________________________________________________________________
Prof. Nome – Orientador
RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo discutir e repensar a forma de administrar


uma escola pública, usando a temática “Gestão Escolar: a democratização da
escola”, apresentando ao leitor uma reflexão sobre o verdadeiro papel de um
gestor, suas características principais e os desafios encontrados para que haja
esta transformação para a participação e coletividade. A realização deste trabalho
partiu da necessidade de se construir uma gestão verdadeiramente democrática
nas escolas públicas. Será apresentado ao longo da leitura o conceito de gestão
democrática, suas concepções teóricas, a importância da construção coletiva do
projeto político pedagógico da escola e para finalizar, a analise de quanto ainda
teremos que caminhar ao encontro desta participação coletiva na escola, de uma
forma prática e não apenas teórica.

Palavras chaves: participação, escola, gestão escolar, trabalho coletivo.


1. Introdução

A educação voltada para a participação vem sendo repensada em todo país,


através do processo democrático busca-se estabelecer a qualidade do ensino,
bem como traçar as diretrizes que nortearão esta mudança. O novo paradigma
educacional tem na gestão escolar democrática e participativa o seu principal pilar
de sustentação, embasado nos princípios encontrados na Constituição Federal de
1988 e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº. 9394/96.
A gestão escolar participativa é entendida como o instrumento capaz de
democratizar a escola, através da descentralização das tomadas de decisões, da
construção coletiva e efetiva do projeto político pedagógico da instituição e da
articulação das relações sociais entre os sujeitos atuantes neste processo.
O estudo da gestão escolar atribui ao diretor da escola um papel de mediador
dos conflitos e anseios da instituição e não apenas o de mero administrador de
questões burocráticas. O gestor além das questões administrativas deve ser um
agente articulador e integrador das demandas, visando atingir objetivos
pedagógicos e sociais do estabelecimento de ensino e comunidade escolar.
A gestão democrática tornar-se-á realidade no ambiente escolar à medida que
haja o envolvimento de todos os agentes. A gestão participativa da escola
assume então, um papel diferente, voltado para o aluno e para o bem-estar de
toda comunidade escolar, segundo Hora (1994, p. 52), passa a “ser o resultado
do exercício de todos os componentes da comunidade escolar, sempre em busca
do alcance das metas estabelecidas pelo projeto pedagógico construído
coletivamente”.

1.1. Justificativa

Com um olhar voltado para a nova perspectiva de educação, onde a ação


pedagógica seja discutida por todos os atores sociais da escola, este trabalho tem
por finalidade refletir as práticas e ações que possibilitem uma administração
escolar democrática e participativa, comprometida com todos os segmentos do
cotidiano educacional.
1.2. Objetivos

Refletir sobre o novo paradigma da gestão escolar democrática nas escolas da


rede PÚBLICA, atribuindo ao gestor suas reais funções para o processo de
democratização da escola.

Objetivos específicos:

 Identificar a ação democrática nas escolas públicas sob a ótica dos


pensadores e teóricos da educação;
 Identificar as funções de um gestor escolar comprometido com a
participação coletiva;
 Identificar a forma democrática da construção do Projeto Político
Pedagógico das instituições de ensino;
 Identificar as ações necessárias para tornar a gestão escolar democrática e
participativa nas escolas públicas.

1.3. Organização do Trabalho

O presente trabalho preocupou-se em pesquisar a importância da gestão


democrática nas escolas da rede pública pública, bem como os passos que a
precedem, quais as metas necessárias a serem atingidas para se programar uma
gestão verdadeiramente participativa e quais os pontos negativos que barram a
democracia no ambiente escolar.

2. Fundamentação Teórica ou Referencial Teórico

Conceitos e Objetivos da Administração / Gestão: a gestão escolar numa


perspectiva democrática visa gerenciar as demandas da instituição de uma forma
coletiva e participativa, esquecendo-se do caráter autoritário que a hierarquia
tradicional da escola impõe. De modo geral sua função é de “buscar a realização
dos fins educativos, tanto as atividades-meio quanto as atividades-fim, que se
desenrolam na escola – e não somente as atividades de direção”, conforme
definição de Paro (2000).
Entende-se como atividades-meio os serviços e atividades complementares
para atendimento dos pais e alunos, como secretaria, zeladoria, portaria,
orientação escolar entre outros; e atividades-fim o processo de ensino-
aprendizagem como um todo, que ocorre dentro e fora da sala de aula.
O termo Gestão Escolar é um conceito recente que se diferencia da
nomenclatura administração usada até poucos anos atrás nas instituições de
ensino no Brasil; enquanto a segunda preocupa-se prioritariamente com as
questões burocráticas da escola e as soluções dos problemas cotidianos de uma
forma autoritária e hierárquica, a gestão preocupa-se com o envolvimento de
todos os setores da educação para atender as exigências sociais da comunidade
escolar de forma democrática.
Podemos classificar a gestão escolar em três áreas de funcionamento
interligadas de forma sistêmica. São elas:
 Gestão Pedagógica: área mais significativa da gestão escolar gerencia a
parte educativa da escola, estabelecendo objetivos para o ensino,
definindo as linhas de atuação, reconhecendo o perfil dos alunos e
comunidade escolar, acompanhando e avaliando a proposta pedagógica
bem como suas metas e objetivos, avaliando o desempenho dos alunos e
trabalhadores da educação como um todo. O diretor assume um papel de
articulador da gestão pedagógica auxiliado pelo coordenador pedagógico.
 Gestão Administrativa: gerencia a parte física da escola (prédio, materiais e
equipamentos que a instituição possui ou necessita) e a parte institucional
(legislação escolar e atividades de secretaria). Suas especificidades
encontram-se discriminadas no projeto político pedagógico e no regimento
escolar.
 Gestão de Recursos Humanos: gerencia a parte mais sensível da escola,
alunos, equipe escolar e comunidade. Torna possível o trabalho em
equipe, a participação efetiva da comunidade escolar na resolução dos
problemas, na construção e aplicação do projeto político pedagógico e
regimento escolar.
Para garantir o sucesso escolar é necessário que as três áreas da gestão
escolar sejam trabalhadas interligadas.
O papel do Gestor Escolar: podemos afirmar que a principal característica de
um bom gestor escolar é a liderança. O gestor deve ser o líder de seu grupo e,
portanto preocupar-se com o progresso de todos os integrantes da comunidade
escolar.
O líder do grupo deve ser democrático, saber opinar e propor medidas para
qualificar e garantir melhorias no ambiente escolar, como também aceitar
opiniões, abrir discussão para a solução de problemas de forma coletiva e
participativa.
Com o auxilio do coordenador pedagógico, o gestor escolar deverá traçar.
Estratégias para a construção coletiva do projeto político pedagógico da
instituição de ensino, bem como sua analise avaliação e reformulação periódicas,
tornando o espaço escolar um ambiente onde se pratique a democracia.
A proposta de educação utilizada pela escola deverá ser planejada
coletivamente por todos os segmentos que compõem a comunidade escolar,
compartilhando a responsabilidade, garantindo assim, o sucesso educacional. O
papel do gestor escolar é de fundamental importância neste planejamento, pois
ao mesmo tempo em que dever ser integrado escola-famíia-comunidade, devera
também ser exeqüível. Cabe ao gestor dar os esclarecimentos necessários para
tornar à comunidade para que o planejamento coletivo teórico possa ser
realmente posto em prática.
É função do gestor analisar a realidade em que a escola se encontra,
posicionando-se frente aos problemas e necessidades da instituição de ensino,
comprometendo-se com a realização das decisões de grupo e o bom
funcionamento da escola.
O ambiente escolar deve ser aprazível tanto para o aluno, quanto para a
comunidade escolar, cabe ao gestor tornar a escola um local onde todos os
integrantes dos segmentos escolar sintam-se bem, valorizados e atores do
processo educacional.
Analisamos algumas das características que um gestor deve ter para tornar o
espaço escolar democrático e participativo. Diante de todos os estudos sobre o
tema referido, perguntamo-nos porque alguns gestores ainda temem dividir o
poder de tomada de decisões com a comunidade escolar? Buscamos a resposta
para esta questão em PINTO e FELDMANN (1997, p. 240), onde afirmam que o
medo da perda de controle por parte dos gestores, pois “temem que relações
mais igualitárias entre eles e a comunidade provoque alterações de poder”.
É este medo que prejudica a ampliação da democracia e participação coletiva
da comunidade nas escolas publicas do Brasil, principalmente no município de
Sapucaia do Sul, Rio grande do Sul, cenário onde foi realizado este trabalho.

O Papel do Educador na Gestão Democrática: a gestão democrática exige que


todos os segmentos da escola entendam a importância da participação de cada
setor na construção da coletividade escolar, bem como da valorização desta
participação. Os educadores assumem um papel fundamental na mudança de
paradigmas quanto à nova forma de se gerenciar uma instituição de ensino
O educador, ao lado do gestor e do coordenador pedagógico, buscará meios
para trazer alunos e comunidade a participarem do processo democrático na
escola, segundo Veiga (2001, p. 18).

A gestão democrática implica primeiramente o repensar da estrutura de


poder da escola, tendo em vista sua socialização. A socialização do
poder propicia a prática da participação coletiva, que atenua o
individualismo da reciprocidade, que supera a expressão da autonomia,
que anula a dependência, de órgão intermediário que elaboram políticas
educacionais tais quais a escola é mera executadora.

Se para alguns gestores o medo da perda de poder impede uma maior abertura
para a participação da comunidade e a construção de uma gestão democrática na
escola, para alguns educadores o medo da “desacomodação” faz com que estes
não participem efetivamente das decisões da escola, bem como da construção do
planejamento escolar e do projeto político pedagógico.
O professor deve ter clareza quanto ao papel que assume na democratização
da escola, comprometendo-se com uma educação de qualidade voltada ao
individuo como um todo e as relações sociais. Cabe ao educador auxiliar no
processo de participação e na construção das metas que a instituição visa atingir,
opinando e agindo como ator deste processo e não um mero espectador dos
acontecimentos educacionais.
A docência não é um trabalho inerte, e sim de relações humanas e sociais, de
pessoas capazes de interagir no meio em que estão inseridos, buscando soluções
coletivas para problemas comuns dentro da instituição de ensino. É por meio da
coletividade docente, da elaboração dos objetivos comuns que o trabalho
pedagógico e administrativo da escola será dirigido e norteado.
As propostas de trabalho, as metas a serem atingidas e os objetivos comuns
firmados coletivamente é que definirão o destino dos cidadãos que queremos
auxiliar na formação tanto intelectual quanto social. Somente a participação
coletiva e efetiva do corpo docente da escola garantirá um processo capaz de se
concretizar.

A Construção do Projeto Político Pedagógico: admitir que a escola seja um


espaço democrático de trocas de saberes e construção do conhecimento é o
grande desafio da atualidade para todos os profissionais de educação, em
especial o gestor escolar, por ser o elemento articulador e significativo capaz de
garantir a democracia, a participação e o envolvimento de todos os integrantes da
comunidade escolar, o projeto político pedagógico da instituição de ensino é um
dos principais instrumentos para a garantia da gestão democrática. Segundo
Veiga (2001, p. 98):

A elaboração do projeto pedagógico tem a ver com o trabalho da escola


como um todo e com a participação da sala de aula, considerando o
contexto social e a preservação de uma visão da totalidade. Logo, o
projeto pedagógico busca a organização global da escola.

Desta forma, entende-se o projeto político pedagógico da escola como sendo


um conjunto de propostas e ações articuladas, planejadas, executadas e
avaliadas por todos os agentes da instituição de ensino.
A formulação do projeto político pedagógico nas escolas por todos os agentes
da educação esta previsto na Lei de Diretrizes e Bases nº. 9394/96 em seu artigo
12, Inciso I, que “os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns
e as do sistema de ensino, terão a incumbência de elaborar e executar sua
proposta pedagógica”. Este preceito legal sustenta a ideia de que a escola deve
garantir momentos para a elaboração, analise, discussão e reformulação da
proposta pedagógica.
A elaboração do projeto político pedagógico é um processo de vivencia
democrática, por esta razão seus erros e acertos devem ser atribuídos a todos os
atores desta construção e não somente a equipe que coordenou o trabalho de
elaboração.
Libâneo (2005, p. 357-359), apresenta quatro razões que justificam a
importância do projeto político pedagógico nas escolas:

1- Na escola, diretores, especialistas, professores, funcionários, alunos


e comunidade estão envolvidos em uma atividade conjunta para a
formação humana, que implica valores, convicções. Por isso o
Projeto Político Pedagógico é a expressão das aspirações e
interesses do grupo.
2- O Projeto Político Pedagógico é o resultado de práticas
participativas, de trabalho coletivo, propiciando a realização dos
objetivos propostos e o bom funcionamento da escola.
3- A formulação do Projeto Político Pedagógico é também uma prática
educativa, porque a organização escolar constitui espaço de
formação. Todos podem aprender a fazer do exercício do trabalho
um objeto de reflexão e pesquisa.
4- O Projeto Político Pedagógico expressa autonomia da equipe
escolar. Na realização do trabalho coletivo significa que o grupo
definiu princípios (ponto de partida) e os objetivos (ponto de
chegada), envolvendo praticas de gestão negociadas, unidade
teórico-metodologica, sistema de acompanhamento e avaliação.

Concebe-se então, o projeto político pedagógico com um meio de potencializar o


trabalho coletivo e participativo.

O Conselho Escolar no Processo de Democratização da Escola: o conselho


escolar é uma das principais ferramentas para que as instituições de ensino
possuam uma gestão democrática e participativa, sua característica principal é
contribuir para eu a escola cumpra sua função social que é formar cidadãos
conscientes, críticos e participativos.
O conselho escolar é um órgão colegiado consultivo, deliberativo, normativo e
fiscalizador, ou seja, capaz de deliberar as decisões tomadas em conjunto pelo
grupo. É um espaço coletivo com representatividade de todos os segmentos da
comunidade escolar – professores, funcionários, pais e alunos – com poder de
opinar, sugerir e votar sobre as demandas escolares. È um local de reflexão,
pensamentos e ações coletivas voltadas para o bem comum da escola, buscando
solucionar ou evitar problemas.
A função dos conselheiros escolar é contribuir para a inclusão social e
pedagógica de todos os alunos, buscando a integração, socialização e
valorização de todos os atores sociais que fazem parte do cenário escolar.
Alguns conselhos ainda são convocados apenas quando a direção não
consegue, sozinha, solucionar algum problema, desviando-se de seus
verdadeiros objetivos que são: a discussão coletiva, a reflexão e o debate sobre o
cotidiano escolar, seus problemas e perspectivas, a busca de alternativas para
interferir e mudar a realidade escolar para avançar e melhorar o processo de
ensino-aprendizagem.
Os membros do conselho escolar são responsáveis pelo acompanhamento e a
fiscalização do cumprimento das decisões tomadas coletivamente. Tem ainda o
papel de:
 Fiscalizar a aplicação dos recursos e as prestações de contas;
 Zelar pelas atividades educativas e pedagógicas;
 Discutir problemas de indisciplina dos alunos, propondo ações para saná-
los;
 Promover a prática da democracia e solidariedade no cotidiano escolar.
Desta forma, quando se tem na unidade de ensino um conselho escolar forte e
participativo a escola avança na qualidade de ensino construindo uma instituição
mais justa e igualitária, preocupada com todos os seus membros.
Sendo assim, será somente fortalecendo o conselho escolar que a escola
avançará nos princípios da gestão democrática. Pois:

Embora a participação de pais e alunos nas decisões do Conselho de


Escola nem sempre se faça de forma intensa que muitos poderiam
esperar, o fato de ser ai o local onde se tomam ou se ratificam decisões
de importância para o funcionamento da unidade escolar tem feito com
que este órgão se torne a instancia onde se explicita e procura resolver
importantes contradições da vida escolar (PARO, 1995 apud, VEIGA
2003, p.16).

3. Metodologia / Resultados e Discussão

O instrumento deste foi a revisão bibliográfica acerca da gestão democrática nas


escolas públicas, os passos necessários para antingí-la verdadeiramente, bem
como a analise dos avanços e carências da rede pública de ensino em ao tema
proposto. Diante das leituras e pesquisas realizadas um dos grandes desafios
para chegarmos a gestão democrática nas instituições de ensino é a escolha dos
diretores de escolas, que em muitos dos municípios, ainda, é através de escolha
política, desrespeitando a vontade da comunidade escolar.
A historia do processo democrático para escolha de diretores de escola iniciou
no Rio Grande do Sul, quando na década de 60 as escolas estaduais do RS
escolheram por meio de lista tríplice seus representantes. A partir daí a eleição
para diretores tornou-se uma das principais bandeiras de democratização nas
escolas. O grande problema é que não foi legitimada em nenhuma legislação
vigente, portanto a existência ou não de eleições para diretores depende ainda de
vontade política de cada governante para que se torne lei estadual ou municipal.
O dirigente escolar só poderá se escolhido após a construção coletiva do
Projeto Político Pedagógico da escola, pois a comunidade precisa eleger aquele
representante, que em sua opinião, melhor contribuirá para sua implementação.
Porém, há outras formas de escolha do diretor de escola, existente na maioria das
instituições de ensino do país, são elas:
 Nomeação: O diretor é escolhido pelo chefe do poder executivo, sendo
uma espécie de cargo de confiança, podendo ser substituído a qualquer
momento dependendo da vontade política e conveniências;
 Concurso: o diretor é escolhido por meio de uma prova escrita e de
títulos, impedindo o apadrinhamento político, mas não garantindo a
gestão democrática, pois aquele que obter melhor resultado no concurso
nem sempre correspondera às expectativas educacionais e políticos da
escola, não tendo grande compromisso com o Projeto Político
Pedagógico da instituição e coma comunidade escolar;
 Carreira: o diretor, por meio de seu plano de carreira, vem da própria
instituição que integra,especializando-se na área de administração e
gestão, esta forma visa apenas às habilidades técnicas do administrador,
sem preocupar-se com o fundamental, que é a parte política da
instituição;
 Eleição: o diretor é escolhido por voto direto, de acordo com a vontade
da comunidade escolar, por escolha uni nominal, ou ainda por lista
tríplice ou plurinominal. Esta é a forma que mais favorece a
democratização da escola, pois o dirigente eleito poderá ser cobrado
suas responsabilidades e compromissos com a instituição por seus
eleitores;
 Esquema Misto: O diretor é escolhido por combinações variadas, como
provas de títulos mesclados com a escolha de conselhos menores da
instituição. Esta forma possibilita a participação da comunidade escolar,
em alguma parte do processo.
A forma de escolha do diretor da escola contribui de forma significativa para o
processo democrático da instituição de ensino, por esta razão a eleição é tão
esperada nos municípios que ainda não possuem, pois assim pode-se acabar
com favores políticos, pensando verdadeiramente nos problemas e anseios da
instituição.

4. Considerações Finais

O presente trabalho assume um papel de relevante importância para educação,


uma vez que analisa e convida a uma prática reflexiva sobre o papel da gestão
escolar, suas formas, avanços e obstáculos; bem come nos traz as principais
ferramentas para chegarmos a um ambiente escolar verdadeiramente
participativo e democrático.
Refletimos sobre a mudança de paradigmas entre administração e gestão
escolar, assim como suas diferentes concepções e metodologias. Desta forma
apresentamos o papel e as características que um gestor democrático deve
apresentar para garantir o êxito de sua instituição.
Ao longo deste estudo percebemos a necessidade e a importância de se
construir e repensar a educação de uma forma coletiva, envolvendo todos os
agentes da comunidade escolar: pais, alunos, professores e funcionários.
Entendemos a importância da construção consciente e coletiva do Projeto Político
Pedagógico da Escola, percebemos a influencia e a necessidade de um Conselho
Escolar ativo e responsável e analisamos o papel de cada setor escolar dentro do
prisma democrático.
Vislumbramos a eleição de diretores como sendo um dos principais caminhos
para democratização do ensino, uma vez que com isto se afasta dos favores
políticos eleitoreiros tão praticados em nosso pais, mas percebemos também que
apenas a eleição não garante uma gestão democrática efetiva e de qualidade, há
que se garantir todas as ferramentas da democracia no âmbito escolar.
Entendemos o projeto político pedagógico e a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, Lei nº. 9394/96, como marcos da democratização da escola.
Analisamos os motivos pelos qual a gestão democrática ainda se afasta da
prática do cotidiano escolar, uma vez que muitos gestores ainda temem a perda
de poder ao compartilharem as decisões e chamarem a comunidade para planejar
as metas e objetivos da escola.
Concluímos que, apesar das dificuldades impostas ao processo de gestão
escolar, é possível sim se construir um ambiente participativo e democrático,
primando pela participação de todos os agentes da educação e pensando a
escola como um ambiente de transformações sociais e participação coletiva.

5. Referências

DALMAS, Ângelo. Planejamento participativo na escola: Elaboração e avaliação,


Petrópolis, RJ, 1994.

BORDGNON, G.; GGRACINDO, R.V. Gestão da Educação: o Município e a


Escola, São Paulo: Cortez; 2004.

FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Tradução de Moacir Gadotti e Lílian


Lopes, Martins. RJ: Paz e Terra – 1983 - 12º ed.

LIBÂNEO, J. C.; OLIVEIRA, J. F.; TOSCHE, M. S., Educação Escolar: políticas,


estruturas e organização, SP: Cortez, 2005.
LUCK, H.; Gestão Educacional: Uma Questão Paradigmática. V. 1 – Petrópolis/RJ
– Vozes, 2006ª Série: Cadernos de Gestão.

OLIVEIRA, Danilo Andrade (org.). Gestão democrática da educação. Petrópolis,


RJ: Vozes, 1997.

PARO Vitor Henrique. Administração escolar: introdução crítica. 9º ed.


SP: Cortez, 2000.

PINTO, Fátima Cunho Ferreira; FELDMAN, Marina; Silva Rinalva Cassiano;


Administração Escolar e Política da Educação, editora UNIMEP, 1997.

SAVIANE, Demerval. Escola e Democracia. São Paulo, Ed. Campinas-SP 1999.

VEIGA, A Ilma. Passos. (Org.). Projeto político-pedagógico da escola: Uma


Construção possível. 12ª edição. Campinas, SP: Papirus, 2001.

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