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DESENVOLVIMENTO DA LUDICIDADE
Acadêmico¹
Tutor Exerno²
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
Como em todos os estágios procurou-se nesse estágio refletir sobre a prática pedagógica, a
realidade escolar, buscando através das reflexões e vivencia oportunizada pelo estágio aperfeiçoar-
se cada vez mais como profissional da área educacional neste artigo apresenta-se mais um
momento vivenciado durante o estágio. Agora voltado, ao acompanhamento da gestão escolar.
Acredita-se que um profissional só trabalha bem, e consegue alcançar bons resultados se conhece
suas funções e responsabilidades, por isso, nesse estágio concentrou-se na função do gestor escolar.
A principal atividade realizada foi o acompanhamento da rotina do gestor e por fim uma entrevista
com questões gerais adequadas ao tema de estudo.
A escola possui grande valor social, sua função é visar o conhecimento, promover a formação
de cidadão e qualificar para o trabalho.
Cada escola deve elaborar e executar sua proposta pedagógica; administrar seu pessoal e
seus recursos materiais e financeiros; cuidar do ensino-aprendizado do aluno,
proporcionando meios para a sua recuperação; e articular-se com as famílias e a
comunidade, proporcionando um processo de integração. (OLIVEIRA, 2014, p.10).
Para que a sua função seja cumprida, é necessário dividir as responsabilidades competentes
a cada profissional escolar. Sendo o gestor pedagógico profissional responsável em administrar,
organizar e supervisionar todas as áreas do âmbito escolar.
Nesse trabalho será abordado como área de concentração de estudo: metodologia de
ensino, tendo como foco o tema: “A principal contribuição da gestão escolar para o
desenvolvimento da ludicidade”. A pesquisa tem como objetivos a reflexão em relação às ações do
gestor para que possam contribuir para o crescimento da unidade escolar junto da comunidade,
localizar na legislação o espaço que a comunidade tem dentro da escola, analisar o papel do gestor
para com a comunidade escolar, conhecer formas de participação da comunidade na escola,
levantar argumentos que provem que o trabalho do Gestor é importante para o desenvolvimento da
comunidade que rodeia a escola. A pesquisa é importante para a comunidade desvendar as ações
que um gestor pode fazer para que a comunidade fique satisfeita com seu trabalho e descobrir
como a comunidade pode fazer parte da escola ajudando seu gestor a realizar um bom trabalho,
ciente que a comunidade ganha com isso.
Segundo Luck apud Buss (2013, p. 26):
“O gestor é aquele que não apenas administra, mas coordena e articula a participação dos
envolvidos no processo pedagógico, almejando a equidade e inclusão dos atores escolares,
realizando desta maneira uma gestão democrática e participativa.” (BUSS, 2013, p. 40).
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O gestor escolar, conhecido como diretor da escola é responsável por superar desafios
pertinentes à administração escolar, concentrando seu olhar na gestão pedagógica, gestão dos
recursos humanos e administrativos da escola. Este profissional precisa estar bem preparado
profissionalmente, consciente de sua fundamental importância no processo.
O gestor precisa estar aberto às novas aprendizagens como a de tomar decisões sobre os problemas
da organização escolar, das formas de gestão, da organização e prática na sala de aula, dentre outras;
conhecer, informar-se e dominar o conteúdo das discussões para ser um participante atuante e
crítico; dominar métodos e procedimentos de pesquisa, bem como, as modalidades e instrumentos
de avaliação do sistema de ensino, da organização escolar (avaliação institucional) e da
aprendizagem escolar; elaborar plano, com metas e ações objetivando a implementação do Projeto
Pedagógico da escola.
Sabemos que no cotidiano da escola o gestor tem papel fundamental no que se refere aos
aspectos técnico-administrativos, mas que é imprescindível seu olhar pedagógico.
Sabe-se que a relação entre a equipe escolar deve ser coesa e democrática, priorizando
sempre o melhor para os educandos e toda comunidade escolar, a fim de que se possa adquirir um
conhecimento que desenvolva cidadãos participativos e reflexivos, conscientes de seus direitos e
deveres.
Para que os educandos se tornem seres críticos, a escola precisa conhecer a realidade do
aluno valorizando suas experiências, o professor deve ser responsável por este processo,
contextualizando conhecimentos que possam ser aplicados em novas situações de aprendizagem,
“ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos [...] (FREIRE, 1996, p.23)”.
O sistema educacional de todas as escolas precisa de uma equipe gestora, no entanto este
significado necessita ser entendido por toda a comunidade escolar, pois de acordo com Libâneo
(2004, p.101), “os processos intencionais e sistemáticos de se chegar a uma decisão e de fazer a
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decisão funcionar caracterizam a ação que denominamos gestão”. Compete à gestão escolar
estabelecer o direcionamento e a mobilização capazes de sustentar e dinamizar o processo das
escolas, orientadas para resultados, através de ações conjuntas, associadas e articuladas.
É preciso agir conjuntamente em todas as frentes, pois todas estão inter-relacionadas Luck
(2000). Nesse sentido compreende-se que a gestão é importante e deve ser feita com qualidade,
responsabilidade, coerência, conhecimento e confiança. Um bom gestor deve ter a consciência da
importância de sua função no ambiente educacional, favorecendo a promoção da aprendizagem e a
formação do aluno no nível mais elevado possível, de modo que estejam capacitados para enfrentar
os novos desafios que lhe forem apresentados.
Para que este trabalho possa ter qualidade, a gestão deve ser feita de modo democrático e
descentralizado, no qual a equipe consiga trabalhar de maneira unida e com os mesmos objetivos
priorizando sempre a melhor aprendizagem para seus alunos.
Compreende-se com isto que o sistema de gestão escolar não pode ser reduzido apenas a
parte burocrática, pois visa estabelecer a transformação de uma sociedade, fazendo-a ativa e crítica.
Ou seja, a ação do gestor vai interferir também na comunidade escolar, mobilizando a equipe, os
alunos e familiares. A postura do gestor educacional através de sua liderança pode determinar
ambientes favoráveis ou não, para que professores, funcionários e pais atuem de forma saudável
para atingir os objetivos do projeto pedagógico.
Para fomentar um clima organizacional que estimule as pessoas a trabalharem juntas, cabe
ao gestor da escola valorizar e motivar o trabalho em equipe. O gestor vai influenciar indiretamente
no trabalho do professor para que os mesmos possam desenvolver suas atividades lúdicas e
pedagógicas , para isso há de se tornar agente facilitador na relação com o professor,
proporcionando uma estrutura escolar harmônica e organizada, em que o mesmo desenvolva
autonomia para um planejamento flexível, com oportunidade de acesso à formação continuada,
resultando em ações positivas, reflexivas e inovadoras, para uma aprendizagem consistente e sólida
tendo como objetivo a formação integral do educando.
Através de atividades lúdicas a criança cria situações imaginária em que se comporta como
se estivesse agindo no mundo dos adultos e quando brinca seu conhecimento desse mundo
se amplia, porque, nesta atividade, ela pode fazer de conta que age como adulto age
imaginado realizar coisas que são necessárias para operar com objetos os quais os adultos
operam e ela não.
Desta maneira as pessoas iram entender o porquê de tanto movimento no período inicial da
vida escolar da criança, pois nesse tempo eles não param e estão em sua melhor fase de
aprendizagem.
Quando refletimos sobre o papel do coordenador pedagógico nos referimos a uma liderança, que
tem o objetivo de acompanhar o desenvolvimento do projeto pedagógico da escola articulando-o
junto aos professores na relação teoria e prática educativa, ORSOLON destaca que,
O coordenador pode ser um dos agentes de mudança das práticas dos professores mediante
articulações externas que realiza entre estes, num movimento de interações permeadas por
valores, convicções, atitudes, e por meio de suas articulações internas, que sua ação
desencadeia nos professores, ao mobilizar suas dimensões políticas, humano-interacionais e
técnicas, reveladas em sua prática (ORSOLON, 2002, p.20).
Em grande parte das sociedades contemporânea, a infância é marcada pelo brincar, que faz
parte de práticas culturais típicas, mesmo percebendo que sua prática esteja reduzida no meio
educacional e social.
A concepção de educação que envolve o aluno enquanto ser histórico e social são adotados
neste estudo a fim de consolidar uma concepção que confirma a teoria Vigotskiana de
aprendizagem, pois foi a partir deste estudioso que o conceito de brincar e brinquedo se propõem
com mais propriedades na educação.
A brincadeira é consagrada como atividade essencial ao desenvolvimento da criança,
pois sabemos que a brincadeira é cada vez mais vista como atividade que, além de promover o
desenvolvimento global das crianças incentiva a interação, e a formação do cidadão crítico e
reflexivo. O gestor pode ser o grande incentivador dessa prática, podendo promover, juntamente
com o coordenador pedagógico, formação continuada para os professores e equipe de apoio voltado
para as atividades lúdicas no âmbito da escola, para que sejam alcançadas as metas que deverão ser
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traçadas para sua concretização. Pois, o gestor é o grande motivador para que aconteça uma
transformação no processo de formação da sua equipe e na sua prática educacional.
Arantes (2006) defende que atualmente, a brincadeira ganha visibilidade por vários
pesquisadores e é salientada como sendo parte do desenvolvimento humano, abrangendo suas
relações interindividuais e socioculturais. Kishimoto (2008) e Pinto (2003) reiteram que a atividade
do brincar na criança acontece de forma livre e espontânea, sozinha ou em grupo, mas requer a
supervisão do docente. Ainda seguindo essa linha de pensamento, Wallon (2007) complementa que
o brincar é uma atividade da infância e as crianças executam com dedicação, porém salienta sobre
os seus objetivos relacionados às matérias educativas. Bomtempo e Teles diz que:
Brincando elas desenvolvem originalidade, auto direção, inventividade, curiosidade,
pesquisa, percepção da realidade, apreciação do novo, autoestima e autoconhecimento,
além de ajudar a ensinar a dividir e esperar sua vez, lidar com seus temores, seu estresse,
projetar seus sentimentos, identificar suas emoções. No ar livre, as brincadeiras
proporcionam habilidades motoras, como saltar, pular, correr, rolar etc. Já com o uso dos
brinquedos, são habilidades motoras finas, sobretudo pelo uso do quebra-cabeças, pinturas
e faz-de-conta. (BOMTEMPO e TELES 1999, p.28).
Com todo esse processo de pesquisa, podemos fechar esse texto com o pensar de Horn
(2012) e Arantes (2006), que defendem que o esperado é que todas as crianças, brinquem, o que
contribui significativamente para o seu desenvolvimento global, no qual também podem ser
incluídos os processos de alfabetização no contexto escolar.
O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual e sempre
estiveram presentes em qualquer povo desde os mais remotos tempos. Através deles, a criança
desenvolve a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a auto-estima, preparando-se
para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor. O
jogo e a brincadeira são por si só, uma situação de aprendizagem. As regras e a imaginação
favorecem a criança comportamento além dos habituais. Ela reproduz muitas situações vividas em
seu cotidiano, que através do “faz-de-conta” são reelaboradas criativamente, vislumbrando novas
possibilidades e interpretações do real.
3. MATERIAL E MÉTODO
Segundo Paulo freire (1997, p.37) A tarefa de ensinante / aprendente e do aprendente / ensinante exige
seriedade, preparo científico.
Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos, criticidade, pesquisa, estética e ética,
risco, aceitação do novo, rejeição a qualquer discriminação, reflexão sobre a prática,
reconhecimento e ascensão à identidade cultural, segurança, competência profissional,
generosidade, comprometimento, autoridade, tomada consciente de decisão,
disponibilidade para o diálogo, curiosidade, alegria, esperança, convicção que a mudança é
possível e, entre outras coisas, querer bem aos alunos.
É importante enfatizar que nos deparamos diante da resposta dada pelo gestor é que
existem professores, que mantiveram a princípio uma resistência para o uso de atividades lúdicas
como estratégias e metodologias que contribuam para o avanço do aluno. O gestor afirma que
existem profissionais que optam pelo uso do tradicionalismo alegando que esta estratégia sempre
deu resultados positivos e que preferem seguir assim, vale ressaltar que a gestão escolar busca por
meio de um diálogo saudável convencer a esses professores utilizando textos de teóricos que
defendem a proposta. É importante salientar que tanto o gestor quanto o coordenador assumem
papel relevante na escola acompanhando e apoiando os professores para a efetivação e garantia de
atividades lúdicas que garantam o desenvolvimento do ensino aprendizagem.
Freire (1997, p 35) nos faz compreender que não há educação sem engajamento político,
sem compromisso ético, sem rebeldia, sem respeito às diferenças, sem amor pelos educando, e é a
partir dessa perspectiva, que procurei conduzir a prática de formação continuada, desenvolvida com
as educadoras, desafiando-nos a estudá-la, no sentido de compreendê-la. Além disso, buscamos,
junto com estas, alternativas para o trabalho na construção de uma escola, que prime pela
autonomia do seu corpo docente, das crianças e de suas famílias, da equipe de apoio, ou seja, uma
escola para todos.
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Para melhor compreensão apresento o quadro a seguir com o questionário feito com alguns
professores.
Quadro 02- O papel do professor na efetivação das atividades lúdicas.
Perguntas Professoras
Para você o que é ludicidade? A: São atividades estratégicas que utilizam o
brincar como ferramenta de aprendizagem.
B: Na minha época logo no início do
Magistério chamávamos de recreação que no
meu a ver é a mesma coisa.
Como a ludicidade está inserida em suas aulas? A: A ludicidade em minhas aulas sempre está
presente por meio de um planejamento semanal
que garanta diversão e aprendizagem
significativa.
B: Uma vez ou outra eu brinco com eles mas
nem sempre faço isso pois eles são inquietos as
vezes.
O que a ludicidade desenvolve? A: Auxilia no processo de socialização,
comunicação e também na construção de
conhecimento.
B: Na minha concepção ela ajuda a criança a
aprender melhor, mas nem sempre é possível
garantir isso no planejamento então às vezes
fazemos algo no recreio.
O lúdico e a ludicidade podem contribuir para A: Sim, sem contar que as nossas aulas ficam
a formação e/ou melhoria dos vínculos entre os mais prazerosas e participativas.
sujeitos da práxis pedagógica? B: Sim, mas eu já estou cansada (risos).
Fonte: Elaborado pela Autora, 2018.
A entrevista realizada acima foi de muita eficácia no seu valor teórico e prático, sentirmos
a real necessidade que a escola tem em despertar sobre essas habilidades, incentivando e
contribuindo para que o professor possa buscar junto à gestão escolar a parceria necessária para
utilização de atividades lúdicas que possibilitem o avanço dos alunos, diante das respostas dadas
por duas professoras entrevistadas A e B foi possível observar que a professora A, graduada em
Pedagogia e com 08 anos exercendo a profissão de professora busca por meio da parceria gestão e
coordenação planejarem as suas atividades tendo como base o uso da ludicidade, pois em sua visão
desenvolve na criança a curiosidade, a autoconfiança, a autonomia, proporcionando assim o
desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e atenção. Já a professora B tem 28
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anos exercendo a função de professora regente, tem apenas o Magistério como base de formação
compromete a construção deste conhecimento nos educando prejudicando seu desenvolvimento e
prosseguindo por toda sua trajetória diante da sociedade já que a mesma afirma estar cansada e que
diante do seu conhecimento a ludicidade era apenas atividades aplicadas durante a recreação.
Observamos a necessidade do apoio da gestão como parceira para que haja e eficácia de
uma prática diferenciada utilizando o brincar e o lúdico, além de auxiliar a aplicação conteúdos
escolares, que são formas que o professor dispõe em aula para mediar à relação entre os saberes e os
educandos, proporcionando uma aprendizagem mais fácil e prazerosa.
Mas o que pudemos observar nas realizações dos estágios, é que o lúdico e o brincar estão
mais presentes na educação infantil do que nas séries iniciais. Nesta, a sala de aula é apresentada
como coisa séria, não permitindo espaço para o divertimento; o rigor e a disciplina são mantidos em
nome dos padrões institucionais, o que torna o ambiente infantil artificial, longe dos gostos das
crianças. Em sua maioria o brincar se resume apenas em ouvir histórias ou cantar algumas músicas.
A hora do recreio e a hora da saída se tornam os únicos momentos em que as crianças
desnudam da responsabilidade da escola para permitir-se brincar e ser criança como foi dito pela
professora B. Os professores estão mais preocupados com o conteúdo, com o silencio e a
organização na sala de aula.
Eles devem ter em mente que o jogo não é simplesmente um “passatempo” para distrair os
alunos, ao contrário, corresponde a uma profunda exigência do organismo e ocupa lugar de
extraordinária importância na educação escolar. Estimula o crescimento e o desenvolvimento, a
coordenação muscular, as faculdades intelectuais, a iniciativa individual, favorecendo o advento e o
progresso da palavra. Estimula a observar e conhecer as pessoas e as coisas do ambiente em que se
vive favorecendo ao indivíduo uma aprendizagem mais prazerosa.
Ao concluir este trabalho posso perceber, que na escola onde foi realizado esta pesquisa
por não apropriarem de um conhecimento amplo sobre a importância necessária do brinquedo e do
brincar, não possibilitava espaço e tempo para o brincar, trocando esses espaços por uma
escolarização precoce. Os professores vêm diante dos ditames institucionais e acabam por produzir
suas práticas educativas pautados na expectativa de brincar para aprender conteúdos escolares,
mesmo percebendo que esta prática faz parte hoje da rotina escolar.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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O presente artigo realizado com base nesta pesquisa tem como objetivo demonstrar a
grande necessidade do uso do método lúdico no processo de alfabetização em uma turma da Escola
Parque do Saber.
A educação como experiência comum de todos os seres humanos, tem função de apresentar
o modo de vida democrático, já que esse modo de vida também se aprende através da experiência
por este motivo apresentamos neste trabalho propostas inovadoras utilizadas que possibilitam a
educação envolvendo a ideia do diálogo e de uma escola aberta para a comunidade.
Observou-se que na escola há uma grande necessidade do método lúdico para atender a
demanda de alunos com dificuldade de aprendizagem embora alguns professores já desenvolvesse
algumas práticas utilizando recursos lúdicos.
O objetivo principal foi apresentar os benefícios que os professores e seus alunos terão
quando souber acerca da proposta lúdica durante o processo ensino aprendizagem, desta forma,
deparou-se com dois objetivos específicos sendo: O primeiro é identificar as principais dificuldades
dos professores quanto a pratica de uma aula lúdica. Procurando de modo facilitador uma forma
harmoniosa e produtiva de se administrar a aula. No segundo permitir que através de pesquisa com
professores, coordenadores e gestores questionassem essa forma de aprendizagem.
A temática aqui discutida demonstra que muitos têm sido os saberes atribuídos aos jogos,
na busca de caracterização das práticas pedagógicas bem como as concepções que envolvem o
processo educativo. Brincar, jogar, divertir-se na sala de aula constituem atividades estimulantes
tanto para o aluno quanto para o professor. Estar aberto para mudar seus paradigmas a respeito de
sua forma de trabalho é um exercício que o professor precisa fazer.
Não basta dominar as teorias e decidir-se por trabalhar com jogos. É necessário deixar-se ir
junto com a brincadeira, aprender e perceber as diferentes nuance do aprendizado de uma turma.
Tudo isso implica libertar o seu fazer profissional das amarras que constrói durante a sua
escolarização e sua formação, o que implica um conhecimento pessoal e profissional profundo e
muita vontade de mudar, ou seja, de ver algo ser feito diferentemente.
São relevantes as atividades lúdicas no desenvolvimento infantil, bem como sua função no
processo educativo; para que esse processo de ensino e aprendizagem ocorra de forma prazerosa, os
professores devem estar cientes de seu papel nessa fase de construção de conhecimento das
crianças. Os educadores, por sua vez, devem se preparar para trabalhar com o criar, pois a
criatividade deve ser vista como um elo dinâmico e contínuo. Nessa perspectiva, o docente não
deve ver a criança como receptora passiva de estímulos, mas como uma pessoa capaz de ação, que
interaja, crie e recrie possibilidades e novas aprendizagens.
Um desenvolvimento harmônico, lúdico, que inclui aprender a ouvir opiniões diferentes e a
contra-argumentar, estabelecendo comparações objetivas entre várias maneiras de se compreender
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um mesmo fato, pouco a pouco vai contribuir para tornar a criança apta a um intercambio, real com
os outros, favorecendo a troca de experiências, por estar baseada na cooperação e na reciprocidade.
Rompendo com a aceitação passiva de ideias ou sugestões mal compreendidas, a criança
que desenvolve a ludicidade entra em contato com uma forma mais ampla de linguagem, passa a ser
sujeito ativo de suas ações e as defende nas conversas com os adultos. Assim, o seu “mundo lógico”
passa a ser transformado de acordo com suas vivências.
O “fazer” é um dos critérios essenciais para orientar as condutas do professor frente às
crianças. Sendo assim, o que realmente importa é criar o maior número de situações que promovam
o desenvolvimento de habilidades variadas com o objetivo de alcançar um maior aprendizado.
As crianças devem sentir-se sempre capazes de exercitar o que foi proposto. O progresso
dos movimentos e das habilidades deve ser de qualidade crescente, superando obstáculos e
aspirando a novos desafios. Esse progresso repercute nos demais movimentos e possibilita a
introdução de outras e mais complexas atividades.
Para tanto, o professor deve compreender a importância das tentativas desenvolvidas com
atividades lúdicas que conduzem ao desenvolvimento do raciocínio. Deve aprender a respeitar a
criança e valorizar cada descoberta que venha a fazer em sua vida escolar. O respeito pelas várias
etapas deste desenvolvimento constitui uma conduta que, uma vez refletida, transcendem quaisquer
que sejam as características do meio imediato. O que realmente interessa é atribuir a cada criança o
papel de sujeito ativo na construção de formas cada vez mais aprimoradas de conhecimento, pois
somente o indivíduo ativo é capaz de atuar frente às pressões sociais, compreendendo-as para
transformá-las. O grande desafio é o repensar a Educação em sua totalidade, enfrentando a
fragmentação do conhecimento. Como resultado final do projeto registra-se que houve avanço
significativo na construção de conceitos sobre o brincar no desenvolvimento
REFERÊNCIAS
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206.