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1.

0 - INTRODUÇÃO
O presente estágio de gestão escolar nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental tem
como objetivo:
 Conhecer o trabalho da gestão na Escola Municipal João Beraldo;
 Analisar as características da gestão participativa e democrática que ocorrem na
referida escola;
 Reconhecer os diferentes tipos de gestão que ocorrem nos diferentes momentos da
rotina da escola;
 Investigar a verdadeira atuação do gestor frente as suas diferentes atribuições.
O referido estágio é de suma importância para instrumentalizar o estudante de
Pedagogia e futuro profissional da educação, para ser um conhecedor das modalidades de
gestão presentes dentro de uma escola.
Gestão Escolar é um assunto recente, porém de grande importância estratégica, para
que tenhamos uma escola que atenda as modernas exigências de uma sociedade cada vez mais
evoluída em termos de conhecimento, em que os avanços das telecomunicações, da
informatização e descobertas científicas têm provocado mudanças rápidas e radicais, as quais
a escola precisa acompanhar.
Tantas mudanças e avanços estão provocando revisão nos valores tanto públicos,
como pessoais, gerando com isso a quebra de consensos e a diversificação de princípios.
Para novos tempos é necessária uma nova escola, inclusiva e identificada com o
processo de construção de uma vida digna para todos e de uma sociedade mais justa. Uma
escola onde a prática pedagógica seja vista como prática de vida, de todos e com todos e
permita dar significado as suas vidas, na tarefa de formar cidadãos e cidadãs que integrem e
contribuam com sua comunidade.
Necessitamos mais do que nunca de uma escola democrática e verdadeiramente
comprometida com a aprendizagem significativa do educando, transformado informações em
saberes necessários à vida de seus alunos.
Para acompanhar tantas mudanças e exigências é urgente e imprescindível que a
escola se modernize e agilize seus processos burocráticos e pedagógicos.
Para isso é necessário que haja um bom planejamento de todas as atividades e uma
constante pesquisa e aprimoramento, através de uma gestão democrática e com a participação
de todos os segmentos da escola.

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O envolvimento e diálogo com a comunidade, professores, funcionários, pais e alunos,
precisa criar espaço e condições para discussão e troca de idéias, para que as ações sejam
centradas nas reais necessidades da comunidade e em um ensino de qualidade.

2.0 – IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA


2.1 – LOCALIZAÇÃO DA ESCOLA
Nome - Escola Municipal João Beraldo
Endereço – Rua Cesário Alvim, nº 1901. Bairro São Francisco.
Cidade – Patrocínio, Minas Gerais.
CEP – 38740-000
Telefone – (034) 3831-2954
E-mail – emjoaoberaldo@hotmail.com

2.2 – ESTRUTURA ADMINISTRATIVA E PEDAGÓGICA

Diretora – Maria Célia Silva, graduada em Letras.


Vice-diretora – Rosa Maria Guimarães, graduada em Letras.
Supervisora pedagógica – Eliana Alves Souza Nogueira, graduada em Letras.

2.3 – NÍVEIS DE ATENDIMENTO

Educação Infantil, Anos Iniciais do Ensino Fundamental e Telecurso.

2.4 – HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

Manhã – 7:00 às 11:25


Tarde – 13:00 às 17:25
Noturno – 19:00 às 23:00

3.0 – A INSTITUIÇÃO

A Escola Municipal João Beraldo é uma das mais antigas escolas da cidade de
Patrocínio com seus 63 anos de fundação. Está localizada no mesmo prédio desde 13/01/1954,
atualmente reformado e ampliado. Situada no bairro São Francisco, bem em frente à igreja de
São Francisco.

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A escola leva esse nome em homenagem à Dr. João Tavares Correia Beraldo1, na
época Interventora Federal do Estado de Minas Gerais no período de 3 de fevereiro de 1946 a
14 de agosto de 1946.
No ano de 1998 sob a direção da professora Neusa Maria Guimarães a escola foi
municipalizada transferindo a responsabilidade por seus cuidados a Secretaria Municipal de
Educação. No ano seguinte assumiu como diretora a professora Maria Célia Silva e sua vice-
diretora Maria das Dores. Desde então a escola passou a se chamar Escola Municipal João
Beraldo.
Recentemente a escola foi reformada ganhando novas salas, uma nova cantina, uma
nova biblioteca e tornando a escola acessível, com rampas de acesso a todos os ambientes
facilitando a locomoção dos alunos.
É uma escola inclusiva, pois recebe e oferece ensino diferenciado e com qualidade a
alunos com problemas de aprendizagem e alunos com deficiências, sendo esses também
atendidos pela APAE de Patrocínio.
No período noturno a escola atende aos alunos do Telecurso, dando oportunidade para
quem parou de estudar retorne aos estudos, mostrando o interesse pelo social.
Ao visitar a escola durante o período de estágio pude perceber que ela tem um grande
espaço físico e atende muito bem a demanda de alunos que nela estudam.
A escola conta com 10 salas de aula reformadas, amplas e bem arejadas, refeitório que
atende às exigências das nutricionistas no município, uma biblioteca acessível a todos os
alunos, laboratório de informática com acesso a internet, sala de atendimento especializado
aos alunos que necessitam de atendimento individualizado, sala de materiais com grande
número de materiais e jogos disponíveis para todos os professores, pátio e quadra de esportes
ampla que proporciona lazer e diversão para todas as crianças.
Além da estrutura física o corpo docente é consciente do seu trabalho e recebe o apoio
da supervisora e da direção da escola. Os professores trabalham em conjunto, planejam e
desenvolvem atividades de acordo com as necessidades de seus alunos.

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Natural de Silvianópolis (MG) nasceu em 20 de fevereiro de 1891 e morreu em 17 de março de 1960. Filho de
Jonas Correia Beraldo e Maria Eduarda Tavares Beraldo. Advogado e jornalista foi eleito vereador em 1918 e Presidente da
Câmara e chefe do Executivo de 1927. Foi deputado federal juiz de direito da comarca de Cabo Verde-Cambuí e São
Gonçalo do Sapucaí, secretário do Interior do Estado de Minas Gerais e diretor do banco de Crédito Real.
Após 19 de março de 1947 o cargo de Interventor Federal foi substituído pelo atual cargo de Governador.

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4.0 – AS MODALIDADES DE GESTÃO DA ESCOLA MUNICIPAL JOÃO
BERALDO

A gestão escolar é um tema de grande interesse, não só para quem assume a gestão da
escola, mas também, para os educadores em geral. A função de gestor em uma organização
educacional exige que ele consiga articular dentro da mesma instituição habilidades muito
diferentes, essas habilidades podem ser técnicas, humanas e conceituais.
É parte do trabalho do gestor articular essas habilidades, coordenar o trabalho do seu
grupo, estimular o desenvolvimento de suas competências, resolver os conflitos, buscar
formas eficientes de comunicação, acompanhamento, avaliação e desempenho, ou seja,
considerar o comportamento organizacional.
Com a preocupação em atender a todos esses requisitos Libâneo afirma que a maioria
das escolas optam por uma modelo de gestão escolar democrático participativo,

“onde contam com um acompanhamento e avaliação sistemáticos, com


finalidade pedagógica, permitindo: diagnóstico, acompanhamento dos
trabalhos, reorientação de rumos e ações e tomada de decisões. “(LIBÂNEO,
2003)

4.1 – O GESTOR DA SALA DE AULA

Cada vez mais os professores estão sendo chamados a participar das atividades
relacionadas à organização e gestão escolar. As atividades são as mais variadas possíveis e
buscam o entendimento entre as teorias e a práticas educacionais.
Podemos encontra nos dias de hoje professores participando de colegiados escolares,
na elaboração do projeto político pedagógico, na elaboração de planejamento e planos a serem
desenvolvidos dentro da escola, buscando juntamente com a equipe administrativa e
pedagógica a solução dos assuntos de interesse da escola.
Apesar de a escola contar com o Telecurso, nesse relatório observarei apenas as
professoras que atuam na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, pois
a coordenação do Telecurso noturno não pertence à direção da escola, mas sim à Secretaria
de Educação do município.
A escola campo de estágio conta com vinte professoras regentes de turmas, quatro
professoras regentes de aulas e quatro professoras que atuam na sala de reforço. Dessas vinte

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professoras regentes de turmas duas trabalham com o 1º período da Educação Infantil, três no
2º período da Educação Infantil, três no 1º Ano do Ensino Fundamental, três no 2º Ano do
Ensino Fundamental, três no 3º Ano do Ensino Fundamental, quatro do 4º Ano do Ensino
Fundamental e duas no 5º Ano do Ensino Fundamental. Além da professora de Educação
Religiosa, de Educação Física e as duas professoras de biblioteca.
No final do ano letivo de 2009 a direção da escola em reunião com as professoras
pediu que elas escolhessem em que turmas gostariam de atuar em 2010. A direção analisou as
escolhas e distribuiu as turmas observando a solicitação das professoras e as necessidades da
escola e de cada turma. Foi-me relatado ainda que durante o ano ocorreram algumas
mudanças em relação a essa distribuição tanto de alunos, quanto de professores.
Em sua sala de aula cada professora organiza e dispõe o mobiliário de acordo com a
sua necessidade. Como as salas são usadas nos turno da manhã e da tarde as professoras entra
em acordo para organizarem o ambiente alfabetizador da sala em que estão. Nas salas de
Educação Infantil os brinquedos das crianças são organizados em uma prateleira atrás da
porta, acessível aos alunos e que não incomoda a professora do turno da manhã.
As professoras que atuam no mesmo ano elaboram juntas o planejamento anual, que
ao longo do ano foi, algumas vezes re-planejado de acordo com a necessidade da turma.
Umas das atividades que vale a pena destacar são os “Auditórios”, momentos culturais
que ocorreram a cada bimestre e que são propostos pela supervisora pedagógica e organizados
em conjunto pelas professoras. Nesse auditórios as crianças apresentam peças de teatro,
danças, músicas, poesias estimulando a criatividade e a curiosidade das crianças. Muitas vezes
as professoras sugerem os temas e as próprias crianças ajudam na organização de suas
apresentações como o figurino e a melhor maneira de se apresentarem. É uma atividade que
eles gostam e que participam efetivamente.
Na maioria das vezes as professoras trazem suas atividades prontas e direcionam as
crianças para que as realizem com objetividade, mas isso não impede que os próprios alunos
sugiram outras atividades. Com isso as professoras tentam harmonizar seus conteúdos e
adequá-los as sugestões dos alunos. Esse evento acontecesse mais entre os alunos do 4º e do
5º ano que já são maiores e estão aprendendo a tomar decisões e a participar mais
prazerosamente das aulas. Algumas professoras encontram dificuldade em atender aos
pedidos dos alunos muitas vezes devido ao pouco domínio das novas tecnologias,
principalmente a informática.
Do lado de fora de cada sala de aula existe um mural onde as professora costumam afixar os
trabalhos dos seus alunos. Os alunos têm a oportunidade de mostrar suas conquistas e as pessoas de
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apreciar os trabalhos dos alunos . Fazendo isso a professora valoriza e estimula a criação de cada
criança.
O relacionamento das crianças para com as professoras é muito bom e pautado no
respeito mutuo. As crianças têm liberdade para fazerem perguntas para as professoras e de
conversar entre si, liberdade de transitar na sala e fora dela, liberdade de brincar na hora do
recreio livremente. Ter essa liberdade não significa que eles conversem o tempo todo ou
saiam da sala a todo o momento. De comum acordo com os alunos cada professora no inicio
do ano formula os “combinados da sala”, ou seja, a regras que eles deveram seguir. As
professoras demonstraram, ao longo do período observado, muito zelo e dedicação para com
os alunos, foram carinhosas e atenciosas. Em alguns momentos, porém elas tiveram de usar de
maior firmeza ao se dirigirem a certos alunos em decorrência de indisciplina ou para fazer
com que o aluno tenha mais responsabilidade em suas tarefas.
O relacionamento das professoras com os pais também foi muito saudável. A cada
bimestre foram feitas reuniões para entrega de notas e quando julgaram necessárias as
professoras marcaram reuniões com alguns pais em particular sempre na presença da
supervisora ou da diretora em alguns casos com as duas.
Observando as atitudes das professoras e a maneira como organizam seu espaço
percebi que o trabalho em grupo entre elas é muito valorizado pela direção e facilmente
trabalhado entre elas. É claro que se tratando de pessoas as divergências são inevitáveis, as
opiniões contrarias e as discussões também, mas os problemas foram contornados com muita
conversa e decisões tomadas pelo grupo.

4.2 – COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

A coordenação pedagógica da escola campo de estágio é feita por apenas uma


supervisora que orienta as atividades apenas para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. A
coordenação pedagógica da Educação Infantil e o Telecurso são feitas pela supervisora
competente da própria Secretaria de Educação.
O relacionamento da supervisora pedagógica da escola se mostrou amigável e
profissional com todas as professoras e os demais funcionários. Durante o ano foram
realizadas reuniões pedagógicas periodicamente. Nessas reuniões a supervisora transmitia
avisos vindos da Secretaria de Educação e da Superintendência Regional de Ensino,
organizava os calendários de provas mensais e bimestrais, realizava estudos dos PCN’s e dos

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cadernos do CEALE, mostrando sua preocupação com a formação das professoras. As
decisões foram tomadas coletivamente tentando atingir ao máximo a vontade de todas,
quando surgia algum impasse ou dificuldade em atingir os objetivos da reunião a supervisora
buscava no diálogo a melhor solução para o problema, sempre com o apoio da direção da
escola.
Nos conselhos de classe, realizados todo bimestre com a presença de todas as
professoras, elas apresentaram a supervisora suas observações, questionamentos, dificuldades
com relação ao desempenho de suas atividades e principalmente a situação de cada aluno
dentro da sala de aula. Os conselhos foram bem dinâmicos e participativos e na opinião da
supervisora conseguiram atingir os objetivos propostos.
As professoras sempre tiveram livre acesso a sala da supervisora tanto para conversas
e questionamentos quanto para buscar materiais como livros, revistas, CD’s, DVD’s e outros
materiais didáticos disponíveis para elas. Além dos materiais já existentes na escola a
supervisora buscou sempre disponibilizar para as professoras materiais diferenciados e
novidades. Em sites e blogs da internet ela retirava várias atividades, que eram colocadas em
uma pasta na sala das professoras. Essas atividades foram muito usadas pelas professoras para
proporcionar uma aula diferente para seus alunos.
Nas reuniões com os pais dos alunos ela estava sempre presente e preocupada em
atender a todos que a solicitavam. Ainda com relação ao atendimento aos pais, sempre que
alguma professora precisasse de uma reunião em particular, ela agendava um horário e
juntamente com a direção da escola buscavam uma solução a situação.

4.3 – DIREÇÃO DA ESCOLA

A direção da escola mostrou-se preocupada com todo o processo educacional e com o


desempenho de seus professores e alunos, apresentando um bom relacionamento com todos.
Os pais dos alunos demonstraram muito respeito e admiração pela forma como a diretora da
escola trabalha.
Assim como foram feitas as reuniões pedagógicas, também foram feitas reuniões
administrativas. Nessas reuniões a diretora e a vice passavam informações de caráter
administrativo vindas da Secretaria de Educação, eram marcados as festas e os eventos
escolares, eram tomadas decisões acerca do calendário e de alterações de datas, sábados
letivos e feriados.

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É de se saber que tomar decisões sempre é muito difícil, ainda mais quando envolvem
um grande número de pessoas e opiniões diferentes. Então uma saída encontrada pela diretora
e pela vice-diretora foi a de discutir questões burocráticas, que não necessitavam da presença
das professoras, entre elas e a supervisora e só então levadas ao conhecimento de todos.
Questões práticas do dia-a-dia escolar sempre foram tratadas nas reuniões administrativas e
pedagógicas mostrando que a direção se preocupava com a participação de todos. Tomando
essa medida a diretora conseguiu diminuir discussões desnecessárias e não prejudicou o
caráter democrático de sua gestão.
Como mencionado anteriormente a equipe administrativa participou efetivamente dos
trabalhos pedagógicos e das atividades da escola. Prova disso foram os muitos prêmios que os
alunos conquistaram para a escola ao longo do ano letivo de 2010. Dentre esses prêmios vale
a pena ressaltar o primeiro lugar do estado de Minas Gerais em um concurso de redação
promovido pela Ferrovia Centro Atlântica. A direção sempre buscou levar o nome da escola
em função do desempenho dos seus alunos e de seus professores.
O Conselho Escolar e o Colegiado Escolar foram de grande importância durante todo
o ano. Atuantes e participativos tanto o Conselho quanto o Colegiado eram formados por
representantes dos pais, professores e funcionários. Eles se reuniam frequentemente para
ajudar a diretora a distribuir adequadamente as verbas que vinham para a escola, além de
receber as prestações de contas de todos os gastos. O presidente do Conselho Escolar segundo
a diretora foi muito atuante e recebeu destaque do secretário de educação nas reuniões com as
diretoras das escolas.
A diretora da escola tem uma

“concepção de educação pautada em uma educação integral como


agente de transformação capaz de promover todo o homem e o homem todo.
Ainda dentro desse pressuposto destacou-se a importância dos valores
espirituais, morais, éticos e cívicos, heranças culturais. Defesa da pessoa
humana com seus direitos e deveres”. (PPP, 2010)

5.0 – ESPAÇO DE ATUAÇÃO DO GESTOR E SUAS ATRIBUIÇÕES

A organização do espaço escolar requer cuidado, zelo e muita dedicação, pois o


objetivo maior de qualquer instituição de ensino é formar as crianças, adolescentes e jovens
para participarem de uma sociedade em constante transformação. Conscientizá-los de que

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fazem parte da história e da cultura de um povo é de suma importância para torná-los
cidadãos responsáveis capazes de agir, conservar e transformar o espaço onde moram. Por
isso gerir uma instituição de ensino não é apenas administrar números e recursos humanos é
administrar o futuro de uma sociedade que clama por mudanças.

As organizações humanas crescem em complexidade e em desafios, os


profissionais que nelas atuam e que com elas interagem são exigidos na
mesma proporção. A necessidade e a importância da compreensão do
comportamento organizacional são assim evidenciadas para uma adequação
das exigências com as atividades e as tarefas, a organização e a equipe -
demais seres humanos - clientes internos, clientes externos, fornecedores,
parceiros e comunidade. (MORENO, 2003)

A partir desse momento considerarei o espaço de atuação e as atribuições da diretora da escola


dona Maria Célia Silva.
A diretora Maria Célia assumiu pela segunda vez a direção da escola Municipal João Beraldo,
é uma pessoa que demonstra confiança em seu trabalho e passa essa confiança para seus subordinados
e principalmente para os pais dos alunos. Em todos os seus projetos foi otimista e sempre buscou
desenvolver as atividades da maneira mais simples, mas sem perder a eficiência e o foco pela
conquistas de seus objetivos. Sua experiência como professora já conta mais de 30 anos de trabalho e
como já mencionado assume pela segunda vez a administração da mesma escola, isso mostra que é
uma profissional reconhecida pelo seu trabalho e por sua experiência profissional. Além disso, ela é
bem aceita pelos pais dos alunos e pela comunidade escolar o que facilita a comunicação e o
entendimento entre todos os envolvidos com a instituição. Durante o período observado pude perceber
sua habilidade para entender os que os outros estão querendo dizer e comunicar decisões e planos de
ações de maneira clara e objetiva. Prova disso foi a grande atuação do Colegiado e do Conselho
Escolar que durante o ano de 2010 juntamente com a direção conseguiram além da reforma muitas
melhorias para a escola.
Moreno, 2003 afirma que: “ Aprendizagem importante: os humanos respondem ou
reagem aos estímulos significativos. Não percebemos as pessoas como elas são, as
percebemos como elas nos parecem ser, pelo que significam para nós.” O que de mais
significante pude perceber foi seu interesse em participar efetivamente de todas as atividades
pedagógicas. Participou e incentivou os alunos e professores a participarem também. Todo
esse incentivo rendeu à escola premiação em vários concursos. No entanto todo essa
disposição não foi, em alguns momentos bem recebida pelas professoras, pois de acordo com
a diretora alguns projetos e eventos ficaram a desejar em sua organização e apresentação por

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falta de interesse de alguns profissionais. Nessa situação a diretora lamentou o ocorrido e em
reunião buscou fazer um feedback e cobrar mais participação e empenho dos profissionais.
Por ser uma profissional que se cobra muito, ela também cobrou muito de todos os
funcionários da escola. Com essa atitude teve que suportar várias críticas e divergências de
opiniões. Apesar do bom relacionamento com a supervisora da escola, algumas divergências
importantes foram percebidas. Por ser a supervisora pouco experiente na função a diretora
cobrou muito e ensinou pouco, o que em minha opinião foi uma falha dela. Sabendo que a
supervisora teria dificuldades o mais sensato seria auxiliá-la e mostrá-la onde poderia
melhorar em seu trabalho. Muitas vezes por falta de paciência ela mesma fazia o trabalho da
supervisora, atitude que também não concordei. Se o trabalho é da supervisora fazer por ela só
desmereceu sua capacidade de aprendizagem. Mesmo nas situações conflituosas o respeito
mútuo sempre esteve presente, fazendo com que cada uma tivesse atitudes ponderadas e
resolvessem seus conflitos sem prejuízo para a escola.
Em uma visão geral posso dizer que a gestão da dona Maria Célia Silva foi muito boa.
Ela conseguiu articular bem todas as habilidades técnicas exigidas pelo cargo, sem perder de
vista as habilidades humanas que compreenderam toda sua equipe de trabalho e seus
relacionamentos e ainda favoreceu democraticamente as habilidades conceituais responsáveis
pelas tomadas de decisões, análise das situações, busca de alternativas e interpretações de
informações e resultados.

6.0 – DA TEORIA PARA A PRÁTICA

As Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia trouxeram novas ideias e mudou o


olhar sobre o profissional graduado em Pedagogia.
No seu artigo segundo parágrafo primeiro as diretrizes curriculares apontam um novo
conceito de docência.

Compreende-se a docência como ação educativa e processo


pedagógico metódico e intencional, construído em relações sociais,
étnico-raciais e produtivas, as quais influenciam conceitos, princípios
e objetivos da Pedagogia, desenvolvendo-se na articulação entre
conhecimentos científicos e culturais, valores éticos e estéticos
inerentes a processos de aprendizagem, de socialização e de
construção do conhecimento, no âmbito do diálogo entre diferentes
visões de mundo.

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Esse novo olhar demonstra a preocupação que o profissional deve ter com todas as
abordagens presentes no processo educativo, articulando e desenvolvendo os conhecimentos
científicos e culturais.
Mas as novas diretrizes apontam ainda o pedagogo como participante também da
gestão escolar como pode ser lido no artigo quarto, parágrafo único e seus incisos.

Parágrafo único. As atividades docentes também compreendem participação


na organização e gestão de sistemas e instituições de ensino, englobando:
I - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de
tarefas próprias do setor da Educação;
II - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de
projetos e experiências educativas não-escolares;
III - produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico do campo
educacional, em contextos escolares e não-escolares.

Por isso hoje o pedagogo deve estar preparado para atuar na educação sendo docente
ou não, mas que de alguma forma contribuirá para o processo de formação e desenvolvimento
do processo educativo em uma instituição de ensino.
Visando entender o trabalho do coordenador pedagógico frente a esse novo olhar que
proporciona as diretrizes curriculares propus um diálogo com a supervisora Eliana Alves de
Souza Nogueira, sobre Mudanças de Valores e os desafios e perspectivas desse profissional.
Em nossa conversa a supervisora se disse consciente da importância em valorizar e
estimular o trabalho em grupo, tanto entre os professores quanto entre os alunos. Ressaltou o
talento de promover a amizade como instrumento fundamental para se promover à ética, o
espírito de liderança e a enxergar nos obstáculos a oportunidade de crescimento, a amizade é
capaz de transformar atitudes. Ela fez lembrar o PPP da escola que traz os ”valores espirituais,
morais, éticos e cívicos, heranças culturais e a defesa da pessoa humana com seus direitos e
deveres” propostos pela instituição exemplificando o desejo que todos demonstraram em
preservar esses valores essências ao desenvolvimento de qualquer criança.
Quanto aos desafios e perspectivas ao mesmo tempo em que se mostrou otimista
também se mostrou preocupada com a atuação dos novos profissionais. Segundo a
supervisora atualmente é difícil um profissional que esteja à frente do seu tempo e que busque
novos métodos e alternativas para um ensino de qualidade, ela atribui essa dificuldade à
desvalorização do profissional em educação. Dos desafios apontados por ela o mais
significativo foi o de fazer a escola acompanhar as novas tecnologias e estar atenta as novas

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exigências que a sociedade atual impõem. Quanto a perspectiva ela apontou o relacionamento
aluno-professor como sendo, ainda o que é de mais prazeroso e satisfatório na profissão.
Nessa perspectiva devemos identificar as necessidades dos professores e com eles
encontrar soluções que priorizem um trabalho educacional de qualidade esse trabalho é
desenvolvido pelo coordenador pedagógico. 

7.0 – TRABALHANDO A FORMAÇÃO CONTINUADA

Como última atividade na escola campo de estágio propus à supervisora uma


participação em uma das reuniões pedagógicas. Selecionei o texto proposto para o estágio
supervisionado Dona Licinha de Fanny Abramovick, postado na Revista Escola on line.
Xeroquei e distribui as folhas para todas as professoras e ainda para a supervisora a
vice-diretora e a diretora. Pedi que fizessem uma leitura silenciosa num primeiro momento e
depois pedi para que uma professora lesse a carta como se fosse a Dona Licinha. Foi muito
engraçado e as professoras gostaram do texto e da interpretação da colega.
No momento da socialização percebi certa dificuldade na participação principalmente
das professoras mais velhas e das que trabalhavam em mais de uma escola. Apesar de
gostarem do texto e elogiarem a participação da colega elas estavam mesmo é querendo ir
embora, não consegui motivá-las para uma participação mais efetiva e com maiores
resultados. Em geral todas se lembraram das primeiras professoras e algumas confessaram
que em suas aulas utilizam-se de algumas atividades que vivenciaram com suas professoras e
que as marcaram.
Pude perceber que a formação continuada dos professores é um grande desafio para o
coordenador pedagógico, haja visto que a maioria dos professores devido ao cansaço e a
desmotivação não vem necessidade de uma formação continuada.

8.0 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conhecer o trabalho do gestor-escolar foi muito importante para meu aprendizado,


pois até então imaginava o pedagogo apenas como diretor ou coordenador, aquele que toma as
decisões e as faz cumprir. Agora percebi que o trabalho desse profissional vai além de uma
sala fechada, da burocracia de papeis e da organização da escola. Gerir um escola não é

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apenas organizar papeis, distribuir funções e apresentar resultados, mas sim se preocupar com
a formação integral dos alunos, os quais a sociedade confia nas mão dos professores.
Na rotina da Escola Municipal João Beraldo pude perceber e acompanhar a atuação do
professor-gestor dentro e fora da sala de aula, do coordenador pedagógico responsável pela
formação continuada dos professores e de motivá-los para que eles utilizem ao máximo seu
potencial e do gestor-diretor cabe a ele a organização burocrática e institucional da escola e
ainda conseguir harmonizar as diferentes habilidades com as quais ele lida diariamente.
O modelo de gestão da escola pode, em minha opinião ser considerado como
democrático-participativo considerando todas as abordagens apresentada nesse relatório.
Das atribuições do gestor a que mais me chamou a atenção foi a do coordenador
pedagógico, por isso quero aqui ponderar algumas especificações sobre esse profissional,
fazendo minhas as palavras de NOGUEIRA:

O coordenador precisa estar sempre atento ao cenário que se apresenta a sua


volta valorizando os profissionais da sua equipe e acompanhando os
resultados, essa caminhada nem sempre é feita com segurança, pois as
diversas informações e responsabilidades o medo e a insegurança também
fazem parte dessa trajetória, cabe ao coordenador refletir sobre sua própria
prática para superar os obstáculos e aperfeiçoar o processo de ensino –
aprendizagem. O trabalho em equipe é fonte inesgotável de superação e
valorização do profissional.

Por fim considero a educação Educação de qualidade uma busca constante das
instituições de ensino, para que isso se torne realidades são necessárias ações que sustentem
um trabalho em equipe e uma gestão que priorize a formação docente contribuido para um
processo administrativo de qualidade conforme Chiavenato (1997, p.101), “não se trata mais
de administrar pessoas, mas de administrar com as pessoas. As organizações cada vez mais
precisam de pessoas proativas, responsáveis, dinâmicas, inteligentes, com habilidades para
resolver problemas, tomar decisões”. Nessa perspectiva devemos identificar as necessidades
dos professores e com eles encontrar soluções que priorizem um trabalho educacional de
qualidade esse trabalho é desenvolvido pelo coordenador pedagógico. 

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9.0 - REFERENCIAL BIBLIOGRAFICO

ABRAMOVICK, Fanny. Dona Licinha. Escola on line. Disponível em:


http;//revistaescola.abril.com.br/edições/0146/aberto/mt_246394.shtml. Acessado em 21
janeiro 2011.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares para o Curso de Graduação em


Pedagogia. http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_06.pdf. Acessado em 21 janeiro
de 2011.

LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação
escolar: políticas, estruturas e organização. São Paulo: Cortez, 2003.

LIMA, Paulo Gomes e GOMES, Sandra Mendes dos. O coordenador pedagógico na escola
básica: desafios e perspectivas. Revista de educação. Cascavel: Universidade o Oeste do
Paraná. Acessado em 21 janeiro 2011.

MORENO, Luiz Carlos. O gerente educador e a liderança. RH.com.br. Disponível em:


http;//www.rh.com.br/portal/liderança/artigo/3769/o-gerente-educador-e-a-liderança.html.
Acessado em 17 janeiro 2011.

NOGUEIRA, Vanessa dos Santos. O papel do coordenador pedagógico. Trabalho docente.


Disponível em http://www.educador.brasilescola.com/trabalho-docente/o-papel-coordenador-
pedagogico.htm. Acessado em 19 janeiro 2011

SCUSSEL, Denise Rodovalho. A identidade e a atuação do educador-gestor na escola básica


– Prática de Ensino. In: SANTOS, Fábio Rocha. (Org). Pedagogia/Universidade de
Uberaba – Caderno de atividades. Etapa 4. C3. Uberaba: Universidade de Uberaba. 2008.
V.2. (Série Licenciatura)

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