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TRANSTORNOS DE

ANSIEDADE
Luís Fernando Schilling
CAPs Vera Cruz
ANSIEDADE
• Emoção de desconforto que os seres humanos
experienciam em resposta a um perigo presente que
os faz se preparar para uma situação que reduza ou
previna a sua ocorrência: sensação de apreensão
quanto a algum perigo futuro bem delineado
• Processo passageiro
• Característica permanente de personalidade
• Processos transitórios e/ou predisposições ou traços
duradouros de personalidade
O QUE É ANSIEDADE
É um estado emocional composto por 3 aspectos:
• Fisiológico: dores, tremores, contraturas, tensão, calafrios,
adormecimento.
• Cognitivo:
Nervosismo, apreensão, insegurança, dificuldade de concentração,
sensação de estranheza, preocupação, antecipação catastrófica.

•Comportamental: fuga e esquiva


` hipervigilância
insonia
congelamento
O QUE NOS DEIXA
ANSIOSOS?
• A ansiedade é uma reação emocional de
defesa frente a sinais de perigo.
• Sinais são: indícios,
prenúncios,
presságios,
avisos
• Exemplo de sinais:
Fumaça é sinal de fogo ?
Vento é sinal de chuva ?
O que nos deixa ansiosos?
Ansiedade inata
Existem situações nas quais todos nós
reagimos com ansiedade (sinais de perigo

universais)
Ansiedade aprendida
Em outras situações, alguns aprenderam a reagir com
ansiedade enquanto outros não.
FUNÇÕES DA ANSIEDADE

• Diminuir o desconforto ( impulso)


• Aumentar o grau de vigília
• Ampliar a capacidade de agir em
situações de estresse
• Sintoma predominante de um grupo de
transtornos
Ansiedade Inata e Aprendida
5 tipos de estímulos fóbicos (Gray)

• 4 inatos (universais)
1) intensidade: Estímulos que eliciam reação ansiosa à distância.
Visual, auditivo, pelo odor.

2)Novidade: estímulos súbitos. Susto, medo de estranhos, de


situações novas.

3)Perigo evolutivo especial: valor adaptativo. Sombra do


predador, altura, escuro.
4) Interações sociais.

• Aprendidos por condicionamento


Ansiedade Inata e Aprendida
• Sinais universais de perigo:
Exemplo: Barulho
Escuro
Altura
Animais e Insetos
Mudança brusca no ambiente
Contato social
Contato com Estranhos
Os pensamentos podem
interferir na ansiedade?
• Sim, nossas reações emocionais são influenciadas pelo modo
como interpretamos as situações.
• Se interpretarmos uma situação como ameaçadora
tendemos a ter reações emocionais de acordo com
essa interpretação (Ansiedade), e não de acordo
com o perigo “real” da situação
 Quando a ameaça é suscitada por uma “percepção equivocada”, a
resposta do “programa de ansiedade” é também inadequada.
Os pensamentos podem
interferir na ansiedade?
Situação (qualquer)

Pensamento (interpretação catastrófica)

Emoção (ansiedade)

Comportamento (fuga e esquiva)


Exemplo de pensamento
catastrófico
Barulho na porta

São bandidos querendo Meu filho está chegando


arrombar a porta

Alegria, satisfação
Ansiedade

Apenas seu filho


chegando em casa
A ansiedade é uma vivência universal

• Os principais sinais e sintomas da


ansiedade patológica são compartilhados
pelos indivíduos normais e sujeitos
ansiosos
QUANDO A ANSIEDADE SE
TORNA UM TRANSTORNO
• Contínuo entre apreensão até ataques de
pânico
• Impedimento do comportamento
• Grau de sofrimento
• Frequência
• Intensidade
• Transtornos ansiosos são uma condição na qual a
ansiedade, como sintoma diretamente relatado ou
observado, está anormalmente elevada ou é
desproporcional ao contexto ambiental
• São os transtornos mentais mais freqüentes na
população
• Levam a comprometimentos funcionais
duradouros (profissional, pessoal)
EVOLUÇÃO CONCEITUAL
• PSIQUIATRIA PRÉ-FREUDIANA:

Não existia um conceito unitário de Ansiedade, cada


sintoma era atribuído a uma causa específica.

“Síndrome do coração irritável” (cardiovasculares)


“Cólon irritável” (gastrintestinais)
“Delírio emotivo” (neurológicas)
EVOLUÇÃO CONCEITUAL

FINAL DO SÉCULO XIX

Início do conceito de Ansiedade (Freud 1894), ao


descrever uma síndrome distinta “neurose de
ansiedade ou neurose de angüstia” caracterizada por:
*sintomas objetivos ou somáticos e
*sintomas subjetivos (vivências psicológicas)
Neurose de angústia
• 4 grupos de sintomas:
irritabilidade generalizada,

expectativa e apreensão ansiosa crônica (não


preocupação) NUCLEAR

ataques de ansiedade e
evitação fóbica secundária
Apreensão x preocupação
• De acordo com Freud:
• A expectativa ansiosa está cronicamente
presente porém pode vir à consciência
cronicamente sob a forma de preocupações
ou de ataques de angústia
Modelo psicanalítico
• Mudanças na psiquiatria americana durante e
após a segunda guerra
• Aceitação do trauma como condicionador de
doença mental
• Papel político dos grupos organizados e do
ativismo social dentro da administração de
veteranos
• Surge a primeira DSM em 1952
Evolução conceitual:
grupo de St. Luis e DSM-III
• Forte insatisfação no início dos anos 70
• Uso de critérios operacionais (RDC, 1972)
• Embate teórico final dos anos 70:
necessidade de avançar para classificações
mais empíricas (Kraepelin) x décadas de
experiência em trabalho psicoterápico
psicanalítico
• 1980 DSM III abandona conceito de
neurose
APRESENTAÇÕES CLÍNICAS

FORMAS DE ANSIEDADE

LIVRE FLUTUANTE (TÔNICA)


PAROXÍSTICA (ICTAL)
ANSIEDADE GENERALIZADA

ESPONTÂNEA
SITUACIONAL
(ATAQUES DE PÂNICO)

ESTÍMULOS EXTERNOS ESTÍMULOS INTERNOS


(FOBIAS) (OBSESSÕES)
O QUE É UM TRANSTORNO ANSIOSO

-Presença de estados emocionais persistentes


nos quais a ansiedade patológica desempenha
papel fundamental

-Estados ansiosos repetitivos causando sofrimento e/ou prejuízo no


funcionamento cotidiano do
Indivíduo, e que não se devem à presença de
outros quadros clínicos.
TRANSTORNOS DE
ANSIEDADE - DSM IV-R
• Transtorno de Pânico
• Agorafobia
• Fobias específicas
• Fobia social
• Transtorno de Ansiedade generalizada
• Transtorno obsessivo-compulsivo
• Transtorno de Estresse pós-traumático
Qual a frequência do problema?

- Transtornos de Ansiedade 23%


- Transtorno do Pânico 3%
- Fobia Social 13,3%
- Agorafobia 6%
- Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) 2%
- Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) 3%
Relevância médico social dos
transtornos ansiosos
 Custo Social dos Transtornos Ansiosos

DIRETO: demanda desta população pelos sistemas


de saúde.
INDIRETOS: conseqüências individuais nos casos
não tratados
ECA: um em cada cinco portadores procura
tratamento (80% em CG)
Os resultados sugerem forte disfunção vocacional
TRANSTORNO DE PÂNICO
TRANSTORNO DE PÂNICO
• O transtorno de pânico é caracterizado por
ataques de pânico inesperados e recorrentes
acerca do quais a pessoa se sente constantemente
preocupada.
• O ataque de pânico é um período inconfundível
de medo intenso ou desconforto, no qual quatro
ou mais dos seguintes sintomas aparecem
abruptamente e alcançam um pico em dez
minutos.
Sintomas
• Palpitações • Ondas de frio ou calor
• sudorese • Tontura
• falta de ar • pressão na cabeça
• sensação de aperto na • dor ou pressào no peito
garganta • sensação de irrealidade
• tremor ou de estar distante de si
• náusea e/ou desconforto mesmo
intestinal • anestesias e sensação de
• fraqueza formigamento
Sintomas
• Dificuldade para • Medo de desmaiar
relaxar, tremores, • reação de susto a
dores diversas e pequenos estímulos
inespecíficas • irritação
• medo de ter um • insônia
infarto, medo de ficar • procura ficar em locais
louco.medo de perder de onde possa sair
o controle facilmente caso venha a
• medo de morrer passar mal
Epidemiologia
• Maior incidência entre as mulheres -
• Primeira manifestação entre 21 e 35 anos
• Raro iniciar após os 40 anos
• Parece não haver variação transcultural
Pânico - Fatores predisponentes
• Fatores emocionais e ambientais estão
relacionados e interagindo com uma
disfunção biológica básica no momento de
eclosão das crises e na sua progressão para
o aparecimento do transtorno de pânico.
Gentil (1986)
Pânico - Fatores predisponentes
• DSM - ansiedade de separação na infância e
perda súbita de suportes sociais.
• Klein (1980) relata a incidência relativamente
alta de ansiedade de separação em criança nos
pacientes com agorafobia e ataques de pânico
• Yeragami et al. (1989) demonstram a
evidência de associação entre ansiedade de
separação e transtorno de pânico
Pânico - Fatores predisponentes
• A perda de alguém importante, perda de
suporte social, freqüentemente antecede o
transtorno de pânico
• Perda relacionada com o ano que antecedeu
o primeiro episódio de pânico. Faravelli &
Pallanti (1989)
Pânico - Fatores predisponentes
• Relação contígua entre stress psicossocial e
o primeiro ataque de pânico. Pollard et al.
(1989)
• Eventos estressores tinham impacto
significativamente maior nos sujeitos
ansiosos do que os sujeitos não ansiosos.
Rapee et alli (1990)
Pânico - Fatores predisponentes
• Pacientes de pânico relacionaram maior
exposição a stress psicossocial do que os
obsessivos compulsivos, não no último ano, que
era semelhante, mas durante a vida toda Loof et al
.(1989)
• Associações entre a morte da mãe e
divórcio/separação dos pais na infância com
agorafobia e ataques de pânico. Tweed et al.
(1989)
Pânico - Fatores predisponentes
• Shear ( 1990) os mecanismos de
desenvolvimento do transtorno de pânico em
resposta a stress psicossocial não estão bem
elucidados, embora a alta prevalência de stress
psicossocial anterior ao primeiro ataque de
pânico tenha sido demonstrada e relacionada
com a vulnerabilidade do sujeito, os
mecanismos de desenvolvimento desta
vulnerabilidade não são conhecidos.
Pânico - Fatores predisponentes
• Roth et al. (1992) encontraram maior reatividade
a stress nos pacientes com pânico comparados ao
grupo controle
• Associação presente nas dificuldades de
enfrentamento a eventos estressores, e pelo
significado que atribuem a eles. Repertório não
apropriado de expressão da resposta ao stress,
estratégias de enfrentamento (coping). Savoia
(1995)
Pânico
• Ênfase na vulnerabilidade ao estresse e não
aos eventos estressantes em si. Klein ( 1990)
• Vulnerabilidade às situações de estresse tem
sido demonstrada por Shear (1990) e
Bennet & Stirling (1998).
LIFE EVENTS
• Associação freqüente entre esses
eventos e a primeira manifestação do
pânico
• Perda de suporte social freqüentemente
antecede o transtorno do Pânico
• Ênfase na vulnerabilidade ao estresse
• Os eventos diários tem um impacto maior
no aumento de ansiedade nos pacientes com
pânico. O paciente precisa aprender a
programar o stress na sua vida.
Pânico - fatores intervenientes no relato
de eventos do passado
• Os pacientes de pânico divergem quanto ao
número, tipo e significância do stress
psicossocial relatados quando analisados em
dois momentos, antes e após tratamento;
examinando como cada sujeito não apenas
escolhe as alternativas, mas como as analisa
e as ordena de acordo com sua
significância. Savoia (1995)
Pânico - fatores intervenientes no relato
de eventos do passado
• O transtorno de pânico influi na percepção
dos relatos do passado, avaliando-os como
mais estressantes e ameaçadores. O
tratamento efetuado melhora não apenas os
sintomas referidos, como também as
avaliações cognitivas de suas vidas, com
relação inclusive a estratégias de coping
utilizadas Savoia (1995)
Pânico - fatores intervenientes no relato
de eventos do passado
• O transtorno de pânico influi na avaliação
do paciente do seu próprio comportamento
no passado, percebendo-o como menos
eficaz frente a uma situação estressante.
• Este transtorno influi na percepção de
situações e comportamentos passados de
maneira negativa.
Pânico - fatores intervenientes no relato
de eventos do passado
• A tendência desses pacientes é de analisar
os eventos não só como mais estressantes e
ameaçadores, mas também de se perceber
como menos capaz de enfrentá-los, quando
estão "doentes."
Pânico - fatores intervenientes no relato
de eventos do passado
• Estudo sobre a avaliação de perfil de
personalidade, através do MMPI encontrou
valores altos nas escalas relacionadas a
sintomatologia do transtorno antes do
tratamento . Valores menos patológicos
após o tratamento e no grupo de remissão
prolongada, menos patológico o perfil
avaliado pelo MMPI. Ito et al.(1994)
Pânico - fatores precursores dos
ataques
• Ansiedade
• Percepção e sensação de controle
• Expectativa sobre a ocorrência do ataque de
pânico
• Percepção de sintomas somáticos
• Kenardy et. al. ( 1992)
• Pacientes com transtorno de pânico, em geral,
avaliam negativamente os eventos que
ocorrerão no futuro próximo, apresentando
uma ansiedade antecipatória. por exemplo, tem
um pensamento ou imagem de ter um ataque
de pânico na próxima saída de casa, cada vez
mais este paciente não sai de casa, ou se sair,
busque sempre a companhia de alguém.
• A teoria de que ataques de pânico são
resultados de interpretações cognitivas
catastróficas que o paciente faz de seus
sintomas somáticos tem encontrado apoio
na literatura. Holt & Andrews (1988),
Rapee et al. (1988) , Argyle (1988
MODELO DE BARLOW PARA O TRANSTORNO DE PÂNICO
(1988)
VULNERABILIDADE
BIOLÓGICA POSSÍVEL DESENVOLVIMENTO
DE EVITAÇÃO AGORAFÓBICA
Determinados por fatores culturais,
ESTRESSE sociais e ambientais e moderados na
Devido a eventos presença ou ausência de sinais
negativos de vida de segurança.

ALARME FALSO ASSOCIADOS COM


DADOS INTEROCEPTIVOS
ALARME APRENDIDO

Sintomas automáticos e
VULNERABILIDADE
cognitivos de ansiedade tanto
PSICOLÓGICA quanto uma variedade de dados
somáticos disparam alarmes
apreensão ansiosa
aprendidos de uma forma
enfocando alarmes futuros imprevisível
Fatores mantenedores
• A disponibilidade de uma ou mais pessoas
que ofereçam apoio e proteção,
proporcionaria ganhos secundários com o
transtorno o que auxiliaria a manutenção.
DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL
• Hipertireoidismo
• Prolapso da válvula mitral
• Labirintites
• Hipoglicemias
• Fenocromocitomas
TRATAMENTO BIOLÓGICO
• Antidepressivos - tricíclicos (clomipramina,
imipramina) / ISRS ( fluoxetina, paroxetina,
citalopram)
• Benzodiazepínicos (alprazolam,
clonazepam)
PSICOLÓGICO
• Terapia cognitivo comportamental
• Prática de ajuda psicoterápica que se baseia
em uma Ciência e uma Filosofia do
comportamento caracterizadas por uma
concepção naturalista e determinista do
comportamento humano.
DESENCADEANTES
EXTERNOS
• Esquiva fóbica - Exposição ao vivo ou em
imaginação
• Pensamentos disfuncionais - Reestruturação
cognitiva
• Estratégias de enfrentamento a estressores
inadequadas - manejo de estresse
DESENCADEANTES
INTERNOS
• Interpretações catastróficas sensações
corporais - Exposição interoceptiva
• Cognições disfuncionais - reestruturação
cognitiva e parada de pensamento
• Sensações psicofisiológicas - relaxamento
TRATAMENTO COMBINADO
• A atribuição de progressos à medicação
pode diminuir a eficácia da psicoterapia
• Interferência dos efeitos colaterais dos
medicamentos no processo terapêutico
• O tratamento farmacológico suprime os
ataques de pânico rapidamente
TRATAMENTO COMBINADO
• O tratamento cognitivo-
comportamental gradualmente introduz
a aquisição de repertórios de
enfrentamento adequados

• A adição da psicoterapia a
farmacoterapia é o mais indicado
TRANSTORNO DE
ANSIEDADE
GENERALIZADA
Transtorno de Ansiedade
Generalizada

• Transtorno crônico de
ansiedade caracterizado por
preocupações irreais ou
excessivas ou incontroláveis
CONCEITO
• Ansiedade- "...estado emocional vivenciado
com a qualidade subjetiva do medo ou de
emoção a ele relacionado... desagradável...
dirigida para o futuro... desproporcional...
com desconforto somático subjetivo e com
alterações somáticas manifestas“ (Aubrey
Lewis, 1967).
Ansiedade Generalizada no DSM-
IV:
Preocupação caracterizada por ser:
• Excessiva
• Difusa
• Incontrolável
• Acompanhada de:
– inquietação, irritabilidade
– tensão muscular
– fadiga
– distúrbios do sono
– dificuldades de concentração
• Causa de significante perda da capacidade
TRANSTORNO DE
ANSIEDADE GENERALIZADA
• Têrmo surge em 1980 (DSM-IV)
• Contraponto ao conceito de neurose de
angústia.
• Categoria residual, diagnóstico por exclusão
Apreensão Ansiosa
• Um estado de humor caracterizado por
– sentimento negativo
– hiper-excitação crônica
– senso de descontrole
– atenção perigo-orientada

Você se preocupa excessivamente com as


menores coisas?

Barlow et al. Am J Psychiatry 1986;143: 40-44.


Sanderson and Barlow. J Nerv Ment Dis 1990; 178: 588-591.
Quadro Clínico
• Sintoma central: preocupação
permanente e excessiva com os pequenos
problemas do cotidiano

• Tensão motora
– tremores, dificuldade de relaxar,
inquietação, fadiga, cefaléia, dores
musculares
Quadro Clínico

• Hipervigilância
– insônia, irritabilidade, dificuldade de
concentração, antecipações negativas,
preocupações excessivas
Quadro Clínico

• Hiperatividade autonômica
– taquicardia, hiperpnéia, sudorese, náusea,
boca seca, tontura, urgência miccional,
sintomas gastrointestinais (dificuldade de
digestão, diarréia)
Hereditariedade estimada para
ansiedade generalizada: 30%

Odds ratio = 26 para ansiedade


generalida + depressão maior

Kendler et al. Arch Gen Psychiatry 1992; 49: 267-272.


Kendler et al. Arch Gen Psychiatry 1992; 49: 716-722.
Kendler et al. Arch Gen Psychiatry 1995; 52: 374-383.
informação / evento / imagem (cues ou gatilhos)

Percepção do risco Ansiedade antecipatória

2. Checagem
reassegurament
interpretação dos 1.Hipervigilância o
sinais corporais
como doenças 3. Excitação
fisiológica

aumento da preocupação com alterações


percebidas das sensações corporais
Impacto na qualidade de vida
• Pacientes com Transtorno de
Ansiedade Generalizada
– Pensam ter saúde emocional regular ou
baixa
– Tendem a se preocupar excessivamente
sobre as experiências rotineiras da vida
diária

Massion AO et al. Am J Psychiatry 1993;150:600


Epidemiologia

• Transtorno de ansiedade mais comum na


prática médica geral, mais diagnosticado
• Prevalência ao longo da vida
3,6% homens
6,6% mulheres

Kessler RC et al. Arch Gen Psychiatry 1994;51:8


DSM-IV. Washington, DC: American Psychiatric Association, 1994:433
Epidemiologia

•Relacionada a eventos vitais estressantes


• Prevalência sem depressão na 3a. Idade apenas
1,9%
• Nos 8 principais mercados farmacêuticos, 50
milhões de consultas foram realizadas por
transtornos ansiosos, somente 17 a 38% vão a um
psiquiatra
• Não psiquiatras não usam drogas complicadas ou
com efeitos colaterais inesperados
Evolução Clínica
• Início insidioso (adolescência )
• Quadro crônico e flutuante
– períodos de agravamento e remissões
parciais
• Piora no pré menstrual
• Maioria é tratada por clínicos gerais,
cardiologistas ou gastroenterologistas
Estudo da OMS na Clínica Geral
1.973 entrevistas em cinco cidades européias

Reconheci-
Ponto de Incapacidade mento pelo
Prevalência Social Clínico Geral
% % %

Sublimiar

Weiller et al. Br J Psychiatry 1998;173 (suppl.34): 8-23.


Hospitalização e tentativas de
suicídio
Transtorno de ansiedade
generalizada*

c/t. dep. maior s/t. dep. maior

Alguma vez 45% 30%


hospitalizado†
Alguma vez 14% 11%
tentou suicídio‡
*Porcentagens lifetime; †P=0.043, chi-quadrado: 4.07; ‡P=0.499, chi-quadrado: 0.457
Risco de suicídio (TMP*) em
pacientes hospitalizados entre 15
e 44 anos de idade
Homem Mulher
n = 16.037 n = 32.403

Neurose de Ansiedade CID-8 6,7 4,9

*Taxa de Mortalidade Padronizada Allgulander. Arch Gen Psychiatry 1994; 51: 708-712.
Tratamento do Transtorno de
Ansiedade Generalizada, alternativas

• Opções não-farmacoterapêuticas incluem:


– apoio
– Psicoterapias específicas
• Opções farmacoterapêuticas incluem:
– antidepressivos
• TCAs
• SSRIs
• venlafaxina XR
EPIDEMIOLOGIA
• Prevalência da ansiedade nos serviços de clínica
médica: 22,7 a 39,6 %.
• Incidência: 4,3 a 4,7 casos novos por cada 1000
habitantes.
• Crônica: 56% pessoas diagnosticadas em 1952
sintomáticas em 1968 (Canadá).
EPIDEMIOLOGIA
• Prevalência geral dos transtornos ansiosos na
população geral EUA. (1982) ECA.
• Prevalência por 6 meses = 8,9%, prevalência por
toda a vida =14,6%. É duas vezes mais freqüente
em mulheres. início em jovens, somente 1 em cada
5 indivíduos ansiosos, nos EUA, procuram algum
tipo de tratamento.
• National Comorbidity Survey (1994): prevalência
por toda a vida =24,9%.
Curso Clínico
• Início no final da adolescência e adultos
jovens.
• Insidioso
• Períodos de acalmia e recrudescência
(geralmente relacionados a eventos de vida)
• Associação com sintomas depressivos ou
presença de depressão
• Acredita-se que fatores genéticos sejam
importantes. Um ambiente estressante,
particularmente na infância, pode ser um
predisponente à ansiedade generalizada. Da
mesma forma, que determinadas crenças ou
princípios de vida podem predispor um
indivíduo à ansiedade.
Relação entre Sintomas Depressivos
e os Sintomas de Ansiedade
b) Ansiedade e
depressão mista.

transtorno
sintomas

transtorno de ansiedade sintomas de ansiedade


transtorno depressivo sintomas depressivo

Adaptado de Stahl SM. J Clin Psychiatry 1993;54 (suppl1):33-38


Relação entre Sintomas Depressivos
e os Sintomas de Ansiedade
d) Transtorno de ansiedade
com sintomas depressivos
c) Transtorno de ansiedade com relacionados com depressão.
sintomas depressivos
relacionados com ansiedade. transtorno
sintomas

transtorno de ansiedade transtorno depressivo


sintomas depressivo sintomas de ansiedade

Adaptado de Stahl SM. J Clin Psychiatry 1993;54 (suppl1):33-38


PREJUÍZOS
• Abuso e/ ou dependência de Substâncias psicoativas:
– Álcool
– Relaxantes musculares
– Analgésicos e,
– Benzodiazepínicos.

• Dificuldades no trabalho, no convívio social e no


estabelecimento de relações afetivas de boa qualidade podem
produzir instabilidade e sofrimento. Cria-se então um ciclo no
qual o portador teme a instabilidade e a incerteza.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
DSM IV (APA, 1994)
• Ansiedade e preocupação excessivas
(expectativa apreensiva), ocorrendo na
maioria dos dias por pelo menos 6
meses, com diversos eventos ou
atividades (tais como desempenho
escolar ou profissional).
• O indivíduo considera difícil controlar
a preocupação.
• Está associada a pelo menos 3 dos
sintomas:
• Inquietação
• Fatigabilidade
• Dificuldade em concentrar-se ou sensações de branco na mente
• Irritabilidade
• Tensão muscular
• Perturbação do sono
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
DSM IV (APA, 1994)
• O foco da ansiedade ou preocupação não está confinado
a um dos aspectos do Eixo I, ex: ataque de pânico.
• A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos
causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo
no funcionamento social ou ocupacional
• Não se deve aos efeitos fisiológicos diretos ou uma
condição médica geral.
Separação das categorias
• Casos “puros”: exceção
• Depressão+ TAG, Pânico, Fobias, TOC…
• Conceitos de ansiedade, afetivos, humor…
difícil delimitação, problemas na construção
de instrumentos diagnósticos clínicos e de
pesquisa
Resumo
Transtorno de Ansiedade Generalizada é:
• caracterizado por preocupação excessiva e tensão
muscular
• comum e crônico
• compartilha o risco genético de depressão
• responsivo ao tratamento
• A maioria dos casos não é tratado

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