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Medo: resposta emocional a ameaça iminente real ou Ataques de pânico se destacam dentro dos
percebida → Descarga autônoma adrenérgica transtornos de ansiedade como um tipo particular de
resposta ao medo. Não estão limitados aos
• Períodos de excitabilidade autonômica transtornos de ansiedade e também podem ser vistos
aumentada, necessária para luta ou fuga, em outros transtornos mentais.
pensamentos de perigo imediato e
comportamentos de fuga. Se esses episódios ocorrerem de modo repetitivo
configuram-se transtorno do pânico.
Ansiedade: é a antecipação de ameaça futura e
desconhecida. Critérios Diagnósticos:
• Tensão muscular e vigilância em preparação Durante esses ataques, estão presentes pelo menos
para perigo futuro e comportamentos de 4 de uma lista de 13 sintomas:
cautela ou esquiva 1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia.
• Os transtornos de ansiedade diferem entre si 2. Sudorese.
nos tipos de objetos ou situações que 3. Tremores ou abalos.
induzem medo, ansiedade ou comportamento 4. Sensações de falta de ar ou sufocamento.
de esquiva e na ideação cognitiva associada. 5. Sensações de asfixia.
NEUROBIOLOGIA DA ANSIEDADE 6. Dor ou desconforto torácico.
7. Náusea ou desconforto abdominal.
Ativação autonômica e aumento do estado de alerta 8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou
em resposta a ameaças (Luta ou Fuga) desmaio.
Estímulos podem ser: 9. Calafrios ou ondas de calor.
10. Parestesias (anestesia ou sensações de
1. Potencialmente perigosos formigamento).
2. Perigosos, porém distantes 11. Desrealização (sensações de irrealidade) ou
3. Perigosos e próximos. despersonalização (sensação de estar
Giro do cíngulo, córtex pré-frontal, núcleo mediano da distanciado de si mesmo).
rafe, septo e hipocampo: ① e ② 12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”.
13. Medo de morrer.
Substância cinzenta periaquedutal dorsal (SCPD): ③
Sintomas Dissociativos:
Amígdala (origem do medo) e hipotálamo medial:
Despersonalização: perda da orientação
intermediação e modulação
autopsíquica (perda de controle, estranhar a si
Neurônios noradrenérgicos no Locus coeruleus (tronco mesmo).
cerebral)
Desrealização: perda da orientação alopsíquica
Comparação entre estímulo real e o esperado (orientação no tempo e no espaço).
(estímulos condicionados): sistema de inibição
comportamental septo hipocampal (SICS)
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SÍNDROME ANSIOSA o Fobia específica
o Devido a outra condição médica
Os transtornos de ansiedade se diferenciam do medo
o Induzido por uso de substância/medicamento
ou da ansiedade adaptativos por serem excessivos ou
o Não especificado
persistirem além de períodos apropriados.
Diagnósticos diferenciais:
Apreensão: preocupação sobre desgraças futuras,
sentir dificuldades de concentração. o Transtorno de estresse pós traumático (TEPT)
o Transtorno de estresse agudo
Tensão motora: movimentação inquieta, cefaleias
o Transtorno Obsessivo compulsivo (TOC)
tensionais, tremores, incapacidade de relaxar.
TRANSTORNO DE PÂNICO
Hiperatividade autonômica: sensação de cabeça leve,
sudorese, taquicardia ou taquipneia, desconforto Definição: ataques de pânico inesperados
epigástrico, tonturas, boca seca. recorrentes e está persistentemente apreensivo ou
preocupado com a possibilidade de sofrer novos
Insônia
ataques de pânico ou alterações desadaptativas em
Temores fóbicos → evitação seu comportamento devido aos ataques de pânico (p.
ex., esquiva de exercícios ou de locais que não são
Tipos de Crise: familiares).
Fásica: em picos (Transtorno de Pânico) Maior prevalência entre as mulheres.
Tônica: constante (Transtorno de Ansiedade Início: 20 - 24 anos (raro na infância e depois dos 45
Generalizada) anos).
Esperadas: específica (Fobias) → Suspeitar de causas orgânicas ou violência
quando apresentada na infância ou depois dos
Inesperadas: imprevisível (ataques de pânico sem
45 anos.
motivo específico, Transtorno de Pânico, p. ex.)
Curso crônico e flutuante
Epidemiologia:
Outros fatores de risco: traumas na infância,
Brasil: Maior prevalência entre mulheres.
tabagismo, estressores interpessoais e estressores
3 a 5x maior chance de ir ao médico e 6x relacionados ao bem estar físico.
probabilidade de serem hospitalizados por doenças
Taxas mais elevadas de ideação suicida e tentativas
psiquiátricas do que não portadores.
de suicídio.
Fator de risco temperamental: afetividade negativa
Altos níveis de incapacidade social, profissional e
(neuroticismo) ou inibição comportamental
física.
Influência genética nos traços individuais e nos
Comorbidade com depressão
padrões de resposta
Critérios Diagnósticos:
Ideação suicida e tentativas de suicídio fobias,
Transtorno de Pânico, Transtorno de Estresse Pós A. Padrão de ataques (espontâneos) de pânico
Traumático recorrentes e inesperados.
Depressão geralmente acompanha os transtornos da → Pelo menos 4 sintomas dos 13 citados.
ansiedade
B. Pelo menos um ataque foi seguido de um mês (ou
Categorias/Diagnósticos Etiológicos: mais) de:
o Transtorno de ansiedade de separação 1. Apreensão ou Preocupação persistente sobre
o Mutismo seletivo novos ataques ou sobre suas consequências
o Transtorno de Pânico Físicas, Mentais e Constrangimento.
o Transtorno de ansiedade generalizada (TAG) Ou/e
o Agorafobia 2. Mudança comportamental desadaptativa
o Transtorno de ansiedade social (Fobia social) significativa (tentativas de minimizar ou evitar
os ataques e suas consequências).
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Mecanismo de ação: inibição do transportador de
C. A perturbação não é consequência dos efeitos serotonina (SERT), diminuindo a captação de
psicológicos de uma substância (p ex droga de serotonina, levando ao aumento da concentração do
abuso, medicamento) ou de outra condição médica. neurotransmissor na fenda sináptica.
❖ Fluoxetina:
→ Outra condição médica:
• Hipertireoidismo • Hipoglicemia o Disponível na rede pública
• Hipotireoidismo episódica o Dose: 20 a 80 mg/dia
• Hiperparatireoidismo • Transtornos → Em quadro ansioso, inicia-se com metade da
• Feocromocitomas convulsivos dose comum para o antidepressivo.
• Disfunção vestibular • Neoplasias → O ideal é parar na menor dose possível de
• Problemas cardíacos resposta e ser continuado por até 1 ano.
e pulmonares. o Antidepressivo mais estimulante
o Demora de 10 a 14 dias para ter efeito
D. Não é consequência de outros Transtornos
o Muitas interações medicamentosas (evitar em
mentais.
pacientes polimedicados)
• Outros estados de ansiedade
o Síndrome de descontinuação leve ou ausente (meia
• Transtornos psicóticos e de humor vida longa – metabólico ativo por até 3 sem)
• A ansiedade acompanha diversos transtornos o Efeito anorexígeno
mentais. o Não é recomendado durante a amamentação.
Tratamento:
❖ Paroxetina:
Farmacológico e Psicológico combinado. o Dose: 20 a 60 mg/dia
o Potente ação ansiolítica
o Inibidores Seletivos de Recaptação de
Serotonina (ISRSs): escitalopram; citalopram; o Efeitos colaterais: ganho de peso, constipação
intestinal, fragmentação do sono, alterações em
fluoxetina; fluvoxamina; paroxetina; sertralina.
esfera sexual.
o Inibidores Seletivos de Recaptação de
o Usado em caos em que existe o interesse de
Serotonina e Noradrenalina (ISRSNs):
reduzir a libido (ninfomaníaco).
venlafaxina
o Apresentação de liberação lenta (XR, CR) menos
o Duração de no mínimo 52 semanas
efeitos colaterais
o Tratamento combinado é o mais eficaz
o Síndrome de descontinuação intensa
o Prevenção de recaída: psicoterapia (Terapia
Cognitivo comportamental, TCC)
❖ Sertralina:
1. ISRS (Inibidores Seletivos da Recaptação de
Serotonina) o Dose: 50 a 250 mg/dia
o Disponível na rede pública
Iniciar com a metade da dose SEMPRE, pois pode o Deve ser tomado junto com alimento
ocorrer piora dos sintomas ansiosos no início do o Principal efeito colateral: diarreia
tratamento. o Pode ser usado na gestação e lactação
Principais efeitos colaterais no início do tratamento:
cefaleia, náusea, tremor, epigastralgia e “tontura”. ❖ Citalopram:
o Dose: 20 a 60 mg/dia
Todos provocam alterações na esfera sexual (quanto o Acima de 40 mg/d solicitar ECG
maior a dose mais intensos os efeitos colaterais): o Pouca interação medicamentosa
diminuição de libido, retardo da ejaculação, o Efeito colateral em esfera sexual e ganho de peso
anorgasmia.
❖ Escitalopram:
Não devem ser retirados de forma abrupta devido à
o Dose: 10 a 30 mg/dia
síndrome de descontinuação (exceto Fluoxetina,
o Potente ação ansiolítica
pois apresenta meia vida muito longa 14 dias).
o Pouca interação medicamentosa
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o Efeitos colaterais: ganho de peso, alterações em lugar público do qual a fuga seria angustiante e difícil
esfera sexual e “embotamento afetivo” é que cause a agorafobia.
Definição: medo ou uma ansiedade em relação a H. Se outra condição médica (p ex doença inflamatória
lugares dos quais a fuga possa ser difícil. Acredita-se intestinal, doença de Parkinson) está presente, o
que o medo de ter um ataque de pânico em um medo, ansiedade ou esquiva é claramente excessivo
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I. O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem 6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar
explicado pelos sintomas de outro transtorno mental. ou manter o sono, ou sono insatisfatório e
inquieto)
Se a apresentação de um indivíduo satisfaz os
critérios para transtorno de pânico e agorafobia, Nota: Apenas um item é exigido para crianças
ambos os diagnósticos devem ser dados.
D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos
O ataque de pânico pode ter sintomas completos ou causam sofrimento clinicamente significativo ou
limitados. prejuízo no funcionamento social, profissional ou
em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
A quantidade de medo experimentada pode variar com
a proximidade da situação temida e pode ocorrer em EeF
antecipação ou na presença real da situação
Tratamento:
agorafóbica.
Entrevista motivacional para melhorar a adesão e a
Esquiva ativa
resistência ao tratamento.
A desmoralização e os sintomas depressivos, bem
Intervenções no estilo de vida (alimentação, exercícios
como o abuso de álcool e medicamentos sedativos
– depende do tipo de exercício - cessação de
como estratégias inadequadas de automedicação, são
tabagismo, redução do café.
comuns.
O uso de Benzodiazepínico é pontual – não modula a
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA
ação – não é usado continuamente na TAG.
Maior prevalência em mulheres
ISRS (Inibidores Seletivos da Recaptação de
Pico na meia idade Serotonina)
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Crianças e adolescentes têm prevalências H e I. (Não é transtorno dismórfico corporal ou
semelhantes às dos adultos. transtorno do espectro autista)
Idade média de início: 13 anos (EUA) e 75% iniciam J. Se outra condição médica (p ex doença de
entre os 8 e os 15 anos. Parkinson, obesidade, desfiguração por queimaduras
ou ferimentos) está presente, o medo, ansiedade ou
Início insidioso ou após experiência traumática.
esquiva é claramente não relacionado ou é excessivo.
Interação gene-ambiente: crianças com alta inibição
comportamental são mais suscetíveis às influências Timidez normal: A timidez (i.e., reticência social) é
ambientais. um traço de personalidade comum e não é por si só
patológica
Parentes de primeiro grau têm uma chance 2 a 6
vezes maior de ter o transtorno. Transtorno do espectro autista: apresenta
ansiedade social e déficits na comunicação social,
Critérios Diagnósticos: além de relações sociais inadequadas à idade.
A. Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou Transtorno dismórfico corporal: preocupam- se
mais situações sociais em que o indivíduo é com a percepção de um ou mais defeitos ou falhas
exposto a possível avaliação por outras pessoas em sua aparência física que não são observáveis ou
Exemplos: interações sociais (encontros com parecem leves para os outros.
pessoas que não são familiares), ser observado
(comendo ou bebendo) e situações de desempenho Tratamento:
diante de outros (proferir palestras).
• Crianças: a ansiedade deve ocorrer em ❖ Farmacológico
contextos que envolvem seus pares e não
Longo prazo:
apenas em interações com adultos.
• ISRS (Paroxetina, Sertralina, Escitalopram e
B. O indivíduo teme agir de forma a demonstrar Fluvoxamina)
sintomas de ansiedade que serão avaliados • ISRSN: Venlafaxina 37,5 a 150 mg/dia
negativamente (será humilhante ou constrangedor Nas situações de desempenho:
provocará a rejeição ou ofenderá a outros). • Benzodiazepínicos (clonazepam, bromazepam,
alprazolam)
C. As situações sociais quase sempre provocam medo • Betabloqueadores: propranolol, atenolol (doses
ou ansiedade (ansiedade antecipatória, crises de baixas).
pânico)
• Crianças: o medo ou ansiedade pode ser ❖ Não Farmacológico:
expresso chorando, com ataques de raiva,
imobilidade, comportamento de agarrar se, o Psicoeducação
encolhendo se ou fracassando em falar em o Terapia Cognitivo
situações sociais. o Comportamental
• Exposição gradual
D. As situações sociais são evitadas ou suportadas • Dessensibilização
com intenso medo ou ansiedade. • Desenvolvimento de habilidades sociais
E. O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça o Mindfulness
real apresentada pela situação social e o contexto
sociocultural. FOBIA ESPECÍFICA
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Para o diagnóstico de fobia específica, a resposta o Sangue-injeção-ferimentos (p. ex., agulhas,
deve ser diferente dos medos normais transitórios que procedimentos médicos invasivos).
comumente ocorrem na população. o Situacional:(p. ex., aviões, elevadores, locais
fechados).
Idade média de início situa se entre 7 e 11 anos
Prevalência:2M:1H
Critérios Diagnósticos:
Estímulo fóbico:
o Animal (p. ex., aranhas, insetos, cães).
o Ambiente natural (p. ex., alturas, tempestades,
água).
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