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Ansiedade

Introdução

• Medo: resposta a uma ameaça conhecida externa, definida. Em geral, é uma resposta súbita,
imediata.

o Uma ameaça proximal, gera ativação da amígdala central, que ativa o sistema nervoso
simpático, levando a resposta de lutar ou correr, isto é, uma resposta de pânico, ou medo.

• Ansiedade: resposta a uma ameaça desconhecida, interna, vaga ou conflituosa. Em geral, é uma
resposta insidiosa.

o Um estímulo ameaçador mais longo ou distante leva a ativação do córtex pré frontal
(responsável pelo planejamento), gerando uma resposta de ansiedade.

Sintomas de ansiedade

• Sensações fisiológicas:

o Taquicardia;

o Sudorese;

o Tremores;

• Sensação de “estar nervoso” ou “assustado”;

• Redução da atenção seletiva;

• Alteração da percepção do ambiente, do tempo;

• Alterações de memória;

• Prejuízo às relações sociais.

• Manifestações periféricas de ansiedade


o Diarreia;
o Vertigem;
o Hiperidrose;
o Hiperreflexia;
o Palpitações;
o Midríase;
o Inquietação psicomotora;
o Síncopes;
o Taquicardia;
o Formigamento das extremidades;
o Tremores;
o Mal-estar estomacal;
o Frequência, hesitação ou urgência miccional.
Como diferenciar medos normais de transtornos ansiosos?

• Tempo de duração;

• Intensidade;

• Mudança de comportamento;

• Prejuízo funcional e social.

Transtornos ansiosos do DSM-V

• Transtorno de Pânico;

• Agorafobia;

• Fobias Específicas;

• Transtorno de Ansiedade Generalizada;

• Transtorno de Ansiedade Social.

• Epidemiologia

o 1 em cada 4 pessoas satisfaz critério diagnóstico para algum transtorno ansioso.

o Prevalência em 12 meses de cerca de 18%.

o A prevalência é menor com níveis socioeconômicos mais altos.

Transtorno de Pânico

• Critérios diagnósticos

o Ataques de pânico recorrentes e inesperados;

o Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de pelo menos uma:

▪ Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou


sobre suas consequências.

▪ Mudança desadaptativa significativa ou comportamental relacionada aos ataques →


comportamentos que têm por finalidade evitar novas crises.

• Ataques de Pânico → surtos abruptos de medo ou desconforto intenso, que alcança um pico em
minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos seguintes sintomas:

o Palpitações, taquicardia;

o Sudorese;

o Tremores;

o Dispneia, sensação de asfixia;

o Dor ou desconforto torácico;

o Náuseas ou desconforto abdominal;


o Tontura, instabilidade, vertigem ou síncope;

o Calafrios ou ondas de calor;

o Parestesias;

o Desrealização ou despersonalização;

o Medo de perder o controle ou “enlouquecer”;

o Medo de morrer.

• Características clínicas do transtorno de pânico

o A primeira crise de pânico geralmente é espontânea.

▪ São mais comuns em pessoas com personalidades mais perfeccionistas, pessoas


sobrecarregadas, vivências ruins no trabalho.

o Deve-se investigar situações que podem preceder o ataque: cafeína, álcool, nicotina ou outras
substâncias, padrões incomuns de sono ou de alimentação.

o Durante as crises, os sintomas são crescentes nos primeiros 10 minutos, durando em média
30 minutos e raramente passam de 1 hora.

o A sensação de medo intenso ou sensação de morte/tragédia iminente é comum.

o Importante como diagnóstico diferencial de urgências clínicas, em especiais as


cardiovasculares, sobretudo em pacientes jovens sem comorbidades.

• Diagnósticos diferenciais orgânicos

o Cardiovasculares → IAM, crises hipertensivas, dissecção aórtica aguda.

o Pulmonares → asma, TEP.

o Neurológicos → AVE, migrânea, epilepsia.

o Endócrinos → hipoglicemia, alterações tireoidianas.

o Intoxicações ou abstinência de substâncias → cocaPína, anfetaminas, álcool, maconha.

o Outras → desequilíbrios hidroeletrolíticos, infecções sistêmicas, uremia.

• Tratamento

o ISRS → boa resposta para transtornos ansiosos no geral.

▪ Demoram de 2 a 6 semanas para terem efeito.

o Benzodiazepínicos → alívio imediato.

▪ Prescritos para a crise, devendo ser tomado caso a técnica de respiração e de


mudança de ambiente não melhore.

o Terapia cognitivo comportamental


Agorafobia → a maior parte dos casos são relacionados ao Transtorno de Pânico.

• Medo ou ansiedade em relação a lugares nos quais a fuga possa ser difícil.

• Há um importante prejuízo funcional e social para esses pacientes.

• Critérios diagnósticos

o Medo ou ansiedade marcantes em duas ou mais situações:

▪ Uso de transporte público;

▪ Espaços abertos;

▪ Locais fechados;

▪ Fila ou multidão;

▪ Sair de casa sozinho.

o O indivíduo tem medo ou evita essas situações, devido a pensamentos de que pode ser difícil
escapar ou que o auxílio pode não estar disponível no caso de desenvolver sintomas de crise
de pânico ou sintomas incapacitantes ou constrangedores.

o A situações agorafóbicas quase sempre provocam medo ou ansiedade.

o As situações agorafóbicas são ativamente evitadas, requerem a presença de companhia ou


são suportadas com intenso medo ou ansiedade.

o O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real.

o Duração maior que seis meses.

• Tratamento

o ISRS, benzodiazepínicos em situações específicas.

o TCC, psicoterapia de apoio e terapia virtual.

Fobia específica

• Medo ou ansiedade extrema, desproporcional e persistente quando há possibilidade de exposição


ao objeto temido.

• Deve durar pelo menos 6 meses.

• Pode ser de animais, de altura, de injeções, de avião, etc.

• Etiologia

o Teoria comportamental

▪ Reações emocionais condicionadas.

▪ Watson e pequeno Albert.

▪ Da mesma maneira que são condicionadas podem ser desaprendidas.


o Teoria psicanalítica

▪ Repressão de desejos internos, que são deslocados para outros objetos e


simbolizados por meio de medo.

o Teoria genética → 2/3 a 3/4 tem um paciente de 1º grau com fobia específica.

• Tratamento

o TCC → exposição e dessensibilização sistemática.

o Benzodiazepínicos podem ser usados em algumas situações.

Transtorno de Ansiedade Social

• Medo de situações sociais, seja por conta da vergonha da exposição e de possíveis avaliações.
Podem se apresentar como medos vagos de comer e/ou falar na frente de outros.

• Epidemiologia

o Mais comum em mulheres, tendo maior incidência na adolescência.

o Prevalência em 6 meses de cerca de 3%.

o Comorbidades: outros transtornos ansiosos, depressivos uso de substâncias e transtornos


alimentares.

• Critérios diagnósticos

o Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo
é exposto a possível avaliação por outras pessoas, como interações sociais (conversa,
encontrar pessoas não familiares), ser observado (comendo, bebendo) e situações de
desempenho diante de outros (proferir palestras).

o O indivíduo teme agir de forma à demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados
negativamente.

o As situações sociais quase sempre provocam medo ou ansiedade.

o As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade.

o O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social e o


contexto sociocultural.

o A duração dos sintomas é maior que 6 meses.

o Gera sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional


ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

• Diagnósticos diferenciais

o Timidez normal;

o Agorafobia: indivíduo se sente confortado com auxílio de outros;

o Transtorno de Pânico: o TAS pode ter rubor, tensão muscular e ansiedade (e não atividade
simpática).
• Tratamento

o ISRS

o Benzodiazepínicos → para situações específicas.

o Propranolol → pode ser usado em situações de desempenho.

o TCC

Porque conhecer e tratar os transtornos de ansiedade?

• Problemas nas realizações acadêmicas;

• Interferência no desempenho profissional;

• Prejuízo social;

• Evitação de situações prazerosas;

• Impacto negativo na qualidade de vida.

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