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Osteoporose

Definição: doença osteometabólica, caracterizada pela diminuição da massa óssea, com alteração da
microarquitetura e redução da força óssea, associada a um risco aumentado de fraturas.

• É decorrente da redução da densidade mineral óssea, aumento da reabsorção óssea,


alterações do tamanho e formato dos ossos e alterações da microarquitetura.

o Microarquitetura: redução das trabéculas ósseas.

• Densidade mineral óssea → avaliada pela densitometria óssea.

• Definição da OMS → esses critérios são estabelecidos somente para mulheres na pós-menopausa.

o Osteoporose densitométrica → definida pela densitometria óssea.

o Osteoporose estabelecida → definida por critérios densitométricos + fratura.

o Em homens ou mulheres pré-menopausa, falamos em baixa densidade mineral óssea para a


idade.

Fisiopatologia

• Remodelação óssea → equilíbrio entre formação e reabsorção óssea.

o Na osteoporose, há aumento da atividade osteoclástica em relação à atividade osteoblástica,


que leva a aumento da reabsorção óssea.

• Densidade mineral óssea x idade

o Até os 20 anos de idade, os indivíduos tendem a ganhar densidade mineral óssea, atingindo
um pico, seguido por um platô e uma queda leve, que duram até os ~50 anos.

o Após a menopausa, pode haver uma perda de densidade mineral óssea acentuada,
patológica, acima do normal para garantir a proteção contra fraturas.

o Limiar de fratura → ponto de densidade mineral óssea a partir do qual o risco de fratura é
aumentado.

▪ Definido para mulheres pós-menopausa.

▪ Pode ser atingido por indivíduos muito idosos.

• Osteoporose primária → atingem o limiar de fratura de maneira precoce.

o Pico de massa óssea menor, adquirido durante a infância e adolescência.

▪ Redução da atividade física;

▪ Redução da ingesta de cálcio;

▪ Outras condições

o Redução rápida da massa óssea


o Causas primárias: genética, antropometria, fatores higienodietéticos, fatores hormonais.

• A perda é mais acentuada em pessoas brancas, de olhos claros;

• Pessoas com IMC baixo, com pouca massa muscular;

• Pessoas desnutridas (em especial desnutrição proteica), baixa ingesta de


cálcio);

• Baixa exposição ao sol → insuficiência de vitamina D (nos trópicos, em geral, a


exposição não inicial ao sol é suficiente).

• Fatores hormonais

o Hormônios masculinos → anabolizantes para os ossos, estimulam


osteoblastos. Portanto, são protetores.

o Hormônios femininos → inibem osteoclastos.

▪ Mulheres na menacme tem mecanismo protetor.

▪ Mulheres na pós-menopausa perdem esse fator protetor, por isso


tem maior risco de osteoporose.

o Ooforectomia, uso de progestágenos por tempo longo, uso indevido de


terapias hormonais, menopausa precoce.

• Causas secundárias → doenças inflamatórias crônicas, doenças reumáticas, doenças malignas,


distúrbios hormonais (hipotireoidismo, hipertireoidismo, hiperparatireoidismo), insuficiência renal
crônica (osteodistrofia renal), hipercortisolismo, e uso de fármacos (em especial cortisol e terapias
hormonais).

Quadro clínico

• Processo crônico, assintomático.

• Fraturas osteoporóticas em locais com ossos trabeculados: coluna, colo do fêmur e terço distal
do rádio.

o Fratura patológica: pouca ou nenhuma carga.

o Fratura vertebral

▪ Mais comumente na coluna torácica, mas pode acometer coluna lombar e cervical.

▪ Pode ser silenciosa ou sintomática.

• Silenciosa: acunhamento anterior das vértebras → redução da estatura, cifose


dorsal (corcunda de viúva).

• A dor pode ser aguda, subaguda ou crônica.

o Fratura de colo de fêmur: fratura grave, que pode resultar em morte (por trombose ou
complicações pós-cirúrgicas) ou incapacidade (acamados).

• Estima-se que metade das fraturas de fêmur causem a queda e não sejam
causados pela queda.

o Fratura de punho → associado a quedas, mas diferentemente da fratura de colo de fêmur, é


causado pela queda.
Diagnóstico

• Densitometria óssea → determina a densidade mineral óssea (g/cm2).

o Sítios: alta quantidade de osso trabecular → colo do fêmur e coluna lombar.

o Escore T → compara com densidade mineral óssea média de um adulto jovem.

▪ Até -1,0 DP normal


▪ Até -2,5 DP osteopenia
▪ Mais que -2,5 DP osteoporose
▪ Mais que 2,5 DP com fratura: osteoporose estabelecida

▪ Esses critérios são apenas para mulheres na pós-menopausa

o Escore Z → compara com a densidade mineral óssea média de pessoas da sua idade e
gênero.

▪ Define baixa densidade mineral óssea para idade, em homens e mulheres pré-
menopausa.

▪ Suspeita de causas secundárias: escore Z < -3.0 DP.

• Suspeitar de causa secundária em todos os casos, mas no Z muito baixo


devemos pesquisar com mais afinco.

o Pode ser usada para rastreamento e para diagnóstico de casos suspeitos.

o Rastreamento

▪ População geral

• Homem > 70

• Mulher > 65

▪ Fatores de risco (ex.: histórico familiar, menopausa precoce, uso de progestágenos,


IMC baixo).

• Homens > 50

• Mulheres na pós menopausa ou com falência ovariana.

o Casos suspeitos

▪ Fraturas patológicas;

▪ Uso de corticoides;

▪ Enfermidades associadas a osteoporose.

o O exame deve ser feito a cada 5 anos, caso seja normal.

o Fatores de risco, enfermidades ou baixa densidade indicam a realização do teste a cada 2


anos.
Tratamento
• Hábitos de vida e dieta
o Musculação, exercício com carga, contra a gravidade → busca o ganho de massa muscular.
o Reduzir álcool e tabagismo.
o Dieta rica em cálcio, proteínas.
o Exposição ao sol.

• Cálcio e vitamina D
o Vitamina D > 30 em pacientes com osteoporose (normalmente só com suplementação).
o A reposição de cálcio só deve ser feita em conjunto com vitamina D, pelo risco cardiovascular.
• Prevenção de quedas
o Aumentar a força muscular;
o Identificar possíveis situações de queda, no domicílio;
o Equilíbrio.
• Medicamentos
o Osteoporose (densitométrica ou estabelecidas) ou densidade mineral óssea reduzida com
risco aumentado de fratura (conforme o escore FRACS)
o Antirreabsortivos → primeira linha de tratamento.

▪ Bisfosfonatos
• Alendronato;
• Risendronato;
• Não aumentam a densidade mineral óssea ou massa óssea, mas diminuem a
perda mineral óssea.
o Promovem alterações na microarquitetura e na força óssea que reduzem
o risco de fratura, com um discreto ganho de massa óssea.
▪ Denosumabe → mais caro.
▪ Estrógenos → quando há indicação (ex.: mulheres jovens), tema controverso.
o Anabolizantes
▪ Teriparatida → PTH sintético.
▪ Andrógenos.
o O tempo de tratamento varia:
▪ Bifosfonatos: 5 anos.
▪ Teriparatida: 2 anos.
▪ Denosumabe: a vida toda.
▪ Medidas higienodietéticas e suplementos de cálcio e vitamina D → quando indicados,
para a vida toda.

o Pessoas trans: seguem o protocolo de rastreamento e tratamento do gênero redesignado.

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