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Obesidade, Diabetes e Corticoterapia Crônica: Fatores de Risco para COVID-19 grave

ECA no sistema endócrino: hipófise, tireoide, pâncreas e adrenais.


• Potencial risco de lesão numa infecção por SARS-COV-2.
Prejuízo imunológico nos idosos
• No idoso, ocorrem diversas alterações imunológicas que podem predispor a formas graves da
COVID-19, como:
o A redução da avidez dos anticorpos e diminuição das células B responsivas
o O aumento das células T CD8+ CD28- e redução das CD28+
▪ Células T CD8+ CD28- são células com perfil regulatório, que diminuem a resposta
inflamatória.
o A maior diferenciação das T CD4+ para Th17.
Obesidade e COVID-19
• Obesidade pode predispor a formas graves de COVID-19 por diversos mecanismos, entre eles:
o Maior risco de alveolite destrutiva, devido a síndrome da apneia obstrutiva do sono,
surfactante disfuncional e associação com diabetes.
o O tecido adiposo abdominal produz grandes quantidades de interleucinas, como IL-6, TNF-a,
MCP-1 e IFN-a, promove resistência periférica a leptina e redução da adiponectina.
▪ Promove maior resistência periférica a leptina e a insulina.
▪ As citocinas liberadas favorecem um estado pró-inflamatório.
▪ Isso leva a diminuição da maturação de células B, diminuição da resposta de células
T.
▪ A redução da adiponectina promove maior liberação de fibrinogênio, facilitando eventos
trombóticos.
• Defeitos na imunidade na obesidade
o Inata: redução da ativação de macrófagos.
o Adaptativa: resposta imune de células B e T imaturas, redução de interferons
o Status pró-inflamatório
o Isso resulta em menor eficácia da vacinação e resistência a tratamentos antivirais e atraso na
resolução de infecções virais.
▪ A duração da infecção viral em obesos é maior (dados do Influenza)
• A transmissibilidade pode continuar por até 28 dias.

• Influenza e Adenovírus podem aumentar a adipogênese durante a infecção.


• A perda de peso e exercício físico moderado, além da pioglitazona e metformina
podem prevenir essas complicações.
▪ Na COVID-19
• Ambiente hormonal alterado
• Resposta imunológica defeituosa
• Sedentarismo → estresse oxidativo
• Tecido adiposo tem grande expressão de ECA2
Diabetes e COVID-19

• Pacientes diabéticos ao serem infectados por COVID-19 podem apresentar hiperglicemias,


cetoacidose diabética ou estado hiperosmolar hiperglicêmico.

• SARS-CoV2 pode atacar diretamente as células beta no pâncreas, gerando um diabetes


semelhante ao tipo 1.

o Induz degeneração hidrópica, proliferação intersticial e fibrose.

o Pode ser definitivo se houver ataque autoimune posterior → ???

• Metformina leva a maior risco de acidose lática, desidratação, deve-se monitorar a função renal.

o Em casos de glicemias superiores a 300 ou de eventos adversos, suspender e insulinizar.

• Inibidores SGLT2 levam a maior risco de cetoacidose diabética e desidratação, também deve-se
monitorar a função renal.

o Sempre suspender e insulinizar.

• Não há evidências que suportem a descontinuação dos inibidores de ECA

Adrenal e COVID-19

• Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal

o SARS-CoV-2 tem afinidade pelo receptor de ACTH, bloqueando sua ação, gerando
insuficiência adrenal.

▪ Reduz o pico de corticoide da resposta de fase aguda infecciosa.

▪ Isso pode explicar a vantagem do uso precoce de corticoide na COVID-19.

Corticoterapia crônica e insuficiência adrenal

• Devem manter distanciamento social e estoque de medicamentos para 90 dias.

• Ao diagnóstico da infecção, em pacientes com insuficiência adrenal, deve-se fazer correção de


glicocorticoides já nos sintomas leves.

o Pode-se usar corticoterapia endovenosa em casos mais graves.

Recomendações da Sociedade Europeia

• Diabetes mellitus

o Prenvenção da infecção grave

▪ Distanciamento social

▪ Bom controle glicêmico

▪ Redução de consultas de rotina que possam ser evitadas

▪ Telemedicina para o monitoramento da glicose

▪ Manter estoque de insumos e medicamentos


o Diagnóstico confirmado de COVID-19

▪ Telemedicina nos casos leves e moderados

▪ Monitoramento diário das glicemias

▪ Intervenção terapêutica rápida, nos casos de hiperglicemia.

• Insuficiência adrenal

o Correção das doses já nos sintomas leves

o Orientação adequada ao paciente sobre o risco de crise adrenal aguda

• Obesidade

o Risco aumentado de alveolite

▪ SAOS
▪ Disfunção do surfactante
▪ Alta mortalidade em diversos estudos
▪ Dieta hipocalórica EQUILIBRADA

• Decálogo aos médicos

o Adotar medidas de recomendadas e proteção individual;

o Evitar consultas presenciais eletivas;

o Implementar telemedicina quando possível;

o Monitorar rigorosamente a glicemia dos pacientes;

o Recomendar aos pacientes o isolamento social;

o Ajustes de medicamentos anti-hiperglicemiantes durante a infecção (preferencialmente


insulinizar);

o Orientar cuidadosamente pacientes idosos, diabéticos e obesos;

o Não prescrever dietas restritivas que possam prejudicar a resposta imune;

o Monitorar cuidadosamente pacientes com insuficiência adrenal;

o Adaptar precocemente a reposição de glicocorticoides no início da infecção.

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