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Ausência da produção de insulina por destruição autoimune das células beta das ilhotas
pancreáticas
A patogênese da destruição autoimune das células beta ocorre por interações ainda não
completamente compreendidas entre genes de suscetibilidade, os autoantígenos e os
fatores ambientais.
A DM tipo 1 ainda pode ser subdividida em A e B, sendo que a diferença entre elas em que na
1A são detectados autoanticorpos no sangue, enquanto na 1B, por sua vez, essa detecção não
é possível e ela é tida como idiopática.
Diabetes tipo 2
Resistência à insulina
A doença geralmente se desenvolve em adultos e se torna mais comum com a idade; até um
terço dos adultos com mais de 65 anos têm tolerância prejudicada à glicose. Em adultos mais
velhos, os níveis de glicose no plasma aumentam ainda mais depois de comer do que em
adultos mais jovens, especialmente após refeições com cargas elevadas de carboidratos. Os
níveis de glicose também demoram mais tempo para voltar ao normal, em parte por causa
do maior acúmulo de gordura visceral/abdominal e massa muscular diminuída.
O diabetes mellitus tipo 2 está se tornando cada vez mais comum nas crianças à medida que
a obesidade infantil se tornou epidêmica. Mais de 90% dos adultos com diabetes mellitus
têm o tipo 2. Há determinantes genéticos claros, como evidenciado pela alta prevalência da
doença em pessoas com ascendência africana, indo-americana, hispânica, nativa do Alasca e
asiática americana e em parentes das pessoas com a doença. Embora polimorfismos
genéticos gerais tenham sido detectados, não foram identificados genes responsáveis pelas
formas mais comuns do diabetes mellitus tipo 2.
Vários tipos de diabetes mellitus são responsáveis por uma pequena proporção dos casos. As
causas incluem
Diabetes monogênico decorrente de defeitos genéticos que afetam a função das células
beta, ação da insulina ou DNA mitocondrial (p. ex., diabetes de maturidade com início na
juventude, diabetes neonatal)
Doenças que afetam o pâncreas (p. ex., fibrose cística, pancreatite, hemocromatose,
pancreatectomia)
A gestação causa alguma resistência à insulina em todas as mulheres, mas apenas algumas
evoluem para o diabetes gestacional
QUADRO CLINICO.
(Há casos em que a DM1 evolui de forma mais insidiosa e aí o paciente só abre o quadro
quando adulto. A esses casos nós damos o nome de LADA (Late-Onset Autoimmune Diabetes
of Adulthood))
Por conta da própria fisiopatologia de ser uma doença autoimune, a DM tipo I acaba se
manifestando mais cedo, de modo que a grande maioria dos pacientes com essa condição é
diagnosticada ainda criança ou adolescente (geralmente entre os 10-15 anos).
E normalmente eles são magros (lembre que a obesidade está relacionada com a resistência
insulínica da DM 2) e vão desenvolver um quadro agudo e clássico, apresentando os típicos
quatro Ps da diabetes: Poliúria (aumento do volume urinário); Polidipsia (aumento da sede);
Polifagia (aumento da fome); Perda ponderal. Então, vamos entender cada um deles. Pensa: se
o paciente é diabético, ele tem uma hiperglicemia, daí, com mais glicose no sangue, mais
glicose é excretada através da urina. E como ela é uma substância osmoticamente ativa, o
paciente acaba perdendo mais água através do trato urinário (poliúria). A partir daí, ele
começa a desidratar e é isso que explica o aumento da sensação de sede (polidipsia). Por outro
lado, o fato de as células não estarem recebendo glicose para produzir energia é interpretado
pelo corpo como sendo um estado de jejum, levando, então, ao aumento da sensação de fome
(polifagia). Além disso, esse mesmo estado de jejum também acaba estimulando os hormônios
contrainsulínicos que, entre outras coisas, promovem a lipólise, levando à perda ponderal.
É importante nos atentarmos também que por vezes o paciente DM 1 vai ter uma destruição
grande e rápida das células beta, de modo que 1/3 deles podem iniciar o quadro já com
cetoacidose diabética.
Por fim, temos que essas pacientes costumam apresentar uma glicemia > 200 mg/dl com
presença de autoanticorpos (ICA, IAA, Anti -GAD65, Anticorpo Antitirosina- -Fosfatase IA -2 e IA
-B2, Znt8…) e também não respondem bem aos antidiabéticos orais e sem insulina vão acabar
desenvolvendo cetoacidose. Além disso, uma última característica da DM 1 é o peptídeo C <
0,1 ng/dl ou ausente. Só para a gente entender melhor isso, o peptídeo C é um componente da
pró- -insulina que é liberado quando ocorre a quebra dessa molécula. No entanto, como aqui
praticamente não há produção do hormônio, os níveis de peptídeo C são geralmente
indetectáveis
Pacientes com diabetes mellitus tipo 2 podem apresentar hiperglicemia sintomática, mas
geralmente são assintomáticos e sua condição só é detectada durante exames de rotina. Em
alguns pacientes, os sintomas iniciais são os de complicações diabéticas, sugerindo que a
doença estava presente há muito tempo. Alguns pacientes têm inicialmente um estado
hiperglicêmico hiperrosolmar, em especial durante um período de estresse ou quando o
metabolismo da glicose está ainda mais alterado por fármacos, como os corticoides.
Os consagrados fatores de risco para DM2 são: história familiar da doença, avançar da idade,
obesidade, sedentarismo, diagnóstico prévio de pré-diabetes ou diabetes mellitus gestacional
(DMG) e presença de componentes da síndrome metabólica, tais como hipertensão arterial e
dislipidemia. É mandatório para indivíduos com sinais e sintomas coleta de exames para
confirmação diagnóstica de DM2. Ainda que assintomáticos, a presença de fatores de risco já
impõe rastreamento para diagnóstico precoce
COMPLICAÇÕES
DIAGNÓSTICO
Glicemia de Jejum Nesse exame, basta o paciente ficar em jejum por oito horas e depois será
colhida uma amostra de seu sangue para avaliar o nível glicêmico.
Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) O TOTG, também chamado de TTGO, é um exame
realizado em três etapas: • Realização de um glicemia em jejum; • Ingestão oral de 75 g de
glicose; • Coleta de amostra após duas horas para medir glicemia.
Hemoglobina Glicada (HbA1c) Por fim, a HbA1c é um exame com menor sensibilidade, mas
que reflete o controle glicêmico do paciente nos últimos dois a quatro meses. Como é que
pode isso? É o seguinte: parte da glicose circulante tende a se associar com a hemoglobina do
sangue, tornando-a glicada. Assim, quanto maior for o nível glicêmico, mais desse composto
haverá no sangue. E por que dois a quatro meses? Porque é o tempo da meia-vida das
hemácias!
Bem… a primeira coisa que a gente tem que ter em mente é que para podermos fechar o
diagnóstico de DM é necessário a gente obter dois exames laboratoriais alterados e aí, de
maneira prática, a gente pode escolher qualquer um dos três que vimos, pois eles têm poder
diagnóstico muito semelhante - no entanto, como a glicemia em jejum é mais barata e mais
fácil de ser realizada, ela acaba sendo a nossa primeira opção. E aí, na segunda vez, a gente
pode repetir o mesmo exame já solicitado ou então pedir para que seja feito um dos outros
dois.