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COMPORTAMENTO ANORMAL 1: ESTEREOTIPIAS....................................................... 3


O que é anormalidade? ............................................................................................... 3
Estereotipias .............................................................................................................. 3
Andar estereotípico ou percurso de rota ...................................................................... 4
Andar em círculo e perseguir a cauda ......................................................................... 5
Balançar e passo de urso ............................................................................................. 8
Esfregação ................................................................................................................. 8
Bater as patas no chão e escoicear a baia ................................................................... 10
Balançar de cabeça ................................................................................................... 12
Aerofagia ................................................................................................................. 13
Rolar de olhos .......................................................................................................... 13
Mastigação falsa ....................................................................................................... 13
Rolar de língua......................................................................................................... 14
Lambedura .............................................................................................................. 14
Mordedura de barras, de amarras ou de baia ............................................................ 15
Pressão de bebedouro ............................................................................................... 16
COMPORTAMENTO ANORMAL 2: AUTODIRECIONADO E DIRECIONADO AO MEIO
AMBIENTE ........................................................................................................................ 17
Automutilação.......................................................................................................... 17
Lamber, arrancar e engolir os próprios pelos, lãs ou penas ........................................ 17
Sugação e ingestão de objetos sólidos......................................................................... 18
Ingestão de cama, terra ou fezes ................................................................................ 19
Consumo exagerado de alimentos ............................................................................. 20
Polidipsia ................................................................................................................. 21
COMPORTAMENTO ANORMAL 3: DIRECIONADO A OUTRO ANIMAL ...................... 22
Introdução ............................................................................................................... 22
Animais tratados como objetos ................................................................................. 22
Ingestão de ovos ....................................................................................................... 22
Arrancamento e ingestão de lã .................................................................................. 23
Bicar de penas, bicar do corpo e ingestão do material bicado ..................................... 23
Massagem anal ......................................................................................................... 24
Mordedura de cauda ................................................................................................ 25
Animais tratados como parceiros sexuais .................................................................. 26
Animais tratados como mãe ...................................................................................... 29
Fuçar de ventre ........................................................................................................ 29
Intersugação em bezerros ......................................................................................... 32
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Intersugação e sugação de leite em animais adultos.................................................... 32


Animais tratados como rivais .................................................................................... 34
COMPORTAMENTO ANORMAL 4: FALÊNCIA DE FUNÇÃO ......................................... 36
Inadequações de funcionamento sexual ..................................................................... 36
Cio silencioso ........................................................................................................... 36
Impotência do macho ............................................................................................... 36
Desorientação durante o coito ................................................................................... 37
Impotência de penetração ......................................................................................... 37
Inadequações do comportamento dos pais ................................................................. 38
Rejeição dos neonatos ............................................................................................... 38
Falência materna...................................................................................................... 39
Roubo de filhotes...................................................................................................... 39
Matança de filhotes e canibalismo materno ............................................................... 39
Anormalidades de movimentos básicos ...................................................................... 41
Anormalidades ao deitar e levantar ........................................................................... 41
COMPORTAMENTO ANORMAL 5: REATIVIDADE ANÔMOLA .................................... 42
Inatividade prolongada............................................................................................. 42
Imobilidade tônica.................................................................................................... 44
Ausência de responsividade ...................................................................................... 44
Hiperatividade ......................................................................................................... 44
Histeria .................................................................................................................... 44
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COMPORTAMENTO ANORMAL 1: ESTEREOTIPIAS

O que é anormalidade?

Na natureza animais livres correm, caçam o próprio alimento, tem acesso a grandes
campos de pastagens e fogem de predadores. Quando estes são postos em cativeiro a sua rotina
diária sofre alterações drásticas: o espaço torna-se limitado, há presença de outras pessoas, e não
há a caça pelo alimento ou o campo, entre outras limitações. Estas restrições podem causar
monotonia e frustração ao animal, podendo este desenvolver comportamentos anormais, pois o
animal tem motivo para expressar o comportamento normal, mas não tem a oportunidade de fazê-
lo.
Os comportamentos anormais ocorrem com animais que vivem em cativeiro e podem ser
qualificados como quantitativos ou qualitativos. Os comportamentos anormais quantitativos
dizem respeito aos comportamentos que o animal possui normalmente, porém em excesso, por
exemplo o ato da lambedura, e os comportamentos anormais qualitativos são os que o animal
adquiriu após o cativeiro, como os comportamentos estereotipados.

Estereotipias

Uma estereotípia é uma sequência de movimentos repetida e relativamente invariável


que não tem um propósito aparente. Suas ocorrências são descritas por Broom (1981,1983b).
Sabe-se que alguns animais engaiolados em zoológicos e alguns prisioneiros humanos em celas
de isolamento caminharão sobre a mesma rota várias vezes repetitivamente. E de maneira
similar, aves em gaiolas pequenas pularão de poleiro em poleiro. Portanto uma estereotípia é
reconhecida porque é uma sequência de movimentos repetitiva com pouca ou nenhuma
alteração. Contudo os repertórios comportamentais dos animais incluem muitos exemplos de
padrões repetitivos, sendo assim necessária incluir nas definições de estereotípia referências as
suas aparentes ausências de função. Estudos detalhados mostram em vídeos quantas variações
existem no comportamento estereotípico. Isso da mesma forma que os padrões de ações que
são parte do comportamento normal quando examinados se revelam variáveis, os movimentos
de estereotípia também exigem alguma variação. Quando Cronin (1985) examinou
sequência comportamentais de porcas amarradas ele observou que algumas mastigavam suas
correntes numa sequência rígida, havendo mais variação do que outras porcas. Já as outras
porcas exibiam padrões que eram em si repetitivos mesmo se a ordem não fosse constante.
Esses exemplos enfatizam que as estereotípias são relativamente invariáveis ao invés de
absolutamente invariáveis.
A repetição pode ser regular, mas nem sempre é, e a sequência de movimentos pode ser
muito curta. Como uma forma de se tentar entender o significado motivacional das estereotípias
várias investigações fisiológicas foram desenvolvidas. Várias drogas psicoestimulantes
diferentes que interferem nos mecanismos neurotransmissores catecolamínicos dopamina e
noradrenalina afetam a incidência de estereotípias em vários animais. As estereotípias ocorrem
em situações na qual o animal não tem controle sobre o seu ambiente, em alguns casos os
animais estão relativamente frustrados. Frustração acerca da inadequação dos alimentos é um
fator que leva ao aumento da probabilidade de esteriopatias. A sequência comportamental que
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se torna estereotípica é em vezes uma forma incompleta de um padrão comportamental


funcional. Gerada em vezes como uma forma de remediar algum problema, e no momento que
a estereotípia está estabelecida nenhuma outra função simples é exercida. Até hoje não existem
evidências claras de que a esteriopatia aliviam os efeitos de condições adversas, mas são
claramente um indicador de baixo grau de bem-estar.

FONTE:https://www.google.com/search?q=Estereotipias+em+animais&tbm=isch&ved=2ah
UKEwi6r4CYosPoAhWzHrkGHcLOAcQQ2-cCegQIABAA

Vídeos para melhor entendimento:


http://bemestaretologia.blogspot.com/2015/04/comportamentos-estereotipados.html
https://www.udesc.br/ceo/gaba/manual/equinos
https://www.udesc.br/ceo/gaba/manual/avesdepostura
https://www.youtube.com/watch?v=cfIAXnxoeKQ

Andar estereotípico ou percurso de rota

É aquele empregado durante o caminhar ou outra locomoção, mas o animal segue um


caminho que retorna ao seu ponto de origem e que é com frequência repetido podendo ter
algumas modificações. Como exemplos, temos o percorrer de uma rota de animais de zoológico
em gaiolas, de alguns animais domésticos confinados e até mesmo de seres humanos
confinados. São sinais de frustração óbvia e evidente, mais frequentemente tem ligação com a
impossibilidade que o animal tem de escapar de seu confinamento, mas pode ocasionalmente
ter a ver com a impossibilidade de acesso a um parceiro social, a um parceiro sexual, alimento
ou outro recurso.

VER EM: https://youtu.be/oOVH1k9lSWs


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Exemplos de Andar estereotípico ou percurso de rota:


• Em cavalos, é exibido em condições de confinamento crônico, a condição assemelha-
se muito ao balançar de corpo; Ver (https://youtu.be/H5_ks4xRmG4)
• Em aves, o andar estereotípico assemelha-se a movimentos de fuga;
• As galinhas exibem andar estereotípico antes da postura dos ovos, caso não haja
material para o ninho. Se tiverem acesso ao material, elas construirão o ninho antes da
postura, e sua frustração caso isso não seja possível é provavelmente o principal fator
que leva ao andar estereotípico nesse momento.

Andar em círculo e perseguir a cauda

A maior probabilidade de ocorrer é quando o cão está excitado, estressado e


frustrado, por exemplo, porque existe a possibilidade de sair para um passeio, mas ele
não pode controlar quando nem se isso realmente ocorrerá.
Os cães apresentam alguns comportamentos típicos, dentre os quais está o ato
de rodar e morder o próprio rabo. Este comportamento também pode estar associado
ao desejo de chamar a atenção do tutor, no entanto, caso o comportamento se estenda
por um longo tempo ou se torne uma rotina diária, pode indicar algum problema mais
sério com o animal.
Morder o próprio rabo pode ser uma reação natural no caso de cachorros que
vivem sozinhos, pois eles inventam as suas próprias manias e brincadeiras. Mas, se o
tutor perceber que o comportamento está excessivamente repetido, a causa pode ser
orgânica ou psicológicas, ou ambas associadas.
Motivos externos: O motivo mais comum que leva um cachorro a morder o próprio
rabo é a coceira, que acaba sendo fruto, na grande maioria dos casos, pela presença de
determinados parasitas, como pulgas e carrapatos. E como existe uma dificuldade do
cão, em alguns casos para conseguir alcançar o rabo, pode ser que ele acaba se
machucando na tentativa de segurar essa parte do corpo para evitar que ela escape.
Outros motivos externos possíveis, são alergias na pele (dermatites) como, por
exemplo, alergia a fungos ou produtos de limpeza.
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Motivos Internos:
- Glândulas Anais: Quando as glândulas anais não são esvaziadas com a frequência
que deveriam podem causar diversos problemas. As glândulas anais dos cães são
extremamente importantes para eles, daí o hábito de cheirar o rabo um do outro para
depreender informações a partir dos cheiros emitidos. Por este motivo, não hesitará
em tentar arranhar para se aliviar e verá como morde o rabo; Um dos sinais óbvios de
que há algo errado com elas é quando o cachorro esfrega o bumbum no chão, outros
são mau cheiro, problema para defecar (constipação), morder a base do rabo e, em
casos severos, sangue e pus nas fezes.
- Estresse: Estresse, ansiedade e tédio podem levar os cães a uma série de
comportamentos destrutivos e repetitivos, como destruir objetos, cavar buracos, latir
excessivamente etc. Se um cão passa muito tempo confinado, pode passar a procurar
alívio e distração em si mesmo. O mesmo acontece com cachorros que não brincam
ou não se exercitam física e mentalmente o suficiente para estar saudáveis.
- Hérnia Discal: Os cachorros também podem sofrer de problemas ao longo da coluna
vertebral como a osteoartrite, que pode ocorrer em todas as articulações do corpo do
cachorro incluindo a coluna vertebral, e as hérnias discais. Deve ter em conta que o
cachorro que sofre de algum destes problemas notará uma dor ou um formigamento
na zona afetada. Se, por exemplo, o problema se estiver desenvolvendo no rabo, na
base deste ou na lombar, verá como se gira para ver esta parte e a morde.

Neuromas: Os cães que tiveram o rabo cortado, como na raça dobermann pinscher,
pode querer morder o rabo por apresentar neuromas, que são fibras nervosas que se
formam sobre o tecido da cicatriz e provocam muita dor. Neste caso, o comportamento
de morder o próprio rabo seria uma maneira de aliviar a dor.

Andar em círculos:

O fato de o animal andar em círculos pode ou não representar um problema,


sendo este de bastante ou pouca gravidade, fácil ou complicado de resolver.

Ansiedade: Alguns cães muito ansiosos podem ficar inquietos, e caminhar de um lado
para o outro ou em círculos podem ser formas de extravasar esta emoção. A ansiedade
pode ter muitas causas, incluindo: medo de trovões/ fogos de artifício, ansiedade por
separação, traumas, ou até mesmo transtorno obsessivo-compulsivo.
Um cão muito ansioso também pode deixar de se alimentar durante os períodos
em que estiver mais estressado, pode lamber as patas repetidamente, e chorar ou latir
e uivar excessivamente.

Antes de deitar para dormir: Andar em círculos antes de se deitar é um


comportamento normal dos cães, e que desperta curiosidade. Este comportamento se
mantém desde os ancestrais dos cães. Acredita-se que os cães andavam em círculos
para amassar o mato e afofar a superfície, deixando-a mais confortável para dormir.
Ao andar em círculos, além de amassar a grama, o cão também acabava espantando
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pequenos animais, insetos e cobras – assim, ele ficava mais seguro para se acomodar
ali. Enquanto preparava a sua “cama”, o cão também podia checar os seus arredores e
se certificar de que não havia predadores ou outros animais perigosos por perto.

Idade avançada: A Disfunção Cognitiva Canina, também conhecida como o


“Alzheimer dos cães”, é uma doença que causa diversas alterações de comportamento.
O cão pode passar a caminhar de um lado para o outro, ou em círculos, porque fica
inquieto, desorientado ou confuso.

Doença Vestibular: O sistema vestibular é responsável pelo senso de equilíbrio, noção


espacial, e posição do corpo do cão. Quando este sistema fica prejudicado, o cão pode
perder o equilíbrio, ficar com a cabeça pendendo para um lado, andar em círculos, e
até mesmo vomitar por sentir tontura.
A maioria dos casos de doença vestibular em cães está relacionada a otites
crônicas ou recorrentes, já que o receptor deste sistema fica dentro do ouvido médio.
Geralmente, se for tratada a causa primária, a doença vestibular também melhora
significativamente ou pode até ser curada.

Tumores Cerebrais: Um tumor cerebral, a depender do seu tamanho e posição, pode


causar alterações de comportamento, podendo fazer com que o cão passe a andar em
círculos ou de um lado para o outro sem motivo aparente. Os sinais de um tumor
cerebral são muito variáveis, mas podem incluir convulsões, confusão mental, dor e
incoordenação motora.

Dor e/ou Incômodo: Se o animal estiver apresentando dor em alguma parte do corpo,
principalmente, no ouvido ou nos olhos, ele pode ficar andando de um lado para o
outro na tentativa de amenizar o seu desconforto.

Convulsões Parciais: Este tipo de convulsão afeta apenas uma parte do cérebro e são
sempre adquiridas, por isso, é comum que comecem a ocorrer depois de acidentes
traumáticos ou intoxicações. Também podem ser decorrentes de tumores e AVCs.
O cão não chega a ficar inconsciente, mas pode apresentar comportamentos
aberrantes, tais como: caçar moscas invisíveis, morder a própria cauda, movimentar
um ou mais membros involuntariamente, caminhar em círculos, tornar-se súbita e
inexplicavelmente agressivo, entre outros. Estes comportamentos estranhos duram
pouco tempo, e param tão rapidamente quanto surgiram.
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Balançar e passo de urso

Estereotipia repetitiva de movimentos do corpo para trás e para frente ou de um lado


para o outro.

Motivos: ausência de variedade no ambiente, confinamento, privação de companhia.

Exemplos:
- Animais de circo: https://www.youtube.com/watch?v=7QvTtvJy6JM
- Cavalos: https://www.youtube.com/watch?v=Bt4Rq0HWAls

Esfregação

Alguma parte do corpo é movimentada para a frente e para trás contra um objeto sólido,
e o movimento é repetido tantas vezes que não pode ter a simples função de alivio de uma
irritação local.
Bovinos confinados em baias por períodos prolongados, como o inverno, podem
estregar suas cabeças de maneira repetitiva contra alguma parte da baia. Esse comportamento
é mais observável em raças com chifres e em touros que em outros animais.

O esfregar de cabeça em suínos é as vezes observado em animais sujeitos à restrição


crônica em gaiolas estreitas e individuais. Nesse comportamento, a região dorsal do focinho da
porca é esfregada de maneira repetitiva e vigorosa ao longo da superfície inferior da barra que
cruza a parte da frente do estábulo.
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O comportamento de esfregar a cauda nos cavalos pode ocorrer como um sinal de


parasitismo. O esfregar persistente da cauda pode ocorrer em cavalos sem qualquer infecção
ou infestação. Os cavalos podem se esfregar com a parte posterior do corpo em um poste, uma
arvore, uma cerca ou uma parte de um galpão, movimentando os quartos posteriores de maneira
rítmica de um lado para o outro, enquanto cauda e mantida apertada contra a região perineal.

https://www.youtube.com/watch?v=_pVoV3GSUUU

O fatos deles rolarem na grama ou na areia é para conseguir se livrar de coceiras que
estejam incomodando muito, especialmente na parte de cima. A areia acaba sendo preferida
pelos cães porque acaba passando um alivio mais rapidamente devido aos grãos.
Muitas vezes eles acabam fazendo isso depois do banho porque determinados produtos de
limpeza acabam despertando alergias nos animais.

Cheiro selvagem: Um dos motivos que também podem levar o cão a ter este tipo de
comportamento pode estar relacionado diretamente a uma herança do passado. Segundo alguns
pesquisadores, os lobos tinham o hábito de rolar o seu corpo em carniça e excrementos como
forma de disfarçar o seu cheiro característico e assim ter mais chances de conseguir se camuflar
e se esconder das suas presas.
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Bater as patas no chão e escoicear a baia

O ato de o animal quadrúpede bater as patas no chão, vigorosamente e persistente, de


forma anormal, se condiciona como um estado de estereotipia*. Esta ação acarreta em buracos
na baia, ferimentos e desgasto no casco do animal. Além de causar extremo estresse ao bicho.

Exemplo em vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=yk5BN0zDjRo&feature=emb_logo

Como observado em cavalos, estes podem apresentar ações que correspondam ao exato
problema abordado, como, abaixar a cabeça, pôr as orelhas para trás, arquear o dorso, e dar
coices com um membro pélvico, de forma repetitiva, contra objetos, paredes ou portas
presentes na baia, gerando um alto barulho.

Demonstração de estresse em equinos.

Esse comportamento pode causar diversos outros problemas futuros que muitas vezes
não são percebidos pelos donos do animal, como danos feitos à madeira da baia, originando
farpas, que resultará no agrave de ferimentos e na produção de material que o cavalo poderá,
posteriormente, ingerir.
Algumas tentativas de controlar o transtorno através de condicionamento negativo**
não foram eficazes. Assim trazendo à tona as prevenções (importante ressaltar que não são
soluções) realizadas para casos como estes, sendo o uso de tapetes ou barreiras penduradas que
possam reduzir lesões e perturbações. Porém, essas prevenções não ajudam no melhoramento
do bem estar do animal, apenas evitam que se procure mudanças ao caso.
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Adaptação de piso de borracha para baia de cavalo.

Em virtude dos fatos mencionados, podemos concluir que a melhor forma de solução
ao problema, seria a reforma de baias com acesso visual ao ambiente e outros cavalos, além do
uso de enriquecimentos ambientais ao animal. Como no exemplo dos cavalos, as bolas
especificas para cavalos, pedras de sal mineral controladas por nutricionistas e brinquedos com
recompensas, podem ajudar no controle de estresse do animal e ânimo diário. Não podendo
deixar de mencionar a importância da socialização com outros animais, os exercícios
frequentes e troca de pasto, como uma das mais eficazes atitudes para com o término do
problema.

Baia com janelas adaptadas.


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Enriquecimento Ambiental

- Estereotipias*: Sequência repetitiva de movimentos, relativamente invariável, que não tem


nenhuma função óbvia.
- Condicionamento negativo**: Resposta ou comportamento que é reforçada por parar,
remover ou evitar um resultado negativo ou estímulo aversivo.

Balançar de cabeça

O balançar de cabeça pode ser demostrado através de movimentos verticais, laterais ou


rotatório de pescoço. Em aves, apresentam-se movimentos rotatórios de cabeça, esses com
viradas rápidas e sucessivas, concluindo com um movimento leve para baixo. O tempo de
duração dos espasmos pode ser de um segundo, porém podem repetir-se continuamente por
muitos minutos. Acomete também, aves silvestres.
O comportamento de balançar a cabeça pode aumentar na presença de um observador
em posição óbvia, onde a ave não pode escapar. Esse aumento pode chegar a cinco vezes mais,
conforme observado em certas linhagens de aves. Parece atingir mais aves engaioladas que as
alojadas no chão, devido a raça, espaço oferecido, tamanho do grupo, transferência para
condições novas e posição social. O balançar de cabeça pode estar relacionado com
mecanismos de atenção e de preparo para apresentar resposta, sendo entendido como função
se ocorrido ocasionalmente e anormal e estereotípico se ocorrido com frequência.
No cavalo esse comportamento pode ocorrer em várias formas de estereotipias, sendo
a mais comum o “cumprimento” vertical com a cabeça. Esse comportamento pode ter
componente de auto hipnose como no passo de urso. Essa anomalia faz com que os animais
aparentam uma leve sonolência e também pouca atenção ao seu ambiente.

Vídeo de equino com comportamento anormal de balançar a cabeça. Cumprimento vertical.


https://www.youtube.com/watch?time_continue=6&v=Sbgsw9yxwI4&feature=emb_title
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Aerofagia

- É o ato de engolir o ar, podendo ser causado por uma estereotipia ou atos naturais, tais
como: balançar de cabeça ou morder cocho (cavalos); rolar a língua (bovinos).

- Nos cavalos, a aerofagia acontece, geralmente, quando outros cavalos em baias


próximas realizam o mesmo. Sabe-se também que potros podem adquirir o hábito de
aerofagia de mães com esse comportamento.

- A aerofagia, normalmente, não é vista entre cavalos no pasto.

- Métodos comuns para tentar impedir a aerofagia: Uso de coleiras, que causam
dificuldades e desconforto ao animal, podendo até causar ferimentos; Métodos
cirúrgicos, que não tem uma eficiência comprovada e nem resultados totalmente
satisfatórios.

- A melhor opção é alterar o meio ambiente do animal

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=aBO-3uQ3R6w (Olhar minutos --> 1:33 a 1:37).

Rolar de olhos

Acontece quando o animal gira sua órbita sem nenhum objeto visível para que
esse movimento ocorra, um movimento repetitivo o qual permanece á vista somente
a parte branca de seu olho.

Mastigação falsa

A mastigação falsa é uma condição vista tipicamente em suínos, que são amarrados ou
contidos em gaiolas individuais, nas quais a cama não é oferecida. Esta estereotipia é de fácil
percepção pois acontece quando o animal faz movimentos repetitivos com a mandíbula como
se estivesse mastigando, porém sem nenhum conteúdo na boca, exceto a própria saliva, o que
faz com que essa saliva tome uma forma de espuma, muitas vezes pingando no chão e formando
poças, o que evidencia a atividade.Esse comportamento pode acontecer por dias consecutivos,
e ocorre com maior frequencia quando a porca está deitada em decúbito esternal, ou sobre o
seu posterior. A mastigação falsa pode ser reduzida oferecendo-se palha ou cepilho para os
animais mastigarem. A mudança para um sistema de alojamento em grupo é a melhor forma
de aliviar os efeitos adversos resultantes da mastigação falsa.

Link de vídeo demonstrativo da mastigação falsa:


https://www.youtube.com/watch?v=Qocn3VY0BrY
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Rolar de língua

O rolar de língua consiste em a língua ser tipicamente colocada para fora e rolada
novamente para dentro da boca aberta e após isso, ocorre um engolir parcial da língua e um
tragar de ar.

Esse comportamento anormal pode estar associado a deglutição de ar, com a formação
de espuma. A duração desse episódio pode variar de poucos minutos a muitas horas. É mais
comum que ocorra imediatamente antes ou logo após a alimentação.
As coleiras antiaerofagia às vezes foram colocadas nos animais afetados. Outro método
de controle desse comportamento é a inserção de um anel de metal atrás do freio da língua. O
tratamento terapêutico bem sucedido foi relatado através da melhora da dieta por misturas de
sais.

Lambedura

É considerada estereotípica quando o animal de maneira repetitiva, lambe com


movimento padrão parte do próprio corpo ou algum objeto. Como consequência pode ocasionar
ferimentos na língua como também ingestão de pelos, por exemplo. As causas são a quantidade
inadequada de alimentos ofertados, no caso de filhotes a falta de teta para mamar ou a falta de
algumas sensações antes sentidas pelo animal.

https://www.youtube.com/watch?v=UBqhSEK9k9o
https://www.instagram.com/p/yvE6k2rgOR/?igshid=12vlapiychfz3
https://www.instagram.com/p/hqmj1ZmCge/?igshid=23s5qwy45egv
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Mordedura de barras, de amarras ou de baia

O animal abre e fecha a boca ao redor de barras, amarras ou porta de baia, colocando a
língua e os dentes na superfície e realizando movimentos de mastigação. Mordedura de barras
acontece em porcas gestantes mantidas em gaiolas ou amarras que são muito restritas e não
permitam que o animal se vire. A parte anterior e lateral das gaiolas são feitas de tubos de
metal.

As sequências de movimentos incluem series de elementos que são repetidos de


maneira exata e outros que são mais variáveis, e ocorrem pausas nessas atividades. Mordedura
de barra pode ser parcialmente conntrolada melhorando a condiçao de criação. Isso pode ser
feito oferecendo palha ou cepilho como cama para o animal, que pode mastigar ou fuçar.
As mordedura de barras também pode ser exibida por bovinos mantidos em local muito
restrito.
Os equinos mordem o cocho abocanhando seu bordo ou alguma outra parte conveniente
com os dentes incisivos.

O individuo presiona para baixo, levanta o chão da boca, mantém o palato mole aberto
e geralmente emite um grunhido característico. Em alguns casos, os cavalos podem apoiar seus
dentes contra o fundo do comedouro, a parte inferior da grade ou o final de uma coluna ou
poste. Em casos raros, a boca pode ser apoiada contra joelhos ou canelas. Alguns animais
afetados nunca demonstrarão quaisquer sinais de desordem ao serem observados mais de perto,
mas a maioria ignora a presença de seres humanos.
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A evitação de curto prazo da mordedura de madeira não redux o comportamento total


e resulta em baixo grau de bem-estar. Uma peça grossa de borracha ou madeira que evita o
fechamento da mandíbula ás vezes é utilizada, mas implica certa quantidade de desconforto
agudo, não sendo recomendadas por razões humanitárias. As vezes é realizada cirurgia, esse é
um procedimento altamente especializado que envolve a secção de músculos da garganta
essenciais ao comportaento. Também é um método muito drástico de se evitar uma ação que é
induzida por manejo e condições de manutenção inadequado.

Pressão de bebedouro

Essa estereotipia, consiste em pressionar um bebedouro automático de maneira


repetitiva sem a ingestão de água, e é exibida por porcas gestantes mantidas em estábulos ou
amarras. O bebedouro é um dos itens mais interessantes, nos arredores do animal e alguns deles
passam longos períodos manipulando-o. Consideravelmente passando um tempo mais que
necessário para a ingestão de água.
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COMPORTAMENTO ANORMAL 2: AUTODIRECIONADO E DIRECIONADO AO


MEIO AMBIENTE

Automutilação

A automutilação é um comportamento caracterizado pela sua intensidade, que pode


causar ferimentos e lesões. Normalmente as ações que caracterizam uma automutilação são:
mastigação de membros, remoção da pelagem, fricção vigorosa de alguma parte do corpo em
uma superfície, coices e mordidas em si mesmos. Esta condição se manifesta nos animais
quando eles são expostos à isolamento e confinamento. Para solucionar o problema, pode-se
oferecer ao animal uma condição de tranquilização, como por exemplo, provisão de um
companheiro. A automutilação está associada a alguma infecção, parasitismo ou dor.

Lamber, arrancar e engolir os próprios pelos, lãs ou penas

A lambedura excessiva da pelagem pode ser demostrada por cães, gatos e muitos outros
animais domésticos. Muitos bezerros jovens alojados em baias individuais gastam longos
períodos de cada dia lambendo as partes de seu corpo que podem alcançar. Tal comportamento,
que pode ser estereotípico em formato, resulta na ingestão de grandes quantidades de pelo,
formando bolas de pelo ou bezoares no rúmen. Essa lambedura ocorre de maneira mais comum
em bezerros desmamados precocemente; todos os bezerros leiteiros recaem nessa categoria, e
em bezerros alojados individualmente que naqueles mantidos em grupo.
Algumas aves engaioladas, por exemplo, psitacídeos, arrancam suas próprias penas,
engolindo-as ou não. Psitacídeos em situação nas quais exista estimulação insuficiente e nas
quais talvez haja perturbação que a ave não pode controlar apresentam maior possibilidade de
exibir arrancamento de penas. O comportamento pode resultar em grandes áreas do corpo
desnudas. Os esforços para a redução do arrancamento de penas raramente são bem-sucedidos,
a menos que envolva uma remoção de causa de baixo grau de bem-estar que está na base do
problema. Psitacídeos podem ter a chance de controlar seus ambientes pela oportunidade de
se esconder de seres humanos ou de outras perturbações e pela realização de ações de
condicionamento operante que modificam aspectos de seus arredores. O contato social
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beneficia quase todos os psitacídeos, uma vez quem formam espécies com estrutura social e
comunicação elaborada.

Sugação e ingestão de objetos sólidos

A alguns animais que são desmamados mais novos e por sentir falta da mãe, pegam por
costume a atitude de sugar e lamber objetos e paredes, um desses comportamentos é sugar os
objetos em formato de teta. Esses comportamentos são mais frequentes em bezerros e leitões
jovens.
Já os animais de estimação como cachorros e gatos, já é um caso mais preocupante,
pois podem mastigar e ingerir objetos mais fibrosos e até madeira, causando assim uma
deficiência nutricional. Esses animais de estimação muitas vezes não fazem isso por ter alguma
deficiência nutricional e sim por serem deixados sem companhia, seja ele animal ou humana.
Então a melhor solução para o comportamento anormal é a companhia mais frequente com
esses animais.
Em animais mais velhos, como bovinos, ovinos, e até equinos, esses comportamentos
de mastigação e ingestão de objetos como madeira, tecido, ossos velhos etc, ocorre muito, e
esse comportamento indica a deficiência de fósforo (P), mais frequente em animais soltos a
campo. Então a melhor solução para esses animais é oferecer algum suplemento rico em
fósforo, tanto injetável como na própria ração.

Disponibilizei esse site: https://globoplay.globo.com/v/4068454/

Em equinos a mastigação e ingestão de madeira não é nada comum, tanto nos pátios,
nas baias e soltos no campo, esse comportamento muitas vezes é por estresse, e com isso podem
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ingerir farpas que podem causar danos na boca, desgaste nos dentes e até obstruções intestinais
sérias. Esses animais afetados podem passar esse habito a outros cavalos que se relacionam, e
isso pode causar destruição de cercas de madeiras, paredes e porteiras. Então a melhor solução
para esse tipo de atitude em cavalos é melhorar sua dieta nutricional, e o acesso a pastos
extensivos.

Ingestão de cama, terra ou fezes

Cama é uma fonte potencial de alimentos para os animais. Suínos, bovinos e cavalos
ingerirão parte da sua cama de palha. Quando não elevado ao extremo isso não se constitui em
comportamento anormal. Grande parte das camas empregadas não são nutritivas, e o animal
confinado em um pequeno espaço acaba ingerindo a cama até quando se torna suja.
A ingestão de cama quando em pintinhos e perus ocorre mais comumente quando são
criados em resíduos de cereais ou cepilho. Esse comportamento é mais decorrente quando não
se tem o espaço de cocho suficiente. A incidência também é mais alta em certas raças e
linhagens de aves que as outras, indicando uma predisposição genética para a condição. A
condição pode ser aliviada pelo suplemento de areia as aves, pode ser que o componente por
apetite busque por material mineral.
As aves que praticam a ingestão de cama têm grande impacto de moela e de outras
regiões do trato digestório, causando assim grandes casos de mortes. Quando os cavalos
ingerem a cama eles ficam menos seletivos em relação a natureza do material ingerido, a cólica
é aumentada e acaba pode causar como consequência grandes números de mortes.
No cavalo são reconhecidas varias causas para a ingestão de cama. Dietas não
balanceadas, alimentação errada e cargas pesadas são contribuintes para tal situação. Se a dieta
do feno limpo não for seguido como o balanceamento nutricional, o cavalo vai procurar outro
material para o consumo.

Em aves de produção, o sistema de ingestão de camas deve existir espaço de cocho


abundante pois sem o espaço adequado elas ficam afastadas e iniciam a ingestão de cama como
compensação. Para os cavalos a avaliação da dieta é necessário para assegurar quantidade e
qualidade adequadas. Suplementos alimentares devem ser servidos na forma de sais para
lamber e misturar ricas em minerais e vitaminas, alimentos frescos, verduras ou cenouras
devem ser oferecidos regularmente.
Cães, cavalos ou bovinos as vezes ingerem solo ou areia, os animais que realizam esse
comportamento são suscetíveis a disfunções alimentares. Deficiência de fósforo e ferro são
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responsáveis em alguns casos como responsável da ingestão de solo. A ingestão excessiva de


areia pode causar impacção de ceco e colo por areia no cavalo. Impacções por areia também
foram observados em bovino.
A ingestão de fezes (coprofagia) é comportamento normal em coelhos e ocorre em cães,
suínos e cavalos. Quando um animal ingere suas próprias fezes leva uma digestão mais
eficiente em coelhos e pode ser funcional em outras espécies.
A coprofagia no cavalo adulto é induzida por circunstancias como o confinamento
crônico ou uma mudança de manejo, de exercícios regulares para nenhum.

Exemplos da coprofagia;

Consumo exagerado de alimentos

Os animais como cães, cavalos e ocasionalmente os bovinos tem um consumo


excessivo de alimentos que pode ser chamada de hiperfagia ou ingestão rápida. Alguns dos
casos é que animais quando comem rapidamente, podem ocorrer engasgamentos, e assim
ocorre a desordem digestiva, pelo fato de que o alimento não foi bem mastigado. Uma forma
em que não ocorra esses acidentes que podem se fatais, é fazendo com que seja mais difícil
para o animal consumir esse alimento.
Polifagia ou hiperfagia, é fome excessiva e a consequente ingestão exagerada de
alimentos sólidos (comida caseira ou ração).

Formas de tratamento:
- Consulta com o médico veterinário, que diagnosticará a causa da polifagia, e prescreverá o
tratamento adequado.
- O proprietário, deverá alimentar, em primeiro lugar, o animal polifágico: geralmente, é o
animal identificado como líder (entre os cães).
- O proprietário deverá aumentar as brincadeiras, o contato com o animal (carinhos), e
atividades físicas.
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Fontes para pesquisa


https://dicaspeludas.blogspot.com/2012/04/animais-comiloes-polifagia-ou.html

Polidipsia

A polidipsia consiste no aumento da sensação de sede, com o consequente aumento da


ingestão de líquido pelos animais, essa anomalia é mais comum em animais em confinamento
estrito e com pouco exercício. É vista, por exemplo, em cavalos que são isolados e confinados
em baias com água à vontade, alguns cavalos consumirão cerca de 140 litros de água por dia,
ou 3 a 4 vezes a quantidade normal.

É difícil ser preciso acerca dos efeitos adversos para o animal com essa anomalia, a
lavagem constante da ingesta provavelmente reduz o valor nutricional da dieta. A polidipsia
foi observada em porcas com a síndrome da “porca magra”. Pode ser que a ingestão de uma
quantidade anormalmente elevada de água favoreça o surgimento de torção intestinal, em
cavalos por exemplo. A polidipsia pode ser controlada e extinta pela provisão de melhor
alojamento e exercícios regulares.
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COMPORTAMENTO ANORMAL 3: DIRECIONADO A OUTRO ANIMAL

Introdução

Bichos que convivem com outros de mesma espécie ou têm o ensejo de relacionar-se
com integrantes de outras espécies, acabam resultando em um modo anormal de comportar-se
perante eles. Esses comportamentos irregulares são compilados conforme o estado
motivacional expresso pelo animal. Alguns tipos de comportamentos incomuns são conduzidos
de forma imprópria aos outros animais, como se os mesmos fossem uma figura materna, raivas
ou parceiros sexuais. Existem muito mais animais de produção que demonstram
comportamentos anormais, do que animais de estimação por conta do sistema de alojamento e
manejo ser de extrema artificialidade na produção animal.

Animais tratados como objetos

Ingestão de ovos

Ingerir os ovos é um hábito observado em galinhas mantidas em galinheiros e gaiolas. Tal


comportamento parece ocorrer mais com pisos de arame. O comportamento inicia-se com uma
ave bicando um ovo até que ele se quebre, assim o conteúdo do ovo é ingerido. Quando uma
ave adquire esse hábito, ela tende a aumentar sua pratica, e outras aves também podem adquirir
o mesmo hábito. Em alguns casos leva a suspeita de que a dieta das aves afetadas seja
deficiência em minerais.
É aconselhável oferecer um suplemento de mineiras ou lascas de concha de ostras ao lidar com
problemas dessa natureza. Em gaiolas, o problema é reduzido se os ovos puderem rolar para
fora do alcance das aves. A provisão de caixas de ninho em gaiolas maiores reduz a ingestão
de ovos, uma vez que os ovos no piso são ingeridos com maior frequência.

Segue link de galinhas ingerindo ovo https://globoplay.globo.com/v/3627284/


23

Arrancamento e ingestão de lã

O arrancamento de lã é uma forma de comportamento anormal que ocorre em ovelhas


dentro de instalações restritivas e sistemas de manejo em ambientes fechados. É claro que a
superlotação de baias é um fator que contribui, mas também se acredita que uma deficiência
de volumoso na dieta possa contribuir para a anormalidade comportamental. Além de arrancar
a lã dos outros membros de um grupo; a ovelha também ingere parte da lã.
Os ovinos que são sujeitos a maior parte da atividade de arrancamento de lã são em
geral aqueles de posição mais baixa na hierarquia social dentro de um grupo. O animal que
realiza o arrancamento é em geral identificável por apresentar sua lá intacta; ao início do
comportamento de arrancar a lã, os animais afetados são observados puxando com a boca os
fios de lã das costas dos outros.
A medida que a anomalia se intensifica, os animais atormentados podem perder lã de
maneira tão extensiva em todo corpo que começa a ter uma aparência seminua, como resultado
da pele rósea aparecendo através das fibras de lã espersas semanescentes; a superlotação de
baias é um fator que influencia no arrancamento de lã. Um controle que pode ser realizado é
fazer a soltura dos animais em espaços abertos, em condições de criação extensiva por longos
períodos.
Animais jovens as vezes removem partes da lã de suas mães enquanto mantém contato
próximo com elas, por atos de lamber e sugar partes do corpo da mãe além da glândula
mamária; os cordeiros jovens podem começar a ingerir lã na primeira ou segunda semana de
vida. O acúmulo de lã ingerida no estômago (abomaso) do cordeiro leva formação de bolas
fibrosas compactas (bezoares); com esse acúmulo de bezoares os cordeiros podem sofrer
ataques graves de cólica semelhantes a desmaios.
Cordeiros afetados que abrigam bezoares tornam-se anêmicos, fracos e perdem
condição corporal de maneira progressiva. Os cordeiros afetados permanecem por longos
períodos em pé, estáticos, exibindo estômago distendido e dorso arqueado.
A obstrução completa do trato digestório por exemplo na região do pirolo ou do
intestino delgado, pode levar a morte.

Bicar de penas, bicar do corpo e ingestão do material bicado

O bicar de penas é uma forma de comportamento anormal comum em aves de produção.


Sob condições de manejo intensivo, esse comportamento pode ocorrer em todas as idades e em
muitas espécies, incluindo pintinhos, galinhas adultas, perus , patos, codornas, perdizes e
faisões.
O comum dessas aves é andarem soltas num ambiente livre para produzirem seu próprio
alimento, sendo uma característica da espécie ciscar e se produzir seu próprio ninho. Em formas
de isolamento em um ambiente desconhecido e inadequado faz com que as aves invistam umas
contra as outras, gerando brigas e comportamentos mutilantes. Nessas condições, as aves bicam
o dorso, a cauda, a região ventral e a cloaca de aves companheiras.
Este trajeto agressivo ocorre desde pintinhos até as aves adultas gerando uma cadeia de
bicadores. Observou-se que as aves jovens não exibem nenhuma resistência ou outra resposta
quando suas penas são bicadas, mas as aves adultas tentam evitar sofrer bicadas.
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O bicar de penas é especialmente prevalente em sistemas intensivos de criação e é visto


com maior frequência em algumas raças, como hibridas leves. Os fatores ambientais
considerados como iniciadores desse comportamento incluem ventilação inadequada, altas
temperaturas, baixa umidade, densidade de lotação excessiva e excesso de iluminação.
Este tipo de comportamento leva as aves ingerirem as penas das outras, a preferência
por arrancar as penas de outras aves são: a cauda e asa por apresentarem mais penas no corpo.
Em pintinhos pequenos, as penas bicadas são principalmente no dorso e da região ventral do
corpo.
Aves que praticam bicadas de penas pode subsequentemente começar a bicar e remover
sangue, pele, musculo das outras aves, resultando em um estado de canibalismo. A abertura da
glândula uropigea, que exibe leve protusão, e a cloaca saliente após a postura de um ovo eliciam
bicadas de corpo. Os efeitos mais severos, muitas vezes se seguem as bicadas na cloaca.
Ferimentos na região cloacal podem se tornar graves rapidamente, e a ave pode apresentar
prolapso de intestino através desse ferimento. Tal órgão tende a ser objeto de mais bicadas, e
com o tempo pode ser puxado para fora ingerido.
O bicar de penas não leva necessariamente ao bicar de corpo, sendo a relevância do
primeiro muito maior. Nenhum desses comportamentos são precedidos de comportamento de
ameaça, ambos são precedidos de orientação corporal e movimentos típicos de comportamento
investigativo.
Contudo esses comportamentos ocorrem quando uma ave inicia bicada de corpo, mas
as outras aves tendem a se juntar a ela, de modo que as aves que sofrem as bicadas podem estar
sujeitas a uma avalanche de bicadas. As bicadas na cabeça ocorrem em aves mais velhas
confinadas em gaiolas, enquanto bicadas nos artelhos e no dorso são mais vistas em aves novas.
Nas bicadas em artelhos, a ave ativa bica os artelhos de outras aves, em raras ocasiões,
seus próprios artelhos. Esse tipo de comportamento está suscetível em ferimentos de aves
adultas. As aves atormentadas dessa forma demonstram comportamento depressivo, retirando-
se para um canto da gaiola, recusando alimentação e perdendo peso. Na ausência de
intervenções apropriadas de manejo, pode ocorrer óbito.
No entanto, as bicadas de cabeça e cauda são observadas com frequência em aves
jovens em condições de superlotação. Em perus machos o comportamento de luta resulta lesão
e hemorragia na região da carúncula na cabeça.
O controle das bicadas nas penas e no corpo é mais comumente realizado por
debicagem. A debicagem envolve a remoção da parte anterior da maxila superior. Ao remover
tal porção do bico, o bico torna-se ineficiente, entretanto esse procedimento é extremamente
doloroso para as aves. Outro método de controle empregado é limitar a visão das aves. Isso
pode ser feito escurecendo-se o galpão e trocando-se a luz por uma coloração vermelha, pela
utilização de lâmpadas infravermelhas ou pela pintura das janelas de vermelho. Nenhum desses
procedimentos pode ser realizado sem algum efeito adverso e ao bem- estar das aves, sendo
que em longo prazo , são preferíveis alterações no meio ambiente das aves que minimizem a
probabilidade desse comportamento.

Material de apoio:
- Link vídeo de como fazer a debicagem: https://www.youtube.com/watch?v=NHvvQ0AcskI
- Fotoperiodo: https://www.youtube.com/watch?v=GPOyjNJA49k

Massagem anal

Trata-se de um comportamento anormal de porcos, onde alguns animais movem-se de


um para o outro, fuçando as regiões anais em forma de massagem. Geralmente apresentam esse
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comportamento porcos mantidos em condições de superlotação, e é mais presente naqueles que


possuem suas caudas cortadas precocemente.
Embora alguns animais se esquivem da massagem, outros não fogem. A pressão feita
pelos porcos ativos é considerável e, em forma de resposta, o porco que recebe a massagem
tende a responder com defecação reflexa. Sendo assim, pode ocorrer a ingestão fecal.
Animais que toleram esta atividade com frequência adquirem ferimentos edemaciados
no ânus e na área perineal. Animais afligidos com esse problema perdem o apetite e condição
física, tornam-se fracos e tem dificuldade para ficar em pé. Quando intensamente atingidos,
alguns chegam a óbito.
Geralmente esses animais possuem baixo bem-estar pois não têm o comportamento de
fuçar satisfeito. Por isso, como forma de conter o problema, é necessário oferecer ao animal
baias de objetos em que ele possa se manter ocupado fuçando e mastigando, e também diminuir
a superlotação do local.

Mordedura de cauda

A mordedura de cauda é o comportamento anormal que mais chama atenção em animais


de produção, pois trás grandes prejuízos para as indústrias suínas. O comportamento se
manifesta inicialmente com um porco tomando a cauda de outro transversalmente em sua boca
e aplicando uma mastigação leve. Com o decorrer do tempo, a ação de mordedura de cauda se
torna mais grave, resultando em ferimentos na cauda e hemorragias. Segundo o artigo estas
hemorragias podem encorajar os demais animais do grupo a começar a mastigar a cauda
danificada. Os suínos mordedores também podem começar a morder os animais atormentados
em outras partes do corpo, como orelhas, vulva e partes dos membros. Um suíno ferido como
resultado de mordedura excessiva torna-se submisso e então deprimido em seu comportamento,
reagindo apenas levemente ao ser mordido, ou seja, já esta extremamente afetado. As feridas
podem se tornar contaminadas por infecções resultando em abscessos nos posteriores e
segmento final da coluna vertebral. As condições que predispõem à mordedura de cauda
incluem a raça - por exemplo, Landrace, o agrupamento denso de suínos que crescem
rapidamente, espaço de cocho insuficiente, bebedouros insuficientes e características
ambientais adversas, como altos níveis de barulho, gases nocivos, umidade e temperatura.
Em geral, todos os animais possuem certas necessidades de acordo com sua espécie,
por exemplo, os próprios suínos tem a necessidade de fuçar o solo, é algo natural para eles, e
com a falta do mesmo pode aumentar o risco de mordedura de cauda. Então foi observado que
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não é necessário remover a cauda inteira para se prevenir desenvolvimento da anomalia, mas
que a cauda cortada é suficientemente sensível, e os animais reagem efetivamente quando
recebem uma tentativa de mordedura de cauda. Neuromas geralmente resultam em dor
frequente, aparentemente emanando do apêndice ou outro tecido cortado ou danificado, e da
sensibilidade aumentada da área na qual o neuroma está situado. Assim, é provável que suínos
com cauda amputada tenham dor frequente e respondam rapidamente às tentativas de
mordedura cauda por causa da dor aumentada quando o coto da manipulado. A redução da
densidade de lotação pode reduzir a mordedura de cauda, mas uma combinação densidade de
lotação mais baixa e provisões para as necessidades de fuçar e manipular materiais como palha
é necessária para prevenir a mordedura de cauda. Os animais que têm oportunidade de fuçar
na terra raramente apresentam mordedura de cauda, de forma que a oferta de terra pode auxiliar
na redução da incidência desse e de outros comportamentos anormais em suínos.
Portanto, os suínos necessitam ter um bem-estar adequado, que possam ter suas
necessidades supridas para então não haver riscos de comportamentos anormais entre os grupos
como mordedura em cauda, ferimentos em orelhas, entre outros ferimentos, e assim as
indústrias suínas não serão prejudicadas com prejuízos desnecessários.

Animais tratados como parceiros sexuais

Como alguns animais são mantidos em um grupo de um único sexo (como no caso de
animais de produção, por exemplo, ou então de alguns cães e gatos) e raramente têm contato
com um animal do sexo oposto, acabam apresentando comportamentos sexuais com animais
do mesmo sexo. Considera-se esse comportamento anormal uma vez que na natureza, o
objetivo do acasalamento é a procriação, embora existam casos em que o comportamento
homossexual é considerado normal por animais mais velhos ou quando direcionados a animais
de outras espécies. Na criação de vacas e novilhas, os tratadores utilizam esse comportamento
como sinal de estro. Porém, o comportamento certamente pode levar a ferimentos desses
27

animais. Assim, sem levar em conta o bem-estar animal, os tratadores em geral não veem esse
comportamento como um problema.

No caso de monta sexual entre animais machos, também quando mantidos em grupos,
o comportamento pode levar a impotência – o que geralmente não é permanente. Quando os
machos são mantidos em pastejo extensivo, a condição da monta sexual não representa um
problema sério por não haver um sofrimento com monta excessiva. O problema maior da monta
excessiva ocorre mesmo quando há o acúmulo de animais em um pequeno espaço, aumentando
a frequência de ferimentos, reduzindo as taxas de crescimento e, consequentemente, causando
perdas econômicas.
Outro fato conhecido é que animais que aceitam a monta são geralmente animais que
também irão montar em outros, mesmo se forem castrados. A utilização de hormônios
sintéticos, como a aplicação de progesterona ou estradiol, faz com que aumente a chance de
ocorrer a síndrome de monta.

Descobriu-se também que o estresse por aglomeração, associado a uma mistura de


outros fatores (como banho, vacinação) e a introdução de novos animais ao grupo aumenta a
incidência da monta. Por outro lado, a grande maioria dos bois em baias evitam interações
sociais danosas.
Assim, percebeu-se que, “à medida que aumenta o volume de animais por unidade de
espaço disponível ao grupo, diminui a qualidade das trocas sociais. Por isso se diz que o
comportamento, além de sexual, é agressivo. Então, como resolver o problema? Pode-se
resolver o problema da monta sexual reduzindo a quantidade de animais no espaço em que se
encontram, e fazer a retirada do estímulo hormonal artificial, bem como colocar barras que
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aumentam a separação de animais em baias, o que impede fisicamente a monta. A colocação


de fios elétricos não é recomendada.

Curiosidades em animais de companhia:


Um buldogue ficou famoso nos Estados Unidos após ter sido deixado em um abrigo
para ser sacrificado. Entre tantos casos similares, foi a justificativa usada para o abandono que
popularizou a história na internet e ganhou os jornais no ano passado. Depois de ver o animal
montando em outro macho, o dono decidiu se livrar do cão porque se recusava a ter um
cachorro gay.
O comportamento de montar em outros animais, ou em pessoas, é bastante comum,
ainda que provoque estranhamento e dúvidas. As causas são variadas, mas especialistas
afirmam que a ideia de orientação sexual não se aplica aos pets. O buldogue, é claro, foi logo
adotado por uma dona mais bem informada, como é a família do estudante Felipe Lopes, de 21
anos.
A principal motivação para a monta ou tentativa de “cruzar” com pets do mesmo sexo
é a demonstração de dominância. O veterinário especialista em comportamento canino Renato
Buani explica que a atitude serve para expressar hierarquia, submeter o outro a uma situação
de vulnerabilidade. “É algo normal, que acontece tanto no ambiente selvagem quanto no
doméstico”, pontua.

Monta sem sexo: A monta, ou seja, o ato de um gato subir em cima do outro como se estivesse
pronto para cruzar, deixa muitas pessoas embaraçadas, principalmente quando ocorre entre
duas fêmeas ou dois machos. Gatos montam uns nos outros também para brincar e, em alguns
casos, para subjugar o competidor, como o cão dominante faz com o submisso.

O cachorro monta por dominância: Quando os cães vivem em matilha, existe sempre um cão
alfa. Se houver algum momento de rebelião no grupo, o cão dominante com a força ou a
intimidação acalma a situação. O cachorro perdedor aceita a hierarquia superior do macho alfa,
colocando o lombo contro o solo enquanto separa as patas e expõe os seus genitais ao vencedor.
Trata-se de um sinal de aceitação da hierarquia superior do macho alfa.
Os cães adultos fazem isto com frequência com os humanos ao chegarem recém
adotados a uma nova casa. É um símbolo de boa educação por parte do cachorro e um sinal de
que não questiona e aceita a sua autoridade. Entre os lobos também ocorre uma simbologia
idêntica.
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Bibliografia e links:
https://www.google.com/amp/s/www.peritoanimal.com.br/por-que-meu-cachorro-monta-
outros-cachorros-21237.html%3famp=1
https://caocidadao.com.br/dicas/vida-sexual-dos-gatos/
https://www.google.com/amp/www.uai.com.br/app/noticia/saude/2014/07/26/noticias-
saude,191980/amp.html

Animais tratados como mãe

Mamíferos jovens que foram separados de suas mães de maneira mais precoce que a
idade normal do desmame com frequência exibem comportamento de busca de teta e se
sugação, que é dirigida a objetos inanimados ou a companheiros de baia. Às vezes esse
comportamento, que é denominado fuçar de ventre e intersugação em leitões e bezerros,
persiste na vida adulta.

Fuçar de ventre

O fuçar de ventre é um comportamento exibido por leitões. Trata-se de um movimento


para cima e para baixo do focinho sobre o ventre de outros suínos, no tecido macio entre os
membros pélvicos e os membros torácicos, sendo similar em formato aos movimentos de
massagem de úbere realizados por leitões e direcionados ao úbere da porca. O fuçar de ventre
não é exibido antes do desmame, mas é exibido por leitões que foram desmamados muito mais
cedo que a idade normal dessa atividade.
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O fuçar de ventre é um comportamento muito disseminado, uma vez que os leitões são
desmamados com três ou cinco semanas de idade, quando na realidade, sem a interferência
humana, seriam

Alguns leitões que são mantidos em gaiolas de piso liso e plano são perseguidos e têm
seu ventre fuçado por longos períodos. Assim, seus mamilos, umbigo, pênis ou escroto podem
ficar inflamados. Outros leitões, ao exibir o comportamento de fuçar outros animais, acabam
por engolir urina do animal fuçado. Altos níveis de fuçar de ventre correlacionaram-se
negativamente com o ganho de peso.
O desmame mais tardio está associado à menor incidência de fuçar de ventre. Também,
ao se ofertar palha para que os leitões possam manipular e mascar, notou-se que esse
comportamento é reduzido. Daí a importância do enriquecimento ambiental.
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Nesta última imagem, o suíno aparentemente foi fuçar o ventre do outro. Podemos
observar que eles não estão em um ambiente que propicie outros materiais para que possam
mascar.

Imagens de suínos em ambiente enriquedico:


32

Links de vídeos úteis


• Suíno fuçando ventre, entre os minutos 12:09 e 12:21:
https://www.youtube.com/watch?v=3c-PxGd66hk
• Suíno adulto fuçando em piso de concreto liso, sem enriquecimento:
https://www.youtube.com/watch?v=iaR6p89DbMc
• Suínos adultos fuçando em ambiente enriquecido:
https://www.youtube.com/watch?v=fDpL0W3FDq0

Intersugação em bezerros

Bezerros separados de suas mães sugam e lambem seus próprios corpos, objetos
em suas baias e parte dos corpos de outros bezerros. Os bezerros que são sugados
demonstram uma resposta passiva. Esses bezerros podem, por sua vez sugar outros, de
modo que vários bezerros podem estar envolvidos.
A intersugação danosa é mais comum em bezerros que recebem leite em baldes que
naqueles que que mamam em suas mães ou em tetas artificiais. Portanto para o controle dessa
anomalia, os melhores resultados são obtidos pela oferta de condições alimentares que
assemelham aquela do comportamento ingestivo normal em animais jovens.

Intersugação e sugação de leite em animais adultos

Esse comportamento envolve uma vaca ou touro que suga leite do úbere da vaca. Essa
intersugação por gado adulto envolve a retirada do leite do animal em lactação, sendo uma
anormalidade comportamental de ocorrência ocasional sob uma variedade de circunstâncias de
criação.
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Em rebanho com todos os animais juntos, pode ocorrer a “sugação furtiva” por bezerros
alheios ou por um animal adulto, como um touro.
A perda de leite por intersugação pode se tornar significativa, e a sugação freqüente por
um animal adulto pode levar a lesões nas tetas, alterações patológicas e deformação do ubre.
Tentativas de controlar a sugação anômala de leite no passado tornaram a forma de colocação
de itens pontiagudos na região da face ou focinho do animal sugador, infelizmente alguns
desses itens podem restringir a alimentação natural do animal.

Além disso, se o animal afetado for persistente, ele pode causar ferimento aos outros
animais principalmente se o animal estiver com focinheiras pontiagudas.
Um equipamento elétrico colocado na fronte, dando choque elétrico no animal que o
porta quando o circuito é fechado pela pressão da cabeça tem relatos de bons resultados. Uma
vez que o choque é recebido pelo animal sugador, o método é mais apropriado que aqueles nos
quais a estimulação aversiva é dirigida ao animal que

Fatores que favorecem as lesões do teto e do úbere em bovinos


A principal causa de descarte de vacas leiteiras no Brasil são as doenças causadas pelas lesões
no úbere. Por isso, é fundamental manter a atenção voltada para os motivos que levam ao
problema. Confira alguns fatores abaixo:
– Ambientes pouco higiênicos
– Exposição intensa dos tetos a fatores agressivos
– Falta de manutenção da ordenha
– Uso de teteiras rachadas
– Excesso de ordenhas mesmo depois de encerrado o fluxo de leite
– Número grande de animais no mesmo espaço e próximo a objetos pontiagudos
– Uso inadequado de desinfetantes cáusticos
Todos os fatores citados acima podem levar a formação de calos nos tetos, com isso o
fechamento do canal é prejudicado. E mais, no caso de vacas leiteiras lactantes é comum levar
a infecções intra mamárias.

Prevenção das lesões de tetos e úberes em bovinos


Apesar da mastite ser a doença que mais tira o sono do produtor de leite, ela não é a
única. Igualmente, lesões, cistos e edemas, trazem como consequência a perda de tecidos
importantes para a produção de leite. Esteja atento as práticas que devem ser adotadas para
prevenir as ocorrências:
– Regular periodicamente o equipamento de ordenha
– Aplicar o manejo correto na ordenha das vacas
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– Fazer uso de soluções glicerinadas de pós dipping


– Fornecer alimentação adequada para os animais principalmente após a ordenha
– Manter atenção constante com a higiene dos equipamentos
Em qualquer tipo de lesão do teto e do úbere em bovinos, intervir rapidamente é a
palavra de ordem. Decerto, as chances de recuperar os animais são maiores e os prejuízos para
o produtor são reduzidos. Sobretudo, o médico veterinário capacitado está à frente dos demais,
oferecendo serviço de qualidade e proporcionando rebanhos mais produtivos.

Fontes para pesquisa:


https://cartilhaonline.wixsite.com/letaufsc/aleitamento
http://g1.globo.com/goias/noticia/2012/10/chamada-de-mae-branca-maquina-alimenta-
bezerros-em-silvania-go-.html
https://www.revistaveterinaria.com.br/lesoes-de-tetos-e-uberes/

Animais tratados como rivais

Os animais podem apresentar comportamentos agressivos com outros animais


normalmente, pois esta reação é um fator de defesa, em situações de proteção, defensa de
território ou adquirir posição sexual. A agressividade se torna um comportamento anormal
quando ocorre com muita frequência ou intensidade. A agressividade direcionada aos humanos
é considerada normal quando um bezerro ou touro ataquem seu tratador pois a domesticação
não eliminou todos os processos defensivos e competitivos dos animais.
Agressividade direcionada de um cão ao ser humano é alarmante pois este é um animal
de companhia, é exceção em casos em que o animal tenha sido treinado para isso, como os cães
de guarda ou policiais. A maioria dos ataques é em resposta defensiva (para defender o
território, alimento, ou outro animal), mas para que seja um comportamento animal é necessário
anteceder ao ataque os seguintes comportamentos: postura ereta, piloereção na região do
pescoço, levantar de orelhas, contração da musculatura da bochecha para exposição dos dentes
e vocalização ao rosnar.
A agressividade dos cães aos humanos podem ser apenas o rosnar e latir para que o
humano não se aproxime, em casos onde isso não resolva o animal ataca mordendo pernas,
braços, rosto nas partes mais vulneráveis. No caso de predação com uma criança as principais
áreas de ataque é morder o pescoço e o rosto. Os gatos quando atacam os seres humanos
causando ferimentos com menor gravidade, que por sua vez são comportamentos comuns. Os
gatos apresentam comportamentos similares aos dos cães com piloereção, exposição dos dentes
e vocalização, e sua principal forma de ataque é com as unhas.
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No caso dos touros eles constituem-se de uma sequência de ações antes de um ataque
algumas das ações são vocalização profunda, bufadas, rigidez muscular. A principal forma de
ataque deste animal quando ele possui chifres é chifrar espetando e os mochos através de
cabeçadas. Esse tipo de comportamento é muito comum em bodes e bois confinados tendo essa
agressão direcionada aos portões e estruturas físicas. Quando um cavalo agride um ser humano
ele apresenta musculatura tensa, extensão de cabeça, abaixar de orelhas. Em cachaços uma
característica de agressão é a rigidez da musculatura.
Vacas realizam agressões através de coices laterais quando tem um alvo. Os cavalos
principalmente garanhões tem ações de mordidas bruscas e dentadas, essas ações acontecem
após prostração das orelhas, lábios retraídos, dentes a mostra e cauda com frequência em
movimentação, outras ações muito visualizadas em garanhões são os “manotaços” que
consistem em o cavalo se firmar nas patas traseiras e atacar com as dianteiras. Quando o animal
golpeia com os dois membros pélvicos seu alcance é de 1,5 a 2 m de distância, esse
comportamento é muito comuns em mulas.
O controle de ações agressivas é complicado e complexo, necessitando muitas vezes de
treinamento. Esses comportamentos podem ser evitados, conhecendo os comportamentos
naturais dos animais, como é o caso do gado que se matem mais calmo e menos agressivo
quando em grupo. A agressividade de alguns animais como os cães tem relação biológica e
ambiental diretamente ligada com suas ações comportamentais.
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COMPORTAMENTO ANORMAL 4: FALÊNCIA DE FUNÇÃO

Inadequações de funcionamento sexual

É um problema ocasional em cães, gatos e em várias espécies de animais de produção,


causando fracasso ou atraso na reprodução.. Tais anormalidades de comportamento podem ser
trabalhadas de maneira mais conveniente de acordo com a fase do ciclo reprodutivo que está
afetada. Alguma das principais anomalias do comportamento reprodutivo ocorre no estro e na
libido que são pré-requisitos importantes para a reprodução.

Cio silencioso

É um termo que enfatiza a questão de que o estro normal é um fenômeno principalmente


de ordem comportamental. A anomalia está relacionada a uma manifestação ausente ou fraca
de comportamento óbvio de estro em animais que apresentam todas as outras características do
fenômeno, incluindo turgidez e congestão uterina, com amadurecimento folicular levando à
ovulação. As características físicas nessas condições são tão complexas que os animais são
capazes de se tornarem gestantes se inseminados artificialmente. Observou-se que éguas nessas
condições apresentam um nível normal de fertilidade se forçadas à fertilização.
Exemplo: O cio norma das cadelinhas inclui quatro frases diferentes: proestro, estro,
diestro e anestro. Em circunstâncias normais, é na fase de proestro que surgem os sinais que
indicam o cio como o sangramento e o edema vulvar. No caso do cio silencioso, esses sinais
típicos do início do período estão ausentes, não havendo quaisquer sintomas. Na maioria dos
casos, não afeta a fertilidade da cadela mesmo que os sintomas não estejam presentes. As
variações hormonais e a ovulação normais durante o cio estão presentes, mesmo que não
existam indícios externos.

Impotência do macho
Durante a reprodução de animais de reprodução sob condições nas quais o macho e a
fêmea estão juntos somente por um curto período, as vezes é observado que o macho não
responde a fêmea em reprodução. As vezes entre bovinos ocorre uma condição de “impotência
sonolenta”, em touros, que aprenderam um tempo de reação anormalmente protraído durante a
reprodução. Nessa condição, o touro encosta sua mandíbula sobre o posterior da vaca e
direciona pouca atenção a ela. O animal mantém uma postura inativa, aparentando sonolência,
produzida pelo fechamento parcial ou periódico dos olhos por boa parte do tempo. Essa
condição foi reconhecida como um problema reprodutivo de significância considerável. Parece
ocorrer mais em raças de corte que em outros e, até o momento, foi diagnosticada com maior
frequência nas raças Hereford e Aberdden Angus. Nessas raças, a condição é refratária a
tratamento e, em tais circunstâncias, torna-se um estado de esterilidade comportamental que
geralmente culmina com o descarte do animal.
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Desorientação durante o coito

Durante a reprodução controlada de animais de produção de grande porte, é prática


padrão manter a fêmea contida e conduzir com uma corda o macho até ela. Essa ação inicia o
tempo de reação, que é o lapso de tempo entre o contato inicial e a monta. Imediatamente após
o contato, é normal que o macho se alinhe no mesmo eixo longitudinal da fêmea. Esse
alinhamento ativo é normalmente de maneira pró - ativa e excitada. Uma vez assumida, essa
posição é em geral mantida por completo até o momento da monta. Em muitos casos os machos
apresentam desorientação posicional, de forma que o eixo longitudinal do animal se desvia
acentuadamente do eixo longitudinal do animal, se desvia acentuadamente do eixo da fêmea.
Tal desvio é mantido durante todo tempo de reação, o qual sob essas condições é tão
prolongado que ocorre falha na monta. Na condição verdadeiramente anômala, o animal
permanece ativo e acaba se mostrando impotente do ponto de vista comportamental na maioria
dos casos. Cada animal quando apresenta desvio, o faz constantemente para um lado específico,
alguns sempre para a esquerda e outros sempre para a direita. Essa postura desviada é mantida
por longas ocorrências dentro do tempo de reação, ou durante toda a sua duração, em contraste
com qualquer alinhamento criado de maneira acidental, que em outras circunstancias é
corrigido de modo muito rápido.
Impotência de penetração

Uma forma de impotência masculina envolve o esforço e o fracasso na penetração


bovina e ovina da raça Suffolk, essa condição pode estar presente nessas espécies de animais.
Entretanto o animal monta mas fracassa, mesmo tento os movimentos pélvicos característicos.
O touro prontamente monta mas cobre a vaca parcialmente, pois seus cascos posteriores não
são trazidos o suficiente para frente, junto com os posteriores da vaca. Como não ocorre a
posição genital o touro realiza esforços em vão, por um determinado período até que ele desiste
da monta, esses episódios podem se repedir diversas vezes e sem feito nenhum.
No caso de touro pode ser observada em touros com um histórico prévio satisfatório da
função copulatória normal.
Já no caso de ovinos é encontrado nos jovens ovinos de determinadas linhagens
genéticas, a anomalia tende a durar de 6 a 12 meses, com uma determinada frequência a
anomalia se resolve espontaneamente.
Normalmente necessita mudar a forma de manejo, pois a uma falta de interesse por
parte das fêmeas porque o comportamento sexual é atribuído aos machos. E tem outros
carneiros demoram para atingir a puberdade, já outros atinge antes mas não é detectado
nenhuma deficiência hormonal. Privando os carneiros do contato direto com os odores das
ovelhas, colabora para que que não responda ao odor quando a ovelha estiver em estro,
(Zenchak e Anderson, 1980).
Silver e Price (1986) apontaram orientações para monta de touros de corte é
frequentemente correte após experiência juvenil de monta. Orgeur e Signoret (1984) falam que
os carneiros apresentam comportamento normal desde que estejam em contado com as fêmeas
durante a adolescência. Já os cachaços que vivem em baias isolados com paredes solidas
apresentam comportamentos inadequados durantes os testes de acasalamento. E os que tem
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contatos através de telas de arames durante a criação mudaram os comportamentos no


acasalamento (Hemsworth 1978, Hemsworth e Beilharz, 1979).
A solução para as inadequações sexuais dos machos é o evitamento dos isolamentos
prolongado das fêmeas durante a criação, para ambos os sexos se desenvolverem bem eles tem
que ter contato.
O link abaixo ajudara a entender melhor como o bovino não consegue cobrir a fêmea
da espécie. https://www.youtube.com/watch?v=vDk8rov0pOk

Inadequações do comportamento dos pais

Inadequações ou anormalidades de comportamento materno são com frequência de


importância muito grande para o bem-estar dos filhotes e para a economia das fazendas
comerciais. A seleção reprodutiva dos animais de produção foi baseada em características
produtivas da progênie, na produção de leite, na produção de filhotes e na ausência de
problemas de manejo. Uma característica que foi amplamente negligenciada é a qualidade do
comportamento materno. Como consequência, existem raças de animais de produção como os
ovinos, da raça Merino, nas quais as mães com frequência negligenciam ou abandonam seus
filhotes. A alta mortalidade de bezerros e leitões jovens é fruto de um comportamento materno
inadequado. Parte de tal inadequação é uma consciência do sistema de alojamento, mas existem
diferenças genéticas entre mães boas e ruins. Genes que resultam em comportamento
inadequado teriam uma incidência muito baixa em populações silvestres.

Rejeição dos neonatos

No primeiro dia após o parto, podem ocorrer alguns tipos de rejeição dos neonatos. A
mãe pode agir de forma agressiva com o recém-nascido, atacando-o através de coices,
cabeçadas, empurrões e mordidas ou até mesmo pode vir a abandoná-lo. A inexperiência
materna influencia significativamente para que ocorra esse tipo de comportamento anômalo,
afinal isso acontece com mais frequência quando as mães são primíparas. Outro fator
contribuinte é a perturbação no momento do parto, seja por garanhões ou por seres humanos.
A maioria dos casos de rejeição ocorre naturalmente mas algumas vezes decorre da separação
de curta duração do animal no início do período pós-parto, ás vezes basta uma hora de
separação para que a mãe rejeite seu filhote. O fator nutricional também é considerado
importante e pode ser adaptativo.

Vídeos demonstrativos: https://www.youtube.com/watch?v=Z96k7Nookzg


https://www.youtube.com/watch?v=fEw7it4nj7Y
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Falência materna

Isso ocorre quando logo que os filhotes nascem a fêmea começa a rejeita-los,
apresentando respostas negativas nos cuidados maternos que as mesmas deveriam
desempenhar. Com frequência, esse processo de rejeição começa com uma diminuição nos
cuidados e na limpeza dos filhotes logo que nascem, com isso os mesmos ficam em uma
umidade excessiva e com isso a mãe não recebe os estímulos necessários para auxiliar o filhote
a identificar sua mãe. Mais uma característica evidente é quando os filhotes procuram a teta
para se alimentar e a mãe automaticamente se afasta e não permite que eles se alimentem, com
isso outro sinal se apresenta, como os movimentos constantes dos recém nascidos para pegar a
teta. Está síndrome ocorre principalmente em mães primarias, e geralmente é temporário. Um
manejo cuidadoso é preciso ser feito para que a falta de cuidados maternos seja percebido e
solucionado.

Roubo de filhotes

Ovelhas, vacas e éguas pré-parturientes com frequência se aproximam, cheiram e


permanecem perto dos filhotes recém-nacidos. Isso não constitui comportamento anormal, mas
pode levar a problemas se a mãe do filhote abordado não mantiver contato próximo com ele
por causa de franqueza, falta de cuidado materno ou subordinação social. Uma fêmea alheira
pode retirar o filhote de sua mãe em direção a outros adultos nos arredores. Edwards (1983)
observou que 33% dos bezerros nascidos em alojamento em grupo mamaram em fêmea alheia
durante as primeiras 6 h de vida e que vacas mais velhas apresentam maior tendência de roubar
bezerros.
Os problemas resultantes são comuns em bovinos, cavalos e ovelhas, onde quer que
grandes números de fêmeas gestantes sejam mantidas juntas. Às vezes, cordeiros recém-
nascidos encontram-se com mães adotivas que ainda não estão em lactação. Mesmo quando
um cordeiro recém nascido é adotado por roubo, a mãe adotiva pode mais tarde rejeitar seu
próprio cordeiro quando ele nasce ou talvez não tenha nenhum colostro para ele (
Edwards,1982, 1983). Nessas várias circunstâncias, a morte com frequência acorre. Pode afetar
o comportamento materno da ovelha roubada, especialmente se for primeira.
O controle desses problemas pode ser feito separando-se a vaca, égua ou ovelha do
grupo imediatamente antes ou depois do parto. A separação pode ser conseguida por meio da
construção de uma baia temporária de divisórias portáteis em torno da mãe.

Matança de filhotes e canibalismo materno

Essa é uma anomalia que pode atingir tanto animais domésticos como animais silvestres
que ficam violentos após o parto, provavelmente pelo instinto de proteger a prole e
potencializar a reprodução. O tratamento dessa condição consiste no isolamento da parturiente
e a aplicação de um antipsicótico ou alternativamente um neuroléptico (tranquilizante, na
maioria das vezes o animal se acalma após acordar).
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A mastigação de filhotes pelas mães é observada em ovinos e suínos, sendo a mais


grave a das porcas que envolve a mordedura, matança e ingestão dos filhotes, essa
agressividade pode se mostrar de 3 formas:
1. A porca fica hipersensível aos leitões (incluindo suas vozes) e fica super agitada, nessa
agitação ela acaba esmagando os filhotes.
2. A porca pode rejeitar sua prole (rejeição do neonato, ocorre em outras espécies também)
e evitar eles de todas as formas, mordendo e matando os leitões que se aproximam
demais.
3. A terceira forma é a forma clássica de agressividade pós-parto (ocorre nas outras
espécies), a porca fica hiperativa e agressiva com humanos ou leitões, mordendo de
forma abrupta qualquer filhote ao seu alcance levando geralmente a morte instantânea
dos mesmos, é comum que toda a prole morra se providências não forem tomadas
imediatamente.
Nos três casos pode ocorrer ingestão parcial ou completa do leitão morto, mas no terceiro
caso o leitão pode ser deixado de lado.

Filhote morto por agressividade materna. Fonte: http://www.agricultura.gov.br/assuntos/producao-


animal/arquivos/cartilhamaternidadesuinav2.pdf

Todos esses casos tem relação com hiper excitabilidade e são mais comuns em porcas
parindo pela primeira vez, também é mais comum que ocorra logo após o parto, mas pode
acontecer até um dia depois. Uma vez que o comportamento começa, ele tende a continuar até
que toda a ninhada esteja morta (raramente só um leitão é morto). Esse comportamento deve
sempre ser considerado canibalismo, já que não é o comportamento normal da espécie.
Algumas condições de criação facilitam ou impedem esse comportamento: levar a porca para
um local novo antes do parto facilita a ocorrência dessa anomalia e a presença de palha para
que ela possa construir um ninho para o parto ajuda a impedir.
Nos ovinos o canibalismo materno ocorre quando as ovelhas fazem o parto em
confinamento em um local lotado, levando a ovelha a mordiscar constantemente os apêndices
dos cordeiros podendo ingerir membros ou a cauda. Esse ato pode levar a infecções ou defeitos
nos cascos que precisam de eutanásia. Para conter esse comportamento basta deixar a ovelha
em um espaço aberto ou instalar uma baia maternidade em locais fechados. Como esse
distúrbio tem relação alimentar, é importante ter certeza de que a parturiente está bem nutrida
durante a gestação.
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Anormalidades de movimentos básicos

Existem alojamentos de animais que dificultam a execução de certos movimentos ou


os impedem. Galinhas em gaiolas industriais não têm espaço para a limpeza normal de suas
penas, voar e bater as asas. Outros casos de restrição completa de movimentos são: caminhar
em bezerros alojados em baias individuais, porcas em celas, animais amarrados e correr em
muitos animais de produção confinados.

Anormalidades ao deitar e levantar

As anormalidades ao deitar e levantar podem ter por traz muitos motivos. Essa
anormalidade é geralmente notada em animais de casco que são mantidos em pisos ripados
escorregadios, o que causa neles uma certa insegurança, que implica em se deitar e levantar de
maneiras diversas.
Os movimentos anormais são bem explicados em bovinos, pois eles deitam após um
curto momento cheirando o solo, deitando, assim, a parte anterior do corpo. Já em pisos ripados,
o período em que o animal cheira o solo se torna prolongado, isso acontece, pois, o animal está
desconfortável com o tipo de solo. Alguns touros jovens conseguiram adaptar-se aos pisos
escorregadios, mas muitos deitavam a posterior primeiro.
Além disso, o problema se estende até aos animais criados em confinamento. Por
exemplo, os suínos que são criados em baias são diferentes dos que têm um ambiente maior
para viver, pois não conseguem fazer o movimento lateral (a porca para se deitar leva seu corpo
para o lado, o que se torna impossível com as barras das baias, então elas “caem” de uma altura
maior do que o normal).
Outro fator que é importante lembrar é a fraqueza dos membros, por conta da falta de
exercícios físicos. Já em porcas que estão contidas em baias a maior parte da gestação é possível
notar o sentar de cão, apresenta uma visão geral de sonolência, o que pode levar a cistite e
nefrite, o que pode resultar em infecção sistêmica mais ampla. O sentar de cão também pode
ser observado em vitelos confinados em gaiolas estreitas. Algumas vezes também pode ser
visto em animais de produção de grande porte, mas pode não ser anormal.
O sentar de cão é um dos vários fatores que indicam a má qualidade de bem-estar
animal.
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COMPORTAMENTO ANORMAL 5: REATIVIDADE ANÔMOLA

Inatividade prolongada

Inatividade prolongada foi relatada em porcas em celas e amarras, relatou-se que


animais em amarras permaneciam deitados por 68% do período diurno, enquanto suínos em
uma área de floresta e campo, passavam 50% do seu período diurno fuçando, apenas um curto
período de tempo deitados. Vários fatores provavelmente afetam o nível de atividade, mas
observa-se com frequência que animais confinados são menos ativos.
Um gato com frequência se deitando ao fundo de sua gaiola, o mais longe possível dos
seres humanos que passam, e que demonstra pouca reação a estímulos frequentemente
mantendo os olhos fechados por longos períodos, seria um fruto de comportamento inativo de
gatos em gaiolas onde está associado a um baixo grau de bem estar e um comportamento
anormal.

Cães também demonstram inatividade anormal em certas circunstâncias, um cão


privado de contato social e talvez por não ter nenhum companheiro de sua espécie e seus
companheiros humanos ficarem longe por muito tempo, pode demonstrar grande atividade
(parte dela destrutiva), ou pode se mostrar inativo e relativamente não responsivo.

Já quando bezerros são mantidos em baias pequeas, de forma que é impossivel que se
virem, o deitar as vezes é difícil, e o animal reduz o seu contato sensorial com os eventos no
galpão. Os bezerros com frequência permanecem em pé por longos períodos, durante essa sua
parmanência em pé crônica, podem demonstrar certos comportamentos estereotípicos ou
podem permanecer completamente imóveis por períodos muito longos.
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Em cavalos é mais comum em baias separadas do que e alojamento em grupo. Ás vezes


também aparece cavalos que parecem ter adquirido condições ortopédicas nos ossos mais
posteriores e no membro pélvico. Esses animais via de regra tendem a ter idade avançadas, e
em conseqüência de suas condições clinicas, ou subclínicas localizadas, eles passam por
dificuldades para levantar-se e deitar. Uma vez que o cavalo ao levantar, finalmente assumem
a posição em pé por meio de uma extensão vigorosa de seus quartos posteriores.

A única forma de prevenir o deitar prolongado em suínos ou a permanência em pé


crônica em bezerros, é a provisão de condições que permitem mais movimento e a expressão
de uma variedade maior de comportamento normais, já com o cavalo era comum em tempos
passados a provisão de uma corrente ou tábua forte , transversal ou palanques posteriores da
baia, para que o animal pudesse apoiar seus quartos posteriores de forma a permitir o descanso
e o sono.
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Imobilidade tônica

Trata-se do comportamento anormal de “virar estatua”, o animal na se move, porem


éum nível de anormalidade baixa. Esse comportamento é normal em aves, é a resposta normal
à captura por um predador. A duração desse fenômeno varia e pode ser maior em animal cujo
nível de medo seja mais alto ao inicio da resposta.
Existem paralelos desse comportamento, que são a síndrome da vaca deitada e a
catalepsia. Um animal como a vaca com essa síndrome mantém decúbito diante de uma
variedade de estímulos. Dessa forma, constitui-se de um forte desejo de não se levantar, que
estimula um estado corporal de doença.
Outros que sofrem esse comportamento são os tubarões, as cobras, coelhos e até os gambás.

Imagens:

Ausência de responsividade

Hiperatividade

Histeria

A reação de alarme extensivo em aves é denominada histeria. Nas galinhas poedeiras


alojadas em gaiolas industriais a histeria caracteriza-se por voar repentino, vocalização e
tentativa de esconder-se. Quando alojadas em grupos grandes, a incidência de histeria nessas
aves é maior. Observou-se uma incidência de 90% em lotes de 40 aves, enquanto lotes com 20
aves apresentavam incidência de 22% de histeria. É um problema menor que gaiolas para várias
aves contenham de 3 a 5 galinhas que nos casos de conter maior número de aves.
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Galinhas em um lote adjacente a aves histéricas podem ser afetadas ou não, mas
aparentemente aves individuais que disparam um episódio dentro de uma gaiola, levam ao
desenvolvimento de histeria em todos os animais da gaiola em questão. Após esses episódios,
ocorrem sequelas traumáticas na forma de ferimentos de pele no dorso. Além disso, há queda
na alimentação e produção de ovos.
Em aves de corte, particularmente perus, a histeria pode resultar em um amontoado de
aves, sob o qual algumas morrem. Boas práticas de manejo previnem a histeria, como: o bom
tratador bate a porta ao entrar no galpão para avisar que a chegada de um humano está iminente,
o que minimiza a resposta de fuga.

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