Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O que é anormalidade?
Na natureza animais livres correm, caçam o próprio alimento, tem acesso a grandes
campos de pastagens e fogem de predadores. Quando estes são postos em cativeiro a sua rotina
diária sofre alterações drásticas: o espaço torna-se limitado, há presença de outras pessoas, e não
há a caça pelo alimento ou o campo, entre outras limitações. Estas restrições podem causar
monotonia e frustração ao animal, podendo este desenvolver comportamentos anormais, pois o
animal tem motivo para expressar o comportamento normal, mas não tem a oportunidade de fazê-
lo.
Os comportamentos anormais ocorrem com animais que vivem em cativeiro e podem ser
qualificados como quantitativos ou qualitativos. Os comportamentos anormais quantitativos
dizem respeito aos comportamentos que o animal possui normalmente, porém em excesso, por
exemplo o ato da lambedura, e os comportamentos anormais qualitativos são os que o animal
adquiriu após o cativeiro, como os comportamentos estereotipados.
Estereotipias
FONTE:https://www.google.com/search?q=Estereotipias+em+animais&tbm=isch&ved=2ah
UKEwi6r4CYosPoAhWzHrkGHcLOAcQQ2-cCegQIABAA
Motivos Internos:
- Glândulas Anais: Quando as glândulas anais não são esvaziadas com a frequência
que deveriam podem causar diversos problemas. As glândulas anais dos cães são
extremamente importantes para eles, daí o hábito de cheirar o rabo um do outro para
depreender informações a partir dos cheiros emitidos. Por este motivo, não hesitará
em tentar arranhar para se aliviar e verá como morde o rabo; Um dos sinais óbvios de
que há algo errado com elas é quando o cachorro esfrega o bumbum no chão, outros
são mau cheiro, problema para defecar (constipação), morder a base do rabo e, em
casos severos, sangue e pus nas fezes.
- Estresse: Estresse, ansiedade e tédio podem levar os cães a uma série de
comportamentos destrutivos e repetitivos, como destruir objetos, cavar buracos, latir
excessivamente etc. Se um cão passa muito tempo confinado, pode passar a procurar
alívio e distração em si mesmo. O mesmo acontece com cachorros que não brincam
ou não se exercitam física e mentalmente o suficiente para estar saudáveis.
- Hérnia Discal: Os cachorros também podem sofrer de problemas ao longo da coluna
vertebral como a osteoartrite, que pode ocorrer em todas as articulações do corpo do
cachorro incluindo a coluna vertebral, e as hérnias discais. Deve ter em conta que o
cachorro que sofre de algum destes problemas notará uma dor ou um formigamento
na zona afetada. Se, por exemplo, o problema se estiver desenvolvendo no rabo, na
base deste ou na lombar, verá como se gira para ver esta parte e a morde.
Neuromas: Os cães que tiveram o rabo cortado, como na raça dobermann pinscher,
pode querer morder o rabo por apresentar neuromas, que são fibras nervosas que se
formam sobre o tecido da cicatriz e provocam muita dor. Neste caso, o comportamento
de morder o próprio rabo seria uma maneira de aliviar a dor.
Andar em círculos:
Ansiedade: Alguns cães muito ansiosos podem ficar inquietos, e caminhar de um lado
para o outro ou em círculos podem ser formas de extravasar esta emoção. A ansiedade
pode ter muitas causas, incluindo: medo de trovões/ fogos de artifício, ansiedade por
separação, traumas, ou até mesmo transtorno obsessivo-compulsivo.
Um cão muito ansioso também pode deixar de se alimentar durante os períodos
em que estiver mais estressado, pode lamber as patas repetidamente, e chorar ou latir
e uivar excessivamente.
pequenos animais, insetos e cobras – assim, ele ficava mais seguro para se acomodar
ali. Enquanto preparava a sua “cama”, o cão também podia checar os seus arredores e
se certificar de que não havia predadores ou outros animais perigosos por perto.
Dor e/ou Incômodo: Se o animal estiver apresentando dor em alguma parte do corpo,
principalmente, no ouvido ou nos olhos, ele pode ficar andando de um lado para o
outro na tentativa de amenizar o seu desconforto.
Convulsões Parciais: Este tipo de convulsão afeta apenas uma parte do cérebro e são
sempre adquiridas, por isso, é comum que comecem a ocorrer depois de acidentes
traumáticos ou intoxicações. Também podem ser decorrentes de tumores e AVCs.
O cão não chega a ficar inconsciente, mas pode apresentar comportamentos
aberrantes, tais como: caçar moscas invisíveis, morder a própria cauda, movimentar
um ou mais membros involuntariamente, caminhar em círculos, tornar-se súbita e
inexplicavelmente agressivo, entre outros. Estes comportamentos estranhos duram
pouco tempo, e param tão rapidamente quanto surgiram.
8
Exemplos:
- Animais de circo: https://www.youtube.com/watch?v=7QvTtvJy6JM
- Cavalos: https://www.youtube.com/watch?v=Bt4Rq0HWAls
Esfregação
Alguma parte do corpo é movimentada para a frente e para trás contra um objeto sólido,
e o movimento é repetido tantas vezes que não pode ter a simples função de alivio de uma
irritação local.
Bovinos confinados em baias por períodos prolongados, como o inverno, podem
estregar suas cabeças de maneira repetitiva contra alguma parte da baia. Esse comportamento
é mais observável em raças com chifres e em touros que em outros animais.
https://www.youtube.com/watch?v=_pVoV3GSUUU
O fatos deles rolarem na grama ou na areia é para conseguir se livrar de coceiras que
estejam incomodando muito, especialmente na parte de cima. A areia acaba sendo preferida
pelos cães porque acaba passando um alivio mais rapidamente devido aos grãos.
Muitas vezes eles acabam fazendo isso depois do banho porque determinados produtos de
limpeza acabam despertando alergias nos animais.
Cheiro selvagem: Um dos motivos que também podem levar o cão a ter este tipo de
comportamento pode estar relacionado diretamente a uma herança do passado. Segundo alguns
pesquisadores, os lobos tinham o hábito de rolar o seu corpo em carniça e excrementos como
forma de disfarçar o seu cheiro característico e assim ter mais chances de conseguir se camuflar
e se esconder das suas presas.
10
Como observado em cavalos, estes podem apresentar ações que correspondam ao exato
problema abordado, como, abaixar a cabeça, pôr as orelhas para trás, arquear o dorso, e dar
coices com um membro pélvico, de forma repetitiva, contra objetos, paredes ou portas
presentes na baia, gerando um alto barulho.
Esse comportamento pode causar diversos outros problemas futuros que muitas vezes
não são percebidos pelos donos do animal, como danos feitos à madeira da baia, originando
farpas, que resultará no agrave de ferimentos e na produção de material que o cavalo poderá,
posteriormente, ingerir.
Algumas tentativas de controlar o transtorno através de condicionamento negativo**
não foram eficazes. Assim trazendo à tona as prevenções (importante ressaltar que não são
soluções) realizadas para casos como estes, sendo o uso de tapetes ou barreiras penduradas que
possam reduzir lesões e perturbações. Porém, essas prevenções não ajudam no melhoramento
do bem estar do animal, apenas evitam que se procure mudanças ao caso.
11
Em virtude dos fatos mencionados, podemos concluir que a melhor forma de solução
ao problema, seria a reforma de baias com acesso visual ao ambiente e outros cavalos, além do
uso de enriquecimentos ambientais ao animal. Como no exemplo dos cavalos, as bolas
especificas para cavalos, pedras de sal mineral controladas por nutricionistas e brinquedos com
recompensas, podem ajudar no controle de estresse do animal e ânimo diário. Não podendo
deixar de mencionar a importância da socialização com outros animais, os exercícios
frequentes e troca de pasto, como uma das mais eficazes atitudes para com o término do
problema.
Enriquecimento Ambiental
Balançar de cabeça
Aerofagia
- É o ato de engolir o ar, podendo ser causado por uma estereotipia ou atos naturais, tais
como: balançar de cabeça ou morder cocho (cavalos); rolar a língua (bovinos).
- Métodos comuns para tentar impedir a aerofagia: Uso de coleiras, que causam
dificuldades e desconforto ao animal, podendo até causar ferimentos; Métodos
cirúrgicos, que não tem uma eficiência comprovada e nem resultados totalmente
satisfatórios.
Rolar de olhos
Acontece quando o animal gira sua órbita sem nenhum objeto visível para que
esse movimento ocorra, um movimento repetitivo o qual permanece á vista somente
a parte branca de seu olho.
Mastigação falsa
A mastigação falsa é uma condição vista tipicamente em suínos, que são amarrados ou
contidos em gaiolas individuais, nas quais a cama não é oferecida. Esta estereotipia é de fácil
percepção pois acontece quando o animal faz movimentos repetitivos com a mandíbula como
se estivesse mastigando, porém sem nenhum conteúdo na boca, exceto a própria saliva, o que
faz com que essa saliva tome uma forma de espuma, muitas vezes pingando no chão e formando
poças, o que evidencia a atividade.Esse comportamento pode acontecer por dias consecutivos,
e ocorre com maior frequencia quando a porca está deitada em decúbito esternal, ou sobre o
seu posterior. A mastigação falsa pode ser reduzida oferecendo-se palha ou cepilho para os
animais mastigarem. A mudança para um sistema de alojamento em grupo é a melhor forma
de aliviar os efeitos adversos resultantes da mastigação falsa.
Rolar de língua
O rolar de língua consiste em a língua ser tipicamente colocada para fora e rolada
novamente para dentro da boca aberta e após isso, ocorre um engolir parcial da língua e um
tragar de ar.
Esse comportamento anormal pode estar associado a deglutição de ar, com a formação
de espuma. A duração desse episódio pode variar de poucos minutos a muitas horas. É mais
comum que ocorra imediatamente antes ou logo após a alimentação.
As coleiras antiaerofagia às vezes foram colocadas nos animais afetados. Outro método
de controle desse comportamento é a inserção de um anel de metal atrás do freio da língua. O
tratamento terapêutico bem sucedido foi relatado através da melhora da dieta por misturas de
sais.
Lambedura
https://www.youtube.com/watch?v=UBqhSEK9k9o
https://www.instagram.com/p/yvE6k2rgOR/?igshid=12vlapiychfz3
https://www.instagram.com/p/hqmj1ZmCge/?igshid=23s5qwy45egv
15
O animal abre e fecha a boca ao redor de barras, amarras ou porta de baia, colocando a
língua e os dentes na superfície e realizando movimentos de mastigação. Mordedura de barras
acontece em porcas gestantes mantidas em gaiolas ou amarras que são muito restritas e não
permitam que o animal se vire. A parte anterior e lateral das gaiolas são feitas de tubos de
metal.
O individuo presiona para baixo, levanta o chão da boca, mantém o palato mole aberto
e geralmente emite um grunhido característico. Em alguns casos, os cavalos podem apoiar seus
dentes contra o fundo do comedouro, a parte inferior da grade ou o final de uma coluna ou
poste. Em casos raros, a boca pode ser apoiada contra joelhos ou canelas. Alguns animais
afetados nunca demonstrarão quaisquer sinais de desordem ao serem observados mais de perto,
mas a maioria ignora a presença de seres humanos.
16
Pressão de bebedouro
Automutilação
A lambedura excessiva da pelagem pode ser demostrada por cães, gatos e muitos outros
animais domésticos. Muitos bezerros jovens alojados em baias individuais gastam longos
períodos de cada dia lambendo as partes de seu corpo que podem alcançar. Tal comportamento,
que pode ser estereotípico em formato, resulta na ingestão de grandes quantidades de pelo,
formando bolas de pelo ou bezoares no rúmen. Essa lambedura ocorre de maneira mais comum
em bezerros desmamados precocemente; todos os bezerros leiteiros recaem nessa categoria, e
em bezerros alojados individualmente que naqueles mantidos em grupo.
Algumas aves engaioladas, por exemplo, psitacídeos, arrancam suas próprias penas,
engolindo-as ou não. Psitacídeos em situação nas quais exista estimulação insuficiente e nas
quais talvez haja perturbação que a ave não pode controlar apresentam maior possibilidade de
exibir arrancamento de penas. O comportamento pode resultar em grandes áreas do corpo
desnudas. Os esforços para a redução do arrancamento de penas raramente são bem-sucedidos,
a menos que envolva uma remoção de causa de baixo grau de bem-estar que está na base do
problema. Psitacídeos podem ter a chance de controlar seus ambientes pela oportunidade de
se esconder de seres humanos ou de outras perturbações e pela realização de ações de
condicionamento operante que modificam aspectos de seus arredores. O contato social
18
beneficia quase todos os psitacídeos, uma vez quem formam espécies com estrutura social e
comunicação elaborada.
A alguns animais que são desmamados mais novos e por sentir falta da mãe, pegam por
costume a atitude de sugar e lamber objetos e paredes, um desses comportamentos é sugar os
objetos em formato de teta. Esses comportamentos são mais frequentes em bezerros e leitões
jovens.
Já os animais de estimação como cachorros e gatos, já é um caso mais preocupante,
pois podem mastigar e ingerir objetos mais fibrosos e até madeira, causando assim uma
deficiência nutricional. Esses animais de estimação muitas vezes não fazem isso por ter alguma
deficiência nutricional e sim por serem deixados sem companhia, seja ele animal ou humana.
Então a melhor solução para o comportamento anormal é a companhia mais frequente com
esses animais.
Em animais mais velhos, como bovinos, ovinos, e até equinos, esses comportamentos
de mastigação e ingestão de objetos como madeira, tecido, ossos velhos etc, ocorre muito, e
esse comportamento indica a deficiência de fósforo (P), mais frequente em animais soltos a
campo. Então a melhor solução para esses animais é oferecer algum suplemento rico em
fósforo, tanto injetável como na própria ração.
Em equinos a mastigação e ingestão de madeira não é nada comum, tanto nos pátios,
nas baias e soltos no campo, esse comportamento muitas vezes é por estresse, e com isso podem
19
ingerir farpas que podem causar danos na boca, desgaste nos dentes e até obstruções intestinais
sérias. Esses animais afetados podem passar esse habito a outros cavalos que se relacionam, e
isso pode causar destruição de cercas de madeiras, paredes e porteiras. Então a melhor solução
para esse tipo de atitude em cavalos é melhorar sua dieta nutricional, e o acesso a pastos
extensivos.
Cama é uma fonte potencial de alimentos para os animais. Suínos, bovinos e cavalos
ingerirão parte da sua cama de palha. Quando não elevado ao extremo isso não se constitui em
comportamento anormal. Grande parte das camas empregadas não são nutritivas, e o animal
confinado em um pequeno espaço acaba ingerindo a cama até quando se torna suja.
A ingestão de cama quando em pintinhos e perus ocorre mais comumente quando são
criados em resíduos de cereais ou cepilho. Esse comportamento é mais decorrente quando não
se tem o espaço de cocho suficiente. A incidência também é mais alta em certas raças e
linhagens de aves que as outras, indicando uma predisposição genética para a condição. A
condição pode ser aliviada pelo suplemento de areia as aves, pode ser que o componente por
apetite busque por material mineral.
As aves que praticam a ingestão de cama têm grande impacto de moela e de outras
regiões do trato digestório, causando assim grandes casos de mortes. Quando os cavalos
ingerem a cama eles ficam menos seletivos em relação a natureza do material ingerido, a cólica
é aumentada e acaba pode causar como consequência grandes números de mortes.
No cavalo são reconhecidas varias causas para a ingestão de cama. Dietas não
balanceadas, alimentação errada e cargas pesadas são contribuintes para tal situação. Se a dieta
do feno limpo não for seguido como o balanceamento nutricional, o cavalo vai procurar outro
material para o consumo.
Exemplos da coprofagia;
Formas de tratamento:
- Consulta com o médico veterinário, que diagnosticará a causa da polifagia, e prescreverá o
tratamento adequado.
- O proprietário, deverá alimentar, em primeiro lugar, o animal polifágico: geralmente, é o
animal identificado como líder (entre os cães).
- O proprietário deverá aumentar as brincadeiras, o contato com o animal (carinhos), e
atividades físicas.
21
Polidipsia
É difícil ser preciso acerca dos efeitos adversos para o animal com essa anomalia, a
lavagem constante da ingesta provavelmente reduz o valor nutricional da dieta. A polidipsia
foi observada em porcas com a síndrome da “porca magra”. Pode ser que a ingestão de uma
quantidade anormalmente elevada de água favoreça o surgimento de torção intestinal, em
cavalos por exemplo. A polidipsia pode ser controlada e extinta pela provisão de melhor
alojamento e exercícios regulares.
22
Introdução
Bichos que convivem com outros de mesma espécie ou têm o ensejo de relacionar-se
com integrantes de outras espécies, acabam resultando em um modo anormal de comportar-se
perante eles. Esses comportamentos irregulares são compilados conforme o estado
motivacional expresso pelo animal. Alguns tipos de comportamentos incomuns são conduzidos
de forma imprópria aos outros animais, como se os mesmos fossem uma figura materna, raivas
ou parceiros sexuais. Existem muito mais animais de produção que demonstram
comportamentos anormais, do que animais de estimação por conta do sistema de alojamento e
manejo ser de extrema artificialidade na produção animal.
Ingestão de ovos
Arrancamento e ingestão de lã
Material de apoio:
- Link vídeo de como fazer a debicagem: https://www.youtube.com/watch?v=NHvvQ0AcskI
- Fotoperiodo: https://www.youtube.com/watch?v=GPOyjNJA49k
Massagem anal
Mordedura de cauda
não é necessário remover a cauda inteira para se prevenir desenvolvimento da anomalia, mas
que a cauda cortada é suficientemente sensível, e os animais reagem efetivamente quando
recebem uma tentativa de mordedura de cauda. Neuromas geralmente resultam em dor
frequente, aparentemente emanando do apêndice ou outro tecido cortado ou danificado, e da
sensibilidade aumentada da área na qual o neuroma está situado. Assim, é provável que suínos
com cauda amputada tenham dor frequente e respondam rapidamente às tentativas de
mordedura cauda por causa da dor aumentada quando o coto da manipulado. A redução da
densidade de lotação pode reduzir a mordedura de cauda, mas uma combinação densidade de
lotação mais baixa e provisões para as necessidades de fuçar e manipular materiais como palha
é necessária para prevenir a mordedura de cauda. Os animais que têm oportunidade de fuçar
na terra raramente apresentam mordedura de cauda, de forma que a oferta de terra pode auxiliar
na redução da incidência desse e de outros comportamentos anormais em suínos.
Portanto, os suínos necessitam ter um bem-estar adequado, que possam ter suas
necessidades supridas para então não haver riscos de comportamentos anormais entre os grupos
como mordedura em cauda, ferimentos em orelhas, entre outros ferimentos, e assim as
indústrias suínas não serão prejudicadas com prejuízos desnecessários.
Como alguns animais são mantidos em um grupo de um único sexo (como no caso de
animais de produção, por exemplo, ou então de alguns cães e gatos) e raramente têm contato
com um animal do sexo oposto, acabam apresentando comportamentos sexuais com animais
do mesmo sexo. Considera-se esse comportamento anormal uma vez que na natureza, o
objetivo do acasalamento é a procriação, embora existam casos em que o comportamento
homossexual é considerado normal por animais mais velhos ou quando direcionados a animais
de outras espécies. Na criação de vacas e novilhas, os tratadores utilizam esse comportamento
como sinal de estro. Porém, o comportamento certamente pode levar a ferimentos desses
27
animais. Assim, sem levar em conta o bem-estar animal, os tratadores em geral não veem esse
comportamento como um problema.
No caso de monta sexual entre animais machos, também quando mantidos em grupos,
o comportamento pode levar a impotência – o que geralmente não é permanente. Quando os
machos são mantidos em pastejo extensivo, a condição da monta sexual não representa um
problema sério por não haver um sofrimento com monta excessiva. O problema maior da monta
excessiva ocorre mesmo quando há o acúmulo de animais em um pequeno espaço, aumentando
a frequência de ferimentos, reduzindo as taxas de crescimento e, consequentemente, causando
perdas econômicas.
Outro fato conhecido é que animais que aceitam a monta são geralmente animais que
também irão montar em outros, mesmo se forem castrados. A utilização de hormônios
sintéticos, como a aplicação de progesterona ou estradiol, faz com que aumente a chance de
ocorrer a síndrome de monta.
Monta sem sexo: A monta, ou seja, o ato de um gato subir em cima do outro como se estivesse
pronto para cruzar, deixa muitas pessoas embaraçadas, principalmente quando ocorre entre
duas fêmeas ou dois machos. Gatos montam uns nos outros também para brincar e, em alguns
casos, para subjugar o competidor, como o cão dominante faz com o submisso.
O cachorro monta por dominância: Quando os cães vivem em matilha, existe sempre um cão
alfa. Se houver algum momento de rebelião no grupo, o cão dominante com a força ou a
intimidação acalma a situação. O cachorro perdedor aceita a hierarquia superior do macho alfa,
colocando o lombo contro o solo enquanto separa as patas e expõe os seus genitais ao vencedor.
Trata-se de um sinal de aceitação da hierarquia superior do macho alfa.
Os cães adultos fazem isto com frequência com os humanos ao chegarem recém
adotados a uma nova casa. É um símbolo de boa educação por parte do cachorro e um sinal de
que não questiona e aceita a sua autoridade. Entre os lobos também ocorre uma simbologia
idêntica.
29
Bibliografia e links:
https://www.google.com/amp/s/www.peritoanimal.com.br/por-que-meu-cachorro-monta-
outros-cachorros-21237.html%3famp=1
https://caocidadao.com.br/dicas/vida-sexual-dos-gatos/
https://www.google.com/amp/www.uai.com.br/app/noticia/saude/2014/07/26/noticias-
saude,191980/amp.html
Mamíferos jovens que foram separados de suas mães de maneira mais precoce que a
idade normal do desmame com frequência exibem comportamento de busca de teta e se
sugação, que é dirigida a objetos inanimados ou a companheiros de baia. Às vezes esse
comportamento, que é denominado fuçar de ventre e intersugação em leitões e bezerros,
persiste na vida adulta.
Fuçar de ventre
O fuçar de ventre é um comportamento muito disseminado, uma vez que os leitões são
desmamados com três ou cinco semanas de idade, quando na realidade, sem a interferência
humana, seriam
Alguns leitões que são mantidos em gaiolas de piso liso e plano são perseguidos e têm
seu ventre fuçado por longos períodos. Assim, seus mamilos, umbigo, pênis ou escroto podem
ficar inflamados. Outros leitões, ao exibir o comportamento de fuçar outros animais, acabam
por engolir urina do animal fuçado. Altos níveis de fuçar de ventre correlacionaram-se
negativamente com o ganho de peso.
O desmame mais tardio está associado à menor incidência de fuçar de ventre. Também,
ao se ofertar palha para que os leitões possam manipular e mascar, notou-se que esse
comportamento é reduzido. Daí a importância do enriquecimento ambiental.
31
Nesta última imagem, o suíno aparentemente foi fuçar o ventre do outro. Podemos
observar que eles não estão em um ambiente que propicie outros materiais para que possam
mascar.
Intersugação em bezerros
Bezerros separados de suas mães sugam e lambem seus próprios corpos, objetos
em suas baias e parte dos corpos de outros bezerros. Os bezerros que são sugados
demonstram uma resposta passiva. Esses bezerros podem, por sua vez sugar outros, de
modo que vários bezerros podem estar envolvidos.
A intersugação danosa é mais comum em bezerros que recebem leite em baldes que
naqueles que que mamam em suas mães ou em tetas artificiais. Portanto para o controle dessa
anomalia, os melhores resultados são obtidos pela oferta de condições alimentares que
assemelham aquela do comportamento ingestivo normal em animais jovens.
Esse comportamento envolve uma vaca ou touro que suga leite do úbere da vaca. Essa
intersugação por gado adulto envolve a retirada do leite do animal em lactação, sendo uma
anormalidade comportamental de ocorrência ocasional sob uma variedade de circunstâncias de
criação.
33
Em rebanho com todos os animais juntos, pode ocorrer a “sugação furtiva” por bezerros
alheios ou por um animal adulto, como um touro.
A perda de leite por intersugação pode se tornar significativa, e a sugação freqüente por
um animal adulto pode levar a lesões nas tetas, alterações patológicas e deformação do ubre.
Tentativas de controlar a sugação anômala de leite no passado tornaram a forma de colocação
de itens pontiagudos na região da face ou focinho do animal sugador, infelizmente alguns
desses itens podem restringir a alimentação natural do animal.
Além disso, se o animal afetado for persistente, ele pode causar ferimento aos outros
animais principalmente se o animal estiver com focinheiras pontiagudas.
Um equipamento elétrico colocado na fronte, dando choque elétrico no animal que o
porta quando o circuito é fechado pela pressão da cabeça tem relatos de bons resultados. Uma
vez que o choque é recebido pelo animal sugador, o método é mais apropriado que aqueles nos
quais a estimulação aversiva é dirigida ao animal que
No caso dos touros eles constituem-se de uma sequência de ações antes de um ataque
algumas das ações são vocalização profunda, bufadas, rigidez muscular. A principal forma de
ataque deste animal quando ele possui chifres é chifrar espetando e os mochos através de
cabeçadas. Esse tipo de comportamento é muito comum em bodes e bois confinados tendo essa
agressão direcionada aos portões e estruturas físicas. Quando um cavalo agride um ser humano
ele apresenta musculatura tensa, extensão de cabeça, abaixar de orelhas. Em cachaços uma
característica de agressão é a rigidez da musculatura.
Vacas realizam agressões através de coices laterais quando tem um alvo. Os cavalos
principalmente garanhões tem ações de mordidas bruscas e dentadas, essas ações acontecem
após prostração das orelhas, lábios retraídos, dentes a mostra e cauda com frequência em
movimentação, outras ações muito visualizadas em garanhões são os “manotaços” que
consistem em o cavalo se firmar nas patas traseiras e atacar com as dianteiras. Quando o animal
golpeia com os dois membros pélvicos seu alcance é de 1,5 a 2 m de distância, esse
comportamento é muito comuns em mulas.
O controle de ações agressivas é complicado e complexo, necessitando muitas vezes de
treinamento. Esses comportamentos podem ser evitados, conhecendo os comportamentos
naturais dos animais, como é o caso do gado que se matem mais calmo e menos agressivo
quando em grupo. A agressividade de alguns animais como os cães tem relação biológica e
ambiental diretamente ligada com suas ações comportamentais.
36
Cio silencioso
Impotência do macho
Durante a reprodução de animais de reprodução sob condições nas quais o macho e a
fêmea estão juntos somente por um curto período, as vezes é observado que o macho não
responde a fêmea em reprodução. As vezes entre bovinos ocorre uma condição de “impotência
sonolenta”, em touros, que aprenderam um tempo de reação anormalmente protraído durante a
reprodução. Nessa condição, o touro encosta sua mandíbula sobre o posterior da vaca e
direciona pouca atenção a ela. O animal mantém uma postura inativa, aparentando sonolência,
produzida pelo fechamento parcial ou periódico dos olhos por boa parte do tempo. Essa
condição foi reconhecida como um problema reprodutivo de significância considerável. Parece
ocorrer mais em raças de corte que em outros e, até o momento, foi diagnosticada com maior
frequência nas raças Hereford e Aberdden Angus. Nessas raças, a condição é refratária a
tratamento e, em tais circunstâncias, torna-se um estado de esterilidade comportamental que
geralmente culmina com o descarte do animal.
37
No primeiro dia após o parto, podem ocorrer alguns tipos de rejeição dos neonatos. A
mãe pode agir de forma agressiva com o recém-nascido, atacando-o através de coices,
cabeçadas, empurrões e mordidas ou até mesmo pode vir a abandoná-lo. A inexperiência
materna influencia significativamente para que ocorra esse tipo de comportamento anômalo,
afinal isso acontece com mais frequência quando as mães são primíparas. Outro fator
contribuinte é a perturbação no momento do parto, seja por garanhões ou por seres humanos.
A maioria dos casos de rejeição ocorre naturalmente mas algumas vezes decorre da separação
de curta duração do animal no início do período pós-parto, ás vezes basta uma hora de
separação para que a mãe rejeite seu filhote. O fator nutricional também é considerado
importante e pode ser adaptativo.
Falência materna
Isso ocorre quando logo que os filhotes nascem a fêmea começa a rejeita-los,
apresentando respostas negativas nos cuidados maternos que as mesmas deveriam
desempenhar. Com frequência, esse processo de rejeição começa com uma diminuição nos
cuidados e na limpeza dos filhotes logo que nascem, com isso os mesmos ficam em uma
umidade excessiva e com isso a mãe não recebe os estímulos necessários para auxiliar o filhote
a identificar sua mãe. Mais uma característica evidente é quando os filhotes procuram a teta
para se alimentar e a mãe automaticamente se afasta e não permite que eles se alimentem, com
isso outro sinal se apresenta, como os movimentos constantes dos recém nascidos para pegar a
teta. Está síndrome ocorre principalmente em mães primarias, e geralmente é temporário. Um
manejo cuidadoso é preciso ser feito para que a falta de cuidados maternos seja percebido e
solucionado.
Roubo de filhotes
Essa é uma anomalia que pode atingir tanto animais domésticos como animais silvestres
que ficam violentos após o parto, provavelmente pelo instinto de proteger a prole e
potencializar a reprodução. O tratamento dessa condição consiste no isolamento da parturiente
e a aplicação de um antipsicótico ou alternativamente um neuroléptico (tranquilizante, na
maioria das vezes o animal se acalma após acordar).
40
Todos esses casos tem relação com hiper excitabilidade e são mais comuns em porcas
parindo pela primeira vez, também é mais comum que ocorra logo após o parto, mas pode
acontecer até um dia depois. Uma vez que o comportamento começa, ele tende a continuar até
que toda a ninhada esteja morta (raramente só um leitão é morto). Esse comportamento deve
sempre ser considerado canibalismo, já que não é o comportamento normal da espécie.
Algumas condições de criação facilitam ou impedem esse comportamento: levar a porca para
um local novo antes do parto facilita a ocorrência dessa anomalia e a presença de palha para
que ela possa construir um ninho para o parto ajuda a impedir.
Nos ovinos o canibalismo materno ocorre quando as ovelhas fazem o parto em
confinamento em um local lotado, levando a ovelha a mordiscar constantemente os apêndices
dos cordeiros podendo ingerir membros ou a cauda. Esse ato pode levar a infecções ou defeitos
nos cascos que precisam de eutanásia. Para conter esse comportamento basta deixar a ovelha
em um espaço aberto ou instalar uma baia maternidade em locais fechados. Como esse
distúrbio tem relação alimentar, é importante ter certeza de que a parturiente está bem nutrida
durante a gestação.
41
As anormalidades ao deitar e levantar podem ter por traz muitos motivos. Essa
anormalidade é geralmente notada em animais de casco que são mantidos em pisos ripados
escorregadios, o que causa neles uma certa insegurança, que implica em se deitar e levantar de
maneiras diversas.
Os movimentos anormais são bem explicados em bovinos, pois eles deitam após um
curto momento cheirando o solo, deitando, assim, a parte anterior do corpo. Já em pisos ripados,
o período em que o animal cheira o solo se torna prolongado, isso acontece, pois, o animal está
desconfortável com o tipo de solo. Alguns touros jovens conseguiram adaptar-se aos pisos
escorregadios, mas muitos deitavam a posterior primeiro.
Além disso, o problema se estende até aos animais criados em confinamento. Por
exemplo, os suínos que são criados em baias são diferentes dos que têm um ambiente maior
para viver, pois não conseguem fazer o movimento lateral (a porca para se deitar leva seu corpo
para o lado, o que se torna impossível com as barras das baias, então elas “caem” de uma altura
maior do que o normal).
Outro fator que é importante lembrar é a fraqueza dos membros, por conta da falta de
exercícios físicos. Já em porcas que estão contidas em baias a maior parte da gestação é possível
notar o sentar de cão, apresenta uma visão geral de sonolência, o que pode levar a cistite e
nefrite, o que pode resultar em infecção sistêmica mais ampla. O sentar de cão também pode
ser observado em vitelos confinados em gaiolas estreitas. Algumas vezes também pode ser
visto em animais de produção de grande porte, mas pode não ser anormal.
O sentar de cão é um dos vários fatores que indicam a má qualidade de bem-estar
animal.
42
Inatividade prolongada
Já quando bezerros são mantidos em baias pequeas, de forma que é impossivel que se
virem, o deitar as vezes é difícil, e o animal reduz o seu contato sensorial com os eventos no
galpão. Os bezerros com frequência permanecem em pé por longos períodos, durante essa sua
parmanência em pé crônica, podem demonstrar certos comportamentos estereotípicos ou
podem permanecer completamente imóveis por períodos muito longos.
43
Imobilidade tônica
Imagens:
Ausência de responsividade
Hiperatividade
Histeria
Galinhas em um lote adjacente a aves histéricas podem ser afetadas ou não, mas
aparentemente aves individuais que disparam um episódio dentro de uma gaiola, levam ao
desenvolvimento de histeria em todos os animais da gaiola em questão. Após esses episódios,
ocorrem sequelas traumáticas na forma de ferimentos de pele no dorso. Além disso, há queda
na alimentação e produção de ovos.
Em aves de corte, particularmente perus, a histeria pode resultar em um amontoado de
aves, sob o qual algumas morrem. Boas práticas de manejo previnem a histeria, como: o bom
tratador bate a porta ao entrar no galpão para avisar que a chegada de um humano está iminente,
o que minimiza a resposta de fuga.