CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA
TEORIA MIASMÁTICA
JOSÉ LAÉRCIO DO EGITO
Cond. Recanto do Vale
Gravatá PE Brasil
E-mail : thot@elogica.com.br
thot@hotlink.com.br
HOMEOPATIA
CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA
TEORIA MIASMÁTICA
4a Edição
Revisada e Ampliada
Fontana
À minha esposa Antonia Nunes.
Prológo ................................................................................................ 13
Prefácio Ia Edição ............................................................................. 15
Prefácio 2• Edição .............................................................................. 19
Prefácio 3• Edição .............................................................................. 21
6 - A Psora ................................................................................................ 85
Área Mental ............................................................................... 89
Área Somática ............................................................................ 92
Primeira característica da Psora: Alternância de
Sintomas de um Emunctório para outro ...................... 92
Área Digestiva ........................................................................... 95
Segunda Característica da Psora:
Tendência às Verminoses .............................................. 97
Pele ............................................................................................. 99
Terceira Característica da Psora:
Pele Doentia .................................................................. 99
Quarta Característica da Psora:
Tendência às Parasitoses Dérmicas .............................. 99
Quinta Característica da psora:
Prurido Cutâneo ........................................................... 100
Mucosas .................................................................................... 1O1
Centro Termorregulador .......................................................... 101
Sexta Característica da Psora:
Labilidade do Sistema Termorregulador (febre) ....... 101
Aparelho Cardiovascular ......................................................... 102
Sistema Nervoso ....................................................................... 103
Sétima Característica da Psora:
Cansaço Mental, Fadiga e "Surmenage" ................... I 03
Causas da Psora ...................................................................... 104
Tratamento da Psora ............................................................... I I O
Nona Característica da Psora:
Maus Efeitos das Supressões ...................................... 11 O
Característica das excreções psóricas .................................... 116
respeito de tão notável doutrina. A pureza de seu ideal fê-lo voar alto e, qual
águia altaneira, ele teve aquela visão aguda capaz de abraçar o panorama
magnífico da realidade médica, no estágio atual de nossos conhecimentos. O
autor, a nosso ver, tem esse mérito muito grande que o dignifica, assim
como a Medicina Homeopática Brasileira, como seja o de reforçar com
argumentos inéditos tão sublime doutrina, falando na linguagem do século,
facilitando assim, as comunicações entre escolas diferentes.
Felicito o autor por este seu livro que aborda matéria de tão grande e
transcendente importância para compreensão da Doutrina Homeopática
augurando a feliz utilização do texto por todos os homeopatas de nosso
país, máxime os que estão iniciando o estudo da Homeopatia.
Anna Kossak-Romanch
CAPÍTULO
INTERAÇÕES ENTRE AS
UNIDADES BIOLÓGICAS
Evidentemente não somos ilhas no Universo, pois, juntamente com
todos os seres vivos, fazemos parte de uma estrutura mais ampla, numa
estreita interdependência com seus componentes. Ao mesmo tempo, como
um todo orgânico, somos constituídos por organismos menores que intera-
gem entre si, assegurando e mantendo a unidade que constitui o indivíduo.
Qualquer organismo interage de modo intenso c permanente com todos
os elementos constitutivos de suas partes e, concomitantemente, com o meio
onde vive. Por isso mesmo. ele não é apenas um aglomerado de células
independentes. Há, portanto, um intercâmbio permanente c intenso entre o
todo e as suas partes constitutivas, visando assegurar um funcionamento
harmônico integrado. Do contrário, estabelece-se um estado de desarmonia,
que se revela sobre a forma de doença. Nessas condições é impossível para
um fator qualquer agir unicamente cm uma parte isolada. Qualquer ação
sobre uma unidade repercute nas demais, em grau de intensidade variável.
Por sua vez, o organismo tem também que interagir constantemente
com seu meio ambiente, estabelecendo com ele um estado de equilíbrio
harmônico, sem o qual a vida é impossível.
A condição denominada saúde, nada mais é que o resultado dessa
harmonização entre as partes c o todo e deste com o seu meio exterior. O
estado de desarmonia em qualquer um desses sctores determina, inevita-
velmente, algum tipo de doença, mesmo que inexistam ainda alterações
funcionais conscientemente evidenciáveis.
Tudo aquilo que a medicina clássica considera como doença, ou seja,
todos os estados patológicos, são condições secundárias resultantes de algu-
ma causa anterior. Antes, por exemplo, de o pus acumular-se, antes de um
abscesso fom1ar-sc, um estado de desequilíbrio orgânico mais sutil já deve
26 ° HOMEOPATIA- CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TEORIA MIASMÃT/CA
Não existe limite preciso no qual se possa dizer que termina uma ação
benéfica e começa uma ação prejudicial, pois isto depende muito das
condições da faixa individual de tolerância, geneticamente condicionada.
INTERAÇÕES ENTRE AS UNIDADES 8/0LOG/CAS • 27
Toda forma de defesa orgânica, deve, portanto, contar com uma estru-
tura funcional adequada, isto é, órgãos apropriados que dependam da con-
dição genética de cada um; energia disponível e uma orientação inteligen-
te para assegurar a integração funcional do organismo.
Por outro lado, ante a ação de um agente qualquer, o organismo pode
situar-se em uma das três faixas seguintes:
a) uma faixa em que nada o afeta, por ser ele capaz de livrar-se
automaticamente e sem qualquer distúrbio, do agente ou do que
este introduz na sua estrutura orgânica. (Faixa Homeostásica).
Homeostase -Walter Cannon;
b) uma faixa em que se manifestam, com grau de intensidade variá-
vel, os distúrbios mais diversos, mas contra os quais o organismo
pode defender-se. Aqui são identificados os meios que o organis-
mo lança mão para eliminar, sob uma forma ou outra, o elemento
perturbador. Todos os mecanismos de defesa estudados pela fisio-
logia desempenham seus papéis no estabelecimento dessa segun-
da faixa (Faixa Patológica Reversível).
A CoNSCIÊNCIA DAS
UNIDADES BIOLÓGICAS
Inegavelmente, para nós, a mais deslumbrante manifestação da na-
tureza é a vida orgânica, que integra miríades de processos altamente
complexos para culminar com a estruturação de um ser; talvez, a obra
máxima do universo material.
Quanto mais nos aprofundamos na análise dos processo vitais, tanto mais
admiramos a obra monumental que é o organismo vivo, por mais simples que
ele seja e, de forma alguma, podemos aceitar a não-existência de um princí-
pio inteligente, diretriz da vida, onde quer que esta se manifeste.
O ser vivo, assim como qualquer mecanismo integrante do Universo,
não pode perdurar se, durante certo período, não satisfizer um determinado
padrão de ordem estável, quer o sistema seja em escala microscópica, ou
em escala sideral.
Nem os seres vivos em geral, nem o homem em particular, poderiam
fugir à regra; portanto, este deve ser também um sistema em equilíbrio
estável, tanto físico quanto psíquico e, como tal, funcionar durante um
período de tempo de duração variável. Se os fatores que atuam a todo
instante sobre os organismos fossem sempre estáveis e estes, por sua vez,
estivessem, pela própria constituição orgânica, geneticamente condicio-
nados, plenamente adaptados a eles, o equilíbrio seria garantido e, por
certo, não haveria doenças nem sofrimentos de espécie alguma. Existiria,
sim, uma condição que poderia ser comparada a um estado paradisíaco.
Mas, na realidade, as condições variando sem cessar, os organismos têm
de lançar mão a todo instante de mecanismos diversos para restabelecer
o equilíbrio destruído. Nesses casos, a doença, tanto física como mental,
sempre surge quando esse equilíbrio é rompido e o organismo, então,
procura alguma forma de adaptação.
36 ' HOMEOPATIA- CONTR/BU/ÇAO AO ESTUDO DA TEORIA M/ASMATICA
PRINCÍPIOS DA
UNIDADE ORGÂNICA
Para ter uma compreensão perfeita do funcionamento orgamco é
mister considerar, de início, a aplicação aos organismos vivos de dois
conceitos filosóficos.
Um deles, o dualismo cartesiano, considera o indivíduo constituído de
corpo e alma.
O outro diz respeito ao princípio holoísta da vida que considera os
organismos como constituídos por unidades entre si, destas com o soma, e
deste com o seu dade, e afirma que a natureza desta unidade não represen-
ta apenas o somatório de todas as qualidades dos seus elementos constitu-
tivos.
No indivíduo, além da coexistência corpo/alma, deve haver uma
harmonia total e perfeita entre os elementos de sua parte somática.
Como afirma GoLDSTEIN: "O organismo está constituído por elementos
diferenciados articulados entre si, que não funcionam jamais separada-
mente, salvo em certas circunstâncias patológicas, ou em determinadas
condições experimentais".
Já vimos nos capítulos anteriores que as unidades orgânicas interagem
por meio de certas vias associativas e que, somente o equilíbrio perfeito de
todas as unidades entre si. destas com o soma e deste com o seu universo
exterior, condiciona um estado ideal de saúde.
Como estruturas holísticas, os organismos em geral e o humano em
particular devem conservar-se dentro dos parâmetros de viabilidade vital,
para o que cada um conta uma estrutura adequada. Contudo, como as
condições variam dentro e fora dele, o organismo vive em luta constante,
procurando restabelecer a todo custo o equilíbio perturbado, ou seja, ten-
tando manter a homeostase.
48 • HOMEOPATIA - CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TEORIA MIASMA TICA
este fenômeno, já podem ser explicadas. É o caso, por exemplo, dos trabalhos
do professor SZONDI, da Escola Superior de Psicologia de Budapeste, atualmen-
te residindo na Suíça, que demonstram a existência de um tipo diferente de
transmissão na área do comportamento de certas características individuais,
que não se enquadram nos mecanismos anteriormente conhecidos. szoNDI
demonstra que certos estados psíquicos, certas compulsões e distúrbios do
comportamento social não encontram vínculos de transmissão dentro dos
mecanismos clássicos estudados pela genética clássica. São estados que se
repetem através de gerações e que podem ser evidenciados quando são anali-
sadas as árvores genealógicas. Para a escola de psicologia de SZONDI, aluai-
mente uma das mais importantes, esses estados seriam, na realidade, decorren-
tes de transmissão de memória do exercício de uma função.
O mestre JUNG, que já havia se defrontado com problemas dessa natu-
reza, salientou a necessidade de um estado psicológico especial, corres-
pondendo, talvez, ao que ele denominou Inconsciente Coletivo.
A ciência, no passado, só admitia a possibilidade de transferência de
informações através de gravações mecânicas em um substrato material
qualquer como, por exemplo, papel, madeira, pedra, metais e outros. A
informação teria que ser gravada mecanicamente com o auxilio de enta-
lhes c tintas; até então não se admitia uma outra possibilidade qualquer.
Um certo avanço surgiu com o registro de informações em discos de vinil
e similares mas, mesmo assim, aquele tipo registro ainda era de natureza
mecânica, sulcos numa superfície adequada que ao ser percorrido por um
estilete reproduzia num diafragma as vibrações sonoras.
O passo seguinte ocorreu com o advento da fotografia que, embora
sendo ainda um processo material, já transcendia o nível mecânico, che-
gando ao nível químico. Em vez da utilização de sinais mecanicamente
gravados faz-se uso de reações químicas cm superfícies cobertas com sais
sensíveis à luz, naquilo que é conhecido como fotografia.
Não se poderia supor, então, que tudo isso logo tornar-se-ia obsoleto,
quando ainda pensava-se que a transferência de informações só poderia ser
feita através de processos gráficos, escritas, desenhos e fotos veiculados
em meios materiais como sólidos, líquidos e gases e mesmo assim de uma
forma muito limitada.
Grande progresso nessa área fez-se sentir após o descobrimento de meios
de conversão de sinais sonoros cm impulsos elétricos, permitindo assim, que
através de tios, informações pudessem ser transferidas a longas distâncias.
Naquela fase do desenvolvimento dos sistemas de registras e transfe-
rência de informações, jamais as pessoas comuns, e mesmo a quase totali-
dade dos homens de ciência, ao menos podiam supor que em breve tudo
aquilo seria amplamente superado; sequer suspeitavam que em pouco tem-
po evidenciar-se-ia a possibilidade prática das gravações cletromagnéticas.
Numa fotografia, um exame sensorial mostra diretamente facilmente
PR/NCIP/05 DA UNIDADE ORGANICA • 55
que ali há informações, assim como num processo gráfico qualquer. Mes-
mo num registro fotográfico, o exame do suco de gravação na superfície
mostra algo. Por, outro lado, numa gravação magnética nada disso é possí-
vel, ao exame sensorial uma superfície gravada eletromagneticamente é
em tudo idêntica a uma não-gravada. No passado, um cientista, mesmo
que os meios técnicos mais avançados de sua época, uma fita cassete, ou
um disquete de computador por certo afirmaria que ali não existia mensa-
gem alguma. Por mais que usasse os meios de detecção, nada encontraria
gravado e tudo seria intitulado de simples ilusão.
Isto serve de analogia para o quadro atual da Medicina Homeopática.
Os meios de detecção comuns, quer físicos quer químicos, ou mecânicos
nada revelam quanto à presença do elemento medicamentoso. Examinar
um medicamento homeopático pelos meios físicos comuns não leva a
coisa alguma, por isso a Homeopatia é negada*. Mas, o não ser detectável
numa mensagem, não indica que ela inexista em um outro nível, tal como
no passado a não-detecção dos registras magnéticos não significaria a sua
inexistência. O não poder, há algumas décadas, ser evidenciado em regis-
tro magnético em um "disquete", em "tapes" e outros meios de registras
eletromagnéticos, por certo não significaria uma inviabilidade.
O mesmo raciocínio pode ser aplicado a muitas interações que se
processam no organismo e em especial no que se refere a certos níveis de
transmissão e registro num organismo.
A fisiologia até bem pouco tempo somente admitia três vias de coman-
dos entre a parte e o todo; a via mecânica, a nervosa (impulsos elétricos =
impulsos nervosos) e a humoral. Somente experiências levadas a efeitos há
algumas décadas vieram indicar pelo menos a existência de mais uma via,
aquela efetivada por meios de transmissões eletromagnéticas, algo que lem-
bra uma radiotransmissão. Neste tipo uma célula age como um transmissor-
receptor de sinais vibratórios integrando assim, todo o sistema celular.
O estudo da "linguagem bioquímica" na interação orgânica teve grande
desenvolvimento nos últimos anos. Atualmente já existe uma riqueza imensa
de possibilidades de intercomunicação de unidades biológicas constitutivas
de um organismo através de mediadores químicos os mais diversos.
Até bem pouco tempo pensava-se que uma informação era sempre ima-
terial mas que necessitava sempre de um veículo portador material, como
sejam: papel, fitas com sais de ferro ou de cromo, madeira, metal, fluidos
diversos, e assim por diante, até que a transmissão por ondas eletromagnéticas
se tornou conhecida mostrando que até na ausência de um meio ponderável é
possível a transferencia de mensagens, como acontece no espaço sideral.
A DouTRINA
MIASMÁTICA
U m dos rasgos geniais de SAMUEL HAHNEMANN foi o estabeleci-
mento do conceito de Miasma como elo fundamental e integrante da
cadeia dos processos de cura.
Idéia genial, fruto da sua extraordinária capacidade de observação, am-
pliada pelos seus discípulos e seguidores, especialmente ALLEN, que tratou do
problema detalhadamente e publicou uma obra básica sobre os miasmas.
Seguiram-se outros, desde então até hoje, porém a medicina oficial ainda
não se conscientizou da importância que esse conceito assume.
É praxe que teorias do passado sejam progressivamente superadas por
novos conceitos e descobertas e, também, por técnicas cada vez mais
aperfeiçoadas, porém, o mesmo não ocorreu com a Doutrina Miasmática
das doenças, que permaneceu incólume por mais de um século de estudos
e pesquisas médicas.
Malgrado o espetacular avanço dos meios de pesquisa orgânica, am-
parado por uma tecnologia adiantadíssima, que praticamente superou a
quase totalidade dos conceitos antigos, dando nova e impressionante di-
mensão à filosofia, jamais houve alterações fundamentais na teoria dos
miasmas proposta por HAHNEMANN. Pelo contrário, o que nessa teoria era
inexplicado em bases fisiológicas, passou, com as descobertas sucessivas
não só da fisiologia como da psicologia e da biologia geral, a receber os
subsídios necessários dos quais antes carecia.
Hoje, a análise objetiva e honesta da doutrina miasmática hahnemani-
ana, poderia modificar, no máximo, os vocábulos. O mais, o que aparenta-
va ser enigmático e abstrato, ou seja, os mecanismos fisiológicos nela
envolvidos, agora pode ser explicado à luz do espetacular desenvolvimento
das ciências biológicas. Assim, os conhecimentos atuais de fisiologia re-
62 1 HOMEOPATIA- CONTRIBUIÇAO AO ESTUDO DA TEORIA MIASMATICA
para se chegar ao esclarecimento total do que ele vem a ser, muitos pontos
obscuros precisam ainda ser esclarecidos à luz dos modernos conceitos
biológicos. Mister faz-se não apenas identificar as relações dos quadros
miasmáticos com certos agentes, como também descobrir o porquê dos
sintomas que lhes são específicos e, em particular, os seus mecanismos
fisiopatológicos, somáticos e mentais.
As observações e conclusões que exporemos baseiam-se na análise dos
sintomas que aqueles quadros apresentam, na evolução clínica de cada um,
bem como nos mecanismos de contágio, hereditariedade e cura, submetidos
ao crivo dos atuais conhecimentos da fisiologia e da genética, que evidenci-
am não serem os miasmas nem agentes ativos, nem estados constitucionais
definitivos, como o querem inúmeras escolas homeopáticas, pois, em parte,
na dualidade corpo/alma a idéia de miasma transcende a célula.
Num sentido organicista, aceitamos a definição de HORÁCIO L. Roux,
"A doença crónica constitui, mesmo normal, um estado de existência ao
qual adaptou-se o organismo para sobreviver, buscando um novo metabo-
lismo tolerável, assegurando uma via de eliminação para suas toxinas e
respeitando, até onde for possível, o papel mais ou menos eficiente dos
órgãos nobres. Qualquer alteração dessas funções readaptadas trará parale-
lamente um novo desequilíbrio ..."
Merece também atenção especial o conceito organicista de miasma
endossado pelo francês Dr. ROLAND zissu, que o considera como o resultado
de uma auto ou heterointoxicação numa constituição predisposta.
Este conceito de ZISSU é válido. Contudo, mesmo que se focalize
apenas o lado orgânico do ser, por definir os miasmas como sendo uma
condição ligada a um estado constitucional hereditário, esse conceito limi-
ta sensivelmente a teoria hahnemaniana. Para ele, um estado miasmático
corresponderia a um agente mais um terreno ato ou heterointoxicado.
Evidentemente, esse conceito não satisfaz a tudo o que é evidenciado pela
clínica, porém, os dois fatores salientados são partes importantes de uma
equação maior, elementos indiscutíveis de uma condição ainda mais am-
pla. Os mecanismos propostos por ZISSU, são puramente organicistas quan-
do, evidentemente, o Miasma transcende a estrutura física.
Assim, após os estudos realizados por HAHNEMANN, o conceito de mi-
asma continua quase inalterado para os homeopatas apesar de dar margem
ainda a polêmicas infrutíferas. Porém, mesmo que se discuta o que seja
miasma, sua existência é comprovada pelas observações clínicas diárias.
Sendo ainda um dos grandes enigmas da Homeopatia, requer mais esfor-
ços da parte dos homeopatas, visando explicar sua essência, permitindo
assim à humanidade colher os frutos advindos desses conhecimentos.
É preciso que cada um ofereça sua contribuição científica para o
estudo coletivo, pois tão grande é o enigma, que se criou mesmo uma
mística, analisada no último capítulo deste trabalho.
A DOUTRINA MIASMATICA t 65
A PsoRA
Tentar apresentar o conceito dos homeopatas sobre a psora é o
mesmo que voltar aos comentários sobre miasmas, do capítulo anterior.
Por ora vamos nos ater simplesmente à análise dos estados psóricos,
procurando interpretá-los à luz da fisiologia e da patologia atual.
No estudo dos quadros miasmáticos, pelas razões expostas no capítulo
anterior, nós nos referimos à "Força Vital" como sendo uma inteligência
vital, para evitar que a Homeopatia continue a ser criticada ao persistir na
afirmativa da existência de uma energia que jamais foi detectada c, ao
mesmo tempo, para sermos fiel ao pensamento hahnemaniano, alterado,
como assinala o discípulo JAHR, por uma tradução incorreta do termo para
as línguas neolatinas. Contudo, isto não invalida em momento algum, o
que foi escrito até hoje sobre os miasmas pelos seguidores de HAHNEMANN.
O uso de um termo inapropriado pode ser tolerado, embora indiscutivel-
mente seja preferível recorrer a outro mais adequado para o entendimento
dos mecanismos fisiológicos participantes dos processos vitais.
KENT, no capítulo 18 de seu livro "Filosofia homeopática" <ól diz: "A
psora é a causa fundamental, é a desordem primitiva ou primária da raça
humana".
Aceitamos o conceito, pois como veremos a seguir. a psora, evidente-
mente, é a base para qualquer distúrbio que ocorra no organismo. É o
primeiro distúrbio sistêmico cm função do qual estabelecem-se todos os
quadros patológicos. Podemos adiantar que sem o estado psórico por certo
não existiriam doenças, uma vez que, de modo geral, os demais miasmas
são apenas níveis diferentes da Psora.
Como instrumentos de trabalho, utilizamos alguns conceitos expostos
nos capítulos anteriores e aceitaremos a existência de uma Inteligência
88 t HOMEOPATIA- CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TEORIA MIASMATICA
Diretora que tudo sabe a respeito das funções orgamcas; que coordena e
comanda, tendo como finalidade precípua a manutenção da homeostase,
para a conservação da integridade do indivíduo. Na tentativa de manter o
organismo nessa condição, o princípio vital inteligente ou, como também
poderia ser chamado, a Inteligência Vital, lança constantemente mão de
todos os mecanismos fisiológicos conhecidos da ciência oficial. Assim
sendo, todas as funções e reações orgânicas conhecidas ou não são apenas
formas reacionais dirigidas pela consciência vital para assegurar a manu-
tenção do equilíbrio orgânico.
Esse equilíbrio, como é sabido, depende de um estado ideal de funci-
onamento do sistema, condicionado, de um lado por uma estrutura precisa,
quer em nível de célula, órgão e aparelho e. do outro, por todos os
estímulos que incidem sobre ela.
Perturbado esse equilíbrio, haverá alguma repercussão no organismo,
isto acontecendo quando ocorre algum defeito limitativo da atividade nor-
mal da estrutura. ou quando, encontrando-se essa estrutura em condições
normais, o estímulo excede a sua capacidade anatomofuncional.
Como já frisamos, em condição hipotética, a estrutura genotipicamen-
te condicionada seria de natureza tal que se descartaria idealmente de
qualquer estímulo de forma ideal. Ante um agente qualquer, ela ou o
utilizaria em benefício próprio, ou o eliminaria de forma natural, isto é,
sem ter que lançar mão de qualquer mecanismo adicional além dos mante-
nedores das funções fisiológicas, sem mesmo ter que incrementar qualquer
atividade fisiológica ou utilizar mecanismos adaptativos.
Analisemos agora as principais condições envolvidas num estado psó-
rico, separando o seu quadro mental do quadro somático. (Não porque a
dualidade mente/corpo funcione separadamente, mas apenas para facilitar
nossa exposição).
Aproveitaremos, para o estudo dos miasmas, o excelente esquema
didático do ilusre homeopata argentino Dr. E. PUIGGRós, apresentado de
forma brilhante num artigo da "Revista de Homeopatia da Associação
Paulista de Homeopatia", "Estudo Psicodinâmico dos Principais Medica-
mentos da Matéria Médica Homeopática", da autoria da Dra. VIKTORIA
TKOTZ BEARZI( 1J , aplicável ao quadro mental dos indivíduos e focalizando
particularmente suas interações reativas com o meio.
Sempre que um agente, seja de que natureza for, atinge o organismo
em sua área psíquica, este absorve e elabora naturalmente o estímulo sem
qualquer prejuízo, isto é, incorpora-o à sua personalidade normal, ou eli-
mina-o sob a forma de uma reação psicológica qualquer, destinada a fazer
o indivíduo voltar à sua condição de equilíbrio dinâmico ideal.
A Inteligência Vital, consciente de sua finalidade e sabendo que deter-
minado estímulo é inadequado para o equilíbrio do sistema, procura agir
no sentido de eliminá-lo. É verdade que muitas respostas são decorrentes,
A PSORA t 89
ÁREA MENTAL
ÁREA SOMÁTICA
ser eliminada pelos rins ou pela pele, por certo o será pelo tubo digestivo,
mas nesse caso tal a função será exercida de forma inconveniente.
Na presença de um agente indesejável, o organismo tenta, mediante
alguma atividade, eliminá-lo, o que ocorre se o gente for de natureza
química, por estímulo direto sobre o órgão específico. Mas se isso não
ocorrer, então entra em jogo um mecanismo muito mais complexo, que
envolve todo o organismo e é comandado pela integridade do indivíduo.
Nesse caso, entrarão de preferência em atividade os órgãos cuja função
própria é a de secreção. Entre estes, os mais responsivos são, sem dúvida,
o sistema glandular em geral e os emunctórios em particular.
A Inteligência Vital, quando não consegue que determinado órgão ou
aparelho equilibre o organismo, continuará a ampliar a tensão exonerativa,
até outro mecanismo entrar em ação para substituir o que deveria ter
respondido inicialmente. Por isso é altamente prejudicial a contenção me-
dicamentosa de uma função eliminatória porque, inevitavelmente, haverá
agravação do quadro orgânico. Por esse motivo, todos os homeopatas te-
mem as supressões.
Obedecendo à ordem de secretar, veiculada pelos mecanismos de
interação entre o todo e as partes, todas as células apropriadas para essa
função respondem com grau variável de intensidade. Contudo, pode acon-
tecer que haja bloqueios que impeçam um sistema mais adequado de
funcionar em hiperatividade e, nesse caso, ele será substituído por outro.
É o que acontece freqüentemente no tubo digestivo num quadro psó-
rico. As glândulas entram em regime de hiperatividade, comandadas dire-
tamente pelo estímulo local, ou em atendimento à compulsão secretora
emanada da Inteligência Vital, em decorrência da falha de outro mecanis-
mo mais adequado.
ÁREA DIGESTIVA
PELE
MUCOSAS
CENTRO TERMORREGULADOR
APARELHO CARDIOVASCULAR
SISTEMA NERVOSO
CAUSAS DA PSORA
que consideram a psora como sendo uma espécie de pecado original. Segun-
do eles, a psora teria sido o primeiro pecado da espécie humana.
Evidentemente, existem razões para pensarem assim, porém, isto não
quer dizer que a psora resulte de um castigo divino pelo mal-pensar ou
mal-viver. É sim, como que a conseqüência natural de uma forma de
existência indevida.
GHATAK chega a afirmar <J> que, a partir do dia em que o ser começou
a pensar de forma errada, contrariando as ordens divinas, mesmo ante o
mais leve desvio de pensamento que ele chama "prurido mental", o ser já
estava ameaçado da psora avassaladora.
Após havermos exposto nosso conceito da psora, baseado em observa-
ções diárias na clínica médica homepática e nos estudos sobre a teoria dos
miasmas que tivemos em mãos e aproveitado as observações precisas e
meticulosas de estudiosos idôneos consultados, é fácil compreender e ad-
mitir a relação existente entre os valores éticos e morais e os níveis mias-
máticos em geral e a psora em particular.
Tudo leva a pensar que a ética e a moral constituem um padrão de vida
que, geralmente, constitui a melhor maneira de o indivíduo manter-se dentro
de um equilíbrio desejável. Muito embora certas normas pareçam desprovidas
de importância, o estudo percuciente e a análise histórica minuciosa revelam
que praticamente todas desempenham papel relevante na evolução natural.
As religiões, por entenderem que a evolução natural é um dos planos
divinos, consideram qualquer tentativa de desvirtuar essa evolução como
um pecado, isto é, uma transgressão às leis divinas e uma desobediência às
ordens do Criador.
Em que medida a psora pode ser aceita como uma forma de pecado?
Analisando pormenorizadamente o problema chegaremos à conclusão.
No princípio, o indivíduo foi dotado de uma estrutura geneticamente
condicionada para existir com eficiência ímpar, num mundo onde está
sujeito às mais numerosas e variadas circunstâncias. Mas viver em equilí-
brio harmônico, ante uma sucessão quase ilimitada de estímulos, requer
uma estrutura mui especial que permita ao ser cumprir a sua finalidade
essenciaL para tanto foi dotado dos meios apropriados. Como os estímulos
variam em quantidade e em qualidade, o organismo foi dotado de um
sistema flexível, porém essa flexibilidade é relativamente limitada. Há
uma faixa de reatividade ideal em que o equilíbrio harmônico é perfeito,
seguindo-se uma faixa adaptativa na qual é possível o estabelecimento do
equilíbrio, que envolve condições que se podem considerar naturais, po-
rém não ideais. É nessa faixa que se situam todos os miasmas e, é claro,
todas as doenças. Ultrapassado esse limite, o organismo sucumbe.
Imaginemos, para fins didáticos, uma situação em que o mundo não
oferecesse estímulos além dos que o ser fosse capaz de dissipar naturalmen-
te, por meio de mecanismos psicológicos e somáticos precisos, destinados
108 t HOMEOPATIA- CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TEORIA MIASMATICA
livrar-se das reações subseqüentes, claro que, em sentido lato, ele foi casti-
gado pela sua desobediência. Castigo, sim, mas não no sentido de punição
Divina direta, e sim como o resultado natural da escolha de um sistema de
vida inadequado. Não como uma resposta relativa por sua desobediência,
emanada do seu Criador, mas como a conseqüência natural inerente aos
próprios mecanismos envolvidos no estabelecimento da vida orgânica.
A espécie quis "comer do fruto proibido", comer o fruto da árvore do
conhecimento. quis tudo conhecer, modificar, e, em particular, utilizar,
sem antes saber perfeitamente todas as implicações que poderiam advir
dessa conduta. Não esperou o momento oportuno para atuar de forma
harmônica e evoluir em ambiente natural. "A Natureza sempre se vinga
dos que a agridem". Foi o que realmente aconteceu: um planeta desnatura-
lizado voltando-se contra o homem que, por esta razão, vive hoje com o
seu destino ameaçado, quer pelo meio exterior, onde inúmeras condições
são inapropriadas para o bom funcionamento orgânico e mental, quer pela
desnaturalização do próprio organismo, que se torna cada vez menos capa-
citado para se defender.
Prejudica a si próprio e a todas as outras espécies, destruindo assim
"o paraíso" que era de todos.
Neste sentido, a psora foi a primeira conseqüência do grande "peca-
do" da espécie e as condições chegaram a um ponto de onde não mais é
possível haver retrocesso para o estado ideal de equilíbrio. Foi o pecado
pelo qual as espécies em geral e a humana em particular vêm sendo
punidas e, por certo, essa situação perdurará por séculos e séculos se antes
algo pior não exterminar a todos.
Finalmente, queremos salientar que a psora não tem uma causa única.
Por isso, a sarna ou qualquer outro elemento isolado não pode ser respon-
sável por ela. As causas são várias: são todas as coisas capazes de lesar ou
sobrecarregar, total ou parcialmente, os emunctórios e de criar um estado
de eliminação insuficiente desviando a ação da "Força Vital".
Uma sobrecarga excessiva, mesmo por um fator natural ou por um
alimento normal, por exemplo, pode determiná-la; por essa razão, até
certos excessos de alimentos podem ser fatores determinantes da psora.
TRATAMENTO DA PSORA
p
c
c
A = Oferta ao sistema
B = Dispêndio funcional
FIGURA 1
A=B
A
A -----1 Noxas
B -----1 Dispêndio Funcional
C ------1 Sistema Emunctorial
P -----1 Psora
Ideal -----1 A= B
Real -----1 A > B = Desequilíbrio
Sistema tenta compensar
Meta -----1 A =B + C
116 ° HOMEOPATIA- CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TEORIA MIASMATICA
ÁREA MENTAL
~
Sicose . Reações Afetivas/Emotivas
CARACTERÍSTICAS DA SICOSE:
DESCONFIANÇA, SEGREDO E MENTIRA
CARACTERÍSTICA DA SICOSE:
IDÉIAS OBSESSIVAS
CARACTERÍSTICA DA SICOSE:
AGRESSIVIDADE
CARACTERÍSTICA DA SICOSE:
ESTADO DEPRESSIVO
CARACTERÍSTICA DA SICOSE:
PERVERSÃO DE FUNÇÃO
SYCOSYS
ÁREA PSÍQUICA
t
Impulsos Fóbicos
Desconfiança Reserva
Segredo - Mentira
l
Distúrbios de Conduta
Idéias Obsessivas
Hipersensibilidade
Cólera Roubo
Maldade Trapaça
Crueldade Criminalidade
Delinqüência Perversões
Sexuais
Tristeza
Perversão de Sentimentos Melancolia
Pensamentos Suicidas
A SICOSE ' 125
ÁREA SOMÁTICA
CARACTERÍSTICA DA SICOSE:
PERVERSÃO DE FUNÇÃO
CARACTERÍSTICA DA SICOSE:
ESTADO HIDROGENÓIDE
CARACTERÍSTICA DA SICOSE:
SENSIBILIDADE À UMIDADE
CARACTERÍSTICA DA SICOSE:
DERRAMES
CARACTERÍSTICA DA SICOSE:
FORMAÇÃO DE CONCREÇÕES
CARACTERÍSTICA DA SICOSE:
PROLIFERAÇÕES TISSULARES BENIGNAS
MUCOSAS
APARELHO RESPIRATÓRIO
SINÓVIAS
SJNUS
PELE
CARACTERÍSTICA DA SICOSE:
AFECÇÕES CUTÂNEAS, ACNE
CARACTERÍSTICA DA 5/COSE:
PRESENÇA DE VERRUGAS
CAUSAS DA S/COSE
CALDEIRA A VAPOR
Instrumentos Indicadores F
Boceladuras E
A > B + C = Desequilíbrio
Vazamento de pressão D e E
Incremento de volume (Sist. plástico)
Equilíbrio
A=B+C+D ou A=B+B+C+D ou A=B+C+D+E
FIGURA 2
A 5/COSE ' 137
ORGANISMO SYCÓTICO
SYC
F
FIGURA 3
0 SIFILINISMO
Indicaremos o estudo do último dos três miasmas hahnemanianos
que, normalmente, tem sido considerado uma diátese, a ulcerativa por
renomados homeopatas.
Como muitos autores, preferimos denominar este nível miasmático
"sifilinismo" para não estabelecer confusão com a sífilis, doença em que,
embora esteja de certa forma a ele ligada, não se manifesta todo o quadro
representativo do miasma.
Também, no sifilinismo, não podemos estabelecer limites entre as
manifestações somáticas e psíquicas; por isto, a divisão que estabelece-
mos, mais uma vez, é apenas para fins didáticos.
Se, sob a ação de uma noxa, o indivíduo não puder manter o equilí-
brio vital ao nível da psora ou da sicose, inevitavelmente mergulhará num
terceiro nível miasmático, ou sucumbirá.
Quando a intensidade noxal é muito elevada, ou quando os mecanis-
mos psóricos e sicóticos são insuficientes, por alguma razão, para aliviar a
compulsão excretora ou quando a própria noxa tem um tropismo específi-
co para certos tipos de distúrbios, o organismo pode desenvolver meios de
defesa que, mesmo estando longe de serem inócuos, são a única maneira
de evitar a morte.
Não havendo possibilidade de uma superação por meio de elimina-
ções excretoras ou secretoras, que meios a Inteligência Vital pode lançar
mão para tentar restabelecer o equilíbrio orgânico?
Uma vez paralisadas as células secretoras, esgotada a sua ação, que
células podem entrar em atividade? Já vimos que, ao nível da sicose,
mesmo as células não-secretoras começam a responder à compulsão de
"pôr para fora", isto é, rejeitar, eliminando água, eletrólitos, ou entrando
142 ' HOMEOPATIA - CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TEORIA MIAS MÁ TICA
ÁREA MENTAL
Nível Afetivo/Emotivo
Psora
Reações Primárias do Ego
Ações Volitivas
Sycosis
Reações Depressivas (Melancolia) Sensação
Percepção
Syphilinismo _______..
t
Distúrbios do Intelecto _______..
Associação
Atenção
Imaginação
Conceitos
Memória
Raciocínio
Reações Agressivo-Destrutivas Razão
Autodestruição
/ Cancerinismo
SISTEMA VASCULAR
A própria parede dos vasos sofre alterações pelo dano infligido ao colá-
geno e ao tecido fibroso em geral. As paredes vasculares sofrem, portanto,
alterações em sua constituição íntima e assim surgem aneurismas e varizes.
Essas alterações podem facilmente provocar obliterações do sistema vas-
cular, determinando cianoses ou mesmo necroses teciduais (gangrena). No
sistema nervoso aparecem varizes e estases venosas, causadoras de lesões que
vão desde simples alterações da pigmentação cutânea até ulcerações.
Em qualquer setor do organismo, o comprometimento vascular, com
as conseqüentes perturbações da dinâmica sangüínea, provoca lesões de-
correntes da má-irrigação tecidual,constituindo isto mais um mecanismo
próprio do quadro destrutivo do terceiro miasma.
SISTEMA LINFOGANGLIONAR
EPITÉL/OS
térico, ainda funcionam como áreas secretantes de fluidos que, por sua
vez, prejudicam a função digestiva. A mucosa da boca, esôfago e estôma-
go torna-se doentia por úlcera ou, simplesmente, por destruições intrínse-
cas das próprias células. A secreção de substâncias anormais e o próprio
estado das mucosas são responsáveis pelo odor pútrico do hálito. (Não só
o hálito, mas todas as secreções do sifilínico têm odor pútrido, extrema-
mente desagradável). Há propensão a sialorréia.
Ao nível do ânus, surgem as hemorróidas sifilínicas, que têm como
causa a fragilidade das paredes venosas do plexo hemorroidário, diferindo,
portanto, das de origem psóricas. que são de natureza irritativa.
A mucosa do estômago torna-se muito sensível. em decorrência das
lesões que se estabelecem dentro ou fora das células. Dessa sensibilidade
resulta a aversão às comidas e bebidas quentes e o desejo de coisas frias,
manifestações próprias do miasma sifilínico.
SISTEMA ÓSSEO
PELE
CAUSAS DO S/F/LINISMO
NOXA - - . Organismo
~
Destruições Teciduais
Falhando os organismos da Psora e da Sycosis
Aortite
Aarterite
•
Ação sobre o endotélio
Obliterações
Cianose
Gangrena
Aneurismas
Varizes
Má-irrigação tecidual
Ulcerações
1
Tecidos
Gangrenas
Distrofias
Flacidez Ptose
Inflamações
Endurecimentos (esclerose)
l
Sist. Linfa-ganglionar
Inflamações
Adenóide
Amígdalas
Vegetações
Adenopatias
Tumores ganglionares
1 Relaxamento
Luxações
Articulações
(Ligamentos)
Desvios
l
Tecido ósseo
Exosteosis
Periostites
Cáries
l
Pele
Ressecamentos
Úlceras
Esclerodermia
Psoríase etc.
O SIFILINISMO 0 153
CALDEIRA A VAPOR
H
G
,------/
p
0~ c
c
B
ORGANISMO SIPHYlÍNICO
SYPH
G
F
PSO
0~
c
B
0 ÚNCERINISMO
O estudo dos mecanismo envolvidos nos estados miasmáticos
clássicos, permite-nos entender o Cancerinismo e formular a presente hi-
pótese, capaz de explicar essa condição orgânica.
Talvez por haver uma incidência bem menor de processos malignos
na época de HAHNEMANN, o mestre não situou precisamente essas manifes-
tações cm nenhum dos três miasmas por ele descritos.
L. VANIER iniciou o estudo dos processos malignos à luz da teoria dos
miasmas e identificou a existência de mais um estado miasmático, que
denominou Cancerinismo.
A maioria dos escritores e mestres da Homeopatia tem dado um
enfoque algo errado às manifestações miasmáticas cancerínicas, afirmando
que são resultantes da atuação simultânea dos três miasmas hahnemania-
nos. Erroneamente, consideram as neoplasias malignas como uma doença
trimiasmática. De modo algum, a idéia de doença trimiasmática atribuída
às neoplasias malignas, reflete a verdade. Podemos mesmo afirmar, com
toda certeza, que é mais provável que o estado canccrínico resulte da
inatividade dos três miasmas hahnemaníacos que da atividade simultânea
deles. Isto ficará devidamente esclarecido após termos tecido algumas
considerações preliminares a respeito. Talvez o aspecto das lesões canccrí-
nicas tumorais e ulccrosas haja contribuído para se acreditar que nesses
estados patológicos houvesse uma atividade trimiasmática.
Quando o organismo não é capaz de manter o equilíbrio vital aos
níveis miasmáticos já descritos, ele chega a uma situação caótica de desor-
ganização interna que pode romper os mecanismos de sintonização vibra-
tória entre as unidades biológicas e o todo. A compulsão exonerativa é
fortíssima quando transcende o limite superior do sifilinismo.
160 1 HOMEOPATIA- CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TEORIA MIASMATICA
cancerinismo
Uma das causas apontadas é que certas noxas determinam estímulos tão
violentos que, mesmo que entrem em atividade, os mecanismos inerentes
aos três primeiros níveis miasmáticos, não bastam para aliviar a compulsão
de eliminação. Isto é, os três miasmas não são capazes, nem mesmo operan-
do conjuntamente, de manter o sistema orgânico cm equilíbrio. Hoje a
humanidade vive sob o impacto incessante de noxas muito intensas, como
jamais o foi no passado. As tensões atingem uma violência incrível; os
estímulos são extraordinariamente elevados e o organismo, na impossibilida-
de de incorporá-los, tenha descarregá-los através dos mecanismos miasmáti-
cos. Porém, como eles excedem a capacidade desses sistemas, surge, então,
um quarto tipo de mecanismo que não se pode, a rigor, chamar de "mecanis-
mo de defesa", pois Inteligência Vital já perdeu o controle sobre parte das
unidades orgânicas. Mas, mesmo ante esse desmoronamento tissular, a Inte-
ligência Vital ainda consegue conter o processo, evitando que ele se estenda
a todas as células. Tenta restringi-lo a um tipo ou grupo de células, embora
O CANCERINISMO ' 161
isto não passe de uma mera tentativa de equilíbrio, porque, como sabemos,
essa iniciativa não é capaz de manter o indivíduo vivo por muito tempo.
Mas, se não houvesse essa tentativa, o desenlace seria, a bem dizer, fulmi-
nante. Assim, pode-se admitir ser isto ainda um mecanismo de defesa.
Outra causa diz respeito à qualidade das noxas. Há noxas que não
são susceptíveis de eliminação por nenhum dos miasmas hahnemania-
nos. Como dissemos antes, há noxas que são específicas para determi-
nado miasma e inespecíficas para os demais. Assim, há noxas que não
podem ser eliminadas pelos mecanismos miasmáticos clássicos. Com
essas, a Inteligência Vital perde o controle sobre certos grupos celula-
res mais responsíveis.
Por fim, pode ocorrer que as noxas não sejam tão intensas, e nem
inespecíficas para outros estados miasmáticos. Porém, por motivos que
apresentaremos no último capítulo, existem bloqueios dos sistemas ineren-
tes aos outros miasmas, impedindo seu funcionamento, mesmo quando a
pressão noxal de rejeição torna-se muito elevada.
A compulsão exonerativa continua aumentando e, ao ultrapassar o
nível do sifilinismo, atinge um ponto de ruptura total dos dispositivos
intrínsecos responsáveis pela sintonização das unidades biológicas, provo-
cando a perda de controle da Inteligência Vital sobre dctctminadas células.
O que acontece no processo cancerínico? As células reproduzem-se
desordenadamente, daí a sua malignidade já que essa atividade não pode
ser contida.
Vimos que, na sicose terciária, a Inteligência Vital mantém o controle
sobre os processos de ncoformação. Na proliferação celular sicótica, a
contenção existente torna a atividadc limitada, circunscrita, assim como o
faz no sifilinismo com relação às lesões ulccrativas.
Se, por um lado, essas lesões teciduais decorrem da pressão exonera-
tiva determinada pela Inteligência Vital, por outro lado esta, sabendo que a
destruição além de certo limite é perigosa para a própria vida, procura
limitar o processo destrutivo sicótico e sifilínico.
A atividade limitativa nos tumores e nas úlceras envolve todos os
mecanismos estudados pela ciência médica e além disso, o controle direto
da Inteligência Vital sobre as próprias células. Vários, pois, são os meios
que a Inteligência Vital pode lançar mão para exercer o controle sobre
todas as unidades do organismo.
Ao nível do cancerinismo, porém, rompe-se esse controle c, por isso, não
mais é possível o exercício de atividade limitativa alguma ao nível da lesão,
deixando esta atividade de ser um meio de drenagem para tornar-se simples-
mente, uma desagregação. No cancerinismo, não mais existe perversão ou des-
truição, e sim desagregação, uma forma desordenada de estruturação celular.
A excitação caracteriza a Psora; a perversão, a Sicose; a destruição, o
Sifilinismo; e a desagregação, o Cancerinismo.
162 ° HOMEOPATIA- CONTRIBUJçAO AO ESTUDO DA TEORIA MIASMATICA
ÁREA MENTAL
NOXA ORGANISMO
Psora
~
Reações Primárias do Ego
~
Reações afetivo/emotivas
Si cose
Reações depressivas
~
Sifilinismo ... Distúrbios de intelecto
Cancerinismo ... ~
Desagregação da personalidade
ÁREA SOMÁTICA
NOXA ORGANISMO
Psora .... +
Hiperatividade emunctorial
+
Excreção vicariante (corrimentos)
Si cose Deposições e concreções
Proligerações teciduais
~
Proliferações tissulares descontroladas
Cancerinismo ..,.
Destruições tissulares descontroladas
CAUSAS DO CANCERINISMO
TRATAMENTO DO CANCER/NISMO
AssociAÇõEs
MIASMÁTICAS
N a prática, os quadros mi asmáticos nunca são encontrados no
estado puro, isolados, por isto as descrições feitas até agora servem para
identificar precisamente cada miasma e, particularmente, o miasma predo-
minante em cada quadro patológico, o que é muito importante para o
estabelecimento de um tratamento adequado.
No estudo que fizemos até aqui, expusemos os quadros miasmáticos
numa seqüência que, na prática, nunca é obedecida, pois a responsividade do
organismo nunca é uniforme ante uma noxa qualquer. Existem causas, que
estudaremos em O Tuberculinismo, neste capítulo, que podem determinar o
silêncio de um ou vários aparelhos que integram um sistema miasmático.
Já vimos que a progressão miasmática no organismo deve-se a uma,
ou mais, das três condições seguintes:
- Intensidade da noxa.
- Especificidade da noxa.
- Bloqueios dos dispositivos de eliminação.
INTENSIDADE DA NOXA
ESPECIFICIDADE DA NOXA
libertar, surgindo uma situação de sobrecarga que vai forçando cada um dos
mecanismos miasmáticos, visando ao estabelecimento do equilíbrio perdido,
envolvendo, assim, simultaneamente, mais de um miasma.
O TUBERCUL/N/SMO
CABEÇA
SISTEMA MUSCULAR
MENTE
CLASSIFICAÇÃO
MIASMÁTICA
DE SINTOMAS
Visando o estudo dos sintomas mentais podemos admitir três
áreas distintas:
ÁREA AFETIVO/EMOTIVA
ÁREA VOLITIVA
ÁREA INTELECTIVA
I. Área Afetivo/Emotiva
2. Área Volitiva
3. Área Intelcctiva
PS ORA
ÁREA AFETIVO/EMOTIVA
SYCOSIS
ÁREA VOLITIVA
SYPHILINISMO
ÁREA INTELEU/VA
que o indivíduo não sucumbe como psórico, e graças a poder lançar mão
dos mecanismos syphilínicos é que ele não sucumbe como sicótico. O mias-
ma não é, portanto, um "castigo de Deus" pelas falhas humanas, a "perda do
paraíso", uma ''desgraça" ou algo indesejável. Antes, miasmas podem até
mesmo ser considerados uma bênção da natureza, manifestações positivas
dos mecanismos reativos defensivo da integridade orgânica.
Se miasma é tão somente a exteriorização sintomática de um nível de
reação orgânica, é óbvio que os sintomas reflitam apenas o nível miasmático.
Quando se observa uma classificação de sintomas por níveis miasmá-
ticos pode-se perceber com facilidade a dinâmica que propomos. Vemos a
não-possibilidade de um sintoma isolado pertencer somente a um determi-
nado miasma. Tomemos, por exemplo o sintoma Ansiedade. Basicamente
este é um sintoma mais marcante da psora mas, mesmo assim, nem sempre
ele é psórico, pois um estado de ansiedade pode ser ocasionado por uma
lesão nervosa e neste caso, esse sintoma sem dúvida alguma será sifilínico.
Vejamos o sintoma Afetuoso. Basicamente é um sintoma psórico
quando reflete um estado de atendimento à angústia existencial, mas,
desde que através da expressão do afeto, a pessoa esteja buscando um
atendimento egoístico ele será sicótico e se a intenção for conquistar para
dominar ou destruir, então o sintoma será sifilínico.
Antes de classificar miasmaticamente um sintoma é preciso evidenci-
ar primeiro a motivação a ele inerente. Deve-se ver sempre a intenção que
está por detrás do sintoma pois é isto o que reflete o miasma e não o
sintoma cm si. Desta forma, afirmamos que qualquer sintoma pode ser de
qualquer miasma; o que não pode ser trimiasmático é a intenção. Em
outras palavras, o que é miasmático é a intenção e nunca o sintoma.
Podemos dizer que praticamente todos os sintomas do siphilinismo
constantes na listagem tanto podem ser psóricos ou sicóticos. Vejamos, por
exemplo, o sintoma Embotamento Mental. Um indivíduo poder apresentar-
se com embotamento mental resultante de uma refeição excessiva. Neste
caso há um estado de eliminação insuficiente dos catabólitos, caracterizan-
do um estado psórico. Mas, por outro lado, aquele embotamento pode ser
o resultado de um dano cerebral e então ele será a manifestação de uma
condição sitilínica.
Psora
Ambição Orgulho
Assobia Prudente
Avareza Regateador
Avidez Sonhos: grande importância
nos 3 Miasmas
194 ' HOMEOPATIA- CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TEORIA MIASMÃTICA
Ciúme
Diversão Sorridente
Fofoca Teorizador
Fuxico Tranqüilo
Generoso Usurário
Indolência Vergonhoso
Inveja
Sycosis
Afetuoso Impulsivo
Agressivo Indiscreto
Altivo Industrioso
Ameaçador Insolente
Amoroso Insulta
Assobia Insultante
Atarefado Intrigante
Atira coisas Laborioso
Aversões Lascívia
Beija a todos Lentidão
Birrento Libertinismo
Blasfema Litigioso
Briguento Loquacidade
Caprichos Lutar
Cleptomania Ninfomania
Compassivo Obsceno
Consciência moral Obstinado
Contrário Ocupação melhora
Depreciativo Ofende-se facilmente
Desafiante Orgulho
Desejo de matar Otimista
Desobediência Pressa
Desvios Sexuais Raiva
Ditatorial Rancor
Diversão Regozijo
Engenhoso Ressentimento
Erotismo Satiriasis
Euforia Satisfeito
Excentricidade Selvageria
Fofoqueiro Sensível
Fuxiqueiro Simula doenças
Gastador Sobressaltos
Gestos Travessuras
Golpeia Violento
Impetuoso Vivacidade
CLASSIFICAçAO MIASMATICA DE SINTOMAS • 195
Syphilis
Aborrecimento Idiotice
Absorto em seus pensametos Imbecilidade
Amoral Impudico
Ansiedade pela salvação Inconsciência
Arisco Inconsolável
Às apalpadelas (a Tientas) Inconstância
Aversão à companhia Indiferença em exibir seu corpo
Aversão a ler Indiferença indolência
Beija a todos Insônia
Calado Insensível (moralmente)
Cansaço mental Ir resolução
Caótico Lamentativo
Caretas Lentidão
Clarividência Linguagem (vários tipos)
Comportamento infantil Meditativo
Confusão mental Mentiroso
Consciência moral (distúrbios) Misantropia
Crueldade Pena - mágoa
Desatento Pensando em coisas tristes
Descontente Perseverança
Desespero pela salvação Pícaro
Desgosto Pranto
Desnudo, quer estar Profetiza
Destrutividade Prostração da mente
Distraído Queixas
Distúrbio de percepção de espaço Remoendo passado desagradável
Distúrbio de percepção de tempo Remorso
Ditatorial Responde lentamente
Diversão, aversão Ridículo
Dúvida Silencioso
Egoísmo Sonambulismo
Egolatria Sorri, nunca
Egotismo Suicídio
Embotamento mental Torpor
Estupefação Trabalho mental, aversão
Estupor Tranqüilo
Excentricidade Transe
Fala consigo mesmo Tristezas
Fanatismo Vagabundear
Gemedor Vagar
Hilaridade Valente
Hipócrita Viajar
CAPÍTULO
ANÁLISE MIASMÁTICA
DE MEDICAMENTOS
Pela patogenesia dos medicamentos miasmáticos básicos podemos
ver nitidamente que os sintomas apresentados não correspondem às carac-
terísticas daquele miasma. Por exemplo. os medicamentos considerados
psóricos apresentam patogenesia rica em sintomas sicóticos e siphilínicos.
Vejamos dois medicamentos essencialmente psóricos e que mostram
nitidamente o que estamos afirmando. Sendo medicamentos essencialmen-
te psóricos, eles deveriam apresentar apenas sintomas da psora mas na
realidade apresenta também inúmeros sintomas sicóticos e siphilínicos.
Os medicamentos "psóricos" apresentam grande número de sintomas
dos demais miasmas. Os medicametos sicóticos, por sua vez, apresentam,
além dos sintomas próprios deste miasma. sintomas siphilínicos. Por sua
vez os medicamentos siphilínicos apresentam praticamente sintomas ape-
nas desde miasma. Por que isso? Dizem alguns que é por serem os medi-
camentos todos trimiasmáticos. Na verdade não é isto o que acontece.
Pela Fig. I vemos a razão disso. Quando um paciente toma um medi-
camento psórico o nível da coluna baixa e, conseqüentemente, a sintoma-
tologia do níveis mais elevados (syc. e syp.) desaparecem. Isto acontece,
por exemplo, em psorino. Este medicamento, além dos sintomas próprios
da psora, é deveras rico também em sintomas siphilínicos e sicóticos.
Porém, isso não quer dizer que este seja um medicamento siphilínico,
sicótico ou trimiasmático. Na realidade. ele atua ao nível da psora, libe-
rando os mecanismos defensivos ao nível psórico. Com uma maior eficiên-
cia dos mecanismos psóricos logicamente sintomas inerentes aos níveis
mais elevados podem desaparecer, fazendo crer que a ação foi ao nível da
sye. ou do syph. quando na realidade foi ao nível da própria psora.
200 ° HOMEOPATIA- CONTRIBUIÇAO AO ESTUDO DA TEORIA MIASMATICA
CANCERINISMO
FIGURA 1
SINTOMAS DE PSORINUM
GERAIS
PARTICULARES
VERRUGAS PER/BUCAIS
SINTOMAS DE SULPHUR
MENTAIS
GERAIS
PARTICULARES
SINTOMAS DE THUYA
Abordaremos agora um medicamento basicamente sicótico, Thuya, para
evidenciar que em sua patogenesia não existem muitos sintomas psóricos e sim
siphilínicos. Isto pode ser explicado facilmente tendo-se em vista que a sycosis
está em um nível miasmático mais alto que a psora (Fig. I), assim sendo, um
medicamento que atue nesse nível, além da sicosc, melhora também o siphili-
nismo, enquanto quase cm nada atende o nível psórico porque a "drenagem"
sintomática é feita em um nível mais alto. Os medicamentos psóricos drenam
no nível mais baixo, por isso atendem à sycosis e ao Siphilinismo, enquanto o
sycótico, além desse nível atende apenas ao siphilínico. Por sua vez, um medi-
camento siphilínico atende tão somente seu próprio nível.
MENTAIS
PARTICULARES
22 - Dores desgarrantes nas sobrancelhas ... úlceras de córnea.
Irites sifilítica (Obs. Veja-se, um sintoma essencialmente sifilítico tratá-
vel com um medicamento sicótico.)
Esclerocoroidite.
34 - Ulcerações vulvares. Fístula retovaginal.
Câncer de útero.
38 - Rangidos, estalidos, nas articulações ao estirá-las. Artrite deforman-
te, com sensação de adormecimento.
Sensação dos membros estarem frágeis e de quebrarem-se... Sente as
pernas (e os membros inferiores) rígidos e pesados quando caminha, como se
fossem de madeira. Ciática à esquerda, com a perna atrofiada. Hemiplegia.
Paralisia c atrofia da perna direita, com frio. Grande debilidade das pernas,
especialmente ao subir escadas.
Úlceras nas coxas; Reumatismo nas rótulas, pés e tornozelos; não pode
andar. Dores na face anterior da tíbia. Pé esquerdo adormecido.
Varizes nos membros inferiores e nos pés.
41 - ... úlceras de bordas dentadas e dolorosas.
Úlceras cancerosas ou sifilíticas.
Observação: São sintomas tipicamente siphilínicos mas que constam na
patogenesia de um medicamento sicótico.
DoENÇAs CRôNICAS -
TEORIA MIASMÁTICA
INTERPRETAÇÃO FISIOPATOLÓGICA
interna que, por sua vez, em alguma ocasião precedente foi determinado
também por um outro agente.
Resumindo, temos as seguintes hipóteses: para uns, miasma é algo
de natureza desconhecida, empírico, capaz de enfermar o organismo,
algo objetivo, uma espécie de agente; para outros, um "terreno" biológi-
co condicionado por inúmeros fatores noxais; para outros uma fantasia,
algo que na realidade inexiste; e para nós, manifestações sintomatológi-
cas das reações fisiopatológicas clássicas da defesa orgânica diante de
uma sobrecarga qualquer.
As discrepâncias de opiniões começam quando se tenta identificar
como um agente danifica o organismo, como "marca-o" biologicamente,
levando a pessoa a ter que admitir que a noxa determina uma desestrutura-
ção biológica ao nível de "terreno" predispondo desde então o organismo
a ser atingido por diferentes naturezas de agentes vulnerantes, provocando
uma susceptibilidade orgânica, a partir do quê o organismo torna-se presa
da ação dos elementos noxais.
Para os que ainda não perceberam o que intrinsecamente é o miasma
é mais fácil defini-lo como sendo um "agente", algo empírico. Por isso
muitos autores chegam a associá-lo à angústia existencial, à perda da
qualidade divina do ser, ao haver o homem se tornado mortal. Em outras
palavras, ter miasma como sendo o próprio pecado original, como disse
GHATAK e endossados por eminentes homeopatas como o Prof. ALFONSO
MASI ELIZALDE' que diz: "Sua surpreendente analogia com a história do
Pecado original permite, sem muito sofrimento intelectual, aceitar que o
conteúdo do famoso inconscente coletivo não é outra coisa que a recor-
dação nebulosa desse drama ancestral da humanidade, vivido por cada
um de seus integrantes, de forma personalizada, isto é, cada um manifes-
tando algum determinado aspecto da alteração da Ordem". Esta é pelo
menos minha interpretação pessoal.'
Segundo tal hipótese, não haveria o contágio miasmático e sim a
angústia existencial, a angústia de viver na terra, do homem haver perdido
o paraíso.
Mas, se assim fosse o que HAHNEMANN quis então dizer no parágrafo
80: "... o elemento psórico, esse agente infeccioso ..." - Seria, então o
pecado original um elemento infeccioso?!
KENT e ALLEN, assim como GHATAK, excluem a erupção escabiosa, o
cancro, o bubão sifilítico, os condilomas como sendo causa miasmática e
atribuem como tal a atitude mental do indivíduo, reforçando assim a idéia
de que miasma seria na realidade uma condição inerente à natureza huma-
na, um desequilíbrio essencial, algo muito mais profundo e distante do que
· Queremos salientar que não somos materialistas, até mesmo porque 80% das nossas
atividades extraprofissionais são totalmente dedicadas à busca mística religiosa.
DOENÇAS CRÓNICAS • TEORIA MIAS MA TICA • 215
A = Oferta ao sistema
B = Dispêndio funcional
A=B+C
A=B+C+D+E
Cancerinismo
4° nível
Syphilm1smo 17 /
3" "'"' 1/
Sycosys
2° Nível
17 I'
1/
/-------'
1°
0~
Psora
1° Nível
~ ~ ~ ~ ~ A (Calor = Noxa)
FIGURA 1
222 • HOMEOPATIA- CONTRIBUIÇÃO AO ESTU - 'A TEORIA MIASMATICA
2o Nível = Sycosis
A = B + C + D (Sycosis compensada)
A > B + C + D (Sycosis descompensada)
3o Nível = Syphilinismo
A> B + C + D + E (Syphilinismo descompensado)
CAPÍTULO
CoNcLusões
Depois do estudo particularizado dos quadros miasmáticos, é
possível entender porque eles não podem ser considerados como terrenos
constitucionais, pois constituição equivale a manifestação genotípica, e
isto nem sempre ocorre nos miasmas.
É verdade que, em essência, um quadro miasmático é resultante,
muitas vezes, da incapacidade do organismo de libertar-se, de forma ideal,
dos agentes nocivos à vida. É verdade que algumas vezes essa incapacida-
de evidentemente reflete um estado constitucional.
Suponhamos que, por alguma condição genética, um organismo apre-
sente emunctórios imperfeitos e que isso o leve à condição psórica ou
mesmo o relegue a outros níveis miasmáticos mais acentuados. Só nesse
caso pode-se falar realmente em terreno.
Se a causa do estabelecimento de um quadro miasmático fossem apenas
lesões de natureza congênita num sistema de eliminação, seria aceita a idéia de
terreno, mas existem, como já vimos, inúmeras outras causas determinantes.
Fundamentalmente, relacionam-se essas causas a um dos ítens seguintes:
• Intensidade da noxa.
• Especificidade da noxa.
• Bloqueios dos dispositivos de eliminação.
INTENSIDADE DA NOXA
tada porque, por mais perfeito e equilibrado que seja o organismo, por
mais compatível que ele seja com a faixa da normalidade existencial
genotipicamente condicionada, inelutavelmente pode desenvolver um
quadro miasmático, se for exposto a uma noxa muito intensa. Dispensa-
remos a demonstração experimental porque diariamente chegam às mãos
dos clínicos casos que servem de comprovação para a hipótese que ela-
boramos em torno dos miasmas.
O agente mais inócuo que se possa imaginar é capaz de desencadear
um quadro miasmático, como a própria água, por exemplo, que não se
constitui, de forma alguma, num agente estranho ao organismo; pelo con-
trário, este é fundamentalmente água. Todo clínico já tratou de casos
provocados pela introdução de água em excesso no organismo através de
perfusões venosas errôneas, visando corrigir estados de desidratação.
Nesses casos, inicialmente aparecem diarréia, vômito, cefalgia (sinto-
mas psóricos) e depois, infiltração tissular, edema (estado hidrogenóide =
sicose) e um séquito de outros sintomas miasmáticos. Dispensaremos,
outra vez, comprovação da nossa hipótese em animais, por ser um fato
comum em clínica e já existirem experimentos clássicos, realizados com
outros objetivos, que se prestam admiravelmente para a comprovação do
que temos afirmado sobre os quadros miasmáticos. Referimo-nos, pois,
aos experimentos clássicos levados a cabo em laboratórios de fisiologia,
visando à demonstração do efeito do álcool sobre o organismo.
Em pequenas doses, o álcool é incorporado sem dificuldade à econo-
mia orgânica, não se manifestando sintomas em decorrência do seu apro-
veitamento orgânico. Aumentando-se, porém, a dose, começarão a surgir
sintomas de intoxicação alcoólica que, tanto na área psíquica como na
somática, assemelham-se aos observados em quadros miasmáticos. São
patentes os distúrbios provocados pelo álcool em vários setores do organis-
mo. Esses distúrbios, sem dúvida alguma, são idênticos aos determinados
pelos quadros miasmáticos.
Desse modo, também poderemos invocar, para comprovar tudo o que
afirmamos, as experiências realizadas em todos os departamentos de fisio-
logia, visando à identificação dos efeitos da intoxicação orgânica pelo
álcool e outras substâncias.
Na esfera psíquica, num quadro agudo de intoxicação alcoólica, vamos
ter: excitação e embotamento (psora), incremento da agressividade (sicose),
tendências agressivas destrutivas, delírios, alucinações, torpor e coma (sifili-
nismo) e distúrbios de conduta tipo desagregação psíquica (cancerinismo).
Na esfera somática, além de muitos outros sintomas, ocorrem náuse-
as, vômitos e manifestações toxêmicas, cefalalgias (psora), infiltrações
tissulares, edemas, hepatomegalia (sicose); lesões inflamatórias, necro-
ses e fibroses - especialmente hepáticas - cirroses e destruição do tecido
nervoso (sifilinismo ).
CONCLUSÕES • 227
ESPECIFICIDADE DA NOXA
BLOQUEIOS FÍSICO-QUÍMICOS
Nesse sentido, citamos antes o que acontece com indivíduos que mu-
dam de uma região para outra, de hábitos alimentares diferentes. Depois
de vários anos, se eles voltam a ingerir certos alimentos que antes eram
bem-aceitos, não mais são capazes, durante certo período, de digeri-los
perfeitamente. Mesmo ante o estímulo químico e a higidez do sistema
digestivo, o organismo não responde adequadamente.
Somente após estímulos sucessivos pode ocorrer a reativação de certos
mecanismos celulares, com a recuperação da função perdida. Uma função
depende dos estímulos diretos; da integridade do sistema intracelular; do
comando central, através de inúmeros mecanismos e de um quociente pró-·
prio da célula, a memória de função. Essa memória de função pode ser
ativada ou desativada mediante certos mecanismos bem-definidos.
Dessa forma, as funções inerentes à eliminação, nos diferentes níveis
miasmáticos, podem não entrar em operação ante estímulos adequados,
por motivo de "esquecimento" de função.
A maioria desses casos são susceptíveis de cura.
BLOQUEIOS CONGÊNITOS
BLOQUEIOS GESTAC/ONAIS
Existe um tipo de bloqueio muito mais sutil que todos os demais, mas
nem por isso pouco importante.
A memória funcional pode perpetuar-se de um indivíduo para outro.
Uma característica psicológica, como têm demonstrado estudos recentes
de psicologia, especialmente os levados a efeito pela Escola de Szondi,
que provam que certas características se perpetuam sem obedecer às leis
comuns da genética.
Hoje é tido como certo que a memória funcional de qualquer órgão se
perpetua através de gerações. Experiências desenvolvidas atualmente nos
institutos de psicologia vêm provar que certas funções, reflexos condicio-
232 ° HOMEOPATIA- CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TEORIA MIASMATilA
CONTÁGIO
HEREDITARIEDADE
TRATAMENTO
CITAÇÕES
A intestinal
distúrbios da, 97
Ácido úrico, 130 mental, 50, 89, 169
Acne, 131 psora, 89
ADN, 32, 37, 52 sicose, 121
Afecções cutâneas, 127, 131 sifilinismo, 142
Agentes, 26, 29, 62, 72, 94 respiratória, 96
Agressão do meio sensorial
exterior, I 09 sitilinismo, 142
interior, I 09 somática, 49, 177
Agressividade, 122, 143 cancerinismo, 165
Água, 94 psora, 92
Álcool, 49, 226 sicose, 125
Alergia, 43, I 00 sífilis, 151
Allen, T. F.59, 106, 181 ARN, 52, 53
Amnésia de função, 143 Associações miasmáticas, 175
Angústia existencial (psora), 90 Autodestruição, 143
Ansiedade, 90
Antimonium crud. 180
Aparelho B
cardiovascular, I 02
digestivo, 95 Backster, C 51
distúrbios do, 96 Bearzi, V. T. 88
respiratório, 130 Bernard, Henry 128
sicose, 130 Bidu dei Blanco, J. 32
tuberculinismo, 181 Biologia molecular, 37, 53
Apuntes sobre os miasmas, 66 Bloqueios
Área amnésia de função, 228
digestiva congênitos, 230
psora, 95 dissintonia, 229
244 ° HOMEOPATIA- CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TEORIA MIASMATICA
Diátese 65 Esta se
pro li fera ti va I I 9 circulatória 15 I
Digestão ver Aparelho digestivo sangüínea 136
Dinamismo vital 82 Ética 107
Diretriz inteligente 40 Excrescencias cutâneas 68
Diurese 49 Exérese
Doença 67, 82, 233 glândulas 135
agravação 94 proliferações benignas 135
profunda 67 Eyzayaga, F. X. 67
trimiasmática I 59
Dor 151
Doutrina miasmática 59 F
Dreno I 53, I 73, 234
Fadiga 103
Faixa Existecial 27
E Faixa Existencial Ideal 89, 108
Faixa Homeostática 27
Faixa Patológica Irreversível 27
Ego 50, 90, I 20
Faixa patológica Reversível 27
Egyhazie, A. 52
Febre 101
Eliminação Feto 230, 236
natural Folículos 41
exacerbação 93 Força Vital 27, 40, 43, 78, 85
noxas 179 Fundo (mi asmático) 67
mecanismos de I 80
bloqueios 17, 225, 227
sistemas de 239 G
Eliminações
catabólicas 164 Galvanômetros 52
orgânicas Gamaglobuli nas
contenção I 08 inoculação de 70, 133
mau odor 116 Gangrena 150
Elizalde, Masi 136 Gene 27, 36, 53, 232, 236
Emunctórios 48, 92, 125, 173 Genótipo 71
Enxerto ver Transplantes, Implante Ghatak, N. 71, 107
Epitélios 148 Glândulas
Equilíbrio exérese 135
emocional 90 Goldstein, S. 47
orgânico 26 Gonorréia 62, 68, 129, 135, 153, 232
vital 162, 168, 179 Graphites 180
Escada espiral da vida 37 Grosso, A. J. 63
Esquizofrenia 163 Guticrrez, C. A: 63
Estado
hidrogenóide 126
mi asmático H
mudança do 239
reações orgânicas do 239 Hahnemnn, Samuel 61, 112, 159, 181
mórbido 65 Hemofilia 73
246 1 HOMEOPATIA- CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TEORIA MIASMÃTICA
Maffei, W. E. 48
Idéias obsessivas 122 Matéria médica 66
Imaginação, A 143 Material plástico energético 79, 83, 162
Implante Mecanismo
fragmentos de placenta 133 humoral 29
Impulsos fóbicos 120 nervoso 29
Imunidade natural 26 Mecanismos
distúrbios 167 citofisiológicos 150
Imunologia 134, 151 de contenção 127
Inconsciente coletivo 54 de defesas 71, 160, 170, 240
Inoculação de interação 162
células placentárias 134 físico-químicos 38, 40
proteínas heterólogas 68, 133 imunológicos 235, 240
catgut 68, 134 miasmáticos 172
gamaglobulina 70, 133 psicológicos I 07
Inteligência 79, 84, 143 somáticos I 07
diretora 43, 87, 162 Medicamento 66, 180, 234, 237
Vital 27, 39, 53, 80, 119, 123, contenção
132, 151, 155, 228, 229, 236 função eliminatória 95
Interferências anômalas 27 homeopático
Intestinos 93 ver também Área intestinal tópico 112
substituição do 239
Medicina
alopática 70, 82
J
psicossomática 80
Jahr, G. H. G. 81, 87 Medo 66, 92, 121
vegetal, reação de 52
Jeanings, 52
Meio ambiente 90
Jung, K 54
desnaturalizado 160, 177
natural 178
INDICE • 247
Memória 50. 78, 143 Ortega, Processo S. 63, 65, 90, 128, 151
celular 52. 231 Osteomielite 149
vegetal 51 Ovulação 41
Mente ver Área mental
Mentira 121
Meristema 40 p
Miasmas 87, 240
Associações miasmáticas 175 Paciente
tuberculinismo 181 refratário 70
cancerinismo 159 sifilínico
psora 87 agravamento 153
sicose 119 Pacientes operados
sifilinismo 141 catgut 135
Miasmatização 134 Padrão genético 28, 79
Moléculas 32 Parapsicologia 29
Mongolismo 73 Parasitas ver Yerminoses
Moral 107 Pachero, Thomas Pablo 63, 65, 83, 90,
Mucosas 101, 128 128
Mundo Pasteur, Louis 62
desnaturalizado 108, 109 Pele 95
Mutação 38, 72, 232, 236 acne 131
afecções cutâneas 131
doentia 99
N parasitoses dérmicas 99
prurido cutâneo I 00
Nebel, A 65, 181 sicose 131
Neisseria gonorhoea 135 sifilinismo 152
Neoplasias malignas 159 Pensamento inarmônico I08, I 09
Noxas 27, 68, 81, 90, 92, I 06, 120, Periostites 149
125, 132, !51' 160, 179, 232, 236, 237, Personalidade 50
239, 240 desagregação da 165
eliminação das, 178 Perutz, Max 37
específicas 227, 234, 132, 167. Perversão de função
172, 225 si cose
inespecíticas 132, 172 área mental 123
intensidade das 178, 225. 227, 234 área somática 125
medicamentosas 170 sifilinismo 151
psicológicas 170, 177 Petroleum 180
Planáris 42
Planta genética ver Código genético
o Pleiomorfismo 71
Positivismo, O 36
Ondas eletromagnéticas 31 Pressão miasmática 182
Organicismo 166 Princípio
Organismo (Ser) 25 diretor 82
materno 231, 236 inteligente 29, 35, 38, 42, 43, 79,
Organon dei arte de curar 63, 77 81, 84
248 ' HOMEOPATIA- CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA TEORIA MIASMATICA
vital 77 s
Princípios naturais
infração 108 Saint-Simon (Claude-Henri, comte de) 36
Proliferações Sarcoptus scabiei 233
ganglionares Sarna, 62, 233
sicose 148 Schmidt, Pierre 65
sifilinismo 148 segredo 121
tissulares benignas 127 Sellye, Hans 169
Proteínas heterólogas 68, 133 Sequelas, sifilinismo 235
Pseudopsora 181 Ser (indivíduo animado) 35
Psicologia transpessoal 52 Sicose 119 ver também Sicotização
Psicose maníaco-depressiva 146 aparelho respiratório 130
Psora 87, 179, 181, 238 área mental 120
aparelho cardiovascular 102 área somática 125
área digestiva 95 causas 132
área intestinal 96 estados alucinatórios 125
área somática 92 mucosas 128
causas 104 pele 131
estado de intoxicação 94 perversão de função 123
febre I 01 primária 126, 127, 131
mucosas 101 secundária 126, 129, 130
pele 99 sinóvias 130
sistema nervoso I 03 sinus 131
tratamento li O terciária 128, 130, 135, 138
Puiggrós, E. 67, 72, 88, 163 Sicotização 68
Pulsão 49 enxerto
órgãos 134
tecidos vivos 134
Q exércsc
glândulas 135
Queimadura, fenômeno 30 proliferações tissulares 135
implante de fragmento de placenta 133
inoculação
R células placentárias 135
proteínas heterólogas 68, 133
Raciocínio 121, 142
catgut 134
Refratariedade orgânica 26, 70
toxina
Rejeição 134, 141, 151, 161, 169, 235
Neisseria gonorreae 135
Religião I 07
Sierra, Cesar Romero 32
Remédio ver medicamento
Sifilinismo
Repertórios 66
área mental 142
Resistência orgânica 70
causas 151
Retículo endoteliose crônica 128
Rins 49, 93, 95, 129 epitélios 148
Roux, Horácio L. 64 pele 149
perversão de função 151
sequelas 235
sistemas linfoganglionar 148
!NO/CE • 249
Verminoses 97 Wilkin, S. 37
Verrugas 131 Winterbeer, 52
Vida sedentária I 06
Vijnowsky, B. 63, 67
Viroses 70 z
Zincum 180
w Zissu, Roland 64
Watson, James 37
Weil, Pierre 52
GJrol <Kiitora gráfica
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