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FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

LICENCIATURA EM AGRONOMIA

DETERMINAÇÃODOS PERÍODOS DE INTERFERÊNCIA DAS INFESTANTES NO


RENDIMENTO DA CENOURA (Daucus Carota L.) NO POSTO ADMINISTRATIVO DA
MACHAVA

Autor: Feliciano Manuel Nhacuongue

Supervisor: Prof. Dr. Tomás Fernando Chiconela

UNA- FCA
Matola, Junho de 2020
Universidade Nachingwea

Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no rendimento da Cenoura


(Daucus carota L.) no Posto Administrativo da Machava

Trabalho de culminação do curso apresentado a


Universidade Nachingwea, Faculdade de Ciências
Agrárias como requisito para obtenção do grau de
Licenciatura em Agronomia.

Autor: Feliciano Manuel Nhacuongue

Supervisor: Prof. Dr. TomásFernando Chiconela

UNA - FCA
Matola, Dezembro de 2019
Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
DECLARAÇÃO DE HONRA

Declaro que este trabalho de fim do curso é resultado da minha investigação pessoal, que todas
fontes estão devidamente referenciadas, e que nunca foi apresentado para obtenção de qualquer
grau nesta Universidade, ou em qualquer outra instituição.

Assinatura

____________________________________________________
(Feliciano Manuel Nhacuongue)

Data: ____/____/_____

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA i


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava

DEDICATÓRIA

Dedico o presente trabalho:

Aos meus pais Manuel Francisco J. Nhacuongue e Isabel Zitene Nhaca;

Aos meus irmãos Valdemiro, Micas, Nádia e Judite; e

A família em geral.

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA ii


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
AGRADECIMENTOS

Primeiro a Jeová por ter me criando, dado a vida, pelos ensinamentos dado e sem ele nada disso
seria possível.

A minha família pelo apoio, especialmente aos meus pais pelo carinho, amor, força, por
acreditarem nas minhas capacidades e por pagar os meus estudos mesmo com as dificuldades
enfrentadas foi a prioridade do momento o meu muito obrigado.

Ao meu supervisor Prof. Doutor Tomás Fernando Chiconela, não só pela orientação concedida,
pela dedicação e paciência durante a elaboração deste trabalho.

Em seguida, endereço os meus especiais agradecimentos a família Ebrahim por ter me


disponibilizado espaço para realização da pesquisa, especialmente ao filho Engº. Shukran por ter
recebido e aceite a proposta.

Aos meus colegas do curso pelo apoio moral, pela solidariedade demonstrada durante o período de
formação, pelos momentos partilhados, especialmente a Tinalda, Esperança ao Miler e Virgílio
pelo contributo dado na realização do trabalho.

E a toda família Nhacuongue e Nhaca pelo apoio prestado, a todos aqueles cujos nomes não cabem
nesta página. O meu muito obrigado!

A Universidade Nachingwea pela formação profissional;

Obrigado.

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA iii


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
ÍNDICE GERAL

DECLARAÇÃO DE HONRA………………...…………………………………………………... i

DEDICATÓRIA……………………………...…………………………………………………… ii

AGRADECIMENTOS……………………………………………...……………………………. iii

ÍNDICE DE FIGURAS……………………………………...…………………………………... vii

ÍNDICE DE ANEXOS……………………………………...…………………………………… viii

LISTA DE ABREVIATURAS………………………...…………..……………………………... ix

RESUMO………………………………………….…………….…………………………………. x

ABSTRACT…………………………………………………...…………………………………... xi

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO……………………………...…………………………………… 1

1.1 Contextualização do tema ................................................................................................. 1

1.2 Problema de estudo e justificativa ..................................................................................... 2

1.3 Objectivos ........................................................................................................................ 3

1.3.1 Geral ......................................................................................................................... 3

1.3.2 Específicos ................................................................................................................ 3

1.4 Hipóteses .......................................................................................................................... 3

CAPÍTULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA……………….………………………………… 4

2.1 Considerações gerais sobre a cultura ................................................................................. 4

2.1.1 Origem da cenoura .................................................................................................... 4

2.1.2 Exigências edafó-climáticas da cenoura ..................................................................... 4

2.2 Interferência das infestantes nas plantas agrícolas ............................................................. 4

2.2.1 Mecanismos de interferência ..................................................................................... 5

2.2.2 Grau de Interferência ................................................................................................. 7

2.2.3 Períodos de interferência das infestantes nas culturas agrícolas .................................. 8

2.2.4 Interferência da comunidade infestante na cultura da cenoura .................................... 9

2.3 Levantamento das infestantes ......................................................................................... 10

CAPÍTULO III. METODOLOGIA………………………….…………………………………. 12

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA iv


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
3.1 Descrição da área experimental....................................................................................... 12

3.2 Material .......................................................................................................................... 13

3.3 Métodos ......................................................................................................................... 13

3.3.1 Delineamento experimental e tratamentos ................................................................ 13

3.4 Amanhos culturais .......................................................................................................... 15

3.5 Parâmetros avaliados e análise estatística dos dados ....................................................... 17

3.5.1 Avaliação da comunidade infestante ........................................................................ 17

3.5.2 Análise do rendimento e delimitação dos períodos de interferência .......................... 18

3.6 Modelo estatístico para DBCC em arranjo factorial ........................................................ 20

CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO…………………...………………………… 22

4.1 Estudo da comunidade infestante .................................................................................... 22

4.2 Análise do rendimento .................................................................................................... 25

4.3 Resumo da análise de variância ...................................................................................... 26

4.3.1 Análise da fonte de variação grupo tratamento ......................................................... 26

4.3.2 Análise da fonte de variação período de controlo e ou convivência .......................... 27

4.3.3 Análise da interacção entre os factores grupo tratamento e período .......................... 29

4.4 Períodos de interferência das plantas infestantes na cultura da cenoura ........................... 33

CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES……………………...……………… 36

5.1 Conclusão ....................................................................................................................... 36

5.2 Recomendações .............................................................................................................. 36

CAPÍTULO VI: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………………………. 37

ANEXOS .................................................................................................................................. 42

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA v


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Descrição dos tratamentos do ensaio ............................................................................ 14

Tabela 2: Tabela de ANOVA ....................................................................................................... 21

Tabela 3: Espécies registadas na área experimental, Machava Sede, 2019 .................................... 22

Tabela 4: Coeficiente de Variação para diâmetro médio da raiz (DMR), comprimento médio da
raiz (CMR), rendimento de raízes totais (RRT) e rendimento de raízes comercializáveis (RRC). .. 25

Tabela 5: Resultado de teste de especificações para diâmetro médio da raiz (DMR), comprimento
médio da raiz (CMR), rendimento de raízes totais (RRT) e rendimento de raízes comercializáveis
(RRC). .......................................................................................................................................... 26

Tabela 6: Resumo da análise de variância para diâmetro médio da raiz (DMR), comprimento
médio da raiz (CMR), rendimento de raízes totais (RRT) e rendimento de raízes comercializáveis
(RRC). .......................................................................................................................................... 26

Tabela 7: Comparação de médias para diâmetro médio da raiz (DMR), comprimento médio da raiz
(CMR), rendimento de raízes totais (RRT) e rendimento de raízes comercializáveis (RRC) em
função do grupo tratamento. ......................................................................................................... 27

Tabela 8: Comparação de médias para diâmetro médio da raiz (DMR) em função do período. ..... 28

Tabela 9: Comparação de médias para comprimento médio da raiz (CMR) em função do período.
..................................................................................................................................................... 29

Tabela 10: Comparação de médias para diâmetro médio da raiz (DMR) em função da interacção
entre os factores. ........................................................................................................................... 30

Tabela 11:Comparação de médias para comprimento médio da raiz (CMR) em função da


interacção entre os factores ........................................................................................................... 31

Tabela 12:Comparação de médias para rendimento de raízes totais (RRT) em função da interacção
entre os factores ............................................................................................................................ 32

Tabela 13: Comparação de médias para rendimento de raízes comercializáveis (RRC) em função
da interacção entre os factores....................................................................................................... 33

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA vi


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carota L.) no Posto Administrativo da Machava
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Localização da Machava Sede no mapa da Matola........................................................ 12

Figura 2: Layout do ensaio .......................................................................................................... 14

Figura 3: Representação ilustrativa da preparação do terreno: (A) lavoura, (B) nivelamento do


terreno e (C) levantamento de canteiros. ....................................................................................... 15

Figura 4:Representação ilustrativa da: (A) adubação, (B) sementeira e (C) emergência da cenoura
..................................................................................................................................................... 16

Figura 5: Representação ilustrativa da: (A) medição do comprimento médio da raiz e (B) pesagem
do rendimento. .............................................................................................................................. 19

Figura 6: Distribuição das espécies na área experimental em função dos períodos crescentes de
controlo e convivência, Machava Sede, 2019. ............................................................................... 24

Figura 7: Representação ilustrativa da comunidade infestante aos: 15 DAS (A), 30 DAS (B), 45
DAS (C), 60 DAS (D), 75 DAS (E) e 90 DAS (F)......................................................................... 25

Figura 8: Rendimento de raízes comercializáveis da cenoura em função dos períodos de


convivência e de controlo com as infestantes, com os respectivos períodos de interferência,
considerando-se uma perda aceitável de 5 % no rendimento, Machava Sede, 2019. ...................... 34

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA


vii
Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
ÍNDICE DE ANEXOS

Anexo I: Cronograma de actividades ............................................................................................ 43

Anexo II: Quantidade de água usada na irrigação ......................................................................... 43

Anexo III: Recomendações de adubação ...................................................................................... 44

Anexo IV: Planilha de colheita de dados experimentais para rendimento de raízes totais (RRT) de
comercializáveis (RRC). ............................................................................................................... 44

Anexo V: Planilha de colecta de dados referente ao diâmetro médio da raiz ................................. 44

Anexo VI: Planilha de colecta de dados referente a comprimento médio da raiz ........................... 45

Anexo VII: Tabela de parâmetros (Abundância, Frequência absoluta e Frequência relativa)


determinados para o grupo convivência ....................................................................................... 45

Anexo VIII: Tabela de parâmetros (Abundância, Frequência absoluta e Frequência relativa)


determinados para o grupo controlo. ............................................................................................. 46

Anexo IX: Escalas usadas para estimar abundância das espécies .................................................. 46

Anexo X: ANOVA para o diâmetro médio da raiz (DMR) ........................................................... 46

Anexo XI: ANOVA para o comprimento médio da raiz (CMR) ................................................... 47

Anexo XII: ANOVA para o rendimento de raízes totais (RRT). ................................................... 47

Anexo XIII: ANOVA para o rendimento de raízes totais (RRC). ................................................. 47

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA


viii
Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
LISTA DE ABREVIATURAS

ANOVA – Analise de variância

CMR – Comprimento médio da Raiz

CV (%) – Coeficiente de variação em percentagem

DAE – Dias após a emergência

DAS – Dias após a sementeira

DBCC – Delineamento de blocos completos casualizados

DMR – Diâmetro médio da Raiz

GL – Graus de Liberdade

INIA – Instituto Nacional de Investigação Agronómica

MAE - Ministério da administração estatal

MINAG – Ministério da Agricultura

PAI – Período anterior a interferência

PCPI – Período crítico de prevenção a interferência

PTPI – Período Total de prevenção a interferência

QM - Quadrado Médio

RRC - Rendimento de Raízes Comercializáveis

RRT – Rendimento de Raízes Totais

SM – Soma dos quadrados

UNA – Universidade Nachingwea

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA ix


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
RESUMO

Foi conduzido um ensaio na Matola, nas condições do Posto Administrativo da Machava com o
objectivo de estudar a interferência das infestantes sobre o rendimento da cenoura (Daucus carota
L.). O delineamento experimental foi de blocos completos casualizados em arranjo factorial 2 x 6
com três repetições, os 12 tratamentos testados resultarão de dois factores. (i) dois grupos de
crescimento inicial da cultura (controlo e convivência) e (ii) Seis (15, 30, 45, 60 e 91 DAS)
períodos do ciclo de desenvolvimento da cultura. Os dados referente a comunidade infestante foram
submetidos no Microsoft Excel para avaliar a distribuição e abundância das espécies e os dados de
rendimento, comprimento médio da raiz, diâmetro médio da raiz, rendimento de raízes totais e
raízes comercializáveis foram submetidos a análise de variância, com auxílio do software
estatístico Sisvar 4.3, e para a comparação de médias foi usado o teste de Tukey a 5 % de
probabilidade. Os resultados sobre a comunidade infestante mostram que a espécie Partenium
hysterophorus foi a mais importante tendo se destacado quanto a abundância e quanto a
distribuição, as espécies que se destacaram foram Cenchrus brownii, Commelina benghalensis,
Digitaria ciliaris, Eragrostis ciliaris e Parthenium hysterophorus. A análise do rendimento
demonstrou que o período anterior à interferência (PAI) foi de 18 DAS e o período total de
prevenção a interferência foi (PTPI) de 68 DAS. Portanto, o período crítico de prevenção à
interferência (PCPI) foi de 18 a 68 DAS. Comparando as testemunhas (91 DAS de convivência e
91 DAS de controle) observou-se uma redução de 92.46% e 100% respectivamente no rendimento
total e comercializável.

Palavras-chave: Períodos de interferência. Cenoura. Infestantes. Rendimento

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA x


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
ABSTRACT

The experiment was conducted at Matola under the conditions of Machava Administrative Post
with the objective of studying the interference of weeds on carrot (Daucus carota L.) yield. The
experimental design was a randomized complete block in factorial arrangement 2 x 6, with three
replications, the 12 treatments tested resulted from two factors. (i) two groups of initial crop growth
(control and coexistence) and (ii) Six (15, 30, 45, 60, 75 and 91 DAS) periods of crop cycle. The
weed community data were submitted in Microsoft Excel to evaluate the distribution and
abundance and the data of mean root length, mean root diameter, total root yield and commercial
roots were submitted to analysis of variance, with the aid of Sisvar 4.3 statistical software, and for
the comparison of means was used the Tukey test at 5% probability. The results of the weed
community show that the specie Partenium hysterophorus was the most important and the ones that
stood out for the abundance and the species that stood out for the distribution were Cenchrus
brownii, Commelina benghalensis, Digitaria ciliaris, Eragrostis ciliaris and Parthenium
hysterophorus. The performance analysis showed that the period before interference was 18 days
after sowing and the total period for preventing interference was 68 days after sowing. Therefore,
the critical period for preventing interference was 18 to 68 days after sowing. Comparing the
witnesses (91 days of coexistence and 91 days of control) there was a reduction of 92.46% and
100% respectively in total and commercial roots.

Keywords: Periods of interference. Carrot. Weeds. Yield

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA xi


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carota L.) no Posto Administrativo da Machava

1 CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização do tema

A cenoura (Daucus carota L.) é uma hortícola que pertence a família Apiaceae do grupo das
raízes tuberosas, produz uma raiz aromática e comestível (Isac, 2015). A cenoura tem um alto
conteúdo de β-caroteno, sendo uma importante fonte de vitamina A, estudos têm demonstrado o
aumento na demanda de β-caroteno pelos consumidores devido a sua actividade anti-cancerígena
(Silva, 2002). No entanto, a sua produção é afectada devido a interferência com as infestantes
(Castro et al., 2016).

A interferência que as infestantes causam nas culturas não se estende por todo seu ciclo de
desenvolvimento, pois existem períodos em que a convivência com a comunidade infestante
interfere significativamente no rendimento da cultura e outros períodos em que a convivência não
interfere no rendimento (Carvalho, 2007). Deste modo surge a importância de determinar os
períodos de interferência para facilitar a programação de uma óptima estratégia de maneio das
infestantes.

O maneio das infestantes deve ser baseado na utilização de medidas ou estratégias de controlo que
irão afectar o ciclo da comunidade infestante, proporcionando à cultura melhores condições ao
crescimento e desenvolvimento e, ao mesmo tempo desfavorecendo a germinação, emergência e
crescimento das infestantes (Pujol, 2016).

Para um maneio adequado das infestantes é imprescindível a realização de estudos que visam a
determinação dos (i) índices fitossociológicos que auxiliem na identificação das espécies mais
importantes para diferentes períodos de crescimento da cultura e de estudos para a análise dos (ii)
parâmetros que indiquem os períodos em que a interferência das infestantes na produtividade das
culturas é bastante expressiva. A análise simultânea dos resultados e a repetição deste estudo em
diferentes regiões de produção podem auxiliar na escolha das melhores épocas e estratégias de
maneio das infestantes para cada região de produção (Carvalho, 2007).

Os períodos de interferência foram definidos por Pitelli e Durigan (1984), que estabeleceram três
períodos: período anterior à interferência (PAI), período total de prevenção á interferência (PTPI) e
período crítico de prevenção á interferência (PCPI). De tal modo que o PCPI é a fase em que o
controlo da comunidade infestante é crítico, ou seja, as práticas de controlo da comunidade
infestante devem ser adoptadas, para evitar que a interferência se estale definitivamente, desta
forma evita-se que ocorra redução do rendimento da cultura a níveis económicos não aceitáveis e as

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 1


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carota L.) no Posto Administrativo da Machava
infestantes que se desenvolverem posteriormente não competem com a cultura. O conhecimento do
período crítico de interferência das infestantes também pode possibilitar estabelecer o número de
vezes a realizar as sachas ou planear a aplicação de herbicidas em pré e/ou pós-emergência,
consequentemente poderá reduzir a mobilização excessiva do solo e a poluição do ambiente (Pujol,
2016).

1.2 Problema de estudo e justificativa


A cenoura é uma das hortícolas de maior importância económica e nutricional no mundo
desempenhando um papel essencial na alimentação, principalmente no fornecimento da vitamina A
e na dieta alimentar (Isac, 2015). A produção de hortícolas é uma actividade agrícola bastante
rentável, devido ao alto valor que alcança no mercado, no entanto, o surgimento das plantas
infestantes pode interferir na quantidade e qualidade do produto comercializável (Batistão et al.,
2013).

As infestantes causam danos directos as culturas, reduzindo a produtividade pela competição por
factores de produção (água, luz, nutrientes e espaço) e pela libertação de substâncias alelopáticas
(Castro et al., 2016). De acordo com Coelho et al. (2009), a presença das infestantes em áreas de
cultivo agrícola é um dos pontos mais críticos do processo produtivo, se os métodos de maneio não
forem devidamente aplicados o rendimento da cultura pode reduzir em 94%. O grau de
interferência das infestantes nas culturas depende das características da cultura, comunidade
infestante, ambientais e da época e duração do período de convivência entre as infestantes e as
culturas, sendo que as variações destes factores resultam em alterações nos valores dos períodos
críticos, o que justifica a repetição deste estudo em diferentes locais de produção (Kozlowski,
1999).

O conhecimento dos períodos de interferência é a base para o desenho de uma boa estratégia de
maneio das infestantes. A falta de informação sobre os períodos de interferência das infestantes
com a cultura tem dificultado o maneio desta no campo, levando com que os agricultores apliquem
os métodos de controlo durante todo ciclo de desenvolvimento da cultura, usando de forma
intensiva os herbicidas e mobilizando excessivamente a estrutura do solo, com isso, condições são
criadas para a poluição e degradação dos solos, sobretudo no aumento do custo de produção.

Segundo o exposto acima essa investigação poderá possibilitar a identificação dos períodos de
interferência das infestantes na cultura da Cenoura (Daucus carota L.), por via destes facilitar o
trabalho do agricultor no maneio das infestantes no campo, reduzindo o número de vezes a aplicar

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 2


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os métodos de controlo, o que evita a erosão dos solos, poluição do ambiente e principalmente
poderá reduzir os custo de produção.

Perguntas de estudo:

(i) Será que o rendimento da cenoura é influenciado pela interferência das infestantes?
(ii) Quais são os períodos de interferência das infestantes na cultura da cenoura?

1.3 Objectivos

1.3.1 Geral

 Estudar a interferência das infestantes na cultura da Cenoura no posto Administrativo da


Machava.

1.3.2 Específicos

 Identificar as principais infestantes na cultura da cenoura;

 Avaliar a interferência das infestantes nos componentes do rendimento diâmetro médio do


caule e comprimento médio da raiz e no rendimento da raiz.

 Determinar os períodos de interferência na cultura da Cenoura.

1.4 Hipóteses
Ho: O rendimento da cenoura é independente da interferência das infestantes.

H1:O rendimento da cenoura não é independente da interferência das infestantes.

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2 CAPÍTULO II: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Considerações gerais sobre a cultura

2.1.1 Origem da cenoura

A cultura da cenoura é originária da Ásia Central, tem como centro básico de diversidade a
Cachemira e Punjab – Índia, tem mais dois centros secundários um no Mediterrâneo e o outro na
Ásia Menor (Silva, 2002). No século XIII apareceu de forma mais difundida na Europa e depois na
América (Isac, 2015).

2.1.2 Exigências edafó-climáticas da cenoura

Os solos mais recomendados para a produção da cenoura são caracterizados por serem soltos,
arejados, permeáveis, de textura média com teores adequados de nutrientes e matéria orgânica, com
pH em torno de 6 (Isac, 2015).

A Cenoura é uma cultura tipicamente de zonas temperadas, o clima mais favorável para o
desenvolvimento da cenoura é temperado marítimo (Filgueira, 2003). Temperaturas na faixa de 10
a 15ºC são favoráveis para o comprimento das raízes e o desenvolvimento de coloração
característica, sendo que temperaturas superiores a 21ºC estimulam a formação de raízes curtas e de
coloração deficiente, existem variedades que formam raízes de boa qualidade sob temperaturas de
18 a 25ºC, temperaturas acima de 30ºC proporcionam curto ciclo vegetativo afectando o
desenvolvimento das raízes e a produtividade, ao passo que temperaturas baixas associadas a dias
longos induzem o florescimento precoce (Sousa et al., 1999).

A germinação das sementes ocorre sob temperaturas de 8 a 35ºC, sendo que a velocidade e a
uniformidade de germinação variam com a temperatura dentro destes limites, a faixa ideal para
uma germinação rápida e uniforme é de 20 a 30ºC, dando-se a emergência de 7 a 10 dias após a
sementeira (DAS). A alta humidade relativa do ar associada a temperaturas elevadas favorece o
desenvolvimento de doenças nas folhas durante a fase vegetativa da cultura (Sousa et al., 1999).

2.2 Interferência das infestantes nas plantas agrícolas


Infestantes são plantas que crescem espontaneamente em áreas agrícolas ou de interesse do homem
comportando-se como indesejadas. São espécies que apresentam comportamento de plantas
pioneiras ou ruderais, ocupando áreas em que por qualquer motivo a cobertura natural foi extinta e
o solo ficou total ou parcialmente exposto (Lorenzi, 2008). Com o desenvolvimento da população
humana, surgiu a necessidade de expansão geográfica das áreas agrícolas, as espécies pioneiras
também evoluíram e por consequência disso novas espécies apareceram tornando-se mais densas,

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 4


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diversificadas e especializadas na ocupação dos ecossistemas agrários, passando a ter cada vez mais
interferência nas actividades agrícolas (Pujou, 2016). O termo interferência refere-se ao conjunto de
acções que uma determinada cultura ou actividade de homem recebe, resultante da presença de
plantas infestantes num determinado ambiente (Pitelli, 1985).

A interferência geralmente é quantificada pela redução da produção em função do crescimento da


planta, como consequência da competição pelos factores do ambiente e da libertação de substâncias
alelopáticas ou indirectamente pelo facto das infestantes actuarem como hospedeiros de pragas,
doenças e nemátodos, além de dificultarem nos amanhos culturais. No conjunto de componentes
que fazem parte da interferência a competição e a alelopatia são os factores com maior importância
por ocorrerem com maior frequência, entretanto, devido a dificuldade de isolar os seus efeitos tem-
se procurado quantificar os efeitos do conjunto interferência (Kozlowski, 1999).

A diferença fundamental entre a alelopatia e a competição está no facto de o primeiro introduzir


elementos no meio ambiente e o segundo retirar. Em condições naturais é difícil distinguir os dois
elementos de interferência pelo facto de ocorrerem ao mesmo tempo confundindo-se a
sintomatologia provocada por ambos (Almeida, 1991).

Segundo Pujol (2016) citando Wilson (1988) relata que a competição é o principal componente de
interferência, pois a composição botânica de qualquer vegetação é determinada principalmente pelo
resultado da competição, por reduzir o crescimento, a massa vegetal e o rendimento das culturas.

Em áreas de produção de hortícolas, a interferência que as infestantes impõem nas culturas torna-se
um grande problema, pois essas áreas passam por explorações intensivas do solo acompanhadas
pela alta mobilização do mesmo, altas taxas de adubação e irrigações frequentes. Devido a esses
factores, essas áreas são propensas ao desenvolvimento de populações de infestantes ruderais. Pujol
(2016), referencia que pesquisadores relatam altas perdas na produção de hortícolas que decorrem
através da interferência das infestantes com as culturas, as mesmas foram avaliadas em 70% na
beterraba, 94% na cenoura, 94,5% na cebola, 95% no quiabo e 96 % na beringela sem tutoramento
e desbrote.

2.2.1 Mecanismos de interferência


A alelopatia constitui um dos elementos da interferência, que é o efeito prejudicial de uma
determinada espécie vegetal em relação a outra espécie vegetal, através da libertação de substâncias
químicas no meio ambiente que possam interferir no crescimento e ou desenvolvimento desta
espécie (Pujol, 2016). As substâncias químicas podem ser produzidas em qualquer parte da planta,

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 5


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carota L.) no Posto Administrativo da Machava
sendo que a sua libertação no ambiente pode ocorrer por volatilização, lixiviação e exsudação pelas
raízes inclusive nos restos vegetais durante o processo de decomposição da palha (Almeida, 1988).

Nos mecanismos de interferência a competição é o mais estudado, e é definida como a absorção


conjunta entre duas ou mais plantas de recursos essenciais ao seu crescimento e desenvolvimento
que podem ser limitados no sistema de produção. Pode-se afirmar que duas plantas estão
competindo entre si quando uma ou ambas apresentam redução no seu crescimento ou
modificações no desenvolvimento comparativamente com plantas crescendo isoladamente. A
competição ocorre quando a absorção dos recursos do meio pelos agentes competidores supera a
capacidade do meio em fornecer ou quando um dos agentes interfere na absorção por parte do outro
(Kozlowski, 1999).

A competição é um componente complexo em que o seu resultado pode ser influenciado pelos
recursos ambientais (luz, CO2, água, nutrientes e O2) ou pelas condições ambientais (temperatura,
pH e compactação do solo), mas a competição entre culturas e infestantes ocorre pelos recursos do
ambiente pois as condições ambientais não são directamente consumidas (Radosevich, 1984).
Os recursos possíveis de serem envolvidos na competição entre a comunidade infestante e as
plantas agrícolas são água, luz, nutrientes e espaço. Quando duas ou mais plantas se desenvolvem
ao mesmo tempo no mesmo espaço a competição por esses recursos está sempre presente.

(i) Competição por água


A competição por água vária em função da cultura, das espécies de infestantes presentes na
comunidade infestante e das características do meio ambiente, a eficiência no uso de água vária por
espécie, ou seja, a unidade de água usada para produzir uma unidade de matéria seca (Velini,
1997). O tipo de metabolismo da planta influência na competição por água, plantas que apresentam
a rota fotossintética C4 são mais eficientes e necessitam de menos água em relação as C3. As
plantas C4 quando o défice de água prolonga-se elas tem a capacidade de reduzir o seu
crescimento, em função disso, plantas com alta eficiência no uso da água apresentam maior
competitividade que aquelas com baixa eficiência (Pitelli, 1985).

(ii) Competição por luz


Em quase todos os sistemas de produção ocorre a competição por luz excepto em produções em
que as plantas são jovens e com um óptimo espaçamento, nos sistemas de produção em que água e
os nutrientes estão disponíveis normalmente a luz é o factor que limita a produção da cultura por
causa da sua natureza, pois a água e os nutrientes têm reservatório na planta ao passo que não existe
um reservatório para a luz. Sobre vegetações herbáceas observa-se uma extrema redução na

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 6


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
interceptação da radiação variando de 1 a 4%, essa redução induz a limitação da produção
individual das plantas (Radosevich, 1984).

Quando duas ou mais plantas crescem próximas, as mais altas criam sombreamento sobre as mais
baixas sendo mais efectivas na interceptação da radiação ganhando vantagem logo na fase inicial
do seu crescimento em posicionar as suas folhas de modo que a interceptação da radiação seja
máxima em relação às outras plantas. A competição por luz ocorre devido ao posicionamento das
folhas em relação a interceptação da radiação solar, dai que surge a necessidade de controlar as
infestantes antes que o sombreamento destas seja efectivo, pois o controlo tardio causa redução na
produtividade, além disso a qualidade da produção também é afectada (Anderson, 1988).

(iii) Competição por nutrientes


Espécies vegetais crescendo próximas umas das outras podem competir por nutrientes, os
nutrientes constituem um dos factores de maior competição entre as plantas cultivadas e infestantes.
Em unidades de produção em que as plantas cultivadas e infestantes crescem em associação, os
níveis de nutrientes diminuem quando comparado com o crescimento individual. A competição por
nutrientes é de grande importância pelo facto de que muita das vezes os nutrientes são limitados no
solo essa competição depende a maioria das vezes pela capacidade de extracção de nutriente que
varia por espécie, pelo acúmulo de matéria seca e nutrientes pelas infestantes (Pitelli, 1985).

(iv) Competição por espaço


O espaço não é nada mais que a disponibilidade conjunta de recursos do ambiente que a planta
precisa para o seu crescimento e desenvolvimento, assim como as suas interacções. Os resultados
da competição são determinados pela conquista de espaço e a capacidade diferencial das plantas na
extracção dos recursos do ambiente (Kozlowski, 1999).

A compressão e quantificação da competição por espaço é um aspecto complexo, entretanto


admite-se que ocorre quando a planta é forçada a ocupar uma arquitectura que não lhe é
característica, mudando o posicionamento dos seus órgãos porque o espaço que deveria ocupar foi
ocupado pelas infestantes. Quando as infestantes crescem próximo das plantas cultivadas ocupam
no dossel espaço horizontal e vertical, o espaço ocupado denomina-se área de influência e assim
que a área aumenta as infestantes tornam-se mais competitivas (Velini, 1997).

2.2.2 Grau de Interferência


Kozlowski (1999) cintando Pitelle (1985) diz que o grau de interferência é definido como a redução
percentual da produção económica da cultura, causada pela interferência da comunidade infestante

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 7


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
e é medida em relação a produção da planta cultivada. O grau de interferência depende das
características da cultura (variedade ou espécie, espaçamento e densidade de plantas); das
características da comunidade infestante (composição específica, densidade e distribuição); das
características do ambiente (condições edáficas, climáticas e de maneio da produção agrícola); e da
época e duração do período de convivência entre a comunidade infestante e a cultura.

As variações destes factores resultam em alterações nos valores dos períodos críticos sobre a
convivência ou o controlo das infestantes, o que justifica a repetição deste tipo de pesquisa em
diferentes locais de produção, considerando os aspectos da cultura, solo, clima, topografia,
espaçamento utilizado, banco de sementes das infestantes no solo, época de sementeira (Pitelli &
Durigan, 1984). De todos os factores que influenciam o grau de interferência o mais importante é o
período em que as plantas cultivadas e a comunidade infestante disputam através dos recursos do
ambiente (Kozlowski, 1999).

2.2.3 Períodos de interferência das infestantes nas culturas agrícolas


Os períodos de interferência nas culturas agrícolas, tem como objectivo identificar os períodos em
que a cultura pode ou não sofrer perda de produtividade causado pela convivência com as plantas
infestantes. A combinação de dois estudos estabelece os períodos: o primeiro avalia o efeito da
competição das plantas infestantes e a cultura a partir da sementeira/emergência até os períodos de
tempo definido, depois de cada período as plantas infestantes são removidas mantendo a cultura
livre destas até o fim do ciclo; e o segundo, estuda o efeito da competição das plantas infestantes e
a cultura, quando esta é mantida livre de infestantes a partir da sementeira/emergência até os
períodos definidos, após estes períodos a cultura é mantida em convivência com as plantas
infestantes até o fim do seu ciclo (Zimdahl, 2004).

Os três períodos de interferência foram definidos por Pitelli & Durigan (1984): I- período anterior a
interferência (PAI), II- período total de prevenção a interferência (PTPI) e III- período crítico de
prevenção a interferência (PCPI) (Silva et al., 2013). São usadas curvas de regressão para
demonstrar os períodos de interferência, essas curvas relacionam o rendimento da cultura em
função dos períodos de controlo ou convivência das plantas infestantes. São necessários no mínimo
4 pontos para construção das curvas, mas 6 a 7 pontos são considerados ideais, sendo que variáveis
como a densidade e a identificação das infestantes são importantes na condução desse estudo
(Pojol, 2016).

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 8


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
Segundo Carvalho (2007) citando Pitelli & Durigan (1984), as culturas agrícolas podem conviver
com as infestantes a partir da sementeira ou emergência sem que ocorra perda de produtividade,
esse período foi definido como PAI, em que a extracção de recursos essências pela cultura ou
infestante ainda é menor, não supera a capacidade do meio em fornecer, o fim desse período
reflecte o momento em que a disponibilidade de nutrientes é menor em relação a sua extracção pela
cultura e infestantes. O PTPI é aquele a partir da sementeira ou emergência, em que a cultura deve
ser mantida livre de infestantes para que a produtividade e qualidade da produção não sejam
afectadas negativamente e a cultura expresse o seu potencial produtivo. Para que a produtividade
não seja afectada negativamente as sachas ou o poder residual dos herbicidas deve abranger este
período, as infestantes que emergem depois deste período não crescerão o suficiente para poder
interferir na produtividade da cultura. PCPI, este situa-se entre o PAI e o PTPI e é aquele em que as
medidas de controlo devem ser devidamente aplicadas, para não acarretar perdas significativas no
rendimento da cultura. Na prática o PCPI pode ser definido como o número de semanas em que a
cultura deve ser mantida na ausência de infestantes para evitar perdas não superiores a 5%, a
aplicação deste período garante o controlo das infestantes antes que a interferência permaneça
definitivamente.

2.2.4 Interferência da comunidade infestante na cultura da cenoura


A cenoura (Daucus carota L.) é uma hortícola de grande importância económica e nutricional, mas
a sua produtividade pode ser limitada pela sua convivência com plantas infestantes de acordo com
o grau de interferência. A cultura da cenoura é sensível as condições do meio ambiente,
apresentando menor capacidade competitiva com as infestantes devido a fragilidade encontrada nos
talos (Santos, 2015)

Estudos dirigidos por Coelho et al. (2005), com objectivo de “Avaliar a influência de diferentes
períodos de convivência com as plantas daninhas sobre a produção da cultura da cenoura cv.
Brasília, em cultivo orgânico, no sistema de plantio em fileiras duplas”.As infestantes mais
frequentes encontradas foram; Oxalis latifolia, Lepidium virginicum, Cyperus rotundus, Ageratum
conyzoides e Digitaria nuda.
Os autores observaram que a produtividade foi afectada negativamente a partir dos 48 dias após a
sementeira (período anterior à interferência - PAI), e que foi necessário o controlo das infestantes
até 62 dias após a sementeira, para que a cultura atingisse 90% da produtividade máxima (período
total de prevenção à interferência - PTPI), manifestando assim o seu potencial produtivo, bem
como a qualidade de raízes. Após este período mesmo convivendo com a comunidade infestante

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 9


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
que surgir terá condições de manifestar o seu potencial produtivo, tanto em produtividade assim
como em qualidade de raízes.

Estudos dirigidos por Coelho et al. (2009), com o objectivo de “Avaliar o efeito de períodos de
convivência das plantas daninhas na produtividade da cenoura cultivar “Brasília” e na comunidade
de plantas daninhas”. Tiveram como principais infestantes Ageratum conyzoides, Digitaria nuda,
Eleusine indica e Lepidium virginicum. Observaram que a presença da comunidade infestante
durante todo o ciclo da cultura pode acarretar perdas de até 94% no rendimento, evidenciando alta
susceptibilidade da cenoura na interferência com as infestantes. Os autores referenciam que não
houve período crítico de prevenção à interferência, um único controlo das infestantes, entre 22 e 31
dias após a sementeira, foi suficiente para garantir a produção potencial da cultura.
Estudos conduzidos por Batistão et al. (2013), com o objectivo de “Avaliar o período de
interferência da comunidade infestante sobre o desenvolvimento da cenoura”, As infestantes
observadas foram: Commelina benghalensis, Digitaria horizontalis, Eleusine indica, Cyperus
rotundus, Panicum maximum e Rottboelia exaltata. Os autores observaram que a espécie com
maior importância foi Panicum maximum, destacando-se pela densidade. Os autores referenciam
que a redução das variáveis peso, diâmetro e comprimento da raiz do período de 0 para 15 e 30 dias
após a emergência (DAE), provavelmente ocorreu devido à competição por nutrientes, espaço e
água, dificultando o desenvolvimento radicular da cultura. Através das curvas de regressão
observaram que o período anterior a interferência das infestantes na cultura da cenoura ocorre no
início do ciclo até aproximadamente 30 dias após a sementeira (DAS) e nos tratamentos em que a
convivência com as plantas daninhas foi igual ou superior a 45 dias após a sementeira (DAS),
houve perda total de produção comercial.

2.3 Levantamento das infestantes


Para o levantamento das espécies de plantas são usados estudos fitossociológicos, com o objectivo
de entender a estruturação das comunidades vegetais. A fitossociologia é também usada nos
ecossistemas agrários para caracterizar a comunidade infestante, sendo assim, útil na sistematização
de dados, bem como na interpretação de resultados, diagnósticos de problemas e tomada de
decisões sobre o controlo das infestantes (Pujol, 2016).
Uma identificação correcta das espécies apresenta uma relativa importância para estudos
fitossociológicos e agronómicos, dado que, poderá permitir o uso de estratégias específicas de
maneio para cada espécie presente na área (Pitelli, 2000). A dinâmica da comunidade infestante
pode ser entendida por meio da determinação de vários índices dentre os quais destacam-se
frequência, frequência relativa, abundância, abundância relativa (Pujol, 2016).

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 10


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
i. Abundância
A abundância refere-se ao número de indivíduos de uma determinada espécie por unidade de área,
e permite analisar qual ou quais espécies apresentam maior participação em determinada área
geográfica da comunidade, ou seja, dá ideia da participação, em termos numéricos, de uma
população na comunidade (Carvalho, 2007).

A abundância absoluta refere-se ao número de indivíduos de uma determinada espécie por unidade
de área e a relativa refere-se a percentagem de cada espécie em relação ao número total de
indivíduos observados (Pagule, 2014).

ii. Frequência
Expressa a ocorrência da espécie nas parcelas de amostragem e pode ser expressa em termos de
dados absolutos ou relativos, ou seja, permite avaliar qual ou quais espécies ocorrem com maior
frequência na comunidade.
Pagule (2014) citando Lamprecht (1990), diz que a frequência absoluta refere-se ao número de
parcelas de amostragem em que uma dada espécie ocorreu em ralação ao total de amostragens e a
relativa expressa a percentagem de ocorrência de uma espécie em relação à soma das frequências
de todas as espécies que constituem a comunidade. Os valores altos de frequência (61%-100%)
indicam uma composição florista homogénea e os valores baixos (1%-40%) indicam alta
heterogeneidade.

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 11


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura
Cenoura (Daucus
(
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
3 CAPÍTULO III. METODOLOGIA

3.1 Descrição da área experimental

Localização geográfica

O experimento foi conduzido ao Céu aberto no período de Julho a Novembro de 2019, na Machava
Sede, Posto Administrativo da Machava na Matola. Matola é a actual capital provincial de Maputo,
situa-se
se na parte sul da Baía de Maputo sob o corredor de Maputo, tem como limites: a norte o
distrito de Moamba, a sul o distrito de Boane e Cidade de Maputo, a este Marracuene
arracuene e Cidade de
Maputo e a oeste o distrito de Baone (INE, 2013).

Fonte: MISAU, (2016)

Machava
Sede

Figura 1: Localização da Machava Sede no mapa da Matola

Clima
De acordo com os dados da Climate
Climate-data.org o clima predominante na Matola é conhecido como
um clima de estepe local, e segundo a classificação de Koppen e Geiger o clima é BSh, com uma
temperatura média de 22.9ºC, pluviosidade média anual de 731 mm.
Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
Solo
Os solos da Matola são arenosos amarelados caracterizados por areias castanhas amareladas, com
mais de180 cm de profundidade apresentam boa drenagem a excessiva, o pH-H2O é forte a
moderadamente ácido variando de 4-6, o teor de matéria orgânica é baixa a moderada variando de
0- 3 %, quanto a salinidade são não salinos (CEe=0-1 mS/cm) e quanto a sodicidade são não
sódicos com Percentagem de sódio Trocável (PST) variando de 0-2 % (INIA, 1994).

3.2 Material
Fita métrica, rolo de corda, estacas, botas, enxada, ancinho, balança, adubo NPK (12:24:12), Ureia
(46), Cloreto de potássio (60), regadores (13L), sementes, etiquetas, pesticida, seringa, pulverizador
de dorso (10L), régua graduada de 30 cm, bloco de anotações, caneta, máquina calculadora,
paquímetro, planilha de recolha de dados.

3.3 Métodos
3.3.1 Delineamento experimental e tratamentos
O experimento foi conduzido no Delineamento de Blocos Completos Casualizados (DBCC) em
arranjo factorial 2 x 6 (o primeiro factor foi constituído por dois níveis que são grupo de
tratamentos com controlo das infestantes e grupo de tratamento em convivência das infestantes com
a cultura e o segundo factor foi constituído seis níveis que são os seis períodos do ciclo da cultura),
com três repetições perfazendo no total 36 parcelas experimentais.

No primeiro grupo (i) caracterizado por períodos crescentes de controlo, a cultura da cenoura
permaneceu livre de infestantes a partir da sementeira até 15, 30, 45, 60, 75, 91 dias após a
sementeira (DAS), após estes períodos as infestantes cresceram livremente até o final do ciclo da
cultura. No segundo grupo (ii) caracterizado por períodos crescentes de convivência, a cultura
cresceu na presença da comunidade infestante a partir da sementeira até os mesmos períodos
descritos no primeiro grupo de tratamentos, após estes períodos as infestantes foram controladas.

A casualização dos tratamentos foi feita com auxílio do programa Sisvar versão 4.3.O ensaio teve
80.75 m2 de área total, sendo 9.5 m de comprimento e 8.5 m de largura, cada parcela teve 1 m2 de
área total com 40 plantas, eliminando-se 0.25m e 0.1m das extremidades como bordaduras, a área
útil foi constituída por duas linhas centrais com 16 plantas o equivalente a 0.4m2 (0.5*0.8) e o
esquema do ensaio é apresentado na Figura 2.

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 13


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava

T10 T5 T8 T12 T1 T3

BI
T9 T6 T7 T4 T11 T2

T7 T12 T9 T8 T5 T10

BII
T4 T2 T11 T3 T6 T1

T10 T9 T5 T1 T11 T8

BIII
T6 T3 T2 T12 T7 T4

Área total das parcelas: 36 m2


* * * * * * * * * * Área por parcela: 1 m2
Distância entre linhas: 25 cm
* * * * * * * * * * Distância entre plantas: 10 cm
Area útil: 0.4 m2
* * * * * * * * * * * Plantas descartadas
* Plantas úteis
* * * * * * * * * * T: Tratamento

Figura 2: Layout do ensaio

Tabela 1: Descrição dos tratamentos do ensaio

Tratamentos Grupo 1: Período de controlo


1 Controlo até 15 dias após a sementeira
2 Controlo até 30 dias após a sementeira
3 Controlo até 45 dias após a sementeira
4 Controlo até 60 dias após a sementeira
5 Controlo até 75 dias após a sementeira
6 Controlo até 91 dias após a sementeira
Grupo 2: Período de convivência
7 Conviver até 15 dias após a sementeira
8 Conviver até 30 dias após a sementeira
9 Conviver até 45 dias após a sementeira
10 Conviver até 60 dias após a sementeira
11 Conviver até 75 dias após a sementeira
12 Conviver até 91 dias após a sementeira
Períodos de controlo: Controlar as infestantes até os períodos definidos, depois desses períodos as
infestantes crescem livremente; Período de convivência: a cultura convive com as infestantes até os
períodos definidos, depois desses períodos as infestantes são controladas.

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 14


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura
Cenoura (Daucus
(
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
3.4 Amanhos culturais
O experimento foi instalado numa área que tinha como cultura anterior Feijão-verde
Feijão verde (Phaseolus
(
vulgaris L.).
). Foi conduzido com a variedade Kuroda-Local,
Kuroda que é uma
ma das variedades mais usada
em Moçambique
ue e é cultivada na época quente, pertence ao grupo Kuroda, as
a plantas desta
variedade apresentam folhas vigorosa, com até 50 cm de altura, as raízes são cónicas de coloração
vermelha-alaranjada
alaranjada e apresentam a película bastante delicada, o comprimento das raízes varia
entre 15 e 20 cm, esta variedade apresenta toler
tolerância
ância a temperaturas mais elevadas e as folhas são
resistentes quando a sementeira é feita nas regiões quentes. Seu ciclo vegetativo é de
aproximadamente 100 dias (Sousa et al., 1999).

O experimento foi conduzido a partir de 31 de Julho de 2019 a 09 de Novembro de 2019, com o


objectivo de estudar a interferência das infestantes na cultura da cenoura, conforme o cronograma
das actividades apresentado no Anexo
nexo I.

a) Preparação do terreno
A preparação do terreno para montagem do ensaio inicio
iniciou no dia 31 de Julho de 2019 até dia 05 de
Agosto de 2019, foi feito manualmente com recurso a enxada, onde consistiu na realização de duas
lavouras a segunda cruzada, após a lavoura foi feito o nivelamento
nive do terreno com auxílio a
ancinho e enxada. Em seguida
ida fez-se
fez se a demarcação do terreno e o levantamento de canteiros
(parcelas) com 1m2 e cerca de 20 cm de altura para facilitar o desenvolvimento radicular da
cenoura.

A B C
Figura 3: Representação ilustrativa da preparação do terreno: (A) lavoura, (B) nivelamento do terreno e (C)
levantamento de canteiros.

b) Adubação de fundo
A adubação de fundo foi realizada no dia 06 de Agosto de 2019 a base de NPK na formulação
12:24:12
24:12 segundo as recomendações do MINAG nas Normas Técnicas Elementares Agrícolas
se ao solo 416 kg ha-1 de NPK. O modo de aplicação foi a lanço
(Anexo III), onde incorporou-se
Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura
Cenoura (Daucus
(
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
tendo-se
se usado enxada para incorporar o adubo e efectuou-se
efectuou se rega durante 3 dias antes da
sementeira para dissolver o adubo.

c) Adubação de cobertura
A adubação de cobertura foi feita em duas fases aos 35 e 60 DAS, usando Ureia (46) na quantidade
de 55 kg ha-1 e Cloreto de Potássio (60) na quantidade de 41 kg ha-1. A adubação foi feita a lanço
nas parcelas, e em seguida efectuou-se
efectuou se a rega para dissolver o adubo de modo a ser absorvido pela
planta.

d) Sementeira
A sementeira foi efectuada no dia 10 de Agosto de 2019 directamente nas parcelas visto que a
cenoura dispensa a sementeira no viveiro. Antes preparou-se
se uma certa quantidade de solo sem
detritos para cobrir a semente logo após a sua distribuição, com vista a facilitar a sua emergência
visto que é muito pequena. Fez se abertura de sulcos com cerca de 1 cm de profundidade que
distavam 25 cm formando
ndo 4 linhas por parcela, após a distribuição das sementes,, os sulcos foram
cobertos com o solo preparado anteriormente.

A B C
Representação ilustrativa da: (A) adubação, (B) sementeira e (C) emergência da cenoura
Figura 4:Representação

e) Desbaste
O desbaste foi efectuado manualmente aos 30 DAS deixando-se
deixando se uma distância de 10 cm entre
plantas, retirou-se
se as plantas menos vigorosas deixando-se
deixando se as mais vigorosas com objectivo de
reduzir a densidade de plantas, proporcionar um óptimo espaçamento para evitar
evitar a competição
pelos recursos de produção e obter raízes de maior tamanho e boa qualidade.

f) Amontoa
A amontoa foi efectuada aos 30 e 60 DAS com recurso a sacholas e consistiu em
amontoar o solo no colo das plantas com objectivo de evitar a sua exposição
exposição ao sol, que pode
causar o colo verde na Cenoura. Nas parcelas mantidas em convivência entre infestantes e a cultura
Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
levou-se solo de fora da parcela para evitar cortar as infestantes e a amontoa foi feita com cuidado
de modo a evitar a cobertura das infestantes.

g) Controlo de infestantes
O controlo da comunidade infestante foi feita a partir de 15 DAS da cenoura, para o controlo
adoptou-se o maneio integrado onde combinou-se o controlo manual (sacha e monda) e a cobertura
morta, para evitar a introdução das infestantes através da palha usou-se palha de Imperata
cylindrica. A palha foi previamente pesada para garantir que a quantidade seja a mesma em todas
as parcelas, onde usou-se 900g de palha m-2, a mesma foi colocada segundo a metodologia traçada,
antes da cobertura fez-se controlo manual para evitar a resistências das infestantes.

h) Controlo de pragas e doenças


O controlo de pragas e doenças foi feito usando o método químico com aplicação preventiva. As
pulverizações foram efectuadas com o pulverizador de bico no intervalo de 30 dias até a colheita a
primeira aplicação foi feita no dia 25 de Agosto de 2019. As pulverizações consistiram na mistura
de Hitcel 44% EC (Insecticida) na dosagem de 150 a 200ml/ha diluídos em 400 a 600 L de água e
COPPER COUNT-N 316 SL (Fungicida) na dosagem de 500ml/100 L de água.

i) Irrigação da cultura
A cultura da cenoura é exigente em água, para determinação da quantidade de água de rega,
depende da temperatura, variedade, tipo de solo em questão, época de produção, entre outros
factores. A irrigação foi feita manualmente com uso de regadores, da sementeira até o desbaste a
rega foi frequente e leve controlando-se a humidade no solo, após o desbaste aumentou-se a lâmina
de água e o intervalo de rega. A quantidade de água usada encontra-se no Anexo II.

j) Colheita
A colheita de raízes da cenoura foi feita no dia 09 de Novembro, 91 DAS, quando as plantas
apresentavam as características que definem o ponto de colheita da cenoura como: amarelecimento
das folhas, seca das folhas mais velhas e arqueamento das folhas mais novas para baixo (Matos et
al., 2011). A colheita foi feita manualmente e a colecta dos dados obedeceu as planilhas em Anexo
IV, V e VI.

3.5 Parâmetros avaliados e análise estatística dos dados


3.5.1 Avaliação da comunidade infestante
As avaliações da comunidade infestante foram feitas no intervalo de 15 dias tendo iniciado aos 15
DAS. As amostragens foram feitas na área útil (0.4m2) nos tratamentos em convivência com auxílio

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 17


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
de um quadro de ferro. Nos tratamentos com períodos iniciais de convivência entre a cultura e a
comunidade infestante as avaliações foram feitas no final de cada período (15, 30, 45, 60, 75 e91).
Nos tratamentos com períodos iniciais de controlo as avaliações foram feitas no final do último
período logo após a colheita.
Em cada área de amostragem as infestantes foram identificadas no campo, as não identificadas no
campo foram colhidas para posterior identificação. As identificações e a separação das espécies por
família foram feitas com auxílio de literatura (Moreira & Braganca, 2011), Herbário da
Universidade Eduardo Mondlane, Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal e aplicativo de
identificação de plantas através da foto (PlantNet versão 3.02 - 148).
Os dados colectados no campo foram introduzidos no software Microsoft Excel, depois de sua
formatação calculou-se frequência absoluta, frequência relativa (como índices indicativos da
distribuição das infestantes) e densidade, onde foram avaliados conforme os conceitos descritos por
Sousa (2014) & Concenço et al. (2013), alicerçados no trabalho de (Mueller-Dombois; Ellenberg
1974).
ni
Ab. absi =
A

Ab.absi = Abundância absoluta da i-ésima espécie;


ni = número de indivíduos da i-ésima espécie na amostragem; e
A = Área total amostrada.
Nº de parcelas de ocorrência
Fr. absi =
Nº total de parcelas

Fr. abs
Fr(%)i = x 100%
∑ Fr. abs

Onde:
Fr.absi = frequência absoluta da i-ésima espécie;
Fr%i = frequência relativa da i-ésima espécie;
ΣFr.absi = Soma das frequências absolutas de todas as espécies amostradas;
S = número de espécies.
3.5.2 Análise do rendimento e delimitação dos períodos de interferência

Análise do rendimento

(i) Diâmetro médio da raiz (DMR), fez-se colecta aleatória de 8 cenouras em cada parcela,
medindo-se as raízes próximas à inserção das folhas com auxílio a paquímetro.

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 18


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
(ii) Comprimento médio da raiz (CMR), fez-se colecta aleatória de 8 raízes de cada parcela,
cada uma delas foi medida com uma régua graduada de 30 cm do ápice (na inserção da
coroa foliar) até a base.

(iii) Rendimento de raízes totais (RRT), foi medida logo após a colheita da cenoura na área
útil, a pesagem foi feita com auxílio de uma balança electrónica.

(iv) Rendimento de raízes comercializáveis (RRC), a pesagem foi feita com auxílio de uma
balança electrónica, foi medida logo após a separação das raízes comercializáveis usado os
padrões exigidos nas raízes comercializáveis, segundo Isac (2015) são raízes
comercializáveis aquelas que não apresentarem raízes deformadas, florescidas, quebradas,
rachadas ramificadas, com galhas, com ombros verdes ou roxos.

A extrapolação do rendimento para 1 ha foi feita mediante a seguinte fórmula:

∗ ∗
Rendimento/ha = =
Á ú .

As quatro variáveis de rendimento em estudo foram submetidas a análise de variância, com auxílio
do software Sisvar 4.3. As variáveis que apresentaram diferenças significativas foram submetidas
ao teste de comparação de médias de Tukey a 5% de probabilidade. O Stata 13 foi usado para testar
a consistência dos dados usando os testes de especificações (Normalidade e Heteroskedasticidade),
para normalidade usou se teste de Shapiro-Wilk e Heteroskedasticidade usou-se o teste de Breusch-
Pagan, os dados foram transformados com a fórmula log (x), onde X é a variável resposta.

A B

Figura 5: Representação ilustrativa da: (A) medição do comprimento médio da raiz e (B) pesagem do
rendimento.
Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
(v) Delimitar os períodos de interferência
Para a determinação dos períodos de interferência das infestantes, os dados de rendimento
comercializável, em ambos os grupos de tratamentos, foram ajustados a um modelo de
regressão não linear proposto por Kozlowski (2002), por meio do programa Sigmaplot
(versão 13.0), usando a equação logística descrita abaixo:
a
Y = yo +
1+
Onde:
Y = rendimento de raízes da cenoura (ton ha-1);
yo = rendimento mínimo, no início do ensaio para o grupo controlo e no final do ensaio para
o grupo convivência;
a = diferença entre o rendimento máximo e o mínimo;
x = dias após a sementeira da cenoura;
xo = número de dias em que ocorreu 50% de redução no rendimento máximo; e
b = declive da curva.

Em função das equações de regressão, estimou-se o período anterior à interferência (PAI), o


período total de prevenção à interferência (PTPI) e o período crítico de prevenção à interferência
(PCPI), admitindo 5% de perdas de rendimento para as parcelas que permaneceram todo ciclo na
ausência de infestantes. O PAI foi determinado com base nos períodos de convivência e o PTPI foi
determinado com base nos períodos de controlo, a diferença entre os dois períodos compôs o PCPI.

3.6 Modelo estatístico para DBCC em arranjo factorial

Yijk = μ + βi + θj+ τk+ (θτ)jk+εijk, εijkN(0,σ²);


i = 1, 2 e3
j = 1 e 2 (A) Onde:
k = 1, 2, 3, 4, 5 e 6 (B)
Yijk- Rendimento observado no bloco i que recebeu o nível j do factor grupo tratamento (A) e do
nível k do factor período de controlo/ convivência (B).
μ - Média geral.
βi- efeito bloco.
θj- efeito do nível j do factor grupo tatamento (A).
τk- efeito do nível k do factor período de controlo/convivência (B)

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 20


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
(θτ)ik- interacção entre o nível j do factor grupo tratamento (A) e o nível k do factor período de
controlo/convivência (B).
εijk - Erro experimental, (segue uma distribuição normal com a média de zero e uma variância
constante).

Tabela 2: Tabela de ANOVA


Fonte de variação GL SQ QM F
Bloco r-1 SQbloco QMbloco QMbloco/QME
Grupo tratamento a-1 SQMod QMMod QMmod/QME
Período b-1 SQPeri QMPeri QMPeri/QME
(1)
G.T . x Período (a-1)(b-1) SQ (ModxPeri) QM(ModxPeri) QM(ModxPeri)/QME
Erro ab(r-1) SQE QMerro
Total rab-1 SQT
(1)
G.T.: Grupo tratamento

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 21


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
4 CAPÍTULO IV: RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Estudo da comunidade infestante

(a) Estudo da composição específica das infestantes


Conforme mostra a Tabela 3a comunidade infestante presente na área experimental foi composta
por 24 espécies inseridas em 14 famílias botânicas, a família que apresentou maior frequência
relativa foi Asteraceae seguida da Poaceae, Amaranthaceae e Cyperaceae com 20.83%, 16.67%,
16.67% e 8.33% respectivamente, e por fim as restantes com 4.17% por família.

Tabela 3: Espécies registadas na área experimental, Machava Sede, 2019


FR. (%) FR. (%)
Família Espécie Classe
Família Classe
Commelinaceae Commelina benghalensis L. 4.17
Bulbostylis capillaris L.
Cyperaceae 8.33
Cyperus rotundus
Cenchrus brownii Monocotiledónea 21.43
Digitaria ciliaris
Poaceae 16.67
Eragrostis ciliaris L.
Panicum maximum
Amaranthus spinosus L.
Psilotrichum boivinianum
Amaranthaceae 16.67
Chenopodium album L.
Gomphrena celosioides
Bidens pilosa L.
Conyza bonariensis L.
Asteraceae Parthenium hysterophorus L. 20.83
Senecio madagascariensis
Sonchus oleraceus L. Dicotiledónea 78.57
Cleomaceae Cleome gynandra L. 4.17
Malvaceae Triumfetta rhomboidea 4.17
Nyctaginaceae Boerhavia diffusa L. 4.17
Papaveraceae Argemone mexicana L. 4.17
Pedaliaceae Sesamum alatum 4.17
Portulacaceae Portulaca oleracea L. 4.17
Polygonaceae Polygonum aviculare L. 4.17
Zygophyllaceae Tribulus terrestris 4.17
14 24 100 2 100

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 22


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
As infestantes dicotiledóneas foram as que apresentaram maior composição específica, sendo
representadas por 10 famílias (Asteraceae, Amaranthaceae, Cleomaceae, Malvaceae, Nyctaginaceae,
Papaveraceae, Pedaliaceae, Portulacaceae, Polygonaceae, Zygophyllaceae) com 17 espécies
representando 78.57% e as monocotiledóneas por 3 famílias (Cyperaceae, Commelinaceae e
Poaceae) com 7 espécies representando 21.43%.
A maior composição específica das infestantes dicotiledóneas também foi verificada por Zanatta et
al. (2006), quando realizaram revisão bibliográfica sobre a interferência de infestantes em áreas de
produção de hortícolas. Resultados semelhantes ainda foram encontrados por Carvalho (2007) e
Pujol (2016) em pesquisas realizadas com a cultura de beterraba e pimento.
As espécies amostradas neste estudo podem ser consideradas como ruderais de acordo com os
princípios de Grime (1979), pois apresentam rápida germinação, ciclo de desenvolvimento curto,
rápida produção de material propagativo e elevada partição de recursos nas estruturas de
reprodução (Figura 7). Normalmente essas espécies ocorrem em áreas de produção de hortícolas
(Pujol, 2016).

(b) Distribuição das espécies


Nos períodos crescentes de convivência foram registadas 24 espécies (Anexo VII), das quais o
Parthenium hysterophorus apresentou-se como a mais frequente e nos períodos crescentes de
controlo foram registadas 16 espécies (Anexo VIII), das quais as mais frequentes foram Cenchrus
brownii, Commelina benghalensis, Boerhavia diffusa, Digitaria ciliaris, Eragrostis ciliaris e
Parthenium hysterophorus (Figura 6). O menor número de espécies é registado no período
controlo, pois com o controlo da comunidade infestante há redução do banco de sementes no solo,
o que leva a redução de espécies, ao passo que nos períodos de convivência a cultura convive com
as infestantes até os períodos definidos e os métodos de controlo são aplicados no fim de cada
período.

Segundo a classificação de Lamprecht (1990), de uma forma generalizada, a frequência relativa das
espécies registada no experimento variou de 0.93 a 8.33% no grupo convivência e 1.52 a 22.73%
no grupo controlo, o que mostrou alta heterogeneidade das espécies nas condições experimentais.

Estudos conduzidos por Souza (2014), estudando os períodos de interferência e controlo químico
das infestantes na cebola, teve como espécies mais frequentes Raphanus raphanistrum e Digitaria
horizontalis, na comunidade infestante os valores de frequência relativa variaram de 0.1 a 79%,
com uma composição especifica que variava de heterogéneo a homogéneo sendo a espécie
Digitaria horizontalis à que apresentou maior frequência relativa.

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 23


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava

25.00

Frequência (%)
20.00
15.00
10.00
5.00
0.00

Commelina…

Parthenium…

Psilotrichum…
Senecio…
Controlo

Boerhavia diffusa L.
Bulbostylis capillaris L.

Chenopodium album L.
Cleome gynandra L.

Eragrostis ciliaris L.
Cyperus esculentus

Panicum maximum

Sesamum alatum
Gomphrena celosioides

Triumfetta rhomboidea
Bidens pilosa L.

Portulaca oleracea L.

Sonchus oleraceus L.
Cenchrus brownii

Conyza bonariensis L.
Argemone mexicana L.

Polygonum aviculare L.
Amaranthus spinosus L.

Digitaria ciliaris

Tribulus terrestris
Convivência

Espécie

Figura 6: Distribuição das espécies na área experimental em função dos períodos crescentes de controlo e
convivência, Machava Sede, 2019.

(c) Abundância
A espécie Parthenium hysterophorus foi a mais importante que todas as outras espécies tendo se
destacado em abundância, sendo classificada em muito abundante nos períodos de convivência e
em pouco abundante nos períodos de controlo de acordo com os dados de abundância em Anexo
VII e VIII e a classificação de Braun-Blanquet 1979 em Anexo IX. Essa espécie foi a que
apresentou a maior abundância em todos os períodos, permitindo a sua dominância na comunidade.

Coelho et al. (2009), estudando a interferência das infestantes na cenoura teve resultados diferentes,
tendo encontrado como espécie mais importante a Ageratum conyzoides, destacando-se pela
abundância e Eleusine indica foi a segunda espécie mais importante, destacando-se pela
abundância, da mesma maneira que Digitaria nuda, a terceira espécie mais importante.

Pujol (2016), relata que geralmente nos períodos de convivência entre a comunidade infestante e as
culturas, ocorre alta densidade de infestação quando comparado com os períodos finais, pois devido
ao aumento da densidade populacional e do desenvolvimento das espécies infestantes,
principalmente aquelas que germinaram e emergiram e desenvolvem-se rapidamente no início do
ciclo da cultura, chega um ponto em que a extracção de recursos do meio é maior que a capacidade
do meio em fornece-los, a competição pelos recursos intensifica-se, principalmente por luz. Nesse
aspecto, as infestantes com maior cobertura vegetal, tornam-se dominantes e aquelas com menor
cobertura vegetal são suprimidas ou morrem. Esse facto explica a redução da abundância das
infestantes no final do ciclo da cultura.

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 24


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura
Cenoura (Daucus
(
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
As plantas presentes na área experimental caracterizaram-se
se por apresentarem diferentes tamanhos
e estágios de desenvolvimento, devido aos vários fluxos de emergência que se sucederam durante o
ciclo da cultura. Esse fato revela um problema comum na experimentação com plantas infestantes,
que é a desuniformidade em relação as plantas encontradas, como também uma certa
desuniformidade na distribuição da infestação (Marques, 2012).

A B C

D E F
Figura 7: Representação ilustrativa da comunidade infestante aos: 15 DAS (A), 30 DAS (B), 45 DAS (C),
60 DAS (D), 75 DAS (E) e 90 DAS (F).

4.2 Análise do rendimento


A precisão do ensaio foi avaliada com base no coeficiente de variação (CV%) (Tabela 44), onde foi
classificada em baixo, médio e alto pois, conforme sugerido por Gomes (1990), os coeficientes de
variação para experimentos de campo com culturas agrícolas são classificados em baixos quando
inferiores a 10%, médios entre 10 e 20%, altos entre 20 e 30% e muito altos se superiores a 30%.
Quanto menor for o CV maior é a precisão (Mohallem et al., 2008).

Tabela 4: Coeficiente de Variação para diâmetro médio da raiz (DMR), comprimento médio da raiz (CMR),
rendimento de raízes totais (RRT) e rendimento de raízes comercializáveis (RRC).

Variáveis DMR CMR RRT RRC

C.V. (%) 14.56 9.13 7.40 20.24


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
Para todas variáveis do ensaio, com base no teste de Shapiro Wilk a 5 % de probabilidade constatou
se que os dados seguem uma distribuição normal (Tabela 5) e com base no teste de Breusch-Pagan
a 5% de significância constatou-se que os dados não são Heteroskedasticos (Tabela 5).

Tabela 5: Resultado de teste de especificações para diâmetro médio da raiz (DMR), comprimento médio da
raiz (CMR), rendimento de raízes totais (RRT) e rendimento de raízes comercializáveis (RRC).

Testes de Especificações DMR CMR RRT RRC


Normalidade (Shapiro-Wilk) 0.96ns 0.53ns 0.79ns 0.96ns
Heteroskedasticidade (Breusch-Pagan) 0.31ns 0.43ns 0.79ns 0.0.97ns
ns não significativo a 5%.

4.3 Resumo da análise de variância


Na Tabela 6 é apresentado o resumo da análise de variância para as variáveis em estudo. Com base
no teste de F a um nível de significância de 5%, não há evidências suficientes que mostram que o
efeito bloco não reduz o erro experimental para todas as variáveis. Quanto ao efeito grupo
tratamento, apresentou diferença significativa para todas as variáveis, o efeito período somente foi
significativo para o diâmetro médio da raiz DMR e comprimento médio da raiz CMR e quanto ao
efeito interacção entre os factores verificou-se diferenças significativas para todas as variáveis em
estudo.

Tabela 6: Resumo da análise de variância para diâmetro médio da raiz (DMR), comprimento médio da raiz
(CMR), rendimento de raízes totais (RRT) e rendimento de raízes comercializáveis (RRC).

FV GL DMR CMR RRT RRC


Bloco 2 0.82ns 0.22ns 0.66ns 0.97ns
Grupo tratamento 1 0.01* 0.00* 0.00* 0.00*
Período 5 0.00* 0.00* 0.09ns 0.71ns
G.T. x Período 5 0.04* 0.00* 0.00* 0.00*
C.V. (%) 14.56 9.13 7.40 20.24
*Significativo a 5% e ns não significativo a 5%; FV: fonte de variação; G.T.: grupo tratamento; GL: grau de
liberdade.

4.3.1 Análise da fonte de variação grupo tratamento


Conforme apresentado na Tabela 7, a análise individual do grupo tratamento em função a todas
variáveis estudadas mostrou que as plantas que conviveram com a comunidade infestante (grupo
convivência) apresentaram menores média, ao passo que as plantas que permaneceram na ausência
das infestantes (grupo controlo) apresentaram maiores médias.

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 26


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
Nichelati (2015), estudando a interferência das infestantes na cultura da Canola verificou que o
grupo controlo apresentou maior diâmetro médio da raiz em relação ao grupo convivência. O que é
esperado, pois as plantas mantidas sob controlo da comunidade infestante não sofrem com efeitos
de competição e alelopatia, já as plantas mantidas em convivência com as infestantes sofrem mais
com efeito desses problemas, e por consequência disso não conseguem expressar o seu potencial
produtivo (Nichelati, 2015).

Comparando o rendimento médio dos dois grupos de tratamentos em relação as variáveis em estudo
verificou-se uma redução no grupo convivência de 11.71% para diâmetro médio da raiz (DMR),
14.41% para comprimento médio da raiz (CMR), 37.31% para rendimento de raízes totais (RRT) e
38.79% para rendimento de raízes comercializáveis (RRC). Facto semelhante foi observado por
Carvalho (2007) na beterraba onde verificou que o valor médio da produtividade total de raízes nos
períodos de convivência foi 34,73% menor que naqueles de controlo e Coelho et al. (2005) na
cenoura.

Tabela 7: Comparação de médias para diâmetro médio da raiz (DMR), comprimento médio da raiz (CMR),
rendimento de raízes totais (RRT) e rendimento de raízes comercializáveis (RRC) em função do grupo
tratamento.

Grupo tratamento DMR (cm) CMR (cm) RRT (ton ha-1) RRC (ton ha-1)
Controlo 2.05a 12.63a 10.72a 6.42a

Convivência 1.81b 10.81b 6.72b 3.93b


Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.

4.3.2 Análise da fonte de variação período de controlo e ou convivência

(a) Diâmetro médio da raiz


Em relação a Tabela 8, pode se notar que os períodos de 60, 75 e 91 DAS foram os que
apresentaram menor diâmetro médio da raiz diferindo estatisticamente dos períodos restantes, o que
é esperado pois, a interferência foi imposta no período em que a raiz de armazenamento estava
crescendo em diâmetro, conforme a descrição do Marouelli (2007) o crescimento da raiz da
cenoura em diâmetro inicia aproximadamente aos 40 dias após a sementeira e estende-se até a
colheita.

Entretanto, pode-se inferir que o diâmetro médio da raiz é uma característica que não apresentou
forte relação com o rendimento da cultura, apesar de ter sido reduzida pela interferência das
infestantes, conforme verificado por Coelho et al. (2009).

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 27


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
Resultados diferentes foram encontrados por Nichelati (2015), na cultura da Canola, onde observou
que a análise individual do período em relação ao diâmetro do caule não apresentou efeito
significativo.
Tabela 8: Comparação de médias para diâmetro médio da raiz (DMR) em função do período.
DAS (1) Médias do DMR (cm)
15 2.00a
30 2.11a
45 2.19a
60 1.80b
75 1.71b
91 1.79b
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância; (1)DAS:
Dias após a sementeira

(b) Comprimento médio da raiz


Conforme mostra a Tabela 9, a analise individual do período de convivência ou controlo em relação
ao comprimento médio da raiz não apresentou diferenças significativas, tendo o período de 15 dias
após a sementeira apresentado tendência de ser o melhor. Apesar de não ter apresentado diferenças
estatística, a suposta explicação da redução do comprimento médio da raiz nos períodos
subsequentes pode ser pela duração do período de convivência pois, quanto maior for a duração do
período de convivência maior é a competição entre a comunidade infestante e a cultura
consequentemente o rendimento reduz.

Resultados diferentes foram encontrados por Pereira & Yamashita (2006), estudando a
Interferência de plântulas de Cyperus ferax (L.) no desenvolvimento inicial de plantas de Lactuca
sativa (L.), onde observaram diferenças estatísticas no comprimento das raízes da Lactuca sativa
em função dos períodos estudados, sendo que o maior comprimento das raízes foi encontrado no
tratamento sem rizomas de Cyperus ferax e o menor comprimento das raízes nos tratamentos com
maior número de rizomas de Cyperus ferax.

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 28


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
Tabela 9: Comparação de médias para comprimento médio da raiz (CMR) em função do período.
DAS (1) Médias do CMR (cm)
15 12.85a
30 11.92ab
45 12.16 ab
60 12.21ab
75 10.40b
91 10.75b
(1)
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância; DAS:
Dias após a sementeira

4.3.3 Análise da interacção entre os factores grupo tratamento e período

(a) Diâmetro médio da raiz

Conforme ilustra a Tabela 10, a análise do diâmetro médio da raiz em função da interacção mostrou
que, tanto nos períodos de controlo assim como nos períodos de convivência não foram observadas
diferenças estatísticas. Comparando a testemunha que permaneceu todo ciclo em controlo da
comunidade infestante e aquela que permaneceu todo ciclo em convivência com a comunidade
infestante observou-se uma redução de 34.18% no diâmetro médio das raízes.

A melhor interacção observou-se nos períodos 45 e 60 DAS pois, foi onde os períodos de controlo
e os períodos de convivência não apresentaram diferenças estatísticas. O que significa que obteve-
se o mesmo diâmetro médio da raiz ao controlar as infestantes até 60 DAS e ao deixar a cultura a
conviver com as infestantes até 60 DAS.

Coelho et al. (2009) verificaram que o diâmetro médio da raiz foi reduzido após 77 dias de
convivência, enquanto somente o tratamento de 28 DAS de controlo diferiu estatisticamente da
testemunha mantida todo ciclo na ausência das infestantes.

Duarte et al. (2012) analisando o diâmetro médio do colmo na cultura do milho, verificaram que a
testemunha que permaneceu todo ciclo em convivência apresentou o menor diâmetro, reflectindo
em uma redução de 14% quando comparada a testemunha com controlo. Estudos realizados por
Silva et al. (2014) com a cultura do sorgo, mostraram que a convivência das infestantes com a
cultura afectou negativamente o diâmetro do colmo de plantas de sorgo. Sendo que a falta de
controlo da comunidade infestante durante todo o ciclo da cultura foi responsável pela redução de
aproximadamente 25% no diâmetro de colmo.

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 29


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
Guerra et al. (2016), estudando a interferência das infestantes na beterraba verificaram que em
relação ao diâmetro médio da raiz houve um decréscimo linear nos períodos de convivência, ao
passo que o controlo até 4 DAE foi suficiente para não ocorrer redução significativamente o
diâmetro da raiz.
Tabela 10: Comparação de médias para diâmetro médio da raiz (DMR) em função da interacção entre os
factores.

DMR (cm)
DAS (1)
Período de Controlo Período de Convivência
15 1.45cB 2.55aA
30 1.86bcB 2.35abA
45 2.27abA 2.11abA
60 1.97abcA 1.64bcA
75 2.14abcA 1.27cB
91 2.64aA 0.95cB
Médias seguidas pela mesma letra (maiúsculas na linha e minúsculas na coluna) não diferem entre si pelo
teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade; (1)DAS: Dias após a sementeira

(b) Comprimento médio da raiz


Conforme ilustra a Tabela 11 a análise do comprimento médio da raiz em função da interacção
mostrou que, os períodos de controlo não apresentarão diferenças significativas entre si, isto é, o
comprimento médio da raiz não foi influenciado negativamente nos períodos de controlo. Nos
períodos de convivência não houve diferenças estatísticas entre si. Pode se notar que a testemunha
91 dias de controlo teve maior comprimento que a testemunha 91 dias de convivência, reflectindo
numa redução de 38.99% no comprimento médio da raízes.

Quanto ao efeito interacção, a melhor interacção foi observado nos períodos 30 e 45 DAS pois,
nesses períodos não observou-se diferenças estatísticas entre os períodos de controlo e os períodos
de convivência. Entretanto obteve-se mesmo comprimento médio da raiz ao controlar as infestantes
ate 30 e 45 DAS e ao deixar a cultura a conviver com as infestantes ate 30 e 45 DAS.

Coelho et al. (2009) obtiveram resultados diferentes na cenoura, onde observaram que o
comprimento médio da raiz da cenoura foi reduzido após 56 dias de convivência, enquanto com o
controlo das infestantes durante 14 DAS obtiveram resultados semelhantes a testemunha mantida
na ausência das infestantes durante todo ciclo da cultura. Os autores observaram que as perdas entre
a testemunha 98 dias de controlo e 98 de convivência com as infestantes foram de 48,78%.

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 30


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
Lang (2018) avaliando o período anterior a interferência das plantas daninhas na Cultura da
cenoura com e sem mulch de palha de aveia preta, observou que as testemunhas em controlo das
infestantes obtiveram os maiores valores de comprimento de raízes e os menores valores foram
obtidos nas parcelas sem palha e em convivência com as infestantes até o período de colheita (110
DAE). Nas parcelas com mulch a testemunha controlo apresentou 17,69 cm e foi reduzindo
linearmente até 6,01 cm na testemunha convivência, reflectindo numa redução de 66,02% no
comprimento da raiz. Nas parcelas sem mulch a testemunha controlo apresentou 17,62 cm e foi
reduzindo linearmente até 3,26 cm na testemunha convivência, reflectindo em redução de 81,50%.

Tabela 11:Comparação de médias para comprimento médio da raiz (CMR) em função da interacção entre os
factores

CMR (cm)
DAS (1)
Períodos de Controlo Períodos de Convivência

15 11.40aB 14.31aA

30 11.84aA 11.68 abA

45 12.17aA 12.48abA

60 13.84aA 10.58bcB

75 13.16aA 7.64dB

91 13.36aA 8.15cdB
Médias seguidas pela mesma letra (maiúsculas na linha e minúsculas na coluna) não diferem entre si pelo
teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade; (1)DAS: Dias após a sementeira

(c) Rendimento de raízes totais


Conforme ilustra a Tabela 12, a análise do rendimento de raízes totais em função da interacção
mostrou que, para os períodos de controlo a partir de 60 DAS observou-se melhor rendimento da
cenoura comparando com a testemunha (91 DAS), diferindo estatisticamente com os períodos 15 a
45 DAS. Os períodos de convivência tiveram melhor resultado aos 15 DAS diferindo
estatisticamente dos períodos de 30 a 91 DAS. Pode se notar que a testemunha 91 dias de controlo
teve maior rendimento que a testemunha 91 dias de convivência, reflectindo numa redução de
92.46% no rendimento de raízes totais.

Quanto a interacção não obteve-se a melhor interacção mas, nos períodos de controlo obteve-se
melhores médias a partir de 60 DAS e para os períodos de convivência verificou-se somente até 15
DAS, o que demonstra que o controlo a partir de 15 DAS até 60 DAS proporciona melhores
rendimentos.

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 31


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
Coelho et al. (2009) na cenoura teve resultados diferentes, onde observou que, comparando as duas
testemunhas houve redução de 88,7% no rendimento total da cultura. A cultura da cenoura é muito
sensível às condições ambientais, apresentando fraca capacidade competitiva com as plantas
infestantes, possivelmente, devido à fragilidade de seus talos, como afirmou Durigan (1992).

Duarte et al. (2012) analisando o rendimento do milho em função da competição com as


infestantes, observaram que a presença de infestantes durante todo ciclo quando comparado com as
plantas que permaneceram na ausência de infestação reduziu o rendimento da cultura em 22%.

Tabela 12:Comparação de médias para rendimento de raízes totais (RRT) em função da interacção entre os
factores

RRT (ton ha-1)


(1)
DAS
Período de Controlo Período de Convivência
15 2.43dB 13.39aA
30 4.20cB 10.36bA
45 9.28bA 8.04cB
60 14.32aA 4.02dB
75 14.71aA 2.37eB
91 15.39aA 1.16eB
Médias seguidas pela mesma letra (maiúsculas na linha e minúsculas na coluna) não diferem entre si pelo
teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade; (1)DAS: Dias após a sementeira

(d) Rendimento de raízes comercializáveis

Conforme ilustra a Tabela 13, a análise do rendimento de raízes comercializáveis em função da


interacção mostrou que, os períodos de controlo apresentaram maiores rendimentos de raízes
comercializáveis a partir de 60 DAS que não diferiram estatisticamente com o da testemunha
controlo (91 DAS), apresentando diferenças estatísticas com os períodos 15, 30 e 45 DAS de
controlo. Os períodos de convivência apresentaram maior rendimento somente no período de 15
DAS, sendo diferente estatisticamente com o restante dos períodos. Comparando as testemunhas
verificou-se perdas de 100% para as plantas mantidas todo ciclo com infestação em relação a
aquelas mantidas sem interferência.

Facto semelhante foi observado por Coelho et al. (2009), onde relataram redução no rendimento de
quase 100% das raízes quando não foram utilizadas práticas adequadas de maneio das infestantes

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 32


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
conforme verificado por Durigan (1992), ao passo que Blanco & Oliveira (1971) não obtiveram
produção comercial em situação semelhante.
Isso demonstra que a interferência imposta pelas plantas infestantes durante os períodos de
convivência afectou significativamente a produção de raízes comercializáveis, isto é, a perda de
produção de raízes em função da presença das infestantes foi mais intensa do que o ganho em
função do seu controle.

Os períodos de controlo em comparação com os períodos de convivência apresentaram melhores


resultado de raízes comercializáveis nos períodos 60 a 91 DAS e teve a produção média de
aproximadamente 56.41 %, ao passo que os períodos de convivência apresentaram resultados
superiores somente aos 15 e 30 DAS e apresentaram produção média de 34. 53%.

Quanto a interacção, a melhor interacção foi obtida aos 45 DAS pois, não observou-se diferenças
estatísticas entre os períodos de controlo e os períodos de convivência. Entretanto observou-se o
mesmo rendimento ao controlar as infestantes até 45 DAS e ao deixar a cultura conviver com as
infestantes até 45 DAS.

Tabela 13: Comparação de médias para rendimento de raízes comercializáveis (RRC) em função da
interacção entre os factores

RRC (ton ha-1)


DAS (1)
Controlo Convivência
15 0.00cB 10.27aA
30 3.03bB 6.49bA
45 5.26bA 4.54bcA
60 9.14aA 2.16dcB
75 10.32aA 0.11dB
91 10.81aA 0.00dB
Médias seguidas pela mesma letra (maiúsculas na linha e minúsculas na coluna) não diferem entre si pelo
teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade; (1)DAS: Dias após a sementeira

4.4 Períodos de interferência das plantas infestantes na cultura da cenoura


Os períodos de interferência das infestantes na cultura da cenoura foram estimados em função dos
dados de rendimento de raízes comercializáveis da cultura conforme a Tabela 13 considerando 5%
de perda de rendimento.
De acordo com as curvas de regressão de rendimento de raízes comercializáveis da cenoura
apresentados na Figura 8, ajustadas para o modelo Sigmoidal Logistica, em função dos períodos de

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 33


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
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controlo e convivência, considerando 5% de perda aceitável de produtividade, o rendimento
comercializável foi reduzido a partir de 18 DAS, o período em que a cultura pode conviver com a
comunidade infestante foi de (PAI) 0 a 18 DAS, o período total de prevenção a interferência foi de
0 a 68 DAS, verificou-se que o controlo das infestantes até 68 DAS não influenciou no rendimento.
Assim sendo, o PCPI inicia-se aos 18 DAS da cenoura e prolonga-se até 68 DAS, perfazendo um
período de 50 dias o equivalente a aproximadamente 7 semanas a partir da terceira semana após a
sementeira da cenoura.

Figura 8: Rendimento de raízes comercializáveis da cenoura em função dos períodos de convivência e de


controlo com as infestantes, com os respectivos períodos de interferência, considerando-se uma perda
aceitável de 5 % no rendimento, Machava Sede, 2019.

Conforme Lang (2018) citando Zanine e Santos (2004), as plantas podem competir entre si
(intraespecífica) e com outras plantas (interespecíficas) pelos recursos do meio (luz, água,
nutrientes, CO2, etc.). A duração do tempo de competição acarreta prejuízos no crescimento, no
desenvolvimento e, consequentemente na produção das culturas, entretanto a produtividade da
cenoura passou a ser afectada negativamente a partir de 18 DAS convivendo com a comunidade
infestante, sendo necessário o controle da comunidade infestante até 68 DAS para que não ocorra

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 34


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
perda superior a 5% no rendimento da cultura. Assim, a comunidade infestante presente antes ou
após esse intervalo de tempo não altera o rendimento da cultura, ao passo que aquela presente
durante esse intervalo deve ser controlada, ou seja, o intervalo entre os 18 e 68 DAS caracteriza-se
como período crítico de prevenção à interferência (PCPI).

Na prática, o PCPI é o período que as sachas ou efeito residual dos herbicidas devem abranger, pois
as infestantes que emergirem após esse período não crescem o suficiente para promover
interferência e redução significativa no rendimento da cultura e geralmente é apresentado em
semanas de controlo (Pitelli, 1985).

Coelho et al. (2009) obtiveram resultados diferentes na cenoura, observaram que não houve PCPI
um único controlo aos 22 DAS até 31 DAS foram suficientes, para evitar esse problema, o controlo
das infestantes deveria ser efectuado uma única vez entre 22 e 31 DAS, a fim de que a
produtividade comercial não seja significativamente reduzida, considerando as condições
ambientais em que foi desenvolvida a pesquisa.

Segundo Pitelli (1985), a duração do PTPI pode ser influenciada principalmente pela intensidade e
pela velocidade em que ocorre o sombreamento nas entrelinhas pela cultura. Assim, quanto maior a
intensidade e velocidade de sombreamento, menor tende a ser o PTPI. Esses dados evidenciam a
necessidade de amanhos culturais que possibilitem vantagens competitivas a cultura em relação a
comunidade infestante, aproveitando as próprias características da cultura de forma eficiente, como
redução no espaçamento entre linhas e o aumento do espaçamento entre as plantas e realização de
adubações equilibradas ou localizadas e em fases correctas, com o objectivo de favorecer rápido
desenvolvimento vegetativo, para que a interceptação da radiação pela cultura seja maior e diminua
a incidência de luz que atinge o solo, proporcionando um ambiente desfavorável para o
desenvolvimento das infestantes (Nichelati, 2015).

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5 CAPÍTULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

5.1 Conclusão

Para as condições edafo-climáticas nas quais foi instalado o experimento e de acordo com os
amanhos culturais dispensados à cultura da cenoura, pode-se concluir que:

 A família Asteraceae destacou-se quanto ao número de espécies sendo seguida pela família
Amarhantaceae e Poaceae. Nos períodos com extensões crescentes de controlo assim como
nos períodos com extensões crescentes de convivência, a espécie infestante Parthenium
hysterophorus L. foi a mais importante destacou-se em todo ciclo da cultura quanto a
abundância.
 Ao analisar o rendimento de raízes comercializáveis (ton ha-1), os resultados mostraram que
a produtividade de raízes comercializáveis teve basicamente o mesmo
comportamento da produtividade total de frutos, em que os períodos de 60, 75 e 91 de
controlo obtiveram melhores resultados assim como o período de 15 DAS de convivência.
 Comparando as testemunhas (91DAS de convivência e 91DAS de controle) observou-se
uma redução de 92.46 e 100% respectivamente para as raízes totais e raízes
comercializáveis.

 O período anterior a interferência foi de 18 dias e o período total de prevenção a


interferência foi de 68 dias após a sementeira da cenoura. Portanto, o período crítico de
prevenção à interferência foi de 18 a 68 dias após a sementeira considerando 5% de perdas.

5.2 Recomendações

Tendo como base os resultados do ensaio foram tecidas as seguintes recomendações:

 Aos produtores que apliquem os períodos de interferência nas suas unidades produtivas,
pois estas mostram bons resultados comparado com a produção potencial da cultura.

 A repetição deste estudo em diferentes regiões e épocas de produção para servir de auxílio
na escolha das melhores épocas e estratégias de maneio das infestantes para cada região de
produção.

 A repetição deste estudo para apurar o potencial agronómico da cultura na aplicação dos
períodos de interferência.

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 36


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
6 CAPÍTULO VI: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Agronômico do Paraná, Londrina, 34p.

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daninhas com a cultura da cenoura (Daucus carota L.). Biológico, v. 37, n. 1, pp.3-7.

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Embrapa agrossilvipastoril Instituto Federal Goiano. 8p.

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da cenoura (Daucus carota). Estação Experimental da Agência Goiana de Desenvolvimento
Rural e Fundiário, Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 27, 8p.

10. Coelho, M.; Vidal, V. L.; Bianco, S. (2005). Interferência das plantas daninhas na cultura
da cenoura em cultivo orgânico. AGENCIARURAL – Estação Experimental de Anápolis. 4p.

11. Concenço, G. et al., (2013). Phytosociological surveys: tools for weed science. Planta
Daninha, v.31, n.2, pp. 469-482.

12. Duarte, N. de F. et al., (2012). Competição de plantas daninhas com a cultura do milho no
município de Ijaci. MG. Ciência e Agrotécnologia, Lavras, v. 26, n.5, pp. 983-992.

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 37


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13. Durigan, J. C. (1992). Controle de plantas daninhas nas principais olerícolas: Umbelíferas
e Cucurbitáceas. Botucatu Anais - UNESP/SOB/FEPAF, pp. 157-186.

14. Filgueira, F.A.R. (2003). Novo Manual de Olericultura: Agrotecnologia Moderna na


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15. Grime, J.P. (1979). Estrategias de adaptación de las plantas y procesos que controlan la
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16. Guerra, N. et al,. (2016). Interferência de plantas daninhas na cultura da beterraba em


semeadura direta e transplantada. Centro de Ciências Agrárias - Universidade Federal de
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17. INE, (2013). Estatística do Distrito Cidade da Matola. 32p. Disponível em:
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18. INIA, (1994). Carta de Solos. Departamento de Terra e Água. Actual IIAM. Av. Das FPLM,
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21. Lamprecht, H. (1990). Silvicultura nos trópicos: ecossistemas florestais e respectivas


espécies arbóreas - possibilidades e métodos de aproveitamento sustentado. Deutsche
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22. Lang, M.C. (2018). Período Anterior a interferência das Plantas Daninhas na Cultura da
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36. Pitelli, R.A. & Durigan, J.C. (1984). Terminologia para períodos de controle e de
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Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 39


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38. Pitelli, R.A. (2000). Estudos fitossociológicos em comunidades infestantes de


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39. Pujol, L.H.O. (2016). Interferência de Plantas Daninhas na Produtividade e Nutrição do


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40. Radosevich, S R. & Holt, J.S. (1984). Weed Ecology: Implications for vegetation
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42. Silva, C. et al., (2014). Interferência de plantas daninhas na cultura do sorgo sacarino.
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43. Silva, E.A. (2002). Parâmetros Físico-Químicos e Sensoriais de Diferentes Variedades de


Cenouras (Daucus carota L.) em Cultivo Orgânico. Florianópolis. 90p.

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girassol. Bragantia, Campinas, v. 72, n. 3, pp255-261.

45. Souza, A.F. (1999). A Cultura da Cenoura. Brasília: Embrapa Comunicação para
Transferência de Tecnologia. 77p.

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(Dissertação - Mestrado em Produção Vegetal), 120p.

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Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 40


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
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50. Zanine A. M; Santos E.M. (2004). Competição entre espécies de plantas – uma revisão.
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51. Zimdahl, R.Z. (2004). Weed-crop competition: a review. 2nd ed. Oxford: Blackwell
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Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava

ANEXOS

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Anexo I: Cronograma de actividades

ACTIVIDADES DATA
Lavoura 1 31 de Julho de 2019
Lavoura 2 02 de Agosto de 2019
Nivelamento 5 de Agosto de 2019
Demarcação do terreno e Levantamento de canteiros 5 de Agosto de 2019
Adubação de Fundo 6 de Agosto de 2019
Sementeira 10 de Agosto de 2019
Rega Anexo 2

1ª Sacha e aplicação da cobertura 25 de Agosto de 2019


1ª Pulverização 25 de Agosto de 2019

1º Desbaste e 1ª amontoa 10 de Setembro de 2019


2ª Pulverização 25 de Setembro de 2019
1ª Adubação de cobertura 35 de Setembro de 2019
2ª Amontoa 10 de Outubro de 2019
2ª Adubação de cobertura 10 de Outubro de 2019

3ª Pulverização 25 de Outubro de 2019


Colheita 09 de Novembro de 2019

Anexo II: Quantidade de água usada na irrigação

Nº de ordem Actividade Aplicação Quantidade


0 Rega na adubação de fundo ---- 13 L/ m2
1 Sementeira a emergência Diária 3.25L/ m2
2 Emergência ---- 13L/m2
3 Emergência a Desbaste Diária 3.25L/m2
4 1ª Adubação e 1º Amontoa ---- 13 L/ m2
5 Desbaste a 2ª amontoa Intervalo de 3 dias 6.5L/ m2
6 2ª Adubação e 2ª Amontoa ---- 13L/m2
7 2ª Amontoa até a colheita Intervalo de 3 dias 6.5L/ m2
Total 8.14m3

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Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
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Anexo III: Recomendações de adubação
Operação Produto Quantidade/ha Unidade
N 50 Kg
Adubação de fundo P2O5 100 Kg
K2O 50 Kg
N 50 Kg
Adubação de cobertura
K2O 50 Kg
Fonte: MINAG, (2006)

Anexo IV: Planilha de colheita de dados experimentais para rendimento de raízes totais (RRT) de
comercializáveis (RRC).
RRT (g) RRC (g)
Tratame nto
BI BII BIII BI BII B III
M1P1 0.121 0.111 0.195 0 0 0
M1P2 0.259 0.279 0.295 0.101 0.153 0.109
M1P3 0.36 0.399 0.371 0.162 0.268 0.201
M1P4 0.561 0.561 0.596 0.33 0.4 0.367
M1P5 0.58 0.581 0.604 0.43 0.41 0.399
M1P6 0.623 0.594 0.629 0.465 0.405 0.427
M2P1 0.576 0.602 0.595 0.47 0.367 0.396
M2P2 0.41 0.4 0.433 0.32 0.204 0.255
M2P3 0.335 0.32 0.31 0.123 0.152 0.27
M2P4 0.175 0.197 0.11 0.11 0.1 0.05
M2P5 0.07 0.115 0.05 0 0.013 0
M2P6 0.05 0.05 0.04 0 0 0

Anexo V: Planilha de colecta de dados referente ao diâmetro médio da raiz


Diâmetro medio da raiz (cm)
Tratamento
BI M* BII M* BIII M*
M1P1 1.9 1.8 2.2 1.8 1.8 1.8 1.4 1.3 1.8 1.7 1.8 1.8 1.9 1.9 2.2 1.9 1.3 1.8 1.1 1.0 0.9 1.1 1.5 1.4 1.1 1.0 1.1
M1P2 1.9 2.4 2.5 1.8 2.3 2.3 1.7 1.3 2.0 2.0 3.0 2.3 2.7 2.5 1.8 1.7 2.4 2.3 1.8 1.6 1.7 2.5 2.0 1.6 1.7 1.5 1.8
M1P3 2.7 1.8 2.9 2.5 3.3 3.3 2.9 2.4 2.7 2.3 2.5 2.2 2.2 2.6 2.3 2.4 2.2 2.3 1.8 2.7 2.7 2.7 2.4 1.8 1.9 2.0 2.2
M1P4 2.5 1.9 1.3 2.0 2.2 2.2 1.3 1.4 1.9 2.1 2.3 2.6 2.4 2.4 3.0 2.7 2.7 2.5 2.3 2.0 2.3 1.6 2.7 1.9 2.2 1.8 2.1
M1P5 2.6 3.0 3.1 2.2 2.5 2.5 2.4 2.7 2.6 2.8 2.5 2.1 2.3 1.3 2.5 2.1 1.9 2.2 1.6 2.1 1.8 2.5 3.2 2.5 2.4 1.6 2.2
M1P6 3.5 3.2 0.5 2.5 2.5 2.5 2.1 3.4 2.5 2.2 2.4 2.1 2.7 3.6 3.2 3.5 3.1 2.9 2.9 2.0 2.5 2.7 1.9 2.3 2.2 2.4 2.4
M2P1 3.0 1.9 3.0 2.2 2.7 2.7 2.7 2.6 2.6 2.1 3.0 2.9 2.8 2.7 1.6 1.9 1.9 2.4 2.4 2.9 2.6 2.4 2.9 2.7 3.8 2.5 2.8
M2P2 3.5 2.5 3.0 2.4 2.4 2.4 2.4 2.6 2.7 2.3 3.2 2.2 2.7 2.1 2.4 2.6 2.0 2.4 2.7 2.7 2.0 2.1 2.7 2.7 2.5 2.3 2.5
M2P3 3.2 2.5 3.1 2.8 1.4 1.4 1.1 2.1 2.2 1.4 2.9 2.9 2.5 2.1 3.1 1.4 2.2 2.3 1.6 2.4 2.0 2.9 2.1 2.5 2.5 1.4 2.2
M2P4 2.1 2.5 1.7 1.4 2.1 2.1 2.1 2.0 2.0 1.6 2.2 2.3 2.4 1.7 1.5 2.0 1.7 1.9 2.0 1.8 1.5 1.8 1.3 1.2 1.2 1.1 1.5
M2P5 1.6 1.5 2.1 2.1 1.4 1.4 0.9 0.9 1.5 1.4 1.8 1.8 1.9 1.6 1.6 1.4 2.3 1.7 1.1 0.8 1.3 1.4 0.9 1.1 1.1 0.8 1.1
M2P6 1.5 0.8 1.4 1.1 0.9 0.9 1.2 1.1 1.1 0.9 2.5 0.8 0.8 1.0 1.0 1.0 0.6 1.1 0.7 0.8 1.4 0.8 1.0 1.0 0.7 0.6 0.9
*M- é a média em cada bloco

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 44


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
Anexo VI: Planilha de colecta de dados referente a comprimento médio da raiz
Comprimento medio da raiz (cm)
Tratamento
BI M* BII M* BIII M*
M1P1 12.5 11 14 13 15 10 11 8.5 12 13 15 13 9.5 13 13 8 10 12 12 11 10 9 12 8 8.9 11 10
M1P2 1.5 12 11 15 15 14 10 15 12 15 13 14 14 12 13 14 13 13 14 13 13 13 13 11 10 11 12
M1P3 15 14 16 15 15 14 13 15 15 6 18 7.5 14 8 13 13 13 12 10 14 14 16 14 14 11 12 13
M1P4 13 12 10 11 12 10 11 10 11 12 15 18 13 13 13 9 9 13 17 11 11 13 10 10 9 7 11
M1P5 14.4 20 14 12 12 12 19 15 15 13 16 9.3 12 13 11 13 13 12 12 13 11 13 11 11 14 14 12
M1P6 14.5 13 15 17 16 13 14 12 14 12 12 12 11 15 16 11 11 12 13 13 15 15 11 11 16 11 13
M2P1 17 16 14 16 17 15 19 15 16 10 15 17 15 14 14 15 15 14 16 14 15 13 13 11 10 10 13
M2P2 10.5 15 16 13 16 13 10 11 13 11 11 7 9 10 13 10 12 10 12 13 12 11 9 7.5 12 10 11
M2P3 13 11 15 7.5 12 12 8 10 11 13 14 7 13 16 11 11 12 12 11 11 13 10 11 13 10 12 11
M2P4 10.9 14 11 10 8 9 10 11 10 11 12 10 11 11 13 14 8 11 13 9.5 10 9 6.5 9 10 8 9.4
M2P5 10 8 9.5 9.5 8 6 8 6 8.1 7.5 9 6.8 8.5 5 8.5 8 10 7.9 7 10 6 7 7.5 6.5 6 5 6.9
M2P6 9 7 9 6.5 5 9 7.5 7.5 7.6 9 8.5 7 10 6 8.5 8 6 7.9 10 9 9 10 8 10 8 8 9
*M= media por bloco

Anexo VII: Tabela de parâmetros (Abundância, Frequência absoluta e Frequência relativa) determinados
para o grupo convivência

Espécie Ab Fa FR (%)
Amaranthus spinosus L. 0.56 0.22 1.85
Argemone mexicana L. 0.11 0.11 0.93
Bidens pilosa L. 1.22 0.33 2.78
Boerhavia diffusa L. 3.06 0.72 6.02
Bulbostylis capillaris L. 3.56 0.56 4.63
Cenchrus brownii 6.39 0.89 7.41
Chenopodium album L. 0.22 0.17 1.39
Cleome gynandra L. 0.39 0.28 2.31
Commelina benghalensis L. 4.00 1.00 8.33
Conyza bonariensis L. 3.67 0.44 3.70
Cyperus esculentus 1.27 0.22 1.85
Digitaria ciliaris 6.22 0.83 6.94
Eragrostis ciliaris L. 13.28 0.89 7.41
Gomphrena celosioides 3.00 0.44 3.70
Panicum maximum 3.50 0.61 5.09
Parthenium hysterophorus L. 106.39 1.00 8.33
Polygonum aviculare L. 1.67 0.17 1.39
Portulaca oleracea L. 0.61 0.22 1.85
Psilotrichum boivinianum 5.50 0.67 5.56
Senecio madagascariensis 1.44 0.67 5.56
Sesamum alatum 2.56 0.67 5.56
Sonchus oleraceus L. 0.28 0.22 1.85
Tribulus terrestris 0.28 0.17 1.39
Triumfetta rhomboidea 1.22 0.50 4.17

Total 170.38 12.00 100.00

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 45


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
Anexo VIII: Tabela de parâmetros (Abundância, Frequência absoluta e Frequência relativa) determinados
para o grupo controlo.

Espécie Ab Fa FR(%)
Argemone mexicana L. 0.11 0.06 1.52
Boerhavia diffusa L. 0.17 0.17 4.55
Bulbostylis capillaris L. 0.61 0.28 7.58
Cenchrus brownii 0.33 0.17 4.55
Cleome gynandra L. 0.11 0.11 3.03
Commelina benghalensis L. 0.39 0.33 9.09
Cyperus esculentus 0.22 0.11 3.03
Digitaria ciliaris 0.22 0.17 4.55
Eragrostis ciliaris L. 2.17 0.50 13.64
Panicum maximum 0.06 0.06 1.52
Parthenium hysterophorus L. 11.22 0.83 22.73
Polygonum aviculare L. 0.11 0.06 1.52
Psilotrichum boivinianum 0.78 0.33 9.09
Senecio madagascariensis 0.17 0.17 4.55
Sesamum alatum 0.11 0.11 3.03
Triumfetta rhomboidea 0.22 0.22 6.06
Total 17.00 3.67 100.00

Anexo IX: Escalas usadas para estimar abundância das espécies


Ordem Categoria Amplitude (numero de plantas)
1 Raro 1 – 5 plantas
2 Pouco comum 5 – 14 plantas
3 Comum 15 – 29 plantas
4 Abundante 30 – 99 plantas
5 Muito abundante +100 plantas

Anexo X: ANOVA para o diâmetro médio da raiz (DMR)


--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM FcPr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
Bloco 2 0.030717 0.015358 0.193 0.8257
Grupo tratamento 1 0.530469 0.530469 6.675 0.0169
Periodo 5 1.121692 0.224338 2.823 0.0407
(1)
GT *Periodo 5 7.279847 1.455969 18.321 0.0000
erro 22 1.748350 0.079470
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 35 10.711075
--------------------------------------------------------------------------------
CV(%) = 14.56
Média geral: 1.9358333 Número de observações: 36
--------------------------------------------------------------------------------
(1)
GT. Grupo tratamento

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 46


Determinação dos Períodos de Interferência das Infestantes no Rendimento da Cenoura (Daucus
carota L.) no Posto Administrativo da Machava
Anexo XI: ANOVA para o comprimento médio da raiz (CMR)
--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM FcPr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
Bloco 2 3.645417 1.822708 1.590 0.2264
Grupo tratamneto 1 29.829803 29.829803 26.027 0.0000
Perido 5 26.663892 5.332778 4.653 0.0048
GT(1)*Perido 5 86.125381 17.225076 15.029 0.0000
erro 22 25.213983 1.146090
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 35 171.478475
--------------------------------------------------------------------------------
CV(%) = 9.13
Média geral: 11.7208333 Número de observações: 36
--------------------------------------------------------------------------------
(1)
GT. Grupo tratamento

Anexo XII: ANOVA para o rendimento de raízes totais (RRT).


--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM FcPr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
Bloco 2 0.346772 0.173386 0.416 0.6649
Grupo tratamneto 1 144.240100 144.240100 345.838 0.0000
Perido 5 4.525822 0.905164 2.170 0.0946
GT(1)*Perido 5 770.978600 154.195720 369.708 0.0000
erro 22 9.175628 0.417074
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 35 929.266922
--------------------------------------------------------------------------------
CV(%) = 7.40
Média geral: 8.7227778 Número de observações: 36
--------------------------------------------------------------------------------
(1)
GT. Grupo tratamento

Anexo XIII: ANOVA para o rendimento de raízes totais (RRC).


--------------------------------------------------------------------------------
FV GL SQ QM FcPr>Fc
--------------------------------------------------------------------------------
Bloco 2 0.049239 0.024619 0.022 0.9779
Grupo tratamneto 1 56.125069 56.125069 51.068 0.0000
Perido 5 3.196081 0.639216 0.582 0.7137
GT(1)*Perido 5 526.025681 105.205136 95.726 0.0000
erro 22 24.178628 1.099029
--------------------------------------------------------------------------------
Total corrigido 35 609.574697
--------------------------------------------------------------------------------
CV(%) = 20.24
Média geral: 5.1802778 Número de observações: 36
--------------------------------------------------------------------------------
(1)
GT. Grupo tratamento

Autor: Feliciano Nhacuongue UNA-FCA 47

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