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Biologia III

Marion do Rocio Foerster


Adriana Ferreira Gama
Ivonete Aparecida dos Santos-Gouvea

PARANÁ
Educação a Distância

Curitiba-PR
2011
Sumário

Palavra do professor-autor......................................................................................... 283

Aula 1 - A diversidade dos cordados......................................................................... 285


1.1 Caracterizando os cordados........................................................................... 285

1.2 A classificação dos cordados.......................................................................... 286

Aula 2 - Os vertebrados, o maior grupo de cordados.............................................. 289


2.1 As características dos vertebrados.................................................................. 289

2.2 A evolução e classificação dos vertebrados..................................................... 290

Aula 3 - Os Agnatos - vertebrados sem mandíbulas................................................ 293


3.1 Agnatos, também chamados de ciclostomados . ........................................... 293

3.2 As lampreias.................................................................................................. 294

3.3 As feiticeiras.................................................................................................. 294

Aula 4 - Vertebrados I - peixes................................................................................... 297


4.1 Características gerais dos peixes ................................................................... 297

4.2 As classes dos peixes...................................................................................... 299

Aula 5 - Vertebrados II - anfíbios............................................................................... 305


5.1 Os exemplos de anfíbios................................................................................ 305

5.2 As características dos anfíbios e sua dependência da água............................. 306

5.3 A reprodução dos anfíbios e sua relação com o ambiente aquático................ 307

5.4 Classificação dos anfíbios............................................................................... 308

Aula 6 - Vertebrados III - répteis................................................................................ 311


6.1 A classificação dos répteis.............................................................................. 311

6.2 As características dos répteis e suas adaptações ao ambiente terrestre........... 312

6.3 Aspectos reprodutivos dos répteis.................................................................. 312

Aula 7 - Vertebrados IV - aves.................................................................................... 317


7.1 A classificação das aves.................................................................................. 317

7.2 As principais características das aves.............................................................. 318

7.3 As adaptações para o voo.............................................................................. 319

7.4 A reprodução das aves................................................................................... 319

e-Tec Brasil
Aula 8 - Vertebrados V - mamíferos.......................................................................... 323
8.1 Características gerais dos mamíferos.............................................................. 323

8.2 A reprodução dos mamíferos......................................................................... 325

8.4 As principais ordens de mamíferos placentários............................................. 325

Aula 9 - Chondrichthyes - peixes cartilaginosos I..................................................... 329


9.1 Características gerais dos Condrictes.............................................................. 329

9.2 Estrutura corporal dos condrictes................................................................... 329

9.3 Classificação dos condrictes........................................................................... 331

Aula 10 - Chondrichthyes - peixes cartilaginosos II.................................................. 337


10.1 Musculatura................................................................................................ 337

10.2 Esqueleto..................................................................................................... 337

10.3 Órgãos dos sentidos.................................................................................... 338

Aula 11 - Osteichthyes - peixes ósseos I.................................................................... 343


11.1 Características gerais dos osteíctes............................................................... 343

11.2 Estrutura do corpo....................................................................................... 344

11.3 Peixes Abissais ............................................................................................ 345

Aula 12 - Osteichthyes - peixes ósseos II................................................................... 349


12.1 Tegumento.................................................................................................. 349

12.2 Escamas....................................................................................................... 349

12.3 Barbatanas – nadadeiras.............................................................................. 350

12.4 Bexiga natatória........................................................................................... 351

Aula 13 - Fisiologia dos peixes cartilaginosos.......................................................... 355


13.1 Sistema digestório....................................................................................... 355

13.2 Sistema respiratório..................................................................................... 356

13.3 Sistema circulatório .................................................................................... 356

13.4 Sistema excretor.......................................................................................... 357

13.5 Sistema nervoso ......................................................................................... 357

Aula 14 - Fisiologia dos peixes ósseos....................................................................... 359


14.1 Sistema digestório....................................................................................... 359

14.2 Sistema respiratório..................................................................................... 360

14.3 A bexiga natatória....................................................................................... 360

14.4 Sistema circulatório .................................................................................... 360

14.5 Sistema excretor.......................................................................................... 361

14.6 Sistema nervoso e órgãos dos sentidos........................................................ 361

e-Tec Brasil Biologia III


Aula 15 - Reprodução de peixes cartilaginosos........................................................ 363
15.1 Características gerais da reprodução dos condrictes..................................... 363

15.2 Reprodução dos Tubarões............................................................................ 364

Aula 16 - Reprodução de peixes ósseos.................................................................... 367


16.1 Característica da reprodução dos peixes . .................................................... 367

16.2 Comportamento de reprodução.................................................................. 367

16.3 Fertilização dos óvulos................................................................................. 368

16.4 Característica embrionária dos peixes - do ovo ao Alevino............................ 369

16.5 - Reprodução . ............................................................................................ 372

Aula 17 - Conceitos fundamentais de genética........................................................ 375


17.1 O que é a genética?..................................................................................... 375

17.2 Conceitos importantes................................................................................. 376

Aula 18 - As aplicações da genética........................................................................... 379


18.1 Melhoramento genético.............................................................................. 379

18.2 Clonagem.................................................................................................... 380

18.3 Transgênicos................................................................................................ 382

18.4 O projeto genoma humano......................................................................... 384

Aula 19 - Genética de peixes I.................................................................................... 387

19.1 Cromossomos de Peixes............................................................................... 387

Aula 20 - Genética de peixes II................................................................................... 395


20.1 Criação de peixe em cativeiro...................................................................... 395

20.2 Genética em peixes de cativeiro................................................................... 396

Referências.................................................................................................................. 403

Atividades autoinstrutivas......................................................................................... 407

Currículo do professor-autor...................................................................................... 421

e-Tec Brasil
Palavra do professor-autor

Prezado Estudante,

Começaremos agora nosso terceiro e último livro de Biologia. Ao longo do


Livro II conhecemos os mais diferentes grupos de seres vivos. Aprendemos a
caracterizá-los e conhecemos a importância de cada um dos grupos para o
ambiente e para a humanidade.

Estaremos no Livro III conhecendo um pouco mais sobre estes grupos,


porém agora, estaremos falando sobre o grande grupo dos vertebrados,
onde incluímos animais bem mais conhecidos como os peixes, os anfíbios,
os répteis, as aves e os mamíferos.

Logo após, nos deteremos a estudar o foco do nosso Curso, ou seja, os peixes.
Aprenderemos aspectos relacionados à biologia, fisiologia, reprodução e
genética dos peixes ósseos e cartilaginosos.

Esperamos que ao final da nossa disciplina de biologia vocês possam ter uma
maior compreensão do ambiente em que vivemos, sabendo como usufruir
deste ambiente de forma consciente e empenhados em contribuir com
atitudes positivas frente à natureza.

Bons estudos!

As autoras.

283 e-Tec Brasil


Aula 1 - A diversidade dos cordados

Dando continuidade à nossa disciplina de Biologia, nesta primeira


aula iremos relembrar quem são os cordados e conhecer quais os
animais que fazem parte deste grande e diverso grupo.

Ao final desta aula você será capaz de reconhecer estes animais


dentre toda a diversidade de fauna conhecida, bem como aprender
que existem cordados que não são tão comuns para nós. Então,
mãos à obra!!!

Figura 1.1 A diversidade dos Cordados.


Fonte: http://www.mundovestibular.com.br

1.1 Caracterizando os cordados


Neste primeiro momento vamos relembrar um pouco da última aula do
nosso livro II de Biologia. Sendo assim, vamos pensar e responder:

1.1.1 Quem são os Cordados?


Todos os animais pertencentes a este grupo, como na figura 1.1, apresentam
algumas características exclusivas (figura 1.2) que os diferem dos outros
grupos de animais. São elas:

- Notocorda: estrutura com a função de sustentação, a qual está presente


pelo menos na fase embrionária dos cordados.

- Fendas faringeanas: estrutura com a função de trocas gasosas, presente


na fase embrionária. Esta persiste nos cordados aquáticos adultos e regride
nos terrestres.

Aula 1 - A diversidade dos cordados 285 e-Tec Brasil


- Tubo nervoso dorsal: característica que diferencia os cordados de todos
os outros animais, nos quais o sistema nervoso é composto por cordões
nervosos maciços localizados na região ventral do corpo.

- Cauda: região do corpo que se prolonga além do ânus e que está presente
nos embriões de todos os cordados. Na espécie humana esta estrutura
desaparece completamente durante o desenvolvimento embrionário.

Figura 1.2 Características exclusivas dos cordados: tubo nervoso dorsal, notocorda,
fendas branquiais e cauda pós-anal.
Fonte: http://curlygirl.no.sapo.pt

1.2 A classificação dos cordados


E então, vocês lembram como é a classificação deste grupo?

Existem cerca de 45 mil espécies de cordados descritas, as quais estão


divididas em três subfilos: Urochordata (Urocordados), Cephalochordata
(Cefalocordados) e Vertebrata (vertebrados), sendo este último o grupo
mais diversificado.

Vejamos as características de cada um deste grupos:

- Subfilo Urochordata ou Tunicata: animais marinhos filtradores que


apresentam uma túnica envolvendo o corpo. A notocorda está presente
apenas nas larvas, estando ausente nos adultos, os quais vivem fixos ao
substrato. Como exemplo destes animais temos as ascídias.

Figura 1.3 Ascídias, exemplos de urocordados.


Fonte: http://www.sabedoria.ebrasil.net

e-Tec Brasil 286 Química


- Subfilo Cephalochordata: animais marinhos que preservam a notocorda
por toda a vida. Não apresentam encéfalo e sim, uma pequena vesícula
encefálica. Como exemplo temos o Anfioxo.

Figura 1.4 Anfioxo


Fonte: http://www.pucrs.br

- Subfilo Vertebrata ou Craniata: animais onde a notocorda, presente


no embrião, é substituída pela coluna vertebral na fase adulta. Também
possuem o crânio e o encéfalo bem desenvolvidos (figura 1.5). Neste grupo
temos a presença de animais bastante comuns como representantes dos
peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

Figura 1.5 Esqueleto de vertebrado


Fonte: http://leonardoeeduardops.blogspot.com

Saiba mais
Quadro resumo da classificação e alguns significados.

Filo Subfilo
Subfilo Urochordata ou Tunicata
Protochordata (sem coluna vertebral)
(com túnica)
ou
Subfilo Cephalocordata (com
Acraniata (sem crânio)
vesícula encefálica)
Grupo Classe
Agnata (sem
Cyclostomata
Filo Chordata mandíbula)
Pices
Chondrichthyes
Subfilo Vertebrata ou craniata Osteichthyes
(com coluna vertebral, crânio e Gnathostomata
Amphibia
encéfalo) (com mandí-
Tetrapoda (com Reptilia
bula)
extremidades pares) Aves
Mammalia

Aula 1 - A diversidade dos cordados 287 e-Tec Brasil


Resumo
Nesta aula pudemos rever as características que definem alguns animais
como pertencentes ao grande Filo dos Cordados, como a notocorda, as
fendas branquiais e o tubo nervoso dorsal.

Vimos, ainda, a classificação deste grupo e demos exemplos destes animais.

Atividades de aprendizagem
Vamos fixar alguns termos relacionados ao assunto que vimos hoje.
Então escreva o significado dos seguintes termos:

a. Chordata - ___________________________________________________

b. Tunicata - ____________________________________________________

c. Protochordata - _______________________________________________

d. Acraniata - ___________________________________________________

e. Cephalochordata - ____________________________________________

f. Craniata - ____________________________________________________

g. Vertebrata- __________________________________________________
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e-Tec Brasil 288 Química


Aula 2 - Os vertebrados, o maior grupo de cordados

Vamos a partir de agora dar mais ênfase ao terceiro grupo


de cordados do qual falamos na aula passada, o grupo dos
vertebrados. Aprenderemos a caracterizá-los e conheceremos
como são classificados e como se deu a evolução deste grupo de
animais.

Ao final deste encontro vocês poderão diferenciá-los diante de


todos os animais e poderão concluir por que o nome Craniata é
mais adequado para designar este grupo de animais.

2.1 As características dos vertebrados


O subfilo Vertebrata, refere-se a presença da coluna vertebral, no
entanto, o nome deste subfilo vem sendo substituído por Craniata,
referente à presença do crânio. Tal modificação dá-se pelo fato de alguns
representantes deste grupo, como os peixes-bruxas, possuírem crânio e
serem desprovidos de coluna vertebral.

Além do crânio, outra característica importante é a presença do


endoesqueleto, o qual apresenta as funções de proteção do sistema nervoso
central e outras estruturas vitais, bem como auxiliam na movimentação destes
animais. A presença do endoesqueleto também favorece o crescimento, o Encéfalo: estrutura composta
por vários órgãos, como cérebro,
que explica por que os vertebrados são normalmente bem maiores que os bulbo, cerebelo, tálamo e
invertebrados (Amabis & Martho, 2004). hipotálamo.
Endoesqueleto: estruturas
ósseas de sustentação que se
O crânio, juntamente com a coluna vertebral, formam o esqueleto axial encontram internamente no
(figura 2.1) e desempenham um importante papel na proteção do sistema corpo de alguns animais.

nervoso central, uma vez que o encéfalo encontra-se dentro do crânio e


a medula espinhal dentro de um canal formado pelas vértebras da coluna
vertebral. Já o esqueleto apendicular é constituído pelas estruturas
esqueléticas que dão sustentação aos apêndices como nadadeiras, asas,
pernas ou braços.

Aula 2 - Os vertebrados, o maior grupo de cordados 289 e-Tec Brasil


Figura 2.1 Esqueleto axial (em azul) e
esqueleto apendicular (em amarelo)
Fonte: http://ocw1.usal.es/ciencias-biosanitarias

2.2 A evolução e classificação dos


vertebrados
Podemos dividir os vertebrados em dois grupos: um, onde encontramos
os animais que apresentam mandíbula (Gnathostomata) e outro dos
organismos em que esta estrutura é ausente (Agnatha).
Mandíbula:
estrutura que se articula a caixa Os agnatos são os vertebrados mais primitivos, desprovidos de coluna
craniana e que permite ao animal
abrir e fechar a boca. vertebral e mandíbula e que ainda preservam a notocorda por toda a vida.
Já os gnatostomados são divididos em várias classes, a saber: Chondricthyes,
Osteicthyes, Actinistia, Dipnoi, Amphibia, Reptilia, Aves e Mammalia. Destas
classes, as quatro primeiras são pertencentes ao grande grupo dos Peixes
e as quatro seguintes ao grupo dos Tetrápodes. Conheceremos cada um
destes grupos mais adiante.

Peixes Tetrápodes
Chondricthyes Amphibia
Osteicthyes Reptilia
Actinistia Aves
Dipnoi Mammalia

A evolução dos vertebrados ocorreu no sentido da água para o ambiente


terrestre (figura 2.2). Os peixes evoluíram no mar e partir daí alguns
invadiram e se adaptaram à água doce. A partir deste ambiente (água doce),
alguns passaram a conquistar o ambiente terrestre originando os primeiros
anfíbios. Estes, por sua vez, foram os ancestrais dos répteis e a partir destes
surgiram as aves e os mamíferos.

e-Tec Brasil 290 Química


Figura 2.2 Esquema mostrando
a evolução dos vertebrados
Fonte: http://biosnautas.blogspot.com/

Resumo
Hoje pudemos entender que o termo Craniata (presença de crânio) e mais
adequado para designar alguns animais do que o usual termo Vertebrata
(presença de coluna vertebral).

Vimos ainda que a evolução dos vertebrados teve início no ambiente


marinho, seguindo para a água doce e por fim o ambiente terrestre. O grupo
é constituído por uma grande diversidade de animais, onde quatro classes
são de peixes e quatro são pertencentes ao grupo dos tetrápodos.

Atividades de aprendizagem
Com base no que você aprendeu na aula de hoje, responda as seguintes
questões (Adaptado de Amabis e Martho, 2004).

1. Por que o termo Craniata deve substituir o termo Vertebrata na


designação do subfilo dos cordados?

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Aula 2 - Os vertebrados, o maior grupo de cordados 291 e-Tec Brasil


2. O que significam os termos gnatostomados e agnatos na
classificação dos vertebrados?

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e-Tec Brasil 292 Biologia III


Aula 3 - Os Agnatos - vertebrados sem mandíbulas

Veremos nesta aula um grupo bastante particular de vertebrados


que não possuem coluna vertebral. Este fato parece estranho, e
por isso o termo Vertebrata vem sendo substituído pelo termo
Craniata. Mesmo assim, por ser o termo mais usual, continuaremos
a tratar os Agnatos como um grupo dentro dos vertebrados.

Vamos então ver quem são estes animais!!

3.1 Agnatos, também chamados de


ciclostomados
Este grupo de organismos inclui representantes como as lampreias, as quais
podem ser marinhas ou de água doce e feiticeiras (peixes-bruxa), espécies
exclusivamente marinhas (figura 3.1).

Figura 3.1 Os representantes dos ágnatos: Peixe-bruxa e lampreia


Fonte: http://animal-planet-brasil.blogspot.com Fonte: http://jpn.icicom.up.pt

Apresentam como característica o fato de não possuirem mandíbulas


(Agnatha). Ao invés disto, apresentam boca circular com dentes córneos
(figura 3.2), motivo pelo qual são também conhecidos como ciclostomados
(boca circular). Diferem dos outros grupos de peixes também pelo fato de
não possuírem escamas, nem nadadeiras pares.

Figura 3.2 Detalhe da boca circular de uma


lampreia, característica dos ágnatos
Fonte: http://www.infoescola.com

Aula 3 - Os Agnatos - vertebrados sem mandíbulas 293 e-Tec Brasil


3.2 As lampreias
As lampreias possuem o corpo cilíndrico e bastante liso, pois secretam muco
e podem atingir até um metro de comprimento. Devido ao fato de não
possuírem nadadeiras, utilizam-se da boca para fixarem-se nas rochas quando
as correntezas estão muito fortes. Muitas espécies são ectoparasitas de
peixes, ou seja, se fixam externamente ao corpo dos animais, a alimentando-
se do sangue (hematófagas) e fluidos corporais.

3.3 As feiticeiras
Também conhecidas com peixes-bruxas, possuem o corpo alongado
de coloração rosa-acinzentada e podem chegar a cerca de um metro de
comprimento. Produzem uma espessa camada de muco sobre o corpo e
vivem enroladas e enterradas no fundo dos mares. Nos países asiáticos são
Um pouco sobre a origem e evo- utilizadas na culinária e sua pele é usada para fazer sapatos e bolsas.
lução dos peixes
Fonte: http://www.infoescola. Os oceanos primitivos do período Cambriano, cerca de 510 milhões de
com/biologia/origem-e-evolu-
cao-dos-peixes/ anos atrás, deram origem aos primeiros tipos de peixes, denominados
de “Ostracodermas”. Os Ostracodermas viveram nos oceanos antigos
durante um curto período de tempo geológico, que durou do Cambriano
até o final do Período Devoniano, cerca de 310 milhões de anos atrás. Os
Ostracordermas eram organismos muito diferentes dos peixes que hoje nós
conhecemos. Eram peixes que não apresentavam mandíbulas, tendo o corpo
recoberto por placas ósseas. Os Ostracodermas são atualmente incluído na
classe Agnatha ou Ciclostomata, são peixes viventes atualmente que também
não apresentam mandíbula, incluem peixes como as lampreias e feiticeiras.

Logo depois, na árvore evolutiva, viriam os Conodontes, peixes que teriam


registro fóssil provenientes do final do período Cambriano e início do
Triássico. Basicamente nestes organismos foram registradas o que seriam
as primeiras brânquias. No ano de 1983 alguns fósseis completos foram
recuperados.

Estes organismos possuíam corpo alongado e olhos grandes, suportados


por cartilagem. As brânquias indicavam uma alimentação por filtração
por formarem um sistema de malhas, porém alguns outros do grupo
apresentavam estruturas modificadas que eram utilizadas para captura das
presas. De maneira geral, os Conodontes são similares aos ciclostomados,
entretanto mais evoluídos que os ciclostomados hoje existentes.

Apesar do surgimento dos peixes no Cambriano, a diversificação deles


ocorreu no Período Siluriano, cerca de 443 milhões de anos a 417 milhões de
anos, sendo que no Devoniano surgiram os primeiros peixes com mandíbulas
(417 m.a a 354 m.a).

e-Tec Brasil 294 Biologia III


Com a diversificação dos peixes ocorrendo no Siluriano, surgiram então
depois de diversas modificações (estruturas ósseas, corpo, boca, trato
digestivo, placas dérmicas e escamas, modo de natação) duas classes hoje
conhecidas como  Classe Chondrichthyes (peixes cartilaginosos-  Ex: raia,
tubarões) e Classe Osteichthyes (peixes ósseos- Ex: bacalhau).

Resumo
Na aula de hoje pudemos conhecer um grupo bastante particular de peixes,
os agnatos. Estes animais, representados pelas lampreias e pelas feiticeiras,
não apresentam mandíbulas e possuem uma boca circular. Também está
ausente neste grupo de organismos a coluna vertebral, no entanto pertencem
ao grupo Craniata, pois possuem crânio.

Atividades de aprendizagem
Caracterize os agnatos. Por que eles também são chamados de
ciclóstomos?

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Aula 3 - Os Agnatos - vertebrados sem mandíbulas 295 e-Tec Brasil


Aula 4 - Vertebrados I - peixes

Na aula de hoje vamos começar as estudar cada grupo de


vertebrados de forma mais aprofundada. Vocês irão perceber que
a evolução deste grupo de organismos segue uma tendência de
saída do ambiente aquático em busca de um ambiente terrestre.

Esta aula, portanto, será dedicada ao estudo dos peixes


mandibulados (figura 4.1), principalmente as classes
Chondricthyes e Osteicthyes, onde nos deteremos às características
principais deste grupo. Como se trata do grupo de organismos que
é o foco deste curso, estaremos detalhando aspectos referentes à
biologia, fisiologia, reprodução e genética deste grupo em aulas
posteriores.

Figura 4.1 Mandíbula de tubarão


Fonte: http://gmirabeau.sites.uol.com.br

4.1 Características gerais dos peixes


Vamos ver então ver quais são as características mais importantes deste
grupo animal.

Os peixes são animais exclusivamente aquáticos, podendo ser marinhos


ou de água doce (dulcícolas). Como são aquáticos, os peixes apresentam
respiração branquial, característica de animais que vivem neste tipo de
ambiente. As brânquias (figura 4.2) são estruturas ricamente vascularizadas
encontradas entre as fendas faringeanas.
Brânquias:
estrutura relacionada à respira-
ção em ambientes aquáticos.

Figura 4.2 Brânquias


Fonte: http://www.infoescola.com

Aula 4 - Vertebrados I - peixes 297 e-Tec Brasil


Os peixes, assim como os anfíbios e os répteis (próximos grupos a serem
estudados), são animais chamados de ectotérmicos (= pecilotérmicos, termo
antigo), pois a temperatura corporal varia de acordo com a temperatura do
ambiente.

Outra característica importante é o fato destes animais apresentarem como


estruturas de locomoção as nadadeiras.

Os peixes apresentam sistema digestório completo e a excreção é realizada


por rins, onde o produto de excreção é principalmente a uréia. O coração
destes animais apresenta duas cavidades, um átrio e um ventrículo.

Quanto aos aspectos reprodutivos encontramos grande diversidade neste


grupo de animais. A maioria das espécies são dióicas, ou seja, existem
indivíduos machos e indivíduos fêmeas (os sexos são separados). Porém
também existem indivíduos que apresentam os dois sistemas reprodutores
(masculino e feminino), ou seja, são monóicos, também conhecidos como
hermafroditas.

Muitas espécies apresentam fecundação externa, onde os gametas femininos


(óvulos) e masculinos (espermatozóides) são lançados no ambiente onde
ocorre a fecundação. Vale lembrar que este tipo de reprodução só é possível
de ocorrer em ambientes aquáticos, onde não ocorre a dessecação dos
gametas. A fecundação interna, onde a união dos gametas ocorre dentro
do corpo das fêmeas, também é comumente encontrada em várias espécies
de peixes.

Quanto ao desenvolvimento, temos espécies em que este é direto e espécies


com desenvolvimento indireto. Os filhotes dos peixes são denominados
alevinos (figura 4.3).

Figura 4.3 Alevinos, a forma jovem


de peixes
Fonte: http://www.invivo.fiocruz.br

e-Tec Brasil 298 Biologia III


4.2 As classes dos peixes
4.2.1 Classe Chondricthyes – Os peixes cartilagi-
nosos
Neste grupo encontramos os peixes que possuem esqueleto cartilaginoso,
como os tubarões, arraias e quimeras (figura 4.4). Nestes peixes, a boca
se localiza na parte de baixo do corpo (Boca ventral) e possuem nadadeiras
pares.

Figura 4.4 Os representantes dos peixes cartilaginosos: Tubarão, Arraia, Quí-


mera
Fonte: http://www.webciencia.com
Fonte: http://boock.wordpress.com
Fonte: http://animal-planet-brasil.blogspot.com

4.2.2 Classe Osteicthyes – Os peixes ósseos


Aqui temos os peixes que apresentam o esqueleto ósseo e neste grupo
entram a maioria dos peixes que conhecemos. Vejamos alguns exemplos na
figura abaixo (figura 4.5).

Figura 4.5 Alguns exemplos de peixes ósseos


Fonte: http://www.inoveambiental.com.br
Fonte: http://conceitodeecologia.blogspot.com
Fonte: http://pescabr.blogspot.com

Diferentemente dos peixes cartilaginosos, estes peixes apresentam a boca


anterior (localizada na frente do corpo) e nadadeiras sustentadas por raios
ósseos.

4.2.3 – Classe Actinistia


Encontramos aqui peixes marinhos de esqueleto ósseo. O que caracteriza
estes peixes é a presença de nadadeiras lobadas (carnosas e sustentadas
por raios ósseos). São considerados fósseis vivos, com poucas espécies
viventes. Como exemplos temos os peixes do gênero Latimeria (figura 4.6).

Aula 4 - Vertebrados I - peixes 299 e-Tec Brasil


Figura 4.6 Latimeria sp., considerado fóssil vivo
Fonte: http://underwateruniversity.wordpress.com

4.2.4 – Classe Dipnoi


Peixes de água doce que possuem esqueleto ósseo. Apresentam como
principal característica a respiração através de um pulmão primitivo e são por
isso chamados de peixes pulmonados. São conhecidos apenas três gêneros
atuais, entre eles Lepidosirem encontrados na América do Sul (figura 4.7).

Figura 4.7 Lepidosiren sp., exemplo de


peixe pulmonado
Fonte: http://www.ucmp.berkeley.edu

Saiba mais
O cavalo marinho, um peixe bem estranho!!

Classificação

Nome Científico: Hippocampus sp

Classe: Osteichthyes

Ordem: Gasterosteiformes

Família: Syngnathidae

Temperatura: de 24 a 26ºC

http://www.fish-islands.com

e-Tec Brasil 300 Biologia III


Características: são animais marinhos e estuarinos; bentônicos, com uma
espécie pelágica, presentes até os 90 m de profundidade.

Morfologia: o nome deste peixe vem da semelhança de sua cabeça com


a do cavalo. Nada com o corpo em posição vertical e a cabeça para frente,
movimentando-se pela vibração das barbatanas dorsais. A cauda, longa
e preênsil, permite-lhe agarrar-se às plantas submarinas enquanto come
pequenos crustáceos. O cavalo-marinho possui placas dérmicas formando
uma couraça que os protege dos inimigos. Possui boca pequena, terminal,
usualmente no final do focinho tubular; aberturas branquiais fusionadas no
corpo e no istmo; 4 arcos branquiais completos e com as brânquias lobadas;
espinhos ausentes na dorsal, pélvicas ausentes; dimorfismo sexual presente;
os machos incubam os ovos sob o tronco ou cauda.

Habitat: vive nos fundos aquáticos, arenosos ou lodosos, em profundidades


que variam de 8 a 45 metros. Seu habitat preferido são os campos de algas.
Alimentação: são monofágicos, ou seja alimentam-se somente de pequenos
crustáceos, como artêmia salina e dáfnias. Alimentos que não se movimentam
não serão comidos.

Comportamento: na natureza ficam presos aos corais e gorgônias com


suas caudas. Somente nadam em busca de alimento quando há falta deste.
Adaptam-se bem em aquários comunitários com outros peixes pequenos e
lentos.

Reprodução: é o macho que fica grávido, a fêmea deposita os óvulos numa


bolsa da região ventral; ali eles são fecundados e depois incubados durante
dois meses. O cavalo-marinho tem cerca de 15 centímetros de comprimento.
O tronco e a cauda são recobertos por anéis. A cabeça é separada do
tronco por uma espécie de pescoço. Quando os ovos eclodem, o macho
realiza violentas contorções para expelir os filhotes. Ao nascer, estes são
transparentes e medem pouco mais de 1 centímetro.

Distribuição Geográfica: a área de distribuição do cavalo-marinho inclui


os Oceanos Atlântico, Índico, Pacífico e Mediterrâneo. As 32 espécies de
cavalos marinhos existentes no mundo estão listadas como vulneráveis na
IUCN Red List (Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da
Natureza). Porém muito pouco se sabe sobre sua biologia em ambientes
naturais. No Brasil existem duas espécies de cavalo-marinho o Hippocampus
reidi e H. erectus.

Interesse Econômico: mundialmente, por ser espécie de interesse


econômico para lojas de aquário e para indústria farmacêutica oriental,

Aula 4 - Vertebrados I - peixes 301 e-Tec Brasil


tornou-se espécie vulnerável, entrando para a IUNC Red List em 1996.
A partir de 1997, todas as espécies de cavalos marinhos foram incluídas
no Anexo D da Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção da Comunidade
Européia. Pesca Abusiva: tem diminuído os estoques naturais de cavalos
marinhos em todo o mundo. A China é o maior consumidor deste peixe
em termos farmacêuticos, seguida por Taiwan, Hong Kong e Singapura.
Os remédios é base de cavalos marinhos dizem aliviar desde asma até a
impotência sexual. Em uma farmácia de Hong Kong, o preço de tal droga
varia entre 120 e 400 dólares/Kg

Dados brasileiros sobre pesca de peixes ornamentais marinhos não são


conhecidos ou divulgados. Não há controle sobre a pesca para o comércio
interior ou para a exportação e não existe lei, em âmbito nacional, de proteção
a tais peixes. Entretanto, sabe-se que a pesca do cavalo marinho é abusiva.
Os locais de criadouro natural não são respeitados, nem idade ou sexo dos
espécimes coletados. São jovens que saem do mar antes de estarem aptos
a reproduzir, bem como adultos maduros sexualmente e muitos machos já
grávidos, que acabam perdendo seus filhotes, ainda dentro da embalagem
plástica de viagem, devido ao estresse a que são submetidos, ou nos aquários
das lojas que não são adequados a recebê-los.

Ameaçados de Extinção: nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo


e Rio de Janeiro, verifica-se a extrema pressão antrópica sofrida pelas barras
de rios e manguezais do litoral destes estados. Infelizmente grande parte das
regiões estuarinas foram transformadas em corpos receptores de efluentes,
tanto da população ribeirinha quanto do comércio e indústria locais. Este
fato naturalmente concorre para o desaparecimento dos cavalos marinhos
que encontram nessas regiões, o seu habitat.

Redação Ambientebrasil

Resumo
Nesta aula conhecemos o primeiro grupo de vertebrados mandibulados, os
peixes. Aprendemos a caracterizá-los e a diferenciar suas quatro classes: os
peixes cartilaginosos, os peixes ósseos, os peixes pulmonados e os peixes
com nadadeiras lobadas. Vimos ainda exemplos de todas as classes.

Vale ressaltar que estaremos detalhando o estudo deste grupo de vertebrados


em aulas posteriores.

e-Tec Brasil 302 Biologia III


Atividades de aprendizagem
1. Preencha o quadro abaixo com as principais diferenças entre as
classes de peixes.

Classe Chondricthyes Osteicthyes Actinistia Dipnoi


Como podem ser
chamados
Esqueleto
Boca
Nadadeira
Respiração
Exemplo

Aula 4 - Vertebrados I - peixes 303 e-Tec Brasil


Aula 5 - Vertebrados II - anfíbios

Vamos agora começar a sair do ambiente aquático, porém não


totalmente! Vamos conhecer este importante grupo de animais
que vivem parte de seu ciclo de vida na água e parte em terra. Bem
vindo ao belíssimo mundo dos anfíbios, ou classe Amphibia!!

Com esta aula, aprenderemos como ocorreu a evolução dos


vertebrados, com a busca pela conquista do ambiente terrestre
e veremos que os anfíbios são exatamente este elo de transição
entre estes dois ambientes. Aprenderemos a caracterizar estes
animais e também entenderemos por que o Brasil é o campeão na
diversidade deste grupo de organismos.

Lembre-se: a própria palavra Amphibia, do grego, já nos diz:

Amphi = duas Bio = vida

5.1 Os exemplos de anfíbios

Neste grupo encontramos representantes bastante conhecidos nossos como


os sapos, as rãs e as pererecas. Estes podem ser bem pequenos (do tamanho
de um dedo), como algumas rãs (figura 5.1) ou podem ser bastante grandes
como alguns tipos de sapo (figura 5.2).

Figura 5.1 O menor anfíbio do Figura 5.2 O maior sapo


mundo do mundo
Fonte: http://coisaslegaisdesaber.com.br Fonte: http://diariodebiologia.com

Aula 5 - Vertebrados II- anfíbios 305 e-Tec Brasil


Além destes, encontramos também organismos não tão característicos
como as salamandras, os anfíbios que apresentam cauda e as cobras-cegas,
anfíbios que não apresentam patas.

Vejamos o que animais aparentemente tão diferentes apresentam em


comum.

5.2 As características dos anfíbios e sua


dependência da água
A primeira característica que nos chama a atenção com relação a estes
animais e o fato da forma larval (girino) apresentar um modo de vida
aquático e a fase adulta ser terrestre.

Larvas – vida aquática


Adultos – vida terrestre

Os girinos não têm pernas, possuem uma cauda bastante desenvolvida e


respiram através de brânquias. Com o desenvolvimento, gradualmente a
cauda e as brânquias vão desaparecendo. Os pulmões vão aparecendo e
ocorrem transformações também no coração que passa de um átrio e um
ventrículo para dois átrios e um ventrículo. A este processo de transformação
chamamos de metamorfose (figura 5.3).

Larvas – respiração branquial


Adultos – respiração pulmonar

Figura 5.3 O processo de metamorfose dos anfíbios


Fonte: http://www.escolakids.com

e-Tec Brasil 306 Biologia III


Todos os anfíbios apresentam a pele lisa, vascularizada e com muitas
glândulas mucosas, o que auxilia a mais um tipo de respiração utilizada por
estes animais, a respiração cutânea (através da pele). São, assim como os
peixes, animais ectotérmicos (temperatura corporal varia de acordo com a
temperatura do ambiente) e apresentam um coração com três cavidades.

5.3 A reprodução dos anfíbios e sua relação


com o ambiente aquático
Outras características que demonstram a dependência destes organismos da
água dizem respeito aos aspectos reprodutivos.

Os anfíbios apresentam a fecundação externa, típica de ambientes


aquáticos, onde os gametas (masculinos e femininos) são eliminados na água
onde ocorrerá a fecundação. Outro aspecto é que os ovos destes animais não
apresentam casca e são gelatinosos (figura 5.4) e a partir deles eclode uma
larva, chamada girino (figura 5.5), que caracteriza o desenvolvimento
indireto.

Figura 5.4 Ovos de anfíbios. Gelatinosos


e sem casca
Fonte: http://anfibiosdeportugal.blogspot.com

Figura 5.5 Girino. Fase larval dos anfíbios


Fonte: http://biologiaucs.blogspot.com

Aula 5 - Vertebrados II- anfíbios 307 e-Tec Brasil


5.4 Classificação dos anfíbios
A classe dos anfíbios é dividida em três ordens, veja no quadro abaixo quais
são:

Ordem Caudata ou Ordem Gymnophiona ou


Saiba mais Ordem Anura
Urodela Apoda
Brasil... país com maior diversi-
dade de anfíbios. Anfíbios desprovidos de Anfíbios de corpo alongado, Anfíbios de corpo cilíndrico e alonga-
O Brasil é pródigo em espécies de cauda e com quatro patas: quatro pernas e cauda longa: do, patas atrofiadas:
anfíbios. Está entre os maiores do Sapos, râs e pererecas Salamandras Cobras Cegas
mundo, com cerca de 650 espécies
conhecidas, sendo 150 delas esti-
madas para o Cerrado. Mas este é
um número considerado pequeno
diante do que o bioma ainda es-
conde. “Esse fato mostra o quanto
estamos longe de um conhecimento
minimamente satisfatório em rela-
ção às nossas espécies, sobretudo
no Cerrado”, diz o pesquisador
Reuber Brandão. Falta de recur-
sos para pesquisas e a velocidade Fonte: http://www.sobiologia. Fonte: http://www.portalsaofrancisco.
Fonte: http://www.infoescola.com
com que se avança a destruição com.br com.br
do bioma são fatores que impe-
dem o avanço das investigações.
“No primeiro caso, ainda se pode
recuperar o tempo perdido. Resta
saber se no futuro haverá Cerrado
para abrigar as espécies para que as
Curiosidade
estudemos”, questiona. A lista ofi-
cial do Ibama apresenta 16 espécies
de anfíbios em perigo de extinção.
Número que, provavelmente, é bem
maior considerando a escassez de
dados mais abrangentes sobre as
perdas da biodiversidade nacional.
Jaime Gesisky
Fonte: http://360graus.terra.com.br/
ecologia/
Autor: Redação 360 Graus
Data: 20/7/2004 Figura 5.6 Rã arborícola
Fonte: http://perdabiodiversidade.blogspot.com/2010

As rãs arborícolas encontram-se entre os anfíbios mais belos do Planeta,


mas nos últimos anos as suas populações decaíram. São muito sensíveis à
qualidade do ar e da água, a alterações climáticas e muitas espécies estão
ameaçadas por perda do seu habitat. As mais coloridas são venenosas, mas
ainda assim, estas pequenas e impressionantes criaturas são animais de
estimação muito populares e muitas vezes são capturados na natureza.

Resumo
Na aula de hoje descobrimos por que os anfíbios são considerados o elo entre
animais de vida exclusivamente aquática e aqueles de vida terrestre. Vimos
que estes animais passam pelo processo de metamorfose e ainda possuem
grande dependência da água, principalmente nos aspectos relacionados à
respiração e a reprodução destes animais. Pudemos descobrir ainda que o

e-Tec Brasil 308 Biologia III


Brasil, por ser um país tropical, com um clima quente e bastante úmido,
proporciona que exista uma grande diversidade de anfíbios, sendo o país
mais rico com relação a este grupo de animais.

Atividades de aprendizagem
1. Por que os anfíbios apresentam a vida restrita a ambientes úmidos
ou próximos a ambientes aquáticos?

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2. A fase larval dos anfíbios é denominada:


a) plânula

b) alevino

c) trocófora

d) girino

Aula 5 - Vertebrados II- anfíbios 309 e-Tec Brasil


Aula 6 - Vertebrados III - répteis

Na aula de hoje conhecermos um pouco sobre os répteis. Estes são os


primeiros vertebrados tipicamente terrestres, sem a dependência da
água para a respiração e a reprodução.

Estes animais que dominaram o nosso planeta por quase 150 milhões
de anos (entre 200 milhões e 65 milhões de anos atrás – Idade
dos répteis), onde viviam em todos os tipos de ambiente e podiam
apresentar cerca de alguns metros de tamanho, com até toneladas de
peso, são ainda hoje representados por uma grande diversidade de
organismos, como as serpentes, as tartarugas, os jacarés e os lagartos.

Vamos lá então, conhecer a classe Reptilia.

6.1 A classificação dos répteis


A classe dos répteis é dividida em quatro ordens: Squamata, Chelonia,
Crocodilia e Rhyncocephalia. Vamos conhecê-las (quadro 6.1) para que
então possamos entender mais sobre suas características e modos de vida.

Quadro 6.1 As quatro ordens de répteis

Squamata
Representada pelas serpentes e pelos
lagartos, constitui a ordem mais
abundante e com maior diversidade
entre os répteis.
Fonte: http://www.vivaterra.org.br Fonte:http://www.
fotoplatforma.pl

Chelonia (Testudinae)
Ordem representada pelas tartarugas (que vivem em água doce e
salgada), cágados (que vivem em água doce) e os jabutis (que são
terrestres).
http://www.sobiologia.com.br

Crocodilia
Reúne os jacarés e crocodilos, os quais vivem principalmente em água
doce e com poucas espécies marinhas.
http://www.portalsaofrancisco.com.br

Rhyncocephalia (Sphenodontia)
Representadas apenas por duas espécies que vivem na Nova Zelândia
e que são conhecidas por tuataras.
http://beforeitsnews.com

Fonte: elaborado pelo autor

Aula 6 - Vertebrados III- répteis 311 e-Tec Brasil


6.2 As características dos répteis e suas
adaptações ao ambiente terrestre
Os répteis, assim como os peixes e os anfíbios são animais ectotérmicos
(antigo pecilotérmicos), ou seja, aqueles em que a temperatura do corpo não
é constante. Estes animais variam sua temperatura corporal de acordo com o
ambiente e se utilizam de adaptações comportamentais para controlar esta
temperatura. Você já deve ter ouvido o termo “lagartear ao sol”, o termo
é exatamente uma menção a estes animais que procuram muitas vezes se
manter ao sol para subir sua temperatura corporal.

6.2.1 Revestimento corporal


Estes animais apresentam a pele seca e sem glândulas (diferentes dos
anfíbios), uma vez que não realizam trocas gasosas através da pele (respiração
cutânea).

A pele apresenta ainda placas córneas, escamas ou carapaças que ajudam


a evitar a dessecação que seria natural em um ambiente terrestre.

6.2.2 Respiração e excreção


Outros aspectos que demonstram bem a adaptação dos répteis ao ambiente
terrestre dizem respeito à respiração a ao tipo de produto excretado.

A respiração destes animais é pulmonar, onde apresentam pulmões bem


mais desenvolvidos do que os anfíbios.

A excreção dos répteis é realizada por um par de rins e a excreta nitrogenada


produzida é o ácido úrico, substância menos tóxica do que a amônia e que
necessita de bem menos água para ser excretada, o que possibilita economia
de água, de extrema importância no ambiente terrestre.

6.3 Aspectos reprodutivos dos répteis


A partir de agora os animais passaram a não depender tanto da água para a
reprodução. Vamos entender o porquê!

Os répteis são animais dióicos, com desenvolvimento direto e na sua grande


maioria ovíparos (colocam ovos). A fecundação é típica de ambiente terrestre,
ou seja, fecundação interna, onde o macho introduz os espermatozóides
dentro do corpo da fêmea.

Os ovos (figura 6.1), também como adaptação para o ambiente terrestre,


apresentam casca e anexos embrionários.

e-Tec Brasil 312 Biologia III


Figura 6.1 Ovos de tartarugas
Fonte: http://projamora2008tartarugas.pbworks.com

Saiba mais
Serpentes peçonhentas brasileiras
Note o padrão de coloração típico das corais.

As serpentes são animais pertencentes ao Filo Chordata, Classe Reptilia


e Ordem Squamata. Possuem corpo alongado, desprovido de patas e
recoberto por escamas; e a temperatura corporal varia de acordo com o
ambiente, sendo, por isso, classificadas como animais ectotérmicos. Muitas
são venenosas sem, no entanto, serem consideradas peçonhentas, já que
esta classificação implica que tenham condições de inocularem este veneno.

Em nosso país existem pelo menos 365 espécies de serpentes, distribuídas


em dez famílias: Anomalepididae (6), Leptotyphlopidae (14), Typhlopidae
(6), Aniliidae (1), Tropidophiidae (1), Boidae (11), Viperidae (28), Elapidae
(27), Colubridae (34) e Dipsadidae (237). Destes indivíduos, os pertencentes
às famílias Viperidae e Elapidae são os peçonhentos.

Serpentes da família Viperidae são as jararacas, surucucus e cascavéis.


Estas possuem fosseta loreal: um orifício localizado entre o olho e a narina
da serpente, semelhante a uma narina.

O par de dentes para inoculação de veneno dos indivíduos desta família


é longo, dianteiro e curvado para trás – se movimentando para frente no

Aula 6 - Vertebrados III- répteis 313 e-Tec Brasil


momento do bote; enquanto os demais são poucos e pequenos. Este tipo
de dentição é chamado solenóglifa. Estes animais, assim como jiboias,
salamantas e dormideiras, possuem a pupila com fenda.

Cascavéis possuem, no fim da cauda, uma estrutura semelhante a um


chocalho. Surucucus, nesta região, têm escamas eriçadas e um pouco
salientes. No caso das jararacas, a ponta da cauda é normal. Estas últimas
também têm, como padrão para identificação, escamas com desenhos
semelhantes a “v” invertidos, ou ganchos de telefone.

Serpentes da família Elapidae são as corais verdadeiras. Apesar de não


possuírem a fosseta loreal, apresentam um padrão de cor característico:

vermelho, preto e branco ou amarelo. A dentição é do tipo proteróglifa:


dentes inoculadores dianteiros, fixos, pequenos e que pouco se destacam
entre os demais.

OFIDISMO

O nome dado a acidentes envolvendo serpentes chama-se ofidismo. Em


nosso país, a ocorrência anual destes eventos é de aproximadamente quinze
casos a cada cem mil habitantes, com maior frequência nos meses quentes e
chuvosos do ano. Medidas como: não andar descalço em ambientes propícios
para ocorrência de serpentes, ter cuidado ao manipular lixo e entulho e
manter quintais e casa limpos, são essenciais para evitar este problema.

Acidentes envolvendo jararacas são campeões no ranking: aproximadamente


90% dos casos. O veneno destas espécies tem ação inflamatória aguda
(proteolítica), coagulante e hemorrágica, e pode provocar necrose. Já o
das cascavéis é neurotóxico, e provoca visão dupla, dores musculares,
urina de cor escura e dificuldades respiratórias. É o que apresenta maior
letalidade, geralmente com morte causada por insuficiência renal. Surucucus

e-Tec Brasil 314 Biologia III


apresentam veneno neurotóxico e coagulante, provocando braquicardia,
hipotensão, diarreia e hemorragias. E, finalmente, o das corais verdadeiras,
apresenta ação neutotóxica, provocando visão dupla, dilatação da pupila,
dores musculares e insuficiência respiratória.

Em caso de acidentes, o indivíduo não deve fazer torniquetes e tampouco


sugar o veneno. Lavar com água e sabão o local afetado, manter a região o
mais imóvel possível e procurar imediatamente por auxílio médico, a fim de
receber o soro antiofídico, são as medidas corretas.
Por Mariana Araguaia - Graduada em Biologia
Equipe Brasil Escola
Fonte: http://www.brasilescola.com

Resumo
Na aula de hoje aprendemos sobre esta importante classe de vertebrados, os
répteis, os quais já dominaram o nosso planeta por milhões de anos e que
são hoje em dia representados por muitos animais conhecidos nossos como
as tartarugas, os jacarés, as cobras e os lagartos.

Vimos que estes organismos precisaram adquirir várias adaptações para


poder sobreviver em uma ambiente terrestre, em que não necessitassem
tanto da água para a respiração ou para a reprodução.

E ainda na leitura complementar, pudemos aprender como identificar as


serpentes peçonhentas, aprendendo sobre os sintomas de seus venenos e os
cuidados e providências a serem tomadas em caso de acidentes.

Atividades de aprendizagem
Vamos relembrar algumas adaptações dos répteis ao ambiente
terrestre. Então complete as frases abaixo:

a. Os réptéis, diferente dos anfíbios, apresentam a pele revestida por


__________________, ___________________ ou ___________________,
que os auxiliam a evitar a ____________ de água.

b. A partir de agora a respiração dos animais é do tipo _____________________,


típica de ambientes ____________________.

c. Com relação a reprodução, os répteis apresentam fecundação


___________________ e desenvolvimento _________________________.
Os ovos, assim como as aves, apresentam ____________________ e ____
______________________________________ que auxiliam na proteção e
evitam a dessecação do embrião.

d. O produto de excreção dos répteis é o ______________________________,


o qual necessita de menos água para ser eliminado.

Aula 6 - Vertebrados III- répteis 315 e-Tec Brasil


e-Tec Brasil 316
Aula 7 - Vertebrados IV - aves

Hoje conheceremos um pouco sobre a ornitologia, que se dedica


ao estudo da grande classe das aves. Este grupo é bastante
diversificado, e inclui desde organismos pequenos, como o
conhecido beija-flor, até grandes organismos como os avestruzes,
além de algumas espécies bastante peculiares, como os famosos
pinguins.

Vamos dar ênfase às adaptações que estes animais adquiriram


para o voo e conhecer suas características principais.

Vejamos a belíssima classe das aves!! (figura 7.1)

http://www.infoescola.com http://www.ask.com http://revistaproagri.webs.com

http://www.centrovegetariano.org http://www.baixaki.com.br http://www.fotosdebichos.com.br

Figura 7.1 A diversidade das aves.

7.1 A classificação das aves


As aves são divididas em 18 ordens, as quais são distribuídas em dois
grupos principais (superordens), as Paleognathae (Ratitas) e as Neognathae
(Carenadas). Vejamos quem são:

Paleognathae (Ratitas) – são as aves que não voam, consideradas mais


primitivas, como os avestruzes (Africanos) e as emas (Sul americanas) (figura
7.2).

Obs.: algumas aves como galinhas e os pinguins, apesar de não voarem, não
são colocados neste grupo.

Aula 7 - Vertebrados IV - aves 317 e-Tec Brasil


Figura 7.2 Emas e avestruzes, exemplos
de Ratitas, aves que não voam
Fonte: http://www.treknature.com

Neognathae (Carenadas) – são consideradas mais modernas e possuem


uma estrutura chamada quilha (figura 7.3), para inserção de músculos que
auxiliam no voo. Entram neste grupo todas as outras aves que conhecemos.

Figura 7.3 A quilha das aves


Fonte: http://www.infoescola.com

7.2 As principais características das aves


As aves, diferente dos três grupos de vertebrados que vimos
anteriormente são organismos endotérmicos (antigo
homeotérmicos). Assim como os mamíferos, a temperatura do
corpo das aves não varia de acordo com a temperatura do ambiente,
ou seja, esta permanece mais ou menos constante, característica
que é adquirida devido à presença das penas (figura 7.4). Tais
estruturas, além de auxiliar na manutenção da temperatura,
protegem o corpo, impermeabilizam a pele e auxiliam no voo.
A impermeabilização das penas é feita graças às glândulas
uropigianas, localizadas próximas à parte superior da cauda.
Figura 7.4 Penas, estruturas
características das aves Estes animais realizam respiração pulmonar, possuem um coração
Fonte: acervo do autor com quatro cavidades (dois átrios e dois ventrículos) e apresentam
como produto de excreção o ácido úrico.

e-Tec Brasil 318 Biologia III


7.3 As adaptações para o voo
Muitas das características encontradas nos grupo das aves dizem respeito
a adaptações que este organismos foram adquirindo para chegar a um
importante comportamento das aves: o voo.

Certamente que se lhe fosse perguntado sobre uma destas características,


prontamente você responderia que as estruturas responsáveis pelo voo
seriam as asas. Sem dúvida a resposta é correta, porém existem tantas
outras características que também estão relacionadas com estas adaptações.
Vejamos quais são:

Além da presença de asas e penas, as aves possuem um osso na caixa torácica


que tem a forma de quilha (figura 7.3) e que serve para a inserção dos
músculos peitorais, fundamentais para o voo. Ainda, os ossos das aves são
porosos (chamados ossos pneumáticos) e portanto são bem mais leves.

As aves não possuem dentes, nem bexiga urinária o que contribui para a
redução do peso do corpo destes animais.

Além disso, nas aves existe uma estrutura chamada de sacos aéreos,
relacionada à respiração deste organismos, mas que também, ao inflar,
permitem que estas se mantenham mais leves e facilitam desta forma o voo.

7.4 A reprodução das aves


As aves são animais dióicos e como são terrestres, apresentam fecundação
interna. Apresentam desenvolvimento direto e são ovíparas, mantendo
os ovos sempre aquecidos para que ocorra um bom desenvolvimento do
embrião.

Estas apresentam na maioria das espécies uma grande diferença entre machos
e fêmeas (dimorfismo sexual), sendo os machos bem mais vistosos que as
fêmeas. Além disso, possuem muitos ritos comportamentais relacionados
com a reprodução e delimitação do território, como por exemplo, a exibição
da plumagem e o canto.

Aula 7 - Vertebrados IV - aves 319 e-Tec Brasil


Saiba mais
A origem evolutiva das aves.
A maioria dos cientistas parece estar de acordo que as aves evoluíram a
partir dos répteis. Admite-se mesmo, que durante este percurso evolutivo de
milhões de anos, existissem criaturas possuidoras de estruturas intermédias
entre as coberturas escamosas, características dos répteis e as plumagens das
aves. O mais antigo fóssil que permite esta relação evolutiva (dinossauros/aves)
foi encontrado em meados do séc.XIX no sul da Alemanha. O Archaeopterix,
como foi designado, viveu há cerca de 150 milhões de anos. Da dimensão
sensivelmente de um corvo, apresentava asas e o corpo coberto de penas.
No entanto, ao contrário das aves dos nossos dias, o Archaeopteryx tinha
dentes, possuía ossos na cauda como um pequeno dinossauro e 3 finos
dedos em forma de garra nas extremidade das asas, de que se serviria para
se agarrar aos galhos e trepar às árvores. Provavelmente não era capaz de
levantar voo, devido ao facto de não possuir o esterno em forma de quilha,
osso que as aves tem no peito e onde se inserem os poderosos músculos
que permitem o bater de asas. Contudo, seria, sem dúvida, capaz não só
de executar enormes saltos impulsionados pelas asas, bem como de “voar”
planando.

A seguinte fase evolutiva das aves chegou até nós através de bem preservados
fósseis com cerca de 90 milhões de anos. Deste grupo de aves as que melhor
se conhecem são o Hesperornis e o Ichthyornis, ambas aves aquáticas que
viveram onde hoje se situa a América do Norte. Por essa altura um enorme
mar interno cobria a região. É quase certo que a base alimentação do
Hesperornis e do Ichthyornis era o peixe. Tal como o Archaeopterix ambos
possuíam dentes, embora estejam evolutivamente mais próximos das aves
que hoje conhecemos.

O Hesperornis assemelha-se ao mergulhão dos nossos dias. Embora fosse


incapaz de voar, era um nadador exímio. O Ichthyornis, que se assemelha à

e-Tec Brasil 320 Biologia III


actual gaivota, também  mergulhava em busca das suas presas, mas com as
suas longas asas era capaz de voar.

As primeiras aves que em tudo são idênticas às dos dias de hoje apareceram
há cerca de 65 milhões de anos atrás. A grande maioria destas aves eram
aves aquáticas que já não possuíam dentadura e são os antepassados
directos de patos, flamingos e pelicanos. Os antepassados das outras aves
que conhecemos actualmente evoluíram entre o período dos 65 e 13
milhões de anos. Entre estes incluem-se os primeiros falcões, avestruzes,
corujas, mochos e pinguins. Finalmente, há cerca de 11.500 anos,  no fim
dos glaciares, existia já a grande maioria das espécies de aves que chegaram
até aos nossos dias.
Fonte: http://www.azibo.org/aveevo.html

Resumo
Nesta aula pudemos conhecer sobre o belíssimo mundo das aves.
Aprendemos sobre as características deste grupo e as adaptações estruturais
destes animais que facilitam o voo.

Vimos ainda que se trata de um grupo extremamente diversificado, inclusive


nas suas características comportamentais e reprodutivas.

Atividades de aprendizagem
Assinale as alternativas corretas:

1. São características exclusivas das aves:

a. endotermia, penas e coração com quatro cavidades.


b. endotermia, sacos aéreos e penas.
c. coração com quatro cavidades.
d. sacos aéreos e penas.

2. O principal produto de excreção das aves é o:


a) ureia b) amônia c) ácido úrico d) guanina

3. Quais são as adaptações do esqueleto das aves relacionadas ao


voo?

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Aula 7 - Vertebrados IV - aves 321 e-Tec Brasil


Aula 8 - Vertebrados V - mamíferos

Vamos nesta aula falar um pouco do último grupo de vertebrados,


a classe Mammalia. Estes animais começaram a se expandir a
cerca de 65 milhões de anos (figura 8.1), após a extinção dos
grandes dinossauros, tendo sua origem, assim como as aves, de
um grupo de répteis primitivos.

Os mamíferos, nos quais nós seres humanos também nos


classificamos, ocupam todos os ambientes terrestres, sendo
encontrados também em ambientes aquáticos. Temos neste grupo
desde pequenos roedores até grandes animais como a baleia-azul,
maior animal existente.

Vamos então saber um pouco mais sobre estes animais, suas


características e sua diversidade.

Figura 8.1 Os grandes mamíferos já extintos


Fonte: http://www.grupoescolar.com

8.1 Características gerais dos mamíferos


O próprio nome já diz Mammalia, o que diz respeito à presença de glândulas
mamárias, sem dúvida, a principal característica destes animais. Todos os
mamíferos mamam, sem exceção (figura 8.2).

Aula 8 - Vertebrados V - mamíferos 323 e-Tec Brasil


http://conhecendoazoologia.blogspot.com http:// www.allwetterzoo.de

http://portaldoprofessor.mec.gov.br http://www.imagem.ufrj.br

Figura 8.2 Presença de glândulas mamárias, principal característica dos mamíferos


Estes animais, assim como as aves, são organismos endotérmicos
(homeotérmicos), mantendo a temperatura corporal constante, agora com
o auxílio dos pelos (figura 8.3) que recobrem total ou parcialmente o corpo
destes animais. A presença de glândulas sebáceas e sudoríparas são comuns
também no corpo destes animais.

Figura 8.3 Presença de pelos nos mamíferos


Fonte: http://aletp.com/2007

Ainda como características exclusivas, os mamíferos possuem os dentes


diferenciados em incisivos, caninos, pré-molares e molares.

Todos os mamíferos possuem respiração pulmonar, inclusive os mamíferos


aquáticos como baleias e golfinhos e apresentam como produto de excreção
a ureia.

Lembre-se!!
Características exclusivas dos mamíferos:
Glândulas mamárias
Pelos
Dentes diferenciados

e-Tec Brasil 324 Biologia III


8.2 A reprodução dos mamíferos
Assim como os demais vertebrados, os mamíferos são animais dioicos, com
dimorfismo sexual bastante evidente e fecundação interna.

O desenvolvimento embrionário é o que vária entre os mamíferos, o que


inclusive serve para separar estes animais em três subclasses, onde podem
ser vivíparos (a maioria) ou ovíparos.

8.3 As três subclasses de mamíferos


Vejamos no quadro abaixo quais as subclasses de mamíferos...

Quadro 8.1 – As subclasses de mamíferos


Prototheria (Monotremados) Metatheria (Marsupiais) Eutheria (Plancentários)
- São os únicos mamíferos que põe ovos - Mamíferos vivíparos. - Mamíferos vivíparos.
(ovíparos). - Com marsúpio (bolsa onde os filho- - Os filhotes se desenvolvem no
- Encontrados atualmente apenas na tes terminam seu desenvolvimento) interior do útero materno e já nascem
Austrália e Nova Guiné. Ex. Gambás, cangurus, coalas (figura formados.
Ex. Ornitorrinco e equidnas (figura 8.4) 8.5). Ex. Compreende 95% das espécies de
mamíferos. Ver as principais ordens de
placentários.

Figura 8.4 Ornitorrinco (A) e equidna (B), exemplos de monotremados


http://oglobo.globo.com/ciencia
http://www.infoescola.com

Figura 8.5 Coala (A), canguru (B) e gambá (C), exemplos de marsupiais
http://www.portalsaofrancisco.com.br
http://www.brasilescola.com
http://www.baixaki.com.br

8.4 As principais ordens de mamíferos


placentários
Como os placentários compreendem mais de 95% de todos os mamíferos,
vamos conhecer algumas das principais ordens, a grande maioria bastante
conhecida.

Aula 8 - Vertebrados V - mamíferos 325 e-Tec Brasil


Quadro 8.2 – As principais ordens de mamíferos placentários
Ordem Proboscidea Ordem Edentada Ordem Sirenia

http://www.ecologiaonline.com http://tatucaminhadentro.com http://bionarede.blogspot.com

Ordem Pilosa Ordem Lagomorpha Ordem Rodentia

http://daniloeco18.blogspot.com http://www.bicharada.net http://www.fotoplatforma.pl


Ordem Primata Ordem Chiroptera Ordem Cetácea

http://absadesign.hd1.com.br http://naturezabiologica.blogspot.com http://biologiadehoje.blogspot.com


Ordem Carnívora Ordem Artiodactyla Ordem Perissodactyla

http://www.fiocruz.br http://www.imagensgratis.com.br http://www.imagensgratis.com.br.html

e-Tec Brasil 326 Biologia III


Saiba mais
Metade das espécies brasileiras ameaçadas está protegida em
unidades de conservação.
Fonte: http://biologias.com/noticias/915

Brasília – Metade das 627 espécies brasileiras ameaçadas de extinção vive em


unidades de conservação federais, onde estão mais protegidas do risco de
desaparecer da natureza. É o que mostra levantamento divulgado hoje (11)
pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Intitulado Atlas da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção em Unidades de


Conservação Federais, o levantamento detalha quais são e onde estão as
314 espécies encontradas em unidades de conservação (UCs) de todo o
país, inclusive no bioma marinho. Entre os animais ameaçados encontrados
nas áreas de conservação, estão o peixe-boi-da-amazônia, a onça-pintada,
o mico-leão-dourado e a arara-azul-de-lear, símbolos da fauna brasileira
ameaçada.

Apesar da proteção de espécies emblemáticas, ainda não se sabe se a outra


metade da lista de animais ameaçados está em territórios protegidos. A
maioria dos animais com risco de extinção registrados nas UCs são aves
e mamíferos, mais fáceis de identificar, segundo o coordenador geral de
espécies ameaçadas do ICMBio, Ugo Vercillo. “Peixes e invertebrados são
mais difíceis de serem encontrados e identificados”.

A meta brasileira, assumida diante da Convenção da Organização das


Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, é garantir que 100% dos animais
ameaçados tenham exemplares em territórios protegidos. “O primeiro passo
para conservar é saber onde elas estão, procurar cada espécie”, avalia
Vercillo.

O bioma com maior número de registros de animais ameaçados encontrados


em UCs é a Mata Atlântica, onde parques nacionais, estações ecológicas e
outras unidades abrigam 168 espécies ameaçadas de extinção. Na Caatinga,
das 43 espécies ameaçadas de extinção no bioma, 41 estão em unidades de
conservação.

O presidente do ICMBio, Rômullo Melo, disse que o levantamento pode


orientar a gestão das unidades espalhadas pelo país e ajudar a identificar
lacunas de preservação. “O atlas fez o cruzamento para saber que unidades
de conservação protegem que espécies ameaçadas. Vai ser um instrumento
importante para orientar a definição de áreas prioritárias para ampliação e
criação de novas unidades de conservação”.

Aula 8 - Vertebrados V - mamíferos 327 e-Tec Brasil


O ICMBio lançou hoje (11) uma revista eletrônica para divulgação de
informações científicas sobre espécies brasileiras, inclusive as ameaçadas
de extinção. A meta é avaliar 10 mil espécies nos próximos cinco anos. O
instituto também colocou no ar sua nova página na internet, com serviços e
informações sobre as 310 unidades de conservação federais do país.

O endereço eletrônico do ICMBio é o http://www.icmbio.gov.br/.


Edição: Lana Cristina
Autor(a)/Créditos: Luana Lourenço Repórter da Agência Brasil

Resumo
Nesta aula aprendemos que os mamíferos apresentam algumas características
exclusivas, como a presença de glândulas mamárias, pelos e uma dentição
diferenciada.

Vimos que existem mamíferos que colocam ovos (ovíparos), outros


que possuem marsúpio e ainda a grande maioria que são os mamíferos
placentários. Destes vimos, ainda, a grande diversidade e conhecemos as
principais ordens.

Atividades de aprendizagem
Responda as seguintes questões:

1. Caracterize os mamíferos.

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2. Diferencie e exemplifique as três subclasses de mamíferos.

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3. Conceitue os termos ectotérmicos e endotérmicos.

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e-Tec Brasil 328 Biologia III


Aula 9 - Chondrichthyes - peixes cartilaginosos I

Nesta aula vamos conhecer um pouco mais sobre os peixes


cartilaginosos. Veremos que estes seres vivos são denominados
assim porque o seu esqueleto é formado por cartilagem, por isso o
nome Chondrichthyes (Condrictes).

chondros = cartilagem ichthyos = peixe.

Figura 9.1 Característica geral de um tubarão


Fonte: http://www.biologo.com.br/tubarao

9.1 Características gerais dos Condrictes


O nome Chondrychthyes deriva do grego, onde chondros quer dizer
cartilagem, e ichthyos, peixe. Como em todo reino animal a característica
mais marcante reflete o nome do grupo. Neste caso o esqueleto dos
Condrictes é formado por tecido cartilaginoso, e não por tecido ósseo, por
isso são chamados de peixes cartilaginosos. São os tubarões, as quimeras e
as raias. São organismos aquáticos, cujo habitat é normalmente o ambiente
marinho, embora haja alguns de água doce.

São cordados, vertebrados, gnatostômios, pecilotérmicos (poiquilotérmicos)


ou heterotérmicos, que respiram por brânquias. Possuem 5 ou 7 fendas
branquiais e não apresentam opérculo.

9.2 Estrutura corporal dos condrictes


Os condrictes possuem mandíbula bem desenvolvida e nadadeiras pares
como apresentada na figura 9.1. Possuem um esqueleto bem estruturado
e mais leve. Diferem dos peixes ósseos por apresentarem a boca na posição

Aula 9 - Chondrichthyes - peixes cartilaginosos I 329 e-Tec Brasil


ventral e a nadadeira caudal do tipo heterocerca. O corpo é recoberto por
escamas (figura 9.2) do tipo placóides, de origem dermo-epidérmicas,
semelhantes aos dentes.

Figura 9.2 Escamas placóides


Fonte: Amabis & Martho, 2008.

9.2.1 Tegumento
A epiderme dos peixes cartilaginosos é pluriestratificada (cerca de 4 a
6 camadas de células sobrepostas), sendo mais delgada que a derme.
Apresentam escamas placóides, que é uma escama com estrutura parecida
com a de um dente, pois é composta de esmalte, dentina, vasos e nervos.

e-Tec Brasil 330 Biologia III


Tem origem na derme e são diminutas, servindo para reduzir a turbulência
causada pelo atrito com a água, e por consequência, a velocidade do nado
aumenta.

9.3 Classificação dos condrictes


Os Condrictes são classificados em dois grupos (2 subclasses), são elas:

Elasmobranchii - representada por cação, raias, tubarão. Com


aproximadamente 760 espécies e possuem como características:

• Fendas branquiais (5 a 7) não recobertas;


• Nadadeira caudal bem desenvolvida;
• Corpo recoberto por escamas placóides;
• Boca ventral;
• Arco mandibular frouxamente ligado ao crânio.

Nos tubarões, as fendas branquiais estão localizadas lateralmente. Nas raias,


as brânquias se localizam na porção ventral do corpo.

Tubarões: apresentam o corpo fusiforme com rostro (cara) pontudo.


Narinas pares anteriores a boca. Olhos laterais sem pálpebras. Cinco fendas
branquiais anteriores a cada nadadeira peitoral. Nadadeiras dorsais com
espinho. Nadadeira pélvica modificada nos machos em clásper (para a cópula)
e cauda heterocerca. Pele coriácea com escamas placóides semelhantes a
dentes (reduzir a turbulência das águas).

Arraias: também chamadas de raias, possuem o corpo achatado


dorsoventralmente e as fendas branquiais encontram-se por baixo da cabeça.
Vivem normalmente no fundo do mar, embora algumas, como a jamanta,
sejam pelágicas (natantes).

As raias (figura 9.3) possuem barbatanas peitorais como uma extensão do


corpo, de forma arredondada ou em losango, pelo que se refere ao seu
corpo como o “disco”. São muito próximas dos tubarões, do ponto de vista
filogenético, de tal forma que são
incluídos na mesma subclasse, por
isso a divisão entre raias e tubarões
é meramente morfológica. Existe
uma espécie de jamanta do Oceano
Atlântico, conhecida em Cabo Verde
como “gavião-do-mar”, em inglês
como Lusitanian cownose ray e
em espanhol, Gavilán lusitánico
Figura 9.3 Arraia mostrando boca ventral
(Rhinoptera marginata). Fonte: http://mariliaescobar.wordpress.com

Aula 9 - Chondrichthyes - peixes cartilaginosos I 331 e-Tec Brasil


Existe apenas uma família de raias que habitam água doce, principalmente
em rios da América Central e América do Sul, a família Potamotrygonidae,
cujos representantes têm também um espinho venenoso na cauda. O ferrão
das raias são escamas placóides modificadas. As raias de água doce (figura
9.4) não possuem ferrão. Há raias com 2 ferrões. Na ponta do ferrão há
produção de veneno. Na parte superior da derme, próximas à epiderme estão
os melanócitos, células produtoras de melanina. A presença de melanina
confere a capacidade destes animais de se camuflarem.

Figura 9.4 Arraia pintada, mostrando a cauda


Fonte: http://www.vivaterra.org.br

Holocephali – representada pelas quimeras (figura 9.5). Possuem como


características:

• Brânquias protegidas por opérculo


• Cauda longa e flexível
• Olhos grandes
• Sem escamas
As quimeras, ao invés de fendas branquiais, possuem opérculo (só tem um par
de fendas branquiais). Possui uma cauda fina e longa (cauda heterocerca) e a
nadadeira peitoral é muito desenvolvida. Esta nadadeira promove a natação
através do movimento na forma de “remo”. As quimeras são encontradas a
partir de 80 metros de profundidade.

Figura 9.5 Quimera


Fonte: http://www.csv.unesp.br

e-Tec Brasil 332 Biologia III


Saiba mais
1) Por que ocorrem tantos ataques de tubarão em Recife?
por Yuri Vasconcelos

Existem vários fatores que explicam esses ataques, mas os especialistas


consideram que talvez o principal deles tenha sido a construção do porto
de Suape, ao sul de Recife. Ele foi inaugurado em meados da década
de 80, mas passou a funcionar a pleno vapor a partir dos anos 90. E foi
exatamente nessa última década que começaram a explodir os ataques de
tubarões nas praias metropolitanas de Recife - foram cerca de 40 incidentes,
causando a morte de 13 pessoas. Antes desse período, quase nenhum caso
havia sido registrado na região. “Parece haver uma correlação significativa
entre o número de navios do porto e a ocorrência de ataques. Os tubarões
reconhecidamente costumam seguir grandes embarcações”, afirma o
biólogo Fábio Hazin, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Mas também existem outros fatores que explicam o problema, como a


elevação do número de surfistas e banhistas no mar, a crescente pesca
de arrasto de camarão - com os barcos despejando restos da pescaria no
mar, o que atrai os tubarões - a topografia do relevo submarino da região
e até mesmo algumas condições climáticas, como a influência dos ventos
nas correntes marítimas. De acordo com Fábio, que tem acompanhado de
perto a situação, as principais espécies responsáveis pelos ataques são o
tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier) e o cabeça-chata (Carcharhinus leucas). As
.

duas espécies são conhecidas pela ferocidade de seus ataques e pelo grande
apetite. Uma prova desse poder predatório é que já foram encontrados no
estômago de tubarões. capturados os mais variados objetos, como placas de
carro, garrafas, sacos plásticos e até mesmo latas de cerveja.

2) Fuja deles:
Duas espécies são responsáveis pela maioria dos incidentes.
Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/mundoanimal/pergunta_286563.shtml

a. Até 3,5 metros: CABEÇA-CHATA (Carcharhinus leucas)

Extremamente adaptável à água doce, ele já foi encontrado no rio Amazonas


a 4 quilômetros da costa. Tem nariz largo e achatado, olhos pequenos,
barriga branca e corpo acinzentado. As fêmeas costumam ser maiores que
os machos.

b. Até 6 metros: TUBARÃO-TIGRE (Galeocerdo cuvier)

É uma das espécies mais temidas em função da violência de seu ataque.


Ele come uma grande variedade de animais (tartarugas, raias, moluscos),
inclusive membros da mesma espécie. Tem esse nome em função das
manchas pretas no corpo.

Aula 9 - Chondrichthyes - peixes cartilaginosos I 333 e-Tec Brasil


Curiosidade
Atração fatal: Condições naturais e modernização da região fizeram as
feras se aproximar dos banhistas.

a. Ventos preocupantes

A maioria dos ataques ocorre quando o vento sopra forte de sul e sudeste.
Nesses dias, as correntes oceânicas do sul para o norte se intensificam,
trazendo para perto das praias de Recife os tubarões que seguem os rastros
de navios no porto de Suape.

b. Vítima preferencial

Os surfistas são os que mais sofrem, pois ficam muito tempo na água.
Além disso, as ondas se formam longe da praia, perto do banco de areia,
aproximando ainda mais surfistas e tubarões, que podem confundir as
pernas boiando na água com peixes se debatendo.

c. Porto polêmico

O crescimento das atividades do porto de Suape, ao sul de Recife, fez


aumentar o tráfego de navios na região. Atraídos pelos restos de alimentos
e dejetos jogados no mar, tubarões seguem as embarcações, aproximando-
se da costa.

d. Maternidade nova

A destruição de mangues onde foi construído o porto de Suape fez com que
as fêmeas de tubarão cabeça-chata que usavam o local para parir migrassem
.

para o estuário do rio Jaboatão, ao norte. Esse rio desemboca exatamente


nas praias de Recife.

e. Canal tentador

Um banco de areia se estende no mar a cerca de mil metros das praias


recifenses. Entre essa longa faixa, com profundidade entre 1 e 3 metros, a
praia é formado um canal profundo (entre 5 e 8 m), que se transforma numa
espécie de refeitório para os tubarões.

f. Comida fácil

O problema da existência de um canal entre as praias e o banco de areia é


que ele atrai várias espécies de raias, justamente um dos “pratos favoritos”
dos tubarões. A presença de tantas presas nessa área faz os tubarões
permanecerem mais tempo perto das praias.

e-Tec Brasil 334 Biologia III


Resumo
Nesta aula conhecemos um pouco sobre os Peixes Cartilaginosos, estudamos
sua estrutura, seu habitat. Vimos também, por meio da leitura adicional, que
os tubarões, como qualquer outro animal, atacam quando têm fome e, pelo
fato do homem invadir seu espaço, não deixa alternativa para o animal, que
faminto, ataca os seres humanos.

Atividades de aprendizagem
1. Na região que você mora, você já ouviu falar em ataques de
tubarões às pessoas? E se houvesse, você saberia explicar por que
acontecem esses tipos de “ataques”?

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2. Qual peixe que você conhece e alguns de nós já o comemos e é


parente próximo do tubarão?

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Aula 9 - Chondrichthyes - peixes cartilaginosos I 335 e-Tec Brasil


Aula 10 - Chondrichthyes - peixes cartilaginosos II

Dando continuidade ao nosso estudo sobre peixes cartilaginosos,


vamos aprender como os organismos desses animais funcionam,
quais estruturas são necessárias para que eles permaneçam no
ambiente.

10.1 Musculatura
A parte mais desenvolvida da musculatura destes peixes encontra-se no
tronco e na cauda. As células musculares estão dispostas em forma de duplo
“V”, intercalados por tecido conjuntivo.

Enquanto um músculo, conhecido por “músculo vermelho”, é aeróbico e


necessita de oxigênio para funcionar, o músculo branco é anaeróbico, ou
seja, não necessita de oxigênio para funcionar O músculo vermelho serve
para cruzar o mar, enquanto o músculo branco é usado em explosões de
velocidade repentinas.

10.2 Esqueleto
Como já vimos anteriormente, o esqueleto é formado por tecido cartilaginoso,
podendo ocorrer deposição de carbonato de cálcio, tornando-o mais rígido,
não significando, porém, que houve uma ossificação. Possuem esqueleto
axial (crânio e coluna vertebral) e nadadeiras (figura 10.1).

Figura 10.1 Esqueleto cartilaginoso


Fonte: http://gmirabeau.sites.uol.com.br

O crânio é inteiro, compacto, a caixa craniana é uma peça cartilaginosa única


que envolve o cérebro, as cápsulas olfatórias e auditivas. A notocorda não foi
totalmente substituída pela coluna vertebral, estando presentes resquícios
entre uma vértebra e outra. As mandíbulas são imprecisamente ligadas ao
crânio. As costelas não proporcionam apoio.

Aula 10 - Chondrichthyes - peixes cartilaginosos II 337 e-Tec Brasil


Curiosidade
A cartilagem do esqueleto de um tubarão pode ser importante futuramente
para o estudo do câncer. A cartilagem de um tubarão contém uma substância
ativa que inibe o crescimento do tumor. Raramente um tubarão desenvolve
um câncer. 

10.3 Órgãos dos sentidos


São órgãos que auxiliam esses animais a se orientarem no oceano. Por meio
deles os representantes desta classe capturam alimento, se reproduzem e
Título original: atacam se sentirem ameaçados.
(Jaws) – Tubarão
(no Brasil)
Lançamento: a. Olfato: Narinas na região cefálica com quimiorreceptores.
1975 (EUA)
Direção: Steven b. Químio e Mecanorrecepção: Percepção a grandes distâncias.
Spielberg
Atores: Roy
Scheider, Robert Shaw, Richard c. Visão: Quando próximos à presa. Olhos sem pálpebras.
Dreyfuss, Lorraine Gary.
Duração: 123 min d. Audição: Ouvido interno, com canais semicirculares.
Gênero: Terror
Sinopse: Um terrível ataque a
banhistas é o sinal de que a praia
e. Ampolas de Lorenzini: São eletrorreceptores (detectam campo elétrico).
da pequena cidade de Amity vi- Estão localizadas na cabeça do tubarão; são pequenas aberturas que
rou refeitório de um gigantesco
tubarão branco, que começa a permitem ao tubarão perceber as vibrações no meio. As ampolas de
se alimentar dos turistas. Em- Lorenzini (figura 10.2) sentem um campo elétrico até 20.000 vezes
bora o prefeito queira esconder
os fatos da mídia, o xerife local menores que 1 volt, equivalente à batida do coração de um peixe.
(Roy Scheider) pede ajuda a um
ictiologista (Richard Dreyfuss) e
Assista ao filme sugerido na aula 9 e verá as Ampolas de Lorenzini em
a um pescador veterano (Robert funcionamento!!!
Shaw) para caçar o animal. Mas
a missão vai ser mais complicada
do que eles imaginavam.

Figura 10.2 Ampolas de Lorenzini


Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br

f. Linha Lateral: detectam as vibrações, e transmitem-nas às células


nervosas no cérebro.

Nos peixes, a linha lateral (figura 10.3) é um órgão sensorial usado


para detectar movimentos ao seu redor na água. Ela pode ser facilmente
identificada em alguns peixes por estar posicionada nas laterais do corpo

e-Tec Brasil 338 Biologia III


do peixe e é formada por escamas com poros, ou aberturas na pele, que
expõem os células especializadas para o meio exterior.

Figura 10.3 Linha lateral em tubarões


Fonte: http://memoriaacessoria.blogspot.com/2010/11

Curiosidade
1. Predação

Localizam as presas inicialmente (1 km ou mais) através de seus órgãos


olfatórios (localizam partículas em uma concentração de uma parte por 10
bilhões);

Localizam também por percepção de vibrações de baixa frequência com


mecanorreceptores na linha lateral;

Em menores distâncias utiliza a sua visão (excelente visão);

Estágio final do ataque: Campo bioelétrico que circunda os animais (Ampolas


de Lorenzini), localizados na cabeça;

Podem localizar animais enterrados por eletrorecepção;

Seus maxilares apresentam fileiras de dentes triangulares afiados. A fileira


anterior é funcional, e é seguida posteriormente por fileiras de dentes em
desenvolvimento.

2. Ambiente marinho (Soluções para a fisiologia osmótica)

Para evitar que a água seja osmoticamente retirada do corpo, eles retêm
compostos nitrogenados (ureia e óxido trimetilamina) no sangue. Estes elevam
a concentração de solutos sanguíneos de maneira a exceder ligeiramente a
concentração marinha.

3. Declínio das espécies

A pesca mundial de tubarões exerce uma pressão muito grande nas


populações, devido ao alto preço de suas nadadeiras usadas na sopa de
nadadeiras de tubarão (prato oriental fino vendido a 50 dólares a porção).

Aula 10 - Chondrichthyes - peixes cartilaginosos II 339 e-Tec Brasil


Populações costeiras sofreram um declínio tão grande que os EUA estão
prestes a tornar ilegal o corte das nadadeiras. Mesmo nas Reserva Marinha
das Ilhas de Galápagos dezenas de milhares de tubarões foram mortos
ilegalmente para o comércio asiático de nadadeiras. Contribuindo com
este fator, para o declínio das espécies, está a baixa fecundidade e o longo
período até que os tubarões atinjam a maturidade, algumas espécies levam
até 35 anos.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/condricties/condricties-2.php

Resumo
Nesta aula aprofundamos um pouco mais o conhecimento sobre os
condrictes. Percebemos que são animais bem especializados e adaptados
ao seu ambiente. Porém, como observamos na leitura adicional, os seres
humanos, através de suas práticas predatórias, têm colaborado para a
diminuição de diversas espécies de tubarões no mundo.

Atividades de aprendizagem
1. (UNESP - modificado) “Cientistas ingleses disseram ter descoberto
os restos de um dos primeiros tubarões. Os fósseis encontrados
datam de 25 milhões de anos antes do que se acreditava. A
impressão, a partir dos achados, é que os tubarões desta época
não tinham mandíbulas.” (O ESTADO DE S. PAULO, 17/02/98, pág.
A-12.)

a. Quais as principais características dos Chondrichthyes?

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b. Qual a vantagem, para os tubarões, de possuírem mandíbulas?

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e-Tec Brasil 340 Biologia III


c. Qual a característica dos dentes dos tubarões?

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2. Os vertebrados apresentam apenas endoesqueleto. Quanto aos


tipos de esqueleto responda:

a. Qual a função de um esqueleto?

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b. Que grupo de vertebrados possui esqueleto inteiramente cartilaginoso?

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Aula 10 - Chondrichthyes - peixes cartilaginosos II 341 e-Tec Brasil


Aula 11 - Osteichthyes - peixes ósseos I

Nesta aula vamos conhecer sobre os peixes ósseos (figura 11.1), suas
características, sua anatomia interna e externa, seu revestimento,
suas barbatanas, entre outros. Vamos conhecer também os peixes
abissais. Sabemos que é um animal que, certamente, todos nós
conhecemos, porém, nosso objetivo é aprofundar a biologia dos
osteíctes.

Figura 11.1 Peixe ósseo


Fonte: http://pescabr.blogspot.com/

11.1 Características gerais dos osteíctes


A classe Osteichthyes (do grego osteos = osso, e ichthyos = peixe) agrupa
os peixes ósseos, em contraposição com Chondrichthyes, os peixes
cartilaginosos que estudamos nas aulas anteriores. Atualmente define-se a
classe osteictes sob uma nova classificação.

Osteichthyes: são todos os animais com tecido ósseo endocôndrico

Osso endocôndrico: Osso


Esta classe inclui os táxons: esponjoso, ou seja, tecido
ossificado internamente por
• Sarcopterygii - os peixes de barbatanas lobadas, como o celacanto e os substituição da cartilagem
(http://pt.wikipedia.org/wiki/
peixes pulmonados e os tetrápodes, ou seja, os vertebrados terrestres; Osteichthyes).

• Actinopterygii - os restantes grupos de peixes, também conhecidos


como teleósteos.

Os peixes ósseos são o grupo mais vasto (correspondem a 9 em cada 10


espécies). Estes animais habitam todos os tipos de água (doce, salobra,
salgada, quente ou fria - embora a maioria seja limitada a temperaturas

Aula 11 - Osteichthyes - peixes ósseos I 343 e-Tec Brasil


entre 9 e 11ºC). São pecilotérmicos, ou seja, a temperatura do corpo varia
conforme o ambiente. 

As suas características principais incluem um corpo, mais alto que largo e de


silhueta oval, o que facilita o deslocamento através da água (hidrodinâmica). 

11.2 Estrutura do corpo


O esqueleto dos osteictes é formado por ossos verdadeiros, com numerosas
vértebras distintas, embora seja frequente a persistência de notocorda nos
Título original:
(Finding Nemo) espaços intervertebrais.  O esqueleto apresenta três partes principais (figura
Lançamento:
2003 (EUA)
11.2):
Direção:
Andrew Stanton • coluna vertebral;
Atores:
Eric Bana, Eri- • crânio;
ca Beck, Albert
Brooks, Willem Dafoe. • raios das barbatanas.
Duração: 101 min
Gênero: Animação
Sinopse: Nemo é um pequeno
peixe-palhaço, que repentinamente é
sequestrado do coral onde vive por
um mergulhador e passa a viver em
um aquário. Decidido a encontrá-lo,
seu tímido pai sai em sua busca, ten-
do como parceria a ingênua Dory.

Figura 11.2 Estrutura do esqueleto de peixe ósseo


Fonte: http://leonardoejoaootavio.blogspot.com/p/sala-de-aula.html

Da coluna vertebral partem as costelas e a cintura peitoral. Numerosos outros


pequenos ossos sustentam os raios das barbatanas. 

O crânio é articulado com as maxilas e mandíbulas, ambas bem desenvolvidas,


e suporta os arcos branquiais. A cauda é geralmente homocerca (igual).

Obs.: Não existe cintura pélvica, ligando-se essas barbatanas por meio de
tendões, sem ligação à coluna vertebral. A articulação do crânio com a
coluna vertebral é tão forte que os peixes não podem virar a cabeça.

e-Tec Brasil 344 Biologia III


Saiba mais
Atualmente, é recomendado que cada fase de desenvolvimento do
peixe seja executada em pisciculturas diferentes

A produção de peixes é constituída, basicamente, por três fases: a


alevinagem, a recria e a engorda, sendo que cada uma delas constitui um
tipo específico de piscicultura. Para que cada fase seja bem sucedida, será
necessário que o piscicultor conheça as formas de manejo e os cuidados que
cada uma dessas etapas requer, visando manter as condições adequadas
para o desenvolvimento dos peixes. Atualmente, é recomendado que cada
fase seja executada em pisciculturas diferentes, pois as atuais técnicas de
cultivo já alcançaram um nível tecnológico que permite a separação com
maior eficiência. É denominado produtor de alevinos o piscicultor que se
dedica à reprodução, larvicultura, criação e comercialização de alevinos.

A larva é formada pela eclosão dos ovos e é considerada o primeiro estágio


de desenvolvimento dos peixes. O segundo estágio é definido como
pós-larva, e está relacionado com o enchimento da bexiga natatória e,
consequentemente, com a abertura da boca. Em seguida, formam-se os
alevinos, pequenos peixes que já se assemelham aos adultos da sua espécie.
Na maioria das espécies de água doce, essa é a fase da vida que vai do
décimo ao centésimo dia. O curso “Produção de Alevinos”, elaborado pelo
CPT – Centro de Produções Técnicas, mostra os métodos de reprodução
natural e artificial dos peixes, além de apresentar informações sobre como
proceder para produzir alevinos de qualidade. A coordenação técnica é do
professor Dálcio Ricardo de Andrade, doutor em zootecnia, especialista em
piscicultura, e do pesquisador Manuel Vasquez Vidal Junior, ambos da UFV –
Universidade Federal de Viçosa.
Fonte: Navegar: Home / Piscicultura / Criação de alevinos Criação de alevinos Por
admin em 29 de março 2010

11.3 Peixes Abissais


Sua principal característica é viver no fundo do oceano, onde a temperatura
é de 2 graus, a luz do sol não chega e a pressão da água é muito grande,
a 4.000 metros de profundidade. São de aparência estranhas, com bocas
e olhos enormes, podem ser gelatinosos, sem escamas ou sem armadura
de proteção. Possuem hastes luminosas sobre a região da cabeça, para
tentar capturar seu alimento, lembrando que comem pouco e gastam pouca
energia também, se deixando levar pelas correntezas oceânicas.

Aula 11 - Osteichthyes - peixes ósseos I 345 e-Tec Brasil


O habitat desempenha uma função importante em sua coloração, os que
vivem mais perto da superfície possuem uma cor mais azulada ou esverdeada
e os que vivem nas profundezas um tom mais escuro.

A reprodução é muito baixa entre eles, então cada espécie enquadra numa
maneira de se perpetuar, existem uns que amadurecem como fêmeas e
depois transformam em machos, outros que são hermafroditas, etc.

Ataque ao homem?

Como vivem em zonas abissais, ou seja, no fundo dos oceanos, o homem


quase não consegue chegar nesse tipo de ambiente quase inóspito, com
isso não temos muito contato com esses tipos de peixes, que costumam ser
estudado com muita técnica pelos cientistas, pois existem aqueles que se
desfazem perdendo sua anatomia.
Fonte: Rafael Faulin às 18:29

Figura 11.3 Peixes abissais


Fonte: acervo do autor

Curiosidade
1. Tipicamente, os peixes ósseos não são maiores que 1 m de
comprimento mas existem formas reduzidas (certos gobies têm apenas
10 mm de comprimento) e gigantescas (espadarte com 3,70 m, o esturjão
com 3,80 m e 590 Kg de peso ou o peixe-lua com 900 Kg de peso).

Adaptaram-se a viver em condições por vezes difíceis, como lagos a


grande altitude, zonas polares, fontes hidrotermais, charcos com elevada
salinidade ou pobres em oxigênio, etc.

Muitos peixes realizam migrações periódicas, seja de local para local, seja
de águas profundas para a superfície, tanto para desovar como para se
alimentar. (www.sobiologia.com.br)

e-Tec Brasil 346 Biologia III


2. A palavra peixe usa-se por vezes para designar vários animais
aquáticos (por exemplo na palavra peixe-mulher para designar o
dugongo). Mas a maior parte dos organismos aquáticos muitas vezes
designados por “peixe”, incluindo as medusas e água-vivas, os moluscos
e crustáceos e mesmo animais muito parecidos com os peixes como os
golfinhos, não são peixes.

O peixe é um dos símbolos do cristianismo. A palavra peixe, em grego,


é IXTIS, cujas letras são iniciais da frase “Jesus Cristo Filho de Deus
Salvador”.

Os peixes encontram-se em praticamente todos os ecossistemas


aquáticos, tanto em água doce como salgada, desde a água da praia
até as grandes profundezas dos oceanos (ver biologia marinha). Mas há
alguns lagos hiper-salinos, como o Grande Lago Salgado, nos Estados
Unidos da América do Norte onde não vivem peixes.

Os peixes têm uma grande importância para a humanidade e desde


tempos imemoriais foram pescados para a sua alimentação. Muitas
espécies de peixes são criadas em condições artificiais (ver aquacultura),
não só para alimentação humana, mas também para outros fins, como
os aquários.
(http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/peixes/peixes.php)

Resumo
Nesta aula conhecemos um pouco mais sobre os peixes, sua anatomia
interna e externa. Assim como a relação das escamas ao crescimento do
animal e também suas barbatanas às manobras realizadas por eles dentro
da água. Na leitura adicional e nas curiosidades pudemos aprender sobre as
larvas de peixes – alevinos.

Atividades de aprendizagem
1. Os peixes podem ser, entre outras formas alimentares, carnívoros
ou herbívoros. Quanto a essas duas formas de alimentação:

a. Como são os peixes marinhos que vivem em grandes profundidades


(regiões abissais)? Carnívoros ou herbívoros? Justifique sua resposta.

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Aula 11 - Osteichthyes - peixes ósseos I 347 e-Tec Brasil


b. Qual outro peixe que você conhece que possui a característica de ser
carnívoro? Causa perigo ao homem?

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2. Qual a função das escamas nos peixes e como ocorre o crescimento


das mesmas?

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3. Cite quatro caracteres que distinguem os peixes cartilaginosos


dos ósseos.

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4. Qual a função da Bexiga Natatória? E que tipo de peixe a possui?

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e-Tec Brasil 348 Biologia III


Aula 12 - Osteichthyes - peixes ósseos II

Nesta aula vamos continuar conhecendo a classe Osteichthyes,


mais algumas características sobre sua estrutura, seu ambiente e
algumas curiosidades sobre a desova de algumas espécies.

12.1 Tegumento
A pele dos osteíctes recobre todo o corpo e contém inúmeras glândulas
mucosas, cuja secreção facilita o deslizar através da água e protege contra
infecções. As escamas podem ser de várias formas, mas são sempre de
origem dérmica. Algumas espécies não apresentem escamas ou estas podem
ser revestidas de esmalte. 

12.2 Escamas
Localizadas aderidas à pele dos peixes, são finas, arredondadas, implantadas
em fileiras, como telhas no telhado (figura 12.1). Podem manter a umidade
por um tempo limitado, quando o animal está fora da água. Elas constituem
uma proteção a mais e auxilia na hidrodinâmica. As escamas crescem e
possuem anéis de crescimento. No verão são maiores e no inverno quase
não se observa crescimento. Elas auxiliam na classificação taxonômica dos
peixes.

Figura 12.1 Escamas de peixe ósseo, no


detalhe como elas são justapostas
Fonte: http://ensinarevt.com/

Aula 12 - Osteichthyes - peixes ósseos II 349 e-Tec Brasil


12.2.1Tipos de escamas de peixes ósseos
a. Ctenóides

Típica dos peixes ósseos, são finas e crescem por toda vida,
possuem pequenas projeções formando uma coroa de
minúsculos espinhos, que conferem aos peixes uma aparência
áspera.

b. Ciclóides

Típica de peixes ósseos cresce por toda vida do peixe, são


lisas, não possuindo projeções, diferente das ctenóides.

c. Ganóides

Não ocorrem em peixes brasileiros.

12.3 Barbatanas – nadadeiras


São sustentadas por raios ósseos ou por vezes cartilagíneos. Estão inseridas
em número ímpar no corpo do animal e são elas: duas peitorais, pélvicas,
uma anal e a caudal simétrica (homocerca) (figura 12.2). 

Figura 12.2 Anatomia externa de peixes ósseos


Fonte: http://sos-planetaverde.blogspot.com/

e-Tec Brasil 350 Biologia III


12.4 Bexiga natatória
Os peixes ósseos possuem um órgão especializado no controle hidrostático,
ou seja, para a flutuação que é conhecida como bexiga natatória.

Figura 12.3 Anatomia interna do corpo de um peixe


ósseo, mostrando a bexiga natatória
Fonte: http://www.curiosidadeanimal.com

Curiosidade
Características que favorecem a vida na água:

Os peixes apresentam várias características que favorecem o desempenho de


suas atividades no ambiente em que vivem. Entre elas, destacam-se:

»» corpo com formato, em geral, hidrodinâmico, isto é, achatado


lateralmente e alongado, o que favorece seu deslocamento na água;

»» presença de nadadeiras, estruturas de locomoção que, quanto à


localização, podem ser peitorais, ventrais, dorsais, caudais e anais;

»» corpo geralmente recoberto por escamas lisas, cuja organização diminui


o atrito com a água enquanto o animal se desloca; além disso , a pele é
dotada de glândulas produtoras de muco, o que também contribui para
diminuir o atrito com a água;

»» Existem peixes anádromos, peixes que vivem no mar, e sobem o rio para
fazer a desova e também peixes catádromos, que vivem em água doce e
vão para o mar desovar.

»» musculatura do tronco segmentada, o que permite a realização de


movimentos ondulatórios.

»» Algumas espécies passam por mudanças de sexo, com machos que


passam a fêmeas aumentando de tamanho e as fêmeas que se tornam
dominantes nos cardumes, ao passarem a machos.

Aula 12 - Osteichthyes - peixes ósseos II 351 e-Tec Brasil


»» Os peixes ósseos são os únicos que formam cardumes, por vezes
com dezenas de milhar de indivíduos. Nos cardumes, os peixes
deslocam-se sincronizadamente, como se fossem um só. Cada peixe
segue paralelamente ao seu vizinho, a uma distância de cerca de um
comprimento do corpo e mantém a sua posição devido à ação da visão,
audição e linha lateral.  A cor prateada da maioria dos peixes que fazem
cardumes é fundamental pois ajuda a detectar os movimentos uns dos
outros (uma pequena mudança de direção produz uma grande diferença
a nível da luz refletida).

»» Num cardume os peixes estão mais seguros pois há mais sentidos atentos
a um potencial predador e torna-se mais difícil escolher a presa no meio
de tantos corpos em movimento. A vida em grupo também ajuda a
encontrar alimento e parceiros sexuais.
(Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/Peixes.php)

Saiba mais
Peixe na alimentação humana

Posted by on January 30th, 2009 in Alimentos


Fonte: http://www.nutricaoemfoco.com/2009/01/30/o-peixe-na-alimentacao/

O peixe é um alimento que faz parte do grupo das carnes. Ele apresenta
um misto de minerais e vitaminas que são essenciais a uma alimentação
saudável, além disso, possui um baixo teor de gordura quando comparado
às outras carnes, sendo que essa gordura apresenta uma série de benefícios
no combate e prevenção de várias doenças.

O consumo de peixes reflete de forma positiva na saúde, pois eles são


compostos por ácidos graxos essenciais, que são assim chamados por não
serem produzidos pelo organismo, logo devem ser obtidos na dieta. O ácido
graxo ômega-3 é um deles, e está presente principalmente nos peixes e em
seus óleos.

Benefícios associados ao consumo de peixes

• Diminui a taxa de colesterol;


• Atua nas células nervosas (deficiências nos nutrientes existentes nos
peixes podem refletir em problemas de memória, alterações de humor e
retardo na aprendizagem);
• Diminui o risco de doenças coronárias e arteriosclerose (endurecimento
e espessamento da parede das artérias);

e-Tec Brasil 352 Biologia III


• Atua no processo das inflamações, controle da pressão alta e diminuição
da agregação plaquetária;
• Atua na manutenção do peso ideal, através do controle do apetite;
• Fonte de proteínas de elevado conteúdo nutritivo que contribuem com o
processo de digestão, ultrapassando às das carnes vermelhas;
• Fonte de vitaminas (A, E, D e niacina) e micronutrientes (ferro, iodo,
magnésio, cálcio, sódio, fósforo, potássio, flúor, selênio, manganês e
cobalto);
Apesar de ser de conhecimento popular os benefícios dos peixes, o consumo
desse alimento no Brasil é relativamente pequeno. Esse consumo precisa ser
estimulado em função da importância dos peixes na saúde humana: ele deve
ser ingerido no mínimo duas vezes por semana, intercalando-o com outros
tipos de carnes. Isso irá garantir uma alimentação saudável com repercussões
em vários aspectos da saúde física e mental.

Cuidados com a escolha dos peixes

• É importante comprar o peixe sempre congelado e nunca fora do gelo;


• Os olhos do peixe devem estar salientes, não profundos e sem manchas;
• O odor deve ser o característico, não podendo ser muito forte;
• A carne do peixe deve estar firme sem se desfazer;
• As escamas devem estar firmes no corpo do peixe.

Resumo
Nesta aula, aprofundamos um pouco mais nossos conhecimentos sobre os
peixes ósseos e comparamos aos peixes cartilaginosos. Os peixes ósseos são
bem numerosos, além de serem os mais consumidos.

Atividades de aprendizagem
Reflita sobre as questões e responda:

1. Quais são os benefícios para a nutrição humana ao ingerirmos


carne de peixe? Em que classificação se encontra este tipo de
carne? Vermelha ou Branca.

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Aula 12 - Osteichthyes - peixes ósseos II 353 e-Tec Brasil


2. Para você pesquisar.... Procure em livros ou na internet a respeito de
peixes venenosos. Que tipo de peixe possui glândulas de veneno e
podem causar danos à saúde? Existe algum representante desses
animais no Brasil? Qual o nome dele? Qual país que costuma
ingeri-lo cru?

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e-Tec Brasil 354 Biologia III


Aula 13 - Fisiologia dos peixes cartilaginosos

Vamos nestas duas próximas aulas detalhar um pouco os aspectos


relacionados à fisiologia dos peixes. Primeiro os peixes cartilaginosos
(Condrictes) e na próxima aula os peixes ósseos.

A fisiologia vai tratar de como funcionam os diferentes sistemas


destes organismos e como eles interagem a fim de manter o
metabolismo destes animais. Vamos ver as peculiaridades dos
sistemas digestório, respiratório, excretor, nervoso, etc e suas
relações com o ambiente aquático.

Na maioria dos casos teremos como exemplo os peixes cartilaginosos


mais conhecidos, os tubarões.

13.1 Sistema digestório


Todos os condrictes apresentam um sistema digestório completo (figura
13.1), ou seja, o sistema começa pela boca ventral, em seguida vem a
faringe, o esôfago, o estômago, o intestino e acaba no ânus, percurso este
o qual o alimento vai seguir.

No intestino existe uma estrutura chamada de válvula espiral (figura 13.1)


que possui como função retardar o trânsito dos alimentos, dando mais
tempo para a digestão.

Além disso, existem duas glândulas acessórias ao sistema digestório, o


fígado e o pâncreas que lançam suas secreções no intestino auxiliando na
digestão. Após a digestão se completar, os nutrientes passam para os vasos
sanguíneos e são distribuídos para todo o corpo.

No final do intestino encontra-se a coacla onde abrem-se os conductos do


sistema reprodutor e urinário. A coacla se comunica com o meio externo
pelo ânus.

Os tubarões, em geral possuem uma mandíbula bastante desenvolvida e


com dentes pontiagudos, importantes para o fato de serem carnívoros.
Apesar disto, existe a espécie conhecida como tubarão-baleia que alimenta-
se apenas de plâncton.

Aula 13 - Fisiologia dos peixes cartilaginosos 355 e-Tec Brasil


Figura 13.1 Sistema digestório do tubarão. Detalhe da válvula espiral
Fonte: http://peixes2010.blogspot.com/p/nnnn.html

13.2 Sistema respiratório


Como quase todos os organismos aquáticos, os peixes apresentam respiração
branquial. As brânquias são órgãos filamentosos e ricamente vascularizados
para que ocorram as trocas gasosas. O animal aspira água pela boca e em
seguida esta passa pelas brânquias onde ocorre a troca de gases entra a
água e o sangue. No sangue, o oxigênio que estava presente na água, se liga
à hemoglobina presente nas hemácias, e assim é transportado até os tecidos
corporais do animal (figura 13.2).

Figura 13.2 Sistema respiratório dos tubarões


Fonte: http://www.enciclopedia.com.pt/articles.php?article_id=190

13.3 Sistema circulatório


O sistema circulatório destes peixes é do tipo fechado, composto por
artérias, veias e capilares, ligados a um coração que localiza-se na região
ventral do corpo. O coração dos peixes possui duas câmaras, um átrio e um
ventrículo.

e-Tec Brasil 356 Biologia III


Quando o ventrículo se contrai, o sangue é impulsionado e conduzido até
as brânquias, onde os vasos se ramificam formando pequenos capilares
sanguíneos. Nesta região, o sangue circula bem próximo a água do mar e é
então oxigenado, ao mesmo tempo que libera o gás carbônico. Este sangue,
rico em oxigênio e pobre em gás carbônico, é chamado sangue arterial.

Das brânquias, este sangue é conduzido por artérias às diversas partes do


Sangue arterial = rico em
corpo, onde através de pequenos capilares, chega aos tecidos fornecendo o oxigênio
Sangue venoso = rico em gás
oxigênio e retirando destes o gás carbônico. Este sangue, agora rico em gás carbônico
carbônico e pobre em oxigênio, é chamado sangue venoso. Este retorna
ao coração por veias que desembocam no átrio.

Veja no quadro abaixo o caminho seguido pelo sangue no corpo dos peixes:

ventrículo  aorta  brânquias  tecidos corporais  veias  átrio

13.4 Sistema excretor


Vamos agora pensar sobre um problema a ser enfrentado por todos os
peixes marinhos.

O ambiente marinho apresenta uma concentração de sais três vezes maior


do que a encontrada dentro do corpo dos vertebrados. Como os peixes que
vivem neste ambiente, fazem então para evitar a perda de água?

Os peixes cartilaginosos resolveram este problema mantendo uma alta


concentração de ureia no corpo, mantendo assim um equilíbrio entre a
concentração de sais do meio interno e externo evitando, assim, a perda
água.

Atenção!
O cheiro típico que sentimos em peixes como o cação é proveniente da ureia
presente no corpo destes animais.

O sistema excretor dos peixes é constituído por um par de rins, os quais


filtram do sangue as excretas nitrogenadas e forma a urina. Dos rins partem
condutos que desembocam na coacla por onde a urina é eliminada.

13.5 Sistema nervoso


Os condrictes possuem um sistema nervoso bem desenvolvido, constituído
pelo sistema nervoso central (encéfalo e medula espinhal) e pelo sistema
nervoso periférico (nervos e gânglios).

Nos condrictes são bastante desenvolvidos os lobos olfativos os quais são


responsáveis pela percepção dos cheiros. Estes animais apresentam duas

Aula 13 - Fisiologia dos peixes cartilaginosos 357 e-Tec Brasil


narinas que contém quimiorreceptores e que passam as sensações captadas
aos lobos olfativos.

Estes peixes ainda possuem dois finos canais ao longo das laterais do corpo,
chamados linhas laterais (figura 13.3). Nestes canais existem células
sensoriais que sentem variações na pressão da água, permitindo que sintam
movimentações na água ao redor.

Por fim, estes animais apresentam na região da cabeça, canais sensitivos que
terminam nas ampolas de Lorenzini. Estas possuem células sensoriais que
captam fracas correntes elétricas provocadas pela atividade dos músculos de
outros animais, o que auxilia os tubarões a localizar suas presas.

Figura 13.3 Linha lateral do tubarão


Fonte: http://tubaroesnaosaoviloes.blogspot.com

Resumo
Na aula de hoje detalhamos um pouco sobre o funcionamento dos sistemas
nos peixes cartilaginosos. Ressaltamos ainda as características destes
sistemas que são comuns tanto aos peixes cartilaginosos, quanto aos ósseos,
e destacamos as particularidades encontradas na fisiologia dos condrictes.

Atividades de aprendizagem
1. (UEL-PR) A denominação “sangue venoso” aplica-se ao sangue
rico em:

a. oxigênio e transportado sempre pelas veias.


b. oxigênio e transportado pelas veias ou pelas artérias.
c. gás carbônico e transportado sempre por veias.
d. gás carbônico é transportado por veias ou por artérias.
e. oxigênio e transportado sempre no sentido órgãos- coração.

2. Qual a função da válvula espiral encontrada no intestino dos


condrictes?

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e-Tec Brasil 358 Biologia III


Aula 14 - Fisiologia dos peixes ósseos

Vamos agora conhecer um pouco sobre como funcionam os


sistemas nos peixes ósseos (Osteictes). Veremos que estes têm
muito em comum com os peixes cartilaginosos, porém existem
algumas peculiaridades. Então vamos lá conhecer um pouco mais
sobre os peixes ósseos.

14.1 Sistema digestório


Os peixes ósseos, assim como os cartilaginosos, possuem um sistema
digestório completo (figura 14.1). O que diferencia os dois grupos, é que nos
peixes ósseos a boca situa-se na região anterior do corpo e nos condrictes
a boca é ventral. Na boca estão implantados dentes cônicos e finos. Existem
outros dentes, localizados nos primeiros arcos branquiais, úteis para prender
e triturar o alimento. Na boca existe ainda uma pequena língua, ligada ao
chão da cavidade e que ajuda nos movimentos respiratórios.

Outra diferença está no fato que os peixes ósseos não possuem a válvula
espiral. Estes peixes possuem um fígado bem desenvolvido, o qual produz a
bile que auxilia na digestão das gorduras.

Figura 14.1 Anatomia interna de peixe ósseo. Sistema digestório em


verde e amarelo
Fonte: http://zoovert.wordpress.com/2011/04/29/peixes-a-evolucao/

Aula 14 - Fisiologia dos peixes ósseos 359 e-Tec Brasil


14.2 Sistema respiratório
Os osteíctes respiram através das brânquias, que se localizam entre as fendas
branquiais (figura 14.2). As brânquias destes peixes são protegidas por
uma cobertura óssea chamada opérculo, estrutura que não era verificada
nos condrictes.

A constante circulação da água, a qual entra pela boca e passa pelas fendas
branquiais, permite o suprimento necessário de oxigênio e a remoção de gás
carbônico do sangue destes peixes.

Como sabemos se um peixe


está fresco?
Uma forma de se verificar se o
peixe está fresco, é levantando
o opérculo e observar a cor das
brânquias. Se as brânquias estão
bem avermelhadas e com a cor
brilhante, significa que o peixe
está fresco. Como estas são bas-
tante delicadas, elas deterioram-
se antes que os demais órgãos,
perdendo a cor, o que demonstra
o grau de conservação do peixe.

Figura 14.2 Sistema respiratório. Detalhe para a


valva opercular
Fonte: http://zoovert.wordpress.com/2011/04/29/peixes-a-evolucao/

14.3 A bexiga natatória


Outro fator que diferencia os peixes ósseos dos cartilaginosos, é que
os primeiros possuem uma bolsa interna flexível e que se enche de gás,
chamada bexiga natatória (ver figura 14.1). Esta bolsa tem como função
controlar a flutuação dos peixes, permitindo que estes subam e desçam na
coluna d’água, com pouco gasto de energia.

14.4 Sistema circulatório


O sistema circulatório dos peixes ósseos, assim como dos cartilaginosos, é
do tipo fechado e a circulação é do tipo simples (figura 14.3). Para dar
uma volta completa pelo corpo, o sangue só passa uma vez pelo coração.

e-Tec Brasil 360 Biologia III


O coração dos peixes possuem apenas 2 cavidades: 1 átrio e 1 ventrículo.
Pelo coração, só passa sangue venoso, pois ele provém do corpo e não das
brânquias - sangue rico em CO2 - antes de atingir o coração.

Figura 14.3 Sistema Circulatório de Peixes


Fonte: http://www.supletivo.com.br

14.5 Sistema excretor


O sistema excretor dos peixes é formado por rins mesonéfricos. Sendo o
principal produto nitrogenado da excreção a ureia, assim como nos peixes
cartilaginosos. São, portanto, chamados de animais ureotélicos. Nas formas
jovens (alevinos) o produto de excreção é a amônia (são amoniotélicos).

14.6 Sistema nervoso e órgãos dos sentidos


O sistema nervoso dos osteíctes inclui um encéfalo distinto e órgãos dos
sentidos bem desenvolvidos. Sendo formado por 10 pares de nervos
cranianos e a medula coberta por arcos neurais.

Como órgãos dos sentidos possuem ainda:

a. Olhos – grandes e laterais, sem pálpebras, provavelmente capazes apenas


de focar com precisão objetos próximos, porém percebem movimentos
distantes, incluindo acima da superfície da água. A retina contém cones
e bastonetes, o que permite visão em cores;

b. Ouvidos – formado por três canais semicirculares dispostos


perpendicularmente uns aos outros (funcionando como um órgão de
equilíbrio como em todos os vertebrados superiores), permitindo uma
audição apurada, até porque o som se propaga bem dentro de água.

Aula 14 - Fisiologia dos peixes ósseos 361 e-Tec Brasil


Muitos peixes comunicam entre si produzindo sons, seja esfregando
partes do corpo entre si, seja com a bexiga natatória;

c. Narinas – localizadas na parte dorsal do focinho, comunicam com uma


cavidade coberta de células sensíveis às moléculas dissolvidas na água;

d. Linha lateral – localizada longitudinalmente ao longo do corpo do animal,


é composta por uma fileira de pequenos poros, em comunicação com
um canal abaixo das escamas, onde se encontram mecanorreceptores.
A eficácia deste sistema para detectar movimentos e vibrações por ele
causadas na água permite a formação de cardumes, fundamental como
estratégia de defesa destes animais.

Resumo
Neste encontro conhecemos alguns detalhes sobre a fisiologia dos peixes
ósseos. Vimos que estes apresentam algumas características não encontradas
nos peixes cartilaginosos, como a bexiga natatória e as brânquias cobertas
por opérculo.

Atividades de aprendizagem
Leia o texto e complete com as palavras:

Linha lateral, fechada, brânquias, opérculo, ventrículo, átrio.

“Os peixes ósseos são animais de habitat aquático, devido à essa


característica pode-se afirmar que respiram por ______________________
ou guelras. Localizadas no interior de uma câmara de cada lado da
faringe. Cobrindo esta encontramos o ___________________, o qual
as bordas são soltas. No corpo desses animais encontramos também a
___________________________que está localizada longitudinalmente ao
longo do corpo do animal que tem por função detectar movimentos e
vibrações na água. Quanto ao coração dos peixes eles possuem apenas duas
cavidades um____________________________ e um ___________________
_______________, sua circulação é do tipo ___________________________
______ e simples pois só passa um tipo de sangue pelo coração, o sangue
venoso.”

e-Tec Brasil 362 Biologia III


Aula 15 - Reprodução de peixes cartilaginosos

Nesta aula vamos conhecer as generalidades na reprodução dos


peixes. Aprenderemos como ocorre a fecundação em tubarões
(figura 15.1). Conheceremos alguns termos importantes da
anatomia do sistema reprodutor dos peixes cartilaginosos
(Condrictes).

Figura 15.1 Reprodução de tubarões


Fonte: http://www.discoverybrasil.com/tubaroes/reproducao/index.shtml

15.1 Características gerais da reprodução


dos condrictes
Os peixes cartilaginosos são animais dióicos, ou seja, possui sexos separados,
não havendo nenhum representante hermafrodita. O órgão copulador do
macho é chamado clásper (figura 15.2), este é um par de nadadeiras
pélvicas transformadas em órgão copulador e se encontra na face interna da
nadadeira pélvica.

Figura 15.2 Clásper, órgão copulador dos machos


Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br

Aula 15 - Reprodução de peixes cartilaginosos 363 e-Tec Brasil


O clásper é um órgão rígido que é introduzido na cloaca da fêmea. Após ter
sido fecundado, o óvulo passa para o oviduto (canal que conduz o ovo já
fecundado) e é envolvido por uma substância conhecida por albúmen. No
final do oviduto o ovo é recoberto pela casca.

Resumindo, os condrictes são:

• Dióicos
• Com gônadas aos pares
• Os ductos reprodutores abrem-se na cloaca
• Podem ser: ovíparos, ovovivíparos ou vivíparos
• Fecundação interna
• Desenvolvimento direto, ou seja, não formam larvas

Dentro do grupo dos peixes cartilaginosos temos espécies que são ovíparas,
vivíparas ou ovovivíparas. Sendo que:

a. ovíparos: os filhotes se desenvolvem fora do corpo da mãe, dentro


do ovo que contem os nutrientes necessários. Mais de 90% dos peixes
pertencem a essa categoria.

b. vivíparos: os filhotes se desenvolvem dentro do corpo da mãe recebendo


diretamente dela os nutrientes necessários.

c. ovovivíparos: ocorre uma combinação das duas formas, isto é, os


filhotes se desenvolvem dentro do ovo e dentro do corpo da mãe. Na
hora do nascimento, os filhotes saem do ovo. 

15.2 Reprodução dos Tubarões


15.2.1 Comportamento de Reprodução
O comportamento dos tubarões durante a fase de acasalamento pode ser
bem complexo, e os rituais pré-nupciais entre machos e fêmeas variam
muito entre as diversas espécies. Eles possuem certo padrão como o nado
sincronizado, as mordidas e alterações de cor. Algumas delas espécies nadam
em círculo.

Após o acasalamento e após os ovos da fêmea terem sido internamente


fecundados, os embriões desenvolvem-se em uma das três formas seguintes,
dependendo das espécies:

e-Tec Brasil 364 Biologia III


a. Tubarões ovíparos: põem ovos com cascas grossas, resistentes a
predadores, e que depois são presos por eles nas rochas ou nas algas.
Os ovos são incubados dias ou semanas depois, e os filhotes sobrevivem
por conta própria. Muitas das cascas de ovos têm uma forma retangular,
e algumas, como a “bolsa de sereia” (figura 15.3), são muitas vezes
trazidas até a costa pelas marés.

Figura 15.3 Saco de ovos “bolsa de sereia”


Fonte: http://www.discoverybrasil.com/tubaroes

b. Tubarões vivíparos: dão a luz crias já com vida, que são alimentadas
no útero do tubarão fêmea através de uma placenta ou de uma secreção
conhecida como leite uterino, mas não podemos classificá-los como
mamíferos, ok!

A viviparidade assegura que os filhotes sejam bem alimentados durante o


seu desenvolvimento, deixando-os prontos para sobreviver aos rigores do
mar imediatamente após o nascimento. Nestes casos, alguns tubarões,
ainda no útero competem com outros irmãos pela sobrevivência,
podendo até digeri-los.

c. Tubarões ovovivíparos: também carregam os seus embriões


internamente, dando à luz filhotes vivos, mas sem alimentá-los durante
o seu desenvolvimento. Em vez disso, os tubarões em crescimento são
nutridos através do saco vitelino.

15.2.2 Sistema reprodutor


Os tubarões têm aparelho reprodutor par, ou seja, a fêmea possui dois
ovários e dois úteros. Os machos, dois testículos e dois órgãos copuladores,
externos, os cláspers, que correspondem ao pênis dos mamíferos.

Portanto, possuem os sexos separados – dióicos - apresentando cada


indivíduo gônadas, geralmente pares. A grande maioria é ovípara (botam
ovos e chocam) com fecundação externa, embora existam espécies com
fecundação interna e hermafroditas. 

Aula 15 - Reprodução de peixes cartilaginosos 365 e-Tec Brasil


Curiosidade
A seleção natural dos tubarões inicia-se, em algumas espécies ovovivíparas
e vivíparas, no próprio meio intra-uterino, através da prática do canibalismo.
As crias que se formam primeiro - num número entre quatro a quinze -
e providas de dentes afiados, ingerem, na sua vida uterina, os embriões
em formação e, posteriormente, devoram-se umas as outras, sobrevivendo
Links relacionados a aula – Para apenas as mais fortes e aptas.
consulta:
http://www.dihitt.com.br/n/ani- Fontes: Reprodução dos Tubarões - Discovery Brasil e
mais/2009/04/13/reproducao- Wikipedia.org - Enciclopédia.
das-arraias
http://www.idealdicas.com/
tudo-sobre-os-tubaroes/
www.discoverybrasil.com/
tubaroes
Resumo
Os peixes cartilaginosos possuem características peculiares na sua reprodução,
diferente dos peixes ósseos que veremos na aula seguinte. Os Condrictes
realizam fecundação interna e possuem modos de desenvolvimento
diferenciado (ovíparos, vivíparos e ovovivíparos).

Atividades de aprendizagem
1. O que representa o canibalismo para os tubarões ainda em
formação?

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e-Tec Brasil 366 Biologia III


Aula 16 - Reprodução de peixes ósseos

Nesta aula vamos conhecer os modos de reprodução e


desenvolvimento (figura 16.1) dos peixes ósseos. Vamos descobrir
quais são as necessidades nutricionais e ambientais que favorecem
a reprodução destes animais.

figura 16.1 Alevinos betta


fonte: http://www.bettabrasil.com.br/artigo_025.asp

16.1 Característica da reprodução dos


peixes
A maioria das espécies de peixes ósseos possui a reprodução do tipo
ovulípara, ou seja, as fêmeas depositam os ovos, mas não cuidam. Outra
característica é a fecundação externa. Nesta as fêmeas liberam seus óvulos
na água e os machos, logo em seguida liberam seus espermatozóides. A
fecundação ocorre fora do corpo das fêmeas. Nos peixes ocorre a presença
de machos e fêmeas, sendo muito comum o dimorfismo sexual.

16.2 Comportamento de reprodução Dimorfismo sexual é quando


há a ocorrência de indivíduos do
Alguns peixes desovam em ninhos e são os machos que cuidam da prole, sexo masculino e feminino de
uma espécie com caracteres físi-
outros as fêmeas e há aqueles que ambos os pais cuidam da prole. E, em cos, não sexuais, marcadamente
algumas vezes, nenhum deles cuida da prole, como é o caso do peixe Betta, distintas, exemplo o homem e
a mulher. (Fonte: http://www.
que se não for retirado do aquário, se alimenta dos próprios filhotes. infoescola.com/biologia/dimorfis-
mo-sexual/)

Aula 16 - Reprodução de peixes ósseos 367 e-Tec Brasil


16.2.1 Momento do acasalamento (figura 16.1)
Para que aconteça o acasalamento, nas espécies de peixes, o macho prepara
o ninho para receber a fêmea, e é ele quem cuida dos filhotes até saírem do
ovo. Nos peixes, muitas vezes, é difícil saber quem é macho e quem é a fêmea,
pois são muito parecidos, apesar de possuírem dimorfismo sexual. Porém,
quando chega a época de reprodução o macho delimita um território, fica
mais agressivo defendendo esse espaço contra os concorrentes. Ele cava um
ninho com a boca e para atrair a fêmea, se exibe, deixando o ninho sempre
arrumado e fica mais colorido, com a barriga avermelhada. Se conseguir
agradar uma fêmea, esta entrará no ninho e desovará.

Porém nem sempre a história acontece desta forma, há algumas espécies de


Tilápia que a fêmea “foge” com os ovos fecundados. Após os óvulos serem
fecundados ela os recolhe na boca e vai embora, em seguida o macho atrai
outra fêmea, e outra fêmea e assim por diante. Na tilápia-do-Nilo é a mãe
quem cuida sozinha da prole.

Figura 16.2 Acasalamento de peixes-palhaço


Fonte: http://anomaliaonline.blogspot.com

16.3 Fertilização dos óvulos


A fertilização do óvulo pode ser externa ou interna. Se o encontro do óvulo
com o espermatozóide acontecer fora do corpo da futura mãe a fertilização
é chamada externa e se ocorrer dentro do corpo, interna. Na maioria dos
peixes (assim como nos anfíbios) a fertilização é externa. Significa que o
macho e a fêmea, desovam juntos para não ocorrer nenhuma perda, ou que
outro macho do cardume se aproxime e consiga fecundar os óvulos primeiro.

16.3.1 Desova e eclosão dos ovos


Após os machos prepararem o ninho, as fêmeas costumam depositar os
óvulos em locais de águas calmas, conhecidas por águas lênticas ou, até
mesmo, constroem ninhos sob as folhas de plantas aquáticas, galhos entre
Águas lênticas: são as massas outros. A construção de ninhos dificulta a ação de predadores.
de águas estacionárias ou para-
das, como por exemplo, os lagos.
Fonte: http://decomposicao.vila-
bol.uol.com.br/pagina3.htm

e-Tec Brasil 368 Biologia III


A liberação de óvulos pela fêmea e a eclosão dos ovos, após a fecundação,
varia de acordo com a espécie do peixe. Por exemplo, o dourado e a tilápia.
Enquanto o dourado pode desovar quase 1,5 milhões de óvulos a tilápia
fêmea deposita uns 800 óvulos de cada vez.

As larvas, conhecidas por alevinos surgem após a eclosão dos ovos, que
dependendo da espécie de peixe o período de incubação pode levar algumas
horas ou alguns dias. Os alevinos possuem aparência um pouco parecida
com os peixes adultos. E os peixes, muitas vezes, não costumam cuidar dos
filhotes. O peixe Betta deve ser retirado do aquário 3 a 4 dias depois da
fecundação, pois os filhotes correm o risco de serem devorados pelo pai.

16.4 Característica embrionária dos peixes


- do ovo ao Alevino
Logo após a fertilização, surge uma nova célula – célula ovo ou zigoto
(figura 16.3 - A). Geneticamente este possui metade das características da
mãe e metade do pai. O zigoto começa a se desenvolver por mitoses (ver
aula 12 do livro I, p. 236). Ou seja, as células começam uma divisão em que
uma célula dá origem a outra idêntica à célula matriz. Assim se forma o
embrião (figura 16.3 – B e C), até transformar-se numa larva conhecida por
alevino (figura 16.3 – D). As figuras abaixo referem-se ao desenvolvimento
embrionário de tainha (Mugil cephalus).

Figura 16.3 A) Um ovo, 4 horas após a fertilização; B) 24 horas depois; C)


Antes do nascimento; D) larva recém-nascida
Fontes: http://www.lib.noaa.gov/korea/main_species/striped.htm e http://www.ibb.unesp.br/Museu_Escola

Saiba mais
Peixes que migram para se reproduzir – piracema
Fonte: http://mundoestranho.abril.com.br/ambiente
Piracema (figura 16.4) é o movimento dos cardumes de peixes que nadam rio
acima, contra a correnteza, para realizar a desova no período de reprodução.
A origem da palavra provém do tupi e significa “saída de peixes”. Na maior
parte do Brasil, a piracema coincide com o período das chuvas de verão.

Na jornada rio acima, o esforço contra a corrente é essencial para o processo


de reprodução, pois os peixes queimam gordura e estimulam a produção
de hormônios responsáveis pelo amadurecimento dos órgãos sexuais. A
duração da viagem varia bastante. Peixes como as Piavas não vencem mais

Aula 16 - Reprodução de peixes ósseos 369 e-Tec Brasil


do que 3 quilômetros por dia, mas há registros de Curimbatás que chegaram
a rasgar 43 quilômetros de rio em apenas 24 horas. Para todos, porém,
a jornada é cheia de perigos. Além de superar cachoeiras, predadores e
outros obstáculos naturais, esses animais precisam também vencer a pesca
predatória.

Um outro peixe famoso  que migra é o salmão-do-Atlântico (Salmo salar).


Diferente do dourado que não sai dos rios de água doce, esse salmão faz
uma rota de migração muito mais longa: ele nasce na cabeceira do rio, cresce
descendo rio abaixo até chegar no mar. Lá, fica uma grande temporada
crescendo mais e, finalmente, volta exatamente para o mesmo rio, nadando
rio acima  para chegar  no ponto onde nasceu para se reproduzir!

Os peixes que sobem do mar para os rios são conhecidos por anádromos e
os peixes que realizam o caminho inverso, ou seja, saem dos rios e migram
para o mar são conhecidos por catádromos (exemplo enguia).

Figura 16.4 Piracema


Fonte: http://piripiri40graus.com/macarico.php

Curiosidade

Texto 1

O peixe que muda de sexo. Hã?

É isso mesmo! Entre os peixes há várias espécies que mudam de sexo.


Entre eles está o peixe-palhaço (Amphiprion ocellaris) que se tornou uma
celebridade por causa do desenho animado “Procurando Nemo”. O peixe-
palhaço vive associado à anêmona-do-mar, um animal que é invertebrado,
mas lembra uma flor. As anêmonas capturam as suas presas usando um

e-Tec Brasil 370 Biologia III


potente veneno para atordoá-las, porém os peixes-palhaços são imunes
a ele. Quando chega a época de acasalamento, o casal de peixe-palhaço
reproduz-se na lua cheia. A desova ocorre sobre uma rocha, bem pertinho
de uma anêmona e, quem cuida dos ovos e dos peixinhos que nascerem, é o
pai. Acontece que toda prole é masculina! Hã? Não nascem fêmeas?  Calma:
os machos transformam-se em fêmeas mais tarde. O peixe palhaço nasce
macho e, se não houver fêmeas por perto, um deles transforma-se em numa
fêmea para que a reprodução possa continuar!

Os indivíduos que possuem os dois sexos são chamados de hermafroditas.


Isso pode acontecer ao mesmo tempo (como nas minhocas) ou um depois
do outro, como no peixe-palhaço. Para esclarecer melhor o assunto pesquise
no link abaixo.
Fonte: http://www.ibb.unesp.br/Museu_Escola/Ensino_Fundamental/Origami/
Documentos/Peixes.htm

Texto 2

Captura de peixe antes da reprodução - ameaça Abrolhos

Giuliana Miranda
De São Paulo - 26/03/2011 - 10h57
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/
Em Abrolhos, um dos maiores santuários marinhos da América do Sul,
peixes de alto valor comercial e importantes para a regulação do ecossistema
são capturados abaixo do peso e do tamanho mínimos para reprodução,
ameaçando o equilíbrio de toda a região.

“Esses peixes saem do ambiente antes de estar maduros, sem deixar


descendentes que garantam os ciclos de reprodução”, diz Matheus Oliveira
de Freitas, pesquisador do Museu de História Natural Capão da Imbuia (PR).
Ele coordenou um estudo inédito sobre o ciclo reprodutivo de algumas das
espécies mais pescadas em Abrolhos, no sul da Bahia e norte do Espírito
Santo, incluindo as famílias dos badejos, garoupas e vermelhos.

Os cientistas esperam que o trabalho ajude na regulamentação da pesca


dessas espécies que, por enquanto, podem ser capturadas livremente, sem
restrição alguma de época e tamanho.

No Brasil, ao contrário de boa parte da América do Norte e do Caribe, há


grande deficiência de informações sobre a dinâmica reprodutiva de peixes
ameaçados e com grande valor comercial. Sem esses dados não é possível
gerir a pesca de forma sustentável, minimizando os danos ao ambiente.

Aula 16 - Reprodução de peixes ósseos 371 e-Tec Brasil


No caso de Abrolhos, os peixes mais valorizados são também grandes
predadores que ajudam no controle de outras espécies menores. Algo
essencial para a manutenção do delicado equilíbrio nos recifes de corais.
Espécies mais pescadas e ameaçadas em Abrolhos são famílias dos badejos,
garoupas e vermelhos.

Figura 16.5 Badejo – peixe ameaçado em Abrolhos


Fonte:Arquivo

16.5 - Reprodução
Após dois anos e meio de trabalho analisando os exemplares capturados
Autor: Gastão por pescadores da região, os cientistas conseguiram identificar o período de
Botelho reprodução dos peixes, bem como características de tamanho e dinâmica
Editora: Livra-
ria Nobel AS. de movimentação. Ainda falta, porém, descobrir os locais exatos de desova.
Para pesquisar! Com isso será possível criar pontos de bloqueio à pesca no período de
1) http://revistagloborural.glo-
bo.com/GloboRural/0,6993,E reprodução, entre outras medidas.
EC1669312-4530,00.html
2) http://negocios.amazonia.
org.br/?fuseaction=noticiaImpri
“Na desova, esses peixes se concentram em grandes cardumes, às vezes com
mir&id=122463 milhares de indivíduos. Isso os torna mais vulneráveis aos pescadores”, diz
3) http://ppg.revistas.uema.
br/index.php/REPESCA/article/ Freitas. Para chegar até esses locais, o grupo espera ter a ajuda dos próprios
viewFile/27/19 pescadores. Cerca de 70% da pesca no arquipélago é artesanal.

“Os pescadores sabem onde estão muitos pontos de desova. Queremos


mapeá-los juntos” conta o coordenador do trabalho, publicado na revista
“Scientia Marina” e financiado pela ONG Conservação Internacional. Segundo
ele, todas as descobertas foram repassadas aos pescadores em palestras,
para conscientizá-los da importância de respeitar o desenvolvimento dos
peixes.

Resumo
Nesta aula conhecemos um pouco a biologia dos peixes ósseos. Como eles se
reproduzem, o ritual de acasalamento, sua agressividade e seu paternalismo.
Descobrimos que existe poligamia em algumas espécies de peixes assim

e-Tec Brasil 372 Biologia III


como acompanhamos a viagem de retorno de alguns peixes ao local de seu
nascimento para a desova. Enfim, percebemos que a vida dos peixes não é
tão monótona como muitos imaginam.

Atividades de aprendizagem
1. Quando e para que ocorre a Piracema?

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2. Que tipo de fertilização realiza os peixes ósseos? E por quê?

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3. Qual o significado da palavra “dimorfismo sexual”?

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4. Porque alguns peixes mudam de sexo? Qual a necessidade?

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5. Descreva o desenvolvimento embrionário dos peixes ósseos. Obs.:


Se necessário busque informações em outras fontes.

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Aula 16 - Reprodução de peixes ósseos 373 e-Tec Brasil


Aula 17 - Conceitos fundamentais de genética

Nesta aula iremos conhecer um pouco sobre um importante


ramo da biologia, chamado genética. Vamos compreender alguns
conceitos importantes para que nas aulas posteriores possamos
entender um pouco das pesquisas que são realizadas a respeito da
genética em peixes.

17.1 O que é a genética?


A genética é a área da biologia que estuda a hereditariedade, ou seja,
como ocorre a transmissão das características de pais para filhos ao longo
das gerações.

A curiosidade a respeito da herança biológica sempre chamou a atenção da


humanidade, mas foi em 1865 que um monge austríaco, chamado Gregor
Johann Mendel (figura 17.1) através de seus trabalhos, propôs as leis que
regem a herança biológica.

A partir daí a genética vem evoluindo, até chegar aos dias atuais em que
temos várias aplicações dos conhecimentos da genética.

Mas quem foi Mendel?


Gregor Mendel (1822-1884) é chamado, com mérito,
o pai da genética. Realizou trabalhos com ervilha (Pisum
sativum) no mosteiro de Brunn, na Áustria. Sua primeira
monografia foi publicada em 1866, mas, devido ao
caráter quantitativo e estatístico de seu trabalho, e das
influências do trabalho de Darwin (1859) sobre a origem
das espécies, pouca atenção foi dada àqueles relatos.
Em 1900 o trabalho de Mendel foi redescoberto por
outros pesquisadores. Cada um deles obteve, a partir de
Figura 17.1 Gregor Mendel estudos independentes, evidências a favor dos princípios
Fonte: http://www.wired.com/
de Mendel, citando-o em suas publicações. Em 1905,
o inglês William Bateson, batizou essa ciência que
começava a nascer de Genética.

Aula 17 - Conceitos fundamentais de genética 375 e-Tec Brasil


17.2 Conceitos importantes
Mas se a genética estuda a transmissão das características, uma pergunta
que surge certamente é: mas onde estão estas características dentro
dos organismos?

As características encontram-se dentro do núcleo celular dos seres vivos, em


estruturas que chamamos de cromossomos.

17.2.1 Cromossomos
Inicialmente vamos relembrar o que são os cromossomos, do grego, kroma
= cor e soma = corpo. Estes são filamentos de cromatina que sofrem
espiralização por conta das divisões celulares. São constituídos por DNA e
proteínas e estão presentes no núcleo das células (figura 17.2). Eles abrigam
os genes, estruturas responsáveis por manifestar o código genético.

Figura 17.2 DNA e cromossomo


Fonte: http://griefkiller.blogspot.com

No núcleo interfásico encontramos apenas cromatina e a medida que iniciam as


divisões celulares a cromatina vai se espiralizando até atingir uma condensação
máxima, nesta fase chamamos de chamamos de cromossomos (figura 17.3).

Figura 17.3 Cromossomo espiralizado


http://www.si14.com.br/assuntos

e-Tec Brasil 376 Biologia III


17.2.2 - Mas, o que são genes? Vamos aprender.
Cada gene corresponde a uma sequência de bases nitrogenadas do
DNA, capaz de comandar a síntese de uma proteína. Com isto, os genes
são os responsáveis pelas características hereditárias e pelo comando da
atividade celular. O local que o gene ocupa no cromossomo é chamado de
lócus gênico.

Vamos relembrar a estrutura da molécula de DNA?


A molécula de DNA (figura 17.4) é constituída por uma sequência de
nucleotídeos, que por sua vez são formados por três diferentes tipos de
moléculas:

• um açúcar, mais especificamente uma pentose, a desoxirribose;

• um grupo fosfato;

• uma base nitrogenada.

Sua estrutura foi descrita em 1953, pelos cientistas James Watson e Francis
Crick, os quais concluíram que a molécula de DNA é formada por duas fitas
de nucleotídeos. A maneira como os nucleotídeos se organizam forma uma
dupla hélice de DNA.

Figura 17.4 A molécula de DNA


Fonte: http://www.brasilescola.com/biologia/vida-ou-nao-vida.htm

17.2.3 Caráter, fenótipo e genótipo


A palavra caráter ou característica é utilizada para designar qualquer
particularidade de um indivíduo. Por exemplo, a cor dos olhos, a cor dos
cabelos, o grupo sanguíneo são caracteres de uma pessoa.

Aula 17 - Conceitos fundamentais de genética 377 e-Tec Brasil


Um mesmo caráter pode apresentar duas ou mais variáveis, sendo a variável
denominada fenótipo. Por exemplo, no caráter grupo sanguíneo do sistema
ABO há quatro fenótipos: grupo A, grupo B, grupo AB e grupo O.

Atenção!
Um caráter nem sempre é visível, é o caso do sistema ABO.

O termo genótipo é aplicado para o conjunto de genes de um indivíduo, ou


para cada gene em particular.

Para entender melhor:

Os filhos herdam dos pais determinado genótipo, que tem a


potencialidade de expressar um fenótipo.

Resumo
Nesta aula fomos apresentados a uma importante área da biologia, a
genética. Vimos que esta trata do estudo da hereditariedade e conhecemos
alguns conceitos importantes como cromossomos, DNA, genes, etc.

Atividades de aprendizagem
1. o que são cromossomos? O que eles armazenam?

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2. Conceitue genótipo e fenótipo.

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e-Tec Brasil 378 Biologia III


Aula 18 - As aplicações da genética

Vamos conhecer nesta aula algumas aplicações da genética.


Veremos que os estudos nesta área estão cada vez mais avançados
e, que muitas vezes, tratam de temas bastante polêmicos, como
por exemplo:

Devemos ou não cultivar plantas transgênicas? Elas podem ajudar


a combater a fome, mas por outro lado podem causar sérios
impactos ambientais.

Ou então, devemos ou não realizar exames pré-natais para detectar


doenças genéticas?

São várias questões que o avanço desta área da biologia nos traz e
para as quais ainda não há um consenso.

18.1 Melhoramento genético


Processo pelo qual são selecionados indivíduos que apresentam
características desejáveis, onde é realizado o cruzamento destes indivíduos
entre si, excluindo-se os demais, como, por exemplo, a seleção de vacas que
produzem maior quantidade de leite (figura 18.1).

Figura 18.1 Vaca selecionada por melhoramento genético


Fonte: http://blog.faa.edu.br

Aula 18 - As aplicações da genética 379 e-Tec Brasil


18.2 Clonagem
É o processo natural ou artificial em que são produzidas cópias fiéis de outro
indivíduo (homem, animais, etc.), ou seja, a clonagem é o processo que
formará um clone.

O processo de clonagem natural ocorre em alguns seres, como as bactérias


e outros organismos unicelulares que realizam sua reprodução pelo método
da bipartição. No caso dos humanos, os clones naturais são os gêmeos
univitelinos, ou seja, são seres que compartilham do mesmo material
genético (DNA), sendo originado da divisão do óvulo fecundado.

No processo de clonagem artificial existem várias técnicas de clonagem, uma


delas permite clonar um animal a partir de óvulos não fecundados, sendo este
processo conhecido desde o século XIX, praticado pelos horticultores que
obtinham clones de orquídeas e que, através de tecidos meristemáticos de uma
planta matriz, originava dezenas de novas plantas geneticamente idênticas.

18.2.1 - Quais as vantagens da clonagem?


◊ A preservação de animais em extinção;

◊ Desenvolvimento de animais imunes a algumas doenças que são


contagiosas;

◊ Clonagem de células humanas para tratamento de doenças, como:


pâncreas para diabéticos e de células do sangue para os leucêmicos.

Saiba mais
Caso Dolly – Primeiro mamífero clonado

José Roberto Goldim


Fonte: http://www.ufrgs.br
A ovelha Dolly foi o primeiro mamífero clonado por transferência nuclear de
células somáticas. O Prof. Ian Wilnut, do Instituto Roslin, da Escócia, foi o
pesquisador responsável por este experimento. O estudo foi publicado em
1997, mas foi realizado ao longo de 1995 e 1996.

A ovelha Dolly nasceu em 05 de julho de 1996. O nome Dolly foi uma


referência a cantora norte-americana Dolly Parton. O núcleo utilizado no
processo de clonagem foi oriundo de uma célula da glândula mamária de
uma ovelha de seis anos denominada Bellinda, da raça Finn Dorset. Uma
outra ovelha, chamada Fluffy, da raça Scottish Blackface, foi a doadora do
óvulo utilizado para receber este núcleo, Finalmente, uma terceira ovelha,
Lassie, da raça Scottish Blackface foi quem gestou a ovelha Dolly. Para evitar

e-Tec Brasil 380 Biologia III


que pudessem ser misturadas características destas três fêmeas, elas eram
de raças com características fenotípicas diferentes entre si. Vale lembrar que
foram feitas 276 tentativas para ser obtido um animal clonado viável.

A comunicação do nascimento da Dolly gerou


inúmeras reações contrárias e favoráveis à sua
realização. Muitas pessoas se posicionaram
imediatamente contra, pois viam neste
procedimento uma ameaça contra a dignidade
humana. Inúmeros países, inclusive o Brasil,
estabeleceram medidas jurídicas para impedir
que este processo fosse utilizado em seres
humanos. Outros achavam que isto era inerente
ao progresso da ciência e que não havia problema
Figura 18.2 A ovelha Dolly
algum. Um terceiro grupo, dentre os quais inclui- Fonte: http://bioegeo-helenamf.blogspot.com
se o Prof. Joaquim Clotet,  reconheceu que este
procedimento tinha riscos, mas que não deveria ser simplesmente banido.
Segundo esta linha de pensamento, o Princípio da Precaução deveria ser
utilizado neste caso.

Outra controvérsia surgida, não em termos de adequação ética, mas sim


científica, foi a possibilidade da Dolly não ser efetivamente um clone de
célula somática. Bellinda, a ovelha que doou o óvulo estava grávida no
momento da coleta das células somáticas e já havia morrido três anos antes.
O material utilizado estava congelado. No início de 1998, o próprio Prof.
Wilnut admitiu a possibilidade de que tenha havido um “engano” e que
a ovelha Dolly não seja de fato um clone de células típicas de um animal
adulto. Alguns propuseram que poderia ter havido uma clonagem a partir de
células embrionárias, que não seria uma inovação. Isto foi esclarecido apenas
em junho de 1998 com a publicação de uma correspondência científica
publicada na revista Nature sobre as características genéticas da Dolly.

Em 13 de abril de 1998 a Dolly teve um filhote, a ovelha Bonnie, em um


cruzamento habitual com o carneiro montês da raça Welch, chamado
David.  Esta situação permitiu verificar que ela era fértil e capaz de reproduzir.
Em 1999 a Dolly gerou mais três filhotes em uma única gestação, que tiveram
problemas.

Em janeiro de 2002, outra importante questão surgiu com o diagnóstico de


uma forma rara de artrite em Dolly. Esta doença não é habitual em ovelhas
com cinco anos de idade. Muitos interpretaram esta doença como um sinal
de envelhecimento precoce. A rigor não se tem certeza de como ocorre
o processo de envelhecimento em um mamífero clonado. A Dolly teria

Aula 18 - As aplicações da genética 381 e-Tec Brasil


cinco anos ou onze anos? Cinco de vida própria ou onze cumulativamente
com a idade de Bellinda. De acordo com estudos realizados em outros
animais clonados, a ovelha Dolly pode ser uma exceção, pois a maioria
destes animais tem uma vida mais curta que o esperado para a sua espécie.
Alguns pesquisadores levantaram a hipótese de que poderia haver fatores
ambientais que tivessem facilitado o aparecimento da doença, tais como
o confinamento que o animal estava sendo submetido e o sobrepeso dele
decorrente. A obesidade também foi verificada como sendo um problema
em outros animais clonados.

O surgimento de uma infecção pulmonar não controlável, comum em


animais velhos mantidos em confinamento, fez com que os pesquisadores
do Instituto Roslin optassem por fazer a eutanásia de Dolly, às 15 horas do
dia 14 de janeiro de 2003, com o objetivo de minorar o seu sofrimento.  

Este final da vida de Dolly acrescentou mais dúvidas à utilização de


processos de clonagem, seja para fins reprodutivos ou não. Se a Dolly teve
envelhecimento precoce, como indicam os sinais da redução dos telômeros,
também já comprovados em outros clones,  ou se a artrite e a doença
pulmonar foram provenientes do estilo de vida a ela imposto é uma dúvida
que ainda persistirá. O mais provável é que seja uma interação entre ambos.
O que importa é que não se pode assegurar que este processo é útil e
seguro,  seja para o indivíduo gerado em uma clonagem reprodutiva ou para
as linhagens de células embrionárias que serão utilizadas terapeuticamente.
Os riscos ainda estão situados no campo das incertezas, mas já dão indícios
de que o processo não seja tão promissor quanto parecia no início de sua
proposta.

18.3 Transgênicos
Os Organismos Geneticamente Modificados (OGMs), ou transgênicos, são
aqueles que tiveram genes estranhos, de qualquer outro ser vivo, inseridos
em seu código genético. O processo consiste na transferência de um ou
mais genes responsáveis por determinada característica num organismo para
outro organismo ao qual se pretende incorporar esta característica (figura
18.3). Pode-se, com essa tecnologia, inserir genes de porcos em seres
humanos, de vírus ou bactérias em milho e assim por diante.

As sementes transgênicas são patenteadas pelas empresas que as


desenvolveram. Quando o agricultor compra essas sementes, ele assina um
contrato que o proíbe de replantá-las no ano seguinte - prática de guardar

e-Tec Brasil 382 Biologia III


sementes, tradicional da agricultura, comercializá-las, trocá-las ou passá-las
adiante.

Figura 18.3 Processo de criação de um transgênico


Fonte: http://transvegetal.blogspot.com/

Saiba mais
Quase todos os países da Europa têm rejeitado os produtos transgênicos.
Devido à pressão de grupos ambientalistas e da população, os governos
europeus proibiram sua comercialização e seu cultivo (quase 80% dos
europeus não querem consumir transgênicos).

Os EUA, o Brasil e a Argentina concentram 80% da produção mundial de


soja, na sua maioria exportada para a Europa e para o Japão. Estes mercados
consumidores têm visto no Brasil a única opção para a compra de grãos não
transgênicos.

Ainda não existem normas apropriadas para avaliar os efeitos dos transgênicos
na saúde do consumidor e no meio ambiente e há sérios indícios de que eles
sejam prejudiciais. Os próprios médicos e cientistas ainda têm muitas dúvidas
e divergências quanto aos riscos dessas espécies.

Os produtos contendo transgênicos que estão nas prateleiras de alguns


supermercados não são rotulados para que o consumidor possa exercer o
seu direito de escolha.

Aula 18 - As aplicações da genética 383 e-Tec Brasil


18.4 O projeto genoma humano
Este projeto internacional consiste em sequenciar e mapear todos os genes
dos seres humanos, ou seja, conhecer todo o genoma humano. O projeto
iniciou-se em 1990 e tinha como principais objetivos:

• determinar a ordem, ou sequência, de todas as bases do nosso DNA


genômico;

• identificar e mapear os genes de todos os 23 pares de cromossomos


humanos;

• armazenar essa informação em bancos de dados;

• desenvolver ferramentas eficientes para analisar esses dados e desenvolver


meios de usar esta informação para estudo da biologia e da medicina.

Para ler e refletir...


A clonagem de seres humanos deve ser proibida?
Fonte: http://www.brasilescola.com/biologia/clonagem-de-seres-humanos.htm

Como se costuma acontecer com os dilemas éticos, é muito difícil emitir


uma resposta taxativa. A História mostra que o homem usa tudo o que
inventa ou descobre, por pior que seja. O grande e terrível exemplo é o
da descoberta da maravilhosa energia do átomo, que levou a construção
da bomba atômica. Nenhum cientista de renome defendeu, até agora, a
clonagem de seres humanos, mas quem estuda a história da ciência sabe
que cedo ou tarde um xerox de carne e osso brotará num laboratório.

Já existe uma empresa que cadastra interessados em ter um clone para


um futuro transplante de rim . “É ridículo pensar que não é possível clonar
seres humanos”, afirma o americano Don Wolf, dedicado a pesquisas de
clonagem no Centro de Primatas do Oregon. “Se é que já não foi feito”,
disse Wolf ao jornal O Globo. A rigor, já foi feito não com a cenografia
espetacular da ovelha Dolly, mas com o recato de uma experiência até hoje
confinada no laboratório. Em 1992, dois biólogos da Universidade George
Washington, Jerry Hall e Robert Stillman, clonaram 48 embriões humanos,
mas lhes deram apenas seis dias de vida. Ou seja, os criadores exterminaram a
criatura antes que ela se tornasse um feto. O feito de Hall e Stillman parecem
ter sido o limite aceito pela Comissão Nacional de Bioética dos Estados
Unidos, criada pelo presidente Bill Clinton para apresentar sugestões sobre
os dilemas suscitados pela técnica da clonagem. Instruído pela Comissão,

e-Tec Brasil 384 Biologia III


Clinton mandou um projeto de lei ao Congresso autorizando a clonagem
de embriões, mas proibindo a implantação os embriões em mulheres. “Não
há nada de imoral em usar a clonagem em benefício da humanidade, mas é
inconcebível cogitar o nascimento de crianças clonadas”, disse Clinton.

Na prática, o governo americano quer considerar ilegal a clonagem de


humanos. O projeto de Clinton, que está em debate no Congresso, nega
verbas para as pesquisas e propõe multa de 250 000 dólares para o cientista
que empreender a experiência. No Brasil, um projeto um projeto de clonagem
só poderia ser feito com a autorização da Comissão de Biossegurança. Até
agora falamos de cientistas que, bem ou mal, podem ser controlados. Mas
um dos efeitos negativos de Dolly foi despertar o Dr. Maluco. Ele responde
pelo nome de Marc Riyard, é biólogo e vive em Montreal, no Canadá, onde
integra o Movimento Religioso Raelian. O pessoal do Raelian fundou uma
empresa com sede nas Bahamas, paraíso fiscal em vias de tornar-se também
paraíso genético. A empresa oferece um serviço chamado Clonaid, capaz de
satisfazer fantasias derivadas de Dolly - dos pais que pensariam em clonar
um filho em coma ao milionário que gostaria de ter um clone no congelador
para abastecer-se quando precisasse de um rim.

Segundo a Clonaid, milhares de pessoas já se inscreveram para obter um


clone. O preço: 200.000 dólares.

Resumo
Na aula de hoje pudemos conhecer algumas das aplicações da genética.
Vimos que estas podem trazer muitos benefícios ao homem. No entanto,
apesar dos benefícios, é preciso também conhecer os impactos que tais
aplicações podem ocasionar, lembrando que ainda não há um consenso ou
mesmo decisões de ordem moral, ética e legal a respeito destes assuntos.

Atividades de aprendizagem
1. Em que consiste o chamado melhoramento genético?

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2. O que são os transgênicos?

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Aula 18 - As aplicações da genética 385 e-Tec Brasil


3. Quais são os principais objetivos de projeto genoma humano?

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4. Faça uma pesquisa e cite outras aplicações da genética.

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e-Tec Brasil 386 Biologia III


Aula 19 - Genética de peixes I

Nesta aula vamos conhecer as pesquisas em genética que estão


sendo realizadas para a melhoria dos peixes. Vamos compreender
alguns termos da genética (estudada na aula anterior) ligados ao
cultivo de peixes (figura 19.1).

Figura 19.1Ilustração de genética de


peixe
Fonte: http://inovabrasil.blogspot.com

19.1 Cromossomos de Peixes


Os cromossomos de peixes possuem uma particularidade que não
encontramos na espécie humana, eles possuem um aspecto plumoso ou em
escova, conhecidos por cromossomos plumosos, e foram descobertos em
1892 por Rückert, nas células de ovócitos de tubarão. Eles estão presentes
também em ovócitos de outros peixes. Eles formam projeções laterais,
chamadas alças cromossômicas (figura 19.2) que são regiões ricas em
DNA ativo.

A importância das alças é que elas promovem mutações importantes no


gameta, podendo torná-lo viável ou inviável.

Figura 19.4 Alças cromossômicas


Fonte: http://djalmasantos.wordpress.com

Aula 19 - Genética de peixes I 387 e-Tec Brasil


Nestas alças, há uma grande produção de RNA, que irá comandar a síntese
de proteína no citoplasma. Após a síntese, as alças voltam a se condensar, e
os cromossomos readquirem sua forma típica.

Para ler e compreender melhor o assunto.


Melhoramento genético em peixes – uma revolução na aquicultura
do Brasil

Sexta-feira, 13 de novembro de 2009


Por: Emiko Kawakami de Resende,
Ricardo Pereira Ribeiro,
Ângela Puchnik Legat,
Celso Benites.

“Se nada mais for feito, a produção dobra após sete gerações!” Esta é
a perspectiva quando se aplica melhoramento genético dirigido para peixes.

A pesca possui grande importância para a segurança alimentar do planeta,


mas vem sendo insuficiente para atender à demanda mundial. Alguns
estoques pesqueiros estão sob risco de esgotamento, particularmente
aqueles de espécies de grande valor econômico como o salmão e o
bacalhau. O cultivo surge como uma   oportunidade para atendimento a
essas necessidades. A aquicultura   mundial   vem   contribuindo  com valores
crescentes, com taxas superiores a 10% ao ano, tendo alcançado valores de
49 milhões de toneladas em 2001, gerando receitas da ordem de US$ 62
bilhões. Entretanto, essa produção é desigual no mundo. Os países asiáticos
são os campeões. Na América Latina, o Chile é o principal produtor, com
631,9 mil toneladas, seguido pelo Brasil com 210 mil toneladas. E o Brasil
possui 13% da água doce do mundo! O que falta ao Brasil? Como o país
possui grande produção pecuária e aviária e tradição de consumo de carne
desses animais, o consumo de peixes é baixo devido ao preço elevado dos
mesmos, aliado à falta de produtos que cheguem quase prontos à mesa do
consumidor, bem como a diversificação e oferta contínua para atendimento
para todos os tipos de consumidores.

É sabido, entretanto, que a carne de peixes possui alta qualidade para a


saúde humana, sendo indicada pelas organizações de saúde em todo o
mundo como o tipo de alimento mais adequado considerando os aspectos
da vida moderna.

Então, porque a produção de peixes é tão pequena no Brasil? Para as


espécies exóticas, que já possuem tecnologias desenvolvidas, como a tilápia

e-Tec Brasil 388 Biologia III


e o camarão Litopennaeus vannamei, a situação é bem diferente. Quando se
trata de espécies nativas e o Brasil é o país de maior diversidade em peixes,
a situação é bastante constrangedora. Nas estatísticas do Ibama de 2000,
aparecem como principais espécies cultivadas a carpa e tilápia, espécies
exóticas, perfazendo 65% do total. Dentre as espécies nativas, apenas o
tambaqui aparece com algum valor significativo, da ordem de 7%, seguido
pelo seu híbrido, o tambacu, com 6,5%. Por falta de tecnologias, muitos
produtores tem optado pela hibridação de espécies, tentando ganhos
maiores, mas que se mostra não permanente, pois há necessidade constante
de efetuar essas hibridações, com ameaças ambientais desconhecidas, na
medida em que muitos desses híbridos vêm se mostrando férteis e suas
proles, ao escaparem para a natureza (e a literatura está cheia de exemplos),
podem provocar grandes acidentes genéticos.

Como resolver esse problema? As commodities em que o Brasil é campeão de


produção, estão relacionadas a produtos que tiveram tecnologias avançadas
incorporadas em sua produção, como é, por exemplo, a soja. Nesse caso,
o melhoramento genético foi o ponto chave, no processo de tropicalização
dessa planta. Acreditamos e temos convicção de que o melhoramento
genético também é a chave para o desenvolvimento da piscicultura com
espécies nativas do Brasil, como o tambaqui, o pacu, o pintado e a cachara,
dentre outras. Melhoramentos genéticos dirigidos efetuados com peixes têm
mostrado um potencial de ganho na taxa de crescimento, em média, de
15% por geração, como foi observado na tilápia GIFT (Genetically Improved
Farming Tilápia), salmão do Pacífico e do Atlântico, truta arco-íris e bagre
do canal. É um ganho genético bem significativo comparando-se com
animais terrestres, o que é possível pelo fato dos peixes apresentarem uma
grande variação genética para taxa de crescimento e alta fecundidade, o
que possibilita aplicar-se uma alta intensidade de seleção. É ainda um ganho
permanente e pode ser aplicado por um grande número de gerações,
diferentemente da hibridação.

O principal benefício do melhoramento genético para taxa de crescimento


é a redução dos custos fixos e custos de produção, devido ao menor
requerimento para a manutenção. No programa Norueguês, o qual supre
hoje mais de 70% do mercado de ovos geneticamente melhorados de
salmão do Atlântico e truta arco-íris, há uma taxa de custo/benefício de
1/15, ou seja, para cada real investido, há um retorno esperado de R$ 15,00.

Ao se realizar um melhoramento genético dirigido, com base em uma


grande variabilidade genética inicial, assegura-se a existência de variabilidade
suficiente para se alcançar as melhorias desejadas para sucessivas gerações.

Aula 19 - Genética de peixes I 389 e-Tec Brasil


E como funciona esse melhoramento genético dirigido?

Aplica-se metodologia que se inicia com a identificação da variabilidade


necessária, através de técnicas genéticas. Após a constatação dessa
variabilidade é adotada uma metodologia de seleção dirigida, com a
identificação de todos os reprodutores e escolha dos que apresentam taxa
de crescimento mais elevada para sucessivos cruzamentos e melhora de
desempenho. Cada nova geração melhorada serve de base para o próximo
passo e se estima que na sétima geração tenham alcançado o dobro da taxa
de crescimento da população original.

As linhagens melhoradas são distribuídas a produtores selecionados que


poderão produzir formas jovens de alta qualidade para venda aos que vão
fazer a engorda. Dessa forma, o ganho em cada geração é repassado para
o setor produtivo, possibilitando melhorias sucessivas na sua produtividade.
Espera-se, com isso, aquele salto tecnológico necessário para garantir a
produção aquícola sustentável, com redução de impactos ambientais,
integrando-se o uso destas linhagens melhoradas e avaliadas sob o ponto
de vista da oferta de dietas adequadas, com baixo impacto ambiental,
biosseguridade, rastreabilidade e ao final, produtos com alto valor agregado.
Esta é uma proposta do projeto “Bases tecnológicas para o desenvolvimento
sustentável da aquicultura no Brasil – Aquabrasil” que contempla espécies de
importância econômica a nível nacional como o camarão L. vannamei, para
resistência a doença da mionecrose infecciosa, a tilápia GIFT, introduzida
da Malásia e as espécies de importância regional, como o tambaqui, para
a região norte e o surubim, para a região centro-oeste, todas elas para
incremento na taxa de crescimento.

E, fazendo isso, temos o objetivo de colocar a aquicultura brasileira em


um novo patamar de produção e com qualidade suficiente para o alcance
dos mercados mais exigentes tornando o país conhecido também por sua
produção aquícola. E a Embrapa e seus parceiros, que são muitos nessa
jornada, terão realizado a revolução na aquicultura brasileira.
*Emiko Kawakami de Resende (emiko@cpap.embrapa.br) é pesquisadora da Embrapa Pantanal,
Dra. em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre. Ricardo Pereira Ribeiro (rpribeiro@uem.
br) é docente e pesquisador da Universidade Estadual de Maringá, Dr. em Ecologia de Ambientes
Aquáticos Continentais.Ângela Puchnik Legat (angelapl@cpamn.embrapa.br) é pesquisadora Em-
brapa Meio Norte, M.Sc. em Oceanografia Biológica. Celso Benites (benites@nin.ufms.br) é docen-
te e pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Dr. em Aquicultura.
Fonte: http://ecopypaste.blogspot.com 

e-Tec Brasil 390 Biologia III


Curiosidade
Espécie de peixe sofre mutação genética para sobreviver em rio
contaminado

14 de março de 2011

Peixe da espécie Tomcod. Desenho de H. L. Todd (Reprodução/Gma.


org)
Fonte: descrita abaixo
Na evolução das espécies, quem não se adapta corre o risco de desaparecer. O
Microgadus tomcod, peixe da família do bacalhau encontrado no Hemisfério
Norte, definitivamente não quer sumir do leito do Rio Hudson, em Nova
York, nos EUA. Poluído depois de três décadas de acúmulo da substância
bifenila policlorada (PCB), altamente tóxica, o local se tornou um ambiente
inóspito. O tomcod, no entanto, desenvolveu uma mutação genética que
permitiu não apenas sua sobrevivência, mas uma espécie de ‘milagre da
multiplicação’.

Tomcod: mutação igual só havia sido vista em organismos menores, como


insetos O gene mutante, descrito em artigo da revista científica Science, tem
como única função proteger o peixe dos efeitos letais da PCB, despejada
aos montes no Hudson entre 1929 e 1976 por fábricas de suprimentos
eletrônicos. Calcula-se que o total do produto tóxico lançado ao rio tenha
chegado a 600t, até a prática ser proibida. De acordo com os pesquisadores,
o tomcod precisou ´agir` imediatamente. ´Descobrimos que a mutação
aconteceu muito rapidamente, e apenas um gene foi responsável por
ela`, disse o geneticista populacional Isaac Wirgin, professor de medicina
ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York. ´Não
existem muitos exemplos como esse na literatura científica`, afirma.

Há tempos os cientistas tentavam entender os mecanismos biológicos que


permitiram a sobrevivência do tomcod. Medindo cerca de 25cm na fase
adulta, o peixe, que não é normalmente usado na culinária, precisa viver sob
níveis altos de poluição. Wirgin diz que a toxicidade no pulmão do animal
é uma das mais altas já registradas e que outros peixes não sobreviveriam à
alta exposição à PCB, que é cancerígena.

Aula 19 - Genética de peixes I 391 e-Tec Brasil


Durante quatro anos, o pesquisador e colegas de Nova Jersey e Massachusetts
capturaram tomcods com uma caixa especial, tanto em áreas altamente
contaminadas quanto naquelas menos poluídas. Os espécimes foram
estudados em busca de variantes genéticas e de um gene que decodifica
uma proteína conhecida por regular os efeitos tóxicos da PCB, o receptor
arilhidrocarbono (AHR2). Esse gene também está envolvido com a mediação
de efeitos de outros compostos de halogênicos de hidrocarbonetos, um
grupo que inclui bifenila policlorada.

Discretas alterações – a supressão de seis pares de AHR2 no DNA – parecem


proteger o tomcod da substância tóxica, diz o estudo. Normalmente, quando
o gene inalterado entra em contato com a PCB, ele desencadeia reações que
transmitem os efeitos tóxicos do componente para o organismo. Mas, na
pesquisa, os cientistas constataram que, no gene variante, isso não ocorre.
Wirgin explica que, mesmo em águas limpas, o tomcod, ocasionalmente,
carrega essa mutação. ´Isso sugere que a variante já existia, em menor
proporção, antes da poluição por PCB`, diz.

Os animais que adquirem a mutação levam vantagem sobre os demais


indivíduos da espécie, que, sem a mutação, desenvolvem um tipo letal de
defeito cardíaco. ´Acho que a evolução aconteceu ao longo de milhares
de gerações. Mas especificamente aqui,no Rio Hudson, tudo aconteceu
memoravelmente rápido`, afirma Wirgin.

Apesar de esse tipo de reação ter sido observada anteriormente em bactérias


e insetos que desenvolvem resistência a alguns inseticidas, não é algo comum
em animais de porte maior.

“É a primeira demonstração de um mecanismo de resistência genética na


população vertebrada” Isaac Wirgin, professor da Universidade de Nova
York.
Fonte: Diário de Pernambuco: http://www.anda.jor.br/2011/03/14/especie-de-peixe-sofre-mutacao-genetica-para-
sobreviver-em-rio-contaminado/

Resumo
Nesta aula nós iniciamos o assunto genética de peixes, o tipo de seus
cromossomos (plumosos) e como existem pesquisas sendo realizadas para
desvendar o material genético destes animais.

e-Tec Brasil 392 Biologia III


Atividades de aprendizagem
1. Qual a importância das Alças Cromossômicas? O que elas
influenciam?

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2. Em quais células o pesquisador Rückert descobriu esses


cromossomos?

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Aula 19 - Genética de peixes I 393 e-Tec Brasil


Aula 20 - Genética de peixes II

Nesta aula iremos continuar estudando o melhoramento genético


em peixes, conheceremos algumas técnicas que favorecem o
desenvolvimento de peixes mais bem preparados geneticamente.
Vamos conhecer alguns estudos que estão sendo realizados nesta
área.

Figura 20.1 DNA


Fonte: http://blogamos.com/dieta-do-dna-informacoes

Nos últimos anos a genética foi uma das ciências que mais avançou. Buscando
qualidade para a vida humana, esta ciência procura melhorar geneticamente
os organismos para que possam ser consumidos sem que haja prejuízo para
a espécie humana. Um dos exemplos é o porco Light, ou seja, pesquisadores
estão desenvolvendo um tipo de porco com uma menor taxa de gordura.
No caso de algumas espécies de peixes, um programa de melhoramento
genético está sendo desenvolvido para que um peixe conhecido como
tambaqui tenha maior quantidade de ômega 3, gordura de baixa caloria e
melhoramento do sabor do peixe. Para muitos isso é considerado um avanço
na genética de peixes.

20.1 Criação de peixe em cativeiro


A criação de peixes em cativeiros (figura 20.2) se tornou uma alternativa
de renda para muitas famílias no Brasil. Para essas famílias o trabalho é
feito de maneira associativa. Para obter melhores resultados são realizados
cruzamentos entre os melhores representantes da espécie. É chamado de
cruzamento industrial. Um dos exemplos é o cruzamento entre Tilápia
Nilótica e a Tilápia Tailandesa, sendo a tilápia Tailandesa um representante
que ganha peso facilmente. Outras características permitem que a Tilápia
seja um dos peixes mais comercializados no Brasil.

Aula 20 - Genética de peixes II 395 e-Tec Brasil


Figura 20.2 Cativeiros
Fonte: http://wilsonwo.blogspot.com/

20.2 Genética em peixes de cativeiro


Os peixes nascem sem sexo e quando são criados em cativeiro, o produtor
pode induzir à reversão sexual. É uma técnica que consiste em inserir no
ambiente fatores que promovam a formação de peixes machos. Mas porque
ter peixes machos? Pois bem, os peixes machos oferecem maior quantidade
de carne e exige menor tempo de cativeiro.

Saiba mais
Fonte: http://www.terramae.com.br/especies.asp?tipo=tilapia

A utilização do DNA no melhoramento genético, ou seleção genética, de


tilápias está acelerando muito a velocidade dos ganhos genéticos da tilápia. A
técnica foi desenvolvida pela GenoMar, principal e mais importante Empresa
Mundial de Biotecnologia de Genética em peixes, empresa com sede na
Noruega e filiais espalhadas em vários Países do mundo. O primeiro passo da
Empresa foi trabalhar em parceria com a Motorola e IBM, em exclusividade,
para obter os Genoma da tilápia, ou seja, obteve toda a sequência de
pares e genes que forma a tilápia. Com o mapeamento do DNA da espécie
conhecido, foi feito um estudo de quais seriam as sequências de pares de
genes, que seriam importantes economicamente no cultivo de tilápias.

A partir daí, trabalhou-se da seguinte forma no melhoramento genético:


Foram selecionadas em vários países, linhagens de tilápias puras, sem
cruzamento externos de outras linhagens, todas estas famílias foram
individualmente marcadas e tiveram seu DNA mapeado e identificado. Foram
feito, então, estudos de desenvolvimento de cada grupo, e verificou-se quais
os melhores peixes dentro de cada linhagem, separou-se então os indivíduos
que tinham em destaque a características que fossem economicamente
importantes, como rendimento de carcaça, velocidade de crescimento,
conversão alimentar favorável, resistência a manejo, entre outros. Com esses

e-Tec Brasil 396 Biologia III


indivíduos identificados, foi estudada sua carga de pares e genes, e localizou-
se quais desses pares seriam responsáveis pelas características desejadas. São
então cruzados somente os peixes que tem tais características na sua carga
genética, dando origem a novas gerações geneticamente melhoradas.

Este trabalho, sendo feito de forma contínua, dá resultados impressionantes.


Apresenta um resultado superior de 9 a 13%, em relação a geração anterior.
Um exemplo disso está no rendimento de carcaça, que hoje já chega perto
de 40% (conforme estudo realizado na UEM - Universidade de Maringá).

Além deste melhoramento, o DNA proporciona a possibilidade de obtermos


rastreabilidade nas tilápias, desde o ovo até o filé. Como todas as matrizes
de tilápias da GenoMar tem seu DNA conhecido, podemos a qualquer
momento, em qualquer fase do seu desenvolvimento, processamento ou
consumo, obter a sua rastreabilidade, ou a de seus descendentes.

Curiosidades
1) Salmão é geneticamente modificado nos Estados Unidos. O peixe
tem quase o dobro do comprimento do original.
Fonte: http://jornaldosbichos.blogspot.com/2010/08/genetica-cria-supersalmao-nos-estados.html

Figura 20.3 Salmão normal e alterado geneticamente


Fonte: citada acima

Uma espécie de salmão de águas atlânticas foi geneticamente alterada para


gerar indivíduos maiores. Na imagem, o peixe ao fundo foi manipulado
no AquaBounty Technologies. O salmão alterado possui quase o dobro
do comprimento do original. A agência norte-americana para controle
sanitário irá decidir se consumo do peixe será autorizado.(Foto: REUTERS/
Barrett & McKay Photo / AquaBounty Technologies / Handout). O salmão
geneticamente modificado cresce duas vezes mais rápido que o salmão de
viveiro regular.

Aula 20 - Genética de peixes II 397 e-Tec Brasil


2) Salmão está perdendo suas características genéticas

Mariana Noffs
Fonte: http://ambiente.hsw.uol.com.br/salmao-caracteristicas-geneticas.htm

As características genéticas distintas das populações de salmão na Espanha


estão sendo perdidas como resultado de mudanças climáticas e interferência
humana, diz o estudo. Pesquisadores do Reino Unido e da Espanha dizem
que perturbar o comportamento migratório do salmão e o instinto da espécie
de permanecer “em casa” pode ter sérias consequências em longo prazo. A
notícia é da BBC.

O estudo focou nas mudanças registradas durante 20 anos em populações de


salmão em Astúrias, na Espanha. “O salmão tem uma estrutura de população
bem distinta, devido à sua habilidade de voltar aos seus rios nativos”, explica
o co-autor Jamie Stevens, da University of Exeter’s School of Biosciences. Ele
diz que as características únicas mostram que o peixe se adapta a condições
encontradas em um rio em particular, como a química da água, temperatura
e tempo de viagem até o mar e de volta. Quebrar essa estrutura é perigoso
porque essas populações de salmão têm uma capacidade de adaptação que
dá a vantagem naquele rio em especial. O salmão é muitas vezes usado
como um indicador do estado dos rios. Como ele é o predador mais alto,
examinar esse peixe pode dizer bastante sobre como está a saúde do sistema
do rio.

3) Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA

Inpa descobre diferenças entre duas espécies de acará-disco

02-02 -2006 16:11:54

Um estudo desenvolvido pelo Laboratório de Citogenética do Inpa mostra que,


apesar da semelhança, o meio ambiente abriga não uma, como se pensava, mas
duas espécies de acará-disco.

Grace Soares / Ascom Inpa

Para os grandes colecionadores e exportadores de peixes ornamentais que


pensavam estar lidando com uma única espécie de acará-disco no ato da
compra ou de sua captura no meio ambiente, vai um alerta: vocês podem
estar lidando com dois peixes diferentes. Apreciados e conhecidos nacional
e internacionalmente, os acarás já estão entre as 15 espécies de peixes mais
comercializadas do Brasil. A questão, levantada por Maria Claudia Gross, é
decifrar qual espécie está sendo capturada.

e-Tec Brasil 398 Biologia III


Revelar as diferenças entre o Symphysodon aequifasciatus e o Symphysodon
discus (ambos conhecidos como acará-disco), sendo os dois peixes tão
parecidos, foi o resultado principal apresentado por Gross em sua dissertação
de mestrado desenvolvida no início de 2004, pelo Curso de Biologia de
Água Doce e Pesca Interior, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa). Para esse desafio, a pesquisa exigiu um estudo “citogenético”, ou
seja, recorrer às células (cito) para analisar a genética e, por conseguinte, os
cromossomos (que são longas sequências de DNA, que contém os genes)
nelas presentes. Desse modo, é possível identificar as espécies com perfeita
exatidão. “A morfologia dos dois peixes já apontava para a existência de duas
espécies, mas era preciso fazer estudos mitóticos (de mitose) e meióticos (de
meiose), para comprovarmos”, afirma Gross.

O primeiro passo foi desenvolver duas frentes de pesquisas em torno


dos cromossomos dos peixes: uma durante a mitose (processo de divisão
celular, do qual originam-se duas células idênticas) e outra durante a meiose
(processo de divisão celular através do qual uma célula é capaz de formar
quatro células geneticamente diferentes entre si). Foi comparando estes
aspectos que as primeiras diferenças começaram a aparecer.

“Observamos, primeiramente, que o S. aequifasciatus possui tanto


cromossomos grandes quanto muito pequenos enquando o S. discus manteve
um padrão no tamanho. Mas a diferença mais marcante encontrada entre as
duas espécies foi que durante a meiose identificamos a presença inusitada
de uma “cadeia” de cromossomos somente em S. aequifasciatus. Essa é
uma descoberta inédita em peixes. Até hoje, essa cadeia, basicamente, só
foi observada em ornitorrincos, sapos e plantas”, acrescenta a pesquisadora.

Cientificamente, o fato representaria uma diminuição do potencial


reprodutivo da espécie S. Aequifasciatus, o que não aconteceu, confirmando
o ineditismo da descoberta.

Importância social da pesquisa – De forma prática, o estudo desenvolvido


em torno dos dois peixes, de modo a diferenciá-los, vem contribuir para
a elaboração de medidas de conservação específicas para ambas as
espécies. “Como consequência direta, resultados das pesquisas ajudarão
a propor maneiras de manejo diferentes para os dois peixes, levando-se
em consideração suas peculiaridades, passando a tratá-los, de fato, como
espécies singulares”, destaca Gross.

Mas para alcançar essa meta, somente as informações geradas da área da


citogenética não seriam suficientes para subsidiar a criação dos planos de
manejo adequados. “É necessário um trabalho em conjunto com outras
áreas, como a biologia molecular, a ecologia, e muitas outras”, reforça Gross.

Aula 20 - Genética de peixes II 399 e-Tec Brasil


Metodologia de trabalho - Foram realizadas análises citogenéticas
nas células do rim, que é o tecido com maior divisão celular em peixes
(estudos mitóticos) e nas células dos testículos (estudos meióticos). As
coletas abrangeram populações de S. aequifasciatus do rio Manacapuru
(AM), e de S. discus do rio Negro, mais precisamente em Novo Airão (AM).
Comparando a interação dos peixes com os dois ecossistemas distintos é
possível relacionar cada cariótipo (é uma espécie de impressão digital de
cada espécie) à realidade dos seus ambientes. É um primeiro passo em busca
de um entendimento mais global dos hábitos e especificidades das espécies,
cujos dados podem ser utilizados na elaboração de planos para conservação
dos animais. Informações preciosas para os interessados em criar esses
valiosos peixes ornamentais, que movimentam um mercado cada vez mais
crescente e concorrido.

De acordo com Gross, o S. Aequifasciatus tem maior distribuição na


Amazônia, enquanto o seu semelhante é encontrado somente nos rios
Negro e Abacaxis e no baixo rio Trombetas.

Alguns números confirmam a importância de se estudar com maior


profundidade a família dos ciclídeos, que compreende todas as espécies
de acarás, incluindo o jacundá e o apreciado tucunaré. “Existem
aproximadamente 1300 ciclídeos conhecidos em todo o mundo e a grande
parte deles encontra-se na Amazônia”, diz Gross. Eles são peixes coloridos,
que apresentam vários espinhos em suas nadadeiras. Quando não são
vendidos para ornamentação, alguns se tornam carros-chefes das grandes
cooperativas de pesca esportiva do país, como é o caso do tucunaré e do
acará-acú, pelos quais turistas e adeptos à essa atividade pagam muito
dinheiro para ter a oportunidade de ver e ter um peixe desses “fisgados”
em suas linhas.

Estudos na área – Além da pesquisa desenvolvida por Gross, existem


outros projetos nessa linha de estudo em andamento no Laboratório de
Citogenética do Inpa, sede dos trabalhos. Como a tese de mestrado de
Aldaléia Carmo dos Santos, que tem como objetivo estudar 20 espécies de
ciclídeos da Amazônia, com o intuito de avaliar os aspectos evolutivos desse
grupo de animais.

Com início das atividades em 2000, ao todo, já foram coletados exemplares


em municípios como Barcelos, São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel,
Manacapuru, Anavilhanas, Jaú, etc. Até o momento, 15 espécies já foram
identificadas e “cariotipadas” (analisada sua composição citogenética). Os
resultados parciais revelam que estas são consideradas as espécies mais
derivadas, ou seja, as mais novas da cadeia evolutiva dos ciclídeos, sendo

e-Tec Brasil 400 Biologia III


observado em algumas a ausência completa dos padrões citogenétidos dos
seus ancestrais, como é o caso do S. sequifasciatus. “Sabemos que os ciclídeos
são originários da África. Quando houve a separação dos continentes,
esses peixes acabaram migrando para a América do Sul, conseguindo se
adaptar perfeitamente à região amazônica. No entanto, a grande maioria
das espécies conserva o legado genético de seus ancestrais, alguns mais,
outros menos. O tucunaré é a espécie mais conservada citogeneticamente,
pois ainda mantém o padrão cariotípico (a identidade) do africano”, declara
Santos.

Parceria com o Ibama – Como a pesquisa exige dos estudantes o


deslocamento às áreas de captura dos exemplares das espécies, o Laboratório
de Citogenética precisa de uma licença expedida pelo Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que muitas vezes
acompanha os pesquisadores in loco. “Os resultados obtidos nas pesquisas
serão repassados ao Ibama, na forma de um catálogo com dados sobre a
biologia dos peixes, fotos, cariótipos, entre outras informações. Assim, os
técnicos do órgão poderão articular alternativas de manejo eficientes para
essas novas espécies que estão sendo estudadas”, salienta Santos.

Pensando no futuro – Dando prosseguimento à geração de conhecimentos


na área, Gross acredita que o próximo desafio é entender a existência da
cadeia de cromossomos que se forma durante a meiose das células dos
S. Aequifasciatus, o que é inédito para a ciência, tratando-se de peixes.
“Precisamos utilizar técnicas mais avançadas para entender a cadeia e
justificar a sua existência”, finaliza. Será uma nova e longa jornada de busca
de respostas com previsão para se iniciar agora, como projeto de doutorado.
De fato, a sua ambição e a de muitos outros que formam o Laboratório
de Citogenética do Inpa, só têm a contribuir para um maior entendimento
sobre o universo dos peixes ornamentais, especialmente, os acarás.
Fonte: http://www.inpa.gov.br/noticias/noticia_sgno2.php?codigo=21

Resumo
Neste último capítulo conhecemos como o melhoramento genético pode ser
uma técnica boa e muito perigosa ao mesmo tempo. Boa porque as alterações
genéticas podem favorecer a nutrição, enriquecer a carne com maiores taxas
de sais minerais e menos colesterol; perigosa porque não sabemos ao longo
prazo se esses animais modificados, entrando em contato com espécimes
(representantes) selvagens (sem alteração) podem causar algum dano para
estas espécies ou para o ambiente. Por isso, cada vez mais as Universidades
do mundo inteiro se preocupam em estudar o melhoramento genético em
peixes, mas sem interferir no ambiente.

Aula 20 - Genética de peixes II 401 e-Tec Brasil


Atividades de aprendizagem
1. O que significa Melhoramento genético e em que ele implica para
a humanidade?

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2. Questão para pesquisa: Nós podemos afirmar que Melhoramento


Genético e Produção de Organismos Geneticamente Modificados
(OGM) são as mesmas coisas? Justifique sua resposta.

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e-Tec Brasil 402 Biologia III


Referências

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Contributo de Elaine Thompson, Tradução de Miguel Figueiredo, Reprodução. http://fins.actwin.com/mirror/pt/


breeding.html

403 e-Tec Brasil


Paraíso dos Aquários WebMaster: Lugui, http://www.gforum.tv/board/1064/267808/reproducao-dos-peixes.
html

/www1.folha.uol.com.br/ciencia/894313-captura-de-peixe-antes-da-reproducao-ameaca-abrolhos.shtml

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ovul%C3%ADparo

http://www.infoescola.com/biologia/dimorfismo-sexual/

http://decomposicao.vilabol.uol.com.br/pagina3.htm

http://ppg.revistas.uema.br/index.php/REPESCA/article/viewFile/27/19

http://www.guiadapesca.com.br/geral/peixe-anadromo-ou-catadromo/

http://ecopypaste.blogspot.com/2010/01/manipulacao-genetica-de-peixes-no.html

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http://www.bichoonline.com.br/artigos/aa0040.htm/www.anda.jor.br/2011/03/14/especie-de-peixe-sofre-
mutacao-genetica-para-sobreviver-em-rio-contaminado/

http://jornaldosbichos.blogspot.com/2010/08/genetica-cria-supersalmao-nos-estados.html

http://www.terramae.com.br/especies.asp?tipo=tilapia

http://www.inpa.gov.br/noticias/noticia_sgno2.php?codigo=21

http://www.nordesterural.com.br/nordesterural/matler.asp?newsId=6299

Referências das ilustrações


Figura 9.1
http://www.biologo.com.br/tubarao/ Foto de © 2006 - Tirada na Ilha de Guadalupe, México. Fonte:
Wikipédia

Figura 9.2 Escama


http://www.infoescola.com/biologia/peixes-cartilaginosos-classe-chondrichthyes/

Figura 9.3 – Quimera


http://www.csv.unesp.br/P_pequisa/projetos/cacao/cacao.php

Figura 9.4 – Arraia 1


http://mariliaescobar.wordpress.com/2009/12/

Figura 9.5 – Arraia 2


http://www.vivaterra.org.br/peixes_salgada_5.htm

Figura 10.1
Anatomia interna http://imunologando.blogspot.com/2010/05/formacao-do-sistema-imune-no-embriao.html

Figura10.2 Esqueleto de tubarão


ttp://gmirabeau.sites.uol.com.br/ClubedoTubarao/anatomia/anatomia_e_fisiologia.htm

Figura 10.3 Ampola de Lorenzini


http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/condricties/condricties-2.php

Figura 10.4 Linha lateral


http://memoriaacessoria.blogspot.com/2010/11/artigo-mira-peixes-cartilaginosos.html

e-Tec Brasil 404 Biologia III


Figura 10.5 – Fendas Branquiais
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/peixes/peixes-sistema-respiratorio.php

Figura 10.6 Válvula espiral


http://www.biomania.com.br/bio/conteudo.asp?cod=1279

Figura 10.7 Sist. Circ. De peixes


http://anaialmeida.blogspot.com/2009/05/transporte-nos-animais-sistema.html

Figura 10.8 Encéfalo de tubarão


http://tubaraoferoz.com.sapo.pt/dolphin.htm

Figura 11.1 – Peixe ósseo


http://pescabr.blogspot.com/2010/11/dourado-o-rei-do-rio.html

Figura 11.2 esqueleto de peixe ósseo


http://leonardoejoaootavio.blogspot.com/p/sala-de-aula.html

Figura 11.3 – escamas de peixe


http://ensinarevt.com/conteudos/forma/forma-funcao/index.html

Figura 11.4 Anatomia externa de peixes ósseos


http://sos-planetaverde.blogspot.com/

Figura 11.5 Bexiga natatória


http://www.curiosidadeanimal.com/anatomia_peixe.shtml

Figura 11.6 Peixes abissais


http://aprendizadoanimal.blogspot.com/2010/01/esquisitos-peixes-abissais.html

Figura 12.1 Anatomia Interna de peixes ósseos


http://www.encyclopeche.com/pt/poissons.htm

Figura 12.2 Anatomia interna


http://zoovert.wordpress.com/2011/04/29/peixes-a-evolucao/

Figura 12.3 Sistema circ.


http://biotic.no.sapo.pt/u1s2t1.html

Figura 12.4 Sistema Respiratório


http://zoovert.wordpress.com/2011/04/29/peixes-a-evolucao/

Figura 12.5 Sistema excretor de Peixes de água doce


http://curlygirl.no.sapo.pt/excrecao.htm

Figura 12.6 Sistema excretor para peixes de água salgada


http://curlygirl.no.sapo.pt/excrecao.htm

Figura 15.1 reprodução de tubarões


http://www.discoverybrasil.com/tubaroes/reproducao/index.shtml

Figura 15.2 – Clasper (órgão copulador dos machos).


Fonte: Clasper http://www.portalsaofrancisco.com.br

Figura 15.3 – Saco de ovos “bolsa de sereia”.


Fonte: http://www.discoverybrasil.com/tubaroes

Figura 16.1 Alevinos Betta.


Fonte: http://www.bettabrasil.com.br/artigo_025.asp

405 e-Tec Brasil


Figura 16.2 Acasalamento de peixes
http://anomaliaonline.blogspot.com/2010/03/gala-animal-peixes-anfitrioes.html

Figura 16.3 Embrião de peixe http://www.ibb.unesp.br/Museu_Escola/Ensino_Fundamental/Origami/


Documentos/Peixes.htm

Figura 16.4
http://piripiri40graus.com/macarico.php?coluna=macarico&ler_noticia_id=37771&pescadores-
desrespeitam-a-piracema-no-rio-dos-matos

Figura 19.1 DNA de peixe


http://inovabrasil.blogspot.com/2010/08/ufrj-identifica-dna-de-pescado.html

Figura 19.2 Cromossomo


http://psicomunidade.blogspot.com/2011_02_01_archive.html

Figura 19.3 Cromossomos II


http://www.si14.com.br/assuntos/natureza-e-meio-ambiente/page/2/

Figura 19.4 Alças cromossômicas


http://djalmasantos.wordpress.com/2010/10/10/cromossomos-gigantes/

Figura 20.1 DNA


http://blogamos.com/dieta-do-dna-informacoes

Figura 20.2 Cativeiro


http://wilsonwo.blogspot.com/2009/03/vi-ampliacao-dos-projetos-de-criacao-de.html

e-Tec Brasil 406 Biologia III


Atividades autoinstrutivas

1. É característica de cordados, exceto:


a) Presença de notocorda
b) Fendas branquiais
c) Tubo nervoso dorsal
d) Sistema nervoso difuso
e) Sistema ambulacral

2. Os subfilos Urochordata (Urocordados), Cephalochordata


(Cefalocordados) e Vertebrata (vertebrados) possuem,
respectivamente, os seguintes representantes:
a) Mamíferos, anfíbios e peixes
b) Anfioxos, peixes e répteis.
c) Peixes, mamíferos e ascídias.
d) Ascídias, anfioxos e mamíferos.
e) Anfíbios, peixes e répteis.

3. O subfilo Vertebrata, refere-se à presença da coluna vertebral, no


entanto, o nome deste subfilo vem sendo substituído por Craniata,
pois:
a) Existem animais com presença do crânio e ausência de coluna vertebral.
b) Existem animais com o crânio articulado.
c) Existem animais com crânio não articulado.
d) Existem animais com o crânio pequeno.
e) No crânio dos animais vertebrados estão todos os órgãos dos sentidos.

4. O crânio juntamente com a coluna vertebral formam o esqueleto


axial e desempenham um importante papel na proteção do sistema
nervoso central. Quanto à localização dos componentes do sistema
nervoso central é correto afirmar que:
a) A medula espinhal localiza-se dentro do crânio e dentro da coluna ver-
tebral encontra-se o encéfalo.
b) A medula espinhal e o encéfalo estão formando o sistema nervoso cen-
tral e localizam-se dentro do crânio.
c) As nadadeiras, asas, pernas ou braços formam o esqueleto axial e estão
localizados no crânio e na medula espinhal.
d) O encéfalo encontra-se dentro do crânio e a medula espinhal dentro de
um canal formado pelas vértebras da coluna vertebral.
e) O encéfalo e a medula espinhal estão no esqueleto apendicular.

407 e-Tec Brasil


5. Os gnatostomados são divididos em várias classes: Chondricthyes,
Osteicthyes, Actinistia, Dipnoi, Amphibia, Reptilia, Aves e Mammalia.
Destas classes, as quatro que são pertencentes ao grande grupo dos
Peixes são:
a) Chondricthyes, Osteicthyes, Actinistia e Dipnoi.
b) Amphibia, Reptilia, Aves e Mammalia.
c) Amphibia, Osteicthyes, Aves e Actinistia.
d) Chondricthyes, Mammalia, Aves e Osteicthyes.
e) Aves, Amphibia, Reptilia e Mammalia.

6. (www.infoescola.com) Quais das alternativas abaixo são


verdadeiras sobre os Ostracodermos:
I. Os oceanos primitivos do período Cambriano, cerca de 510 milhões de
anos atrás, deram origem aos primeiros tipos de peixes, denominados de
‘‘Ostracodermas”.
II. Os Ostracodermas viveram nos oceanos antigos durante um curto
período de tempo geológico, que durou do Cambriano até o final do
Período Devoniano, cerca de 310 milhões de anos atrás.
III. Os Ostracordermas eram organismos muito diferentes dos peixes que
hoje nós conhecemos.
IV. Os Ostracodemos eram peixes que não apresentavam mandíbulas, tendo
o corpo recoberto por placas ósseas.
V. Os Ostracodermas são atualmente incluído na classe Agnatha ou
Ciclostomata, são peixes viventes atualmente que apresentam mandíbula,
incluem peixes como as lampréias e feiticeiras.

a) I, II e V.
b) II, III e V.
c) III, IV e V.
d) I, II, III e IV.
e) I, II e V.

7. (www.infoescola.com) Com a diversificação dos peixes ocorrendo


no Siluriano, surgiram então depois de diversas modificações
(estruturas ósseas, corpo, boca, trato digestivo, placas dérmicas e
escamas, modo de natação) duas classes hoje conhecidas como:
a) Classe Chondrichthyes (peixes cartilaginosos- Ex: raia, tubarões) e Classe
Osteichthyes (peixes ósseos- Ex: bacalhau).
b) Classe Osteichthyes (peixes cartilaginosos-  Ex: raia, tubarões) e Classe
Chondrichthyes peixes ósseos- Ex: bacalhau.
c) Classe Conodontes (peixes de corpo alongado e olhos grandes, suporta-
dos por cartilagem) e Classe Chondrichthyes peixes ósseos- Ex: bacalhau.
d) Classe Agnatos (peixes cartilaginosos- Ex: raia, tubarões) e Classe Ostei-
chthyes (peixes ósseos- Ex: bacalhau).
e) Classe dos ciclostomados (peixes ósseos- Ex: bacalhau) e Classe Agnatos
(peixes cartilaginosos- Ex: raia, tubarões).

e-Tec Brasil 408 Biologia III


8. Os peixes são animais chamados de ectotérmicos (= pecilotérmicos,
termo antigo) pois:
a) a temperatura corporal varia de acordo com a temperatura da água.
b) a temperatura corporal determina a temperatura do ambiente.
c) a temperatura do corpo se mantém estável mesmo variando a tempera-
tura do meio ambiente.
d) a temperatura do ambiente aumenta e a temperatura corporal diminui.
e) a temperatura do ar influencia a temperatura corporal.

9. Quais das alternativas abaixo sobre peixes são verdadeiras:


I. Os peixes apresentam sistema digestório completo.
II. A excreção é realizada por rins.
III. Apresentarem como estruturas de locomoção nadadeiras.
IV. O coração destes animais apresenta duas cavidades, um átrio e um
ventrículo.
V. O produto de excreção é principalmente a ureia.
a) I e II
b) II e III
c) III e IV
d) IV e V
e) Todas as alternativas estão corretas.

10. Qual das alternativas está incorreta quando falamos de peixes


cartilaginosos:
I. esqueleto ósseo.
II. respiração branquial.
III. coração com um átrio e um ventrículo.
IV. excreta nitrogenada principal: ureia.
V. desenvolvimento direto, fecundação interna.
a) II
b) III
c) V
d) I
e) IV

11. São características de peixes ósseos, exceto:


a) Esqueleto cartilaginoso.
b) Escamas dérmicas.
c) Apresentam bexiga natatória.
d) Respiração branquial.
e) Apresentam a boca anterior (localizada na frente do corpo).

409 e-Tec Brasil


12. O primeiro grupo de vertebrados que invadiu o ambiente terrestre
em uma fase da vida, ficando depende da água para respiração e
reprodução, são:
a) Os anfíbios.
b) As aves.
c) Os peixes.
d) Os mamíferos.
e) Os répteis.

13. A dependência da água pelos anfíbios esta intimamente ligada:


a) a fecundação e respiração na fase larval;
b) a fecundação e respiração na fase adulta;
c) a digestão e excreção;
d) Principalmente à alimentação dos adultos;
e) não dependem da água, pois o desenvolvimento é direto e as larvas já
possuem pulmão, órgão essencial para a respiração terrestre.

14) Relacione as colunas abaixo:


(( ) Possui corpo adaptado ao salto. Os machos
possuem saco vocal, responsável pelo
1. Anura
coaxar. Os sapos, rãs e pererecas são os
2. Urodela
representantes deste grupo.
3. Gymnophiona
(( ) Conhecidos como ápodas, vivem enterrados.
São conhecidos como cecílias ou cobra
cegas.
(( ) Possui corpo alongado, com quatro membros
e apresentam caudas. São representados
pelas salamandras.
a) 1,2,3;
b) 3,1,2;
c) 2,3,1;
d) 1,3,2;
e) 2,1,3.

15. Sobre os répteis é correto afirmar:


a) apresentam características que lhes permitiram explorar o ambiente ter-
restre sem depender da água.
b) apresentam características que lhes permitiram explorar o ambiente ter-
restre, porém ainda dependem da água.
c) a pele é úmida, com muitas glândulas e por isso dependem da água para
reprodução.
d) são representados pelos lagartos, jacarés, sapos e cobras.
e) a dependência da água está ligada principalmente à reprodução, onde
depositam seus ovos.

e-Tec Brasil 410 Biologia III


16) No pantanal mato-grossense, os jacarés de papo amarelo
aquecem-se às margens do rio durante o dia, e como a água perde
calor mais lentamente do que a terra, a noite entram na água. Essa
estratégia usada pelos crocodilianos está relacionada ao fato de eles:
a) em seus pulmões, não possuírem superfície suficiente para as trocas ga-
sosas, necessitando absorver oxigênio da água, através da membrana
coacal.
b) serem ectotérmicos, dependendo do calor do meio externo para regular
a temperatura do corpo.
c) excretam ureia, composto nitrogenado que necessita de muita água
para ser eliminado, por terem baixa toxicidade.
d) dependerem da água para a fecundação e desenvolvimento dos ovos.
e) apresentarem o corpo revestido de pele grossa com placas córneas que
favorece a dissecação.

17. Um animal que possui coluna vertebral, fecundação interna


com cópula, embrião protegido com ovo de casca dura, respiração
pulmonar e temperatura corporal variável conforme ao ambiente,
deve pertencer ao grupo:
a) Das aves.
b) Dos répteis.
c) Dos anfíbios.
d) Dos peixes.
e) Dos mamíferos.

18. As aves surgiram na Era do répteis, a partir de um grupo de répteis


bípedes. Junto a este novo grupo surgiu uma característica exclusiva
das aves, derivada a partir das escamas dos répteis. Que característica
marcante é essa:
a) Pernas.
b) Vértebras.
c) Dentes.
d) Penas.
e) Pelos.

19. As aves possuem estruturas corporais adaptadas ao voo. Quais


são as três principais estruturas do corpo que possibilitam o voo:
a) Siringe, penas e cloaca.
b) Penas, sacos aéreos, esterno em forma de quilha.
c) Sistema digestório sem intestino, cloaca e asas.
d) Pêlos, siringe e cloaca.
e) Articulação nas pernas, deposição de ovos e siringe .

411 e-Tec Brasil


20) Em relação as aves é incorreto afimar:
a) Algumas aves não voam, pois não possuam esterno em forma de quilha,
com exceção dos pinguins que adaptaram essa característica à natação,
pois retiram seu alimento do ambiente aquático.
b) Possuem pulmões compactos que se expandem em sacos preenchidos
de ar, os sacos aéreos.
c) Possuem ossos compactos que facilitam no momento do vôo.
d) Possuem o esterno em forma de “V” (quilha), que diminue a resistência
ao ar.
e) As penas auxiliam no voo, diminuindo o peso e ao mesmo tempo auxi-
liando na manutenção da temperatura corporal.

21) Os mamíferos possuem três características exclusivas do grupo.


Quais são elas?
a) Glândulas mamárias, ossos pneumáticos e asas.
b) Glândulas mamárias, glândulas sudoríparas e pêlos.
c) Glândulas mamárias, respiração branquial e asas.
d) Glândulas sudoríparas, respiração branquial e pêlos.
e) Glândulas sudoríparas, pêlos e fecundação externa.

22) Alguns mamíferos botam ovos, como o Ornitorrinco e a Equidna.


Sobre esse animal é correto afirmar:
a) Apresentam autofecundação, diferente dos mamíferos placentários.
b) Não produzem leite, diferente dos mamíferos placentários.
c) Diferente dos mamíferos placentários, seus embriões alimentam-se ex-
clusivamente do vitelo acumulado no ovo.
d) Seus embriões fazem trocas gasosas diretamente com o ar, diferente dos
mamíferos placentários.
e) São semelhantes aos placentários, pois suas excretas nitrogenadas são
liberadas pela placenta.

23) Os mamíferos são classificados em três grandes grupos. Relacione


as colunas:
1. Prototheria ou Monotremata (( ) Tamanduá bandeira, capivara e chinchila.
2. Metatheria ou Marsupialia (( ) Ornitorrinco e Equidna.
3. Eutheria (( ) Canguru e Gambá.

a) 3,2,1;
b) 1,2,3;
c) 1,3,2;
d) 2,1,3;
e) 2,3,1;

e-Tec Brasil 412 Biologia III


24. (www.infoescola.com) As escamas dos condrictes apresentam
estrutura parecida com a de um dente, pois são compostas de esmalte,
dentina, vasos e nervos e são do tipo:
a) ganóides;
b) ctenóides;
c) placóides;
d) ciclóides;
e) nenhum dos tipos citados acima.

25. Sobre os órgãos dos sentidos dos peixes cartilaginosos, assinale a


alternativa correta:
I. São órgãos que auxiliam esses animais a se orientarem no ambiente.
II. Por meio deles os representantes desta classe capturam alimento, se
reproduzem e atacam se sentirem ameaçados.
III. Olfato está presente nas narinas na região cefálica com quimiorreceptores;
IV. Linha lateral detecta as vibrações, e transmitem-nas às células nervosas
no cérebro.
V. Quimio e mecanorrecepção são responsáveis pela percepção a grandes
distâncias.
a) I e III
b) II e IV
c) apenas a V
d) todas as alternativas estão corretas;
e) apenas a III

26. Sobre Ampolas de Lorenzini: São eletrorreceptores (detectam


campo elétrico). Estão localizadas na cabeça do animal; são pequenas
aberturas que permitem perceber as vibrações no meio. As ampolas
de Lorenzini sentem um campo elétrico até 20.000 vezes menores
que 1 volt, equivalente à batida do coração de um peixe. Os peixes
que apresentam ampolas de Lorenzini são:
a) todos os tipos de peixes;
b) apenas os peixes ósseos;
c) apenas os tubarões;
d) apenas os agnatos;
e) apenas as lampreias.

27. Dentre as características dos peixes ósseos está um corpo mais


alto que largo e de silhueta oval, o que:
a) facilita o deslocamento através da água;
b) dificulta o deslocamento através da água;
c) não interfere na natação;
d) favorece colisões;
e) todas as alternativas.

413 e-Tec Brasil


28) São os peixes conhecidos como teleósteos:
a) Holocéfalos
b) Sarcopterygii
c) Quimeras
d) Elasmobrânquios
e) Actinopterygii

29. Em relação aos peixes abissais, escolha a alternativa correta:


I. Sua principal característica é viver no fundo do Oceano, a 4.000 metros
de profundidade, onde a temperatura é de 2 graus, a luz do sol não
chega e a pressão da água é muito grande.
II. São de aparência estranha, com bocas e olhos enormes, podem ser
gelatinosos, sem escamas ou sem armadura de proteção.
III. Possuem hastes luminosas sobre a região da cabeça, para tentar
capturar seu alimento, lembrando que comem pouco e gastam pouca
energia também, se deixando levar pelas correntezas oceânicas.
IV. A reprodução é muito baixa entre eles, então cada espécie enquadra
numa maneira de se perpetuar, existem uns que amadurecem como
fêmeas e depois transformam em machos, outras que são hermafroditas.
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) I, II, III e IV

30. Sobre as escamas dos peixes ósseos é incorreto afirmar que:


a) são de várias formas, mas são sempre de origem dérmica.
b) constituem uma proteção a mais e auxilia na hidrodinâmica.
c) estão ausentes em algumas espécies.
d) elas auxiliam na classificação taxonômica dos peixes.
e) estão localizadas aderidas à musculatura dos peixes, são grossas e im-
plantadas de maneira aleatória sem ordem.

31) As barbatanas dos peixes ósseos são de número ímpar no corpo


do animal e são:
a) duas peitorais, pélvicas, uma anal e a caudal simétrica.
b) duas pélvicas, uma peitoral, uma anal e uma caudal simétrica.
c) uma anal, uma caudal, duas pélvicas, uma peitoral.
d) duas caudais simétricas, uma peitoral, uma pélvica, uma anal.
e) uma semi-caudal, duas peitorais, uma pélvica e uma anal.

e-Tec Brasil 414 Biologia III


32. Todos os condrictes apresentam um sistema digestório completo,
ou seja:
a) começa pela boca ventral, em seguida vem a faringe, o esôfago, o es-
tômago, o intestino e acaba no ânus, percurso este que o alimento vai
seguir.
b) começa pela boca anterior, em seguida vem a faringe, o esôfago, o es-
tômago, o intestino e acaba no ânus, percurso este que o alimento vai
seguir.
c) começa pela boca anterior e em seguida vem o esôfago, a faringe, o
estômago, o intestino e acaba no ânus, percurso este que o alimento
vai seguir.
d) começa pela boca ventral, em seguida vem o esôfago, a faringe, o es-
tômago, o intestino e acaba no ânus, percurso este que o alimento vai
seguir.
e) nenhuma das alternativas.

33. Os tubarões, em geral, possuem uma mandíbula bastante


desenvolvida e com dentes pontiagudos, importantes para o fato de
serem:
a) onívoros;
b) carnívoros;
c) herbívoros;
d) detritívoros
e) todas as alternativas.

34. O opérculo consiste em:


a) uma cobertura óssea que protege as brânquias.
b) uma cobertura óssea utilizada na natação.
c) uma cobertura móvel utilizada na flutuação.
d) uma estrutura utilizada na captura de alimento.
e) uma estrutura utilizada na manutenção da temperatura corporal.

35. A estrutura que não faz parte dos órgãos dos sentidos nos peixes
ósseos:
a) Olhos
b) Ouvidos
c) Narinas
d) Linha lateral
e) Ampolas de Lorenzini

36. São características da reprodução de condrictes, com exceção:


a) animais dióicos, ou seja, possui sexos separados.
b) sem representante hermafrodita.
c) o órgão copulador do macho é chamado clásper, este é um par de nada-
deiras pélvicas transformadas em órgão copulador e se encontra na face
interna da nadadeira pélvica.
d) gônada em número ímpar.
e) podem ser ovíparos, ovovivíparos ou vivíparos.

415 e-Tec Brasil


37. Relacione a primeira coluna com a segunda coluna:
(( ) os filhotes se desenvolvem fora do corpo
da mãe, dentro do ovo que contem os
1. Ovíparos nutrientes necessários. Mais de 90% dos
2. Vivíparos peixes pertencem a essa categoria.
3. Ovovivíparos (( ) ocorre uma combinação das duas formas,
isto é, os filhotes se desenvolvem dentro do
ovo e dentro do corpo da mãe. Na hora do
nascimento, os filhotes saem do ovo. 
(( ) os filhotes se desenvolvem dentro do corpo
da mãe recebendo diretamente dela os
nutrientes necessários

a) 1,2,3;
b) 2,1,3;
c) 3,2,1;
d) 1,3,2;
e) 3;1,2.

38. A maior contribuição para os estudos de genética da atualidade


foi dada por um monge, que cultivava ervilha e propôs várias teorias e
trabalhos, que foram percebidos pela comunidade científica somente
depois de 1900. Estamos falando de:
a) Charles Darwin
b) Gregor Mendel
c) Alfred Russel Wallace
d) Jean-Baptiste Lamark
e) Lavousier

39. Sobre os conceitos de genética é correto afirmar:


I. A palavra carácter designa qualquer particularidade de um indivíduos :
cor dos olhos, do cabelo.
II. Fenótipo refere-se às características que podem ser observadas em um
ser vivo, como cor dos olhos azuis, verdes, etc.
III. Genótipo é a constituição genética do indivíduo: uma planta possui
alelos que determinam se a flor é vermelha , branca, etc.
IV. Cromossomos são fragmentos de DNA onde se localizam os genes;
V. Genes são sequencias de DNA que podem ser transcritas em RNA e
traduzidas em proteínas;
a) Somente a I e II;
b) Somente a I, III e IV;
c) Somente a I, II, IV e V;
d) Somente a I, IV e V;
e) Todas as alternativas estão corretas.

e-Tec Brasil 416 Biologia III


40. A clonagem de organismos multicelulares pode ser descrita como:
a) A produção de um ser vivo a partir de reprodução sexuada.
b) A produção de um ser vivo utilizando o DNA de uma célula somática
(2n) que é inserido em um óvulo sem o DNA. Gera-se um ovo que é
implantado em uma “barriga de aluguel” .
c) A produção de um ser vivo utilizando metade do DNA de um “macho”
e metade do DNA de uma “fêmea”.
d) A produção de um ser vivo multicelular a partir de dois seres unicelulares.
e) A produção de um ser vivo com DNA danificado. Ao clonar este ser vivo
seu DNA é corrigido.

41. Sobre a unidade do DNA (nucleotídeo) é incorreto afimar:


a) Possui um açúcar chamado desoxirribose.
b) Possui um açúcar chamado ribose.
c) Possui um grupamento fosfato.
d) Possui bases nitrogenadas como a adenina e timina.
e) Possui bases nitrogenadas como citosina e guanina.

42. Sobre os transgênicos e organismos geneticamente modificados


é correto afirmar:
a) São organismos que possuem parte das informações genéticas provin-
das de outro ser vivo.
b) São produtos que devem ser evitados, pois apresentam composição quí-
mica modificas e não são biodegradáveis.
c) São representados por seres vivos que durante a alimentação incorpo-
ram material genético dos organismos ingeridos.
d) São indicados para pessoas com excesso de peso, pois apresentam pou-
cas calorias.
e) São produtos usados apenas por cientistas e atualmente não são comer-
cializados.

43. Sobre o projeto genoma humano, assinale V(verdadeiro) e F(falso):


(( ) É o projeto que visa melhorar a qualidade de vida dos seres humanos.
(( ) É o projeto que tenta identificar todos os genes do ser humano.
(( ) Este projeto visa identificar todas as doenças genéticas, isto é, aquelas
que não são hereditárias.
(( ) Este projeto visa sequenciar todo o DNA humano, local onde estão
todas as informações das características do corpo humano.
(( ) Sequenciar o genoma humano é suficiente para sanar todas as doenças
do corpo, pois o ambiente só influencia em doenças causadas pela pele.

a) V-V-F-V-F.
b) V-V-V-V-V.
c) V-F-V-F-V.
d) F-V-V-F-V.
e) F-F-V-V-F.

417 e-Tec Brasil


44. Em relação aos cromossomos, a particularidade que não
encontramos na espécie humana, porém é encontrada no grupo dos
peixes é:
a) cromossomos com aspecto plumoso ou em escova com alças cromossô-
micas, encontrado nas células de ovócitos de tubarão e de outros peixes;
b) cromossomos não plumosos, como os encontrados em anfíbios;
c) cromossomos com aspecto plumoso ou em escova sem alças cromossô-
micas, encontrado nas células de ovócitos de tubarão e de outros peixes;
d) cromossomos não plumosos com alças cromossômicas;
e) nenhuma das alternativas anteriores.

45. Para obter melhores resultados na criação de peixes são realizados


cruzamentos entre os melhores representantes da espécie, esse
processo é chamado de:
a) cruzamento industrial.
b) cruzamento parental.
c) cruzamento artificial.
d) retrocruzamento.
e) cruzamento intraespecífico.

46. Os peixes machos são utilizados na reprodução, pois....


a) as fêmeas oferecem maior quantidade de carne;
b) oferecem maior quantidade de carne e exige menor tempo de cativeiro;
c) as fêmeas acumulam mais gordura somente durante a época reprodu-
ção;
d) os machos são mais agressivos e mais competitivos;
e) as fêmeas são menores.

47. Sobre a genética dos peixes é correto afirmar:


a) o conhecimento sobre o genoma dos peixes não influencia na aquicul-
tura.
b) o conhecimento sobre o genoma dos peixes auxilia no melhoramento da
carne e da reprodução da espécie estudada.
c) o melhoramento genético das espécies de peixes visa diminuir a quanti-
dade de peixes disponível para a comercialização.
d) o melhoramento genético dos peixes não influencia na época da repro-
dução.
e) alterar o genoma dos peixes torna-os mais competitivos no meio natural.

48. A espécie de peixe mais utilizada em estudos de melhoramento


genético nos Estados Unidos é:
a) Salmão do pacífico;
b) Salmão do Ártico;
c) Salmão do Atlântico;
d) Truta arco-íris
e) Tilápia do Nilo

e-Tec Brasil 418 Biologia III


49. A mudança genética está causando uma alteração de
comportamento nas espécies de salmão, essa alteração está
relacionada à:
a) migração do mar para o rio.
b) migração do estuário para o mar.
c) migração do estuário para o rio.
d) migração do mar para o estuário.
e) migração do rio para o mar.

50. Os melhoramentos genéticos causam problemas ecológicos para


os peixes por que:
a) Os tornam mais fortes, aumentando a capacidade de competir por ali-
mento em seu ambiente natural.
b) Podem perder sua capacidade natural de reprodução.
c) Caso se tornem inférteis, podem alterar o ciclo reprodutivo da popula-
ção natural da espécie.
d) O melhoramento genético dos peixes em cultivo não altera o comporta-
mento no ambiente natural.
e) O melhoramento genético dos peixes só traz benefícios para a espécie.

419 e-Tec Brasil


Currículo do professor-autor

Marion do Rocio Foerster

Bióloga. Licenciada pela Universidade Federal do Paraná. Doutora em Ciências


Biológicas – Zoologia pela Universidade Federal do Paraná. Professora de
Biologia do Setor de Educação Profissional e Tecnológica da Universidade
Federal do Paraná. Leciona a disciplina de ecologia para o curso Técnico em
Meio Ambiente no Instituto Federal do Paraná (IFPR).

Adriana Ferreira Gama

Possui experiência de mais de dez anos nas redes de ensino público e


privado. Atualmente leciona no Instituto Federal do Paraná (IFPR), na área de
Ciências Biológicas e na área da Saúde. Mestranda em Educação em Ciências
e Matemática pela Universidade Federal do Paraná. É membro do projeto
de pesquisa intitulado Relações Interdisciplinares no Ensino do Desenho. Já
orientou projetos na área de Saúde e Qualidade de Vida no Ensino Médio
Profissionalizante e na Graduação.

Ivonete Aparecida dos Santos-Gouvea

Bióloga. Licenciada pelas Faculdades Integradas Espírita. Doutora em Ciências


Biológicas – Biologia Celular e Molecular pela Universidade Federal do
Paraná. Leciona nos cursos de Biologia, Nutrição, Naturoterapia e Yoga nas
Faculdades Integradas Espírita. Possui 10 anos de experiência em docência
no ensino médio e graduação.

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