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Livro_3_Bio_Keli_2015 11/11/14 08:10 Página I

LIVRO

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3 BIOLOGIA
CIÊNCIAS DA Índice
NATUREZA E SUAS Genética
TECNOLOGIAS 1 – A Teoria Cromossômica da Herança . . . . . . . . . . . . . . . 1
2 – Engenharia Genética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
CLÉZIO MORANDINI e
LUIZ CARLOS BELLINELLO Biologia Vegetal e Ecologia
Coordenadores e Professores
do Curso e Colégio Objetivo 1 – Reino Fungi e Liquens . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
CONSTANTINO CARNELOS 2 – Regulação Hormonal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Professor do Curso e Colégio Objetivo
3 – Os Tecidos Vegetais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4 – Os Conceitos Ecológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
5 – As Cadeias Alimentares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
6 – O Fluxo de Energia nos Seres Vivos . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
7 – Ciclos Biogeoquímicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
8 – As Relações entre os Seres Vivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
9 – Estudo das Populações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
10 – Sucessão Ecológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
11 – Biociclos Aquáticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
12 – Solo, Agricultura e Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . 139
13 – A Poluição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
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Biologia Animal
1 – Os Poríferos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
2 – Os Celenterados ou Cnidários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168
3 – Os Platielmintos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177
4 – Os Nematelmintos (Nematoides) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186
5 – Os Anelídeos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195
6 – Os Moluscos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
7 – Artrópodes (Classe dos Crustáceos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211
8 – Artrópodes (Classe dos Insetos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219
9 – Artrópodes (Classes: Aracnídeos, Quilópodes e Diplópodes) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 226
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CAPÍTULO
Genética

15 A TEORIA CROMOSSÔMICA
DA HERANÇA

A rainha Vitória foi a portadora original do gene para a hemofilia


que afligiu membros masculinos das famílias reais da Europa
desde o século XIX. Hemofilia é a falta de coagulação do sangue.

1. A base da teoria Os autossomos, cujo número é igual a 44, são os


cromossômica da herança mesmos em ambos os sexos.
Na meiose, os cromossomos sexuais segregam da
A teoria cromossômica da herança, proposta por mesma forma que os outros pares. Isso significa que cada
Sutton, afirma que os genes estão localizados nos cro- gameta recebe apenas um cromossomo sexual.
mossomos. Sutton observou semelhanças entre o com- O sexo masculino é chamado heterogamético, por-
portamento dos fatores de Mendel e o dos cromossomos que o homem pode produzir dois tipos de espermato-
durante a meiose. zoides em números iguais, ou seja, metade contendo o
Evidências dessa teoria foram determinadas, princi- cromossomo X e a outra metade, o cromossomo Y.
palmente, pela descoberta da herança ligada ao sexo, O sexo feminino é homogamético, porque cada óvulo
facilmente explicável, supondo-se a existência dos ge- produzido pela fêmea conterá apenas um cromossomo X.
nes, nela envolvidos, localizados no cromossomo X. O sexo do filho é determinado no momento da fecun-
dação do óvulo. Se ele for fertilizado por um espermato-
2. Determinação do sexo zoide portador de um cromossomo Y (além dos 22 autos-
por cromossomos sexuais somos), o zigoto terá um X e um Y e se desenvolverá em
um macho. Se o óvulo for fertilizado por um espermato-
Pela análise do cariótipo podemos distinguir o sexo zoide portador de um X, o zigoto terá dois cromossomos
em numerosos seres vivos. Esse fato decorre da existên- X e se desenvolverá em uma fêmea (Fig. 1).
cia de um sistema genético de determinação do sexo,
condicionado por cromossomos especiais, denominados
cromossomos sexuais. Tal determinação sexual compre-
ende quatro tipos: XY, XO, ZW e ZO.

O sistema XY ocorre no homem, nos demais mamí-


feros e nos insetos dípteros. Vejamos o caso do homem.
Os cromossomos humanos, em número de 46, são classi-
ficados em dois grupos: autossomos e heterocromosso-
mos. Os últimos, também conhecidos como cromosso-
mos sexuais ou alossomos, são de duas categorias: o cro-
mossomo X e o cromossomo Y. O cromossomo X existe
em dose dupla na fêmea e em dose simples no macho,
enquanto o Y existe em dose simples apenas no macho.
Portanto, podemos assim caracterizar os dois sexos:
XX = mulher
Fig. 1 – O tipo XY.
XY = homem

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A determinação sexual do tipo XO ocorre em algu- Ocorre em galinhas domésticas e répteis.


mas espécies de insetos, pertencentes aos hemípteros (per- Os machos são homogaméticos, com dois cromosso-
cevejos), ortópteros (baratas e gafanhotos) e coleópteros mos sexuais iguais (ZZ). As fêmeas só apresentam um
(besouros), além dos nematoides (vermes). Nesses casos, cromossomo sexual Z, sendo heterogaméticas (Fig. 4).
as células do macho apresentam um cromossomo a me-
nos do que os da fêmea, porque falta o Y.
Assim, fala-se em fêmea XX e macho XO.
O mecanismo de determinação é semelhante ao tipo
XY, sendo que o macho, heterogamético, produz dois
tipos de espermatozoides, X e O, enquanto a fêmea, ho-
mogamética, forma apenas óvulos do tipo X (Fig. 2).

Fig. 4 – O tipo ZO.

3. Determinação do sexo
pela cromatina sexual
(corpúsculo de Barr)
A identificação do sexo por meio do exame de
Fig. 2 – O tipo XO. cromossomos sexuais só é possível nas células em divi-
são. Todavia, mesmo em células em interfase, nas quais
não se distinguem os cromossomos, podemos determinar
e identificar o sexo.
No sistema ZW, os cromossomos sexuais são inver- Com efeito, as mulheres normais apresentam, em al-
tidos: o macho apresenta dois cromossomos sexuais ta proporção, nos núcleos das células interfásicas, um
iguais, ZZ, enquanto a fêmea apresenta dois diferentes, grânulo de cromatina aposto à membrana nuclear. Tal
um Z e outro W. Tal sistema aparece em lepidópteros grânulo, que identifica o sexo feminino, é denominado
(borboletas, mariposas), peixes e aves. cromatina sexual ou corpúsculo de Barr, assim chamado
No sistema ZW, a determinação segue o esquema em homenagem a seu descobridor, Murray Barr.
apresentado na figura 3. Facilmente reconhecemos a cromatina sexual
(corpúsculo de Barr) (Fig. 5) em esfregaços da mucosa
bucal, em células de sedimentos urinários, células
nervosas, células musculares lisas e de outros tecidos.

Fig. 5 – Desenho de uma célula bucal, mostrando a


cromatina sexual (corpúsculo de Barr).

Também nos glóbulos brancos do sangue ocorre uma


diferença sexual. Cerca de 3% dos neutrófilos das mulhe-
Fig. 3 – O tipo ZW. res normais apresentam um grânulo ovoide de cromatina,

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chamado baqueta, preso por um pedículo a um dos lobos 5. Os genes dos


do núcleo (Fig. 6). cromossomos sexuais
Os cromossomos X e Y apresentam um segmento
homólogo, contendo genes alelos e duas regiões não ho-
mólogas, com genes não alelos (Fig. 8).

Fig. 6 – Neutrófilo com baqueta.

O número de cromatinas sexuais (corpúsculos de Barr)


é igual ao número de cromossomos X menos 1, como
atesta a tabela abaixo:
Constituição Número de Cromatinas Sexuais Fig. 8 – Os cromossomos X e Y.
Cromossômica (Corpúsculos de Barr)
45, X 0 Os genes situados nos cromossomos sexuais são
divididos em três grupos:
46, XY 0
• genes ligados ao sexo, que são os genes do seg-
46, XX 1 mento não homólogo de X;
47, XXY 1 • genes holândricos, situados no segmento não ho-
47, XXX 2 mólogo de Y;
48, XXXX 3 • genes parcialmente ligados ao sexo, isto é, genes
localizados nos segmentos homólogos de X e Y.

4. A determinação do 6. A herança ligada ao sexo


sexo por haplodiploidismo
Genes localizados exclusivamente no cromossomo
Nos himenópteros (abelhas, vespas e formigas), a de- sexual X são conhecidos como genes ligados ao sexo ou
terminação sexual não envolve cromossomos sexuais. A genes ligados ao X. A herança desses genes é conhecida
rainha é uma fêmea fértil, cujos óvulos fecundados pro- como herança ligada ao sexo. Sendo as fêmeas XX e os
duzem fêmeas diploides, enquanto os óvulos não fecun- machos XY, é evidente que os genes ligados ao sexo
dados evoluem partenogeneticamente para machos ha- serão encontrados em dose dupla nas fêmeas e em dose
ploides. As fêmeas férteis (rainhas) ou estéreis (obreiras) simples nos machos. Exemplificaremos a herança ligada
são determinadas pelo tipo de alimentação que as larvas ao sexo na drosófila e no homem.
recebem durante o seu desenvolvimento.
Enquanto as larvas das futuras operárias recebem
apenas mel e pólen, as larvas que evoluirão para rainhas
recebem ainda a geleia real, uma secreção glandular das Em drosófila, a cor dos olhos é normalmente verme-
operárias adultas (Fig. 7). lha, existindo uma mutação que condiciona olhos brancos.
O olho pigmentado (vermelho) é produzido por um
gene dominante (B), enquanto o olho branco resulta de
um gene recessivo (b). Tais genes estão localizados no
cromossomo X, possibilitando os seguintes genótipos e
fenótipos:

Genótipos Fenótipos
XBXB
 olho vermelho
XBXb
XbXb  olho branco
XBY  olho vermelho
XbY  olho branco
Fig. 7 – Haplodiploidismo em abelhas.

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Como têm dois cromossomos X, as fêmeas podem dora, o que é pouco provável, de modo que a frequência
ser tanto homozigotas (XBXB) quanto heterozigotas do daltonismo na mulher é menor.
(XBXb) para um gene ligado ao sexo. Na figura 10, aparece um teste para a identificação
Como possui apenas um desses, o macho é conhe- do daltonismo. Um indivíduo normal lerá a palavra
cido como hemizigoto. onion, que em inglês significa cebola. O daltônico, ao
A figura 9 esquematiza o cruzamento clássico: confundir vermelho com verde, lerá color, do inglês cor.
Uma pessoa incapaz de distinguir cores não consegue ler
Alelos: W+ (vermelho) e W (branco) qualquer palavra.

Fig. 10 – Teste de identificação do daltonismo.

Embora seja relativamente rara, a hemofilia é a mais


conhecida das doenças hereditárias do sangue, principal-
mente pelo seu aparecimento em famílias reais euro-
peias. A doença é determinada pela ausência de fator de
coagulação do sangue, de maneira que um hemofílico
Fig. 9 – A herança ligada ao sexo. pode morrer esvaindo-se em sangue, pela simples extra-
ção de um dente.
As duas formas mais comuns de hemofilia são deno-
minadas A e B, resultando ambas da falta de proteínas
As pessoas daltônicas apresentam visão normal para que causam a coagulação do sangue. Assim, a hemofilia
o preto, branco, amarelo e azul e deficiente para o verme- A é determinada pela deficiência de globulina anti-hemo-
lho e o verde, que aparecem como cinza, azul ou amarelo. fílica (GAH), e a B, pela deficiência de fator Christmas
Na raça branca, cerca de 8% dos homens são daltôni- ou componente tromboplástico do plasma (CPT).
cos, enquanto nas mulheres a incidência é de 0,64%. A ano- A hemofilia é determinada por um gene recessivo (h)
malia é determinada por um gene recessivo (d) ligado ao X. ligado ao cromossomo X. A frequência de homens anô-
A seguir, damos os genótipos e fenótipos: malos é, nesse caso, muito baixa (1:10.000). A probabili-
dade de uma mulher nascer afetada é igual a 1/10 000 x
Genótipos Fenótipos x 1/10 000, ou seja, situação extremamente rara.
No quadro a seguir, registramos os genótipos e os fe-
X DX D  normal nótipos:
XDXd  normal portadora
Genótipos Fenótipos
XdXd  daltônica
XHXH  normal
XDY  normal
XHX h  normal portadora
XdY  daltônico
XhXh  hemofílica
XHY  normal
Num homem daltônico, o Xd veio da mãe, que deverá
ser daltônica ou portadora; já para uma mulher daltônica, XhY  hemofílico
o pai deverá ser daltônico e a mãe, daltônica ou porta-

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O heredograma a seguir mostra a ocorrência de he- é recessivo. Todo indivíduo CC será calvo, qualquer que
mofilia entre os descendentes da rainha Vitória: seja o sexo, enquanto o indivíduo Cc será calvo somente
se for do sexo masculino.
Dessa maneira, podemos estabelecer os seguintes
genótipos e fenótipos:

Fenótipos
Genótipos
Homem Mulher
CC calvo calva
cc normal normal
Cc calvo normal

9. A segregação independente
A distrofia muscular de Duchenne é um grave distúr- Os genes não alelos, situados em cromossomos dife-
bio em que o indivíduo afetado, embora aparentemente rentes, distribuem-se nos gametas segundo todas as com-
normal no início da infância, exibe uma progressiva atro- binações possíveis. Assim, um di-híbrido (AaBb) pode
fia dos músculos, resultando em paralisia aos 12 anos de formar, em idênticas proporções, quatro tipos de
idade e morte na juventude. Trata-se de um gene recessi- gametas: AB, Ab, aB e ab, segundo o esquema da Fig. 11.
vo, situado no cromossomo X.

7. Herança holândrica
ou restrita ao sexo
Os chamados genes holândricos são exclusivos do
cromossomo Y. Tais genes só ocorrem nos indivíduos de
sexo masculino e passam de geração a geração, sempre
pela linhagem masculina. Atuando em dose simples, os
genes holândricos nunca apresentam relação de domi-
nância ou de recessividade.
A hipertricose, presença de longos pelos nas orelhas,
já foi considerada um exemplo clássico. A existência de
homens com hipertricose que tiveram filhos sem pelos
acabou invalidando o exemplo. No cromossomo Y, aparece
o gene SRY (Sex-Determining Region Y), responsável
pela masculinidade. Também é conhecido como gene
determinante do testículo ou TDF (Testis-Determining
Fig. 11 – A segregação independente.
Factor). A presença ou a ausência desse gene determina
o desenvolvimento das primitivas gônadas fetais em
Assim, temos:
testículos ou ovários.

8. Herança
influenciada pelo sexo
É aquela em que os genes se comportam como domi-
nantes em um sexo e recessivos no outro. Tais genes não
se localizam nos heterocromossomos, mas sim nos autos-
somos.
O caso típico é o gene da calvície: no homem, o gene
C condicionador da calvície é dominante; nas mulheres,

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Exemplo:
10. Ligação fatorial (linkage)
Quando dois ou mais genes estão localizados no
mesmo cromossomo, diz-se que estão ligados.
Os genes ligados (ligação fatorial) não sofrem segre-
gação independente e permanecem juntos durante a for-
mação dos gametas.
Um di-híbrido com ligação fatorial será representado
11. Recombinação ou
por AB/ab. Os genes à esquerda do travessão ( / ) estão permutação (crossing over)
em um cromossomo, e aqueles à direita estão no cromos- Durante a meiose, os cromossomos duplicados for-
somo homólogo. Tal híbrido formará 2 tipos de gametas: mam pares (sinapse) e entre eles pode ocorrer a chamada
AB e ab (Fig. 12). permutação ou crossing over.
Tal fenômeno consiste na troca de segmentos entre
duas cromátides homólogas. O processo envolve somen-
te dois dos quatro fios e ocorre em qualquer ponto dos
cromossomos (Fig. 13).

Fig. 12 – Ligação fatorial ou linkage.

Assim, temos:

Fig. 13 – A permuta ou crossing over.

Observe que dois dos gametas (AB e ab) têm os ge-


nes ligados da mesma forma em que se encontravam li-
Um di-híbrido, quando apresenta os dois genes do- gados nos cromossomos parentais. Tais gametas são re-
minantes ligados no mesmo cromossomo e os dois genes sultantes das cromátides que não se envolveram na per-
recessivos ligados no cromossomo homólogo, forma a muta e são designados tipos parentais.
posição chamada cis. Os outros dois gametas (Ab e aB), produzidos atra-
Exemplo: vés da permuta, apresentam combinações diferentes da-
quelas encontradas nos pares e são denominados tipos re-
combinantes. Assim, temos:

Quando o di-híbrido apresenta um gene dominante e


um gene recessivo ligados ao mesmo cromossomo e ou-
tro dominante ligado ao outro recessivo no cromossomo
homólogo, forma a posição trans.
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12. A frequência de permuta


Considere frequência de permuta entre dois genes a porcentagem de gametas recombinantes.
A frequência de permuta varia de 0% a 50% e é igual à metade da porcentagem de células em que ocorre a permuta.
É importante salientar que nem todas as células meióticas apresentam permuta para dois genes considerados.
A figura 14 mostra o que acontece quando, durante a meiose, ocorre permuta em 20% das células.

Fig. 14 – A frequência de permuta.

O resultado poderá ser assim resumido:

2) Frequência de células com permuta = 20%


3) Frequência de gametas com permuta = 10%
Observe que a frequência de gametas com permuta é
igual à metade da frequência de células que sofrem permuta.

13. O método de Morgan


Os processos de segregação independente, ligação e
permutação são identificados por meio do método de
Morgan.
Tal método consiste em efetuar cruzamentos-teste,
ou seja, cruzar um duplo-heterozigoto com um duplo-re-
cessivo e analisar a geração obtida.

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A tabela a seguir mostra, de acordo com a geração, a Convencionou-se que a frequência de permuta entre
posição dos genes no cromossomo. dois genes é igual à distância que os separa no cromossomo.
Assim, por exemplo, se a porcentagem (frequência)
de permuta entre dois genes for de 10%, eles distarão de
10 unidades no mapa genético. A citada unidade foi cha-
mada de morganídeo, em homenagem a Morgan, princi-
pal responsável por tais conceitos.
Exemplo prático:
Genes Frequência de Permuta
AeB 16%
BeC 8%
AeD 10%
DeC 14%
BeD 6%

14. Determinação da frequência


ou taxa de permutação
Determina-se a frequência de permutação por meio
dos resultados obtidos num cruzamento-teste (AB/ab x
x ab/ab), como exemplificamos a seguir. 16. A Lei de Hardy-Weinberg
Cruzamento Fenótipos Quando as populações são estudadas sob o ponto de
AB/ab – 903 vista genético, um dos principais problemas que surgem
é a determinação da frequência com que um gene ocorre
Ab/ab – 98 na população. De posse de tal dado, podemos calcular a
AB/ab x ab/ab
aB/ab – 102 frequência de seus alelos, bem como as frequências dos
ab/ab – 897 genótipos homozigotos e heterozigotos e os prognósticos
para as futuras gerações. Tal fato foi demonstrado inde-
Frequência de permutação = pendentemente por Hardy na Inglaterra e por Weinberg
na Alemanha, por meio de um teorema conhecido como
o
N. de recombinantes equilíbrio ou Lei de Hardy-Weinberg.
= -------------------------------------------------------- x 100
o
N. total A Lei de Hardy-Weinberg pode enunciar-se da se-
guinte forma:
Ou seja: frequência de permutação =
98 + 102 Em uma população em equilíbrio genético, as
= --------------------- x 100 = 10%
2 000 frequências gênicas e genotípicas permanecem
constantes ao longo das gerações.
15. Construção de mapas
genéticos ou cromossômicos
Construir um mapa genético é determinar a posição 17. Condições para o equilíbrio
relativa dos genes no cromossomo. Para tanto, partimos genético de uma população
de dois princípios básicos:
Para que uma população atinja o equilíbrio genético,
• os genes se dispõem linearmente ao longo dos
são necessárias as seguintes condições:
cromossomos;
• a permutação ocorre em qualquer ponto do cro-
mossomo e, portanto, quanto maior a distância entre dois
genes, maior será a probabilidade de ocorrer permuta en- A população deverá ser bastante grande, constituída
tre eles; por outro lado, entre genes próximos diminui a por numerosos indivíduos.
probabilidade de permuta.
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Como observamos, a frequência de um alelo é a raiz


quadrada da frequência da respectiva classe homozigota.
A população deverá ser constituída por organismos
A frequência das classes genotípicas pode ser expres-
que se reproduzem sexuadamente. Os cruzamentos de-
sa pela expansão de uma equação binomial:
vem ocorrer ao acaso, o que se designa pan-mixia.
(pA + qa)2 = p2 AA + 2pq Aa + q2 aa
Damos, a seguir, um exemplo prático.
Sabendo-se que, em determinada população, manti-
O equilíbrio genético é rompido por meio dos fatores da em equilíbrio genético, a frequência de indivíduos Rh
evolutivos, ou seja, na população considerada não devem negativo (rr) é cerca de 16%, teremos:
ocorrer: mutação, seleção natural e migrações. A mu- Frequência de rr = 16% = 0,16
tação desequilibra a população, pelo fato de produzir no-
vos genes, modificando as frequências dos genes até en- Frequência de r = 
0,16 = 0,4
tão existentes. Os alelos não devem estar sujeitos ao pro- Frequência de R = 1 – r = 0,6
cesso de seleção natural, ou seja, os indivíduos portado- Frequência de RR = 0,62 = 0,36 = 36%
res de A ou a apresentam as mesmas probabilidades de
sobrevivência. É evidente que não devem ocorrer migra- Frequência de Rr = 2 . 0,6. 0,4 = 0,48 = 48%
ções, dado que a entrada ou saída de novos genes altera
as frequências gênicas. 19. O equilíbrio
para alelos múltiplos
18. O teorema de Hardy-Weinberg A distribuição genotípica estável, quando estão en-
Vamos supor que haja apenas dois alelos possíveis A volvidos os alelos com frequência p, q, r..., será dada pe-
e a em um lócus particular num determinado cromossomo. la fórmula:
Seja p a frequência do alelo A e q a do alelo a. (p + q + r ... + n)2
Como se trata da frequência de dois alelos de um Assim, para um caso de três alelos, A, a1 e a2, cujas
mesmo lócus, tem-se que p + q = 1. Assim, se soubermos frequências são, respectivamente, iguais a p, q e r, tere-
o valor de p, poderemos calcular o de q, e vice-versa. mos (p + q + r)2, cuja expansão dá p2 + q2 + r2 + 2 p q +
Como os gametas são portadores de apenas um dos alelos + 2 p r + 2 q r, ou seja:
(A ou a), teremos:
Classes Frequência
Frequência de gametas:
AA p2
Gametas Frequências
a1a1 q2
A p
Espermatozoides a2a2 r2
a q
Aa1 2pq
A p
Óvulos Aa2 2pr
a q
a1a2 2qr
O quadro de Punnet mostra os resultados das combi-
nações ao acaso de espermatozoides e óvulos, mostrando Exemplificando: em uma população humana que
a combinação genética da população. obedece à Lei de Hardy-Weinberg, as frequências dos
Espermatozoides genes IA, IB e i, responsáveis pelo sistema ABO, estão,
respectivamente, nas frequências 0,3, 0,1 e 0,6. As fre-
Óvulos p(A) q(a) quências fenotípicas e genotípicas serão:
p (A) p2 (AA) p q (Aa) Frequência do grupo O (ii) = 0,62 = 0,36 = 36%
Frequência do grupo A:
q (a) p q (Aa) q2 (aa)
Homozigotos (IAIA) = 0,32 = 0,09 = 9%
Resumindo, temos:
Heterozigotos (IAi) = 2 . 0,3 . 0,6 = 0,36 = 36%
Classes Frequência
Frequência do grupo B:
AA p2 Homozigotos (IBIB) = 0,12 = 0,01 = 1%
Aa 2pq Heterozigotos (IBi) = 2 . 0,6 . 0,1 = 0,12 = 12%

aa q2 Frequência do grupo AB = 2 x 0,3 x 0,1 = 0,06 = 6%

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20. Equilíbrio para genes ligados ao sexo


Uma vez que a fêmea tem dois cromossomos X, as frequências genotípicas são as mesmas que a dos genes
autossômicos. Contudo, no macho, que possui apenas um cromossomo X, as frequências são simplesmente aquelas dos
genes. Assim, se a frequência de um gene ligado ao X for 0,01, significa que a frequência de machos afetados é de 0,01,
enquanto a das fêmeas é de (0,01)2, isto é, 0,0001.
Herança Humana
Tipos Exemplos
Dominante Presença de sardas
Recessiva Albinismo
Codominante Sistema MN
Monogênica
Genes dos autossomos Polialelia Sistema ABO
Influenciada pelo sexo Calvície
Pleiotropia Síndrome de Marfan
Poligênica Cor da pele
Dominante Resistência à vitamina D
Genes dos cromossomos Ligada ao sexo
Recessiva Hemofilia
sexuais
Holândrica Masculinidade

1. (MODELO ENEM) – De acordo com o princípio de Hardy-Weinberg, 2. (MODELO ENEM) – Fazendo-se cruzamentos sucessivos entre
quando uma população se encontra em equilíbrio genético, as vários genes ligados, consegue-se determinar a distância entre os
frequências gênicas e genotípicas ocorrem de acordo com a tabela genes de um cromossomo e a posição relativa destes genes ao
abaixo. longo do cromossomo, com suas respectivas distâncias, isto é, o
mapa cromossômico ou genético. Pela frequência de recombinação
Frequência Gênicas Frequências Genotípicas
entre os genes, pode-se determinar a distância entre eles,
Genes Frequências Genótipos Frequências localizá-Ios e construir o mapa genético.
Os genes A, D, R, S e T estão ligados. A tabela abaixo mostra
A p AA p2 algumas frequências de permutação que acontecem entre eles.
a q aa q2 Genes Frequência

p+q=1 Aa 2pq S–D 20%


R–T 35%
Numa população geneticamente equilibrada, encontramos as se-
guintes quantidades fenotípicas, relacionadas a um determinado A–S 20%
caráter. D–T 10%
Fenótipos Quantidades R–D 25%
Dominantes 2 730 R–S 5%
Recessivos 270 A–R 15%

De acordo com o princípio de Hardy-Weinberg, teoricamente, a Qual é a sequência desses genes no cromossomo?
quantidade de indivíduos heterozigotos (Aa) deverá ser igual a a) ASRDT. b) ARSDT. c) RDSTA.
a) 270. b) 580. c) 980. d) 1 260. e) 1 890.
d) SATRD. e) DARST.
Resolução
Total de fenótipos = 2 730 + 270 = 3 000 Resolução
Frequência de aa = 270/3 000 = 0,09
Frequência de a = 
0,09 = 0,3
Frequência de A = 1 – 0,3 = 0,7
Frequência de Aa = 2 . 0,7 . 0,3 = 0,42 = 42%
42% de 3 000 = 1 260
Resposta: D
Resposta: B

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3. (PUC-SP) – O cão doméstico apresenta 39 cromossomos em 7. (UNESP) – A cromatina sexual aparece, à microscopia óptica,
seus gametas normais. Sabendo que essa espécie tem deter- como uma massa densa, colada ao envoltório nuclear de células
minação do sexo idêntica à da espécie humana, responda: em interfase. Nos esquemas a seguir estão diagramados padrões
a) Quantos autossomos devem ser encontrados em um de cromatina sexual (1, 2, 3) e de cariótipos (4, 5 e 6).
neurônio de um cão normal?
b) Quantos cromossomos sexuais devem ser encontrados em
um óvulo de uma cadela normal?
c) Quantas cromátides devem ser encontradas em uma
metáfase de uma cadela embrionária normal dessa espécie?

4. (VUNESP) – A análise dos núcleos interfásicos de células da mu-


cosa oral de uma mulher, fenotipicamente normal, revelou a
existência de duas cromatinas sexuais em todos eles.
Responda:
a) Quantos cromossomos X tem esta mulher?
b) Se ela se casar com um homem normal, qual a probabilidade Assinale a alternativa que apresenta as relações corretas.
de ter uma filha com constituição cromossômica igual à sua? a) 1-4, 2-5 e 3-6. b) 1-6, 2-4 e 3-5. c) 1-4, 2-6 e 3-5.
d) 1-5, 2-4 e 3-6. e) 1-6, 2-5 e 3-4.
5. Em uma espécie de abelha, a cor dos olhos é condicionada por
uma série de cinco alelos, entre os quais há a seguinte relação de
8. Os quadrados a seguir representam, em esquema, células de seis
dominância:
indivíduos, numerados de 1 a 6, com a indicação do número de
am > ap > an > ac > a cromossomos autossômicos (A) e dos tipos de cromossomos
(marrom) (pérola) (neve) (creme) (amarelo)
sexuais (X e Y), presentes em cada uma delas.
Uma rainha, de olho marrom, porém heterozigota para pérola, pro- 1 2 3 4 5 6
duziu 500 ovos e foi inseminada por espermatozoides que
portavam, em iguais proporções, os cinco alelos. Toda a descen- 40A 20A 44A 22A 45A 44A
dência tem a mesma oportunidade de sobrevivência, porém a fer- XY Y XY X XY XXY
tilização ocorreu em 30% dos ovos somente.
a) Qual o número esperado de machos que terão cor de olho Em relação a estes indivíduos, e às células representadas, foram
marrom? feitas as afirmações seguintes.
b) Qual o número esperado de fêmeas que serão homozigotas I. Os indivíduos 3, 5 e 6 são normais e pertencem à espécie
para pérola? humana.
II. A célula do indivíduo 2 pode ser igual a de um gameta do
6. (UFJF) – O esquema abaixo ilustra algumas das fases da indivíduo 1.
reprodução em abelhas sociais. III. A célula do indivíduo 4 pode ser do sexo masculino ou do sexo
feminino.

Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões):


a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas. e) II e III, apenas.

9. (FUVEST) – Nas aves, cujo mecanismo de determinação do sexo


é do tipo ZZ/ZW, o cromossomo W está presente em
a) todos os descendentes do sexo masculino.
b) todos os descendentes do sexo feminino.
c) apenas metade dos descendentes do sexo masculino.
d) apenas metade dos descendentes do sexo feminino.
e) metade dos descendentes do sexo masculino e metade dos
Considerando-se a alteração do número cromossômico e descendentes do sexo feminino.
analisando o esquema a seguir, pode-se concluir que:
I. O zangão é haploide, enquanto a operária e a rainha são
diploides. 10. (UERJ) – Desde a época de Aristóteles, especula-se sobre os
II. O zangão é produzido por partenogênese, ou seja, a partir de mecanismos envolvidos na determinação do sexo dos humanos.
um ovócito não fecundado. Acreditava-se que o sexo do embrião era definido por fatores
III. Todos os ovócitos produzidos pela rainha são fecundados. como a nutrição materna. A partir dos estudos sobre herança
IV. As operárias são estéreis, pois são produzidas a partir de ovó- mendeliana, divisão celular e comportamento dos cromossomos
citos não fecundados. na meiose, comprovou-se que a determinação do sexo decorre de
V. Ovócitos e espermatozoides são formados por divisões
uma constituição cromossômica específica. Com base nos
meióticas e mitóticas, respectivamente.
conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:
a) O sexo genético é determinado na fecundação, quando ocorre
Assinale a opção que apresenta somente afirmativas corretas:
a) I, II e V. b) I, II e IV. c) I, III e IV. a fusão dos núcleos masculino e feminino.
d) II, III e V. e) III, IV e V. b) Os cromossomos autossômicos são os responsáveis pela
determinação do sexo genético do indivíduo.

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c) A probabilidade de o genitor masculino produzir gametas do 13. A distrofia muscular de Duchenne é uma doença em que há
tipo Y é maior que a do tipo X. degeneração gradual das fibras musculares estriadas,
d) O embrião XX desenvolverá testículos e o embrião XY ocasionando grave paralisia dos músculos de uma pessoa.
desenvolverá ovários. Habitualmente, há lesão do miocárdio, e a morte ocorre por
insuficiência cardíaca. Dificilmente uma pessoa sobrevive além
e) O sexo genético é determinado pelo número de
dos 20 ou 25 anos. Considere alguns casos dessa doença em
cromossomos X presentes no embrião.
uma família, como ilustra a genealogia.

11. (UNESP) – Marcos e Paulo são filhos do mesmo pai, mas de


mães diferentes.
Com relação aos tipos sanguíneos dos sistemas ABO e Rh,
Marcos é um “doador universal”. Contudo, ao invés de doar
sangue, Marcos é obrigado a recebê-lo por doação, pois tem
hemofilia tipo A, uma característica ligada ao sexo.
Nas vezes em que recebeu transfusão sanguínea, Marcos teve
por doadores Paulo e a mãe de Paulo. Sua mãe e seu pai não
puderam doar sangue, embora fossem compatíveis pelo sistema
Rh, mas não o eram pelo sistema ABO. Já adultos, Marcos e
Paulo casaram-se com mulheres em cujas famílias não havia
histórico de hemofilia, e ambos os casais esperam um bebê do
sexo masculino. Contudo, estão receosos de que seus filhos
possam vir a ter hemofilia.
O heredograma representa as famílias de Marcos e de Paulo. O
indivíduo apontado pela seta é Marcos.

a) A distrofia muscular de Duchenne é condicionada por um alelo


localizado no cromossomo X. Esse alelo é dominante ou
recessivo? Justifique sua resposta utilizando dados da família.
b) Se o casal 8 - 9 desejasse ter mais uma criança, qual a
probabilidade de gerar mais um menino com a distrofia? Qual
a probabilidade de nascer uma menina com distrofia?

14. (UNIFESP) – Em uma população de mariposas, um pesquisador


encontrou indivíduos de asas pretas e indivíduos de asas cinza.
Ele cruzou machos pretos puros com fêmeas cinza puras. Obteve
machos e fêmeas pretas em F1. Cruzou os descendentes F1 entre
si e obteve, em F2,100% de machos pretos, 50% de fêmeas
pretas e 50% de fêmeas cinza. Em cruzamentos de machos cinza
puros com fêmeas pretas puras, ele obteve, em F1, machos
Considerando o histórico acima, qual o provável tipo sanguíneo da pretos e fêmeas cinza. Cruzando estes F1 entre si, obteve machos
mãe e do pai de Marcos e qual a probabilidade de que os filhos de e fêmeas pretos e cinza na mesma proporção. Aponte, a partir
Marcos e de Paulo sejam hemofílicos? Justifique suas respostas. dos resultados obtidos, qual o padrão de herança de cor das asas
e qual o sexo heterogamético nessas mariposas.
12. (FUVEST) – A genealogia abaixo mostra a segregação de uma a) Autossômica, a cor preta é recessiva e a fêmea é o sexo
doença de herança ligada ao cromossomo X e recessiva. Os heterogamético.
símbolos escuros representam os casos da doença e as barras na b) Autossômica, a cor preta é recessiva e o macho é o sexo
diagonal indicam os indivíduos falecidos. heterogamético.
c) Restrita ao sexo, a cor cinza é recessiva e o macho é o sexo
heterogamético.
d) Ligada ao sexo, a cor preta é dominante e o macho é o sexo
heterogamético.
e) Ligada ao sexo, a cor preta é dominante e a fêmea é o sexo
heterogamético.

15. (FGV) – Nas moscas-da-fruta (Drosophila melanogaster), cro-


mossomicamente, os machos são XY e as fêmeas são XX.
Duas moscas-da-fruta de aspecto normal foram cruzadas e
produziram uma prole na qual havia 202 fêmeas e 98 machos.
Considerando que o esperado seria uma proporção de 50% de
machos e 50% de fêmeas, a mais provável explicação para esse
resultado incomum é admitir que, no casal de moscas,
a) o macho é heterozigoto, portador de um alelo recessivo letal
ligado ao sexo.
b) o macho é hemizigoto e a fêmea é heterozigota, ambos para
um alelo recessivo ligado ao sexo.
As probabilidades de as mulheres II-1, III-1, III-3 e IV-2 serem c) o macho é hemizigoto para um alelo de herança restrita ao
heterozigotas em relação ao alelo que causa a doença são, sexo.
respectivamente, d) a fêmea é homozigota para um alelo de herança restrita ao
a) 50%, 25%, 25% e 12,5%. sexo.
b) 50%, 12,5%, 12,5% e 6,25%. e) a fêmea é heterozigota, portadora de um alelo recessivo letal
c) 100%, 50%, 50% e 25%. ligado ao sexo.
d) 100%, 50%, 25% e 0.
e) 100%, 25%, 25% e 12,5%.

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16. (UECE) – Sabendo-se que o padrão listrado nas penas de 20. (FUVEST) – Na revista Nature, em 11 de agosto de 2005, foi
galináceos é dominante e ligado ao sexo, a proporção fenotípica publicada uma carta em que os autores sugeriram que as histórias
obtida num cruzamento entre um macho listrado heterozigoto e do jovem “bruxo” Harry Potter, escritas por J. K. Rowling, pode-
uma fêmea listrada é de riam ser úteis no ensino da hereditariedade.
a) 100% listrado, independentemente do sexo. Nessas histórias, os indivíduos podem ser “bruxos” ou “trouxas”.
b) 50% de machos, todos listrados, e 50% de fêmeas, sendo a I. Harry Potter é filho único de um casal de “bruxos”.
metade listrada e a metade não listrada. II. O amigo de Potter, Ron Weasley, é “bruxo” e tem pai e mãe
c) 50% de machos, sendo metade listrada e metade não listrada, “bruxos”. Os irmãos de Ron, Fred e George, e sua irmã Gina
e 50% de fêmeas, sendo metade listrada e metade não listrada. também são “bruxos”.
d) 50% de machos, sendo metade listrada e metade não listrada, III. A jovem “bruxa” Hermione nasceu do casamento entre uma
e 50% de fêmeas, todas listradas. “trouxa” e um “trouxa”.
IV. O “bruxo” Draco Malfoy, inimigo de Potter, tem pai e mãe
17. (FUVEST) – No heredograma abaixo, ocorrem dois meninos hemo- “bruxos”.
fílicos. A hemofilia tem herança recessiva ligada ao cromossomo X.
Com base nessas informações, responda:
a) Supondo que ser “bruxo” ou “trouxa” é um caráter hereditário
monogênico, qual(quais) das famílias permite(m) concluir que
o gene que determina tal característica não se localiza no
cromossomo X? Justifique.
b) O “bruxo” Draco Malfoy despreza pessoas como Hermione, que
têm pais “trouxas”, pois se considera um “bruxo” de sangue pu-
ro. Se vierem a se casar com “bruxos”, quem tem maior proba-
bilidade de ter crianças “bruxas”, Draco ou Hermione? Por quê?

21. Complete a tabela abaixo, indicando os tipos de gametas teorica-


mente produzidos, bem como as respectivas frequências.

Localização nos
Genótipos Gametas
cromossomos

a) Qual é a probabilidade de que uma segunda criança de II-4 e Segregação


1. AaBb
II-5 seja afetada? independente
b) Qual é a probabilidade de II-2 ser portadora do alelo que causa Ligação fatorial
a hemofilia? 2. CD / cd
completa
c) Se o avô materno de II-4 era afetado, qual era o fenótipo da
avó materna? Justifique sua resposta. Ligação com 20%
3. RS /rs
de permutação
18. (PUC-RS) – A calvície é determinada por um gene autossômico
cuja dominância é influenciada pelo sexo, comportando-se como 22. (UFRJ) – Sabendo que a maioria das mutações é deletéria
dominante no homem e recessivo na mulher. Simbolizando o (prejudicial ao organismo), o evolucionista John Maynard-Smith
gene que causa calvície por (C) e seu alelo selvagem por (c), escreveu sobre a meiose, durante a produção de gametas: “A
indique os respectivos genótipos dos indivíduos I – 1, I – 2, II – 2 meiose é o equivalente a ter dois carros, um com a transmissão
e II – 3 do heredograma abaixo. quebrada, outro com o motor quebrado, e, com eles, produzir um
único carro que funcione”.
A figura a seguir ilustra um par de cromossomos homólogos dupli-
cados (A e B), bem como as localizações dos alelos deletérios
“M” (presente somente no cromossomo A) e “N” (presente
somente no cromossomo B).

a) CC, Cc, Cc e Cc b) Cc, cc, cc e Cc c) CC, cc, CC e Cc


d) Cc, CC, CC e Cc e) Cc, CC, CC e cc Um indivíduo que possui os cromossomos A e B poderá formar
gametas que não sejam portadores dos alelos M e N? Justifique
19. (UFV-MG) – O exame citológico de um indivíduo normal revelou sua resposta.
que o seu cromossomo Y contém, aproximadamente, 30% a mais
de heterocromatina na região distal, em relação ao padrão do 23. (FUVEST) – Em uma espécie, a frequência de permutação entre
cromossomo Y presente na população. Embora sem nenhuma os locos C e D é de 26%. Espera-se que os quatro tipos de
manifestação fenotípica aparente, ele fez algumas suposições sobre gametas produzidos por um indivíduo com genótipo Cd/cD (trans)
a herança desse cromossomo. Assinale a suposição que está gene- sejam formados na seguinte proporção:
ticamente coerente. a) Cc – 26% CD – 26% cD - 24% Dd – 24%
a) Acho que o meu pai herdou essa condição genética da mãe
dele. b) Cd – 37% cD – 37% CD – 13% cd – 13%
b) Se eu tenho esse Y, todos os meus descendentes também o
c) Cd – 13% cD – 13% CD – 37% cd – 37%
terão.
c) Se o meu irmão não tiver esse Y, talvez ele não seja meu irmão. d) Cc – 13% CD – 37% cD – 37% Dd – 13%
d) Entre as minhas filhas, apenas 50% terão esse cromossomo.
e) Provavelmente, esse Y aumentou por homólogo de X. e) Cd – 24% cD – 24% CD – 26% cd – 26%

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24. (UFRGS) – O esquema abaixo refere-se a uma célula diploide 28. (FUVEST) – Do cruzamento entre duas variedades de plantas da
que, durante a meiose, sofrerá permutação entre os genes A e B. mesma espécie, resultaram os seguintes indivíduos:
315 com flores brancas e frutos esféricos;
108 com flores brancas e frutos alongados;
101 com flores vermelhas e frutos esféricos; e
33 com flores vermelhas e frutos alongados.
Esses resultados indicam que as características cor da flor e
forma do fruto são determinadas por
a) genes que se situam em um mesmo cromossomo e sofrem
crossing over.
b) genes que se situam em um mesmo cromossomo e não se
segregam na meiose.
c) dois pares de genes que se segregam independentemente.
d) dois pares de genes que interagem, somando seus efeitos.
Assinale a alternativa que apresenta todos os tipos de gametas e) um par de genes alelos, entre os quais não há dominância.
normais que podem ser formados por essa célula.
a) AbCe; abCe; aBCe; ABCe. 29. (VUNESP) – Uma planta di-híbrida, que produzia flores púrpuras e
b) AbC; e; aBC; e. grãos de pólen longos, foi cruzada com uma planta recessiva, que
c) AbCe; ABCe. produzia flores vermelhas e grãos de pólen esféricos. Os resultados
d) AbCe; aBCe. obtidos foram de 145 plantas que produziram flores púrpuras e
e) AabCe; AaBCe; AbCe; aBCe. grãos de pólen longos, 65 plantas que produziram flores púrpuras e
grãos de pólen esféricos, 55 plantas que produziram flores verme-
25. (PUC-SP) – O cruzamento entre um heterozigoto AaBb e um lhas e grãos de pólen longos, e 135 plantas que produziram flores
homozigoto recessivo aabb produziu uma descendência com as vermelhas e grãos de pólen esféricos. A partir desse resultado,
seguintes taxas: pode-se concluir que os alelos da planta di-híbrida estão na posição
AaBb – 2,5% a) CIS, e a taxa de permutação é de 30%.
Aabb – 47,5% b) CIS, e a taxa de permutação é de 40%.
aaBb – 47,5% c) TRANS, e a taxa de permutação é de 70%.
aabb – 2,5% d) TRANS, e a taxa de permutação é de 15%.
e) TRANS, e a taxa de permutação é de 30%.
Em relação ao resultado obtido, foram feitas cinco afirmações.
Assinale a única incorreta. 30. (FUVEST) – Drosophila melanogaster, com corpo marrom e asas
a) O resultado não está de acordo com a segunda lei de Mendel. normais (BbVgvg), foram cruzadas com Drosophila melanogaster,
b) No caso de herança mendeliana, o resultado esperado seria de com corpo preto e asas vestigiais (bbvgvg). Os resultados esperados,
25% para cada classe de descendente. segundo as Leis de Mendel, eram BbVgvg (575); bbvgvg (575);
c) Os genes em questão localizam-se no mesmo cromossomo, a Bbvgvg (575); bbVgvg (575); entretanto, os genótipos observados
uma distância de 5 unidades de recombinação. foram: BbVgvg (965); bbvgvg (944); Bbvgvg (206); bbVgvg (185). Que
d) O heterozigoto utilizado no cruzamento produz gametas Ab e conclusão é possível tirar do experimento?
aB por permutação ou crossing over. a) O gene da cor do corpo e o gene da cor da asa em Drosophila
e) O heterozigoto utilizado no cruzamento apresenta constituição melanogaster estão em cromossomos diferentes e se
TRANS. segregam independentemente.
b) Os genes para a cor do corpo e para o tamanho da asa em
26. (UNAERP) – Em Drosophila, as asas enroladas (curled) e a Drosophila melanogaster estão ligados no mesmo cromos-
ausência de cerdas (spineless) são caracteres recessivos por somo e não se segregam independentemente.
genes localizados no mesmo cromossomo autossômico. c) Os genes para a cor do corpo e para o tamanho da asa em
Cruzando-se um duplo-heterozigoto com um duplo-recessivo, Drosophila melanogaster estão ligados no mesmo cromos-
Cs cs somo e se segregam independentemente.
(CcSs x ccss ou —– x —–), obtiveram-se:
cs cs d) O gene da cor do corpo e o gene da cor da asa em Drosophila
517 moscas do tipo selvagem, melanogaster estão em cromossomos diferentes e não se
438 moscas curled e spineless, segregam independentemente.
23 moscas apenas curled e e) Os genes para a cor do corpo e para o tamanho da asa em
22 moscas apenas spineless. Drosophila melanogaster são resultados de recombinações,
estão em cromossomos diferentes e se segregam indepen-
Considerando as informações acima, podemos afirmar que a dis- dentemente.
tância, em UR ou morganídeos, entre os genes c e s ligados é
a) 22,5. b) 22. c) 23. d) 4,5. e) 995. 31. Entre genes localizados no mesmo par de cromossomos
homólogos, foram realizados os seguintes cruzamentos-testes:
27. (FMTM) – Em tomateiro, o alelo A determina fruto vermelho e é Pais Geração
dominante sobre o alelo a, que determina fruto amarelo. Em outro AaBb – 35%
lócus, no mesmo cromossomo, o alelo B determina planta alta e é Aabb – 15%
dominante sobre o alelo b, que determina planta baixa. Uma planta AaBb x aabb
aaBb – 15%
de genótipo AaBb, cujos alelos estão dispostos na posição cis, foi aabb – 35%
cruzada com uma planta baixa, com fruto amarelo. Desse cruza-
BbCc – 30%
mento, originaram-se 50% de plantas altas com frutos vermelhos e
Bbcc – 20%
50% de plantas baixas com frutos amarelos. Esse cruzamento foi BbCc x bbcc
bbCc – 20%
repetido algumas vezes e os resultados foram os mesmos.
bbcc – 30%
Considerando a planta AaBb usada no cruzamento, pode-se
concluir que AaCc – 45%
a) ocorreu permutação em 50% de suas células reprodutivas. Aacc – 5%
AaCc x aacc
b) ocorreu permutação em 25% de suas células reprodutivas. aaCc – 5%
c) não ocorreu permutação nas suas células reprodutivas. aacc – 45%
d) ela produziu 50% de gametas Ab e 50% de gametas aB.
e) ela produziu gametas (AB, Ab, aB, ab) na proporção de 25% cada. a) Quais são as frequências de permutação entre os três genes?
b) Qual é a posição relativa desses três genes no cromossomo?

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32. Os genes A, B, C e D, localizados no mesmo cromossomo, 36. (PUC-SP) – Sabendo-se que a distância entre dois genes, A e B, é de
apresentam as seguintes frequências de recombinação: Ab ab
8 unidades, o resultado esperado do cruzamento ––– x ––– será:
aB ab
Genes Frequência de permutação

A–B 32% AB Ab aB ab
–––– –––– –––– ––––
A–C 45% ab ab ab ab

A–D 12% a) 25% 25% 25% 25%

B–C 13% b) 4% 46% 46% 4%

B–D 20% c) 46% 4% 4% 46%


d) 2% 48% 48% 2%
C–D 33%
e) 48% 48% 2% 2%
Determine a sequência mais provável desses genes no
cromossomo.
37. (FATEC) – Os genes A, B, C e D estão no mesmo cromossomo e
33. (PUC-MG) – Um indivíduo duplo-heterozigoto (AaEe) produziu apresentam as seguintes frequências de recombinação:
gametas nas seguintes proporções: AE = 35%, Ae = 15%, aE = A – B = 82%
15%, ae = 35%. C – D = 10%
É correto afirmar que a distância entre os genes e a taxa de A – C = 7%
recombinação são, respectivamente, A – D = 3%
a) 15 U.M. e 30%. b) 15 U.M. e 35%. B – D = 85%
c) 30 U.M. e 15%. d) 30 U.M. e 30%. A sequência desses genes no cromossomo é:
e) 35 U.M. e 15%. a) B – C – A – D. b) A – B – C – D.
c) C – A – D – B. d) D – C – A – B.
34. Na tabela seguinte aparecem as frequências de permuta entre e) B – D – A – C.
cinco genes localizados num mesmo cromossomo.
38. (VUNESP) – Um cientista, estudando 4 genes localizados em um
Genes Frequência de permutação mesmo par de cromossomos homólogos, verificou as seguintes
taxas de recombinação: entre B e C = 4%, entre A e C = 13%,
A–B 8% entre B e D = 21%, entre C e D = 17%. Sabendo-se que o gene
A está localizado entre os genes B e D, a ordem desses genes no
A–C 12%
cromossomo e a distância entre os genes A e D serão,
A–D 4% respectivamente,
a) B C A D e 4%. b) C B A D e 13%.
A–E 1% c) C A B D e 6%. d) B A C D e 14%.
e) D A B C e 4%.
B–C 4%
39. (FUVEST) – Suponha que a distância entre os genes que causam
B–D 12% hemofilia e daltonismo, ambas doenças de herança recessiva
ligada ao cromossomo X, seja de 10 unidades-mapa. Uma mulher
B–E 9%
normal é filha de um homem hemofílico e de uma mulher
C–D 16% daltônica. Qual a probabilidade de a primeira criança dessa mulher
ser um menino e completamente normal?
C–E 13% a) 1/80. b) 1/40. c) 1/20. d) 1/10. e) 1/8.
D–E 3% 40. Numa população geneticamente equilibrada e constituída por 10 000
pessoas, 3.600 são afetadas por uma doença genética condicionada
De posse de tais dados, construa o mapa cromossômico. por um par de alelos de herança autossômica recessiva.
a) Expresse, em frações decimais, a frequência dos genes
35. O cruzamento RrSs x rsrs produziu a seguinte descendência: dominante e recessivo.
Genótipos RS/rs Rs/rs rS/rs rs/rs b) Quantos indivíduos são homozigotos?
c) Qual será a porcentagem esperada de indivíduos de fenótipo
Frequências 48% 2% 2% 48% dominante na próxima geração?
d) Qual a probabilidade de ocorrer casamento entre dois
a) Qual a distância entre os genes em questão, em unidades de heterozigotos?
recombinação (UR)?
b) Qual a posição dos genes nos cromossomos do heterozigoto 41. Os alelos IA, IB e i estão envolvidos na determinação dos tipos
utilizado no cruzamento? sanguíneos A, B, AB e O, e os alelos R e r nos tipos Rh positivo e
Rh negativo. Suponha uma população em equilíbrio com a
Assinale a alternativa que, corretamente, responde às questões seguinte frequência de alelos: IA – 0,3, IB – 0,2 e R – 0,4.
propostas. a) Qual a probabilidade de nascer um indivíduo do tipo O Rh
Distância entre os genes Posição dos genes positivo heterozigoto?
b) Em relação ao sistema ABO, qual a frequência de indivíduos
a) 2UR Rs/rS heterozigotos e homozigotos nessa população, respecti-
vamente?
b) 4UR RS/rs
c) 4UR Rs/rS 42. Numa população em equilíbrio genético, um homem em 100 rece-
be o caráter resultante de um gene recessivo (a) ligado ao sexo.
d) 8UR RS/rs a) Qual a frequência dos alelos A e a?
e) 8UR Rs/rS b) Qual a frequência de mulheres heterozigotas e homozigotas
recessivas.

15
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43. A mancha dourada no dorso de certa espécie de borboleta é 46. (VUNESP) – Considerando o sistema ABO em uma população
condicionada por gene autossômico e recessivo. Numa população que se encontra em equilíbrio de Hardy-Weinberg, sabendo que a
perfeitamente em equilíbrio, composta de 3 600 indivíduos, 1 296 frequência do alelo IA é o dobro da frequência do alelo i e que a
borboletas são possuidoras do caráter em questão. Pergunta-se: frequência do alelo IB é metade da frequência de IA, pode-se
qual a quantidade aproximada de indivíduos heterozigotos na afirmar corretamente que a frequência de indivíduos do grupo B
população? nessa população é de
a) 1/4. b) 1/2. c) 1/16. d) 1/8. e) 3/16.
44. Em uma população, geneticamente equilibrada, as frequências
dos genes determinantes do sistema ABO aparecem na tabela 47. (CESGRANRIO) – Uma população (I) de 1 000 indivíduos com as
abaixo: seguintes frequências gênicas: A = 20% e a = 80% funde-se com
uma população (II) de 4 000 indivíduos, na qual as frequências
Genes Frequências
gênicas são A = 80% e a = 20%. Quais as frequências gênicas na
IA 0,3 população híbrida resultante dessa fusão?

IB 0,2 A a
i 0,5 a) 80% 20%
b) 20% 80%
Qual é a probabilidade de acontecer um casamento entre um
indivíduo do grupo A e outro do grupo B? c) 50% 50%

45. (UFRB) – O grupo sanguíneo MN é determinado por dois alelos d) 32% 68%
codominantes. A frequência dos genótipos desse grupo e) 68% 32%
sanguíneo foi amostrada em duas populações humanas e os
resultados são apresentados na tabela abaixo.

População MM MN NN Total 48. (MACKENZIE) – Suponha que, numa população humana em


equilíbrio genético, constituída de 10 000 indivíduos, a frequência
Europeus do Norte 16% 48% 36% 100% do gene IA é a mesma que a frequência do gene IB e 2 vezes
maior que a frequência do gene i.
Europeus do Sul 36% 48% 16% 100% Os números esperados de indivíduos dos grupos A, B, AB e O,
nessa população, são, respectivamente:
Calcule a frequência do alelo M nas duas populações e determine a) 3 200, 3 200, 2 400 e 1 200. b) 3 200, 3 200, 3 200 e 400.
se a população da Europa como um todo é uma população c) 3 200, 3 200, 2 600 e 1 600. d) 4 200, 3 200, 1 800 e 800.
panmítica, isto é, uma população em que os casamentos ocorrem
e) 3 400, 3 400, 2 800 e 400.
ao acaso. Justifique sua resposta.

3) a) 76 autossomos. 7) Número de Barr = Número de X – 1. Daí, temos:


b) 1 cromossomo X. 1 – 0 Barr 6 – XYYY
c) 156 cromátides.
2 – 1 Barr 4 – XXYY
3 – 2 Barr 5 – XXXY
4) a) 3 cromossomos X
b) P(XXX) = 25% Resposta: B
(P) XXX – XY
8) A afirmação I está incorreta, pois os indivíduos 5 e 6 não são
XX X
normais. 5 (45A, XY) apresenta um autossomo a mais, e 6
X XXX XX (44A, XXY) possui um cromossomo sexual a mais.
(F1)
Resposta: E
Y XXY XY
9) No sistema ZW, o macho é homogamético (ZZ) e a fêmea,
heterogamética (ZW).
5) a) Genótipo da rainha: amap. Óvulos não fecundados, que Resposta: B
produzem machos = 70% de 500 = 350, que originam 1/2
(175) marrom e 1/2 (175) pérola. 10) O sexo é determinado no momento da fecundação. O
Resposta: 175 espermatozoide X produz fêmeas, e o Y, machos.
Resposta: A
b) P (fêmea mpmp) = 1/2 . 1/5 = 1/10 de 150 = 15
Resposta: 15 11) Sendo doador universal, Marcos é ORh–. Seus pais pertencem
aos grupos A ou B e não podem doar sangue ao filho
6) III. Incorreta. Os ovócitos não fecundados evoluem parteno- hemofílico. No sistema Rh, os pais são compatíveis com
geneticamente. Marcos, sendo ambos Rh–. A probabilidade de meninos
IV. Incorreta. As operárias são produzidas a partir de ovócitos hemofílicos (III. 1 e III. 2) é nula, porque o gene para a
fecundados. hemofilia é ligado ao cromossomo X e não há histórico de
Resposta: A hemofilia nas famílias das respectivas mães.

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12) Alelos: A(normal) e a(doença) 24) ABCe


P(II-1 XAXa) = 100%, por ser mãe de III-4, que é XaY Com ligação
P(III-1 XAXa) = 50% abCe
Gametas
P(III-3 XAXa) = 50% AbCe
P(IV-2 XAXa) = 1/2 . 1/2 = 1/4 = 25% Com permutação
aBCe
Resposta: C
Resposta: A
13) a) O alelo é recessivo. Se fosse dominante, as mulheres 2, 6
e 9 seriam afetadas. 25) O heterozigoto com constituição TRANS, isto é, Ab/aB,
b) Alelos: D – normal e d – distrofia produz, sem permutação, gametas Ab e aB.
Pais: (8) XDY e (9) XDXd Resposta: D
P (menino com distrofia) = P (XdY) = 1/2 . 1/2 = 1/4
P (menina com distrofia) = P (XdXd) = 0 . 1/2 = 0 26) Número de
recombinantes
14) Tipo de herança – ligada ao sexo Frequência de permutação = ––––––––––––––––––––– x 100 =
Alelos C – preto e c – cinza número total
(P) – ZCZc x ZcW 45
= –––––– x 100 = 4,5%
(F1) – : ZCZc (preto) – ZCW (preta) – ZcZc (cinza) – ZcW 1 000
(cinza) Distância = 45UR
Resposta: E Resposta: D

15) Alelos: L – normal e I – letal


A fêmea é XLXI e os óvulos XI originam machos que morrem. 27)
P AB/ab x ab/ab
Resposta: E
AB ab
16) Alelos: L – listrado e I – não listrado F1
(P) – ZLZI x ZLW – : ab 50% AB/ab 50% ab/ab
F1 – ZLZL – ZLZI – ZLW – ZlW
Resposta: B Resposta: C

17) a) 1/4 ou 25%. 28) A proporção 9 : 3 : 3 : 1 indica segregação independente.


b) 1/2 ou 50%. Resposta: C
c) A avó materna era normal (XHX–) porque I-2, que é XHXh,
herdou o cromossomo Xh do pai e o XH da mãe. 29) Alelos: Flores: V – púrpura e v – vermelho
Pólen: E – longos e e – esféricos
18) Indivíduos Genótipos
I–1 Cc P VE/ve x ve/ve

I–2 Cc VE ve Ve vE
F1
II – 2 CC ve 145 VE/ve 135 ve/ve 65 Ve/ve 55 vE/ve

Resposta: D Frequência de permuta = n.° de recombinantes / n.° total x 100


N.° de recombinantes = 65 + 55 = 120
19) O cromossomo Y representa a herança holândrica na qual os N.° total = 145 + 135 + 65 + 55 = 400
genes passam sempre dos pais para os filhos do sexo Frequência de permuta = 120/400 x 100 = 30%
masculino. Resposta: A
Resposta: C
30) O resultado obtido no cruzamento-teste indica que os genes
20) a) A família III. Se o gene em questão estivesse localizado no em questão estão ligados, não se segregam indepen-
cromossomo X (herança ligada ao sexo), pelo menos um dentemente e apresentam 17% de frequência de permutação.
dos pais seria “bruxo”. Frequência de permutação = n.° de gametas com permutação
b) A probabilidade é a mesma (100%) por se tratar de caráter / n.°. total de gametas x 100 = 391 (206 + 185) / 2 300 x 100 = 17%.
recessivo e autossômico. Resposta: B

21) 1. 25% AB – 25% Ab – 25% aB – 25% ab 31) a) A – B = 30%


2. 50% CD – 50% cd B – C = 40%
3. 40% RS – 40% rs – 10% Rs – 10% rS A – C = 10%
b) BAC ou CAB
22) Sim. A permutação (crossing over) possibilita que o alelo
deletério de um membro do par de homólogos seja trocado 32) 45
pelo alelo normal do outro, formando uma cromátide sem A D B C
20 13
alelos deletérios. Essa cromátide dará origem a um
cromossomo normal nos gametas. 33
32
23) Cd – 37%
Com ligação – 74% 33) 35% AE
cD – 37% Com ligação – 70%
Gametas 35% ae
Gametas
CD – 13% 15% Ae
Com permutação – 26% Com permutação – 30%
cd – 13% 15% aE
Distância entre os genes = 30 U.M.
Resposta: B Taxa de permutação = 30%
Resposta: D

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34) 44) IAIA = 0,32 = 0,09


IAi = 2 . 0,3 . 0,5 = 0,30
A = 0,39
IBIB = 0,22 = 0,04
35) a) Frequência de permutação = distância entre os genes IBi = 2 . 0,2 . 0,5 = 0,20
ligados B = 0,24
4% = 4UR P (homem A x mulher B ou homem B x mulher A) =
b) Heterozigoto cis (RS/rs), porque produziu descendentes = 2 . 0,39 . 0,24 = 0,1872 ou 19%
recombinantes com permutação Rs/rs = 2% e rS/rs = 2%.
Resposta: B 45) Europeus do Norte: M = 0,16 + (0,48/2) = 0,40.
Europeus do Sul: M = 0,36 + (0,48/2) = 0,60.
36) Pais: Ab/aB x ab/ab A população da Europa como um todo não está em equilíbrio
Frequência de permutação = 8% de Hardy-Weinberg. Se os casamentos fossem ao acaso, as
Filhos: Ab aB AB ab frequências dos genes seriam iguais em todas as populações.
Ab aB AB ab 46) Frequência de i=x
ab ––––– –––– –––– ––––
ab ab ab ab Frequência de IA = 2x
Frequência de IB = x
46% 46% 4% 4%
x + 2x + x = 1
4x = 1
37) x = 1/4
Frequência de IBIB = (1/4)2 = 1/16
Frequência de IBi = 2 . 1/4 . 1/4 = 2/16
Frequência de B = 1/16 + 2/16 = 3/16
Resposta: E
Resposta: A
47)
38) Populações Frequências gênicas

A = 20% de 1 000 = 200


I
a = 80% de 1 000 = 800

A = 80% de 4 000 = 3 200


Resposta: A II
A = 20% de 4 000 = 800
39) Genótipo da mulher = XH h
dX D
Probabilidade óvulo XDH = 0,05 Após a fusão:
Probabilidade espermatozoide Y = 0,5 A = 3 200 + 200 = 3 400
Probabilidade zigoto normal = 0,05 . 0,5 = 0,025 = 1/40 a = 800 + 800 = 1 600
Total = 5 000
Resposta: B Frequência de A = 3 400/5 000 x 100 = 68%
Frequência de a = 100% – 68% = 32%
40) a) Frequência de aa = 36% ou 0,36 Resposta: E
Frequência de a = 
0,36 = 0,6
Frequência de A = 1 – 0,6 = 0,4 48) Frequências: IA = IB = 2x; i = x
b) Frequência de AA = (0,4)2 = 0,16 = 16% 2x + 2x + x = 1
Quantidade de homozigotos = 3 600 + 1 600 = 5 200 5x = 1
c) Frequência de Aa = 2 . 0,4 . 0,6 = 0,48 = 48% i = x = 1/5 = 0,2
Porcentagem de dominantes = 16% (AA) + 48% (Aa) = 64% IA = IB = 0,4
d) P (Aa x Aa) = 0,48 . 0,48 = 0,23 = 23% Genótipos Frequências

41) a) Frequência de ii = (0,5)2 = 0,25 IAIA 0,42 = 0,16 = 16%


Frequência de Rr = 2 . 0,4 . 0,6 = 0,48
Frequência de iirr = 0,25 . 0,48 = 0,12 = 12% IAi 2 . 0,4 . 0,2 = 0,16 = 16%
b) Frequência de IAIA = (0,3)2 = 0,09 = 9%
Frequência de IBIB = (0,2)2 = 0,04 = 4% IBIB 0,42 = 0,16
Frequência de ii = (0,5)2 = 0,25 = 25%
IBi 2 . 0,4 . 0,2 = 0,16 = 16%
Frequência de homozigotos = 9% + 4% + 25% = 38%
Frequência de heterozigotos = 62% IAIB 2 . 0,4 . 0,4 = 0,32 = 32%

42) a) Frequência de a = 1/100 = 0,01 = 1% ii 0,22 = 0,04 = 4%


Frequência de A = 99/100 = 0,99 = 99%
b) Frequência de XAXa = 2 . 99 / 100 . 1/100 = 0,0198 = 2%
Números esperados: A = B = AB = 32% de 10 000 = 3 200
Frequência de XaXa = (1/100)2 = 1/10 000 = 0,0001 = 0,01%
O = 4% de 10 000 = 400
1 296 Resposta: B
43) Frequência de aa = ———— = 0,36
3 600
Frequência de a = 
0,36 = 0,6
Frequência de A = 1 – 0,6 = 0,4
Frequência de Aa = 2 . 0,4 . 0,6 = 0,48 = 48%
Número de Aa = 48% de 3 600 = 1 728

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CAPÍTULO
Genética

25 ENGENHARIA GENÉTICA

R atos transgênicos receberam o gene humano, produtor


do hormônio de crescimento. Na transgênese, os genes de um
Ratos com 10 semanas: o da esquerda,
organismo são inseridos no genoma de outro, de espécie diferente. normal, com 29 gramas; o da direita,
transgênico, com 44 gramas.

1. Os objetivos sequências de seis bases que apresentam a mesma leitura


nas duas cadeias complementares, mas em direções opostas.
da Engenharia Genética Veja um exemplo de palíndromo:
Utilizando complexas e modernas técnicas de labora-
tório, a Engenharia Genética é capaz de:
• isolar um gene e determinar a sequência de seus
nucleotídeos; A enzima de restrição corta o palíndromo, produzin-
• juntar nucleotídeos e produzir um gene; do pontas desiguais, de acordo com o esquema a seguir:
• alterar a sequência nucleotídica de um gene, pro-
duzindo assim um gene mutante;
• introduzir no DNA de um vírus ou de uma bac-
téria um gene extraído de outro organismo.

2. Usos potenciais
da Engenharia Genética
• Identificação e função de genes em animais e
vegetais.
• Desenvolvimento de doenças humanas em animais,
facilitando o seu estudo e a busca de novas terapias.
• Produção de proteínas de interesse médico por As enzimas de restrição são produzidas pelas bacté-
meio dos animais transgênicos. rias e servem para destruir um DNA estranho que penetra
• Desenvolvimento de animais transgênicos para doa- na célula, trazido, por exemplo, por um bacteriófago. No
ção de tecidos ou órgãos para o transplante em humanos. quadro a seguir, mostramos a ação de algumas endonu-
• Desenvolvimento de vegetais mais resistentes a cleases de restrição.
pragas e de melhor qualidade.
• Desenvolvimento de raças de animais transgêni-
cos de crescimento mais rápido e de melhor qualidade
para o consumo.

3. Enzimas de restrição
As enzimas ou endonucleases de restrição reconhe-
cem curtas sequências de bases e cortam em segmentos a
dupla hélice do DNA.
As sequências reconhecidas pelas enzimas de restri-
ção são os palíndromos. Entendemos por palíndromos

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A figura 1 mostra como as enzimas de restrição re- Ao observarmos a estrutura de uma bactéria, nota-
conhecem e cortam os palíndromos. Desse modo, for- mos que, além do DNA existente no cromossomo único,
mam-se segmentos de DNA que apresentam as chamadas aparece o plasmídeo, uma molécula circular de DNA que
extremidades coesivas ou pegajosas, uma vez que se replica e se multiplica para as células-filhas, quando a
podem unir-se com quaisquer fragmentos de DNA cor- bactéria se divide. O plasmídeo é extraído da bactéria e
tados pela mesma enzima. cortado através de uma enzima de restrição. A seguir,
com o auxílio da DNA ligase, o plasmídeo fragmentado
é ligado a um fragmento de DNA de outro organismo,
submetido à ação da mesma enzima de restrição. Forma-se,
desse modo, um plasmídeo chamado vetor, constituído por
um DNA recombinante. Agora, o vetor é introduzido na
célula bacteriana, em que se replica.
Quando o vetor é colocado num meio de cultura, não
é absorvido por todas as bactérias. Para selecionar as
bactérias que o incorporarão, os engenheiros genéticos
utilizam o seguinte artifício: o plasmídeo vetor sempre
apresenta genes resistentes a determinado antibiótico, de
modo que, quando cultivados em meio que o contém,
apenas as células portadoras do vetor sobrevivem e se
multiplicam. Forma-se, então, uma população de bactérias
contendo o DNA recombinante produzido. Este processo
constitui a clonagem molecular (Fig. 3).

Fig. 1 – O corte do DNA.

4. O DNA recombinante
O DNA recombinante é uma molécula híbrida, obti-
da em laboratório, pela união de DNA derivados de fon-
tes biologicamente diferentes.
Segmentos de DNA diferentes, cortados pelas enzi-
mas de restrição, são unidos pela enzima DNA ligase,
produzindo uma molécula híbrida, o DNA recombinante
(Fig. 2).

Fig. 2 – A formação do DNA recombinante.

5. A clonagem molecular
O processo de clonagem molecular consiste em
construir um DNA recombinante que se replica quando é
introduzido numa célula bacteriana. Fig. 3 – A clonagem molecular.

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6. A livraria gênica
Por meio da clonagem gênica, é possível obter o ge-
noma (conjunto de genes) de um organismo fragmentado
e clonado em plasmídeos ou no material genético de
fagos. É o que se chama de livraria gênica (Fig. 4).

Fig. 4 – A livraria gênica.


Fig. 5 – A formação do tumor de galha.

7. Engenharia bacteriana Os geneticistas descobriram que os genes do T-DNA


Consiste na produção de bactérias capazes de reali- podem ser retirados e substituídos por outros genes. Quan-
zar determinadas atividades ou produzir moléculas como do uma planta é infectada pelo Agrobacterium tumefaciens,
hormônios, enzimas e antibióticos. os genes estranhos são incorporados ao DNA e são trans-
Assim, foram obtidas bactérias marinhas capazes de critos e traduzidos.
degradar o petróleo derramado nos mares. Relatamos, a seguir, o processo de formação de uma
Outras bactérias conseguem produzir etanol (ou planta de fumo transgênica, que brilha no escuro. A biolu-
álcool etílico), usado como combustível. O gene humano minescência, ou seja, a emissão de luz por organismos,
responsável pela produção de insulina foi introduzido em como o vaga-lume, é provocada por ação enzimática.
bactérias, que passaram a produzir esse hormônio, usado A luciferase é uma enzima que, com o auxílio do ATP,
no tratamento dos diabéticos. atua em processos que liberam radiação luminosa. O
A mesma técnica produziu bactérias que sintetizam gene produtor de luciferase foi retirado do vaga-lume e
somatotrofina (hormônio de crescimento), interferon inserido no plasmídeo Ti do Agrobacterium tumefaciens.
(usado contra infecções e tumores), vacina contra Ao infectar o tabaco, a bactéria possibilitou a transferên-
hepatite B e ativador do plasminogênio (dissolvente de cia desse gene para a planta, que passou a apresentar bio-
coágulos sanguíneos). luminescência (Fig. 6).

8. Os organismos transgênicos
Organismos transgênicos são aqueles que apresen-
tam um DNA exógeno, artificialmente introduzido no
seu genoma. O DNA exógeno representa um gene que é
transferido de um organismo para outro.

Na obtenção de plantas transgênicas, o principal vetor


usado é o plasmídeo Ti da bactéria Agrobacterium
tumefaciens. Como sabemos, vetor é o organismo usado
na transferência do gene. Essa bactéria provoca, nos vege-
tais, o chamado tumor da galha. Quando a planta é
infectada pela bactéria, o T-DNA, uma parte do plasmídeo
Ti, é transferida para o DNA da planta. O T-DNA contém
genes que produzem os hormônios de crescimento auxina
e citocinina. Pela ação desses hormônios, as células infec-
tadas entram num processo de divisão e crescimento de-
Fig. 6 – A produção do tabaco transgênico.
sordenados, formando o tumor da galha (Fig. 5).
21
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Conheça agora alguns vegetais transgênicos: 9. Confusão transgênica


Tomate transgênico. Foi o primeiro produto obtido O uso de produtos transgênicos está causando polê-
pela Engenharia Genética. É chamado de tomate longa mica entre produtores, ambientalistas e cientistas. Assim,
vida, pois amadurece lentamente e pode ficar até 40 dias produtores e cientistas defensores da nova tecnologia di-
fora da geladeira; o normal aguenta apenas dez dias. zem que a soja transgênica, por exemplo, vai aumentar a
Soja transgênica. A soja comum normalmente não produtividade e baratear os custos do produto.
resiste ao herbicida Roundup. A soja transgênica recebeu, Ambientalistas e outros pesquisadores que atacam a
de uma bactéria, um gene que provoca resistência ao nova tecnologia afirmam que os produtos transgênicos são
herbicida. perigosos. Na verdade, ainda são desconhecidos os efeitos
dos alimentos geneticamente modificados sobre a saúde hu-
Arroz transgênico. Nas culturas do arroz comum,
mana e o impacto que poderiam causar ao meio ambiente.
cresce o arroz vermelho, que funciona como praga.
Nenhum herbicida pode ser usado contra a praga, pois
mataria também o arroz de boa qualidade. O gene de uma 10. O que é clonagem?
bactéria do solo resistente ao herbicida Liberty foi in- A palavra clone (do grego klón, que significa “bro-
troduzido no arroz branco. Quando o Liberty é pulveriza- to”) é usada para designar um conjunto de indivíduos que
do, apenas o arroz vermelho é afetado e morre. se originam de outros por reprodução assexuada.
Clonagem é o processo de formação de clones. O fe-
nômeno ocorre normalmente quando bactérias e outros
Na obtenção de um animal transgênico, o primeiro organismos unicelulares se reproduzem por bipartição
passo é a clonagem gênica, ou seja, a identificação e o (Fig. 8).
isolamento do gene de interesse. Como sabemos, embora
presentes em todas as células, os genes só se expressam
em algumas delas. Dessa forma, por exemplo, o gene,
produtor da insulina só entra em atividade nas células das
ilhas pancreáticas (ilhotas de Langerhans). Junto a cada
gene existe um promotor, ou seja, uma sequência de
nucleotídeos que determina a sua expressão.
Usando enzimas de restrição e DNA ligase, é pos- Fig. 8 – A clonagem de uma bactéria.
sível ligar um promotor a um gene clonado, obtendo-se o
chamado transgene. Assim, por exemplo, um promotor O processo de clonagem também acontece na
que coordene a expressão do gene de uma proteína da propagação de plantas por meio de mudas que, às vezes,
pele é capaz de induzir a expressão de qualquer outro é o único processo de multiplicação de uma espécie,
gene. A seguir, vários transgenes são introduzidos em como é o caso da bananeira.
zigotos, pelas técnicas de micromanipulação. Esses zigo- Nos animais como o tatu, a poliembrionia também
tos são transferidos para o útero de fêmeas. Os filhotes produz clones. Nesses animais, como sabemos, um zigo-
que nascem são chamados animais transgênicos e neles to pode se dividir, originando de 4 a 6 gêmeos univite-
os genes transgênicos se expressam. A introdução do ge- linos, todos machos ou todas fêmeas. Na espécie humana
ne humano, produtor do hormônio de crescimento (so- nascem, diariamente, gêmeos univitelinos, na proporção
matotrofina), em ratos, produziu animais transgênicos de 4 por 1 000 nascimentos. Também são chamados de
duas vezes maiores do que os ratos comuns (Fig. 7). monozigóticos, por serem originados de 1 zigoto, ou
idênticos, pelo fato de possuírem o mesmo genótipo.

11. A clonagem da ovelha Dolly


A clonagem da ovelha Dolly, de maneira simplifica-
da, percorreu as seguintes etapas:
1. óvulos não fecundados foram retirados de uma
ovelha A;
2. o núcleo do óvulo foi retirado e guardado;
3. células da glândula mamária de uma ovelha B, de
seis anos, foram extraídas e mantidas em um estado de
dormência (isto foi possível com a manutenção dessas
Fig. 7 – A obtenção de um transgene.
células em meio de cultura com poucos nutrientes);
22
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4. os núcleos das células da glândula mamária foram extraídos e implantados no óvulo retirado da ovelha A;
5. a nova célula, assim formada, iniciou o processo de divisão, originando um embrião, que foi implantado no útero
de uma ovelha C (Fig. 9).

1. Os cientistas pegaram um óvulo


comum de ovelha e esvaziaram seu
núcleo, a parte que contém todo o
material genético do animal.
2. O DNA retirado de uma célula da
região mamária de uma ovelha
adulta foi implantado no óvulo. O
embrião foi gerado a partir desse
encontro.
3. Implantado em outra ovelha, o
embrião se desenvolveu normal-
mente. A fêmea pariu o filhote Dolly
em julho de 1997.
4. Geneticamente, Dolly foi idêntica
à ovelha que forneceu o DNA. Ela
teve uma vida normal e deu à luz
dois filhotes.

Fig. 9 – A clonagem da ovelha Dolly.

12. É possível
clonar um animal morto?
Não, porque apenas os tecidos cultivados in vitro fun- Animais em extinção, como o mico-leão-dourado, o
cionam como doadores de núcleos e as células só podem tigre-de-bengala e o urso panda, poderiam ser repro-
ser cultivadas se apresentarem organelas intactas. Logo, duzidos por meio da clonagem.
tufos de cabelos e outros tecidos fósseis, como dinos-
sauros, não podem ser clonados. O processo também não 14. A terapia gênica
pode ser realizado com cadáveres preservados a baixas
temperaturas (nitrogênio líquido), pois as organelas celu- Terapia gênica é a cura pelo DNA. Genes defeituo-
lares são destruídas por cristais de gelo. sos que produzem anomalias, como a hemofilia, a talas-
semia, entre outras, são trocados por genes normais, isto
13. Clones valiosos é, saudáveis. A figura 10 apresenta duas estratégias a
serem usadas.
A clonagem de animais poderia ser extremamente
valiosa para o homem. Veja uma série de possíveis
empregos da clonagem.

Animais transgênicos poderiam produzir remédios


para o uso humano. Uma vaca clonada e transgênica pro-
duziria leite contendo uma proteína usada no tratamento
da fibrose cística e da hemofilia.

Porcos transgênicos e clonados seriam “indústrias


vivas” de órgãos usados em transplantes.

A clonagem de animais geneticamente selecionados


produziria, por exemplo, rebanhos de vacas com produ-
ção de maior quantidade de leite e carne mais saborosa. Fig. 10 – A terapia gênica.

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15. O teste do DNA


Trata-se do teste máximo de identificação do DNA, usado, por exemplo, em criminologia para mostrar se o
material genético existente em uma gota de sangue, encontrada no local do crime, coincide com o sangue de um sus-
peito; também é usado em caso de paternidade duvidosa.
A técnica de fingerprinting de DNA, descoberta pelo inglês Alec Jeffreys em 1984, baseia-se no fato de que, ao lado
das sequências de nucleotídeos correspondentes aos genes conhecidos (muito semelhantes em todos os indivíduos
normais), existem outras de sequências idênticas, chamadas DNA repetitivo. O comprimento e o número dessas
repetições são idênticos para cada indivíduo. No DNA extraído do sangue, sêmen ou qualquer outro tecido, pode-se
expressar, por meio de uma complicada técnica, o DNA repetitivo, na forma de um código de barras que é diferente
para cada indivíduo (exceto nos gêmeos univitelinos). Em criminologia, faz-se uma comparação entre o fingerprinting
de DNA obtido de células (sangue, sêmen, pelos etc.) advindas do crime e o das células do suspeito. A coincidência dos
padrões identifica o criminoso. Nos casos de análise de parentesco, leva-se em conta que: metade das bandas que
constituem o fingerprinting de um indivíduo é herdada da mãe, e a outra, do pai. Ao comparar as bandas do filho com
sua mãe, podem-se eliminar as que são semelhantes, restando as que foram herdadas do pai. Se todas as bandas de
origem paterna coincidirem com as do suposto pai, a identificação da paternidade será positiva (Fig. 11).

Fig. 11 – O código genético da criança é uma combinação entre os códigos da mãe e do pai verdadeiro (o número 1).

Observe, a seguir, outro exemplo tirado da Medicina


Legal:
É a totalidade do material genético de um organismo.
No caso da espécie humana, é constituído pelo DNA
existente nos 46 cromossomos, contidos no núcleo da
célula. O Projeto Genoma Humano (PGH) foi um em-
preendimento internacional, que durou 13 anos e teve os
seguintes objetivos:
1. determinar a sequência de bases nitrogenadas (A,
C, G e T) que compõem o DNA humano;
2. identificar e mapear os genes da espécie humana;
3. armazenar essas informações em bancos de dados
e torná-las acessíveis para pesquisas biológicas.
A → Amostra de DNA obtida do sêmen colhido na vagina de uma mulher O sequenciamento dos 3,2 bilhões de bases do DNA
violentada.
B e C → Amostras obtidas no sangue de dois suspeitos. É evidente que B é o levou à identificação de 25 000 genes, número relativa-
criminoso. mente pequeno, já que estimativas anteriores calculavam de
60 000 a 100 000 genes. Apenas 5% das bases do DNA
16. A genética molecular atual entram na composição dos genes e codificam proteínas. Os
Na era dos “omas”, o dogma central da genética mo- 95% restantes constituem o junk DNA (DNA lixo), que não
lecular pode ser assim escrito: apresenta função conhecida, sendo interpretado como um
resquício do processo evolutivo da espécie humana. Em-
GENOMA → TRANSCRIPTOMA → PROTEOMA →
bora 99% dos genes tenham sido mapeados, a função da
→ METABOLOMA → FENÓTIPO maioria deles é totalmente desconhecida; não se sabe como
são transcritos, que proteínas codificam e como elas atuam.

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Transcriptoma é o conjunto completo de moléculas


de RNAm transcritos e presentes em determinado estágio
É o grau de manifestação de um gene. Quando um
do desenvolvimento celular. O transcriptoma identifica
gene tem expressividade variável, sua manifestação não
os genes atuantes em determinado estágio do ciclo
é a mesma em todos os seus portadores. Nos seres
celular.
humanos, a polidactilia (mais do que cinco dedos na mão
Proteoma é o conjunto de todas as proteínas presen-
ou no pé) é consequência de um gene dominante (P). A
tes em um organismo, bem como o conhecimento de suas
condição normal (pentadactilia) é determinada pelo
estruturas e funções.
genótipo recessivo (pp). Indivíduos portadores do gene P
Metaboloma é o conhecimento parcial ou total dos
(PP ou Pp) podem ter sua expressão apenas numa das
processos metabólicos de um organismo que são respon-
mãos ou somente nos pés e não nas mãos.
sáveis pelos fenótipos. Saliente-se que, em determinado
organismo, o genoma é o mesmo em todas as células,
mas, devido à expressão diferencial dos genes, os demais
18. Células-tronco
variam no ciclo de uma célula e nos diferentes tipos
celulares, como se observa no seguinte exemplo:
São células totipotentes, capazes de extensiva proli-
feração, gerando outras células-tronco ou então células
que se diferenciam dos demais tipos celulares. Existem
dois tipos de células-tronco: embrionárias e adultas.

17. Penetrância e São retiradas de um blastocisto, estágio embrionário


expressividade do gene com cinco dias, constituído por um aglomerado de 100 a
200 células, capazes de originar todos os tecidos de um
adulto. Modelos animais confirmam que essas células
É a capacidade de um gene se manifestar, ou seja, podem ser cultivadas e multiplicadas indefinidamente
expressar ou não o respectivo fenótipo. Dizemos que um em laboratório, sem perder a capacidade de se diferenciar
gene possui penetrância completa quando 100% de seus em células adultas.
portadores expressam o fenótipo por ele determinado.
Quando a frequência de expressão de um gene é menor
do que 100%, isto é, quando alguns indivíduos são porta-
São encontradas no corpo de um indivíduo; as mais
dores do gene e não o expressam, diz-se que a pene-
conhecidas são as da medula óssea, chamadas de célu-
trância é incompleta, sendo avaliada pela porcentagem
las-tronco hematopoiéticas, capazes de produzir hemá-
dos portadores do gene que expressam o fenótipo
cias e leucócitos.
correspondente. Assim, se encontrarmos em apenas 80%
dos portadores de um gene o fenótipo correspondente,
esse gene tem uma penetrância de 80%. Na figura 12,
aparece um caso de heredopatia determinada por um A clonagem pode ser reprodutiva ou terapêutica. Na
gene dominante. Observe que II-4 apresenta o gene, pois primeira, que originou Dolly, por exemplo, o núcleo de
o transmite para III-4, embora não o manifeste. uma célula somática foi inserido num óvulo anucleado
que, entrando em divisão, produziu um indivíduo conhe-
cido como clone. Na clonagem terapêutica, o embrião
chega ao estágio de blastocisto, mas não é colocado no
útero, e sim usado para a extração de células-tronco
geneticamente idênticas às do doador.
Assim, a partir de uma célula somática de um indivíduo
X, obtemos células-tronco que podem originar qualquer
tipo de célula de X. Desse modo, uma célula-tronco
embrionária pode produzir hepatócitos capazes de
regenerarem o fígado de um indivíduo acometido por
cirrose; ou então, diferenciada em miocárdio, a célu-
la-tronco pode regenerar a área necrosada de um coração
Fig. 12 – Heredograma com penetrância. infartado (Fig. 13).

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Fig. 14 – A necrose.

O termo apoptose vem do grego e significa o ato de


cair, usado para a queda de folhas, flores e frutos, pro-
cesso normal que não causa a morte da árvore. Na apop-
tose, também conhecida como morte programada, a cé-
lula encolhe, destacando-se das células vizinhas. A mem-
brana e os organoides não são afetados, mas, no núcleo,
uma enzima (nuclease) desintegra o DNA e, consequen-
temente, os cromossomos. Finalmente, a célula se desin-
tegra em fragmentos que são englobados por macrófa-
gos, não ocorrendo os processos inflamatórios (Fig. 15).

Fig. 13 – Obtenção e diferenciação de células-tronco.

Fig. 15 – A apoptose.
19. Apoptose
Exemplos de apoptose
• Ao se transformar em sapo adulto, o girino eli-
Existem dois processos que provocam a morte mina, por apoptose, as células da cauda e das brânquias.
celular: necrose e apoptose. • Numerosas células sofrem apoptose quando uma
Necrose é a morte patológica ou acidental de uma lagarta se transforma em borboleta.
célula, impedida de realizar suas funções vitais. A
• No embrião humano, a apoptose elimina as mem-
necrose pode ser causada por agentes externos, físicos ou
branas interdigitais.
químicos, como toxinas, falta de oxigênio, temperaturas
extremas e traumas. Também tem origem biológica • Na pele humana, a camada mais externa é for-
quando é causada por vírus e bactérias. O núcleo não se mada por células mortas por apoptose e queratinizadas.
modifica; organoides e especialmente as mitocôndrias
são danificados, impedindo o controle interno, principal- Comando genético
mente em relação à permeabilidade seletiva. Água e íons, As primeiras evidências da regulação gênica na
normalmente bombeados para fora, persistem no cito- apoptose vieram do estudo meticuloso do nematoide
plasma, de maneira que a célula incha, provocando a rup- Caenorhabditis elegans, por ter o corpo formado apenas
tura da membrana plasmática. O conteúdo celular, rico por 1 090 células, das quais 131 morrem durante o
em proteases e toxinas, extravasa, afetando as células desenvolvimento. Estudos confirmaram que a morte das
vizinhas e causando processos inflamatórios (Fig. 14). 131 células é condicionada por dois genes chamados cde
(cell-death abnormal – fonte: Revista Nature).

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Apoptose e doenças
Qualquer problema acarretando a falta ou o excesso BIOFARMACÊUTICOS
de apoptose pode ser a causa de doenças. Apoptose
excessiva provoca doenças neurovegetativas, como o Biofarmacêuticos são produtos farmacêuticos
mal de Parkinson e o de Alzheimer. Já a ausência de produzidos por engenharia genética. Antes do
apoptose pode causar o Lúpus eritematoso sistêmico, evento do DNA recombinante, proteínas biofar-
uma doença autoimune, na qual o sistema imunológico macêuticas, como a insulina e os hormônios de
ataca o próprio organismo, acarretando vasculite, crescimento, eram obtidas, respectivamente, a
degeneração do colágeno e nefrite. partir de tecidos do pâncreas e da hipófise, por
meio de processos onerosos, com o risco de serem
contaminados por agentes infecciosos, como os
20. Herança extranuclear vírus. Atualmente, graças à biotecnologia, genes
A herança extranuclear é determinada pelos genes humanos são introduzidos em organismos
contidos nos organoides celulares que possuem DNA transgênicos, que fabricam esses produtos farma-
próprio, como é o caso de mitocôndrias e cloroplastos. cêuticos. Na tabela a seguir, citamos alguns desses
Por conterem DNA é que esses organoides possuem a produtos.
capacidade de autoduplicação. De acordo com a teoria
proposta por Lynn Margulis, mitocôndrias e cloroplastos
se originaram de primitivas bactérias que foram Biofarmacêuticos Tratamento
englobadas por células eucarióticas. O DNA
mitocondrial (DNAmt) e o DNA do cloroplasto Insulina Diabete
(DNAcp) possuem estrutura circular e fita dupla e são
herdados a partir do citoplasma do óvulo e da oosfera, Eritropoetina Anemia
respectivamente. No caso humano, sabemos que as
mitocôndrias do espermatozoide não penetram no óvulo Hormônio de crescimento Nanismo
e mutações no DNAmt causam doenças. O DNAmt é um
padrão de herança materna ou matrilinear, ou seja, é Fator VIII de coagulação Hemofilia A
idêntico em todos os familiares por parte de mãe. A
análise do DNAmt já solucionou casos de genética
forense, como a identificação de pessoas mortas ou
desaparecidas, por comparação com os parentes.

A sequência seguinte indica de maneira simplificada os Resolução


passos seguidos por um grupo de cientistas para a O clone tem as características da vaca W, por ser a doadora do
clonagem de uma vaca: material genético.
I. Retirou-se um óvulo da vaca Z. O núcleo foi desprezado, obten- Resposta: B
do-se um óvulo anucleado.
II. Retirou-se uma célula da glândula mamária da vaca W. O núcleo foi 2. Se a vaca Y, utilizada como “mãe de aluguel”, for a mãe biológica
da vaca W, a porcentagem de genes da “mãe de aluguel” presente
isolado e conservado, desprezando-se o resto da célula.
no clone será
III. O núcleo da célula da glândula mamária foi introduzido no óvulo anu-
a) 0% b) 25% c) 50% d) 75% e) 100%
cleado. A célula reconstituída foi estimulada para entrar em divisão. Resolução
IV. Após algumas divisões, o embrião foi implantado no útero de uma Se a vaca W for filha da vaca Y, W terá metade dos genes de Y.
terceira vaca Y, mãe de aluguel. O embrião se desenvolveu e deu Portanto, o clone de W terá metade do patrimônio genético de Y.
origem ao clone. Resposta: C

1. Considerando-se que os animais Z, W e Y não têm parentesco,


pode-se afirmar que o animal resultante da clonagem tem as
características genéticas da(s) vaca(s)
a) Z, apenas. b) W, apenas. c) Y, apenas.
d) Z e W, apenas. e) Z, W e Y.

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3. Na tecnologia do DNA recombinante são utilizadas enzimas bac- 6. (UNESP) – Considere o cartum.
terianas que têm a propriedade de cortar a molécula de DNA em
pontos específicos, o que permite, por exemplo, que genes
humanos que codificam proteínas de interesse médico ou
comercial sejam extraídos, clonados em bactérias ou vírus, e
depois transferidos para animais de laboratório, que passam a
produzir sistematicamente tais proteínas.

Pergunta-se:
a) Qual é o nome genérico que se dá a essas enzimas?
b) Na natureza, qual deve ser o papel desempenhado por elas?
c) Como são chamados os pontos específicos, cortados pelas
enzimas?
d) Como são chamados os organismos que recebem e incor-
poram genes de outra espécie?

4. (UERJ) – A indústria de flores movimenta bilhões de dólares por


ano e está continuamente buscando criar variedades, como uma
rosa azul. Pelos métodos tradicionais, não é possível obter rosas
dessa cor, pois a enzima que sintetiza esse pigmento está ausen-
te nas roseiras. As petúnias, entretanto, possuem tal enzima.
Encontra-se em fase de teste uma técnica que possibilita inserir De maneira bem humorada e com certo exagero, a figura faz
em células de roseira o gene da petúnia responsável pela codifi- referência aos
cação da enzima que produz o pigmento azul. a) organismos transgênicos, nos quais genes de uma espécie são
a) Cite o tipo de célula indiferenciada de roseira que, com o transferidos para outra espécie de modo que esta última
objetivo de produzir rosas azuis, seria o indicado para receber expresse características da primeira.
esse gene e justifique sua resposta. b) organismos geneticamente modificados, nos quais técnicas de
b) Suponha que, em vez de ser introduzido o gene da petúnia que engenharia genética permitem que se manipulem genes da
define a cor azul, fossem inseridas cópias de seu RNA própria espécie, fazendo-os expressar características desejáveis.
mensageiro. c) animais híbridos, obtidos a partir do cruzamento entre indivíduos
Indique se há ou não possibilidade de produção de rosas azuis de espécies diferentes, o que permite que características de
nesse caso e justifique sua resposta. uma espécie sejam expressas por espécies não aparentadas.
d) animais obtidos por seleção artificial, a partir da variabilidade
obtida por acasalamentos direcionados, processo que permite
ao homem desenvolver em espécies domésticas caracterís-
5. Na Engenharia Genética, a técnica de DNA recombinante vem ticas de interesse comercial.
sendo utilizada na pesquisa e no desenvolvimento, por exemplo, e) animais resultantes de mutação gênica, mecanismo a partir do
qual os indivíduos da espécie produzem novas características,
de vacinas e medicamentos.
em resposta às necessidades impostas pelo ambiente.
O esquema a seguir apresenta algumas etapas dessa técnica.
7. Considere os seguintes tipos de células humanas: epitelial, ner-
vosa e secretora. As diferenças nas formas que apresentam e nas
funções que exercem devem-se
a) à eliminação de parte do seu material genético no processo de
diferenciação celular.
b) à ativação e inativação de diferentes genes em cada um dos
tipos de célula.
c) ao fato de cada tipo de célula ter um código genético diferente.
d) a respostas aos ambientes diferentes em que se desenvolvem.
e) à expulsão seletiva de diferentes organelas que ocorre em
cada um dos tipos de célula.

8. A biotecnologia tornou possível a transferência de material gené-


tico entre os mais diversos organismos. Os conhecimentos da
área são aplicados com sucesso na produção industrial da insulina
e do hormônio de crescimento, que são administrados a pacien-
tes de todo o planeta.
Sobre a produção de organismos geneticamente modificados, é
correto afirmar:
Citar as enzimas que atuam, respectivamente, nas etapas I, II e III. a) Fragmentos de DNA exógeno são inseridos no genoma de
células hospedeiras por meio de plasmídeos.
b) O genoma exógeno é inserido no núcleo hospedeiro por meio
de vetores proteicos, conhecidos como plasmídeos.

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c) O DNA gênico endógeno é inserido no núcleo de células hos- 12. (UFRJ) – A hipótese sobre a origem das células eucarióticas com
pedeiras por meio de plasmídeos funcionais. maior número de adeptos é a hipótese da endossimbiose
d) O DNA endógeno é transferido para genomas hospedeiros sequencial, proposta pela bioquímica Lynn Margulis. De acordo
por meio de plasmídeos mitocondriais. com essa hipótese, podemos dizer que as células dos animais
têm dois genomas e as das plantas têm três; nos dois casos, os
e) Fragmentos de genes exógenos são inseridos no genoma das
genomas funcionam de forma integrada.
células hospedeiras por meio de plastídios nucleares. Identifique em quais organelas das células dos animais e das
plantas estão localizados esses genomas.
9. (MACKENZIE) – Atualmente, os alimentos transgênicos repre-
sentam um tema de grande discussão. A esse respeito, conside-
re as seguintes afirmações. 13. (ENEM) – Um instituto de pesquisa norte-americano divulgou
I. Trata-se de alimentos sintéticos, fabricados com produtos ge- recentemente ter criado uma “célula sintética”, uma bactéria
neticamente modificados. chamada de Mycoplasma mycoides. Os pesquisadores mon-
II. Pode-se gerar um animal transgênico que tenha a capacidade taram uma sequência de nucleotídeos, que formam o único cro-
de produzir maior quantidade de leite com menor taxa de gor- mossomo dessa bactéria, o qual foi introduzido em outra espécie
dura. de bactéria, a Mycoplasma capricolum. Após a introdução, o
III. Não se sabe quais serão as possíveis consequências da inges- cromossomo da M. capricolum foi neutralizado e o cromossomo
tão desses alimentos. artificial da M. mycoides começou a gerenciar a célula,
IV. Os ecologistas temem que as plantas transgênicas possam produzindo suas proteínas.
afetar o equilíbrio ecológico.
(Gilbson et al. Creation of a Bacterial Cell Controlled by a Chemically
Estão corretas: synthesized Genome. Science, v. 329, 2010. Adaptado.)
a) I, II, III e IV. b) I, II e IV, apenas. c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas. e) II, III e IV, apenas. A importância dessa inovação tecnológica para a comunidade
científica se deve à
a) possibilidade de sequenciar os genomas de bactérias para
10. (UNESP) – A primeira liberação comercial de uma planta serem usados como receptores de cromossomos artificiais.
transgênica no Brasil foi a soja RR, da Monsanto. O principal b) capacidade de criação, pela ciência, de novas formas de vida,
argumento apresentado pela CNTBio para sua liberação foi que utilizando substâncias como carboidratos e lipídios.
se tratava de espécie autógama (autofecundação) e sem c) possibilidade de produção em massa da bactéria Mycoplasma
parentes silvestres no Brasil. Já a segunda e última liberação, do capricolum para sua distribuição em ambientes naturais.
algodão BT, também da Monsanto, tratou-se de uma espécie d) possibilidade de programar geneticamente micro-organismos
alógama (fecundação cruzada) com parentes silvestres no Brasil. ou seres mais complexos para produzir medicamentos,
(Painel do Leitor, Folha de S.Paulo, 2 mar. 2006.) vacinas e combustíveis.
a) O que são plantas transgênicas e por que elas são de inte- e) capacidade da bactéria Mycoplasma capricolum de expressar
resse comercial? suas proteínas na bactéria sintética e estas serem usadas na
b) No que se refere ao eventual impacto ecológico consequente indústria.
da introdução de plantas transgênicas no meio ambiente, qual a
diferença entre a planta ser autógama e sem parentes silvestres
no Brasil e ser alógama e com parentes silvestres no Brasil? 14. A figura que se segue apresenta o padrão de bandas, similar ao
código de barras usado no comércio, de 19 locos distintos, de 6
indivíduos, identificados de 1 a 6.
11. (UNICAMP) – Testes de paternidade comparando o DNA pre-
sente em amostras biológicas são cada vez mais comuns e são
considerados praticamente infalíveis, já que apresentam 99,99%
de acerto. Nesses testes podem ser comparados fragmentos do
DNA do pai e da mãe com os do filho. Um teste de DNA foi
solicitado por uma mulher que queria confirmar a paternidade dos
filhos. Ela levou ao laboratório amostras de cabelos dela, do
marido, dos dois filhos e de um outro homem que poderia ser o
pai. Os resultados obtidos estão mostrados na figura a seguir.

Analise a figura e responda:


a) Quais indivíduos correspondem a gêmeos monozigóticos?
b) Justifique.

15. A proibição do aborto não decorre da concepção religiosa de que


a vida deve ser protegida porque provém de Deus, mas da
constatação científica de que o feto é individualidade diferente da
mãe que o gera, porque tem DNA próprio, não se confundindo
com o do pai ou o da mãe.

(Folha de S.Paulo, 28 mai. 2007.)


a) Que resultado a análise mostrou em relação à paternidade do
filho 1? E do filho 2? Justifique. Que argumento pode ser usado para justificar que o feto tem
b) Num teste de paternidade, poderia ser utilizado apenas o DNA DNA próprio, que não é igual ao do pai ou ao da mãe?
mitocondrial? Por quê?

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16. (UNESP) – Respondendo a uma questão sobre a possibilidade de 19. (FUVEST)


se clonarem animais para livrá-los de extinção, um cientista apre- TESTE DE DNA CONFIRMA PATERNIDADE DE
senta duas técnicas, I e lI, que poderiam ser usadas e que estão BEBÊ PERDIDO NO TSUNAMI
descritas a seguir. Um casal do Sri Lanka que alegava ser os pais de um bebê en-
Técnica I contrado após o tsunami que atingiu a Ásia, em dezembro, obteve
a confirmação do fato através de um exame de DNA. O menino,
1. Uma fêmea (animal X) é estimulada com hormônios a produzir que ficou conhecido como “Bebê 81” por ser o 81.° sobrevivente
vários óvulos. a dar entrada no hospital de Kalmunai, era reivindicado por nove
2. Essa fêmea é então inseminada artificialmente. casais diferentes.
3. Após alguns dias, os zigotos são retirados da fêmea e dividi- (Folha Online, 14 fev. 2005. Adaptado.)
dos em dois.
4. Cada metade é reimplantada no útero de outra fêmea (recep- Algumas regiões do DNA são sequências curtas de bases nitroge-
tora), da mesma espécie, gerando um novo animal. nadas que se repetem no genoma, e o número de repetições
dessas regiões varia entre as pessoas. Existem procedimentos
Técnica lI que permitem visualizar essa variabilidade, revelando padrões de
fragmentos de DNA que são “uma impressão digital molecular”.
1. Células somáticas são retiradas do corpo de um animal Não existem duas pessoas com o mesmo padrão de fragmentos
(animal Y), das quais são retirados os núcleos. com exceção dos gêmeos monozigóticos. Metade dos frag-
2. Óvulos não fecundados são retirados de um segundo animal mentos de DNA de uma pessoa é herdada de sua mãe e metade,
(animal Z). O núcleo de cada um desses óvulos é retirado. de seu pai.
3. O núcleo retirado da célula somática do animal Y é implantado Com base nos padrões de fragmentos de DNA representados a
no óvulo sem núcleo do animal Z. A nova célula assim forma- seguir, qual dos casais pode ser considerado como pais biológicos
da começa a se dividir formando um embrião. do Bebê 81?
4. O embrião é reimplantado no útero de um terceiro animal
(animal W) dando origem a um novo animal.
Pergunta-se:
a) Todos os animais produzidos pela técnica I são genotipica-
mente iguais ao animal X? Justifique.
b) O novo animal formado pela técnica II pode ser chamado
“clone” do animal Y, Z ou W? Justifique.

17. (UNESP) – Um casal e seus três filhos foram submetidos ao teste


de DNA e o resultado está ilustrado na figura a seguir.

20. Os projetos genomas que estão sendo desenvolvidos em centros


de pesquisas de vários países empenham-se, no momento, em
descobrir
a) a interação dos genes.
b) a expressão dos genes, isto é, como eles agem.
c) a sequência exata de nucleotídeos de cada gene.
d) quais nucleotídeos servem de molde para a síntese de RNAm.
e) como ocorrem a duplicação e as mutações dos nucleotídeos.

21. (UERJ) – Células adultas removidas de tecidos normais de uma


pessoa podem ser infectadas com certos tipos de retrovírus ou
com adenovírus geneticamente modificados, a fim de produzir as
denominadas células-tronco induzidas. Essa manipulação é feita
com a introdução, no genoma viral, de cerca de quatro genes reti-
Diante das informações apresentadas, pode-se concluir que rados de células embrionárias humanas, tornando a célula adulta
a) os três são filhos biológicos do casal. indiferenciada. O uso terapêutico de células-tronco induzidas, no
b) apenas um é filho biológico do casal. entanto, ainda sofre restrições.
c) apenas dois são filhos biológicos do casal. Observe a tabela a seguir:
d) o homem não é pai biológico de nenhum dos filhos. Consequências do uso de células-tronco em geral
e) a mulher não é a mãe biológica dos filhos.
1. regeneração de qualquer tecido
18. (UNlCAMP) – Em julho de 1997, pesquisadores anunciaram o 2. regeneração de poucos tecidos
nascimento da ovelha Dolly, considerada o primeiro clone de ma- 3. indução impossível de outras doenças
mífero gerado artificialmente. Um dos objetivos dessa pesquisa é
4. indução possível de outras doenças
a melhoria da pecuária, através da formação de rebanhos homo-
gêneos. Clones, no entanto, ocorrem naturalmente no cotidiano, 5. compatibilidade imunológica
lembra o geneticista Ademar Freire Maia em um artigo do Bole- 6. rejeição imunológica
tim Germinis do Conselho Federal de Biologia, de mai./jun. de
1997. Células-tronco induzidas originárias de um paciente, se usadas
a) Qual seria a desvantagem biológica de um rebanho de clones? nele próprio, apresentariam as consequências identificadas pelos
b) Dê um exemplo de clone que ocorre naturalmente. Justifique. números:
a) 1, 3 e 6. b) 1, 4 e 5. c) 2, 3 e 5. d) 2, 4 e 6.

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22. (PUC-RJ) – A ovelha Dolly, primeiro clone animal oficialmente de- b) 100% dos genes nucleares de Booger, 50% do genes
clarado, após adulta foi acasalada com um macho não aparentado. mitocondriais da fêmea pit bull e 50% dos genes
Desse cruzamento resultou o nascimento de um filhote com mitocondriais da fêmea na qual ocorreu a gestação.
características “normais”. Este filhote: c) 100% dos genes nucleares de Booger, 50% dos genes
a) é geneticamente idêntico à sua mãe, a ovelha Dolly. mitocondriais de Booger, 50% do genes mitocondriais da
b) é geneticamente igual à sua avó, mãe da ovelha Dolly. fêmea pit bull e nenhum material genético da fêmea na qual
c) não tem nenhum patrimônio genético de seu pai. ocorreu a gestação.
d) tem todo seu patrimônio genético herdado de seu pai. d) 50% dos genes nucleares de Booger, 50% dos genes nu-
e) tem parte do material genético de seu pai e parte de sua mãe. cleares da fêmea pit bull e 100% dos genes mitocondriais da
fêmea na qual ocorreu a gestação.
23. (UERJ) – Os conhecimentos atuais de biologia celular, biologia e) 50% dos genes nucleares de Booger, 50% dos genes
molecular e engenharia genética podem, muitas vezes, estabe- nucleares e 50% dos genes mitocondriais da fêmea pit bull e
lecer com segurança o parentesco entre pessoas, mesmo quando 50% dos genes mitocondriais da fêmea na qual ocorreu a
elas pertencem a gerações afastadas entre si. gestação.
O heredograma abaixo mostra os descendentes do casal João e
Maria. 26. (UNIFESP) – Em abril de 2005, a revista Pesquisa FAPESP refor-
çava a importância da aprovação da Lei de Biossegurança para as
pesquisas brasileiras com células-tronco e, ao mesmo tempo,
ponderava:
Nos últimos anos, enquanto os trabalhos com células-tronco em-
brionárias de origem humana permaneciam vetados, os cientistas
brasileiros não ficaram parados. Fizeram o que a legislação permitia:
desenvolveram linhas de pesquisa com células-tronco de animais e
células-tronco humanas retiradas de tecidos adultos, em geral de
medula óssea e do sangue de cordão umbilical.
Atualmente, de toda essa família, apenas Maria e todos os seus (...) Não há evidências irrefutáveis de que as células-tronco
bisnetos estão vivos, e se apresentaram para a identificação de adultas possam exibir a mesma plasticidade das embrionárias. (...)
herdeiros do casal citado. Por não haver documentos legais Menos versáteis que as embrionárias, as células-tronco adultas têm
comprobatórios da relação de parentesco, nem ser possível a uma vantagem: parecem ser mais seguras. Nas terapias expe-
coleta de material genético dos membros falecidos da família, foi rimentais são injetadas nos pacientes células-tronco extraídas, em
utilizada, dentre outras, a técnica de identificação por meio do geral, deles mesmos.
estudo do DNA extranuclear.
(Marcos Pivetta.
Indique o número de:
Disponível em: <www.revistapesquisa.fapesp.br>. Adaptado.)
a) bisnetos do sexo masculino e do sexo feminino que poderiam
ser identificados com aproximadamente 100% de certeza, por Considerando o texto da revista, responda:
técnicas que determinam a homologia entre amostras de DNA a) O que se quer dizer ao se afirmar que as células-tronco adultas
extranuclear, e justifique sua resposta; são “menos versáteis que as embrionárias”?
b) netos e bisnetos de João e Maria que possuíram ou possuem b) Qual a vantagem de se injetar nos pacientes células-tronco
o cromossomo Y idêntico ao de João e justifique sua resposta. extraídas deles mesmos?
24. (UEMS) – Um cientista tentou sintetizar in vitro uma molécula
27. (UFU) – Dentre as aplicações atuais da genética molecular, temos
proteica partindo do RNA mensageiro das células de uma galinha,
os testes de identificação de pessoas por meio do DNA. Essa
com o RNA transportador das células de uma bactéria, os ribosso-
técnica, que pode ser usada para identificar suspeitos em investi-
mos das células de um gafanhoto e os aminoácidos ativados das
gações policiais, consiste em detectar e comparar sequências re-
células de uma vaca. Supondo que o cientista tenha obtido êxito
petitivas ao longo de trechos da molécula de DNA, regiões conhe-
em seu experimento, a proteína produzida teria sua estrutura cidas como VNTR (número variável de repetições em sequência).
primária idêntica à
a) da vaca.
b) da bactéria.
c) da galinha.
d) do gafanhoto.
e) uma mistura de todos os componentes.

25. (UNESP) – Empresa coreana apresenta cães feitos em clonagem


comercial. Cientistas sul-coreanos apresentaram cinco clones de
um cachorro e afirmam que a clonagem é a primeira realizada
com sucesso para fins comerciais. A clonagem foi feita pela
companhia de biotecnologia a pedido de uma cliente norte-ame-
ricana, que pagou por cinco cópias idênticas de seu falecido cão
pit bull chamado Booger. Para fazer o clone, os cientistas
utilizaram núcleos de células retiradas da orelha do pit bull
original, os quais foram inseridos em óvulos anucleados de uma
fêmea da mesma raça, e posteriormente implantados em
barrigas de aluguel de outras cadelas.
(Correio do Brasil, 5 ago. 2008. Adaptado.)

Pode-se afirmar que cada um desses clones apresenta


a) 100% dos genes nucleares de Booger, 100% dos genes
mitocondriais da fêmea pit bull e nenhum material genético da
fêmea na qual ocorreu a gestação.

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A figura anterior ilustra os padrões de VNTR de quatro pessoas 32. (PUCCamp) – Considere os seguintes fatos:
envolvidas (uma vítima (V) e 3 suspeitos (S1, S2 e S3) em uma in- I. uma célula do miocárdio morta por falta de oxigênio durante
vestigação policial e de uma prova (P) coletada no local do crime. um ataque cardíaco;
Considerando as afirmações e a figura apresentada, responda: II. uma célula morta pelas toxinas produzidas por bactérias
a) A qual dos suspeitos (S1, S2 e S3) pertence a prova (P)? invasoras;
Justifique a sua resposta. III. uma célula da camada germinativa da epiderme, que morre e
b) Que tipo de material pode ser coletado e servir de prova em sofre queratinização.
um caso como esse? A apoptose ou morte programada das células é verificada
c) Por que os resultados desse tipo de análise têm alto grau de somente em
confiabilidade? a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III.

28. (UFTM) – Um experimento pioneiro foi realizado em dezembro de 33. (UFF) – Os estudos de evolução humana utilizam frequentemente
2001 por médicos do Pró-Cardíaco em convênio com a Universi- como alvo para análise molecular o DNA mitocondrial, devido a
dade Federal do Rio de Janeiro e Instituto do Coração do Texas. sua herança exclusivamente materna.
Os médicos retiraram células-tronco da medula óssea dos pacien- Assinale a alternativa que descreve o papel do DNA mitocondrial
tes e as reintroduziram em vários pontos deficientes do coração na fisiologia da célula.
por meio de um cateter. O objetivo era testar a capacidade das a) Conter informações para a síntese de enzimas mitocondriais.
células-tronco em restaurar artérias e recuperar o coração de b) Fornecer informações para proteínas envolvidas na contração
seres humanos. Segundo os médicos, dos quatro pacientes, dois mitocondrial, durante a respiração celular.
conseguiram recuperação de 100%, um teve melhora de 60% e c) Fornecer energia à célula pelo ciclo de Krebs.
apenas um deles não obteve resultado significativo. d) Conter informações para a síntese de enzimas da via
A restauração do tecido cardíaco doente resulta do fato de as glicolítica.
células-tronco poderem e) Fornecer informações para a duplicação do DNA nuclear.
a) recombinar genes funcionais com as células do tecido, res-
tabelecendo a síntese de proteínas necessárias à recuperação 34. (FGV) – Mama África não é só refrão de reggae. Um estudo pu-
do tecido doente. blicado hoje na revista Nature acaba de confirmar que o homem
b) inserir nas células cardíacas genes da medula óssea, em subs- moderno surgiu mesmo no continente africano e começou a se
tituição aos genes alterados do tecido doente. espalhar pelo mundo em algum momento ao redor de 52 mil
c) se diferenciar em tecidos funcionais, em substituição ao anos atrás. (...) Sequenciando o DNA _________ de 53 indivíduos
tecido doente. de várias regiões do planeta, a equipe de pesquisadores construiu
d) induzir nas células do tecido cardíaco mutações capazes de uma árvore genealógica da espécie, cuja raiz se localiza no conti-
matar as células doentes. nente africano.
e) induzir a resposta imune do paciente, permitindo que anticor- O DNA _________ é uma ótima ferramenta para estudos de
pos específicos reconheçam e destruam o tecido doente. evolução. Como só é transmitido pela mãe, ele escapa ao
embaralhamento genético que acontece no momento da
29. (PUC-SP) – Pesquisas recentes indicam que segmentos de DNA fecundação.
dispostos entre os genes nos cromossomos, conhecidos por (Folha de S.Paulo, 7 dez. 2000.)
“DNA lixo”, teriam importante papel na regulação da atividade No texto original, parte dele acima reproduzida, constava o tipo de
gênica. Até o momento, sabe-se que tais segmentos podem DNA analisado pelos pesquisadores, aqui substituído por um es-
servir de molde na transcrição de moléculas. paço. O tipo de DNA a que o texto se refere é o
Esses segmentos de DNA a) DNA presente no cromossomo X.
a) são capazes de controlar a produção de RNA e estão presen- b) DNA presente na cromatina sexual, ou Corpúsculo de Barr.
tes em apenas algumas células do corpo. c) DNA da mitocôndria.
b) não são capazes de controlar a produção de RNA e estão pre- d) DNA do núcleo do óvulo.
sentes em apenas algumas células do corpo. e) DNA do gene do hormônio progesterona.
c) são capazes de controlar a produção de RNA, sendo trans-
mitidos de uma célula às suas filhas no processo de mitose. 35. (UERJ) – Experimentos recentes indicam que células-tronco reti-
d) não são capazes de controlar a produção de RNA e não são radas da medula óssea de um indivíduo adulto, portador de lesão
transmitidos de uma célula às suas filhas no processo de mitose. no miocárdio, puderam formar tecido normal quando implantadas
e) não são capazes de se replicar nem de controlar a produção de na região lesada do coração. As células-tronco podem ser retiradas,
RNA. também, de embriões em sua fase inicial de desenvolvimento.
A tabela abaixo informa as características de algumas variáveis
30. (UENF) – Em estudos que vêm sendo realizados em torno da varia- analisadas em células-tronco embrionárias e adultas.
bilidade genética em populações, as avaliações sobre o DNA mito-
condrial (mtDNA) e os marcadores do cromossomo Y fornecem va- Tipo de célula-tronco
liosas indicações a respeito dos padrões históricos de acasalamento. Variáveis
Explique por que, na espécie humana, Embrionária Adulta
a) as informações hereditárias contidas no cromossomo Y são
transmitidas exclusivamente pelo ancestral paterno. potencial de diferenciação
I todos alguns
b) as mitocôndrias do zigoto são todas originárias do ancestral em tecidos
materno.
homólogo
II tipo de implante possível homólogo
autólogo
31. (UNIFESP) – No artigo “Retrato molecular do Brasil” (Ciência
Hoje, 2001), Sérgio Penna, pesquisador da Universidade Federal dificuldade de cultivo em
de Minas Gerais, revelou que a contribuição dos europeus na III menor maior
laboratório
composição genética do povo brasileiro fez-se basicamente por
meio de indivíduos do sexo masculino, enquanto a contribuição Considerando o uso terapêutico das células-tronco, a alternativa
genética de povos indígenas e africanos deu-se por meio das que indica o tipo de célula que possui a característica mais
mulheres. Tais conclusões são possíveis com base em estudos vantajosa para as variáveis I, II e III, respectivamente, é:
moleculares, respectivamente, do DNA do cromossomo a) embrionária – adulta – adulta.
a) X e de autossomos. b) Y e de autossomos. b) adulta – embrionária – adulta.
c) Y e do cromossomo X. d) Y e mitocondrial. c) embrionária – adulta – embrionária.
e) X e mitocondrial. d) embrionária – embrionária – embrionária.

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36. (PUC-SP) – Organismos são ditos transgênicos quando, por téc- 40. (UNESP) – Um pesquisador descobriu que uma sequência errada
nica de Engenharia Genética, recebem e incorporam genes de de aminoácidos numa determinada enzima era a causa de uma
outra espécie, os quais podem ser transmitidos aos seus descen- grave doença em ratos. Supondo que fosse possível realizar uma
dentes. Exemplos desses organismos são as plantas transgê- terapia para corrigir permanentemente a sequência de aminoá-
nicas, receptoras de um gene de outro organismo (doador) que cidos, em que ponto do esquema esta terapia deveria atuar?
lhes confere resistência a certos herbicidas. Para que ocorra a Justifique.
síntese da proteína codificada pelo gene inserido no genoma da
espécie receptora, diversas condições devem ser observadas.
Entretanto, fundamentalmente, essa técnica é possível porque
a) cada organismo apresenta seu próprio código genético.
b) o código genético é comum a todos os seres vivos.
c) o código genético é degenerado.
d) a técnica permite trocar o código genético do organismo doa-
dor do gene.
e) a técnica permite trocar o código genético do organismo
receptor do gene.

37. (UFRJ) – Em uma experiência de reprodução com uma espécie


de mamífero, adotou-se o seguinte procedimento: fundiu-se o nú-
cleo de uma célula do indivíduo 1 com um óvulo, previamente anu-
cleado, do indivíduo 2. A célula assim formada foi implantada no
útero do indivíduo 3, desenvolveu-se e deu origem a um novo ser. 41. (FUVEST) – Na espécie humana, a síndrome de Waardenburg
Esse novo ser é geneticamente idêntico ao indivíduo 1, ao 2 ou ao tem herança autossômica dominante.
Em uma certa família, um dos afetados pela síndrome apresenta
3? Justifique sua resposta.
surdez e mecha branca nos cabelos escuros; outro afetado tem
38. No genoma do verme conhecido como Caenorhabditis elegans surdez, não tem mecha branca e apresenta um aumento da
foram identificados, no DNA desse animal, 97 milhões de pares distância entre os cantos internos dos olhos; já o terceiro afetado
de bases e cerca de 20 mil genes. Supondo que todos os genes possui a mecha branca, aumento da distância entre os cantos
mapeados codifiquem proteínas e que uma proteína possui, em internos dos olhos, mas não tem surdez.
média, 200 aminoácidos, calcule a porcentagem do genoma do Trata-se de um exemplo de
Caenorhabditis elegans representada pelas regiões codificadoras a) dominância negativa.
de proteínas. b) penetrância incompleta.
c) codominância.
39. (UFPE) – A identidade individual por meio de análise do DNA é d) expressividade variável.
muito segura. O esquema abaixo ilustra uma aplicação da técnica e) segregação independente.
conhecida como DNA fingerprint, cuja visualização se dá de forma
semelhante a um código de barra e que tem sido muito útil para 42. (MODELO ENEM) – Penetrância é a proporção de indivíduos de
a identificação de pessoas e para esclarecimento de dúvidas, um determinado genótipo que apresentam o fenótipo por ele
como, por exemplo, em testes de paternidade ou identificação de determinado em um certo conjunto de condições ambientais.
suspeitos de crimes. Pelo teste de paternidade esquematizado, Estudos realizados num certo país estimaram que a penetrância
pode-se concluir que a criança (C): do alelo dominante responsável pela polidactilia, mais de cinco
dedos nos pés ou nas mãos, é de, aproximadamente, 65%. Isso
quer dizer que
a) 65% das pessoas que apresentam o genótipo homozigoto não
manifestam a polidactilia.
b) 65% das pessoas que possuem o alelo para polidactilia não
manifestam a polidactilia.
c) 35% das pessoas apresentam o genótipo homozigoto e
manifestam a polidactilia.
d) 35% das pessoas que possuem o alelo para polidactilia não
manifestam a polidactilia.
e) 100% das pessoas podem manifestar ou não a polidactilia, já
que o alelo para polidactilia tem expressividade variável.

43. (UFRJ) – Considere uma anomalia provocada por um gene reces-


sivo (a). Mário e Elisa, que são normais como os seus pais e pos-
suem irmão afetado por essa anomalia, desejam saber qual é a
probabilidade de virem a ter um filho anômalo. Calcule essa pro-
babilidade, sabendo que o gene a possui uma penetrância de
50%.

44. (UT) – O padrão variegado de listras claras e escuras, típico da


M = mãe da criança. casca de feijão carioca, é condicionado por um alelo L, dominante
(C) = criança cuja paternidade é questionada. em relação ao alelo I, que, em homozigose, determina a pigmen-
P1, P2 e P3 = prováveis pais. tação homogênea da casca da semente, característica do feijão
mulatinho. No entanto, nem todas as sementes que possuem o
alelo L têm o padrão variegado e a penetrância é estimada em 95%.
a) é filha de P1. Assim, na progênie do cruzamento entre plantas heterozigóticas LI,
b) é filha de P2. a porcentagem esperada de sementes variegadas é
c) nem é filha de P1 nem de P2. a) 23,75%.
d) é filha de P3. b) 25%.
e) para ser filha de P2, teria que mostrar o mesmo padrão c) 47,50%.
genético deste. d) 71,25%.
e) 75%.

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45. As células-tronco andam povoando o noticiário e a imaginação dos 49) (FACID) – Aconselhamento genético é, por definição, um
cientistas há algum tempo. Sua utilidade no tratamento e na cura conjunto de técnicas que servem para o portador de qualquer
de doenças humanas e a questão ética envolvendo o seu uso doença hereditária e seus familiares conhecerem as consequên-
(pois há necessidade de destruir embriões humanos) são as cias e também a probabilidade de transmitirem essa doença para
razões principais para tantas discussões, tanto no meio científico os descendentes, bem como os métodos de prevenção e
como fora dele. alternativas de tratamento. Tais técnicas consistem na realização
A utilidade dessas células está relacionada à sua capacidade de de exames que possam detectar as doenças genéticas. Um
a) originar células de qualquer tecido. importante passo para posterior estudo é a montagem de
b) produzir células sem mutações gênicas. genealogias, que são representações gráficas do histórico familiar
c) produzir células que possam ser implantadas sem que haja de um indivíduo, como evidenciado a seguir.
rejeição.
d) dividir-se indiscriminadamente.
e) produzir células específicas de um determinado tecido.

46. (UNIFESP) – Em abril de 2003, a finalização do Projeto Genoma


Humano foi noticiada por vários meios de comunicação como
sendo a “decifração do código genético humano”. A informação,
da maneira como foi veiculada, está
a) correta, porque agora se sabe toda a sequência de nucleotí-
deos dos cromossomos humanos.
b) correta, porque agora se sabe toda a sequência de genes dos
cromossomos humanos.
c) errada, porque o código genético diz respeito à correspondên-
cia entre os códons do DNA e os aminoácidos nas proteínas.
d) errada, porque o Projeto decifrou os genes dos cromossomos
humanos, não as proteínas que eles codificam.
e) errada, porque não é possível decifrar todo o código genético,
existem regiões cromossômicas com alta taxa de mutação.

47. (VUNESP) – A teia artificial super-resistente criada nos qua-


drinhos do Homem-Aranha está mais próxima de virar realidade A respeito do caráter em questão, podemos afirmar que
pelas mãos de um grupo de cientistas dos EUA. Pesquisadores a) a anomalia é condicionada por genes holândricos de caráter
modificaram geneticamente bichos-da-seda para produzir fios dominante, portanto responsável pela diferenciação sexual
bem mais resistentes do que os atuais. Eles parecem ter após a determinação cromossômica do sexo no momento da
conseguido unir o melhor dos dois animais: a ampla produção dos concepção.
bichos-da-seda com propriedades das teias de aranha. Na área b) a genealogia reflete um caso de dominância incompleta em
médica, essa tecnologia poderia criar suturas e próteses mais que o homozigoto dominante não pode ser distinto do
resistentes. heterozigoto, pelo menos fenotipicamente.
c) esse caráter é transmitido por genes contidos no DNA
(Folha de S.Paulo, 5 jan. 2012. Adaptado.) mitocondrial e, caso ocorram mutações, estas podem vir a ser
repassadas à prole de ambos os sexos.
Sobre o assunto do texto, é correto afirmar que d) sofre determinação pela ação de genes complementares em
a) esse resultado só foi obtido porque os animais utilizados que se observa a interação de alelos dominantes de genes
pertencem à mesma classe. distintos produzindo um mesmo traço fenotípico.
b) o gene recebido pelos bichos-da-seda deve traduzir a síntese e) é um caso de letalidade com efeitos pleiotrópicos, uma vez
de uma quitina mais resistente. que cada indivíduo afetado apresenta ambos os genitores
c) de acordo com as propriedades do código genético, é afetados, conferindo padrão alossômico recessivo na
impossível ocorrer essa “mistura” genética. transmissão desses caracteres.
d) as aranhas são transgênicas, pois apresentam um RNA de
outra espécie.
e) os bichos-da-seda apresentam um segmento de DNA de outra 50. (UNESP) – A descoberta das enzimas de restrição sintetizadas
espécie. por bactérias abriu perspectivas para a área da biotecnologia. Isso
porque essas substâncias permitem
a) seccionar o DNA em pontos específicos e com isso separar
48. Uma anomalia genética é condicionada por b, gene autossômico genes de interesse.
e recessivo, cuja penetrância é de 60%. Num cruzamento entre b) seccionar segmentos proteicos em pontos específicos, para
dois heterozigotos (Bb x Bb), a frequência esperada de indivíduos obtenção de aminoácidos.
portadores da anomalia é de c) unir segmentos de DNA com moléculas proteicas, para
a) 15%. produzir medicamentos.
b) 25%. d) unir segmentos de RNA com moléculas de DNA, para produzir
c) 40%. organismos transgênicos.
d) 45%. e) unir segmentos de RNA no núcleo celular, para produzir
e) 60%. organismos mutantes.

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3) a) Enzimas de restrição ou endonucleases. 14) a) 1 é gêmeo monozigótico de 2; 5 é gêmeo monozigótico de 6;


b) Defender as bactérias contra bacteriófagos, restringindo a b) gêmeos monozigóticos resultam do mesmo ovo e,
multiplicação dos vírus. consequentemente, apresentam padrão de bandas do DNA
c) Palíndromos. idêntico entre si.
d) Transgênicos.
15) O DNA do feto não é totalmente igual ao do pai ou ao da mãe,
4) a) Célula germinativa ou célula meristemática. pois apresenta metade dos genes de origem paterna e a outra
Essa célula é precursora de todas as demais células de metade de origem materna.
uma planta. Logo, se ela possuir o gene da petúnia que
define a cor azul, a roseira que dela se originar também
apresentará o gene para a produção do pigmento azul. 16) a) Não. Devido à recombinação gênica que ocorre nos gametas,
b) Não há possibilidade. os animais produzidos apresentam genótipos diferentes.
Para que a expressão da enzima seja contínua, essa infor- b) É clone de Y, o fornecedor do genoma.
mação deve estar contida em um segmento de DNA, pois
os RNA mensageiros transcritos a partir desse gene não
17) O exame mostra que apenas 1 e 2 são filhos biológicos do
se replicam, sendo degradados ao final de algum tempo.
casal.
5) I – enzimas de restrição. Resposta: C
II – DNA ligase.
III – DNA polimerase. 18) a) Nos clones, organismos obtidos pela clonagem, o patri-
mônio genético é idêntico, ou seja, não existe variedade
6) A figura faz referência aos organismos transgênicos, os quais genética entre eles. No caso de ocorrência de uma adver-
recebem e expressam genes de outros seres vivos. sidade ambiental, por exemplo em uma epidemia virótica,
Resposta: A todos os componentes do rebanho seriam afetados.
b) A clonagem natural aparece na reprodução assexuada dos
7) Todas as células possuem os mesmos genes que podem ser
organismos unicelulares e pluricelulares. Um caso típico é
ativados ou inativados, do que resultam as diferentes
a poliembrionia, na qual a divisão de um zigoto origina os
características.
Resposta: B gêmeos univitelinos ou monozigóticos.

8) Os organismos geneticamente modificados recebem no seu 19) Todas as bandas de DNA presentes no Bebê 81 estão nos pais
genoma DNA exógeno. da alternativa C.
Resposta: A Resposta: C
9) I – Incorreta. Não são produtos sintéticos, mas sim produzidos
por organismos geneticamente modificados. 20) Genoma é a identificação da sequência de bases do DNA.
Resposta: E Resposta: C

10) a) São plantas que apresentam genes exógenos, os quais


conferem características desejáveis, como, resistência a 21) As células-tronco induzidas são semelhantes às embrionárias,
herbicidas, crescimento acelerado, desenvolvimento em porque têm o potencial de se transformar em qualquer tecido
solos salinos, maior produtividade etc. humano. Quando são originárias de um paciente e usadas
b) A planta autógama, ou seja, que se autofecunda, e sem nele próprio, não existe a possibilidade de rejeição, porém os
parentes silvestres oferece menor risco de impacto genes são introduzidos nas células por vírus que podem se
ecológico, pois dificilmente vai fecundar uma planta disseminar, possibilitando o surgimento de outras doenças.
silvestre ou ser fecundada por ela. A planta alógama, ou
Outro problema é que os genes utilizados podem se ativar
seja, que faz fecundação cruzada, e com parentes silves-
tres oferece maior risco de impacto, pois os genes descontroladamente, podendo originar tumores.
exógenos podem ser transmitidos para plantas silvestres, Resposta: B
alterando suas características.
22) Assim como qualquer indivíduo gerado por reprodução se-
11) a) O filho 1 é do outro homem, porque não há coincidência xuada, o filhote da ovelha Dolly, gerado por cruzamento com
de bandas do DNA com as do marido. um macho não aparentado, terá parte do material genético
O filho 2 é do marido, porque as barras são coincidentes.
do pai e parte do da mãe.
b) Não, porque o DNA mitocondrial tem apenas origem
materna. Resposta: E

12) Nos animais, há um genoma no núcleo das células e outro 23) a) 2 do sexo masculino e 2 do sexo feminino.
nas mitocôndrias. Nos vegetais, há um genoma no núcleo, Nas condições propostas, homologias entre amostras de
um na mitocôndria e outro no clorosplasto. DNA só seriam possíveis se fossem comparadas amostras
de origem mitocondrial. Como as mitocôndrias dos em-
13) A importância dessa inovação tecnológica para a comunidade
científica se deve à possibilidade de programar geneticamen- briões formados originam-se, na grande maioria dos casos,
te micro-organismos para a obtenção de medicamentos, diretamente dos óvulos, só poderíamos obter aproxima-
vacinas, combustíveis etc. damente 100% de homologia comparando o DNA mito-
Resposta: D condrial de Maria com os de seus bisnetos e bisnetas,
cujas mães e avós sejam descendentes diretas de Maria.

35
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b) 2 netos e 1 bisneto. 35) I – Célula embrionária; II – adulta; III - adulta.


O cromossomo Y é unico e característico do sexo mascu- Resposta: C
lino. Esse cromossomo existe em cerca de 50% dos esper-
matozoides, mas não em óvulos. Cromossomos Y homó- 36) O código genético é universal.
logos ao de João serão encontrados, portanto, nos netos Resposta: B
do sexo masculino descendentes dos filhos homens de
João e nos bisnetos de sexo masculino que sejam filhos 37) É geneticamente idêntico ao indivíduo 1, que forneceu o ma-
destes netos. terial genético.

24) A estrutura da proteína é codificada pelo RNA mensageiro. 38) Total de proteínas: 20 000
Resposta: C Total de aminoácidos: 20 000 x 200 = 4 x 106
Total de bases necessárias para codificar 4 x 106 aminoácidos:
25) A clonagem do cão pit bull falecido seguiu o procedimento 4 x 106 x 3 = 12 x 106 bases
realizado pelos escoceses quando produziram a ovelha Dolly. Porcentagem de bases: 97 x 106 ——————— 100%
As cópias não são clones exatos, pois possuem 100% do DNA 12 x 106 ——————— x%
nuclear das células da orelha do cão Booger e também 100%
12 x 106 x 100 1 200
do DNA mitocondrial proveniente do citoplasma dos óvulos X = ———————— = ——— ≅ 12%
97 x 10 6 97
utilizados.
Resposta: A Resposta: 12%

26) a) Células-tronco embrionárias podem originar qualquer 39) É filha de P2 por apresentar maior coincidência de barras.
Resposta: B
tecido, enquanto as células-tronco adultas podem dar
origem apenas a alguns tipos de tecido. 40) A correção permanente das sequências dos aminoácidos da
b) Injetar células-tronco nos pacientes extraídas deles enzima defeituosa poderia ser obtida por meio da terapia
mesmos elimina a possibilidade de rejeição do organismo gênica, isto é, por alterações nos códons do gene (DNA)
do paciente às células injetadas. codificador da proteína enzimática.

27) a) A prova (P) pertence ao suspeito 3 (S3), pois os padrões de 41) O gene dominante causador da síndrome de Waardenburg
VNTR (bandas escuras) em P e S3 são iguais. não se expressa da mesma forma nos portadores.
b) Um teste como esse geralmente é feito a partir do DNA Resposta: D
extraído de uma amostra de sangue, mas qualquer célula
42) 65% dos portadores do gene (P) manifestaram polidactilia, e
nucleada poderá ceder material genético para esse exame. os 35% restantes não.
c) Como o padrão genético é diferente para cada pessoa Resposta: D
(com exceção dos gêmeos univitelinos), a quebra do DNA
de uma pessoa com enzimas de restrição produzirá um 43) Tendo um filho afetado (aa), os pais de Mário e Elisa são
padrão de fragmentos típicos para cada pessoa, confe- heterozigotos (Aa x Aa).
rindo um grau de confiabilidade que ultrapassa 99,9% para Como Mário e Elisa são normais, a probabilidade de serem
heterozigotos é de 2/3.
esse tipo de análise.
A probabilidade de terem um filho aa =
= 2/3 x 2/3 x 1/4 x 1/2 = 4/72 = 1/18.
28) As células-tronco sofreram diferenciação, originando células
das artérias. 44) (P) LI x Li
Resposta: C (F1) 25% LL – 50% LI – 25% II = 75% variegadas e 25% homo-
gêneas.
29) O “DNA-lixo” é capaz de controlar a produção de RNA e é Porcentagem de variegadas = 95% de 75% = 71,25%
transmitido para as células-filhas no processo de mitose. Resposta: D
Resposta: C
45) As células-tronco são totipotentes, podendo originar qual-
30) a) O cromossomo Y só existe no homem, sendo transmitido quer tipo de célula.
Resposta: A
sempre de pai para filho.
b) Durante a fertilização, somente o DNA nuclear do esper- 46) A informação está errada, pois genoma é a identificação da
matozoide penetra no óvulo. Por esse motivo, o DNA mi- sequência de bases de todo o DNA humano.
tocondrial do zigoto é necessariamente materno. Resposta: C

31) O DNA presente no cromossomo Y é herdado exclusivamente 47) Os bichos-da-seda são transgênicos, por apresentarem DNA
da linhagem paterna. O DNA mitocondrial é herdado da das aranhas.
linhagem materna, por estar presente apenas no citoplasma Resposta: E
do óvulo.
48) Portadores da anomalia = 60% de 25% (bb) = 15%
Resposta: D
Resposta: A

32) A apoptose só ocorreu em III. 49) O caráter passa obrigatoriamente de mães para todos os
Resposta: C filhos, determinado por um gene mitocondrial.
Resposta: C
33) O DNA mitocondrial codifica enzimas mitocondriais.
Resposta: A 50) As enzimas de restrição agem como tesouras, seccionando o
DNA em postos específicos chamados palíndromos, o que
permite a separação de genes.
34) O DNA mitocondrial só existe nas mulheres, por ser originado
Resposta: A
do óvulo.
Resposta: C

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CAPÍTULO Biologia Vegetal

15 REINO FUNGI
E LIQUENS

O s fungos parasitas de vegetais são responsáveis por


muitas doenças difíceis de serem combatidas.
Os fungicidas nem sempre controlam as doenças
e são tóxicos para o homem e para o meio ambiente.

1. Características do reino res, que têm o micélio formado por hifas cenocíticas (um
citoplasma multinucleado).
O Reino Fungi é formado por todos os fungos. Esses se-
res apresentam muitas peculiaridades, entre elas:
• Nenhum fungo possui clorofila ou outro pigmen-
to capaz de lhe conferir a propriedade de realizar fotos-
síntese. Todos são heterótrofos, isto é, incapazes de sin-
tetizar o seu próprio alimento. Nesse caso podem ser sa-
prófitos ou parasitas. Os saprófitos vivem à custa de ma-
téria orgânica morta que vão decompondo à medida que
se nutrem; os parasitas vivem à custa de outro ser vivo,
vegetal ou animal, provocando doenças.
• Podem ser unicelulares ou pluricelulares. Neste
último caso, o seu corpo, também conhecido por micélio,
é constituído pelo entrelaçamento de filamentos chama-
dos hifas. Fig. 1 – Fungo ficomiceto (bolor). Rhizopus nigricans.
• As suas células apresentam uma parede constituí-
da por quitina, não ocorrendo a celulose.
• A reserva nutritiva é o polissacarídeo chamado
glicogênio; não existe amido.
• A reprodução pode ser sexuada ou assexuada.
Neste último caso, formam-se diversos tipos de esporos.
• Vivem em ambientes terrestres úmidos e sombrea-
dos e em ambientes aquáticos.

2. Eumicetos
(fungos verdadeiros)
São unicelulares ou pluricelulares. Neste caso, o
corpo do fungo, conhecido por micélio, é formado por
um emaranhado de filamentos denominados hifas. Não
formam tecidos verdadeiros, daí a denominação pletên-
quimas, isto é, falsos tecidos que compõem o seu corpo.
São divididos em vários grupos, entre eles:

Existem formas microscópicas, parasitas de plantas e


Fig. 2 – Fungos ascomicetos.
animais inferiores, além de formas conhecidas por bolo-
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Existem formas microscópicas e macroscópicas. em gameta. Não há distinção sexual entre gametas, daí
Das espécies microscópicas, podemos citar o gênero utilizar-se os sinais 䊝 e 䊞 para distingui-los. Uma hifa
Saccharomyces (levedo ou levedura de cerveja), 䊝 e outra 䊞 unem-se através das células localizadas no
fermento biológico responsável pela fermentação alcoó- ápice para dar origem a uma célula dicariótica, isto é,
lica. Esses fungos são empregados na fabricação de pães, constituída por dois núcleos.
bolos, cervejas, vinhos etc. Essa célula rapidamente se multiplica e acaba origi-
Entre as macroscópicas, cujo corpo é formado por hi- nando o corpo de frutificação, constituído por um pe-
fas celulares, nas quais cada célula possui apenas um nú- dúnculo e uma parte dilatada superior, denominada cha-
cleo (hifas unicarióticas), podemos citar os gêneros Peni- péu, ou píleo. Na face inferior do chapéu, observam-se as
cillium (produtor de antibióticos); Aspergillus, que se de- lamelas, de onde partem hifas estéreis (paráfises) e hifas
senvolvem sobre grãos (milho, arroz, amendoim etc.), férteis. Nestas, a célula apical dicariótica expande-se e dá
produzindo uma substância tóxica e cancerígena chama- origem a um esporângio chamado basídio. No interior
da aflatoxina; e Neurospora, muito utilizado em pesqui- dele, os núcleos 䊝 e 䊞 se unem para formar um núcleo
sas genéticas. Muitos gêneros são comestíveis (trufas). diploide, que então se divide por meiose, dando origem a
quatro núcleos haploides. A partir desses núcleos,
formam-se quatro esporos, denominados basidiósporos.
Os basidiósporos separam-se dos basídios e são, então,
transportados pelo vento, reiniciando um novo ciclo.

Cogumelo-de-chapéu. Orelhas-de-pau.

Fig. 3 – Fungos basidiomicetos.

São pluricelulares, com micélio formado por hifas di-


carióticas (cada célula com dois núcleos). São representa-
dos pelos cogumelos-de-chapéu e pelas orelhas-de-pau.
Muitas espécies são comestíveis (champignons) e outras
são tóxicas.

São os chamados fungos imperfeitos, isto é, espécies


cuja posição sistemática é desconhecida. Nesse grupo
estão muitas espécies que provocam doenças no homem,
entre as quais muitas formas de micose, como sapinhos,
frieira ou pé de atleta etc.

A formação de esporos, transportados pelo vento,


constitui a forma de reprodução dos fungos. Os esporos,
encontrando condições favoráveis de temperatura, umida-
de e matéria orgânica, germinam para dar origem a hifas
celulares unicarióticas. Essas hifas são sexuadas, uma
Fig. 9 – Reprodução de um basidiomiceto.
vez que a célula localizada na sua ponta transforma-se
38
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1 – Cariogamia (união dos núcleos).


2 – Zigoto diploide.
3 – Divisão I da meiose.
4 – Divisão II da meiose, com formação de 4 núcleos haploides.
5 e 6 – Migração dos núcleos para o ápice do basídio.
7 – Formação de 4 basidiósporos.

Fig. 5
Nota: nos fungos ascomicetos, a reprodução é seme-
lhante, com formação de um corpo de frutificação (asco-
carpo), produzindo esporângios denominados ascos,
contendo 8 esporos no seu interior, os ascósporos.

3. Liquens ou líquenes
Os líquenes são associações entre algas e fungos. A
associação constitui um mutualismo (simbiose), já que
é harmônica e os dois seres levam vantagens. As algas
realizam fotossíntese e fornecem alimento orgânico aos
fungos. Estes envolvem as células das algas com suas hi-
fas, protegendo-as, além de formarem os rizoides, que re-
tiram água e nutrientes minerais do substrato.
Os líquenes são vegetais pioneiros, muito resistentes, Fig. 7 – Corte através do talo de um líquen visto ao microscópio óptico.
que vivem sobre rochas, troncos de árvores etc. Quando
vivem sobre rochas, produzem ácidos que promovem a
sua decomposição, preparando o solo para a vinda de
outros vegetais.
A reprodução desses seres é feita assexuadamente,
por meio de sorédios ou propágulos, que são verdadei-
ros fragmentos do corpo do líquen, constituídos por hifas
do fungo que envolvem algumas células da alga.

Fig. 8 – Sorédios – elementos de reprodução


assexuada dos líquenes vistos ao microscópio óptico.

Fig. 6 – Líquen.

Os sorédios são transportados pelo vento e originam


novos líquenes, quando caem em ambientes favoráveis. Fig. 9 – Líquen crescendo sobre rocha.

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1. (UFLA) – O quadro abaixo possui duas colunas, cada uma das Resolução
quais contendo algumas características de determinado grupo de a) As características apresentadas em I são das bactérias per-
seres vivos. Observe seu conteúdo e responda as questões tencentes ao Reino Monera (Eubacteria).
seguintes. b) O grupo II é representado pelos fungos do Reino Fungi.
c) Fungos e bactérias atuam como sapróvoros (decompositores)
GRUPO I GRUPO II responsáveis pela reciclagem da matéria nos ecossistemas.
Alguns componentes Alguns componentes
deste grupo deste grupo
2. (MODELO ENEM) – Os fungos são organismos muito heterogê-
– causam doenças (como a mi- neos. Há espécies microscópicas, entre elas as que realizam fer-
– causam doenças (como a tu- mentação, utilizadas pelo homem na fabricação de pães e bebidas
cose), mas outros produzem
berculose), mas outros pro- alcoólicas. Há as que causam doenças como as micoses da pele,
antibióticos (como a penicili-
duzem antibióticos (como a as que formam o mofo ou bolor e ainda as que produzem antibió-
na);
tirotricina); ticos. Outras espécies são macroscópicas, de formas variadas e
– transformam o açúcar em ál-
– alteram o vinho e o leite, mas coloridas, algumas extremamente tóxicas e outras comestíveis.
cool, e com isso obtemos o
com isso obtemos o vinagre Sobre esses organismos, assinale a opção incorreta:
vinho e a cerveja;
e o iogurte; a) São formados por células eucariontes.
– são venenosos e tóxicos se
– ocasionam a deterioração b) Reproduzem-se assexuadamente, por esporos.
ingeridos, mas outros são
dos alimentos, mas outros c) Armazenam amido como reserva energética.
usados em pães, bolos e bis-
sintetizam vitaminas. d) Não possuem pigmentos fotossintetizantes e são, portanto,
coitos.
heterótrofos.
a) Como se chamam os componentes do GRUPO I e a que reino e) Realizam digestão extracorpórea.
eles pertencem? Resolução
b) Como se chamam os componentes do GRUPO II e a que reino Os fungos são seres eucariontes, com parede celular constituída
eles pertencem? por quitina e reserva de glicogênio.
c) Que atuação os dois grupos apresentam numa cadeia ali- Resposta: C
mentar?

3. (UFSC) – O mofo que ataca os alimentos, os cogumelos comes- 5. (UFPB) – Analise as afirmações relacionadas a seres dos reinos
tíveis e o fermento de fazer o pão são formados por organismos Monera, Protista e Fungi.
que pertencem ao reino Fungi. I. As bactérias são classificadas no reino Monera, onde estão
Com relação a esse grupo assinale a(s) proposição(ões) verda- incluídos os organismos procariontes.
deira(s): II. Os integrantes do reino Fungi podem ser pluricelulares, apre-
I. São organismos eucariontes, unicelulares ou pluricelulares, sentando tecidos diferenciados.
autotróficos facultativos. III. No reino Protista encontramos organismos autótrofos e orga-
II. O material nutritivo de reserva é o glicogênio. nismos heterótrofos.
III. Em função da nutrição heterótrofa, esses seres podem viver IV. No reino Monera existem apenas organismos heterótrofos.
em mutualismo, em saprobiose ou em parasitismo.
IV. Alguns fungos são utilizados na obtenção de medicamentos. Está(ão) correta(s):
V. Nutrem-se por digestão extracorpórea, isto é, liberam enzimas a) apenas I e III. b) apenas I e II. c) apenas II e III.
digestivas no ambiente, que fragmentam macromoléculas em d) todas. e) apenas a I.
moléculas menores, permitindo sua absorção pelo organismo.
VI. Na alimentação humana são utilizados, por exemplo, na 6. (UFPB) – Sobre os representantes do reino Fungi, pode-se afirmar:
fabricação de queijos, como o roquefort e o gorgonzola. I. Ascomicetos possuem hifas cenocíticas e não possuem as-
VII.Reproduzem-se, apenas, assexuadamente por meio de es- cocarpo (estrutura de frutificação).
poros, formados em estruturas denominadas esporângios, II. Basidiomicetos, além das fases haploides e diploide, apresen-
ascos e basídios. tam uma terceira fase dicariótica.
III. Ascomicetos e Basidiomicetos apresentam ciclo de vida
4. (UFU) – Com relação aos fungos, é correto afirmar que haplobionte (haplonte).
a) são organismos autotróficos que apresentam como principal
substância de reserva o glicogênio. Está(ão) correta(s) apenas:
b) sua reprodução envolve a presença de grãos de pólen que a) II e III. b) I e II. c) I e III.
germinam originando indivíduos haploides. d) I. e) II.
c) micorrizas são associações mutualísticas entre algas e fungos,
com benefícios para os dois organismos. 7. (UFAL) – Hifas, micélio, saprofitismo, esporos, gametângios, oos-
d) alguns fungos como o “champignon” são saprófagos e po- fera e conidiósporos são denominações que podemos associar
dem ser utilizados na alimentação humana. principalmente a
a) vírus. b) bactérias. c) cianofíceas.
d) cogumelos. e) briófitas.

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8. (PUC) – Um organismo aclorofilado, saprófita e cujos núcleos 15. (MODELO ENEM) – Encontram-se, às vezes, em certos ambien-
apresentam carioteca, provavelmente, é tes, pedaços de pão recobertos por bolor. Explica-se esse fato
a) um fungo. b) uma alga. porque o bolor representa
c) uma bactéria. d) um líquen. a) uma colônia de bactérias que se desenvolveu a partir de uma
e) briófita. única bactéria que contaminou o pão.
b) o levedo usado no preparo do pão, que se desenvolveu e
9. (PUC) – Fungos são seres heterotróficos, cuja principal função na tomou uma coloração escura.
natureza é c) um agrupamento de micro-organismos que apareceram no
a) parasitar plantas com folhas suculentas. pão, por geração espontânea.
b) realizar fotossíntese. d) um conjunto de fungos originados de esporos existentes no ar
c) devolver ao solo elementos essenciais, pela decomposição. e que se desenvolveram no pão.
d) fragmentar rochas formando o solo. e) o resultado do apodrecimento da farinha utilizada na fabricação
e) parasitar somente os mamíferos. do pão.

10. (UFF) – Os organismos que podem reproduzir-se por esporos, não 16. (UFSE) – As figuras a seguir mostram indivíduos representantes
apresentam tecidos vasculares nem realizam fotossíntese são do reino Fungi.
classificados
a) somente entre os liquens.
b) somente entre os fungos.
c) somente entre as algas pardas.
d) tanto entre as algas quanto entre os fungos.
e) tanto entre os liquens quanto entre os fungos.

11. (UNICRUZ) – Assinale a alternativa incorreta sobre fungos.


a) O Reino Fungi abrange organismos heterótrofos com nutrição
por absorção.
b) As suas paredes celulares contêm quitina, um polissacarídeo
que também é encontrado nos esqueletos de artrópodes. Assinale a alternativa que contém os nomes dos indivíduos 1, 2 e
c) São organismos eucariontes que podem estabelecer simbiose 3, respectivamente.
com algas, formando liquens. a) Zigomicetos, basidiomicetos e ascomicetos.
d) Apresentam clorofila como pigmento fotossintético. b) Basidiomicetos, ascomicetos e zigomicetos.
e) Algumas espécies de fungos são utilizadas na medicina e na c) Ascomicetos, basidiomicetos e zigomicetos.
culinária. d) Basidiomicetos, zigomicetos e ascomicetos.
e) Zigomicetos, ascomicetos e basidiomicetos.
12. (PUCCamp) – Qual das características a seguir é comum a algas
e fungos? 17. Os liquens são formados pela associação de dois tipos de orga-
a) Possuem tecidos vasculares. nismos e exercem um papel muito importante nos ecossistemas.
b) São saprófitas. Responda:
c) Têm o corpo vegetativo formado por hifas. a) Quais são os organismos que compõem os liquens?
d) Reproduzem-se por esporos haploides. b) Explique o tipo de interação entre esses dois organismos.
e) Apresentam clorofila dispersa no citoplasma.

13. (UnB) – Os fungos são seres heterótrofos, apresentam micélios 18. (PUC-SP) – Em relação aos liquens, foram feitas as seguintes
e têm, como substância de reserva, o glicogênio. Os protozoários, afirmações:
também heterótrofos, são unicelulares e possuem vacúolo diges- I. São constituídos pela associação entre algas heterótrofas e
tório, enquanto as algas são autótrofas, em sua maioria aquáticas, fungos quimiossintéticos.
podendo ser uni ou pluricelulares. Em relação a fungos, proto- II. As algas e fungos que constituem o liquen estabelecem um
zoários e algas, julgue os itens seguintes. mutualismo.
(1) Quanto à reprodução, os fungos e as algas apresentam alter- III. Reproduzem-se apenas assexuadamente por meio de propá-
nância de gerações, em que se formam o zigoto e os esporos. gulos conhecidos por sorédios.
(2) O fenômeno maré vermelha caracteriza-se pela proliferação IV. São importantes nas sucessões ecológicas, constituindo espé-
exagerada de algas vermelhas, em sua maioria pluricelulares, cies fundamentais nas comunidades climáticas.
as quais produzem toxinas que podem causar a morte de
animais marinhos. Estão corretas:
(3) Os vacúolos digestivos, presentes nos protozoários de água a) Apenas I e II. b) Apenas I e III. c) Apenas II e III.
doce, têm funções comparáveis às dos rins dos vertebrados. d) Apenas II e IV. e) Apenas III e IV.
(4) Os micélios são formados por hifas cujas paredes podem ser
constituídas por quitina. 19. (MODELO ENEM) – Os liquens da tundra ártica constituem a
principal fonte de alimento para renas e caribus durante o inverno.
14. (UFGO) – O senhor tem uma escavação no pulmão... As substâncias orgânicas do alimento desses animais, portanto,
são primariamente produzidas por um dos organismos compo-
(Manuel Bandeira. Pneumotórax.) nentes do líquen. Qual é esse organismo e que processo ele
utiliza para produzir substâncias orgânicas?
O pulmão pode ser alvo de diversos agentes patogênicos, tais a) Um fungo; fermentação.
como os fungos. Esse grupo de seres vivos b) Um fungo; fotossíntese.
(1) é constituído de seres heterotróficos e eucariontes, como os c) Um protozoário; fermentação.
cogumelos. d) Uma alga; fotossíntese.
(2) causa várias doenças, como a “frieira”, no homem, e as “fer- e) Uma cianobactéria; quimiossíntese.
rugens”, nas plantas.
(3) é capaz de, ao fermentar, produzir bebidas, como a cerveja e o
vinho.
(4) possui representantes que são empregados na produção de
antibióticos naturais.

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20. (MODELO ENEM) – Liquens são vegetais que podem sobreviver A alternativa que contém os nomes corretos de I e II, respecti-
sobre os mais inóspitos substratos e constituem uma simbiose vamente, é:
entre dois grupos vegetais distintos. Quando associados a outros a) produtores e mutualismo.
vegetais, os liquens são b) consumidores de 1.a ordem e mutualismo.
a) hemiparasitas e não têm clorofila em nenhum dos compo- c) decompositores e mutualismo.
nentes. d) produtores e parasitismo.
b) holoparasitas e têm pigmentos diversos na camada externa. e) produtores e protocooperação.
c) parasitas e não têm clorofila em nenhum dos componentes.
d) epífitas e têm clorofila num dos componentes. 24. (FUVEST) – Os primeiros organismos que se fixam numa rocha
e) saprófitas e têm clorofila nos dois componentes. nua são
a) cianofíceas. b) líquenes. c) fungos.
21. (UFRN) – A figura a seguir representa o corte de um líquen, mos- d) mixomicetos. e) procariontes.
(I) , conhecidas por _____
trando as estruturas de reprodução _____ (II) .
25. Pode-se afirmar que os liquens são uma associação entre
a) algas e fungos com reprodução sexuada por meio de sorédios.
b) algas e bactérias com reprodução assexuada por meio de
esporos.
c) algas e fungos com reprodução assexuada por meio de sorédios.
d) algas e fungos com reprodução assexuada por meio de esporos.
e) algas e fungos com reprodução sexuada por meio de esporos.

26. Os fungos são seres que se diferenciam dos animais, vegetais e


protistas porque possuem, no conjunto, as seguintes características:
I. Apresentam em torno da célula uma parede celular constituída
de quitina.
II. Nunca produzem cloroplastos, sendo incapazes de realizarem
a fotossíntese e, por isso, agem com sapróvoros ou parasitas.
(I) e (II) podem ser substituídos, respectivamente, por: III. Suas células podem se dividir por meiose, mas a principal forma
a) assexuada – esporos. de reprodução é a produção de esporos, dispersos pelo vento.
b) sexuada – corpo de frutificação.
c) assexuada – sorédios. Está(ão) correto(s):
d) sexuada – hormogônios. a) apenas I. b) apenas II. c) apenas I e II.
e) assexuada – cistos. d) apenas II e III. e) I, II e III.

27. Analise as frases a seguir referentes aos seres vivos incluídos no


22. (MODELO ENEM) – Fazendo-se um corte do talo de um líquen e Reino Fungi:
observando-o ao microscópio, consegue-se reconhecer pequenas I. Associam-se com algas unicelulares para formar o líquen, uma
formações verdes e arredondadas. Nos itens abaixo, essas forma- forma de mutualismo.
ções são interpretadas como II. Vivem associados com raízes de árvores de florestas,
a) algas, componentes normais do líquen. constituindo as micorrizas.
b) esporos da alga que o fungo não conseguiu digerir. III. Alguns fungos dotados de pigmentos verdes realizam a quimios-
c) esporos do fungo, produzidos normalmente. síntese, segundo a equação: 2HNO2 + O2 → 2HNO3 + Energia.
d) cloroplastos ingeridos pelo fungo do vegetal parasitado. IV. Existem fungos parasitas de vegetais provocando doenças co-
e) gotas de pigmento resultantes da digestão da alga cativada mo a ferrugem do cafeeiro e a vassoura de bruxa do cacaueiro.
pelo fungo. V. O bolor que se desenvolve sobre o pão é fungo cujos esporos
são dispersos pelo vento.
23. (MODELO ENEM) – Os liquens são associações entre certos
Estão corretos:
tipos de fungos e certos tipos de algas. As algas que participam
a) apenas I, II e III. b) apenas II, III e V.
da formação do líquen realizam fotossíntese, sendo considerados
c) apenas I, II e IV. d) apenas I, II, IV e V.
I e mantêm com os fungos uma relação conhecida por II.
e) I, II, III, IV e V.

3) Afirmações verdadeiras: II, III, IV, V e VI. 6) I – Ascomicetos possuem hifas unicarióticas e ascósporos.
Afirmações falsas: I – Fungos são heterótrofos. VII – Fungos III – Os basidiomicetos produzem estruturas reprodutoras
reproduzem-se de forma assexuada (através de esporos) e sexuadas (basidiósporos) produtoras de esporos meióticos.
sexuada (formando hifas celulares unicarióticas que se Os ascomicetos formam estruturas reprodutivas sexuadas
transformam em gametas). (ascósporos) produtoras de esporos meióticos.
Resposta: E
4) Champignon é exemplo de fungo do grupo basidiomicetos,
que são pluricelulares. Não são tóxicos e podem ser usados 7) Cogumelos são exemplos de fungos comestíveis, formados
na alimentação humana. por: micélio (conjunto de hifas), esporos, oosfera, gametân-
Resposta: D gios e conidiósporos, que são estruturas reprodutivas. São
considerados saprófitos, pois se nutrem de matéria orgânica
5) Os fungos não possuem tecidos diferenciados, sendo morta.
formados por hifas. Resposta: D
Resposta: A

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8) Fungos não possuem clorofila, são heterótrofos (saprófitos) e 19) Os liquens são associações simbiônticas entre algas que são
eucariontes. fotossintéticas e produzem matéria orgânica; e os fungos são
Resposta: A heterozigotos e retiram água e nutrientes minerais do
substrato.
9) Fungos são organismos que fazem parte do processo de Resposta: D
decomposição da matéria orgânica e da ciclagem de
nutrientes. 20) Epífitas são organismos que se apoiam em outros para se
Resposta: C desenvolver, mas não têm comportamento parasita. Liquens
são formados por algas autótrofas e fungos heterótrofos que
10) Fungos não possuem tecidos diferenciados, são aclorofilados se alimentam dos compostos produzidos pelas algas.
e reproduzem-se por esporos. Resposta: D
Resposta: B
21) Sorédios são fragmentos do líquen (pedaços de hifas que
11) Fungos não possuem pigmentos fotossintéticos e são envolvem células da alga) que são transportados pelo vento.
considerados heterótrofos (saprófitos). Resposta: C
Resposta: D
22) As algas que constituem os liquens são clorofiladas, portanto
12) Algas e fungos desenvolvem esporos haploides no ciclo de têm tonalidade verde.
vida. Resposta: A
Resposta: D
23) Mutualismo é uma relação harmônica. Algas fornecem
13) A maré vermelha é causada pela proliferação de dinoflage- matéria orgânica aos fungos que retiram água e nutrientes
lados unicelulares. minerais do substrato.
Os vacúolos digestórios dos protozoários são comparáveis, Resposta: A
fisiologicamente, ao estômago dos vertebrados.
Resposta: Corretos 1 e 4. Incorretos: 2 e 3. 24) Liquens são vegetais pioneiros muito resistentes que
conseguem sobreviver sobre rochas e troncos de árvores.
14) Fungos têm grande importância econômica na produção de Resposta: B
bebidas e antibióticos naturais.
Resposta: Corretos: 1, 2, 3 e 4. 25) Sorédios são fragmentos do líquen (pedaços de hifas que
envolvem células de alga) que são transportados pelo vento.
15) Bolores são as formas microscópicas dos fungos ficomicetos Resposta: C
que parasitam plantas e animais inferiores.
Resposta: D 26) Fungos possuem quitina na parede das células, são aclorofila-
dos e se reproduzem por esporos dispersos pelo vento.
16) Zigomicetos – 1. formas microscópicas (bolor de pão); 2. asco- Resposta: E
miceto em forma de cálice; e 3. basidiomiceto (cogumelo).
Resposta: E 27) Fungos são heterótrofos (saprófitos) e se nutrem de matéria
orgânica em decomposição.
17) a) Algas e fungos. Resposta: D
b) A interação é benéfica e indispensável à sobrevivência dos
dois organismos, constituindo um caso de mutualismo.

18) I – Algas são autótrofas e fungos heterótrofos (saprófitos).


IV – Liquens são associações mutualísticas entre algas e
fungos.
Resposta: C

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CAPÍTULO Biologia Vegetal

25 REGULAÇÃO HORMONAL

D urante o outono, as dicotiledôneas arbóreas eliminam suas


folhas, fenômeno conhecido por abscisão. O processo é complexo
e influenciado por diversos fatores, entre eles o pigmento
fitocromo e os hormônios ácido abscísico, auxina e etileno.

1. Crescimento
O crescimento é um fenômeno quantitativo e pode Nessa fase, as células estão em constante divisão por
ser entendido como um aumento irreversível em tama- mitoses. Os tecidos meristemáticos (meristemas), locali-
nho ou volume, geralmente acompanhado por um au- zados na ponta do caule e da raiz, são os que apresentam
mento de peso e de quantidade de protoplasma. células em constante divisão.
O crescimento pode ser estudado no plano celular,
dos tecidos e dos órgãos.
Para medir o crescimento, poderíamos medir a altura
Uma vez cessada a divisão celular, as células devem
ou o peso do indivíduo em função do tempo.
crescer. Esse crescimento ocorre predominantemente por
distensão das paredes celulares.
2. Desenvolvimento Assim, nas células em crescimento, o vacúolo apre-
O desenvolvimento é entendido como as modifica- senta uma pressão sobre as suas paredes celulósicas. Sa-
ções observadas na forma, bem como o estado de com- be-se hoje que as paredes celulósicas aumentam sua plas-
plexidade adquirido por um organismo. ticidade por ação de hormônios vegetais.
Desenvolvimento é, pois, um fenômeno qualitativo, Dessa forma, a pressão hidrostática exercida sobre as
não podendo ser medido. paredes promove a sua distensão e, consequentemente, o
O estudo das modificações observadas em um indi- aumento em tamanho da célula.
víduo, desde a fase de ovo até o estado adulto, constitui Existem células que podem crescer igualmente em
o seu desenvolvimento (ontogênese). todas as dimensões; são as chamadas parenquimatosas.
É claro que desenvolvimento e crescimento são fenô- Outras crescem exageradamente numa dimensão, tornan-
menos que ocorrem ao mesmo tempo e não podem ser do-se muito alongadas, sendo chamadas prosenquima-
separados. Assim, o aspecto qualitativo do fenômeno é o tosas ou fibras.
seu desenvolvimento, enquanto o aspecto quantitativo do
mesmo fenômeno constitui o seu crescimento.
Nessa fase, as células ficam definitivamente adultas
3. Crescimento celular e passam a exercer funções definidas no corpo vegetal.
Todo crescimento de uma planta resulta do cresci-
mento de suas células. Esse crescimento, para efeito di- 4. Cinética do crescimento
dático, pode ser dividido em três fases:
• divisão celular; O crescimento pode ser medido em função do tempo,
• distensão celular; com o objetivo de se conseguir uma curva padrão de
• diferenciação celular. crescimento.

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O crescimento pode ser estudado medindo-se o ta- 6. Auxinas


manho da planta, ou de qualquer um dos seus órgãos, em
Foram os primeiros hormônios descobertos nos ve-
vários intervalos de tempo. Pode-se também determinar
getais. As auxinas correspondem a um grupo de substân-
o seu peso seco ou peso fresco, em intervalos de tempo
cias que agem no crescimento das plantas e controlam
conhecidos.
muitas outras atividades fisiológicas.
Assim, o crescimento de dada unidade, como uma
A auxina natural do vegetal é o ácido indolilacético
raiz primária, um entrenó do caule, um fruto etc., segue
(AIA), um composto orgânico simples, com a seguinte
um curso semelhante e, quando colocado em função do
fórmula:
tempo, dá como resultado uma curva sigmoide.
A análise dessa curva normal de crescimento mostra
que o crescimento pode ser dividido em três etapas:
1.ª) fase de crescimento lento;
2.ª) fase de crescimento rápido;
3.ª) fase de crescimento lento.

Podemos, ainda, obter outra curva de crescimento,


procurando determinar a média do crescimento em fun-
ção do tempo (curva de Gauss). O vegetal produz o AIA, transformando um aminoá-
cido conhecido por triptofano.
Além dessa substância, existem outras denominadas
auxinas sintéticas, que agem de maneira semelhante ao
AIA. Entre elas, podemos citar: ácido indolbutírico, áci-
do naftalenoacético, ácido 2-4-diclorofenoxiacético etc.

O vegetal produz hormônios em várias regiões do


corpo, especialmente:
– na ponta do caule (gema apical);
Fig. 1 – Curva sigmoide.
– nas folhas jovens e adultas;
– na ponta da raiz;
– nos frutos;
– na ponta de coleóptilos;
– nos embriões das sementes.

Os maiores centros produtores de AIA no vegetal são


o ponto vegetativo caulinar e as folhas jovens. O AIA
produzido nessas regiões é transportado para outras par-
tes do vegetal, ajudando na coordenação do crescimento
de toda a planta.
Fig. 2 – Curva de Gauss.

O deslocamento dessa auxina no corpo vegetal é po-


5. Hormônios larizado, isto é, desloca-se do ápice para a base da plan-
vegetais (fitormônios) ta. As causas da polarização ainda são desconhecidas.
Fitormônios correspondem a uma série de compostos
que agem em muitos fenômenos vegetais, tais como
crescimento, floração, divisão celular, amadurecimento Algumas enzimas (peroxidases e fenoloxidades) são
de frutos, dormência de gemas etc. capazes de destruir o AIA, transformando-o em compos-
São exemplos de fitormônios: ácido indolilacético tos inativos.
(auxina), giberelinas, etileno, citocininas, ácido abscísico
etc.

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Numa experiência definitiva, Went cortou coleópti-


los e colocou as pontas sobre bloquinhos de ágar. Depois
F. W. Went, em 1928, descobriu definitivamente as
de algumas horas, retirou as pontas e colocou os bloqui-
auxinas, baseando-se em experiências de outros
nhos (unilateralmente) sobre os coleóptilos decapitados.
pesquisadores que o precederam. Os experimentos foram
Se existisse uma substância promotora do cresci-
realizados em coleóptilos de aveia.
mento, ela sairia do ágar e induziria o crescimento das
Quando se colocam grãos de arroz, milho, aveia, tri-
células do coleóptilo de um lado só, o que acarretaria
go etc. (gramíneas) para germinar, observa-se que a pri-
uma curvatura do coleóptilo. A experiência funcionou, e
meira estrutura a crescer é um elemento tubular e oco,
Went chegou à certeza da existência de uma substância,
que recobre e protege o epicótilo da nova plantinha. Essa
produzida na ponta do coleóptilo, que se desloca para a
estrutura é o coleóptilo. O coleóptilo cresce até certa
base, influenciando o crescimento. Essa substância de
altura e, depois, para. O epicótilo, que vem crescendo por
crescimento foi chamada auxina (do grego aux = cres-
dentro, acaba por rasgar o coleóptilo e, então, surgem as
cer). A natureza química da auxina só foi conhecida por
primeiras folhas da nova planta.
volta de 1940; trata-se do ácido indolacético.

Fig. 5 – Experiência de Went.

Células
De modo geral, o AIA aumenta a plasticidade da pa-
rede celular, facilitando a distensão da célula.
O AIA influencia também a multiplicação celular.

Caule
O AIA pode agir como estimulador ou inibidor de
distensão celular, dependendo da concentração.
Fig. 3 – Germinação de semente de gramínea (milho).
Raiz
Várias foram as experiências realizadas por Went O AIA, aqui, também pode ser estimulador ou inibi-
para descobrir um hormônio que controlasse o cresci- dor do crescimento, dependendo da concentração.
mento, por distensão, das células de coleóptilos. A análise do gráfico abaixo mostra que a raiz é mui-
to mais sensível ao AIA que o caule.

Fig. 4 – Experiências realizadas por Went.


a) Coleóptilo crescendo normalmente (controle).
b) Coleóptilo decapitado: cessa o crescimento.
c) Coleóptilo decapitado com um bloco de ágar: também cessa o crescimento.
d) Coleóptilo decapitado. A ponta é colocada em contato com um bloco de
ágar durante algum tempo. O bloco de ágar é colocado sobre o coleóptilo,
Fig. 6 – Influência das auxinas na raiz e no caule.
que reinicia o crescimento.

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Pequenas concentrações de AIA estimulam o cres- sáveis a polinização e a fecundação, pois foi provado que
cimento radicular, mas, à medida que a concentração au- o tubo polínico e os embriões das sementes em desenvol-
menta, o AIA inibe o crescimento da raiz. vimento produzem AIA, que será recebido pela parede
No caule, as concentrações que promovem o máxi- do ovário, estimulando o seu crescimento.
mo crescimento devem ser muito altas. Ovários que não são polinizados normalmente caem,
não originando frutos.
Gemas laterais Pode-se provar o fato aplicando-se auxinas em ová-
O AIA produzido nas gemas apicais desloca-se pola- rios não fecundados. Estes se desenvolvem e acabam for-
rizado para a base. As gemas laterais (axilares), receben- mando frutos partenocárpicos (sem sementes).
do esse hormônio, ficam inibidas no seu desenvolvimen- A partenocarpia ocorre também, naturalmente, na ba-
to. Dizemos que o AIA produzido na gema apical provo- nana. O ovário da banana produz auxinas em quantidade
ca a dormência das gemas laterais, fenômeno conhecido suficiente para provocar o seu desenvolvimento sem fe-
por dominância apical. cundação.
Quando podamos uma planta, retiramos as gemas O AIA controla também a permanência do fruto no
apicais. Dessa maneira, cessa a inibição e, rapidamente, caule ou a sua queda (abscisão), da mesma maneira como
as gemas laterais se desenvolvem. ocorre com a folha.

Folhas Câmbio
O AIA controla a permanência da folha no caule e O AIA estimula a atividade das células do câmbio.
sua queda (abscisão). De modo geral, o fenômeno é con-
trolado pelo teor relativo de auxinas entre a folha e o cau-
le. Assim:
Estacas
• O teor de auxina na folha é maior do que no cau-
Quando as auxinas são aplicadas na porção inferior
le ⇒ permanece unida ao caule.
de uma estaca (caule cortado), estimulam as divisões ce-
• O teor de auxina na folha é menor do que no cau-
lulares e a produção de raízes adventícias. Tal fato é mui-
le ⇒ a folha se destaca e cai (abscisão). Quando tal fato
to comum em horticultura. Plantas que dificilmente se pro-
acontece, forma-se na base do pecíolo uma camada espe-
pagariam por estacas podem facilmente enraizar quando
cial de células (camada de abscisão), onde as células
tratadas com auxinas, especialmente o ácido indolbutíri-
apresentam paredes celulares finas e em desintegração.
co e o ácido naftalenoacético.
Essa camada é a responsável pela separação da folha do
caule.

Frutos

Fig. 8 – Ação das auxinas em estacas.

Flores
Aplicadas no ovário ou estigma de flores não fecun-
dadas, as auxinas estimulam o desenvolvimento do ová-
rio para a formação de frutos partenocárpicos.

Fig. 7 – Ação das auxinas.


Frutos
O AIA, aplicado em frutos jovens, evita a formação
O fruto origina-se a partir do desenvolvimento do de camadas de abscisão. Dessa maneira, pode-se obter
ovário. Para acontecer a formação do fruto, são indispen- melhor rendimento nas colheitas.

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Fig. 9 – Aplicação de auxinas em frutos. Fig. 10 – Ação do herbicida.

Tropismos são fenômenos de crescimento, ou de


Muitas auxinas têm sido usadas como herbicidas curvatura, orientados em relação a um agente excitante,
seletivos, isto é, atacam certas plantas, mas não ou- isto é, a curvatura depende da direção de onde vem o ex-
tras. En tre elas, podemos citar o ácido 2-4-Diclorofe- citante. Conforme a natureza do agente excitante, os tro-
noxiacético (2-4-D): pismos são classificados em:
– fototropismo (luz);
– geotropismo (gravidade);
– quimiotropismo (substâncias químicas);
– tigmotropismo (contato).
De especial interesse são: fototropismo e geotropis-
mo. Podem-se explicar os fenômenos trópicos com base,
fundamentalmente, nos seguintes fatores:
• O excitante deve incidir unilateralmente.
• As auxinas devem sofrer uma redistribuição, isto
Foi o primeiro herbicida utilizado pelo homem. é, distribuir-se desigualmente nos dois lados do órgão ex-
O 2-4-D é usado para eliminar dicotiledôneas herbá- citado unilateralmente.
ceas (plantas com folhas largas). O fato interessante é que • A distribuição desigual poderia ser explicada por:
as gramíneas (plantas com folhas estreitas) são imunes – transporte lateral das auxinas;
ao 2-4-D. – produção desigual das auxinas no ápice;
Quando uma plantação de gramínea (milho, arroz, – destruição desigual das auxinas.
trigo etc.) é tratada com esse herbicida, as ervas dicotile- Atualmente, a tendência é a de se aceitar como ver-
dôneas são eliminadas. O 2-4-D, absorvido pelas raízes e dadeira a hipótese do transporte lateral das auxinas,
pelas folhas, altera todo o metabolismo vegetal, acaban- quando ocorre estímulo unilateral nos órgãos vegetais.
do por levá-lo à morte. O 2-4-D inibe o crescimento da
raiz, prejudicando a absorção de água e sais. Induz a for-
mação de raízes adventícias, a partir do caule, e a formação O caule e os coleóptilos apresentam fototropismo
de tumores, originados por divisões celulares irregulares. positivo (curva em direção à luz).
A raiz apresenta fototropismo negativo (curva em di-
reção oposta à luz).
As folhas são plagiofototrópicas ou diafototrópicas
As auxinas não são os hormônios promotores da flo- (formam um ângulo reto em relação ao raio da Terra). A
ração nos vegetais. Mas existem algumas espécies, como experiência abaixo ilustra o fenômeno:
o abacaxi, que têm a floração regulada pelas auxinas.
Quando plantações de abacaxi são pulverizadas com
auxinas (especialmente o ácido naftalenoacético), a flora-
ção se inicia e a produção dos frutos ocorre praticamente
ao mesmo tempo, o que facilita consideravelmente a co-
lheita.

Fig. 11 – Fototropismo.

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Caule: quando colocado horizontalmente sobre o


A luz provoca uma redistribuição das auxinas, que se solo, cresce acentuadamente no lado inferior, curva-se e
concentram no lado escuro. afasta-se do solo. Também nesse caso, o AIA, por ação
Caule: o lado escuro apresenta maior concentração da força de gravidade, desloca-se do lado superior para o
de auxinas e o crescimento fica acelerado. inferior, onde se concentra. Em consequência, essa re-
Raiz: o lado escuro apresenta maior concentração de gião tem o crescimento acelerado.
auxinas e o crescimento fica inibido.
É claro que a luz, para agir no fenômeno, tem de ser
absorvida. Para tanto, devem existir pigmentos relacio- Movimento de curvatura em resposta a um estímulo
nados com a absorção de luz. Foi observado que as radia- mecânico (contato).
ções eficientes nos fenômenos fototrópicos estão no iní- O fenômeno pode ser observado no movimento de
cio do espectro luminoso visível (violeta, anil e azul). Os enrolamento de gavinhas em um suporte.
pigmentos que apresentam intensa absorção, nessa faixa, As gavinhas são órgãos dorsiventrais. Quando se es-
são: carotenos e riboflavinas. timula uma gavinha no lado inferior, ocorre uma reação
Possivelmente, estes sejam os pigmentos que absor- que determina uma diminuição no alongamento celular,
vem luz relacionada com o fototropismo. enquanto o lado oposto dorsal tem o alongamento acele-
rado. Dessa maneira, ocorre o enrolamento.
É possível que as auxinas exerçam funções também
nesses fenômenos, mas os fatos ainda não estão esclare-
Crescimento orientado em relação à força de gravi- cidos. Se aplicarmos auxinas em gavinhas de maneira as-
dade. simétrica, podemos substituir a ação mecânica (contato)
Caule e coleóptilos: apresentam geotropismo nega- e obter uma resposta de curvatura.
tivo (crescem em sentido oposto à gravidade).
Raízes: apresentam geotropismo positivo (crescem
no mesmo sentido da gravidade).
Folhas: apresentam plagiogeotropismo ou diageo-
tropismo.
A experiência a seguir ilustra o fenômeno:

Fig. 12 – Geotropismo. Fig. 14 – Gavinha enrolando-se em um suporte (tigmotropismo).

Raiz: quando se coloca uma raiz na horizontal, ela Refere-se a fenômenos de crescimento, orientados em
cresce acentuadamente no lado superior, curva-se e pene- relação a uma substância química, mas que ainda não es-
tra o solo. Tal fato ainda se baseia na ação do AIA, que tão muito esclarecidos.
se desloca lateralmente, indo concentrar-se no lado infe- Podemos citar como exemplos:
rior da raiz. A concentração elevada de AIA, nessa re- 1) crescimento do tubo polínico das angiospermas à
gião, inibe o crescimento, enquanto o lado oposto fica procura do óvulo;
com o crescimento acelerado. 2) crescimento das hifas vegetativas dos fungos em
direção ao alimento.

Quimicamente, o fitocromo é uma proteína de cor


azul ou azul-esverdeada.
Trata-se de um pigmento capaz de absorver a radia-
ção vermelha com comprimento de onda por volta de
Fig. 13 – Geotropismo.
660nm.

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Quando isso ocorre, o fitocromo se transforma numa


espécie de enzima, que inicia uma série de reações meta-
bólicas no vegetal. O fitocromo fica ativado.
O fato importante é a reversibilidade desse pigmen- Nem todas as sementes dispõem de reservas suficien-
to. Assim, quando ele absorve luz vermelha por volta de tes para germinar a certas profundidades do solo. Existem
730nm, o efeito iniciado com a luz de 660nm torna-se sementes de algumas plantas que são pequenas e geralmen-
nulo, e o fitocromo fica novamente inativo. te desprovidas de reserva. É o caso, por exemplo, das se-
No escuro, o fitocromo ativado volta também lenta- mentes de orquídeas, bromélias, begônias, certas varieda-
mente ao estado inativo. des de alface etc.
Pelo gráfico, observa-se que o fitocromo absorve in- Tais sementes só conseguem germinar na superfície
tensamente a radiação de 660nm (vermelho curto – V.C.) do solo, onde possam receber luz.
e a radiação de 730nm (vermelho longo – V.L.). Nesse caso, as sementes são chamadas fotoblásticas
positivas.
Há outras sementes que só germinam na ausência
completa de luz, como acontece com algumas variedades
de sementes de melancia.
Nesse caso, as sementes são chamadas fotoblásticas
negativas.
Aqui também o sistema fitocromo tem participação
ativa.
Damos abaixo uma experiência realizada com se-
mentes fotoblásticas positivas (alface):
Tipo de radiação usada Resultado
660nm Germina
730nm Não germina
660nm – 730nm Não germina
Fig. 15 – Espectro de absorção do fitocromo. 660nm – 730nm – 660nm Germina
660nm – 730nm – 660nm – 730nm Não germina
Estiolamento: quando plantas jovens crescem no es- Esse experimento mostra que
curo, observamos que os caules se tornam exagerada- a) a radiação de 660nm (V.C.) desencadeia um pro-
mente longos e as folhas pequenas, fenômeno conhecido cesso que resulta na germinação das sementes;
por estiolamento. Se iluminarmos então as plantas com b) a radiação de 730nm (V.L.) inibe a germinação;
luz vermelha (660nm), notaremos que o crescimento do c) quando se faz um tratamento alternado de 660 –
caule se torna vagaroso e as folhas crescem mais rapida- 730nm, o resultado depende do último tratamento aplicado;
mente, cessando o estiolamento. Se a luz for de 730nm, d) a radiação de 660nm desencadeia o processo de
ocorre o inverso. O pigmento envolvido, no caso, é o fi- germinação, que é revertido pela radiação de 730nm.
tocromo e a sua ação ainda não está bem esclarecida. A experiência seguinte mostra a diferença entre os
dois tipos de sementes, a qual se dá na exposição à luz
branca, que contém duas radiações (660nm e 730nm).
Parece que as sementes fotoblásticas positivas são mais
sensíveis à radiação de 660nm e pouco sensíveis à radia-
ção de 730nm. Já as sementes fotoblásticas negativas são
mais sensíveis à radiação de 730nm e ficam inibidas
quando expostas à luz branca.

Fotoblásticas Fotoblásticas
Tratamento
positivas negativas
Luz branca Germinam Não germinam

Fig. 16 – Estiolamento. Escuro Não germinam Germinam

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a) As folhas são as responsáveis pela percepção do


comprimento do dia e da noite.
A luz é importante para as plantas também com rela-
Vários experimentos comprovam tal fato:
ção à duração, isto é, a duração dos dias e a duração das
– Se uma única folha da planta receber o fotoperío-
noites. Tais fenômenos são conhecidos por fotoperiodismo.
do indutor, a planta floresce.
O fotoperiodismo é essencial para vários processos
fisiológicos do vegetal, entre eles: floração, abscisão – Se uma folha de uma planta que recebeu o fotope-
das folhas, formação de raízes tuberosas, formação de ríodo indutor for enxertada em outra planta, que não re-
bulbos (como ocorre na cebola), fechamento dos folío- cebeu o fotoperíodo indutor, esta passa a florescer.
los das leguminosas etc.

É a transformação das gemas vegetativas em gemas


florais.
Muitas plantas, para florescerem, dependem do foto-
periodismo e são normalmente divididas em:
a) plantas de dias curtos;
b) plantas de dias longos;
c) plantas indiferentes (neutras).

• Plantas de dias curtos: só florescem quando o


tempo de exposição à luz for inferior a um valor críti-
co. Como exemplos, podemos citar: crisântemos, orquí-
deas, feijão, soja etc.
Fig. 19 – Floração.
• Plantas de dias longos: só florescem quando o
tempo de exposição à luz for superior a um valor críti- b) A folha deve sintetizar um hormônio que ainda
co. Exemplos: espinafre, rabanete, cravo. não foi isolado. Esse hormônio é conhecido por floríge-
• Plantas indiferentes: florescem independente- no. O florígeno produzido na folha desloca-se até as ge-
mente do tempo de exposição à luz. Exemplos: milho, to- mas do vegetal, provocando a sua transformação em ge-
mate etc. mas florais.
c) Nas plantas sensíveis ao fotoperíodo, foi observa-
do que é de grande importância a continuidade da noite.
Assim, se uma planta de dia curto receber luz en-
quanto passa pelo período escuro, deixará de florescer.
Foi observado que a interrupção do período de clari-
dade por períodos escuros não traz problemas para a flo-
ração.
d) Aqui também o fitocromo tem a sua ação.
Assim, se uma planta de dia curto receber luz com
Fig. 17 – Comportamento de uma planta de dia curto, como o crisântemo. O
dia crítico para essa planta está em torno de 14 – 14,5 horas. As plantas que comprimento de onda por volta de 660nm (V.C.), en-
recebem luz abaixo do valor crítico florescem, enquanto as demais permane- quanto passa pelo período escuro, ela não floresce. Nes-
cem no estado vegetativo.
se caso, o fitocromo ativado pelo V.C. deve inibir a pro-
dução do florígeno.
Se, após o tratamento com 660nm, irradiarmos com
730nm, a planta floresce.

A relação entre a temperatura e a floração pode ser


Fig. 18 – Comportamento de uma planta de dia longo, como o espinafre. O
dia crítico para essa planta está em torno de 13 – 14 horas. As plantas que re- estudada sob dois aspectos:
cebem luz acima do valor crítico florescem, enquanto as demais permanecem • os efeitos diretos da temperatura sobre as plantas;
no estado vegetativo.
• os efeitos produzidos posteriormente ao tratamen-
Do que sabemos atualmente sobre a floração dessas to térmico.
plantas sensíveis aos fotoperíodos, podemos dizer:
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Os primeiros interferem nos efeitos de fotoperiodici- Cientistas japoneses estudaram plantas de arroz que
dade. se tornavam muito alongadas quando sofriam infecções
Os efeitos posteriores ao tratamento térmico foram por fungos do gênero Giberella. Conseguiram extrair
observados nas plantas bianuais, isto é, nas plantas que só desses fungos uma substância ativa no crescimento, que
florescem no segundo ano, depois de a planta passar por foi chamada ácido giberélico.
um frio invernal. O fato interessante é que essas plantas Depois desses estudos iniciais, outras substâncias
necessitam de um tratamento a temperaturas baixas, antes semelhantes ao ácido giberélico foram descobertas.
da formação do esboço floral. Muitas plantas bianuais são Hoje, conhecemos muitas substâncias que, generica-
fotoperiodicamente sensíveis, exigem um regime de dias mente, são conhecidas por giberelinas.
longos para completar o processo floral, inclusive depois As giberelinas foram descobertas também nos
de terem sido submetidas a temperaturas baixas. vegetais superiores, e é possível que todas as plantas
A exigência de baixa temperatura para a floração é, tenham capacidade de produzir esses hormônios.
com frequência, uma característica genética da planta.
Assim, existem certas plantas que aparecem em dois
tipos: anual e bianual.
A planta anual produz flores no mesmo ano em que
é plantada e possui um gene dominante insensível ao
frio. Sua floração depende apenas da fotoperiodicidade.
Na planta bianual, o gene é sensível ao frio e a planta só
produz as modificações químicas necessárias para a flo-
ração depois de ser submetida ao frio.
Esse fato também pode ser observado em muitas va-
riedades de cereais.
As variedades anuais, ou de primavera, produzem
flores e frutos no mesmo ano em que são plantadas.
As formas bianuais, ou de inverno, não produzem
normalmente flores e frutos enquanto não passarem por
um inverno. É claro que a baixa temperatura provoca As giberelinas são produzidas no vegetal nas(os):
mudanças químicas capazes de produzir a floração. Ao • folhas jovens;
contrário, nas variedades de primavera, a constituição • embriões de sementes jovens;
genética que determina tal mudança no vegetal faz com • frutos;
que a indução da floração se realize mesmo em tempera- • sementes em germinação etc.
turas elevadas.
Em alguns casos – do centeio, por exemplo –, o fato
de a planta ser de primavera ou de inverno depende de Ao contrário das auxinas, as giberelinas são trans-
um par de genes. O gene para primavera é dominante; e portadas sem polarização (apolar) para as demais partes
o gene para inverno, recessivo. do vegetal.
Denomina-se vernalização o tratamento ao frio a
que se submetem as plantas, com a finalidade de provo-
car a floração.
Caule
As giberelinas provocam um rápido alongamento das
Hormônio ainda não identificado na maioria das plan- células do caule.
tas. É produzido nas folhas e delas transportado até as ge- Foi observado que as plantas geneticamente anãs são
mas do caule (apical e laterais), onde determina a floração. muito mais sensíveis ao tratamento com giberelinas do
Para algumas plantas, como as bromélias, o florígeno que as plantas de tamanho normal. Baseando-se nesses
é a auxina ou o etileno. Para as plantas acaules, com folhas fatos, chegou-se à conclusão de que as plantas geneti-
em roseta (cenoura, nabo, rabanete), o florígeno é a camente anãs eram incapazes de produzir giberelinas.
giberelina.
Folhas
Como acontece no caule, as células das folhas sofrem um
7. Giberelinas acentuado alongamento quando tratadas com giberelinas.
São hormônios vegetais, descobertos no Japão em Este fator pode ser usado na horticultura, para a ob-
1930. tenção de plantas com folhas maiores e mais largas.
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Fruto
Também nesse caso as giberelinas aceleram a dis-
tensão celular.
A aplicação artificial de giberelinas em frutos jovens
pode provocar um acentuado aumento de tamanho.
Quando se aplicam giberelinas em flores fecundadas,
podemos provocar a partenocarpia, isto é, o desenvolvi-
mento do ovário para a formação de frutos sem sementes.
Semente
As giberelinas são capazes de quebrar o estado de
dormência das sementes, provocando a sua germinação.
Fig. 21 – Maturação do fruto relacionada com a respiração.
Também quebram a dormência das gemas laterais.
Floração Assim, os inibidores da respiração, como baixas tem-
As giberelinas induzem a floração de plantas acau- peraturas, concentrações altas de CO2, são capazes de
les, cujas folhas estão dispostas em roseta. inibir a maturação, mas a aplicação de etileno é capaz de
Essas plantas, para florescerem, requerem um trata- acelerar o processo.
mento ao frio durante certo tempo ou, então, um Sabemos hoje que o gás etileno é produzido no fruto,
tratamento com dias longos (veja fotoperiodismo). um pouco antes do climatério, e provavelmente desen-
Foi observado que, na época da floração, esses vege- cadeia o processo de maturação. A sua produção aumenta
tais apresentam um aumento no teor de giberelinas. muito durante o climatério.
• Em algumas plantas, o etileno é capaz de provocar
o início da floração. Ex.: abacaxi.
• O etileno é capaz de provocar a abscisão das fo-
lhas, frutos e flores.
• O etileno é capaz de provocar o aparecimento do
gancho apical no estiolamento.

9. Citocininas
São substâncias capazes de regular as divisões celu-
lares dos vegetais.
Fig. 20 – Ação das giberelinas.

Consequentemente, a produção de giberelinas inten-


sificaria as divisões celulares que levariam à formação do Quimicamente, essa substância é a furfuriladenina:
eixo floral.
Realmente, a aplicação artificial de giberelinas nes-
sas plantas provoca a sua rápida floração.

8. Etileno
O gás etileno (H2C = CH2) é um produto do meta-
bolismo das células vegetais e é considerado atualmente
um hormônio vegetal. Essa substância não ocorre naturalmente nos vege-
tais. A cinetina, aplicada juntamente com auxinas, age
numa série de fenômenos:
• O gás etileno é capaz de provocar a maturação • Ativa as divisões celulares em cultura de tecidos
dos frutos. vegetais, provocando o aparecimento de callus (massa de
Foi observado que a maturação de um fruto está rela- células).
cionada com a respiração. O processo respiratório au- • A diferenciação dos tecidos na cultura depende
menta muito durante a maturação, para depois sofrer um das concentrações de cinetina/auxina.
acentuado declínio à medida que os tecidos entram em Assim: cinetina > auxina ⇒ formação de gemas;
decomposição. Esse fenômeno é o climatério. Após o cinetina = auxina ⇒ formação de callus;
climatério, o fruto inicia o processo de maturação. cinetina < auxina ⇒ formação de raízes.
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• Outra observação da atividade dessas substâncias Foi observado que, antes do período desfavorável, a
foi em gemas laterais. planta produz um hormônio, denominado ácido abscísico
A queda da dormência em gemas laterais depende da (dormina), responsável pela dormência das gemas do
relação citocinina/auxina. caule. O ABA provoca a dormência de sementes e o
Assim: auxina > citocinina ⇒ a gema lateral per- fechamento dos estômatos.
manece dormente;
auxina < citocinina ⇒ a gema lateral inicia o seu 11. Fitoalexinas
desenvolvimento.
• Muitas plantas, quando cortadas, mostram nas São produzidas pelas células vivas das plantas em
suas folhas um rápido decréscimo do conteúdo proteico resposta a uma infecção do seu corpo, provocada por
e um consequente aumento no teor de nitrogênio solúvel. fungos. Essas substâncias são fungitóxicas.
Observou-se que a aplicação de citocininas nas fo-
lhas dessas plantas resultava numa permanência maior da 12. Vitaminas
cor verde e na quantidade de proteínas. Dessa maneira, as Nos vegetais, podem ser consideradas hormônios.
citocininas são capazes de provocar um efeito antissenes- São de importância as vitaminas do Complexo B.
cente. Seriam capazes de manter a síntese de ácidos Tiamina (vitamina B1), pirodoxina (vitamina B6),
nucleicos e de proteínas por mais um tempo. ácido nicotínico são produzidos nas folhas e chegam às
raízes, onde agem no seu desenvolvimento normal.
A riboflavina (vitamina B2) parece estar relacionada
à inativação do AIA.
Zeatina
É extraída do milho: 13. Os movimentos dos vegetais
Os movimentos dos vegetais podem ser classificados
em dois tipos:
• movimentos de curvatura (crescimento);
• movimentos de locomoção (deslocamento).

Os movimentos de curvatura são divididos em dois


tipos:
a) tropismos (já estudados);
b) nastismos ou nastia.

14. Tropismos
As citocininas são produzidas na ponta da raiz e trans- São movimentos de curvatura (crescimento) orien-
portadas para o caule e folhas através do xilema. tados em relação a um agente excitante, isto é, dependem
da direção de onde vem o excitante.
O tropismo pode ser negativo ou positivo.
Exs.: Fototropismo Geotropismo
Folhas Tigmotropismo Quimiotropismo
Regulam o metabolismo e a senescência.
15. Nastismos
Frutos São movimentos de curvatura não orientados em re-
Estimulam a divisão celular e o crescimento. lação ao agente excitante, isto é, não dependem da dire-
ção de onde vem o excitante, e sim da simetria interna do
10. Ácido abscísico (ABA) órgão que reage.
Os nastismos só ocorrem em órgãos dorsiventrais.
Em climas temperados, as estações do ano são nítidas.
Exemplos de nastismos:
Nos períodos favoráveis (primavera e verão), as gemas
das plantas estão em intensa atividade, dividindo cons-
tantemente as suas células e promovendo o crescimento
vegetal. No período desfavorável (inverno ou uma época Há flores que se abrem quando iluminadas, fazendo
de seca), as gemas devem permanecer dormentes e prote- as pétalas um movimento de curvatura para a base da
gidas para suportar, vivas, tais períodos. corola.
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A direção dos raios luminosos não influencia a dire- a sua força de sucção, retirando água da porção inferior,
ção da reação. Esta é sempre orientada para a base da e aumentam a sua turgescência.
flor. Há outras flores que fazem o movimento contrário, Em caso de elevação da folha, ocorre o inverso. O
só se abrindo durante a noite. Essas flores, quando ilumi- fenômeno é conhecido por seismonastia.
nadas, fecham a corola.
16. Tatismos
São movimentos de deslocamento de seres vivos.
Observa-se, por exemplo, nos tentáculos das folhas Orientados em relação ao excitante, podem ser positivos
de Drosera. Estes, irritados por um inseto, sempre se ou negativos.
dobram para o interior da folha. Exemplos de tatismos:

Também se observa na Drosera, na qual os tentácu- São movimento de deslocamento em relação a


los se curvam, orientados por substâncias químicas ema- substâncias químicas.
nadas do inseto. Exemplo: deslocamento de anterozoides à procura
do órgão feminino (arquegônio).

Movimento complexo que depende de excitação


exterior (alternância de luz e obscuridade, calor e frio) e Quando o elemento químico é o oxigênio.
também de fatores internos. É verificado em muitas legu- Exemplo: bactérias aerotáteis.
minosas, que à noite fecham os seus folíolos.
Nas mimosas (sensitivas), um abalo promove uma
reação rápida de fechamento dos folíolos. Os folíolos Movimento de deslocamento em relação à luz.
aparecem com articulações (espessamentos) ricas, com Exemplo: os cloroplastos deslocam-se no interior da
um parênquima aquoso. Quando uma folha se abaixa, as célula em resposta à luz. Com luz fraca, procuram a luz;
células das regiões superiores do parênquima aumentam com luz forte, afastam-se dela.

1. (MODELO ENEM) – O crescimento das raízes e caules das plan- e) a concentração de auxina em que se observa maior cres-
tas é devido à ação de hormônios vegetais, dentre eles, as auxi- cimento do caule é menor do que aquela em que se observa
nas. Esse crescimento se deve ao alongamento das células sob a maior crescimento da raiz.
ação desses fitormônios. O gráfico mostra o que ocorre com a raiz Resolução
e o caule em relação a diferentes concentrações de auxina. O gráfico mostra que a raiz é mais sensível à auxina do que o
caule. Baixas concentrações estimulam a distensão das células
radiculares e altas concentrações a inibem.
Resposta: D

2. (VUNESP) – Analise as frases abaixo:


I. É produzido principalmente no meristema apical do caule.
II. O seu principal efeito é promover o crescimento das raízes e
caules.
III. Inibe o desenvolvimento das gemas laterais.
IV. Estimula o crescimento e amadurecimento dos frutos.

A análise do gráfico mostra que Das afirmações acima, a respeito do hormônio vegetal auxina,
a) as células das raízes e caules respondem igualmente às são verdadeiras
concentrações de auxina. a) apenas I, II e III. b) apenas II, III e IV.
b) a mesma concentração de auxina promove o máximo cresci- c) apenas I, III e IV. d) apenas III e IV.
mento das raízes e dos caules. e) I, II, III e IV.
c) o crescimento, tanto das raízes como dos caules, é direta- Resolução
mente proporcional às concentrações crescentes de auxina. IV. Falsa. As auxinas estimulam o crescimento do fruto, mas não
d) concentrações elevadas de auxina que promovem o cresci- induzem o seu amadurecimento, que é provocado pelo etileno.
mento do caule são inibidoras do crescimento das raízes. Resposta: A

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3. (UNESP) – Em ruas e avenidas arborizadas, periodicamente as Observando os resultados, o pesquisador chegou à seguinte
companhias distribuidoras de eletricidade realizam cortes da parte conclusão:
superior das árvores que estão em contato com os fios elétricos a) O efeito das auxinas A e B depende do órgão em que atuam.
de alta tensão. As podas são necessárias para se evitarem proble- b) A ação da auxina é diretamente proporcional à concentração
mas que podem ocorrer em dias chuvosos e de fortes ventos. de auxina usada.
a) O que deverá acontecer com as árvores após o corte da região c) A ação da auxina depende da espécie vegetal considerada na
apical que estava atingindo os fios elétricos? experiência.
b) Que mecanismo explica o resultado obtido com o corte da d) Os resultados obtidos independem do tipo de auxina utilizada.
região apical? e) Os resultados obtidos com a auxina B são os mesmos que
foram obtidos apenas com água.
4. (MODELO ENEM) – Retiradas do local de origem, centenárias
figueiras tiveram suas copas podadas, antes de serem replan- 8. (VUNESP) – A técnica usada nas podas torna-se bem-sucedida
tadas em novo local. A poda das árvores é uma ação que permite quando se elimina a gema apical porque a
a) evitar a perda de água pela superfície exposta e provocar o a) ausência de auxinas produzidas pela gema apical estimula a ati-
desenvolvimento do número de gemas apicais. vidade das gemas laterais, retirando-as do estado de dormência.
b) evitar que aves e insetos quebrem os ramos e facilitar o b) presença das auxinas promove a abscisão das flores, estimu-
deslocamento da planta. lando a ramificação floral.
c) fazer o controle da produção de frutos e manter a temperatura c) giberelina estimula a produção de auxinas pelas gemas axilares.
da planta. d) presença do ácido ascórbico, produzido pela gema apical, ao
d) reduzir a perda de água pela superfície exposta e acelerar o se distribuir, inibe a atividade das gemas laterais.
desenvolvimento das gemas laterais. e) presença do etileno induz à formação de ramos pelas gemas
e) reduzir a superfície foliar, e um transporte mais rápido de subs- axilares das folhas.
tâncias.
9. (UNESP) – Considere o gráfico abaixo:
5. (FUVEST) – Para se obter a ramificação do caule de uma planta,
como a azaleia, por exemplo, deve-se
a) aplicar adubo com alto teor de fosfato na planta, de modo a
estimular a síntese de clorofila e maior produção de ramos.
b) aplicar hormônio auxina nas gemas laterais, de modo a estimu-
lar o seu desenvolvimento e consequente produção de ramos.
c) manter a planta por algum tempo no escuro, de modo a estimu-
lar a produção de gás etileno, um indutor de crescimento caulinar.
d) cortar as pontas das raízes, de modo a evitar seu desenvolvi-
mento e permitir maior crescimento das outras partes da planta.
e) cortar as pontas dos ramos, de modo a eliminar as gemas
apicais que produzem hormônios inibidores do desenvolvi-
mento das gemas laterais.

6. (FUVEST) – Quando se poda uma roseira observa-se um rápido


crescimento das gemas laterais para a formação de ramos vege- Obs.: Eixo x = quantidades relativas de auxinas nas folhas e nas
tativos. Isto ocorre porque as gemas laterais zonas do caule onde essas folhas se inserem.
a) passam a produzir menos auxinas. Eixo y = tempo de observação.
b) intensificam a produção de etileno e giberelinas.
c) recebem menos citocininas.
A análise desse gráfico permite supor corretamente que
d) passam a receber mais auxinas.
a) as folhas se encontram em processo de abscisão.
e) recebem menos auxinas.
b) a planta se encontra num período de crescimento, imedia-
tamente após a germinação.
7. (MODELO ENEM) – Um pesquisador, a fim de demonstrar a
c) parte das auxinas das folhas está sendo translocada para
influência de hormônios no crescimento vegetal, realizou uma
outros órgãos da planta.
experiência com plantas de mandioca tratadas com diferentes
d) as gemas axilares estão se desenvolvendo nas zonas do caule
concentrações de soluções aquosas de auxinas A e B. Os resul-
aqui analisadas.
tados obtidos estão representados na tabela a seguir.
e) as folhas estão gradativamente armazenando maiores quanti-
Crescimento Crescimento dades de substâncias de reserva.
Condições da experiência
de raiz do caule
Somente com água 0 0 10. (UEL) – Muitas pessoas cortam folhas de violeta-africana e as
Concentração baixa de auxina A + 0 enterram parcialmente para que enraízem e formem novos indiví-
duos. Em relação a esse fato, é correto afirmar:
Concentração baixa de auxina B 0 0 a) Só as gemas na planta adulta produzem auxinas para o enraiza-
Concentração alta de auxina A – + mento.
b) O ácido abscísico é o principal fitormônio envolvido na forma-
Concnetração alta de auxina B 0 – ção das plantas-filhas.
c) As giberelinas inibem a dominância apical.
Legenda:
d) As auxinas estimulam o enraizamento e também o alonga-
acelerado + mento celular.
e) Só se formam raízes se a citocinina estiver em concentração
lento _
elevada.
normal 0

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11. (UFPB) – Analisando-se o gráfico abaixo, é correto afirmar que: 14. (FUVEST) – Um pesquisador dividiu um lote de plantas jovens em
quatro grupos, dos quais três receberam os tratamentos
indicados a seguir e o quarto foi usado como controle.
As plantas foram então iluminadas unilateralmente.

Grupo Grupo Grupo Grupo


I II III IV

As plantas
As plantas tiveram as
a) o caule é mais sensível ao AIA do que a raiz. As plantas As plantas
tiveram o folhas
tiveram as não sofreram
b) tanto a raiz como o caule são inibidos em concentrações mais ápice coberto retiradas e o
folhas nenhuma
baixas do AIA. com papel à ápice coberto
retiradas alteração
c) numa determinada concentração, o AIA pode, ao mesmo tem- prova de luz com papel à
po, agir inibindo um órgão (raiz ou caule) e estimulando outro. prova de luz
d) a raiz só é inibida em contrações mais baixas do AIA.
e) raiz e caule só são estimulados em concentrações mais altas
Quais das plantas se curvam em direção à fonte de luz, tal como
do AIA.
as plantas do lote de controle?
a) Nenhuma delas.
12. (MODELO ENEM) – O esquema abaixo representa uma experiên- b) Somente as plantas do grupo I.
cia com hormônios vegetais. c) Somente as plantas do grupo II.
d) Somente as plantas dos grupos I e II.
e) Somente as plantas dos grupos I, II e III.

15. (UFPI) – O desenvolvimento dos caules processa-se no sentido


oposto ao centro da Terra; com as raízes, ocorre o contrário. Por
isso, caules e raízes apresentam, respectivamente,
a) geotropismo negativo e geotropismo positivo.
b) fototropismo positivo e fototropismo negativo.
c) tigmotropismo negativo e tigmotropismo positivo.
Uma plântula foi retirada da sua caixa de germinação e colocada d) geotropismo positivo e geotropismo negativo.
horizontalmente sobre um suporte de madeira durante um certo e) fototropismo negativo e fototropismo positivo.
tempo, suficiente para permitir seu crescimento. O resultado
desse experimento está representado pela seguinte figura:
16. (MODELO ENEM) – Considere o texto e a figura abaixo.
“Went pegou blocos de ágar que estiveram em contato com
a) b) ápices de coleóptilos e colocou-os sobre coleóptilos cujos ápices
foram retirados, de modo a cobrir apenas uma das metades das
extremidades cortadas. Manteve no escuro os coleóptilos assim
tratados.”
O experimento e o resultado estão representados na figura abaixo.

c) d)

e)

O movimento realizado pelos coleóptilos no escuro é o mesmo


quando se utilizam coleóptilos intactos e em posição ereta
expostos à
13. Qual das figuras abaixo representa a resposta de um caule que a) força da gravidade.
b) iluminação difusa.
recebeu luz unilateral vinda da direita?
c) iluminação unilateral.
d) terra bem molhada.
e) rotação num disco giratório.

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17. (PUC-SP) – A seguir está representado, esquematicamente, o 22. (FUVEST) – Dois lotes de sementes de uma determinada espécie
ápice de um caule. A seta indica o ponto onde a luz incide. de planta foram semeados, conforme o quadro a seguir:
Lote Condições % de Germinação
I Superfície do solo 97%
II Coberto com terra 2%

Pode-se dizer que a semente é


a) fotoblástica positiva. b) fotoblástica negativa.
c) indiferente. d) fotonástica positiva.
e) estiolada.

Pode-se, então, deduzir que a maior concentração de auxina será 23. O diagrama representa esquematicamente um experimento em
na região numerada por que se verifica a influência do tempo de exposição à luz no pro-
a) 1, mantendo-se o crescimento para cima. cesso de floração, em plantas de dia curto.
b) 2, o que explicará o geotropismo negativo dos caules.
c) 3, o que fará com que o caule cresça no sentido da fonte
luminosa.
d) 3, o que explicará o fototropismo positivo do caule.
e) 4, o que fará com que o caule cresça no sentido da fonte
luminosa.

18. (FUVEST) – Uma planta submetida à iluminação unilateral cres-


cerá em direção à fonte de luz, como mostrado no esquema.

A interpretação do diagrama permite concluir:


I. A duração da noite, além de um ponto crítico, determina a
floração.
II. A não floração decorre da diminuição do período de exposição à
luz.
III. A exposição da planta ao escuro favorece a floração, exceto
Isso ocorre devido à migração de auxina para
quando ocorre iluminação.
a) a região I, o que provoca maior divisão das células desse lado.
IV. A resposta fisiológica à luz possibilita, em condições naturais,
b) a região II, o que provoca maior divisão das células do lado
a floração de uma espécie ao longo de todo o ano.
oposto.
V. A influência da luz sobre a floração pode comprometer a
c) a raiz que, ao crescer em direção oposta à luz, orienta o cres-
reprodução de plantas de dia curto.
cimento do caule no sentido contrário.
d) a região II, o que provoca maior elongação das células do lado
24. O diagrama representa esquematicamente um experimento em
oposto.
que se verifica a influência do tempo de exposição à luz no
e) a região I, o que provoca maior elongação das células desse lado.
processo de floração, em plantas angiospermas.
19. (UEL) – Na primavera começam a brotar novas folhas nas árvores,
que perderam sua folhagem no outono. Os principais fatores
externos que influem sobre esse brotamento são
a) diminuição da intensidade luminosa e da temperatura.
b) aumento dos nutrientes disponíveis e da concentração de CO2.
c) diminuição dos nutrientes disponíveis e da concentração de O2.
d) aumento da intensidade luminosa e da temperatura.
e) aumento de O2 da atmosfera e das auxinas da planta.

20. O início da floração pode ser induzido por


a) giberelinas.
b) auxinas.
c) ácido indolbutírico.
d) ácido indolacético.
e) comprimento do dia.
A interpretação do diagrama permite concluir:
21. (PUCC) – Nas zonas temperadas, muitas árvores perdem suas I. A planta analisada é classificada como de dia curto.
folhas no outono. O estímulo para este fenômeno é dado por II. A duração da noite, além de um ponto crítico, determina a
a) diminuição da temperatura. floração.
b) aumento da quantidade de chuva. III. A influência da luz sobre a floração pode comprometer a
c) incidência de ventos fortes. reprodução dessa planta.
d) diminuição do comprimento do dia.
e) diminuição da intensidade luminosa. Está(ão) correta(s):
a) apenas I e II. b) apenas I e III. c) apenas II e III.
d) I, II e III. e) apenas I.

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25. (FUVEST) – Foi realizado um experimento envolvendo plantas de Considere também os seguintes experimentos realizados com
dia longo e plantas de dia curto, ambas com fotoperíodo crítico de plantas da mesma espécie, submetidas ao fotoperíodo adequado:
12h. Essas plantas foram submetidas a três tratamentos dife- I. planta com muitas folhas;
rentes: II. planta da qual foram retiradas todas as folhas;
I. 14h de luz e 10h de escuro; III. planta da qual foram retiradas todas as folhas, exceto uma.
II. 11h de luz e 13h de escuro;
III. 11h de luz, 3h de escuro, flash de luz e 10h de escuro. Segundo o texto apresentado, espera-se que, nos experimentos
realizados, surjam flores somente em
Com os tratamentos I e III, apenas as plantas de dia longo flores- a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) I e III.
ceram; com o tratamento II, floresceram apenas as de dia curto.
Os resultados desse experimento permitem concluir que
a) a floração é controlada pela duração do período contínuo de luz. 30. Observando a tabela abaixo, é correto afirmar
b) a floração é controlada pela duração do período contínuo de
escuro.
c) a floração independe do período de iluminação.
d) o flash de luz interfere apenas na floração das plantas de dia curto.
e) o flash de luz interfere apenas na floração das plantas de dia
longo.

26. (MODELO ENEM) – O gráfico abaixo representa a porcentagem


de floração de uma planta exposta a diferentes períodos de
iluminação.

a) as três espécies vegetais são sensíveis ao fotoperíodo.


b) o florescimento do tomateiro independe do fotoperíodo.
c) o tomateiro e a quaresmeira são plantas de dia longo.
d) a azaleia e a quaresmeira são plantas de dia longo.
e) a azaleia e a quaresmeira são plantas de dia curto.

31. (UEL) – Considere a frase abaixo.


“Para retardar o apodrecimento de frutos verdes estocados, de-
ve-se mantê-los em recintos refrigerados e com elevadas taxas
de CO2 porque esses dois fatores inibem a produção de
A análise dos dados permite concluir que ______I ____ que estimula ___________
II dos frutos.”
a) o período crítico para a floração desta planta é de 7 horas de
iluminação.
b) o período crítico para a floração desta planta é de 9 horas de Para completar a frase, basta substituir I e II, respectivamente, por
iluminação. a) etileno – o amadurecimento.
c) a planta analisada é de dia curto. b) auxina – a senescência.
d) a planta floresce independentemente da duração do período c) etileno – a abscisão.
de iluminação. d) auxina – o amadurecimento.
e) a planta analisada é de dia longo. e) etileno – a dormência.

27. Plantas estioladas apresentam caules longos e finos, folhas redu-


zidas e ausência de pigmentos. A causa do estiolamento é 32. (VUNESP) – Receita para floração de bromélias
a) excesso de produção de auxinas. “Coloque o vaso de bromélia dentro de um saco plástico transparen-
b) desequilíbrio no sistema hormonal do vegetal, provocado pela te, junto com uma maçã madura, durante uma semana. Após esse
falta ou deficiência de radiação luminosa. período retire o vaso e observe a floração da planta após 30 dias”.
c) ação do pigmento fitocromo em excesso de luz. A floração da planta foi induzida pelo(a)
d) queda do teor auxínico e aumento de produção de citocininas. a) acúmulo de dióxido de carbono proveniente da respiração da
e) formação das camadas de abscisão. planta e do pseudofruto.
b) aumento do vapor de água em consequência da transpiração.
c) acúmulo de oxigênio liberado durante a fotossíntese.
28. (UNIP) – Uma planta é sensível ao fotoperíodo quanto à floração. d) aumento da taxa de etileno no ar, proveniente do pseudofruto.
Verificou-se que a sua floração só ocorre em fotoperíodos abaixo e) diminuição na taxa de oxigênio no ar, devido ao consumo na
de 15 horas de iluminação. respiração.
Trata-se de uma planta
a) de dia longo.
b) de dia curto. 33. (MODELO ENEM) – Um comerciante de frutas, após transportá-las
c) que só depende do dia para a floração. ainda verdes, deixou-as em câmara frigorífica por uma semana,
d) de dia longo ou curto. porém para negociá-las deixou-as em ambiente natural e utilizou
e) indiferente ao fotoperíodo. uma substância X que acelerou o amadurecimento das frutas.
Podemos concluir que tal substância X
29. (VUNESP) – Considere o texto abaixo. a) aumentou a taxa de CO2 no meio.
“Várias pesquisas sobre floração têm demonstrado que os fitocro- b) precisou, para cada 100 quilos da fruta, de 10 quilos da subs-
mos localizados nas folhas é que participam da floração. Existem tância X.
fortes indícios de que estes fitocromos, estimulados pela luz, c) diminui a taxa de O2 no meio.
desencadeariam a síntese de certos hormônios, que migrariam d) era giberelina ou auxina.
das folhas até a gema, através do floema, induzindo a floração.” e) era o etileno.

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34. (UEL) – O etileno é um hormônio gasoso produzido em diversas 39. (VUNESP-modificado)


partes das plantas, sendo que o seu efeito maior se faz notar no
Hormônio
processo de amadurecimento dos frutos Função Local de produção
vegetal
Assinale a opção em que está indicado um outro efeito deste
hormônio: Ápices do caule,
a) inibe o crescimento das plantas durante o inverno. Crescimento de
I folhas jovens e
b) pode induzir a floração. caule e raiz
sementes
c) interfere no crescimento do caule e da raiz.
d) produz a dormência da semente, impedindo a sua germinação Amadurecimento Tecidos de frutos e
II
após a sua formação no ovário da flor. de frutos nódulos foliares
e) diminui o processo de absorção de água pelas raízes das plantas. Germinação da Folhas jovens, raízes
III
semente e embrião

35. (FUVEST) – Um dos gases liberados por automóveis é o etileno. Estimula as


IV Raízes
Esse gás poderá causar nas plantas: divisões celulares
a) A queda das folhas. Inibição do
b) Aumento da pilosidade das raízes. V crescimento das Caule, folhas velhas
c) Retardamento da senescência dos ramos. gemas apicais
d) Maior crescimento longitudinal dos ramos.
e) Retardamento da degradação da clorofila.
No quadro acima, I, II, III, IV e V são, respectivamente,
a) auxina, giberelina, etileno, ácido abscísico e citocinina.
b) auxina, etileno, giberelina, citocinina, ácido abscísico.
36. (MODELO ENEM) – Os produtores de frutos carnosos, para con- c) giberelina, auxina, etileno, citocinina, ácido abscísico.
tornar os problemas relacionados ao amadurecimento e transpor- d) giberelina, etileno, auxina, ácido abscísico, citocinina.
te, frequentemente colhem e embalam os frutos ainda verdes. Di- e) etileno, citocinina, auxina, ácido abscísico, giberelina.
versas técnicas permitem acelerar o amadurecimento dos frutos
após a colheita. Uma possível explicação para essas técnicas é:
a) Os frutos verdes, quando armazenados a baixas temperaturas,
40. (UFLA) – Associando a primeira coluna com a segunda,
aceleram a degradação da clorofila, formando novos pigmen-
1. Geotropismo ( ) movimento de crescimento observado
tos e alterando sua coloração.
nas gavinhas
b) Os frutos verdes, quando colocados em contato com os
2. Tigmotropismo ( ) movimento de curvatura orientado em
maduros, têm seu amadurecimento acelerado devido aos
relação à força da gravidade
ácidos produzidos pelos frutos maduros.
3. Fototropismo ( ) estimula a floração, o amadurecimento
c) Os frutos verdes, quando submetidos a elevadas temperatu-
de frutos e a abscisão das folhas
ras, transformam os açúcares em amido, acelerando então o
4. Etileno ( ) movimento dos vegetais, com orien-
amadurecimento destes.
tação na direção do estímulo
d) À medida que os frutos amadurecem, há um aumento da
5. Tactismo ( ) tipo de tropismo com influência da lumi-
liberação de etileno, que estimula o amadurecimento dos
nosidade
frutos mais verdes.
6. Tropismo ( ) movimento de deslocamento do ser vivo
e) A crescente degradação dos pigmentos verdes e a conversão
do amido em açúcares retardam a síntese do etileno, acele-
Teremos, de cima para baixo, a sequência:
rando o amadurecimento.
a) 5, 3, 2, 1, 6, 4. b) 2, 1, 3, 4, 5, 6. c) 1, 2, 3, 4, 6, 5.
d) 2, 1, 4, 5, 3, 6. e) 2, 1, 4, 6, 3, 5.
37. (UFMG) – O fechamento dos estômatos resulta em economia de
água e evita a transpiração excessiva das plantas quando o ar se
encontra quente e seco. O fechamento dos estômatos é decor- 41. (VUNESP)
rente I. As folhas de Dionaea, planta carnívora, fecham-se quando são
a) da ação da auxina, que estimula a entrada de íons potássio na tocadas por um inseto.
célula-guarda. II. A Euglena nada afastando-se da luz muito intensa.
b) da ação do etileno, que estimula a saída de íons sódio da III. As plantas trepadeiras crescem enrolando-se em um suporte.
célula-guarda.
c) da ação da giberelina, que estimula a entrada de íons sódio na
I, II e III são exemplos, respectivamente, de
célula-guarda.
a) fotonastia, fototactismo negativo e tigmotropismo.
d) da ação do ácido abscísico, que estimula a saída de íons
b) tigmonastia, fototactismo negativo e tigmotropismo.
potássio da célula-guarda.
c) seismonastia, fototactismo positivo e tigmotropismo.
d) termonastia, fototropismo negativo e hidrotropismo.
e) fotonastia, fototropismo positivo e hidrotropismo.
38. (UFLA) – Os hormônios vegetais controlam o crescimento das
plantas, além de promover a divisão, o alongamento, a diferencia-
ção das células e o amadurecimento dos frutos.
42. (UFPB) – A Drosera sp é uma planta insetívora cujo limbo carnoso
Assinale a alternativa que relaciona o hormônio à sua respectiva é dotado de um líquido pegajoso. Possui tentáculos, em cujo ápi-
função. ce existem bolsas portadoras de suco digestório. Quando um
a) Ácido abscísico: estimula a divisão celular e o desenvolvi- inseto pousa sobre o limbo, fica preso e debate-se, o que parece
mento de gemas laterais. provocar o movimento dos tentáculos. Estes, entrando em con-
b) Auxina: estimula o crescimento das folhas, promovendo sua tato com o corpo do animal, liberam o suco digestivo, que provoca
divisão e floração. sua morte. Este movimento, que independe da direção ou origem
c) Etileno: está ligado à queda de folhas (abscisão) e ao amadu- do estímulo, é denominado
recimento dos frutos. a) fotonastismo. b) tigmonastismo. c) quimiotropismo.
d) Giberelina: responsável pela dormência das gemas, impedin- d) geotropismo. e) seismonastismo.
do-as de germinar no outono.
e) Citocinina: promove a dormência apical, difundindo-se até a raiz.

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43. (UERJ) – O esquema a seguir mostra uma célula da alga Spirogyra 45. (PUC) – Se uma planta envasada, em início de crescimento, for
e bactérias. colocada de lado, como indica o esquema a seguir, qual das
alternativas a seguir mostra corretamente o que vai ocorrer com
o caule e a raiz dessa planta em relação a seu crescimento?

A maior quantidade de bactérias na parte iluminada da fita clorofi-


liana espiralada pode ser interpretada como
a) fototactismo positivo em direção à fonte luminosa.
b) fototropismo positivo em direção à fonte luminosa.
c) quimiotropismo positivo em direção à maior concentração
de O2.
d) quimiotactismo positivo em direção à maior concentração Pergunta-se:
de O2. a) Qual das alternativas de A a E representa a resposta da raiz e
e) quimiotactismo positivo em direção à maior concentração do caule?
de CO2. b) Como são denominados tais fenômenos?

44. Se você fosse semear duas espécies de plantas, uma com se- 46. O fotoperiodismo (duração dos dias e das noites) tem influência
mentes fotoblásticas negativas (I) e outra com sementes no crescimento e desenvolvimento das plantas e é responsável
fotoblásticas positivas (II), você as semearia da seguinte forma, por
para obter boa germinação: a) retardar a floração e frutificação das plantas.
a) Deixaria ambas as sementes à superfície da terra. b) iniciar a floração de muitas plantas e provocar a queda das
b) Antes de semear, exporia (I) à luz vermelha de 740nm e en- folhas no outono.
terraria ambas. c) provocar a senescência dos frutos.
c) Antes de semear, exporia (II) à luz vermelha de 740nm e en- d) estimular o crescimento do caule e a germinação de
terraria ambas. sementes.
d) Cobriria (I) com terra e deixaria (II) à superfície. e) inibir o crescimento do sistema radicular.
e) Cobriria (II) com terra e deixaria (I) à superfície.

3) a) Desenvolvimento das gemas laterais para formação de 8) A dominância do AIA acontece do ápice para a base da planta.
novos ramos. Resposta: A
b) As gemas apicais produzem hormônios que inibem o
9) Quando a taxa de auxinas na folha é maior do que no caule, a
desenvolvimento das gemas laterais.
folha permanece unida ao caule.
Resposta: A
4) A poda evita a transpiração foliar e acelera o desenvolvimen-
to das gemas laterais porque impede a inibição apical.
10) As auxinas estimulam o desenvolvimento das raízes quando
Resposta: D
em baixas concentrações.
Resposta: D
5) As gemas apicais produzem hormônios que inibem o desen-
volvimento das gemas laterais. Sem a gema apical, as gemas
11) Raízes, gemas e caules de uma planta respondem de formas
laterais brotam, porque não estão inibidas.
diferentes às variações de (AIA); portanto, determinada
Resposta: E
concentração de hormônio pode estimular um órgão e inibir
outro.
6) A alta taxa de hormônios apicais inibe as gemas laterais, que
Resposta: C
são muito sensíveis; portanto, quando podamos, as gemas
brotam, porque recebem menos hormônios.
Resposta: E 12) Quando a raiz está na horizontal, o AIA se desloca lateralmen-
te, concentrando-se no lado inferior, inibindo o crescimento
7) Raízes, gemas e caules de uma planta respondem de formas nesta parte e promovendo o crescimento do lado superior.
diferentes às variações de (AIA). Raízes respondem à baixa Resposta: D
taxa de (AIA); gemas respondem a taxas maiores do
hormônio do que a raiz. O caule precisa de altas taxas 13) A luz provoca o deslocamento das auxinas, que se concen-
hormonais para seu desenvolvimento. tram do lado escuro, promovendo o crescimento desse lado
Resposta: A do caule.
Resposta: C

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14) A distribuição do AIA se dá no sentido do ápice para a base; 30) Os tomateiros podem ser classificados como plantas indife-
portanto, iluminada unilateralmente, ocorrerá o desloca- rentes ao fotoperiodismo.
mento do hormônio para o lado oposto (escuro), pro- Resposta: B
movendo a curvatura do caule na direção da luz.
Resposta: B 31) O gás etileno é produzido no metabolismo das células
vegetais e considerado um hormônio vegetal.
15) Geotropismo – é o crescimento orientado pela gravidade. Resposta: A
Resposta: A
32) O gás etileno é produzido pelos frutos um pouco antes do seu
16) A principal produção de AIA é no ápice do caule. O ágar usado apodrecimento.
no experimento possui AIA, assim haverá a mesma resposta Resposta: D
de coleóptilos intactos.
Resposta: C 33) O gás etileno é produzido no metabolismo e acelera o
amdurecimento dos frutos.
17) A luz provoca o deslocamento das auxinas, que se concen- Resposta: E
tram do lado 4, aumentando a concentração e promovendo o
crescimento nessa porção do caule. 34) Algumas espécies têm floração estimulada na presença do
Resposta: E gás etileno.
Resposta: B
18) A luz provoca o deslocamento das auxinas, que se concen-
tram na região I, aumentando a concentração e promovendo 35) O gás etileno é capaz de provocar abscisão das folhas.
maior elongação das células nessa região da planta. Resposta: A
Resposta: E
36) O gás etileno é produzido pelos frutos maduros. Então, para
19) O aumento da temperatura e da luminosidade promove o evitar a perda da colheita, os produtores os coletam verdes.
aumento do metabolismo geral da planta e, portanto, da taxa Resposta: D
fotossintética e da produção de hormônios, promovendo
brotamento, floração e frutificação. 37) O ácido abscísico (ABA) provoca a dormência de sementes e
Resposta: D o fechamento dos estômatos.
Resposta: D
20) O número de horas de exposição à luminosidade ou fotoperio-
dismo é essencial para vários processos fisiológicos, como 38) O gás etileno está relacionado com o amadurecimento da
floração, abscisão das folhas e formação de raízes tuberosas, planta, principalmente frutos e folhas.
entre outros. Resposta: C
Resposta: E
39) Os diferentes hormônios produzidos pelas células vegetais
21) A abscisão de folhas é um dos processos fisiológicos influen- favorecem os processos de germinação, crescimento e
ciados pelo comprimento do dia. amadurecimento de flores e frutos.
Resposta: D Resposta: B
22) Fotoblastismo é o efeito da luz sobre a quebra da dormência 40) Tropismos são fenômenos de curvatura (crescimento)
da semente e pode ser positivo ou negativo. orientados em relação a um agente excitante.
Resposta: A Resposta: E
23) Itens falsos:
II – A não floração decorre da diminuição do tempo no escuro. 41) Nastismos são movimentos de curvatura não orientados em
IV – Cada espécie possui fotoperíodo crítico para floração. relação a um agente excitante.
Resposta: B
24) O fotoperiodismo é essencial para vários processos fisioló-
gicos, como floração, abscisão de folhas, formação de raízes 42) Tigmonastismos são movimentos que acontecem nas folhas
tuberosas e formação de bulbos. de algumas plantas quando tocadas por insetos.
Resposta: D Resposta: B

25) A continuidade do tempo no escuro determina processos 43) Quimiotatismo é o movimento cujo agente excitante é uma
fisiológicos, como produção de hormônios que permitem a substância química.
floração. Resposta: D
Resposta: B
44) Sementes fotoblásticas positivas – germinam na presença de
26) Plantas de dia curto só florescem quando o tempo de luz.
exposição à luz for inferior a um valor crítico. Sementes fotoblásticas negativas – germinam na ausência de
Resposta: C luz.
Resposta: D
27) Estiolamento é um mecanismo adaptativo que promove o
alongamento rápido do caule, sem folhas, em direção à 45) a) C – porque o caule cresce em sentido oposto à gravidade
superfície do solo e/ou em direção à luz. e a raiz no mesmo sentido que a gravidade.
Resposta: B b) caule – geotropismo negativo / raiz – geotropismo
positivo.
28) Trata-se de uma planta de dia curto, com fotoperíodo crítico
de 15 horas. 46) O fotoperiodismo influi na floração de muitas plantas e na
Resposta: B queda de folhas de vegetais caducifólios.
Resposta: B
29) Nas folhas, acontecem importantes processos fisiológicos para
o desenvolvimento das plantas: fotossíntese, respiração,
transpiração e produção de hormônios.
Resposta: E

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CAPÍTULO Biologia Vegetal

35 OS TECIDOS VEGETAIS

O crescimento da planta pode ser primário ou secundário. O primário é determinado pelos meristemas
localizados nas pontas do caule e da raiz; e o secundário, pelos meristemas laterais: felogênio e câmbio.

1. Definição máticas dividem-se continuamente por mitoses e são


pequenas; providas de uma parede celular delgada, não
Entendemos por tecidos os grupos de células igual-
deixam espaços intercelulares; o núcleo é grande e geral-
mente especializadas, de mesma origem embrionária e
mente ocupa posição central; o citoplasma é bastante ho-
que realizam funções determinadas no corpo vegetal.
mogêneo e os vacúolos são pequenos ou ausentes. Das
Nas plantas, a distinção anatômica dos tecidos é mui-
divisões e especializações das células meristemáticas,
to menos nítida do que nos animais. A especialização é
originam-se os tecidos adultos.
menos nítida e são poucos os tecidos que apresentam
Quanto à origem, podemos reconhecer dois tipos de
uma estrutura bem característica. Na maioria das vezes,
meristemas: primários e secundários.
o mesmo tecido exerce várias funções.
Os meristemas primários são aqueles cujas células de-
De modo geral, vamos dividir os tecidos vegetais em
rivam diretamente do embrião. Já os meristemas secundá-
dois grupos: tecidos meristemáticos ou meristemas e te-
rios são aqueles que se originam por desdiferenciação de
cidos adultos ou permanentes.
células adultas, isto é, células que, já diferenciadas, read-
quirem a capacidade meristemática, voltando a se dividir.
2. Tecidos meristemáticos
Os meristemas são também chamados tecidos em-
brionários. Esses tecidos se caracterizam pela grande ca-
Típicos são os meristemas encontrados nos ápices do
pacidade de divisão de suas células. As células meriste-
caule e da raiz, formando os pontos vegetativos.
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Esses pontos vegetativos são formados por certo nú- Periblema ou meristema fundamental: responsável
mero de células iniciais, as quais, vistas ao microscópio, pela formação da casca ou córtex e da medula (Fig. 3).
tomam aproximadamente a forma cônica. Por divisão
dessas células, obtêm-se outros tecidos meristemáticos
primários, os quais, por sua vez, diferenciam-se nos teci-
dos adultos primários. Assim, as células iniciais, compo-
nentes do ponto vegetativo radicular, dividem-se, for-
mando três zonas meristemáticas primárias, que, da peri-
feria para o centro, são chamadas:
Dermatogênio ou protoderme: responsável pela
formação da epiderme.
Periblema ou meristema fundamental: responsá-
vel pela formação da casca ou córtex, cujo limite é feito
pelo endoderma.
Pleroma ou procâmbio: responsável pela formação
do cilindro vascular.

Fig. 3 – Corte longitudinal do ápice do caule.

Lateralmente, também são produzidas novas células,


que vão originar tanto os primórdios foliares, que rapi-
damente crescem e se transformam nas folhas adultas,
como as gemas laterais (axilares), cujas células perma-
necem meristemáticas primárias em repouso. Posterior-
mente, essas gemas podem se desenvolver para formar os
Fig. 1 – Plântula de feijão. ramos caulinares ou ramos florais.
Na raiz, existe, também, o caliptrinogênio, respon- Essas formações laterais do caule são constituídas a
sável pela formação da coifa ou caliptra, estrutura que partir de células que ocupam posição externa no caule
não se encontra no caule. (origem exógena) e são completamente diferentes das
ramificações da raiz, que se originam, como veremos, a
partir de células que ocupam posição interna (origem en-
dógena).
Concluindo, podemos afirmar que todo o desenvol-
vimento de uma planta, desde a germinação da semente
até atingir o estado adulto, pode ser feito apenas por ati-
vidade dos meristemas apicais, com o crescimento e a di-
ferenciação das células que deles derivam. Dessa manei-
ra, forma-se uma planta inteira, com raiz, caule, folhas e
sementes.
Esse crescimento, que observamos graças aos meris-
temas apicais, é conhecido por crescimento primário e,
Fig. 2 – Corte longitudinal do ápice da raiz.
nele, a planta praticamente só sofre distensão. O peque-
O ponto vegetativo caulinar é mais complexo do que no crescimento em espessura que observamos algumas
o radicular porque sua atividade envolve a formação dos vezes resulta apenas na hipertrofia das células e nunca na
primórdios foliares e também das gemas laterais. Outra produção de novas células no sentido lateral.
diferença reside no fato de que, no caule, nunca se forma Assim, a maioria das monocotiledôneas e algumas
uma estrutura igual ou equivalente à coifa. dicotiledôneas anuais só mostram crescimento primário.
As células iniciais componentes do ponto vegetativo
caulinar dividem-se continuamente para formar:
Dermatogênio ou protoderme: responsável pela São responsáveis pelo crescimento secundário em
formação da epiderme. espessura, que observamos no caule e na raiz das dicoti-
Pleroma ou procâmbio: responsável pela formação ledôneas, gimnospermas e algumas monocotiledôneas,
do tecido de condução primário. como os gêneros Dracena, Yucca etc.
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As células produzidas por esses meristemas são en- Parênquima paliçádico: encontrado, geralmente,
viadas lateralmente, razão pela qual são também chama- abaixo da epiderme superior. É formado por células alon-
das meristemas laterais. gadas, ricas em cloroplastos, dispostas à maneira de uma
Entre os meristemas secundários, podemos citar o paliçada; os espaços intercelulares são meatos.
felogênio, que surge na região da casca, do caule e da Funções: fotossíntese, proteção contra a transpiração,
raiz, produzindo novas células para fora (sentido centrí- filtro de luz solar.
fugo), as quais formarão, por diferenciação, o tecido su- Parênquima lacunoso: encontrado, geralmente, aci-
beroso ou cortiça, e para dentro (sentido centrípeto), cé- ma da epiderme inferior. É formado por células arredon-
lulas que se especializarão em feloderma. dadas ou irregulares, deixando grandes lacunas entre
Câmbio: surge na região do cilindro central do cau- elas. Os cloroplastos dessas células são grandes, quando
le e da raiz, formando novas células para dentro, que se comparados com os do parênquima paliçádico.
especializam, constituindo o tecido de condução secun-
dário (xilema secundário), e células para fora, que se di-
ferenciam no floema secundário. Além de constituir o
tecido de condução, o câmbio também produz novas cé-
lulas parenquimáticas que formam os chamados raios
medulares. Fig. 4 – Aspecto tridimensional de uma célula típica de parênquima.

Função: fotossíntese.
3. Tecidos adultos
Esses tecidos se caracterizam por apresentar células
especializadas, que perderam, em grau maior ou menor,
a capacidade de divisão celular. Suas células realizam
funções determinadas dentro do corpo vegetal.
Um dos fatores que bem caracterizam o tecido adul-
to é a presença dos espaços intercelulares, relacionados
com a circulação de gases por difusão. Esses espaços in-
tercelulares são classificados arbitrariamente em três ti-
pos, dependendo do seu tamanho:
Meatos: espaços intercelulares pequenos, menores
do que as células que os circundam.
Lacunas: espaços que apresentam, aproximadamen- Fig. 5 – Aspecto de um corte transversal de folha,
te, o mesmo tamanho das células que os delimitam. mostrando o mesófilo com os parênquimas paliçádico e lacunoso.
Câmaras: grandes cavidades encontradas dentro dos
tecidos vegetais.
Passamos agora a descrever os principais tecidos Relaciona-se com a reserva de várias substâncias:
vegetais adultos. amido, água, ar, caroteno, sacarose, licopeno, taninos etc.
Parênquima amilífero: é o mais frequente, geral-
mente encontrado em órgãos subterrâneos não expostos à
É um tecido formado por células vivas, pouco espe- luz (raízes e caules). O amido é encontrado nos amilo-
cializadas, capazes de crescer e também de se dividir. Es- plastos ou grãos de amido.
sas células geralmente são poliédricas (parenquimáticas), Parênquima aquífero: relacionado com o acúmulo
mas podem aparecer alongadas ou mesmo estreladas. A de água, é encontrado principalmente em plantas de re-
parede celulósica geralmente é primária. Pode ser tecido giões secas. As células desse parênquima são providas de
primário ou secundário, desempenhando várias funções, uma substância mucilaginosa, que se embebe fortemente
como fotossíntese, reserva, origem de estruturas adventí- com água, promovendo a sua retenção.
cias, secreção e excreção. Ocorre na casca e na medula
do caule e na raiz, formando raios medulares, mesófilos
da folhas etc. Existem vários tipos de parênquima:

Encarrega-se da realização da fotossíntese, uma vez


que suas células são dotadas de cloroplastos. Encontra-se
Fig. 6 – Grãos de amido em células parenquimáticas.
nas folhas, sob dois aspectos:
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Parênquima aerífero ou aerênquima: relacionado


com o acúmulo de ar, é encontrado em plantas aquáticas.
Caracteriza-se pela presença de células que deixam espa- É uma película depositada pelas células no lado mais
ços intercelulares (grandes lacunas ou câmaras) que se externo, isto é, na parede da célula exposta ao ar atmos-
enchem de ar. férico.
Outras vezes, o parênquima está apenas preenchen- É formada por cutina, substância impermeável à
do espaços dentro do corpo vegetal, razão pela qual é co- água, cuja função é evitar uma perda excessiva de H2O
nhecido por parênquima de preenchimento. por transpiração.
É frequente encontrar-se sobre a cutícula deposição
de cera. A cera ajuda na função importante de evitar o
acúmulo de água, especialmente sobre as folhas.

São saliências epidérmicas, podendo ser unicelulares


ou pluricelulares, além de simples, ramificados ou capi-
tados (Fig. 9).

Fig. 7 – Corte transversal do caule de uma planta aquática.

A epiderme é um tecido originado do dermatogênio,


envolvendo externamente todos os órgãos vegetais.
Pode ser considerada um tecido geral para as plantas
que vivem no meio aéreo, mas, às vezes, está ausente,
como acontece em certas pteridófitas que vivem em re-
giões muito úmidas. Em plantas aquáticas, a epiderme
também não ocorre.
Fig. 9 – A) Pelo bicelular do caule de gerânio.
As células da epiderme são vivas, desprovidas de B) Pelo pluricelular da folha de violeta-africana.
cloroplastos, justapostas e, geralmente, constituem uma
única camada de células (Fig. 8). A epiderme exerce vá- Os pelos podem exercer várias funções:
rias funções importantes para a planta: proteção contra a • proteção contra a transpiração, por formar um ema-
transpiração e ferimentos, absorção, trocas gasosas, se- ranhado em torno da folha que retém vapor de água. A
creção e excreção.
retenção de vapor de água aumenta a umidade em torno
da folha, o que diminui a transpiração;
• desvio de raios solares, evitando um aquecimento
excessivo do órgão aéreo e, consequentemente, dimi-
nuindo também a transpiração;
• glandular, produzindo substâncias de secreção,
como acontece com os pelos capitados encontrados no
alecrim;
• urticante, produzindo substâncias urticantes,
como ocorre na urtiga;
• disseminação, servindo para o transporte de se-
mentes, como acontece no algodão e na paineira;
• absorção, como ocorre na região pilífera das raízes.

Fig. 8 – Corte da folha mostrando a epiderme.


São saliências epidérmicas pequenas, unicelulares,
Para exercer tais funções, a epiderme forma anexos,
geralmente relacionadas com a secreção de várias subs-
como cutícula, pelos, papilas, acúleos, escamas e estô-
tâncias.
matos.

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São estruturas epidérmicas, relacionadas com as tro-


cas gasosas controladas ativamente pelo vegetal. O estô-
mato consta de duas células estomáticas ou guardas,
que delimitam um poro chamado ostíolo. Esse poro é
regulável e põe em comunicação o meio externo com o
Fig. 10 – Papilas na epiderme das pétalas de amor-perfeito.
meio interno. Ao lado das células estomáticas, existem
duas células epidérmicas, conhecidas por células anexas
(companheiras). As células-guardas são ricas em cloro-
plastos (Figs. 14 e 15).
São saliências epidérmicas, resistentes e pontiagu-
As células estomáticas caracterizam-se, ainda, por
das, relacionadas com a defesa do vegetal. Os acúleos apresentar paredes celulares reforçadas de maneira
destacam-se com facilidade por não apresentarem teci- diferente. A parede voltada para o ostíolo é fortemente
dos de sustentação. Ex.: roseira (Fig. 11). Não devemos, espessada, enquanto a parede oposta é delgada.
no entanto, confundir acúleos com espinhos. Os espinhos Os estômatos são encontrados principalmente nas fo-
resultam da transformação de folhas (cacto) ou da trans- lhas, mas ocorrem também nos caules verdes. Nas folhas,
formação de ramos (laranjeira), que são difíceis de se des- podem ocorrer: somente na epiderme superior, como acon-
tacar porque apresentam elementos de sustentação. tece nas plantas aquáticas que apresentam folhas flutuan-
tes, sendo o fenômeno chamado epiestomatismo; somente
na epiderme inferior, como acontece com frequência nas
plantas da mata pluvial tropical, sendo o fenômeno cha-
mado hipoestomatismo; e podem aparecer em muitas
Fig. 11 – Acúleos em um ramo de roseira.
plantas nas duas epidermes, fenômeno conhecido por
anfiestomatismo.

São estruturas geralmente pluricelulares, com função


de proteção ou de absorção de água. São frequentes entre
as bromélias (plantas epífitas comuns em nossas matas).
As escamas constam de um escudo, constituído por
uma só camada de células mortas, que se encaixam sobre a
epiderme, e de um pé, formado por células do mesófilo
foliar. As escamas são desprovidas de cutículas e as células
do escudo funcionam como um verdadeiro mata-borrão, ab-
sorvendo água.

Fig. 14 – Vista frontal da epiderme de folha com estômatos.

Fig. 12 – Escama em vista frontal.

Escudo
Epiderme

Parênquima aquífero
Fig. 15 – Corte transversal da epiderme.
Fig. 13 – Corte radial de uma escama.

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Tecido relacionado com a sustentação mecânica dos


vegetais, aparece nas partes que ainda manifestam ativo
crescimento. É capaz de acompanhar o crescimento do
corpo vegetal e suas células são vivas, apresentando
paredes celulares parcialmente reforçadas, geralmente nos
ângulos das células. O espessamento é dado por celulose
e substâncias pécticas, nunca ocorrendo lignina. As célu-
las são prismáticas e, geralmente, dotadas de cloroplastos.
Apresenta colênquima nos caules jovens (verdes), no Fig. 17 – Esclereídeos em corte transversal.
pecíolo e nas nervuras mais desenvolvidas das folhas;
normalmente, não é encontrado em raízes. O
colênquima é constituído por células muito parecidas
com as do parênquima. São células muito alongadas (prosenquimatosas),
fusiformes, com as extremidades pontiagudas. Vistas em
secção transversal, são poligonais e com lúmen celular
muito reduzido, devido à intensa lignificação das paredes
celulares.

Fig. 18 – Fibras esclerenquimáticas.

Fig. 16 – Aspecto do colênquima angular.


As fibras esclerenquimáticas também são encontra-
das em várias partes do vegetal, especialmente acompa-
nhando o tecido condutor, onde formam as fibras
Esse tecido também realiza a sustentação mecânica liberianas e lenhosas.
dos vegetais. O esclerênquima ocorre em órgãos vegetais, Muitas vezes, as fibras são empregadas na indústria
principalmente nas regiões que atingiram a maturidade têxtil, como ocorre com a juta, cânhamo, rami, sisal, li-
completa. nho de Nova Zelândia etc.
Pode aparecer formando um verdadeiro tecido ou em
células esparsas, entre as células de outros tecidos. As
células do esclerênquima são mortas, devido à imensa
São tecidos formados por células vivas ou mortas,
lignificação que ocorre nas suas membranas.
que se especializam na produção de estruturas respon-
Podem ocorrer duas formas de células: esclereídeos
sáveis pela condução da seiva. Assim, a seiva bruta ou
ou células pétreas e fibras esclerenquimáticas.
mineral é conduzida por um conjunto de estruturas que
formam o lenho ou xilema, e a seiva elaborada ou
orgânica é conduzida pelo líber ou floema.
Os esclereídeos apresentam geralmente formas
poliédricas, mas podem ser alongados ou ramificados,
tomando o aspecto de uma estrela (astroesclereídeos);
outras vezes, tomam o aspecto de um osso (osteoesclereí-
deos). Todas essas células apresentam membranas
extremamente lignificadas, o que lhes dá muita rigidez.
Os esclereídeos podem ocorrer na epiderme, no tecido
parenquimático e no tecido condutor de muitas regiões
do vegetal. Aparecem em frutos como a pera, formam as
regiões empedradas de banana-maçã e o caroço de frutos
como o pêssego, azeitonas etc. Também são encontrados
em folhas e caules de muitas plantas.
Fig. 19 – Lenho ou xilema.

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Os vasos liberianos ou vasos crivados são formados


por células que se dispõem em fileiras. Essas células se
É um tecido complexo, formado por vários tipos de
mantêm vivas, mas são anucleadas, e as suas paredes
células, relacionadas com a condução, o suporte
celulósicas são primárias.
mecânico e o armazenamento de substâncias de reserva.
O que caracteriza, de modo especial, o vaso liberiano
É um tecido que pode ter origem primária (pleroma)
é a parede transversal da célula, provida de uma grande
ou secundária (câmbio).
quantidade de poros, formando as chamadas placas cri-
vadas. Através desses poros passam filamentos citoplas-
Na sua constituição, vamos encontrar:
máticos, que ligam duas células adjacentes, e em torno
Elementos dos vasos e traqueides: representam os
dos poros com frequência aparece deposição de calose
principais elementos de condução da seiva bruta e for-
(hidrato de carbono) (Figs. 20 e 21).
mam o sistema traqueário.
Quando o vaso liberiano é colocado fora de funcio-
Parênquima lenhoso: suas células se dispõem for-
namento, o depósito de calose aumenta e a placa crivada
mando fileiras verticais, ou de maneira horizontal,
fica obstruída, impedindo a passagem da seiva. Se a planta
constituindo os raios medulares, como acontece no
requerer novamente o funcionamento do vaso, a calose é
xilema secundário.
destruída e o vaso volta a transportar seiva elaborada.
Como vimos, as células dos vasos liberianos são vi-
vas, mas anucleadas. Associadas a essas células aparecem
Como o xilema, este também é um tecido complexo, as células anexas, que parecem influenciar no seu metabo-
formado por vários tipos de células, podendo também ter lismo, mantendo-as vivas. Prova disso é que uma célula
uma origem primária ou secundária. O floema relaciona-se não se mantém viva, durante muito tempo, sem núcleo.
com a condução da seiva elaborada, com a reserva e
também com o suporte mecânico.

Ele é constituído por:


Vasos liberianos ou crivados: relacionados efeti-
vamente com a condução.

Células anexas: células parenquimáticas especiais.

Parênquima liberiano: suas células são dispostas de


forma vertical ou radial, formando os raios medulares,
como ocorre no floema secundário. A função do parên-
Fig. 21 – Corte longitudinal do vaso crivado mostrando a placa crivada.
quima liberiano é acumular substâncias de reserva.

Elementos mecânicos: dão sustentação e são cons-


tituídos, principalmente, por esclereídeos e fibras escle- Entendemos por periderma o conjunto composto por
renquimáticas. felogênio, súber e feloderma.

Felogênio
Como já vimos, é um meristema secundário que
ocorre na região da casca – tanto do caule como da raiz
– das plantas que apresentam crescimento secundário em
espessura.
Pela atividade do felogênio, são produzidas novas cé-
lulas para o exterior, que se vão transformando em súber ou
cortiça, e novas células para o interior, que formarão o felo-
derma.

Súber ou cortiça
É um tecido formado por células mortas, geralmente
com formas prismáticas, pela suberificação de suas
paredes celulares.
Com frequência, o lúmen celular está cheio de ar e as
Fig. 20 – Corte longitudinal do floema. células são justapostas, sem deixar espaços intercelulares.
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A suberificação consiste na deposição de suberina Como esses tecidos são mortos, não conseguem acom-
(substância graxa) sobre a membrana primária, geral- panhar o crescimento secundário em espessura que está
mente formando várias camadas. ocorrendo e, em consequência, o ritidoma começa a se
O súber é um tecido de proteção que substitui a epi- romper e cair. A queda do ritidoma pode ser observada em
derme no caule e na raiz. Protege contra ferimentos, per- plantas como a jabuticabeira e a goiabeira, que descascam
da de água por transpiração e também contra variações completamente em determinadas épocas do ano, ou em ou-
de temperatura, já que constitui um eficiente isolamento tras plantas, nas quais o ritidoma cai em pedacinhos, dei-
térmico para as plantas. xando a superfície do caule sulcada e intensamente rugosa.
No súber, encontramos, com frequência, as lenticelas, Finalmente, podemos considerar que, quando uma
que formam saliências macroscópicas nesse tecido. O fe- planta sofre um ferimento, com frequência surge um me-
logênio apresenta, na região da lenticela, maior atividade e ristema de cicatrização, cujo funcionamento é seme-
acaba por produzir um conjunto de células para o meio ex- lhante ao felogênio, que surge naturalmente. Esses meris-
terno, que se caracteriza pela presença de espaços interce- temas de cicatrização produzem súber e feloderma, for-
lulares. Esse é um aspecto, aliás, que difere grandemente mando também um periderma na região ferida.
do tecido suberoso. Esses espaços intercelulares se abrem
para o meio externo e, por eles, podem acontecer trocas
gasosas. Essas trocas ocorrem sem o controle do vegetal,
uma vez que esses poros não são reguláveis.
Nos vegetais, nem sempre se pode distinguir a excre-
ção da secreção.
A excreção seria todo material produzido e não mais
aproveitado no metabolismo vegetal.
A secreção seria o material resultante do metabolis-
mo e que ainda pode ser aproveitado.
Como os vegetais acumulam o material de secreção
e excreção, nem sempre é possível distinguir uma coisa
de outra.
Vários são os elementos que participam da secreção
e da excreção: células secretoras, papilas e pelos secre-
Fig. 22 – Caule mostrando lenticelas.
tores, bolsas secretoras e vasos resiníferos, tubos lac-
tíferos, hidatódios e nectários.

Células secretoras
São células isoladas, praticamente existentes em
qualquer ordem, e que produzem as mais variadas subs-
tâncias. Existem dois casos de células que já conhece-
mos: o de células produtoras de CaC2O4 (oxalato de cál-
cio) e o da célula epidérmica, produtora de cistólito.

Papilas e pelos secretores


São anexos epidérmicos caracterizados por formar
Fig. 23 – Corte transversal da casca saliências na superfície do órgão onde se encontram. As
de uma planta em início de crescimento (em espessura).
papilas são pouco salientes e os pelos são bem salientes.
Feloderma As papilas são unicelulares e, geralmente, encontradas
É um tecido parenquimático, formado pelo felogênio nas pétalas das flores, sendo por isso as principais res-
para o lado mais interno. ponsáveis pela produção de essências, muitas das quais
O felogênio origina-se, geralmente, no primeiro ano utilizadas na preparação de perfumes. Os pelos podem
de vida da planta, formando, assim, o primeiro perider- ser unicelulares, como é o caso dos pelos da hortelã, do
ma. Mas acontece que esse felogênio será substituído, tomate etc., ou pluricelulares.
nos anos subsequentes, por novos felogênios formados O produto da secreção fica, em geral, no interior de
mais internamente em relação ao antigo. Isso resulta em vacúolos de pelos. Às vezes, porém, o produto é elimina-
acúmulo de tecidos mortos na superfície da raiz ou do do para um espaço entre a cutícula e as células glandula-
caule. A esse conjunto de tecidos superficiais e mortos, res, o que ocorre nos pelos capitados.
formados por vários felogênios, denomina-se ritidoma.

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Bolsas secretoras e vasos resiníferos


São escavações encontradas, em geral, no interior
das folhas, mas existem também em flores e frutos.
De acordo com sua origem, as bolsas secretoras di-
videm-se em esquizogênicas e lisogênicas.
Encontramos bolsas esquizogênicas, por exemplo, nas
plantas da família das mirtáceas, e lisogênicas, por exem-
plo, na família das rutáceas.
Quando as bolsas são alongadas, chamam-se canais.
Os canais secretores (resiníferos) são encontrados, por
exemplo, na raiz, no caule e nas folhas das coníferas,
grupo das gimnospermas ao qual pertence o pinheiro-do-pa- Fig. 24 – Vaso lactífero.
raná. Nesse caso, eliminam resinas. Já nas cactáceas, eli-
minam gomas. As umbelíferas eliminam óleos etc. Hidatódios
São encontrados dois tipos: hidatódios epitemais ou
estômatos aquíferos e hidatódios epidermais.
Hidatódios epitemais são estômatos modificados que
eliminam água sob forma de gotas, nas quais estão dis-
solvidas outras substâncias orgânicas e inorgânicas.
As células estomáticas são rígidas, delimitando um
poro sempre aberto. A câmara subestomática é preenchi-
Fig. 24 – A – Bolsa secretora. da por um tecido formado de células pequenas, regulares
B – Corte transversal do vaso resinífero.
e brilhantes, constituindo o chamado epitema. No epite-
ma termina uma nervura. Os hidatódios são encontrados
Vasos lactíferos no vértice e nas bordas de determinadas folhas, como
São os que produzem o látex. Podem ser de dois ti- nas folhas-de-chagas.
pos: Hidatódios epidermais são células epidérmicas isola-
das, com capacidade de eliminar água por processo ainda
Contínuos ou apocíticos, quando se originam de um não esclarecido.
único elemento que cresce e se ramifica.
Nectários
São elementos produtores de uma solução adocicada
Articulados ou simplásticos, quando provêm de vá-
chamada néctar. O néctar serve de alimento para insetos
rios elementos ligados transversalmente.
e pássaros, os quais são atraídos pelo odor ou cor das flo-
Encontramos vasos lactíferos, principalmente, nas
res e estão envolvidos com o processo de polinização das
plantas da família das euforbiáceas, como é o caso da se-
angiospermas.
ringueira e da coroa-de-cristo. São ainda bem evidentes na
chicória amarga, nas figueiras etc.

1. (MODELO ENEM) – Ao comermos uma porção de batata frita 2. (UFCE – MODELO ENEM) – Nas células meristemáticas, é co-
ingerimos um tecido vegetal rico em um composto orgânico mum a observação de
energético. O tecido vegetal e o composto orgânico referidos são, a) grandes vacúolos.
respectivamente, b) citoplasma parietal.
c) figuras mitóticas.
a) colênquima e amido. b) esclerênquima e amido.
d) divisão meiótica.
c) parênquima e lipídio d) parênquima e amido. e) núcleo periférico.
e) colênquima e lipídio. Resolução
Resolução Resposta: C
O tecido vegetal com função de reserva é o parênquima. No caso
da batata, encontram-se células do parênquima ricas em
amiloplastos, organoides citoplasmáticos que armazenam amido.
Resposta: D

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3. Quais são as estruturas vegetais relacionadas com as trocas ga- 12. (UFPA) – A madeira utilizada comercialmente é um tecido vegetal
sosas nos vegetais? denominado
a) súber ou cortiça. b) parênquima. c) xilema.
4. Considerando-se uma angiosperma arbórea, verifica-se que três d) esclerênquima. e) líber.
tecidos estão relacionados com a sua sustentação mecânica.
Quais são eles? 13. Assinale o conceito errado:
a) Os vasos lenhosos são mortos, com paredes celulares lignifi-
5. Os meristemas vegetais, quando examinados ao microscópio, cadas, e transportam água e nutrientes minerais.
apresentam abundância de b) Os afídeos são animais parasitas de plantas e, com seus apa-
a) reservas. b) figuras de mitose. relhos bucais, atingem o floema dos vegetais, extraindo a sei-
c) figuras de meiose. d) tecido lenhoso. va elaborada.
e) tecido vascular. c) O esclerênquima é tecido de sustentação mecânica, formado
por células mortas e lignificadas.
6. Em relação aos meristemas secundários, é correto afirmar que d) O súber (cortiça) apresenta células mortas, cheias de ar, im-
a) promovem o crescimento em comprimento. pregnadas com suberina, originadas do câmbio.
b) os mais importantes são o câmbio e o felogênio. e) Os estômatos são anexos epidérmicos encontrados, principal-
c) o câmbio é encontrado somente nas raízes. mente, nas folhas.
d) o felogênio renova e aumenta as raízes das plantas.
e) o câmbio produz a cortiça. 14. O xilema é um tecido especializado
a) no transporte de seiva elaborada.
7. (PUC) – O câmbio e o felogênio são duas formações vegetais b) na fotossíntese.
constituídas por tecido c) no transporte de seiva bruta.
a) meristemático de crescimento. d) na transpiração.
b) meristemático, de crescimento em comprimento, existente na e) na respiração.
raiz.
c) diferenciado, de crescimento, existente no caule e raiz. 15. Dos tecidos vegetais abaixo, somente uma alternativa contém
d) diferenciado para condução, existente nas angiospermas. apenas tecidos constituídos por células mortas. Assinale-a:
e) diferenciado para promover absorção de água, existente nas a) Súber, epiderme, xilema.
raízes. b) Súber, esclerênquima, xilema.
c) Epiderme, esclerênquima, floema.
8. (UFAL) – Dos tecidos vegetais abaixo, é formador do súber: d) Súber, colênquima, xilema.
a) felogênio. b) parênquima secundário. e) Epiderme, colênquima, floema.
c) feloderma. d) floema secundário.
e) cilindro lenhoso. 16. (UnB) – Julgue as frases abaixo:
(0) Os parênquimas são tecidos vegetais vivos e com grande ca-
9. (UFBA) – Qual dos seguintes conjuntos de características é pacidade de divisão celular.
comum a todos os tecidos de sustentação dos vegetais? (1) O câmbio vascular produz floema e xilema secundários.
a) Células mortas, localização periférica e presença de lignina. (2) Colênquima, parênquima, epiderme e floema são tecidos ve-
b) Células em atividade, localização interna e parede reforçada getais formados por células vivas.
com substâncias diversas. (3) Xilema, esclerênquima e meristema possuem células mortas.
c) Células mortas ou em atividade, localização variada e parede (4) Pelos absorventes aumentam a superfície de absorção de
reforçada com substâncias diversas. água e nutrientes minerais nas raízes.
d) Células alongadas, localização periférica e presença de lignina
ou de celulose. 17. Nos últimos anos, muitas empresas automobilísticas voltaram a
e) Células alongadas, mortas, localização interna e parede refor- utilizar fibras de origem vegetal, biodegradáveis, na confecção de
çada com substâncias diversas. várias peças dos automóveis. O tecido vegetal que está sendo
utilizado na confecção dessas peças é o
10. (UFSE) – A conhecida cortiça, de tão larga aplicação na fabricação a) xilema. b) floema. c) meristema.
de rolhas, é retirada de árvores que apresentam abundância do te- d) colênquima. e) esclerênquima.
cido denominado
a) súber. b) lenho. 18. (UFLA) – O esquema a seguir representa uma planta do grupo
c) colênquima. d) esclerênquima. das angiospermas com estruturas numeradas de I a V.
e) líber.

11. (UFSCar) – Os tecidos de sustentação, nos vegetais, são o colênqui-


ma e o esclerênquima. Eles se caracterizam, respectivamente, por
a) células vivas, com parede celular espessada com celulose, e
células mortas, com parede celular espessada com lignina.
b) células mortas, com parede celular espessada com celulose, e
células vivas, com parede celular espessada com lignina.
c) células vivas, com parede celular sem espessamento, e célu-
las mortas, com espessamento de celulose na parede celular.
d) células mortas, com parede celular com espessamento de ce-
lulose e lignina, e células vivas sem espessamento. Meristemas primários são encontrados em:
e) ambos serem tecidos vivos, distinguindo-se pela localização na a) I e II, apenas. b) II e III, apenas.
planta: o colênquima, na casca; e o esclerênquima, no lenho. c) I, III e IV, apenas. d) II, III e V, apenas.
e) I, III e V, apenas.

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19. Pontas de raízes são utilizadas para o estudo dos cromossomos III. Os meristemas secundários são responsáveis pelo cresci-
de plantas por apresentarem células mento diametral da planta, isto é, são responsáveis pelo alar-
a) com cromossomos gigantes do tipo politênico. gamento vegetal.
b) com grande número de mitocôndrias. IV. Felogênio e câmbio são os dois tipos de meristemas secun-
c) dotadas de nucléolos bem desenvolvidos. dários.
d) em divisão mitótica. Assinale a alternativa correta.
e) em processo de diferenciação. a) Todas as proposições estão corretas.
b) Todas as proposições estão incorretas.
20. (UEPB) – Os tecidos meristemáticos ou meristemas são tecidos c) Apenas a proposição I está correta.
embrionários ou formativos, responsáveis pelo crescimento dos d) Apenas as proposições II e III estão corretas.
vegetais. Sobre os meristemas, analise as proposições seguintes: e) Apenas as proposições III e IV estão corretas.
I. Os meristemas primários originam-se diretamente das células
do embrião da planta e localizam-se no ápice e ao longo do 21. Células vegetais com núcleo grande, vacúolos pequenos e nu-
caule. merosos, alta atividade metabólica e mitoses sucessivas são
II. Os meristemas primários caracterizam-se por promover o características de
crescimento em extensão (longitudinal) da planta, denominado a) floema. b) xilema. c) parênquima.
crescimento primário. d) colênquima. e) meristema.

3) Epiderme – estômatos. 14) Conduz água e sais minerais, de maneira ascendente, com
Súber – lenticelas. pressão negativa, logo necessita de reforço em suas células:
características presentes no xilema.
4) Colênquima, esclerênquima e lenho (xilema). Resposta: C

5) Células meristemáticas dividem-se continuamente por 15) Súber: reforço de suberina (substância graxa).
mitose. Esclerênquima e xilema: reforço de lignina.
Resposta: B Resposta: B

6) O câmbio forma novas células para dentro, constituindo o 16) (0) F (Grande capacidade de divisão celular caracteriza o
tecido de condução secundário (xilema secundário), e células meristema).
para fora, que se diferenciam no floema secundário. O (1) V (Para dentro: xilema secundário; para fora: floema
felogênio surge na região da casca do caule e da raiz, secundário).
produzindo novas células para fora, que, por diferenciação, (2) V (Não apresentam reforço de lignina, sendo, portanto,
formarão o tecido suberoso ou cortiça, e para dentro, células formados por células vivas).
que se especializarão em feloderma. (3) F (Meristemas são formados por células vivas).
Resposta: B (4) V (Formam a região pilífera, responsável pela absorção
da seiva bruta).
7) Crescimento secundário em espessura (meristema secun-
dário). 17) O esclerênquima é um tecido de sustentação mecânica,
Resposta: A formado por células mortas, extremamente lignificados, o
que lhes dá muita rigidez.
8) O felogênio surge na região da casca, produzindo células que, Resposta: E
por diferenciação, originam o tecido suberoso.
Resposta: A 18) Meristemas primários são encontrados nos ápices (pontas) do
caule e da raiz, formando os pontos vegetativos.
9) Células mortas e reforçadas com lignina: esclerênquima e Resposta: E
xilema (lenho).
Células vivas, sem reforço de lignina, apresentam celulose e 19) As células meristemáticas apresentam grande capacidade de
substâncias pécticas: colênquima. divisão mitótica.
Resposta: C Resposta: D

10) O súber da casca é um tecido originado do felogênio. 20) I. V (Determinando o crescimento em comprimento).
Resposta: A II. V (Crescimento em comprimento pelo fato de o tecido
estar localizado nas regiões de ápice).
11) Por se tratar de um tecido vivo, o colênquima não apresenta III. V (Crescimento em espessura, formando o felogênio e o
reforço de lignina. Ao contrário, o esclerênquima, por ser câmbio).
formado por células mortas, possui reforço de lignina. IV. V (Ambos responsáveis pelo desenvolvimento em espes-
Resposta: A sura).
Resposta: A
12) Por ser um tecido formado por células mortas, reforçadas por
lignina, o xilema é um tecido resistente e compacto. 21) A intensa capacidade de divisão celular é característica típica
Resposta: C do meristema.
Resposta: E
13) O súber é um tecido originado a partir do felogênio.
Resposta: D

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CAPÍTULO Ecologia

45 OS CONCEITOS
ECOLÓGICOS

A ecologia é a ciência que estuda as relações entre


os seres vivos e destes com o meio ambiente.

A palavra ecologia deriva do grego oikos = casa, ambiente + logos = estudo. Na verdade, a ecologia estuda os seres
vivos sob o ponto de vista das relações que mantêm entre si e com o meio ambiente. Atualmente, a ecologia tem sido
definida como a ciência que estuda os ecossistemas.

1. Conceito de ecossistema Cada espécie viva tem o seu papel no funcionamento


do ecossistema a que pertence. Por exemplo, quase todo
Ecossistema é o conjunto formado por um ambiente vegetal que se reproduz por meio de flores necessita de al-
físico ou abiótico, constituído pelos fatores físicos e quí- guma espécie de inseto para a polinização. O extermínio de
micos ambientais e pelos seres vivos (fatores bióticos). tal inseto também provocará a extinção da espécie vegetal.
Na caracterização de um ecossistema, é obrigatório con-
siderar dois componentes: um físico (abiótico ou bióto-
po) e outro vivo ou biótico, que ocupa o primeiro, desig-
nado por comunidade ou biocenose.
Ecossistema = biótopo + biocenose
São exemplos de ecossistemas: uma floresta, uma
lagoa, uma campina, uma poça d’água, um aquário, a
massa de água superficial do mar etc.

Fig. 2 – A Floresta de Coníferas é um ecossistema de zonas temperadas.

2. A importância da ecologia
A ecologia é assunto diário na imprensa, no rádio e
na televisão, constituindo um dos temas mais comenta-
dos na atualidade.
Em virtude dos grandes desastres ecológicos que se
sucedem, tal ciência passa a adquirir grande importância
prática. O homem é o ser vivo que mais agride o ambiente.
Até certo tempo atrás, o homem acreditava que podia inter-
Fig. 1 – Cactos do ecossistema do deserto no estado de Arizona (EUA). ferir à vontade. Aos poucos, porém, percebeu que os
subprodutos de sua indústria, ao destruírem vegetais, dimi-
Os ecossistemas são sistemas equilibrados. Assim, por nuíam a quantidade de alimento dos ecossistemas e baixa-
exemplo, um ecossistema consome certa quantidade de vam a produção de oxigênio. E que, matando indiscrimina-
gás carbônico e água, enquanto produz determinado volu- damente insetos através de pesticidas, impedia a poli-
me de oxigênio e alimento. Qualquer mudança na entrada nização e reprodução de plantas, provocando a morte das
ou saída desses elementos desequilibra o sistema, aves que viviam daquelas plantas. A morte das aves trazia,
alterando a produção de alimento e oxigênio. por sua vez, novas alterações ao ecossistema atacado.

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O homem deve encontrar um modo de vida que lhe


permita viver em equilíbrio com o ambiente do qual faz
parte. É necessário conhecer as noções básicas da ecolo-
gia, ou seja, aprender como os seres interagem com o
meio e verificar o papel deles no equilíbrio ecológico. É
preciso avaliar as consequências que a ação indiscrimi-
nada do homem pode acarretar ao ecossistema. As pes-
soas, com esses conhecimentos, poderão atuar de manei-
ra mais lúcida e consciente na comunidade em que vivem.

Fig. 5 – As algas vermelhas são produtores do fundo dos oceanos.

Fig. 3 – Comunidades biológicas dos ecossistemas marinhos.

Todo ecossistema natural é autossuficiente e envolve


fatores bióticos e abióticos. Fig. 6 – As samambaias são produtores de ecossistemas terrestres.
Os fatores bióticos são divididos em: produtores, con-
sumidores e decompositores. Os produtores são os orga-
nismos autótrofos, que, através da fotossíntese e da qui-
miossíntese, transformam compostos inorgânicos simples
em substâncias orgânicas complexas e ricas em energia.
A grande maioria dos produtores é representada pelos
seres clorofilados que transformam a energia luminosa do
sol em energia química, através da seguinte equação:

luz
12H2O + 6CO2 ⎯⎯⎯⎯→ C6H12O6 + 6H2O + 6O2
clorofila
No meio terrestre, os produtores são representados,
principalmente, pelas plantas angiospermas. No meio a-
quático, os produtores são representados pelas algas
microscópicas que compõem o fitoplâncton.

Fig. 4 – As diatomáceas são produtores do fitoplâncton. Fig. 7 – Cadeia alimentar com produtores, consumidores e decompositores.

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Os consumidores são os organismos heterótrofos,


isto é, incapazes de produzir o seu próprio alimento, e
por isso se utilizam da matéria orgânica pré-fabricada
para a sua nutrição. Os consumidores são chamados pri-
mários quando se alimentam dos produtores. Os secun-
dários são os animais carnívoros que se nutrem dos
consumidores primários (herbívoros). Os consumidores Fig. 10 – Os gafanhotos Fig. 11 – As bactérias são decompositores.
são herbívoros.
terciários alimentam-se dos secundários, e assim suces-
sivamente. Dentro de um ecossistema, os consumidores Quando dizemos que certo inseto pode ser encontra-
podem ter posição variada, como ocorre com os onívo- do em determinada planta, estamos nos referindo ao seu
ros, que se alimentam de vegetais e de outros animais. habitat. Se citamos seus hábitos, alimentação e repro-
Os decompositores são formados por bactérias e dução, salientamos o seu nicho ecológico.
fungos que permitem a reciclagem da matéria.

3. Os conceitos de
habitat e nicho ecológico
Os ecólogos usam o termo habitat para designar o
lugar específico onde o organismo vive; e a expressão
nicho ecológico para significar o papel que o organismo
exerce no ecossistema.

Fig. 12 – As orelhas-de-pau são fungos decompositores.

As condições naturais do habitat podem ser reprodu-


zidas; as do nicho nunca. Essa diferenciação tem sido
muito útil, principalmente na manutenção de animais em
Fig. 8 – A anêmona-do-mar é um celenterado de habitat marinho. cativeiro.
Assim, os jardins zoológicos devem oferecer aos ani-
mais a simulação mais fiel possível de seu habitat, favo-
recendo atividades essenciais do seu nicho ecológico,
como a reprodução.

Fig. 9 – Os caracóis são de habitat marinho, de água doce ou terrestre.

Costuma-se dizer que: habitat corresponde ao “endere-


ço” de uma espécie, enquanto nicho ecológico representa
sua “profissão”. Então, se pretendemos encontrar uma
espécie, basta saber-lhe o habitat: conhecendo o seu nicho,
Fig. 13 – Os gaviões Fig. 14 – Os macacos são animais arborícolas.
temos condições de dizer como, onde e à custa de quem se são carnívoros.
alimenta, para quem serve de alimento e como se reproduz.

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4. Os níveis de No ecossistema, distinguem-se dois componentes:


organização em ecologia biocenose e biótopo.
A biocenose ou comunidade biótica é o componente
População: é o conjunto de indivíduos da mesma vivo ou biótico de um ecossistema.
espécie, vivendo juntos no tempo e no espaço.

Fig. 18 – As matas pluviais são ecossistemas dos trópicos.


Fig. 15 – População de gramíneas em um campo da Nova Zelândia.
O biótopo refere-se ao meio físico ou abiótico de um
ecossistema, sobre o qual se desdobram as vidas vegetal
e animal.

Fig. 16 – População de flamingos.

Comunidade ou biocenose: é o conjunto de popu-


Fig. 19 – Bromélias epífitas na Mata Atlântica.
lações de espécies diferentes interdependentes no tempo
e no espaço.

É o conjunto de todos os ecossistemas existentes na


Terra.

Fig. 17 – As zebras são consumidores de primeira ordem.

É o conjunto formado pelo meio ambiente, pelos


Fig. 20 – Biosfera: conjunto de ecossistemas do nosso planeta.
seres que aí vivem e pela dependência recíproca; é a uni-
dade fundamental da ecologia. (Tansley, 1935.)
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1. Se a exploração descontrolada e predatória verifica- Resolução


da atualmente continuar por mais alguns anos, A preservação do meio ambiente é fundamental para a manuten-
pode-se antecipar a extinção do mogno. Essa ma - ção da variedade genética de um ecossistema. A ação predatória
deira já desapareceu de extensas áreas do Pará, de Mato Grosso, do homem em qualquer espécie, seja ela vegetal ou animal, acar-
de Rondônia, e há indícios de que a diversidade e o número de reta alterações no número de espécies na diversidade genética.
indivíduos existentes podem não ser suficientes para garantir a Resposta: B
sobrevivência da espécie a longo prazo. A diversidade é um
elemento fundamental na sobrevivência de qualquer ser vivo.
Sem ela, perde-se a capacidade de adaptação ao ambiente, que
2. A grande produção brasileira de soja, com expressiva
muda tanto por interferência humana como por causas naturais.
(Disponível em: <www.greenpeace.org.br>. Adaptado.) participação na economia do país, vem avançando
nas regiões do Cerrado brasileiro. Esse tipo de pro-
Com relação ao problema descrito no texto, é correto afirmar que dução demanda grandes extensões de terra, o que gera preo-
a) a baixa adaptação do mogno ao ambiente amazônico é causa cupação, sobretudo
da extinção dessa madeira.
a) econômica, porque desestimula a mecanização.
b) a extração predatória do mogno pode reduzir o número de
b) social, pois provoca o fluxo migratório para o campo.
indivíduos dessa espécie e prejudicar sua diversidade genética.
c) as causas naturais decorrentes das mudanças climáticas glo- c) climática, porque diminui a insolação na região.
bais contribuem mais para a extinção do mogno que a interfe- d) política, pois deixa de atender ao mercado externo.
rência humana. e) ambiental, porque reduz a biodiversidade regional.
d) a redução do número de árvores de mogno ocorre na mesma Resolução
medida em que aumenta a diversidade biológica dessa A ação antrópica, com desflorestamento e queimadas, provoca
madeira na região amazônica. extinção de espécies, erosão e contaminação das águas e dos
e) o desinteresse do mercado madeireiro internacional pelo solos pelo uso de defensivos agrícolas e de fertilizantes agrícolas.
mogno contribuiu para a redução da exploração predatória Resposta: E
dessa espécie.

3. Indique a alternativa que mostra a hierarquia correta, do mais 6. (UFSC) – Atualmente, a Biologia tem a preocupação de estudar
simples para o mais complexo, em nível ecológico: os seres vivos, não isoladamente, mas em conjunto com o meio
a) População → Indivíduo → Comunidade → Ecossistema. ambiente. De acordo com esta proposta, é correto afirmar que:
b) Ecossistema → População → Indivíduo → Comunidade. 01) Ecologia é a parte da biologia que estuda as interações dos
c) Indivíduo → População → Ecossistema → Comunidade. seres vivos, uns com os outros e com o meio ambiente.
d) Ecossistema → Comunidade → População → Indivíduo. 02) População é um conjunto de indivíduos de diferentes espé-
cies, os quais ocupam uma determinada área.
e) Indivíduo → População → Comunidade → Ecossistema.
04) Ecossistema é o conjunto de relações entre os seres vivos e
o mundo físico.
4. Analise as afirmativas abaixo, relacionadas com a ecologia.
08) Habitat é o conjunto dos hábitos ou atividades de uma deter-
I. Conjunto de seres vivos de espécies diferentes que vivem em
minada espécie.
determinado espaço, mantendo relacionamento.
16) Biosfera constitui a porção do planeta habitada pelos seres
II. Papel que o organismo desempenha dentro do seu ecos-
vivos.
sistema.
III. Complexo sistema de inter-relações entre os fatores bióticos
7. Os seres vivos dependem uns dos outros e interagem inti-
e abióticos.
mamente. Se quisermos compreender um ser vivo, temos de
IV. Conjunto de seres vivos da mesma espécie, que vivem em
tomá-lo em relação ao seu meio ambiente, compreendendo quer
determinado espaço.
o aspecto físico, quer suas interações com outros seres vivos. Ele
A que conceitos ecológicos se referem as afirmativas? deve ser considerado dentro do(da)
a) biocenose. b) biótipo. c) ecossistema.
5. (UEM) – Com relação à distribuição dos organismos na biosfera, d) biosfera. e) ecótono.
assinale o que for correto.
01) Quando duas espécies exploram nichos ecológicos se-
8. (FUVEST) – Para se conhecer completamente um ecossistema,
melhantes, estabelece-se, entre elas, competição por um ou
é necessário
mais recursos do meio.
a) fazer um levantamento de todos os níveis tróficos nele exis-
02) A comunidade de uma floresta compõe-se de populações de
tentes.
várias espécies que convivem umas com as outras e que se
b) analisar as variações climáticas, especialmente de tempera-
inter-relacionam.
tura, umidade e luz.
04) Em ambientes equilibrados, não há interferência de fatores
c) verificar a densidade das populações de animais e vegetais
abióticos sobre as populações.
que nele vivem.
08) A distribuição dos organismos independe da radiação solar
d) relacionar as condições ambientais à comunidade biótica.
que atinge a Terra.
e) relacionar os componentes da principal cadeia alimentar.
16) A biosfera é o conjunto de ecossistemas da Terra.

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9. (UNIFESP – MODELO ENEM) – Uma certa espécie de anfíbio 14. Correlacione as duas colunas, tendo por base as formas de orga-
consegue sobreviver em locais entre 18°C e 30°C de temperatura nização dos sistemas vivos.
ambiente (1). A temperatura média variando entre 20°C e 30°C pre- ( ) Conjunto de seres da mesma espécie 1. Comunidade
sente em algumas matas litorâneas do Sudeste brasileiro torna o que vivem no mesmo ambiente.
ambiente ideal para essa espécie viver (2). Esse anfíbio alimenta-se ( ) Conjunto de populações diferentes que 2. Espécie
de pequenos invertebrados, principalmente insetos, que se repro- se relacionam entre si.
duzem nas pequenas lagoas e poças d'água abundantes no interior ( ) Reunião e interação da comunidade
dessas matas (3). 3. População
com o meio físico-químico.
No texto, as informações 1, 2 e 3, referentes a essa espécie, ( ) Conjunto de ecossistemas do nosso
relacionam-se, respectivamente, a: 4. Ecossistema
planeta.
a) habitat, habitat, nicho ecológico. ( ) Indivíduos que são capazes de se repro-
b) habitat, nicho ecológico, nicho ecológico. duzir e originar descendentes férteis. 5. Biosfera
c) habitat, nicho ecológico, habitat.
d) nicho ecológico, habitat, habitat. A sequência verdadeira, de cima para baixo, é:
e) nicho ecológico, habitat, nicho ecológico. a) 4 – 1 – 3 – 5 – 2.
b) 3 – 1 – 4 – 5 – 2.
10. (UFA – MODELO ENEM) – Um observador de aves acompanhou o
c) 1 – 3 – 5 – 2 – 4.
comportamento de sanhaços e sabiás, pássaros que se alimentam
d) 5 – 1 – 4 – 3 – 2.
principalmente de frutos. O texto abaixo faz parte de suas anotações:
e) 4 – 2 – 3 – 1 – 5.
É curioso notar que os dois bandos (de sanhaços e de sabiás) visi-
tavam diariamente uma pitangueira repleta de frutos em diferentes
estágios de maturação. As duas espécies comiam somente os fru-
tos maduros. Os sanhaços se alimentavam dos frutos na própria 15. As cracas são animais marinhos que se nutrem do
árvore, nunca descendo ao chão. Os sabiás comiam apenas os fru- plâncton, na fase de larva são livre-natantes, e na
tos caídos. adulta, fixam-se nas rochas banhadas pelas ondas,
Com os dados apresentados, é possível concluir corretamente sendo animais sésseis. A figura a seguir representa duas popu-
que sanhaços e sabiás lações distintas de cracas (I e II).
a) disputam o mesmo habitat.
b) não compartilham o mesmo habitat. Alta
c) ocupam nichos ecológicos diferentes. Cracas resistentes
(I)
d) competem pelo alimento no mesmo habitat. à dessecação
Média Níveis
e) ocupam níveis tróficos diferentes na cadeia alimentar. das
Zona ocupada pelas marés
11. (UESB) – Um aquário de água doce, balanceado, contém os
Rocha populações I e II
seguintes moradores.
Baixa


15 peixes néon
vertebrados 4 bagres Cracas não resistentes
(II)
6 peixes-borboletas à dessecação


8 caracóis
invertebrados 80 oligoquetos
95 hidras verdes
Analisando-se essas informações, pode-se concluir corretamente
Esses animais constituem
que as populações I e II de cracas apresentam:
a) uma comunidade com duas populações.
a) na fase larvária, mesmo nicho ecológico, mesmo habitat e o
b) uma comunidade com seis populações.
fator limitante das duas populações é o alimento.
c) duas comunidades com seis populações.
b) na fase larvária, mesmo nicho ecológico, mesmo habitat e o
d) uma população com duas comunidades.
fator limitante das duas populações é o espaço.
e) uma população com seis comunidades.
c) na fase larvária, nichos ecológicos diferentes, mesmo habitat
12. (UNEMAT) – Abaixo, estão indicados alguns conceitos ecológicos: e o fator limitante das duas populações é o espaço.
I. Todos os seres vivos do Pantanal Mato-Grossense. d) na fase adulta, nichos ecológicos diferentes, mesmo habitat e
II. O Pantanal Mato-Grossense. o fator limitante das duas populações é a resistência à des-
III. Os jurubus do Pantanal Mato-Grossense. secação.
IV. Uma onça do pantanal caça capivaras e outros animais para e) na fase adulta, nichos ecológicos diferentes, mesmo habitat e
alimentar-se. o fator limitante das duas populações é o alimento.
Assinale a alternativa que contenha os conceitos ecológicos
correspondentes aos itens I, II, III e IV, respectivamente: 16. A biodiversidade é garantida por interações das vá-
a) Ecossistema, comunidade, população, habitat. rias formas de vida e pela estrutura heterogênea dos
b) Comunidade, ecossistema, população, nicho ecológico. habitats.
c) Ecossistema, biosfera, comunidade, nicho ecológico. Diante da perda acelerada de biodiversidade, tem sido discutida a
d) Ecótono, ecossistema, biótopo, biocenose. possibilidade de se preservarem espécies por meio da construção
e) Comunidade, população, sociedade, nicho ecológico. de “bancos genéticos” de sementes, óvulos e espermatozoides.
13. Complete a tabela abaixo. Apesar de os “bancos” preservarem espécimes (indivíduos), sua
Níveis de construção é considerada questionável do ponto de vista ecoló-
Exemplos gico-evolutivo, pois se argumenta que esse tipo de estratégia
organização
Uma concha de molusco servindo de I. não preservaria a variabilidade genética das populações;
residência a um crustáceo. II. dependeria de técnicas de preservação de embriões, ainda
desconhecidas;
Uma lagoa com todos os seres vivos e o meio III. não reproduziria a heterogeneidade dos ecossistemas.
físico.
O conjunto de todos os seres vivos de uma Está correto o que se afirma em
mata na Amazônia. a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas.
Os sapos da espécie Buffus marinus vivendo d) II e III, apenas. e) I, II e III.
numa lagoa.

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3) A sequência dos níveis de organização em ecologia, do mais 10) Os pássaros ocupam nichos ecológicos distintos porque se
simples para o mais complexo é: indivíduo → população → alimentam dos frutos da pitangueira em locais diferentes.
comunidade → ecossistema. Resposta: C
Resposta: E
11) A comunidade do aquário contém seis populações distintas.
4) I. Comunidade (biocenose). Resposta: B
II. Nicho ecológico.
III. Ecossistema.
12) I. Comunidade: conjunto de populações interagindo.
IV. População.
II. Ecossistema: sistema de interações recíprocas entre a
comunidade (biocenose) e o ambiente (biótopo).
5) 04. Incorreto: em ecossistemas equilibrados, há interação
III. População: conjunto de organismos pertencentes à
entre fatores bióticos (seres vivos) e abióticos (iluminação,
mesma espécie vivendo em determinado ambiente.
temperatura, pressão atmosférica, salinidade etc).
IV. Nicho ecológico: conjunto de características que adaptam
08. Incorreto: A distribuição dos seres vivos na biosfera é
uma população ao seu ambiente.
influenciada pela radiação luminosa que atinge a terra.
Resposta: B
Nas regiões intertropicais, é maior a incidência luminosa
e, consequentemente, maior é a biodiversidade.
13) Habitat – Ecossistema – Comunidade – População.
6) 02. Incorreto: a população é formada por um conjunto de
indivíduos da mesma espécie.
08. Incorreto: Habitat é o espaço geográfico ocupado pela 14) A devida correlação entre as colunas está na alternativa b.
população. Resposta: B

7) Os seres vivos devem ser compreendidos como pertencentes


ao ecossistema, isto é, a um sistema de interações recíprocas 15) O nicho ecológico das duas populações é diferente na fase
entre eles e o ambiente em que vivem. adulta; e o fator que limita o crescimento delas é a resistência
Resposta: C ou não ao dessecamento.
Resposta: D
8) O ecossistema é um complexo sistema de interações entre os
seres vivos e o ambiente. 16) Os “bancos genéticos” não preservam a variabilidade
Resposta: D genética das espécies e não reproduzem a variabilidade dos
ecossistemas.
9) A faixa de temperatura na qual sobrevive determinada Resposta: C
espécie de anfíbio pertence, bem como seus hábitos alimen-
tares, ao nicho ecológico. O habitat corresponde ao espaço
geográfico ideal para a sobrevivência e a reprodução de uma
espécie.
Resposta: E

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CAPÍTULO Ecologia

55 AS CADEIAS
ALIMENTARES

U ma cadeia alimentar representa as relações tróficas


entre os seres e representa a transferência
de matéria e energia entre eles.

1. Cadeia alimentar
Cadeia alimentar, ou cadeia trófica, é uma sequência
de seres vivos na qual uns comem aqueles que os antece- São os carnívoros maiores, que se alimentam de car-
dem na cadeia, antes de serem comidos por aqueles que nívoros menores, como é o caso de um gavião que come
os seguem. A cadeia mostra a transferência de matéria e uma cobra.
energia através de uma série de organismos. De maneira idêntica, poderíamos definir consumido-
res de quarta ordem, quinta ordem etc.
2. Níveis tróficos Normalmente, devido ao desperdício de energia, co-
mo veremos adiante, as cadeias alimentares não ultrapas-
Na cadeia alimentar, distinguem-se os seguintes ní-
sam 5 ou 6 níveis.
veis tróficos ou alimentares:

São os vegetais autótrofos, clorofilados que, através Finalizando a cadeia trófica, aparecem os decomposi-
da fotossíntese, fixam a energia luminosa, utilizam subs- tores, biorredutores ou saprófitas, micro-organismos repre-
tâncias inorgânicas simples (água e gás carbônico) e edi- sentados por bactérias e fungos. Tais organismos atacam os
ficam substâncias orgânicas complexas (glicose, amido). cadáveres e os excrementos, decompondo-os. São muito
No meio terrestre, os principais produtores são os fa- importantes, visto que realizam a reciclagem da matéria,
nerógamos (vegetais com flores); no meio aquático ma- devolvendo os elementos químicos ao meio ambiente.
rinho, são principalmente as algas microscópicas; na
água doce, são as algas e os fanerógamos.

São os organismos que comem os produtores; são


heterótrofos e geralmente herbívoros. Também são con-
sumidores primários os parasitas de vegetais.
No meio terrestre, os herbívoros são principalmente
os insetos, os roedores e os ungulados.

Vivem às expensas dos herbívoros, sendo representa- Fig. 1 – Os níveis tróficos de uma lagoa.

dos por carnívoros. Acham-se nos mais variados grupos.

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Como observamos abaixo, a rede ou teia alimentar


resulta do entrelaçamento das cadeias alimentares.

Fig. 2 – Representação de uma cadeia alimentar.

Fig. 4 – Entrelaçamento das cadeias alimentares.

Teia alimentar:
I – produtor;
II e III – consumidores primários;
IV – consumidor primário e secundário;
V e VI – consumidores secundário e terciário;
VII – consumidor secundário, terciário e quaternário.

Fig. 3 – Exemplos de cadeias alimentares.

3. Teias alimentares
Em um ecossistema, as cadeias alimentares interagem
formando redes alimentares. Na teia, representamos o
máximo de relações tróficas existentes entre os diversos
seres vivos do ecossistema e observamos que um animal, Fig. 5 – Uma teia alimentar é o entrelaçamento de várias cadeias alimentares.
por exemplo, pode pertencer a níveis tróficos diferentes.
É o caso dos onívoros, que consomem simultaneamente
animais e vegetais, e dos carnívoros, que atacam variadas
presas.

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1. dependência é uma das principais relações que interligam os habi-


tantes de qualquer ambiente e que podem ser resumidas ou des-
critas em um esquema geral, denominado de Teias ou Cadeias Ali-
mentares, em que cada espécie integrante ocupa um ou mais níveis
tróficos.
Considere uma pequena comunidade com a seguinte constituição:
1. Plantas.
2. Insetos – que se alimentam de plantas.
3. Aranhas – que se alimentam de insetos.
4. Pássaros – que se alimentam de pequenos invertebrados.
(O Globo, 1.° set. 2006.)
5. Micro-organismos (bactérias e fungos heterotróficos)
A teia alimentar que relaciona todos os organismos dessa comuni-
Na charge ao lado, a arrogância do gato com relação
dade pode ser assim esquematizada:
ao comportamento alimentar da minhoca, do ponto
de vista biológico, a) 1 → 2 → 3 → 4 → 5 b) 1→2→3→ 4
a) não se justifica, porque ambos, como consumidores, devem
“cavar” diariamente o seu próprio alimento. 5
b) é justificável, visto que o felino possui função superior à da mi-
nhoca numa teia alimentar. c) 1 → 2 → 3 d) 1 → 2 → 3 → 5
c) não se justifica, porque ambos são consumidores primários
em uma teia alimentar. 4 4
d) é justificável, porque as minhocas, por se alimentarem de de- 5
tritos, não participam das cadeias alimentares.
e) é justificável, porque os vertebrados ocupam o topo das teias e) 1 → 2 → 3
alimentares.
Resolução 4
A arrogância do felino não se justifica porque, sendo ambos con- 5
sumidores, devem “lutar” para obter seu alimento, por serem he- Resolução
terótrofos. As plantas são produtoras e são devoradas por insetos dos quais
Resposta: A as aranhas se alimentam.
Os pássaros alimentam-se de invertebrados (insetos e aranhas).
2. (MODELO ENEM) – Um ecossistema se faz pela integração entre Os decompositores (fungos e bactérias) agem em todos os níveis
os organismos e o ambiente em que vivem. Nos ecossistemas, tróficos.
as populações de diferentes espécies formam comunidades, em Resposta: C
que uns precisam dos outros, inclusive para se alimentarem. Essa

3. (FATEC) – As relações alimentares entre os diversos organismos Com base na figura e nos conceitos de ecologia, considere as
de um ecossistema costumam ser representadas por meio de seguintes afirmações:
diagramas, denominados teias ou redes alimentares. Observe a I. Galinhas podem ocupar os níveis II e IV.
teia alimentar a seguir. II. Bactérias e fungos podem ocupar o nível VI.
III. Minhocas podem ocupar os níveis V e VI.
IV. O ser humano pode ocupar o nível III.

Está correto o contido apenas em


a) III. b) II e III. c) I e IV.
d) I, II e IV. e) II, III e IV.

4. (UFSCar) – Morcegos (Chiroptera) são animais comuns nas diver-


sas formações vegetais nativas, desempenhando inúmeras funções.
a) Considerando o papel desempenhado por esses animais nes-
ses ambientes, esquematize uma cadeia alimentar com 4
elos.
b) Indique duas relações ecológicas interespecíficas distintas,
das quais os morcegos participem. Especifique a ação destes
mamíferos nas duas relações indicadas.

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5. (UNESP) – Observe o gráfico a seguir, que especifica uma teia 8. (FUVEST) – Numa comunidade interagem três populações, cons-
alimentar e os seres que dela participam. tituindo uma cadeia alimentar: produtores, consumidores primá-
gavião rios e consumidores secundários. Um fator externo provocou o
extermínio da população carnívora no tempo X.

cobra lagarto O gráfico a seguir que representa o comportamento da população


de herbívoros, a partir de X, é:

camundongo gafanhoto

planta

a) Que elemento pertence a mais de um nível trófico na teia


apresentada?
b) Qual é o papel desempenhado pela planta nesta teia?

6. (UFSCar – MODELO ENEM) – No final da década de 1970, foram


descobertas comunidades biológicas vivendo no fundo dos ocea-
nos, em profundidades de 2,5 mil metros, próximo a fendas por
onde extravasa magma quente que superaquece a água ao redor.
Essas comunidades são formadas principalmente por bactérias
que obtêm energia pela oxidação de H2S formado nas fendas e
por animais que se nutrem delas. Entre os animais dessas comu-
nidades, estão vermes tubulares gigantescos, com mais de 1
metro de comprimento, que se nutrem às custas de bactérias
quimiossintetizantes que vivem como simbiontes dentro de seus
corpos.

Nessas comunidades submarinas, as bactérias que obtêm ener-


gia pela oxidação de H2S e os vermes gigantes mencionados no
9. (FUVEST – MODELO ENEM) – Da noite para o dia são capazes
texto atuam, respectivamente, como
de depenar completamente um arbusto de pomar. No entanto,
a) produtores e consumidores primários.
não usam as folhas como alimento e sim como adubo para suas
b) produtores e decompositores.
hortas subterrâneas. No formigueiro, os pedaços de folhas trans-
c) consumidores primários e consumidores secundários.
portados são mastigados e empapados de saliva até se trans-
d) decompositores e produtores.
formarem em uma espécie de massa esponjosa sobre a qual se
e) decompositores e consumidores primários.
desenvolve um mofo. Desse bolor as saúvas cuidam com o maior
carinho. À força de mandíbulas, destroem qualquer “erva dani-
7. (VUNESP) – nha” que tente proliferar e podam o mofo, cortando-lhe as extre-
midades dos filamentos, o que provoca, no lugar cortado, a for-
I mação de umas bolinhas que – estas sim – constituem o alimento
das saúvas.
(O. Frota-Pessoa. Biologia na Escola Secundária, 2.a ed., 1962, Ministério
II III da Educação e Cultura.)

Na situação descrita no texto, os níveis tróficos ocupados pelo


mofo e pela saúva são, respectivamente, de
a) consumidor primário e consumidor primário.
b) consumidor primário e consumidor secundário.
IV V c) consumidor primário e decompositor.
d) decompositor e consumidor primário.
e) produtor e consumidor primário.

10. (UNOPAR) – Dois tipos de organismos garantem o equilíbrio de


VI uma teia ecológica; sem eles não haveria entrada de energia e o
retorno dos nutrientes sob forma de matéria-prima. Esses orga-
A respeito da teia alimentar representada acima, considere as se- nismos são, respectivamente,
guintes afirmações. a) consumidores primários e secundários.
I. Fungos não podem ocupar o nível I. b) produtores e consumidores primários.
II. Bactérias podem ocupar tanto o nível I como o nível VI. c) consumidores secundários e primários.
III. Aves podem ocupar os níveis II e V. d) produtores e decompositores.
IV. Algas podem ocupar os níveis I e VI. e) decompositores e consumidores de primeira ordem.

Assinale:
a) se apenas I estiver correta. 11. (FUVEST) – O modo de nutrição das bactérias é muito diversifi-
b) se apenas II e III estiverem corretas. cado: existem bactérias fotossintetizantes, que obtêm energia da
c) se apenas II, III e IV estiverem corretas. luz; bactérias quimiossintetizantes, que obtêm energia de reações
d) se apenas I, II e III estiverem corretas. químicas inorgânicas; bactérias saprofágicas, que se alimentam
e) se apenas IV estiver correta. de matéria orgânica morta; bactérias parasitas, que se alimentam
de hospedeiros vivos.

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Indique a alternativa que relaciona corretamente cada um dos 15. (UNIMES) – Em uma cadeia alimentar, estão presentes os seres
tipos de bactéria mencionados com sua posição na teia alimentar: vivos: cobras, gaviões, rãs, larvas e insetos. O que ocorrerá com
a introdução de caramujos, cuja única fonte de alimento são os
Fotos- Quimios-
Saprofágica Parasita produtores?
sintetizante sintetizante
a) Aumento da população de algas.
a) Decompositor Produtor Consumidor Decompositor b) Redução da população de larvas, insetos e rãs.
c) Aumento da população de rãs.
b) Consumidor Consumidor Decompositor Consumidor d) Estimulará maior intensidade de fotossíntese.
c) Produtor Consumidor Decompositor Decompositor e) Não alterará o equilíbrio ecológico.

d) Produtor Decompositor Consumidor Consumidor 16. (UFPE) – O primeiro nível trófico de qualquer ecossistema é ocu-
e) Produtor Produtor Decompositor Consumidor pado pelos organismos
a) autótrofos ou decompositores.
b) autótrofos ou consumidores.
12. (UNESP) – O esquema abaixo mostra as relações tróficas de uma c) autótrofos ou produtores.
comunidade. Cada letra representa um nível trófico. E, F, G e H d) heterótrofos ou consumidores.
indicam, respectivamente: e) heterótrofos ou produtores.

17. (FUVEST) – O esquema a seguir representa uma teia alimentar.


Dentre as múltiplas relações ecológicas mostradas pelas setas,
destaque uma cadeia alimentar com cinco níveis tróficos. Classifi-
que os elementos destacados de acordo com seu papel na
cadeia.

a) produtor, consumidor primário, consumidor secundário e


decompositor.
b) produtor, consumidor secundário, consumidor primário e
decompositor.
c) decompositor, consumidor primário, consumidor secundário e
produtor.
d) decompositor, consumidor secundário, consumidor primário e
produtor.
e) decompositor, produtor, consumidor primário e consumidor
secundário.

13. (PUC-SP – MODELO ENEM) – Em uma lagoa de água doce, são


encontrados organismos como microcrustáceos (I), que se ali-
mentam de fitoplâncton (II) e são animais predados por insetos
aquáticos (III) e também por peixes pequenos (IV). Os insetos, por 18. (UEL) – Em um aquário há quatro tipos de organismos. O orga-
sua vez, servem de alimento para peixes maiores (V). nismo I alimenta-se de lI e de III, sendo que estes dois últimos se
Através da atividade de certas bactérias (VI) presentes no lago, alimentam da planta IV. A melhor forma de representar estas
substâncias orgânicas são degradadas e seus produtos, liberados relações é:
no ambiente, podem ser reutilizados por todos os organismos.

Na tabela abaixo, que letra apresenta correspondência correta


com a descrição?
Consu- Consu- Consu-
Produ- Competi-
midores midores midores
tores dores
primários secundários terciários
a) I II III IV V e VI
b) I II III, IV e V V e VI III e VI 19. (FCC) – O esquema abaixo representa uma teia alimentar em uma
c) II I III, IV e V VI III, IV e V comunidade de lagoa:
d) II I III e IV V III e IV
e) VI I II III e IV III, IV e V

14. (PUC-SP) – Considere três espécies de animais que vivem em


uma comunidade, indicadas por 1, 2 e 3:
I. a espécie 1 é presa de 3;
II. a espécie 2 é predadora de 1;
III. a espécie 3 é presa de 2.
Sabendo que os moluscos desta comunidade também cons-
Um pesquisador constatou que a espécie 1 é herbívora, o que
tituem o único alimento do gavião-caramujeiro, podemos dizer
permite concluir que na cadeia alimentar em questão:
que essa ave se comporta exclusivamente como consumidor de
a) 1 é produtora.
a) primeira ordem.
b) 2 é consumidora secundária e terciária. b) segunda ordem.
c) 3 é consumidora secundária e terciária. c) terceira ordem.
d) 1 e 2 são consumidoras primárias. d) primeira e segunda ordens.
e) 2 e 3 são consumidoras primárias. e) segunda e terceira ordens.

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20. (UFSCar) – Considere os seguintes organismos que compõem Considerando a possibilidade de que você possa inserir-se nessa
uma cadeia alimentar: teia, em diferentes posições, assinale a afirmativa incorreta.
I. inseto; a) Em 1, 5 e 8, você seria heterótrofo em um nível trófico com
II. gavião; maior disponibilidade energética.
III. lagarto. b) Em nenhuma posição como vegetariano você poderia ser
também carnívoro.
c) Nas posições 2 e 3, você seria carnívoro de sequências
A sequência correta desses consumidores na cadeia é:
tróficas diferentes.
a) I – II – III.
d) Em apenas três posições você seria consumidor primário
b) I – III – II.
homeotérmico.
c) II – I – III.
d) II – III – I. 24. (PUC-RJ) – O estudo da comunidade biótica do ecossistema ma-
e) III – II – I. rinho de uma faixa litorânea revelou o esquema montado a seguir.

21. (UFSE) – Considere a teia alimentar representada a seguir:

Quais indivíduos ocupam o mesmo trófico nesta teia alimentar?


a) Algas marinhas, fungos e bactérias.
b) Peixes, crustáceos e moluscos.
c) Golfinhos, moluscos e gaivotas.
d) Peixes, golfinhos e gaivotas.
Quantos níveis tróficos o sabiá ocupa nesta teia? e) Algas marinhas, crustáceos e moluscos.
a) Um. b) Dois. c) Três.
d) Quatro. e) Cinco. 25. (UFMG) – Analise este gráfico, em que estão representados da-
dos obtidos em um estudo sobre a cadeia alimentar presente em
22. Considere a seguinte cadeia alimentar: determinada área:

plantas ⎯→ gafanhotos ⎯→ pássaros ⎯→ cobras

Caso desaparecessem as cobras da região, o que aconteceria à


população de gafanhotos?
a) Não sofreria alterações.
b) Diminuiria o número de indivíduos.
c) Aumentaria de tamanho.
d) Flutuaria ao redor um número maior de indivíduos.
e) Cresceria inicialmente e depois diminuiria.

23. (PUC-MG) – Observe o esquema da rede alimentar a seguir:


Considerando-se essas informações, é correto afirmar que as
curvas I, II e III representam, respectivamente, populações de
a) capim, gafanhotos e sapos.
b) capim, sapos e gafanhotos.
c) sapos, capim e gafanhotos.
d) sapos, gafanhotos e capim.

26. (FUVEST) – As mariposas da espécie Diataea saccharalis colo-


cam seus ovos na parte inferior de folhas de cana-de-açúcar.
Esses ovos desenvolvem-se em larvas que penetram no caule e
se alimentam do parênquima ali presente. As galerias feitas por
essas larvas servem de porta de entrada para fungos da espécie
Colleotrichum falcatum. Esses fungos alimentam-se da sacarose
armazenada no caule. As usinas de açúcar e álcool combatem as
mariposas, liberando pequenas vespas (Cofesia flavipes), cujos
ovos são depositados sobre as larvas das mariposas. Quando os
ovos eclodem, as larvas da vespa passam a se alimentar das
larvas da mariposa.
a) Com base nas informações contidas no texto acima, indique
os organismos que ocupam os seguintes níveis tróficos:
a1) produtor;
a2) consumidor primário;
a3) consumidor secundário.
b) Dentre as interações descritas nesse texto, indique uma que
você classificaria como parasitismo, justificando sua resposta.

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3) Galinhas → consumidores. Competidores = insetos aquáticos e peixes pequenos (ambos


Bactérias e fungos → decompositores (bactérias podem ser consomem microcrustáceos, havendo uma disputa entre eles).
produtores → quimiossintetizantes). Resposta: D
Minhocas → consumidores.
Ser humano → consumidor. 14) A espécie 2 é consumidora secundária, pois se alimenta da
Resposta: D espécie 1 (herbívora), e também consumidora terciária, pois
a espécie 3 é presa da espécie 2.
4) a) Vegetação → gafanhoto → morcego → coruja. Resposta: B
b) Morcegos e insetos. Nessa relação, os morcegos são pre-
dadores de insetos e, portanto, contribuem para a regu- 15) Os caramujos competirão com os insetos (consumidores
lação populacional de suas presas. primários) por alimento. Isso pode diminuir a população de
Morcegos e flores. Os mamíferos alados estabelecem com insetos da região e, consequentemente, de rãs e larvas.
as plantas que polinizam uma relação obrigatória de bene- Resposta: B
fício recíproco denominada mutualismo, pois se alimen-
16) Os produtores são vegetais autótrofos, clorofilados, que
tam das flores e garantem a variabilidade genética dos
realizam fotossíntese.
vegetais contribuindo com a polinização cruzada.
Resposta: C
5) a) Na teia representada, o gavião ocupa os níveis tróficos de 17) Cadeia com 5 níveis tróficos:
consumidor secundário e consumidor terciário. plantas → inseto → perdiz → cobra → águia. Planta: produtor;
b) As plantas ocupam o nível trófico de produtor. Por meio da
inseto: consumidor primário; perdiz: consumidor secundário;
fotossíntese, produzem alimento e oxigênio para os
cobra: consumidor terciário; e águia: consumidor quaternário.
outros seres da teia.
18) A seta pode ser lida da seguinte maneira: “serve de alimento
6) Bactérias: obtêm energia pelo processo chamado quimiossín- para”.
tese. São produtores. Resposta: A
Vermes gigantes: consomem a energia produzida pelas
bactérias que vivem como simbiontes dentro de seus corpos. 19) O molusco se alimenta do fitoplâncton, comportando-se
Resposta: A como consumidor de primeira ordem. Consequentemente, o
gavião-caramujeiro, alimentando-se do molusco, comporta-se
7) Fungos → decompositores. como consumidor de segunda ordem.
Bactérias → produtores e decompositores. (fitoplâncton → molusco → ave)
Aves → consumidores. Resposta: B
Algas → produtores.
Resposta: D 20) inseto ⎯⎯→ largarto ⎯⎯→ gavião
I III II
8) Primeiramente, o n.° de indivíduos herbívoros aumenta, Resposta: B
devido à ausência dos consumidores secundários (população
carnívora). Após certo tempo, ocorre uma queda, devido à 21) Vegetais → sabiá C1
falta de alimento (provavelmente, ocorreu uma redução Vegetais → grilo → louva-a-deus → sabiá C3
brusca de produtores). Vegetais → grilo → louva-a-deus → aranha → sabiá C4
Resposta: E Vegetais → grilo → sabiá C2
Resposta: D
9) Mofo → consumidor primário, pois obtém energia das folhas.
Saúva → consumidor secundário, pois se alimenta dos fungos. 22) Diminuiria o número de gafanhotos, pois aumentaria o nú-
Resposta: B mero de pássaros, que se alimentam dos insetos.
Resposta: B
10) Produtores → através da fotossíntese, fixam a energia lumi-
nosa, utilizam substâncias inorgânicas simples (água e gás 23) O homem ocupa uma posição como consumidor primário
carbônico) e sintetizam substâncias orgânicas complexas homeotérmico.
(glicose, amido). Resposta: D
Decompositores → realizam a reciclagem da matéria, devol-
vendo os elementos químicos ao meio ambiente. 24) Golfinhos, moluscos e gaivotas são consumidores secundários.
Resposta: D Resposta: C

11) E 25) I – sapos II – gafanhotos III – capim


O n.° de gafanhotos aumenta quando diminui o n.° de sapos,
12) E = decompositor (finaliza a cadeia trófica). reduzindo o n.° de pés de capim (produtores).
F = consumidor secundário (representados por carnívoros).
Resposta: D
G = consumidor primário (representados geralmente por
herbívoros).
Resposta: D 26) a) a1 – cana-de-açúcar;
a2 – larva da mariposa e fungo;
13) Produtores = fitoplâncton (algas microscópicas). a3 – larva da vespa.
Consumidores primários = microcrustáceos (zooplâncton). b) Os fungos da espécie Colleotrichum falcatum, que, ao ali-
Consumidores secundários = insetos aquáticos e peixes mentarem-se da sacarose armazenada na cana-de-açúcar,
pequenos (consomem os microcrustáceos). prejudicam o vegetal, assim constituindo uma interação
Consumidores terciários = peixes maiores (consomem os de parasitismo.
peixes pequenos).

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CAPÍTULO Ecologia

65 O FLUXO DE ENERGIA NOS SERES VIVOS

E studando fluxos de energia, é importante perceber que


necessariamente toda a energia de todos os seres vivos é
primordialmente vinda do Sol, sendo este então o grande
responsável pela existência de vida na Terra.

O fluxo unidirecional da energia e o fluxo cíclico da matéria.

1. Necessidades Todo ser vivo necessita de energia, que é utilizada


para:
energéticas dos seres vivos
1. construção do organismo;
2. realização de suas atividades (movimentos, manu-
tenção de temperatura, reações químicas etc.).
Os seres vivos são constituídos por moléculas orgâ-
nicas, ou seja, macromoléculas formadas por extensas
cadeias de carbono. Quanto maior for a molécula, maior
será a quantidade de energia necessária para sintetizá-la
e maior será a quantidade de energia nela armazenada e
disponível para as necessidades metabólicas do ser vivo.
Como sabemos, toda a energia utilizada pelos seres
vivos vem da luz solar. Através da fotossíntese, as plantas
verdes captam a energia luminosa do Sol, transforman-
do-a em energia química contida em alimentos.

O esquema a seguir mostra que o fluxo energético é


unidirecional e a matéria é cíclica.

Fig. 1 – O fluxo de energia através dos níveis tróficos de um ecossistema. Fig. 2 – Fluxos da matéria e energia.

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Produtividade primária bruta é a quantidade de com- É a energia obtida pelo consumidor secundário (car-
postos orgânicos produzidos pelos vegetais fotossintéti- nívoro) ao ingerir os herbívoros.
cos, por unidade de área e tempo.

É a produtividade terciária bruta menos a energia


É a produtividade primária bruta menos a quan- gasta na respiração dos carnívoros.
tidade de energia consumida pelo vegetal através da
respiração (R). PTL = PTB – R

PPL = PPB – R

O gráfico abaixo representa as produtividades pri-


márias.

Fig. 4 – A energia nos consumidores.

Fig. 3 – Representação das produtividades primárias.

I. Quantidade de alimentos produzidos pelo vegetal


na fotossíntese (PPB).
II. Quantidade de alimento gasto pelo vegetal na sua
respiração (R).

III.Quantidade de alimento armazenado (PPL).

É a quantidade de energia obtida pelos consumidores


primários ao comerem os produtores.
Fig. 5 – O fluxo de energia no ecossistema.

Trata-se da produtividade secundária bruta menos a l. O Sol é a fonte de energia para os seres vivos.
energia dispendida na respiração dos consumidores pri- 2. A maior quantidade de energia está nos produtores.
mários. 3. À medida que nos afastamos do produtor, o nível
energético vai diminuindo.
PSL = PSB – R 4. A energia que sai dos seres vivos não é reaproveitada.
5. O fluxo energético é unidirecional.

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Na pirâmide de números típica, o número de indiví-


duos diminui a cada nível trófico. São necessários vários
produtores para alimentar um pequeno número de herbí-
voros, que, por sua vez, servirão de alimento a um núme-
ro menor de carnívoros.

Fig. 8 – Pirâmide de número.

A forma de uma pirâmide de números pode ser muito


variada. Assim, uma árvore pode ser o produtor que nutre
numerosos insetos, que servem de alimento a algumas
aves. Nesse caso, tem-se a pirâmide esquematizada:

Fig. 6 – Fluxo de energia.


Fig. 9 – Pirâmide de número.
Considere a seguinte cadeia alimentar:
Uma pirâmide invertida pode ocorrer quando uma
planta → inseto → aranha → ave → cobra → gavião planta é parasitada por pulgões, que, por sua vez, são pa-
rasitados por protozoários.
A maior quantidade de energia encontra-se na planta.
A energia diminui progressivamente de um nível trófico
para o seguinte, e a menor quantidade de energia encon-
tra-se no gavião.

2. As pirâmides ecológicas Fig. 10 – Pirâmide de número.


Pirâmides ecológicas são representações gráficas das
cadeias alimentares. A pirâmide é construída por uma sé- A pirâmide de números não tem muito valor descri-
rie de degraus ou retângulos superpostos, representando tivo, porque dá igual importância aos diversos
os diversos níveis tróficos da cadeia. Existem três tipos indivíduos, sem considerar o tamanho e o peso.
de pirâmides: pirâmide de números, pirâmide de biomas-
sas e pirâmide de energia.
Na pirâmide de biomassas, é indicada, em cada nível
trófico, a biomassa dos organismos correspondentes. Por
biomassa, entendemos a massa orgânica do ecossistema.
Geralmente, a pirâmide de biomassas apresenta o vértice
voltado para cima.
Criança:
48kg
Bezerros: 1 035kg
Alfafa: 8 211kg
Fig. 7 – Representação de uma pirâmide ecológica típica.
Fig. 11 – Pirâmide de biomassa.

Mas há exceções encontradas em ecossistemas mari-


A pirâmide de números é edificada com a superposi- nhos, onde o fitoplâncton (algas microscópicas) tem uma
ção de retângulos horizontais de mesma altura, sendo o biomassa inferior à do zooplâncton (animais microscó-
comprimento proporcional ao número de indivíduos picos — protozoários, crustáceos etc.), mas uma veloci-
existentes em cada nível trófico. dade de renovação (reprodução) muito mais rápida.

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O diagrama mostra como a energia flui do produtor


para os consumidores. A energia diminui muito quando
passa através dos diversos níveis tróficos.

Fig. 12 – Pirâmide de biomassa.

A pirâmide de biomassas é melhor do que a de núme-


ros por indicar, para cada nível trófico, a quantidade de
matéria viva presente. Contudo, tal pirâmide atribui a Fig. 13 – Pirâmide de energia.
mesma importância aos diversos tecidos, embora tenham
valores energéticos diferentes; não leva em conta o fator
tempo, uma vez que as biomassas podem ter sido acumu-
ladas em alguns dias, como é caso do fitoplâncton, ou em
centenas de anos, como é o caso de uma floresta.

A melhor representação da cadeia alimentar é a pirâ-


mide de energia, na qual cada nível trófico é representa-
do por um retângulo, cujo comprimento é proporcional à
quantidade de energia acumulada por unidade de tempo
e de espaço nesse nível. Tal pirâmide apresenta sempre o
Fig. 14 – A pirâmide de energia.
vértice para cima.

1. O gráfico a seguir mostra o percentual de aproveita- e) os carnívoros ingerem até 50% do alimento disponível, en-
mento do alimento ingerido por herbívoros e carní- quanto os herbívoros ingerem apenas 10% do alimento dispo-
voros em relação ao seu peso corporal. nível. As quantidades de matéria orgânica assimilada são as
mesmas para os carnívoros e herbívoros.
Resolução
A análise do gráfico permite evidenciar maior aproveitamento do
alimento nos animais carnívoros.
Resposta: A

2. Do ponto de vista ambiental, uma distinção impor-


tante que se faz entre os combustíveis é serem pro-
venientes ou não de fontes renováveis. No caso dos
derivados de petróleo e do álcool de cana, essa distinção se ca-
racteriza
a) pela diferença nas escalas de tempo de formação das fontes,
período geológico no caso do petróleo e anual no da cana.
b) pelo maior ou menor tempo para se reciclar o combustível
utilizado, tempo muito maior no caso do álcool.
A análise do gráfico nos permite afirmar que c) pelo maior ou menor tempo para se reciclar o combustível utili-
a) os carnívoros apresentam uma eficiência muito maior na as- zado, tempo muito maior no caso dos derivados do petróleo.
similação da matéria orgânica e energia obtidas dos alimentos d) pelo tempo de combustão de uma mesma quantidade de
quando comparados aos herbívoros, que perdem uma quan- combustível, tempo muito maior para os derivados do
tidade significativa do alimento obtido dos vegetais. petróleo do que do álcool.
b) os herbívoros apresentam uma eficiência muito maior na as- e) pelo tempo de produção de combustível, pois o refino do
similação da matéria orgânica e energia obtidas dos alimentos petróleo leva dez vezes mais tempo do que a destilação do
em relação aos carnívoros, que perdem uma quantidade fermento de cana.
significativa do alimento obtido dos vegetais. Resolução
c) tanto carnívoros quanto herbívoros apresentam uma grande O petróleo é formado pela decomposição do plâncton marinho,
assimilação da matéria orgânica e energia obtidas dos ali- que foi depositado em rochas sedimentares durante a Era Meso-
mentos em relação ao seu peso corporal. zoica, entre 200 e 300 milhões de anos atrás. A cana, por sua vez,
d) tanto carnívoros quanto herbívoros apresentam uma reduzida pode produzir pelo menos uma colheita por ano, resultando na
assimilação da matéria orgânica e energia obtidas dos alimen- produção do álcool.
tos em relação ao seu peso corporal. Resposta: A

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3. (VUNESP) 7. (UEM) – Considerando-se a interação matéria e energia nos


ecossistemas, pode-se afirmar que:
01. numa cadeia alimentar, a energia aumenta na medida em que
passa de um nível trófico a outro.
02. numa cadeia alimentar, o organismo que mais armazena
energia é o produtor.
04. a quantidade de biomassa diminui quando se passa dos níveis
tróficos dos produtores para os dos consumidores, numa
cadeia alimentar terrestre.
08. parte da energia que flui num ecossistema é dissipada sob
forma de calor, portanto ela é unidirecional.
16. todos os seres vivos utilizam nitrogênio, fixando-o diretamen-
te da atmosfera, para fabricação de proteínas.
O diagrama acima representa o fluxo de energia verificado em um 32. o ciclo da água depende principalmente da energia solar.
ecossistema. A partir dele, podemos afirmar, exceto: 64. a energia é cíclica, pois quando liberada por um organismo é,
a) Num ecossistema, o número de níveis tróficos é limitado em novamente, utilizada por outro.
função da disponibilidade de energia para o nível seguinte.
b) Baseado em princípios de produtividade líquida, um quilo de 8. (UFSE) – Numa cadeia trófica, a energia química armazenada nos
carne será sempre mais caro do que um quilo de milho. compostos orgânicos dos seus produtores é transferida para os
c) Dada a quantidade de energia disponível no primeiro nível trófi- demais componentes da cadeia. A experiência comprova que
co, justifica-se o fato de os povos mais pobres serem essen- essa energia, ao passar de um nível trófico para o outro,
cialmente consumidores primários. a) aumenta rapidamente. b) permanece inalterável.
d) A produtividade primária bruta é inversamente proporcional à c) diminui gradativamente. d) aumenta gradativamente.
energia luminosa absorvida. e) é toda consumida.
e) O fluxo de energia não é cíclico.
9. (UFRN) – Considere o seguinte diagrama:
4. (VUNESP) – À transferência de energia, desde os produtores até
os decompositores, através de uma série de organismos que con-
somem e são consumidos, dá-se o nome de cadeia alimentar ou
trófica. Assim, as plantas verdes ocupam o primeiro nível trófico,
os herbívoros o segundo nível e os carnívoros os níveis superiores.
Com base nesta afirmativa, justifique por que os vegetais são
qualificados como produtores.

5. (FUVEST) – Que quantidade de energia está disponível para os


consumidores primários de uma comunidade?
a) Toda a energia incorporada à fotossíntese durante a vida do
vegetal.
b) Toda a energia luminosa que é absorvida pelas plantas. Há maior perda de energia sob forma de calor, antes de se chegar
c) A porção de energia incorporada às substâncias químicas ao consumidor final, na(s) situação(ões):
existentes na planta. a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas.
d) A porção de energia transformada em calor durante as reações d) I e II, apenas. e) II e III, apenas.
químicas das células do vegetal.
e) A porção de energia utilizada pela respiração celular do vegetal. 10. (MODELO ENEM) – O fluxo de energia que atravessa determi-
nado nível trófico constitui a produtividade bruta, que é a soma da
6. (UFSC) – Sobre o movimento de energia e de materiais nos ecos- produtividade líquida e da energia das substâncias perdidas pela
sistemas, julgue as afirmações abaixo: respiração. Assim, se considerarmos os produtores, a produtivi-
01. Energia e nutrientes entram nas comunidades pela ação dos dade bruta corresponde ao total de energia
produtores. a) assimilado por eles na fotossíntese.
02. Um consumidor cujos átomos de carbono tenham passado an- b) incorporado a sua biomassa.
tes por três outros organismos é um consumidor de quarta c) disponível para os herbívoros e decompositores.
ordem. d) consumido pelos herbívoros e decompositores.
04. Como os demais níveis tróficos da comunidade recebem par- e) incorporado à biomassa de herbívoros e decompositores.
celas cada vez menores da energia fixada pelos produtores, a
representação do fluxo de energia é uma pirâmide. 11. Considerando-se as frases abaixo:
08. A fotossíntese e a respiração se contrapõem no equilíbrio I. A energia, introduzida no ecossistema sob forma de luz, é
energético dos ecossistemas; enquanto a primeira armazena transformada, passando de organismo para organismo na
energia em ligações químicas, a segunda libera esta energia. forma de energia química.
16. Organismos que obtêm energia e nutrientes pela digestão de II. A energia e a matéria, uma vez utilizadas pelos organismos, fluem
seres mortos, excreções ou outros materiais orgânicos des- para o meio, podendo ser reaproveitadas pela comunidade.
prendidos dos seres vivos são chamados onívoros. III. Quanto mais longa for a cadeia alimentar, maior será a energia
32. Em termos energéticos, a situação que confere maior transfe- disponível.
rência de energia para um consumidor é comportar-se como Pode-se afirmar que
produtor. a) apenas I está correta. b) apenas II está correta.
c) apenas III está correta. d) I, II e III estão corretas.
e) I, II e III estão erradas.

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12. (VUNESP) – O diagrama abaixo é de uma pirâmide de energia. 15. (UFPE) – A energia contida em cada nível trófico de uma cadeia
alimentar pode ser representada por gráficos em forma de pirâ-
mide, como mostrado na figura. Assinale a alternativa que apre-
senta a cadeia alimentar correspondente aos níveis tróficos 1, 2,
3 e 4, nesta ordem.

A largura de cada nível desta pirâmide representa


a) a produtividade primária bruta, a produtividade primária líquida
e a produtividade secundária líquida, respectivamente.
b) a quantidade de energia perdida quando se passa de um nível
trófico para o seguinte. a) 1. gafanhoto, 2. sapo, 3. cobra, 4. capim.
c) o número de produtores, consumidores primários e consu- b) 1. capim, 2. cobra, 3. sapo, 4. gafanhoto.
midores secundários, respectivamente. c) 1. sapo, 2. cobra, 3. capim, 4. gafanhoto.
d) o tamanho dos produtores, consumidores primários e consu- d) 1. capim, 2. gafanhoto, 3. sapo, 4. cobra.
midores secundários, respectivamente. e) 1. cobra, 2. sapo, 3. gafanhoto, 4. capim.
e) a quantidade de energia disponível para o nível trófico
seguinte. 16. (UNEMAT) – Abaixo, são colocadas 3 figuras de pirâmides tró-
ficas. Após analisá-las, julgue os itens a seguir como verdaderos
13. (UNIRIO) – As pirâmides ecológicas podem ser de números, de (V) ou falsos (F):
biomassa ou de energia.

Observando as pirâmides simplificadas representadas acima,


podemos concluir que
a) as três formas podem representar qualquer tipo de pirâmide,
dependendo apenas das populações consideradas.
b) somente a pirâmide I pode ser de energia, porque, levando-se
em conta o tempo, sua forma não pode se apresentar
invertida.
c) a pirâmide II não pode ser de biomassa porque ocorre grande
perda na transferência de um nível trófico para outro.
d) a pirâmide III poderia ser uma pirâmide de números cujos
1. A pirâmide 1 deve estar relacionada a números em cuja base
níveis tróficos seriam grama/ zebras/ carrapatos.
há o consumidor terciário; no 2.° degrau, os consumidores se-
e) o nível trófico correspondente aos produtores é representado
cundários, seguidos dos consumidores primários; e, no ápice,
pelo retângulo de maior área, em quaisquer das três
os produtores.
pirâmides.
2. A pirâmide 2 pode representar uma pirâmide de número que
14. (MODELO ENEM) – Considere as definições seguintes. pode ser exemplificada como: a menor escala seria um limoei-
I. Pirâmide de números: expressa o número de indivíduos por ro, a do meio com pulgões e a maior área com os consumi-
nível trófico. dores secundários (protozoários).
II. Pirâmide de biomassa: expressa a massa seca (“peso seco”) 3. A pirâmide 3 pode ser de uma cadeia alimentar comum em
de matéria orgânica por nível trófico (g/m2). qualquer ambiente equilibrado, tendo na base sempre os pro-
III. Pirâmide de energia: expressa a energia acumulada por nível dutores e nos demais níveis os consumidores (primário, se-
trófico (kJ/m2). cundário, …).
Se o fluxo de energia no Cerrado brasileiro for representado por 4. Para se manter um equilíbrio ambiental, por exemplo, numa
esses três tipos de pirâmides, o resultado obtido quanto à forma cadeia alimentar, devem-se preservar todos os indivíduos pre-
de cada uma será: sentes num determinado Bioma, pois qualquer alteração artifi-
cial (provocada) pode ser drástica para as demais espécies e
influenciar diretamente no ambiente em questão.

17. (UNESP) – Em um ecossistema, observa-se a seguinte cadeia


alimentar:
gramíneas → gafanhoto → sapo → serpente

A pirâmide ecológica de biomassa que melhor representa esta


cadeia alimentar é

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18. Abaixo está representada uma pirâmide de biomassa: c) tem transferência bidirecional nas cadeias alimentares por
causa da ação dos decompositores.
d) transfere-se ao longo dos níveis tróficos das cadeias alimen-
tares, mantendo-se invariável.
e) aumenta à medida que é transferida de um nível trófico para
outro nas cadeias alimentares.

21. (UFSCar) – A energia luminosa do Sol é transformada, por alguns


Assinale a alternativa correta. organismos, em energia química. Nas cadeias alimentares, o fluxo
a) A quantidade de biomassa de um nível trófico não está total- dessa energia é unidirecional. Por outro lado, a matéria que com-
mente disponível para o nível trófico seguinte, ocorrendo per- põe os seres vivos se mantém em quantidades praticamente
das para a manutenção do metabolismo. constantes. Essas duas afirmações se justificam porque
b) A biomassa dos produtores é suficiente para alimentar igual a) cada nível trófico capta energia luminosa que é acumulada,
biomassa de consumidores primários. assim como a matéria, na passagem dos níveis tróficos, desde
c) A biomassa do consumidor secundário é suficiente para man- os produtores até os decompositores.
ter cerca de 22 consumidores primários. b) a energia aumenta na passagem de um nível trófico para outro
d) De um nível trófico inferior para o nível trófico superior ocorre e a matéria reciclada é acumulada.
ganho de biomassa. c) a energia flui do último nível trófico para o primeiro por
e) Se fosse apresentada uma pirâmide de energia para esta reciclagem, juntamente com a matéria orgânica.
cadeia alimentar, haveria inversão da pirâmide com a parte d) a energia captada pelos produtores é transferida de um nível
mais larga do topo. trófico para outro, sempre em menor quantidade, até os
decompositores, enquanto a matéria é reciclada.
19. Considere as seguintes cadeias alimentares: e) a energia dissipa-se apenas pela ação dos decompositores,
I. laranjeiras → lagartos → passarinhos. que reciclam a matéria orgânica.
II. capinzal → bois → carrapatos.
III. milharal → ratos → corujas. 22. (UNIFESP) – Quando nos referimos a uma cadeia alimentar, é
correto afirmar que:
As pirâmides abaixo esquematizadas representam o número de a) a armazenagem de energia utiliza trifosfato de adenosina ape-
indivíduos por área. nas nos consumidores e nos decompositores.
b) na armazenagem de energia, é utilizado o trifosfato de ade-
nosina, tanto nos produtores quanto nos consumidores.
c) as organelas celulares responsáveis pela quebra da energia
acumulada são diferentes entre produtores e consumidores.
d) no nível celular, um consumidor primário utiliza energia de for-
ma diferente de um consumidor secundário.
e) no interior da célula, a fonte de energia para decompositores
Qual das alternativas relaciona corretamente as cadeias alimenta- de plantas é diferente da fonte de energia para decomposi-
res com as pirâmides de números? tores de animais.

I II III
23. (UNESP) – João e Antônio apresentaram-se como voluntários
a) a b c para o experimento de um nutricionista. João, depois de passar
um dia em jejum, foi alimentado com 500g de milho cozido. An-
b) a c b
tônio, também depois de jejuar, foi alimentado com 500g da carne
c) b a c de um frango que cresceu alimentado apenas com milho. Com
relação à transferência de energia ao longo da cadeia alimentar,
d) b c a pode-se dizer que, no experimento,
a) a quantidade de energia obtida por Antônio foi igual àquela
e) c b a
necessária para a formação de 500g de carne de frango.
b) a quantidade de energia obtida por João foi igual àquela
20. (FUVEST) – A energia luminosa fornecida pelo Sol necessária para a formação de 500g de milho.
a) é fundamental para a manutenção das cadeias alimentares, c) João e Antônio receberam a mesma quantidade de energia,
mas não é responsável pela manutenção da pirâmide de igual àquela necessária para a formação de 500g de milho.
massa. d) João e Antônio receberam mais energia que aquela necessária
b) é captada pelos seres vivos no processo da fotossíntese e para a formação de 500g de milho.
transferida ao longo das cadeias alimentares. e) João e Antônio receberam menos energia que aquela neces-
sária para a formação de 500g de milho.

3) A produtividade primária bruta é a quantidade de compostos 5) Os consumidores primários de uma comunidade, ao


orgânicos produzidos pelos vegetais fotossintéticos, por comerem os produtores, obtêm a porção de energia que não
unidade de área e tempo. foi consumida pelo vegetal através da respiração, isto é, a
Resposta: D produtividade primária líquida (PPL).
Resposta: C
4) Vegetais são produtores porque, utilizando CO2, H2O, sais mi-
nerais e energia luminosa, sintetizam, durante a fotossíntese, 6) Afirmações corretas: 01, 04, 08 e 32.
todo alimento orgânico para todos os seres vivos. Afirmações incorretas: 02, 16.

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7) Afirmações corretos: 02, 04, 08 e 32. 16) 1 – F – Na base da pirâmide, estão os produtores; no 2.°
Afirmações incorretos: 01, 16 e 64. degrau, os consumidores primários, seguidos dos
consumidores secundários e, no ápice, os consumidores
8) A maior quantidade de energia encontra-se nos produtores. A terciários.
energia diminui progressivamente de um nível trófico para o 2–V 3–V 4–V
seguinte, na direção produtor – consumidores.
Resposta: C 17) Na pirâmide de biomassa, indica-se a massa orgânica dos
organismos correspondentes a cada nível trófico, isto é,
9) Na situação III, existe a participação de mais níveis tróficos do expressa-se a massa seca (“peso seco”) de matéria
que nas situações I e II. inorgânica por nível trófico.
Resposta: C Resposta: A

10) O Sol é a fonte de energia para os seres vivos, portanto a


maior quantidade de energia está nos produtores pelo fato 18) A quantidade de matéria viva presente em cada nível trófico
de realizarem fotossíntese. diminui, pois é utilizada na forma de energia no
Resposta: A metabolismo.
Resposta: A
11) Através da fotossíntese, as plantas captam a energia
luminosa do Sol, transformando-a em energia química 19) A pirâmide indicada pela letra “a” corresponde à cadeia
contida em alimentos. Estes, por sua vez, serão consumidos alimentar “II” (capinzal → bois → carrapatos), porque o
pelos seres vivos em diferentes níveis tróficos. À medida que número de carrapatos é maior do que o número de bois pelo
nos afastamos do produtor, o nível energético vai fato de que os carrapatos parasitam esses animais.
diminuindo. Resposta: C
A energia que sai dos seres vivos não é reaproveitada.
Resposta: A 20) Toda a energia utilizada pelos seres vivos vem da luz solar.
Resposta: B
12) Em uma pirâmide de energia, cada nível trófico é represen-
tado por um retângulo, cujo comprimento é proporcional à 21) Em um ecossistema, o fluxo energético é unidirecional e o
quantidade de energia acumulada por unidade de tempo e de fluxo de matéria é cíclico.
espaço nesse nível. Resposta: D
Resposta: E

13) Uma pirâmide de energia apresenta sempre o vértice para 22) Todos os seres vivos necessitam de energia para a manu-
cima, porque a quantidade de energia diminui dos tenção do seu metabolismo. Essa energia é encontrada nas
produtores aos consumidores. células como trifosfato e adenosina (ATP).
Resposta: B Resposta: B

14) Pirâmides ecológicas são representações gráficas das cadeias 23) João e Antônio atuaram como consumidores primários e
alimentares. Cada pirâmide é construída por uma série de secundários, respectivamente. À medida que o nível trófico
degraus ou retângulos sobrepostos, representando os se afasta do produtor (milho, nesse caso) a quantidade de
diversos níveis tróficos da cadeia. energia vai diminuindo.
Resposta: A Resposta: E

15) Capim: produtor da cadeia alimentar; possui a maior


quantidade de energia. Serve de alimento para o gafanhoto
(consumidor herbívoro), que serve de alimento para o sapo
(consumidor carnívoro – secundário), que alimenta a cobra
(consumidor carnívoro – terciário).
Resposta: D

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CAPÍTULO Ecologia

75 CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

A s plantas leguminosas (feijão, soja, ervilha) apresentam


nódulos em suas raízes onde são encontradas bactérias do
gênero Rhizobium, fixadoras do nitrogênio da atmosfera.

1. Conceito A água apresenta densidade máxima ao redor de 4ºC


(d = 1g/cm3). É por esse motivo que o gelo se forma na
Ciclo biogeoquímico é a permuta cíclica de elemen-
superfície, e não no fundo, e acaba constituindo um ante-
tos químicos que ocorre entre os seres vivos e o ambien-
paro protetor.
te. Tais ciclos envolvem etapas biológicas, físicas e
Também apresenta alto calor específico e, em razão
químicas, alternadamente; daí a denominação usada.
disso, funciona como um verdadeiro regulador térmico
na natureza.
Os principais ciclos biogeoquímicos são:
1. ciclo da água;
2. ciclo do carbono;
O nosso planeta é constituído de 3/4 de água, o que
3. ciclo do oxigênio; equivaleria a mais de 1 bilhão de km3. Desses, 98% cor-
4. ciclo do nitrogênio. respondem à água salgada, formando os mares e
oceanos. Os restantes 2% formam os rios, lagos, lagoas,
2. Ciclo da água lençóis freáticos, vapor-d’água da atmosfera e o gelo das
geleiras e calotas polares.
A água passa do meio físico para os organismos vivos
A maior parte dessa água está retida nas calotas
e destes, novamente, para o meio físico, constituindo um
polares ou lençóis subterrâneos. Sabe-se hoje que apenas
ciclo.
0,014% da água doce do planeta está disponível em rios,
A água existe no meio ambiente em três estados: sólido
riachos, lagos, lagoas etc.
(gelo), gasoso (vapor-d’água) e líquido. Esses três estados Antes de chegar à torneira de nossas casas, sofre a
físicos são reversíveis. intervenção do homem, especialmente sob a forma de
Assim, a água no estado líquido passa para o de va- poluição. O investimento público para captação, trata-
por com o aquecimento (100ºC) e o fenômeno é chama- mento e transporte da água até as casas é muito grande,
do ebulição, ou pode passar lentamente para o estado de mas geralmente os indivíduos só percebem o seu valor
vapor, constituindo a evaporação. O vapor-d’água passa quando falta na torneira, provocando uma série de trans-
para o estado líquido (liquefação) e desse para o sólido tornos.
(solidificação ou congelação) a 0ºC. O gelo derrete (fu- A preservação desse recurso natural é imprescindível
são) a 0ºC, passando novamente para o estado líquido. para todos os indivíduos de nossa sociedade.
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Ela serve como elemento de sustentação para as


plantas. Esse fato se evidencia quando a perda de água é
excessiva, pois os vegetais murcham rapidamente.
No interior das células, a água incha as proteínas,
dando estabilidade aos organoides, às membranas e às
enzimas, indispensáveis para as reações químicas que
mantêm a vida. Além disso, a água participa diretamente
da maioria dessas reações. Também já vimos que a água
é indispensável para a fotossíntese.

A água nos vegetais


A água penetra no corpo do vegetal principalmente
através dos pelos absorventes da raiz, que são projeções de
suas células epidérmicas e produzidos com a finalidade de
aumentar a superfície de absorção. Com isso, a raiz retira
a água do solo, mas também absorve dele os sais minerais
indispensáveis para a nutrição da planta.
A água que chega às folhas, em parte, é utilizada para
Fig. 1 – Ciclo da água.
a fotossíntese e, dessa maneira, é integrada aos alimentos
orgânicos produzidos. Esses alimentos podem passar
Na natureza, observa-se, diariamente, uma grande
para os animais (consumidores) e formar água nova-
evaporação da água dos oceanos, lagos, rios, seres vivos
mente, quando são decompostos na respiração para a
etc. O vapor-d’água eleva-se na atmosfera e, em contato
liberação de energia.
com os ventos frios das grandes alturas, condensa-se em
gotinhas, formando as nuvens e a neblina.
Quando a temperatura diminui, ou quando as nuvens
se tornam muito espessas, ocorre a chuva. Se o frio for
intenso, as nuvens caem em forma de flocos de
minúsculas gotas geladas, constituindo a neve. Por
ocasião de tempestades, as gotas podem transformar-se
Fig. 2 – O caminho da água nos vegetais.
em blocos arredondados de gelo, formando o granizo ou
chuva de pedra.
É em grande parte perdida para a atmosfera por trans-
A água que cai sobre a crosta terrestre escorre sobre
piração (estado de vapor) e mais raramente por gutação
o solo impermeável ou, se ele for permeável, infiltra-se
ou sudação (estado líquido).
no solo, fenômeno denominado percolação. Essa água
pode, eventualmente, formar o lençol freático (lençol
A água nos animais
subterrâneo).
A água entra no corpo dos animais quando estes a
O desmatamento e a retirada da cobertura vegetal
bebem ou ingerem alimentos, e é eliminada através da
deixam o solo nu, facilitando a erosão e o assoreamento
transpiração (evaporação).
dos rios, lagos e lagoas. A erosão do solo deixa-o impró-
A evaporação da água dos pulmões é muito impor-
prio para a agricultura e atividades pastoris e o assorea-
tante; assim, o ar que sai dos pulmões (ar respirado) está
mento dos rios pode provocar enchentes catastróficas.
saturado com vapor-d’água.
Finalmente, vamos considerar a formação do orva-
A água também é eliminada através dos rins durante
lho. Ele é derivado principalmente da água evaporada do
a excreção e durante a egestão (fezes).
solo durante o início do período noturno e, posteriormen-
te, condensada sobre superfícies frias que perderam calor
por radiação. 3. Ciclo do carbono
O carbono é um elemento químico importante porque
participa da formação química de todos os compostos
A água está intimamente ligada à vida na Terra e é o orgânicos.
mais importante componente do corpo dos seres vivos. O Os seres vivos só conseguem aproveitar o carbono da
corpo humano, por exemplo, apresenta 65% de água; natureza sob a forma de dióxido de carbono (CO2), encon-

uma salada de alface e tomate, 95%; a cenoura, 85%; a trado na atmosfera, ou sob a forma de bicarbonato (HCO3)
2–
água-viva (medusa), 95%. e carbonato (CO3 ), dissolvidos na água.

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Fig. 4 – Ciclo do carbono.

O carbono entra nos seres vivos quando os vegetais, Nos animais, é adquirido direta ou indiretamente do
utilizando o CO2 do ar ou os carbonatos e bicarbonatos Reino Vegetal durante a sua nutrição. Assim, os animais
dissolvidos na água, realizam fotossíntese. Dessa herbívoros recebem dos vegetais os compostos orgânicos
maneira, o carbono é utilizado na síntese dos compostos e, através do seu metabolismo, são capazes de transfor-
orgânicos. Da mesma maneira, as bactérias que realizam má-los e sintetizar novos tipos de substâncias orgânicas.
a quimiossíntese fabricam as suas substâncias orgânicas Tal fato também ocorre com os carnívoros, que se
a partir do carbono do CO2. alimentam dos herbívoros, e assim sucessivamente.
Como já foi visto, os compostos orgânicos formados
são os açúcares (carboidratos). Mas as plantas são capa-
zes de produzir, além dos carboidratos, proteínas,
lipídios, vitaminas, ceras etc.

Fig. 5 – O ciclo do carbono.

O carbono nos animais, como nos vegetais, pode


seguir três caminhos:
a) pela respiração, é devolvido à natureza sob a
forma de CO2;
b) passa para outros animais por meio da nutrição;
Fig. 3 – Os caminhos do carbono nos seres vivos. c) pela morte e decomposição, volta ao estado de CO2.
O carbono das plantas pode seguir três caminhos: É importante lembrar que a queima (combustão), ge-
ralmente provocada pelo homem, de materiais orgânicos
a) pela respiração, é devolvido sob a forma de CO2;
(petróleo, carvão, lenha etc.) é um mecanismo de retorno
b) passa para os animais quando estes se alimentam
do carbono ao meio ambiente, na forma de CO2, CO e
de plantas;
outros gases.
c) pela morte e decomposição, volta a ser CO2.
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Ele é produzido pelas plantas durante o fenômeno da


fotossíntese, é incorporado nos seres vivos e passa a ser
encontrado em inúmeros compostos.
O oxigênio é devolvido ao meio sob a forma de CO2 e
H2O, durante a respiração de plantas e animais, e sob a for-
ma de CO2 e outros compostos, nos processos fermen-
tativos.
Os ciclos do oxigênio e do carbono estão associados
a dois fenômenos biológicos importantes, a fotossíntese
e a respiração, que podem ser assim esquematizados:

Fig. 6 – Ciclo do carbono.

4. Ciclo do oxigênio
O oxigênio ocupa cerca de 1/5 da atmosfera terrestre
(20%) e aparece dissolvido na água dos rios, oceanos, Fig. 9 – Fotossíntese e respiração são fenômenos opostos.
lagos etc., em proporções variadas, dependendo de fato-
res como pressão e temperatura. 5. Ciclo do nitrogênio
Esse gás é extremamente importante por ser combu-
rente, isto é, por permitir combustão das substâncias.
O nitrogênio é indispensável à vida, uma vez que en-
tra na constituição das proteínas e ácidos nucleicos.
Admite-se que 16% do corpo humano são constituídos
por proteínas.
A mais importante fonte de nitrogênio é a atmosfera.
Cerca de 78% do ar é formado por nitrogênio livre (N2),
mas a maioria dos seres vivos é incapaz de aproveitá-lo
no seu metabolismo.
Para melhor elucidação do ciclo do nitrogênio,
vamos dividi-lo em partes.

Fig. 7 – Ciclo do oxigênio. A fixação do nitrogênio gasoso da atmosfera é um fe-


nômeno complexo e ocorre quando certos organismos redu-
zem o N2 em amônia (NH3). A energia para essa fixação
vem direta ou indiretamente da fotossíntese. A maioria, pos-
teriormente, será convertida em nitratos (NO3– ). Estes, por
sua vez, serão transformados em matéria orgânica nitro-
genada.
O fenômeno foi constatado em certas bactérias e nas
algas azuis (cianofíceas). Também foi observado nas sim-
bioses de bactérias com plantas superiores e de algas azuis
com fungos, briófitas, pteridófitas, gimnospermas e
angiospermas.
Uma das simbioses mais importantes é a associação
entre as bactérias do gênero Rhizobium (bacilo radicícola)
Fig. 8 – Ciclo do oxigênio. e as raízes de plantas leguminosas (feijão, soja, ervilha,
amendoim etc.).
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Fig. 10 – Ciclo do nitrogênio.

Essa simbiose provoca o aparecimento, nas raízes Nitrozação


das leguminosas, de regiões mais espessas, ricas em ma- As bactérias do gênero Nitrosomonas e Nitrosococcus
téria nitrogenada, chamadas nódulos ou nodosidades. oxidam a amônia (NH3) até a formação do ácido nitroso
Quando essas nodosidades envelhecem, morrem e desa- (HNO2). Este se dissocia, formando nitritos (NO2–).
gregam, enriquecem o solo com material nitrogenado. No
processo chamado adubação verde, a leguminosa é plantada 2NH3 + 3O2 → 2HNO2 + 2H2O
e, quando está na fase de florescimento, faz-se a gradeação
e incorpora-se o vegetal ao solo. A decomposição desta Nitratação
provoca um aumento considerável de nitrogênio no solo. As bactérias do gênero Nitrobacter oxidam o ácido
nitroso a ácido nítrico. Este se dissocia, formando nitratos
(NO3–).
O nitrogênio das plantas passa para o reino animal 2HNO2 + O2 → 2HNO3
através da cadeia alimentar.
Quando os vegetais e animais morrem, a decompo- É interessante lembrar que, em todas as reações es-
sição da matéria proteica, que constitui os corpos, dá ori- quematizadas, há liberação de energia. Essa energia será
gem ao húmus. Essa decomposição ocorre por ação de utilizada pelas bactérias para a síntese de substâncias
fungos e bactérias, levando à formação de compostos orgânicas (quimiossíntese).
orgânicos nitrogenados malcheirosos, como é o caso da Os nitratos formados serão agora absorvidos pelas raí-
cadaverina, escatol, indol etc. zes dos vegetais e transformados em matéria orgânica ni-
O nitrogênio do húmus será transformado em nitro- trogenada.
gênio mineral por ação das bactérias nitrificantes. O
fenômeno ocorre em três fases:
Amonização É o processo em que bactérias existentes no solo, nos
Os compostos orgânicos nitrogenados são transfor- oceanos etc. são capazes de produzir, a partir de nitratos,
mados em amônia (NH3), por ação dos decompositores. o nitrogênio livre que volta para a atmosfera. Essas bac-
térias são chamadas desnitrificantes.
Nitrogênio decompositores
– bactérias desnitrificantes
orgânico ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ NH3 NO3 ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ N2

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pendendo do animal, a matéria orgânica nitrogenada eli-


minada varia. Assim, os peixes ósseos eliminam amônia,
Por ocasião de tempestades, as descargas elétricas
os peixes cartilaginosos e mamíferos excretam ureia,
podem provocar a oxidação do nitrogênio livre da atmos-
enquanto aves e répteis eliminam ácido úrico.
fera (N2) em nitritos e nitratos. Esses íons, solúveis em
água, podem ser utilizados pelos vegetais na síntese de
substâncias orgânicas.

energia NO–2

N2 + O2

NO–3

Aproveitamento do nitrogênio pelos animais


O nitrogênio entra no reino animal quando esses seres
comem direta ou indiretamente um vegetal. Portanto, o
nitrogênio penetra na forma orgânica.

Eliminação do nitrogênio pelos animais


O nitrogênio sai do reino animal quando esses seres Fig. 11 – O ciclo do nitrogênio.
morrem e são decompostos, ou através da excreção. De-

1. As florestas tropicais úmidas contribuem muito para c) ressalta que o aumento da temperatura decorrente de mu-
a manutenção da vida no planeta, por meio do cha- danças climáticas permite o surgimento de novas espécies.
mado sequestro de carbono atmosférico. Resultados d) mostra a importância das características das zonas frias para a
de observações sucessivas, nas últimas décadas, indicam que a manutenção de outros biomas na Terra.
floresta amazônica é capaz de absorver até 300 milhões de tone- e) evidencia a autonomia dos seres vivos em relação ao habitat,
ladas de carbono por ano. Conclui-se, portanto, que as florestas visto que eles se adaptam rapidamente às mudanças nas con-
exercem importante papel no controle dições climáticas.
a) das chuvas ácidas, que decorrem da liberação, na atmosfera, Resolução
do dióxido de carbono resultante dos desmatamentos por A morte dos ursos por afogamento, consequência da diminuição da
queimadas.
cobertura de gelo, pode causar prejuízo à biodiversidade no Ártico.
b) das inversões térmicas, causadas pelo acúmulo de dióxido de
Resposta: B
carbono resultante da não dispersão dos poluentes para as
regiões mais altas da atmosfera.
c) da destruição da camada de ozônio, causada pela liberação, na 3. A falta de água doce no Planeta será, possivelmente,
atmosfera, do dióxido de carbono contido nos gases do grupo um dos mais graves problemas deste século. Prevê-se
dos clorofluorcarbonos. que, nos próximos vinte anos, a quantidade de
d) do efeito estufa provocado pelo acúmulo de carbono na at- água doce disponível para cada habitante será drasticamente re-
mosfera, resultante da queima de combustíveis fósseis, como
duzida. Por meio de seus diferentes usos e consumos, as ativida-
carvão mineral e petróleo.
e) da eutrofização das águas, decorrente da dissolução, nos rios, des humanas interferem no ciclo da água, alterando
do excesso de dióxido de carbono presente na atmosfera. a) a quantidade total, mas não a qualidade da água disponível no
Resolução Planeta.
As florestas fixam o CO2 atmosférico durante a fotossíntese, b) a qualidade da água e sua quantidade disponível para o consu-
reduzindo o acúmulo de CO2 no ar e minimizando o efeito estufa. mo das populações.
Resposta: D c) a qualidade da água disponível, apenas no subsolo terrestre.
d) apenas a disponibilidade de água superficial existente nos rios
2. Devido ao aquecimento global e à consequente
e lagos.
diminuição da cobertura de gelo no Ártico, aumenta
e) o regime de chuvas, mas não a quantidade de água disponível
a distância que os ursos polares precisam nadar para
no Planeta.
encontrar alimentos. Apesar de exímios nadadores, eles acabam
Resolução
morrendo afogados devido ao cansaço.
Tanto a qualidade da água quanto a sua quantidade sofrerão sérias
A situação descrita acima
alterações com o aumento desordenado do consumo, causado
a) enfoca o problema da interrupção da cadeia alimentar, o qual
pelo crescimento da população mundial e do uso para a irrigação.
decorre das variações climáticas.
Resposta: B
b) alerta para prejuízos que o aquecimento global pode acarretar
à biodiversidade no Ártico.

101
Livro_3_Bio_Keli_2015 11/11/14 08:13 Página 102

4. (UNICAMP) – A cidade ideal seria aquela em que cada habitante pu- a) I – síntese de aminoácidos; II – excreção; III – inspiração.
desse dispor, pelo menos, de 12m2 de área verde (dados da OMS). b) I – síntese de proteínas; II – respiração; III – nutrição autótrofa.
Curitiba supera essa meta com cerca de 55m2 por habitante. A c) I – síntese de carboidratos; II – excreção; III – nutrição hetró-
política ambiental da prefeitura dessa cidade prioriza a construção trofa.
de parques, bosques e praças que, além de proporcionar áreas de d) I – expiração; II – inspiração; III – nutrição autótrofa.
lazer, desempenham funções como amenizar o clima, melhorar a e) I – fotossíntese; II – respiração; III – nutrição heterótrofa.
qualidade do ar e equilibrar o ciclo hídrico, minimizando a ocorrên-
cia de enchentes. 8. (FUVEST – MODELO ENEM) – O gráfico mostra a variação na
a) Explique como as plantas das áreas verdes participam do ciclo concentração de gás carbônico atmosférico (CO2), nos últimos
hídrico, indicando as estruturas vegetais envolvidas nesse pro- 600 milhões de anos, estimada por diferentes métodos. A relação
cesso e as funções por elas exercidas. entre o declínio da concentração atmosférica de CO2 e o esta-
b) Qual seria o destino da água da chuva não utilizada pelas belecimento e a diversificação das plantas pode ser explicada,
plantas no ciclo hídrico? pelo menos em parte, pelo fato de as plantas

5. (UNESP) – No ciclo da água, abaixo esquematizado, indique quais


são os fenômenos fisiológicos representados pelos algarismos
romanos.

6. (UNESP) – O carbono é utilizado pelos seres vivos e posterior- a) usarem o gás carbônico na respiração celular.
mente liberado. Este ciclo está mais bem representado em: b) transformarem átomos de carbono em átomos de oxigênio.
c) resfriarem a atmosfera evitando o efeito estufa.
d) produzirem gás carbônico na degradação de moléculas de
glicose.
e) imobilizarem carbono em polímeros orgânicos, como celulose
e lignina.

9. (UEL) – Assinale a alternativa da tabela abaixo que classifica cor-


retamente os processos de fotossíntese e respiração das plantas.
Fotossíntese Respiração

a) endotérmico; anabólico exotérmico; catabólico

b) endotérmico; catabólico exotérmico; catabólico

c) exotérmico; anabólico endotérmico; catabólico

d) exotérmico; catabólico endotérmico; anabólico

e) endotérmico; anabólico exotérmico; anabólico


7. (VUNESP) – Observe o esquema abaixo, que apresenta, de for-
ma resumida, o ciclo do carbono e, após, assinale a alternativa 10. No esquema abaixo, que representa o ciclo do carbono na nature-
que completa o esquema de forma correta. za, identifique os fenômenos numerados de 1 a 5.

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11. (UFPI) – Considere o seguinte esquema do ciclo do carbono: Se o número 1 representa C6H12O6 e O2, tem-se:

A B 2

a) Fotossíntese Respiração CO2 e H2O

b) Respiração Fotossíntese C6H12O6 e O2

c) Fotossíntese Respiração CO2 e O2

d) Fotossíntese Fotossíntese CO2 e H2O

e) Respiração Fotossíntese H3PO4 e O2


Responda: Quais os fenômenos representados de I a V?

16. (FUVEST) – O elemento carbono presente nas moléculas que


12. Observe o esquema a seguir e assinale a alternativa correta. constituem os seres vivos é restituído ao ambiente, em forma
aproveitável pelas plantas, através da
a) ação desnitrificadora de bactérias do solo.
b) ação fotossintetizante de organismos produtores.
c) respiração celular de produtores e consumidores.
d) transformação da amônia em nitritos.
e) liberação de gás oxigênio pelas algas.

17. (UFPE) – O esquema abaixo representa o ciclo do oxigênio e do


dióxido de carbono na atmosfera.
a) As plantas verdes participam apenas da etapa I.
b) Os animais participam apenas da etapa I.
c) Os animais participam das etapas I e II.
d) As plantas verdes participam das etapas I e II.
e) As plantas verdes e os animais participam das etapas I e II.

13. (UFRS) – No ciclo do carbono em ambientes aquáticos, esquema-


tizado a seguir: Assinale a alternativa que contém os seres representados por I e II.

I II

a) animais plantas

b) plantas animais

c) animais e plantas plantas

d) animais plantas e animais

a) o zooplâncton é responsável pela etapa B. e) plantas e animais plantas e animais


b) o fitoplâncton participa apenas da etapa A.
c) o fitoplâncton participa apenas da etapa B.
d) o zooplâncton participa das etapas A e B.
18. (UFPB) – No esquema abaixo, estão numeradas as diferentes
e) o fitoplâncton participa das etapas A e B.
etapas do ciclo do gás carbônico.

14. (VUNESP) – Na biosfera, a manutenção dos ciclos do carbono e


do oxigênio depende apenas dos
a) produtores.
b) decompositores.
c) produtores e decompositores.
d) produtores e animais.
e) consumidores em geral.

15. (UFF) – Considere o esquema abaixo:

103
Livro_3_Bio_Keli_2015 11/11/14 08:13 Página 104

Assinale a alternativa que indica corretamente as etapas que 24. (MODELO ENEM) – Um dos motivos de se alternar o cultivo de
correspondem à absorção e à liberação de gás carbônico. leguminosas (como feijão, por exemplo) com o de outras plantas,
processo que os agricultores chamam de “rotação de culturas”
ou “adubação verde”, é o fato de as leguminosas
Absorção Liberação
a) fixarem diretamente o nitrogênio atmosférico, suprindo o solo
a) I e II III e IV dos nitratos necessários ao bom desenvolvimento das plantas
com as quais se alternam.
b) III e IV I e II b) alimentarem a continuidade do ciclo do nitrogênio, pois trans-
formam o nitrato do solo em gás nitrogênio, substância básica
c) I e III II e IV para a formação dos nitratos.
d) I, II e III IV c) suprirem o solo de nitritos, produzidos pelos nódulos que
estes vegetais desenvolvem em suas raízes.
e) IV I, II e III d) contribuírem para reter a umidade do solo, condição básica
para que as plantas com as quais se alternam possam fixar
nitrogênio atmosférico.
19. (UFSCar) – Os vegetais utilizam vários minerais na sua nutrição. e) fertilizarem o solo, suprindo-o com o nitrogênio fixado pelas
bactérias que vivem nos nódulos de suas raízes.
De que maneira as bactérias Nitrosomonas e Nitrobacter podem
contribuir para esta função vital das plantas?
25. (MODELO ENEM) – O esquema abaixo representa o ciclo do ni-
20. (UNICAMP) – Um agricultor resolveu utilizar uma pequena parte trogênio.
do seu terreno para o plantio de feijão e a maior parte para o culti-
vo de milho. Colheu um pouco de feijão, mas o milho não produziu
praticamente nada. Consultou um técnico que lhe sugeriu, após
análise do solo, que plantasse no terreno uma leguminosa não
comestível, conhecida como “feijão-de-porco”. Essas plantas, de-
pois que dessem frutos, deveriam ser cortadas e misturadas com
a terra, pensando no plantio do milho no ano seguinte.
Por que o técnico sugeriu que ele plantasse uma leguminosa e
por que a planta, depois de cortada, deveria ser incorporada ao
solo?

21. O esquema abaixo resume o ciclo do nitrogênio. Quais são as


bactérias representadas pelos algarismos romanos?

Qual alternativa apresenta os organismos responsáveis pelas


passagens indicadas por I, II e III?

I II III

bactérias bactérias
a) decompositores
fixadoras denitrificantes

bactérias bactérias
b) decompositores
simbióticas nitrificantes

bactérias bactérias bactérias


c)
fixadoras nitrificantes denitrificantes

bactérias bactérias bactérias


d)
simbióticas parasitas nitrificantes

22. (UNESP) – A fixação biológica de nitrogênio vem sendo estudada bactérias bactérias
e) decompositores
há 50 anos. Neste período, muitos conhecimentos em relação a parasitas denitrificantes
esse processo foram produzidos.
a) Quais são os organismos responsáveis pela fixação biológica
de nitrogênio?
b) Por que a presença desses organismos no solo contribui para 26. (UEL) – A questão da utilização da soja transgênica no Brasil cons-
sua fertilização? titui um debate polêmico. Dentre os argumentos contrários à sua
utilização, destaca-se a possibilidade de se utilizar na sua cultura
23. (ESC. SUP. DE AGRIC. DE LAVRAS) – Os processos abaixo nu- maiores quantidades de herbicidas, o que poderia ser danoso ao
merados fazem parte do ciclo biológico do nitrogênio: meio ambiente e às bactérias que vivem em nódulos de suas raí-
I. Fixação do nitrogênio do ar. zes. A importância destas bactérias nesta cultura é grande, pois elas
II. Devolução do nitrogênio para o ar. a) utilizam o nitrogênio do ar para a síntese de aminoácidos.
III. Transformação de compostos orgânicos em amônia. b) transformam o nitrogênio do ar em nitratos.
IV. Transformação de amônia em nitritos e nitratos. c) são capazes de converter o nitrogênio do ar em proteínas e
amido.
As bactérias são capazes de realizar d) são importantes na fixação do enxofre.
a) apenas os processos I e II. e) assimilam o fósforo do solo tornando-o disponível para a
b) apenas os processos III e IV. planta.
c) apenas os processos I, II e III.
d) apenas os processos I, II e IV.
e) os processos I, II, III e IV.

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27. (VUNESP) – Observe as duas reações, indicadas abaixo, que ocor- 32. Pesquisas recentes estimam o seguinte perfil da
rem na biosfera: concentração de oxigênio (O2) atmosférico ao longo
da história evolutiva da Terra:
+ –
(1) NH4 + 2O2 → 2H2O + NO2 + energia
– –
(2) 2NO2 + O2 → 2NO3 + energia

Pode-se afirmar corretamente que


a) (1) representa o processo de nitratação, que é realizado por
bactérias do gênero Nitrosomonas.
b) (2) representa o processo de nitratação, que é realizado por
bactérias do gênero Nitrobacter.
c) (2) representa o processo de nitrosação, que é realizado por
bactérias do gênero Nitrobacter.
d) (1) representa o processo de nitrosação, que é realizado por
bactérias do gênero Nitrobacter.
e) (1) e (2) representam o processo bioquímico da ação de bac-
térias desnitrificantes.
No período Carbonífero, entre aproximadamente 350 e 300 mi-
lhões de anos, houve uma ampla ocorrência de animais gigantes,
28. (UNESP) – O maior reservatório de nitrogênio do planeta é a at-
como, por exemplo, insetos voadores de 45 centímetros e
mosfera, onde esse elemento químico encontra-se em um per-
anfíbios de até 2 metros de comprimento. No entanto, grande
centual de aproximadamente 78,6% do volume atmosférico. No
parte da vida na Terra foi extinta há cerca de 250 milhões de anos,
ciclo do nitrogênio esquematizado a seguir, estão presentes as
durante o período Permiano. Sabendo-se que o O2 é um gás
etapas de nitrificação, fixação e denitrificação.
extremamente importante para os processos de obtenção de
N2 (atmosfera) energia em sistemas biológicos, conclui-se que
a) a concentração de nitrogênio atmosférico se manteve cons-
tante nos últimos 400 milhões de anos, possibilitando o sur-
Compostos nitrogenados
Plantas Animais gimento de animais gigantes.
(NH3) b) a produção de energia dos organismos fotossintéticos causou
a extinção em massa no período Permiano por aumentar a
Nitratos Nitritos concentração de oxigênio atmosférico.
(NO–3) (NO–2) c) o surgimento de animais gigantes pode ser explicado pelo au-
mento de concentração de oxigênio atmosférico, o que pos-
sibilitou uma maior absorção de oxigênio por esses animais.
d) o aumento da concentração de gás carbônico (CO2) atmosfé-
Explique a importância da fixação biológica desse elemento quí-
rico no período Carbonífero causou mutações que permitiram
mico.
o aparecimento de animais gigantes.
e) a redução da concentração de oxigênio atmosférico no período
29. A necessidade de água tem tornado cada vez mais Permiano permitiu um aumento da biodiversidade terrestre
importante a reutilização planejada desse recurso. por meio da indução de processos de obtenção de energia.
Entretanto, os processos de tratamento de águas pa-
ra seu reaproveitamento nem sempre as tornam potáveis, o que
leva a restrições em sua utilização. Assim, dentre os possíveis 33. (FUVEST) – No esquema adiante, as setas numeradas de I a IV
empregos para a denominada “água de reúso”, recomenda-se indicam transferências de moléculas ou energia entre seres vivos
a) o uso doméstico, para preparo de alimentos.
e entre eles e o ambiente.
b) o uso em laboratórios, para a produção de fármacos.
c) o abastecimento de reservatórios e mananciais.
d) o uso individual, para banho e higiene pessoal.
e) o uso urbano, para lavagem de ruas e áreas públicas.

30. Considerando a riqueza dos recursos hídricos brasi-


leiros, uma grave crise de água em nosso país po-
deria ser motivada por
a) reduzida área de solos agricultáveis.
b) ausência de reservas de águas subterrâneas.
c) escassez de rios e de grandes bacias hidrográficas.
d) falta de tecnologia para retirar o sal da água do mar.
e) degradação dos mananciais e desperdício no consumo. Assinale a alternativa do quadro a seguir que mostra, correta-
mente, as passagens em que há transferência de gás carbônico,
31. Considerando os custos e a importância da preser-
de moléculas orgânicas ou de energia.
vação dos recursos hídricos, uma indústria decidiu
purificar parte da água que consome para reutilizá-la Transferência de
no processo industrial.
Gás carbônico Moléculas orgânicas Energia
De uma perspectiva econômica e ambiental, a iniciativa é impor-
tante porque esse processo a) I e II I e IV I e III
a) permite que toda água seja devolvida limpa aos mananciais.
b) diminui a quantidade de água adquirida e comprometida pelo b) I e IV II I, III e IV
uso industrial.
c) I, II e IV III I, II, III e IV
c) reduz o prejuízo ambiental, aumentando o consumo de água.
d) torna menor a evaporação da água e mantém o ciclo hidroló- d) I, II e III III e IV I, II, III e IV
gico inalterado.
e) recupera o rio onde são lançadas as águas utilizadas. e) II, III e IV II e III I e III

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4) a) As plantas absorvem água do solo através dos pelos ab- 14) O gás carbônico é absorvido pelos produtores no processo da
sorventes radiculares. O transporte da água até as folhas fotossíntese, no qual o oxigênio é liberado para a atmosfera
é realizado pelos vasos condutores do xilema (lenho). As e incorporado aos seres vivos. Durante a respiração de
plantas e animais, e também através da decomposição, o CO2
folhas eliminam a maior parte da água recebida através
é devolvido para a atmosfera.
dos estômatos, fenômeno conhecido por transpiração. Resposta: C
b) A água não utilizada pelas plantas pode evaporar-se para
a atmosfera, correr para os rios e lagos ou infiltrar-se no 15) C6H12O6 = glicose
solo para formar os lençóis freáticos. A glicose é sintetizada pelos produtores através da fotos-
síntese e utilizada no processo da respiração celular, que
5) I e II – Transpiração. libera como produtos principais CO2 e H2O.
III – Nutrição. Resposta: A
IV – Absorção.
16) A respiração celular é o processo realizado pelos seres vivos
V – Excreção/Egestão.
para obtenção de energia e pode ser resumido através da
seguinte equação química:
6) O carbono entra nos seres vivos quando os vegetais, utilizan-
do o CO2 do ar ou os carbonatos e bicarbonatos dissolvidos C6H12O6 + O2 ⎯⎯→ CO2 + H2O + energia
na água, realizam fotossíntese. O carbono das plantas pode (glicose) (oxigênio) (gás (água)
ser devolvido para a atmosfera sob a forma de CO2 pela carbônico)
respiração; passar para os animais quando estes se alimen- Resposta: C
tam; ou voltar a ser CO2 pela decomposição.
Resposta: B 17) Os seres representados por I são animais e plantas, pois am-
bos utilizam O2 para realizar o processo da respiração celular.
7) O CO2 atmosférico é utilizado pelos vegetais na fotossíntese Em II, temos as plantas, que absorvem o CO2 para realizar a
e devolvido para a atmosfera através da respiração vegetal e fotossíntese e liberam O2 como produto desse processo.
animal. O carbono incorporado pelos vegetais passa para os Resposta: C
animais durante a sua nutrição.
Resposta: E 18) Os produtores sintetizam compostos orgânicos através da
fotossíntese. Para isso, absorvem gás carbônico da atmos-
8) Os vegetais utilizam o carbono para sintetizar diversos fera e este, por sua vez, é devolvido para o ambiente através
compostos orgânicos. da respiração de plantas e animais e também pela queima de
Resposta: E combustíveis.
Resposta: E
9) A fotossíntese é um processo endotérmico, porque absorve
energia solar; já na respiração, ocorre a liberação de energia 19) Nitrosomas e Nitrobacter são bactérias nitrificantes cuja fun-
(processo exotérmico). ção é oxidar a amônia a nitritos e estes a nitratos. Os nitratos
Os produtores sintetizam substâncias complexas a partir de são absorvidos pelas raízes das plantas e utilizados na sín-
moléculas mais simples. A esse processo, dá-se o nome de tese de proteínas e outros compostos nitrogenados, como
anabolismo. Quando essas substâncias complexas são “que- DNA, RNA e clorofilas.
bradas” em substâncias mais simples, fala-se em cata-
bolismo. 20) As leguminosas fixam o N2 da atmosfera. Essa fixação é rea-
Resposta: A lizada por bactérias que vivem nas raízes daquelas plantas. A
incorporação das leguminosas ao solo permite uma aduba-
10) 1 – Fotossíntese. ção nitrogenada (adubação verde).
2 – Combustão.
3, 4 e 5 – Respiração. 21) I. Fixadoras do N2 atmosférico.
II. Decompositoras.
11) I – Combustão.
II – Fotossíntese.
III.
IV.
Nitrosomonas
Nitrobacter }bactérias nitrificantes.

III – Respiração. V. Desnitrificantes.


IV – Nutrição.
V – Respiração. 22) a) O nitrogênio atmosférico pode ser fixado por alguns gê-
neros de bactérias e cianobactérias.
12) O esquema representa o ciclo do carbono, no qual as plantas b) Esses organismos transformam o nitrogênio atmosférico
verdes utilizam carbono na síntese de compostos orgânicos (N2) em substâncias solúveis (NO–3), que podem ser assi-
e, pela respiração, o carbono é devolvido para a atmosfera
miladas pelas raízes dos vegetais.
sob a forma de CO2.
Resposta: D 23) As bactérias participam das principais etapas do ciclo do
nitrogênio.
13) O fitoplâncton (algas microscópicas) participa da etapa A, que Resposta: E
corresponde ao processo da respiração, e da etapa B, corres-
pondente ao processo da fotossíntese. 24) No processo chamado adubação verde, a leguminosa é plan-
Resposta: E tada e, quando está na fase de florescimento, faz-se a gra-
deação e incorpora-se o vegetal ao solo. A decomposição dela
provoca um aumento considerável de nitrogênio no solo.
Resposta: E

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25) A fixação do nitrogênio gasoso da atmosfera ocorre quando 30) No Brasil, há forte preocupação com a degradação dos ma-
bactérias reduzem o N2 em amônia (NH3), que, posterior- nanciais e o desperdício de água, o que pode gerar grave
mente, será convertida em nitratos (NO3– ). crise nesse setor, apesar de o País ser detentor de uma
Os compostos orgânicos nitrogenados são transformados em grande riqueza em recursos hídricos.
amônia por ação dos decompositores num processo cha- Resposta: E
mado amonização.
As bactérias desnitrificantes são capazes de produzir, a partir
31) Observamos que a indústria decidiu purificar parte da água.
de nitratos, o nitrogênio livre que volta para a atmosfera.
Isto deve ser analisado sob os pontos de vista econômico e
Resposta: A
ambiental, que são fundamentais, pois esse processo diminui
a quantidade de água adquirida e comprometida pelo uso
26) Uma simbiose importante é a associação entre as bactérias
industrial.
do gênero Rhizobium e as raízes de plantas leguminosas.
Resposta: B
Essa simbiose provoca o aparecimento de nódulos, que
envelhecem, morrem e desagregam, enriquecendo o solo
com material nitrogenado. 32) O aumento da concentração de O2 na atmosfera permitiu o
Resposta: B surgimento de animais gigantes, portadores de elevada capa-
cidade respiratória e metabólica.
27) Bactérias do gênero Nitrobacter oxidam o ácido nitroso a Resposta: C
ácido nítrico. Esse processo é denominado nitratação.
Resposta: B 33) O gás carbônico presente no ambiente é absorvido pelos
produtores e utilizado na fotossíntese. Através da respiração,
28) A fixação biológica realizada por bactérias e cianobactérias esse gás é devolvido para o ambiente tanto pelos produtores
permite a transformação do N2 gasoso em nitratos. Estes quanto pelos consumidores.
serão utilizados na síntese de compostos orgânicos nitroge- As moléculas orgânicas sintetizadas pelos produtores são
nados (proteínas, ácido nucleico e outros). transferidas para os consumidores através da cadeia
alimentar; e a energia é devolvida para o ambiente sob a
29) Considerando que os processos de tratamento não resultam forma de calor.
necessariamente em água potável, a água de reúso não deve Resposta: C
ser empregada em atividades ligadas à higiene e ao consumo
da população, nem direcionada aos mananciais, nos quais
pode comprometer reservas estratégicas.
Resposta: E

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CAPÍTULO Ecologia

85 AS RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS

O mimetismo pode ser observado quando uma espécie


que pode ser facilmente predada imita outra, venenosa
ou com paladar desagradável quando ingerida pelo seu
predador. Vespa (inseto Mosca
himenóptero) – não palatável. (inseto díptero) – palatável.

1. Conceitos As colônias podem ser homomorfas e heteromorfas.


No ecossistema, os fatores bióticos são constituídos
pelas interações que se manifestam entre os seres vivos
que habitam determinado meio. Essas interações são de-
signadas coações e aparecem esquematizadas no quadro
abaixo:

⎧ ⎧ ou homotípicas
Intraespecíficas
 Sociedades
Colônias

⎪Harmônicas ⎪⎨
⎪ ⎪ Interespecíficas ⎧ Protocooperação
⎪ ⎩ ou heterotípicas ⎨ Mutualismo
⎪ ⎩ Inquilinismo
Comensalismo
Relações ⎨

Fig. 1 – Colônia de espongiários.

⎪ ⎧ Intraespecíficas 
Competição intraespecífica

⎪Desarmônicas ⎪⎨
ou homotípicas Canibalismo Colônias homomorfas
⎪ ⎪ Interespecíficas ⎧ Competição interespecífica
Tais colônias são constituídas por indivíduos iguais,
⎪ ⎩ ou heterotípicas ⎨ Amensalismo
Predatismo que realizam as mesmas funções, ou seja, não existe a
⎩ ⎩ Parasitismo chamada divisão de trabalho. Como exemplo, citamos as
colônias de espongiários, de protozoários, de cracas
(crustáceos), entre outras.
2. Relações harmônicas
Nas relações harmônicas, não existe desvantagem Colônias heteromorfas
para nenhuma das espécies consideradas e há benefício As colônias heteromorfas são constituídas por
pelo menos para uma delas. Tais relações podem ser indivíduos morfologicamente diferentes, com funções
divididas em homotípicas e heterotípicas. distintas, caracterizando a chamada divisão de trabalho
fisiológico. Quando formadas por dois tipos de organis-
mos, tais colônias são chamadas de dimórficas. Como
exemplo, citaremos a Obelia, uma colônia de celente-
Também chamadas intraespecíficas, são aquelas que rados na qual aparecem dois tipos de indivíduos: gastro-
ocorrem entre organismos da mesma espécie. Pertencem zoides, para a nutrição; e gonozoides, para a reprodução.
a esse grupo as colônias e as sociedades. Colônias polimórficas são estruturadas por vários
tipos de indivíduos adaptados a distintas funções. Como
Colônias exemplo clássico, aparecem as “caravelas”, complexas
Colônias são constituídas por organismos da mesma colônias de celenterados. Uma caravela apresenta um
espécie que se mantêm anatomicamente unidos entre si. pneumatóforo, vesícula cheia de gás que funciona como
A formação das colônias é determinada por um pro- flutuador. Dela partem indivíduos especializados para
cesso reprodutivo assexuado, o brotamento.
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nutrição (gastrozoides), reprodução (gonozoides), nata- A rainha é a única fêmea fértil da colmeia; saliente-se
ção (nectozoides) e defesa (dactilozoides). que em cada colmeia existe apenas uma rainha. Os zan-
gões são os machos férteis, enquanto as operárias ou
obreiras são fêmeas estéreis. A rainha é fecundada fora
da colmeia durante o voo nupcial; dependendo da espé-
cie, ela é fecundada por um ou vários zangões. Os óvulos
são haploides (n) e quando fecundados originam ovos
diploides (2n), que se transformam em larvas. As larvas
que recebem, como alimento, mel e pólen transformam-se
em operárias; já as que recebem uma secreção glandular
produzida pelas obreiras e chamada geleia real evoluem
para rainhas. Os óvulos não fecundados, por meio de um
processo designado partenogênese (evolução de óvulo
virgem), originam os zangões, que durante o desenvolvi-
Fig. 2 – Recife de corais. Fig. 3 – As caravelas formam mento recebem o mesmo alimento das operárias.
Os corais formam colônias homomorfas. colônias heteromorfas.
As operárias são encarregadas de obter alimento
(pólen e néctar) e produzir a cera e o mel.
A cera é usada para produzir as celas hexagonais onde
são postos os ovos; o mel é fabricado por transformação
do néctar e constituído por glicose e frutose. A única ati-
vidade dos zangões é a fecundação da rainha; após o voo
nupcial, são expulsos e morrem de inanição.

Formigas
As formigas vivem em ninhos subterrâneos chama-
dos formigueiros. A rainha e os machos são férteis, en-
quanto as obreiras são estéreis e pertencem a castas dife-
renciadas. Existem fêmeas estéreis providas de pode-
Fig. 4 – Colônia de obelia com dois tipos de indivíduos: rosas mandíbulas, que são os soldados encarregados da
gastrozoides, para a nutrição; e gonozoides, para a reprodução. defesa do formigueiro. A rainha e os machos são formas
aladas e realizam a fecundação durante o voo nupcial.
Sociedades
Sociedades são associações de indivíduos da mesma Térmitas
espécie que não estão unidos, ou seja, ligados anatomica- Nos cupins, ou térmitas, a rainha (fêmea fértil) apre-
mente, e formam uma organização social que se expres- senta o abdômen hipertrofiado e a sua única função é pôr
sa através do cooperativismo. ovos. As fêmeas estéreis encarregam-se dos diversos
Sociedades altamente desenvolvidas são encontradas trabalhos, ou seja, obtenção de alimento, construção e
entre os insetos sociais, representados por cupins, vespas, limpeza dos ninhos e cuidados com larvas e ovos. Exis-
formigas e abelhas. Para um estudo mais aprofundado, tem, ainda, os soldados, que, com suas fortes mandí-
destacaremos aquelas encontradas em abelhas, formigas e bulas, estão encarregados da defesa do termiteiro.
cupins (térmitas).
Abelhas
Na sociedade das abelhas, distinguem-se três castas:
a rainha, o zangão e as operárias.

Fig. 5 – Sociedade de abelhas. Fig. 6 – Os cupins são insetos sociais.

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Anu e gado
O anu é uma ave que se alimenta de carrapatos exis-
tentes na pele do gado, capturando-os diretamente. Em
troca, o gado livra-se dos indesejáveis parasitas.

Mutualismo
Trata-se de uma associação íntima, com benefícios
mútuos. É mais íntima do que a cooperação; é necessária
à sobrevivência das espécies, que não podem viver isola-
damente.

Fig. 7 – As formigas são insetos sociais.

Feromônios
Nos diversos insetos sociais, a comunicação entre os
indivíduos é feita por meio dos feromônios — substân-
cias químicas que servem para a comunicação.
Os feromônios são usados na demarcação de territó-
Fig. 8 – Beija-flores e flores de angiospermas mantêm uma relação do tipo
rios, atração sexual e organização social. mutualismo.

Cada espécie só consegue viver na presença da outra.


Entre os exemplos, destacaremos:
Também chamadas de relações interespecíficas, são
aquelas que ocorrem entre organismos de espécies dife- Liquens
rentes. É o caso das seguintes relações: protocooperação, É comum encontrar os liquens firmemente aderidos
mutualismo, comensalismo e inquilinismo. às rochas ou às cascas de árvores, formando crostas
verde-acinzentadas. O líquen é uma associação entre
Protocooperação uma alga e um fungo.
Também conhecida como cooperação, trata-se de uma A alga é um produtor e sintetiza alimento, que é utili-
associação entre duas espécies diferentes na qual ambas zado pelo fungo, organismo heterótrofo consumidor. Em
se beneficiam; contudo, tal associação não é indispensá- troca, o fungo envolve e protege a alga contra a desseca-
vel à sobrevivência, podendo cada espécie viver isolada- ção. Separados, tais organismos não sobrevivem.
mente.
Como exemplo, citaremos: Bacteriorriza
Chamamos de bacteriorriza à associação entre as
Caranguejo bernardo-eremita e anêmona bactérias do gênero Rhizobium e as raízes de legumi-
Também conhecido como paguro-eremita, trata-se nosas. Como já vimos, no ciclo do nitrogênio, a bactéria
de um crustáceo marinho que apresenta abdômen mole e produz compostos nitrogenados aproveitados pela planta
desprotegido de exoesqueleto. e dela recebe matéria orgânica produzida na fotossíntese.
A fim de proteger o abdômen, o bernardo vive no
interior de uma concha vazia de um caramujo. Sobre a Micorriza
concha aparecem anêmonas, celenterados (pólipos) Nesse caso, tem-se uma associação entre fungos e
providos de tentáculos que eliminam substâncias urti- raízes de árvores florestais.
cantes. A anêmona é transportada por ele, o que facilita a O fungo, que é um decompositor, fornece ao vegetal
captura de alimento; em troca, protege, por meio de seus nitrogênio e outros nutrientes minerais; em troca, recebe
tentáculos, o crustáceo contra a ação de predadores. matéria orgânica fotossintetizada.

Pássaro-palito e crocodilo Cupins e protozoários


O pássaro-palito penetra na boca dos crocodilos, nas Os cupins ou térmitas ingerem madeira, mas não
margens do Rio Nilo, nutrindo-se de restos alimentares e conseguem digerir a celulose, pois não possuem a celu-
de vermes existentes na boca do réptil. A vantagem é lase, enzima que a digere. No tubo digestório do cupim,
mútua porque, em troca do alimento, o pássaro livra o existem protozoários flagelados capazes de realizar tal
crocodilo dos parasitas. digestão.
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Comensalismo Canibalismo
No comensalismo, uma espécie chamada comensal Canibal é o indivíduo que mata e come outro da mes-
se beneficia, enquanto a outra, chamada hospedeira, não ma espécie. O canibalismo pode ocorrer em ratos,
leva nenhuma vantagem. quando existe falta de espaço.
Um caso típico é a rêmora, ou peixe-piolho, que vive
como comensal do tubarão. No alto da cabeça, a rêmora
apresenta uma ventosa por meio da qual se fixa no
tubarão. O efeito disso sobre o tubarão é nulo, mas a
Competição interespecífica
rêmora se beneficia porque engole as sobras alimentares
do tubarão, além de se deslocar sem gasto de energia. A competição entre espécies diferentes se estabelece
quando tais espécies possuem o mesmo habitat e o
mesmo nicho ecológico.
É o caso de cobras, corujas e gaviões que vivem na
mesma região e atacam pequenos roedores.
Predatismo
Predador é o indivíduo que ataca e devora outro, cha-
mado presa, pertencente a espécie diferente. Os predado-
res são geralmente maiores e menos numerosos que suas
presas, sendo exemplificados pelos animais carnívoros.
Tanto predadores quanto presas apresentam adapta-
Fig. 9 – Os tubarões e as rêmoras mantêm uma relação de comensalismo. ções para o ataque e a defesa.
Daremos especial destaque para a adaptação deno-
Inquilinismo minada mimetismo.
É a associação em que uma espécie (inquilino) pro- Através do mimetismo, os animais, pela cor ou forma,
cura abrigo ou suporte no corpo de outra espécie (hos- assemelham-se ao meio ambiente, com o qual se confun-
pedeiro), sem prejudicá-la. dem. Tanto as presas como os predadores procuram es-
Trata-se de uma associação semelhante ao comensa- conder-se; os primeiros, a fim de não serem perseguidos;
lismo, não envolvendo alimento. os segundos, para não serem descobertos. Assim, numero-
Citaremos dois exemplos: sos insetos que habitam a vegetação possuem cor verde.
Um interessantíssimo exemplo de mimetismo é dado
Peixe-agulha e holotúria pelo camaleão, um réptil provido de cromatóforos, célu-
O peixe-agulha apresenta um corpo fino e alongado las pigmentadas que permitem uma variação na colo-
e se protege contra a ação de predadores abrigando-se no in- ração do corpo; assim, tal animal é capaz de mudar sua
terior das holotúrias (pepinos-do-mar), sem prejudicá-las. cor conforme o ambiente em que é colocado. Tal fenô-
meno é denominado homocromia.
Epifitismo
Epífitas são plantas que crescem sobre os troncos de Amensalismo
plantas maiores, sem parasitá-las. Amensalismo é um tipo de associação em que uma
São epífitas as orquídeas e as bromélias, que, viven- espécie, chamada amensal, é inibida no crescimento ou
do sobre árvores, obtêm maior suprimento de luz solar. na reprodução por substâncias secretadas por outra
espécie, chamada inibidora.
3. Relações desarmônicas A relação pode ser exemplificada pelos flagelados
Gonyaulax, causadores das chamadas marés vermelhas.
As relações desarmônicas caracterizam-se por bene-
Em tal caso, os flagelados eliminam toxinas que provo-
ficiar um dos associados e prejudicar o outro. Tais relações
cam a morte da fauna marinha.
também podem ser intraespecíficas e interespecíficas.
Outro caso é representado pelos fungos que produzem
antibióticos, impedindo o desenvolvimento de bactérias.
Parasitismo
Nesse caso, uma das espécies, chamada parasita,
Competição intraespecífica vive na superfície ou no interior de outra, designada
É a relação que se estabelece entre os indivíduos da hospedeiro. O parasita alimenta-se do hospedeiro,
mesma espécie, quando concorrem pelos mesmos fatores podendo até matá-lo. Os exemplos são numerosos e
ambientais, principalmente por espaço e alimento. serão estudados em Biologia Animal.

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1. X, Y, e Z são diferentes espécies de bactérias ae- Resolução


róbias heterotróficas. X e Z conseguem viver somen- As bactérias X e Y vivem e crescem no meio de cultura, uma vez que
te na presença de alta luminosidade, próximas à su- não disputam o mesmo nicho ecológico, isto é, ocupam nichos
perfície do meio de cultura, e Y só vive em baixa luminosidade, ecológicos distintos. Por outro lado, X e Z competem pelo mesmo
imersa no meio de cultura. Um pesquisador realizou a seguinte nicho ecológico; sendo a espécie X mais apta, elimina Z.
experiência: Resposta: D
No recipiente I, implantou uma colônia de bactéria X na superfície
e uma colônia de bactéria Y no interior do meio de cultura.
No recipiente II, realizou o mesmo procedimento, desta vez com 2. Existe uma relação ecológica na qual duas espécies
colônias de bactérias X e Z, ambas implantadas na superfície do (A e B) associam-se harmonicamente. Uma das es-
meio de cultura. Todas as colônias possuíam número semelhante pécies (A) produz uma substância açucarada muito
de indivíduos e suplemento alimentar distribuído homogenea- apreciada pela outra (B). Por outro lado, esta produz toxinas que
mente nos recipientes. repelem qualquer espécie que venha atacar e devorar parte
Os resultados da multiplicação das colônias ao longo do tempo daquela que produz o seu alimento. Foi observado, porém, que as
encontram-se expressos nos dois gráficos a seguir. duas podem viver isoladamente.
Analise os gráficos a seguir que representam o crescimento popu-
lacional das duas espécies A e B onde as duas vivem isolada-
mente (I) e reunidas (II) e assinale a alternativa correta.

Observação: Em ordenada, representa-se o tamanho


populacional e, em abscissa, o tempo.

Usando exclusivamente as informações fornecidas, e o conceito de


habitat (ambiente onde a espécie vive) e de nicho ecológico (função
da espécie nesse ambiente), responda a alternativa correta:
a) X e Y competem pelo alimento, porém ambas são igualmente
bem adaptadas na obtenção dele. A bactéria Z, por sua vez,
não é capaz de competir com X nem com Y, pois apresenta
baixa capacidade adaptativa.
b) X e Y possuem o mesmo nicho ecológico e possuem habitats
diferentes, não ocorrendo competição por alimento. X e Z, por
sua vez, possuem nichos muito distintos, mas mesmo habitat,
o que promove a competição e a eliminação do menos apto.
c) X e Y apresentam uma relação mutualista, em que cada uma
se beneficia da convivência com a outra e, por isso, ambas se
desenvolvem. X e Z apresentam comportamento de predação
de Z por X, o que leva à eliminação da colônia.
d) X e Y ocupam nichos ecológicos muito distintos e, embora o
alimento seja o mesmo, há baixa competição por ele. X e Z,
em contrapartida, ocupam nichos semelhantes, havendo com-
petição e eliminação de Z, que demonstra ser menos apta que
X para obter alimento. Resolução
e) X e Y apresentam uma relação de comensalismo, em que Y se A relação ecológica entre as espécies A e B é harmônica e
beneficia dos restos de alimento deixados por X. Por sua vez, favorável às duas, constituindo a cooperação ou protocooperação.
Z é predada por X até a completa eliminação da colônia. Resposta: C

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3. (VUNESP) – Um estudante de biologia observou que, em um 8. (VUNESP) – Observe as figuras a seguir:


ninho de saúvas, diferentes atividades são realizadas por dife-
rentes grupos dessas formigas.
a) Como se chama o tipo de interação que se estabelece entre
as formigas de um mesmo formigueiro? Cite mais um exem-
plo de animal que apresenta este mesmo tipo de interação.
b) Em seguida, o estudante afirmou que, se cada formiga resol-
vesse trabalhar só para si, o homem teria menos problemas
com as saúvas. O estudante está correto em sua conclusão?
Por quê?

4. (FUVEST) – Os liquens da tundra ártica constituem a principal


fonte de alimento para renas e caribus durante o inverno. As
I. O tipo de relação ecológica entre os animais acima é so-
substâncias orgânicas do alimento desses animais, portanto, são
ciedade.
primariamente produzidas por um dos organismos componentes
II. Os animais acima são castas de uma relação mutualística.
do líquen.
III. O macho é originado por partenogênese e a operária apre-
a) Qual é esse organismo e que processo ele utiliza para produzir
senta ovários atrofiados.
substâncias orgânicas?
IV. A rainha é a única que se reproduz sexuadamente.
b) Que outro organismo participa dessa associação e qual a sua
função?
c) Dê o nome dessa associação. É(são) correta(s):
a) apenas a I. b) apenas a II. c) apenas a III.
5. Algumas espécies do gênero Ricinus sp apresentam glândulas na d) I e III. e) III e IV.
base da folha que secretam açúcares. Nessas plantas, algumas
formigas se alimentam desses açúcares, protegendo a planta 9. (UNESP) – Formigas podem viver associadas a uma certa espécie
contra a ação de lagartas e outros insetos sugadores. Formigas e de acácia. Um observador percebeu que esses insetos agrediam
plantas se beneficiam da situação e entre elas ocorre uma relação e picavam qualquer animal predador que se aproximasse da planta.
ecológica classificada como As formigas, por sua vez, dependiam dos nectários das plantas
a) inquilinismo. b) parasitismo. para se alimentarem. Ao serem eliminadas, o crescimento das acá-
c) protocooperação. d) comensalismo. cias se tornou lento e, em poucos meses, morreram por ataques
e) predatismo. de insetos herbívoros ou por sombreamento de outras plantas.

6. (UFPR) – Os gráficos a seguir representam o crescimento de Pode-se afirmar que o tipo de associação ecológica existente en-
duas espécies A e B quando estão isoladas (gráfico I) e associa- tre essa planta e o inseto é semelhante ao que se estabelece
das (gráfico II). entre
Responda: A associação entre as espécies A e B é harmônica ou a) alga e fungo, em um líquen. b) hiena e leão.
desarmônica. Justifique a sua resposta. c) pulgão e roseira. d) pulga e rato.
e) cupim e madeira.

10. (UNESP) – Duas espécies de animais (A e B) foram estudadas no


meio ambiente em duas condições diferentes: isoladas uma da
outra e reunidas.

7. (MODELO ENEM) – Os cupins que se alimentam da madeira das


casas, na verdade, não são capazes de digerir a celulose. Para
isso, contam com a ação de protozoários que vivem em seu
aparelho digestório, que também se alimentam do material inge-
rido pelos cupins. Considerando a relação existente entre ambos
e seu nível trófico, podemos afirmar que:
Após o estudo, foi possível concluir que
Relação Cupim Protozoário a) a espécie A não é beneficiada quando em presença da espécie B.
b) a espécie A é indiferente quando em presença da espécie B.
a) mutualismo consumidor primário consumidor primário c) a espécie B é prejudicada quando em presença da espécie A.
d) ambas necessitam estar reunidas para sobreviver.
b) mutualismo consumidor secundário detrítivoro e) ambas são beneficiadas se estiverem reunidas.

c) mutualismo detritívoro consumidor primário 11. (UFCE) – Em condições naturais, bactérias do gênero Rhizobium
vivem há milênios em estreita relação ecológica com plantas legu-
d) comensalismo consumidor primário consumidor primário minosas. Podemos afirmar que as duas espécies se beneficiam
numa relação obrigatória, em que a sobrevivência de uma depen-
e) comensalismo consumidor secundário consumidor primário de da outra. Este tipo de relação interespecífica é conhecida como
a) comensalismo. b) protocooperação.
c) inquilinismo. d) mutualismo.
e) amensalismo.

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12. (UFBR) – Na África, a árvore conhecida como acácia tem espinhos Tipos de associações biológicas:
longos e resistentes. Estes espinhos abrigam colônias de formi- 1 – Protocooperação. 2 – Amensalismo.
gas que se alimentam do néctar produzido pela árvore, e também 3 – Parasitismo. 4 – Epifitismo.
de qualquer inseto que pouse na acácia para se alimentar de suas 5 – Predatismo. 6 – Mutualismo.
folhas. 7 – Colônia.
A associação entre as formigas e a acácia pode ser classificada
como Assinale a alternativa que faça a perfeita correlação entre a
a) parasitismo. b) amensalismo. relação descrita e o tipo de associação.
c) comensalismo. d) protocooperação. a) I – 2; II – 2; III – 5; IV – 1; V – 7.
e) predação. b) I – 3; II – 1; III – 4; IV – 6; V – 6.
c) I – 1; II – 1; III – 6; IV – 7; V – 3.
d) I – 2; II – 3; III – 1; IV – 3; V – 7.
13. (UFSC) – Considere as seguintes características:
e) I – 7; II – 2; III – 2; IV – 4; V – 6.
I. divisão de trabalho;
II. presença de soldados;
18. (UNESP) – O girino, ao se transformar em rã adulta, muda a sua
III. 100% de fêmeas férteis;
dieta alimentar quando passa a comer insetos. Esta relação entre
IV. alimento repartido por todos.
a rã e o inseto é chamada de
a) interação ecológica interespecífica, classificada como
Numa sociedade de cupins, observam-se
predação.
a) apenas I, II e III. b) apenas I, II e IV.
b) interespecífica, classificada como comensalismo, pois o
c) apenas I, III e IV. d) apenas II, III e IV.
objetivo é o alimento.
e) I, II, III e IV.
c) competição, pois os animais estão disputando o espaço e o
alimento.
14. (UEL) – Atualmente, no cultivo da soja, a agricultura biológica
d) protocooperação, pois a rã se beneficia e regula a população
substitui os fertilizantes minerais por bactérias que se localizam
de insetos.
nas raízes das plantas e, em troca de açúcares fornecidos pelos
e) desarmônica e intraespecífica.
vegetais, absorvem o nitrogênio atmosférico, transformando-o em
nitratos que são usados pelas plantas na produção de aminoá-
cidos e proteínas. Esta associação é um exemplo de 19. (FUVEST) – O gráfico abaixo representa as variações dos tama-
a) parasitismo. b) comensalismo. nhos populacionais entre duas espécies, que vivem numa mesma
c) mutualismo. d) inquilinismo. área, mantendo relações ecológicas:
e) predatismo.

15. (MODELO ENEM) – Os fruticultores de Santa Catarina têm de-


senvolvido gradativamente a criação de abelhas em seus
pomares. Essa prática é importante porque
a) a relação de mutualismo entre os organismos favorece o agri-
cultor, que consegue maior produtividade das árvores, além de
obter o mel.
b) as abelhas são insetos que competem com as pragas das fru-
tas, contribuindo para o aumento da produtividade da cultura.
c) as árvores frutíferas apresentam uma produtividade inalterada,
porém o agricultor tem uma outra alternativa econômica atra- A relação entre as espécies 1 e 2 é
vés da produção do mel. a) comensalismo. b) amensalismo.
d) mostra um processo de substituição de atividades produtivas c) competição. d) predação.
na região, em função da lucratividade proporcionada pela api- e) cooperação.
cultura.
e) as abelhas atraem as aves polinizadoras, pois servem de ali- 20. Considere as relações entre os seres vivos:
mento para estas populações de aves. • Liquens. • Micorrizas.
• Epifitismo. • Parasitismo.
16. (UEL) – Um crocodilo africano permite que uma ave entre em sua
boca para extrair sanguessugas da proximidade de seus dentes.
A respeito das relações ecológicas acima, considere as afirma-
A relação entre o crocodilo e a ave é caracterizada como
ções:
a) protocooperação. b) predação.
I. Em duas delas, há o envolvimento obrigatório de fungos.
c) parasitismo. d) simbiose.
II. Em duas delas, há o envolvimento obrigatório de bactérias.
e) comensalismo.
III. Em nenhuma delas, há o envolvimento de plantas superiores.
17. (UFPE) – Descrevemos, abaixo, algumas relações entre seres
Assinale
vivos, numeradas de I a V, e uma lista de tipos de associações
a) se apenas I está correta.
biológicas, precedidos por um numeral.
b) se apenas II está correta.
I. Bernardo, o eremita, um crustáceo marinho, transporta actínia,
c) se apenas III está correta.
e esta, em troca, proporciona-lhe proteção.
d) se apenas I e II estão corretas.
II. Alguns crocodilos se alimentam em terra: abrem a boca, mo-
e) se I, II e III estão corretas.
mento em que a ave-palito come detritos alimentares presos
aos seus dentes e, também, vermes da garganta dos mes-
mos. 21. (UFSE) – Muitas formigas usam pulgões (homópteros) como pro-
III. Algas (cianofíceas e clorofíceas) com cogumelos formam os dutores de alimentos. Os pulgões atingem, com sua longa
liquens. O fungo fornece proteção, sustentação e matéria tromba, os vasos liberianos das plantas sobre as quais vivem e
bruta (água e sais minerais) para a alga e esta fornece, para o sugam a seiva em tal quantidade, que expelem o excesso numa
fungo, alimento. gota, pelo ânus. Esta gota é aproveitada pelas formigas como
IV. A Physalia ou caravela é uma associação na qual os indivíduos alimento. Esta relação ecológica é chamada de
possuem formas diferentes conforme o trabalho desem- a) parasitismo. b) comensalismo.
penhado. c) simbiose. d) mutualismo.
V. Os pulgões sugam a seiva elaborada das plantas. e) saprofitismo.

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22. Duas espécies, A e B, de protozários foram colocadas em um A medida tomada pelos citricultores revelou uma relação ecoló-
único recipiente. Nesse recipiente, próprio para seus gica do tipo
crescimentos, colocou-se, a cada dia, uma quantidade constante a) esclavagismo, sendo desarmônica interespecífica.
de alimento. b) inquilinismo, sendo harmônica e interespecífica.
As contagens diárias do número de indivíduos estão expressas no c) predatismo, sendo desarmônica e interespecífica.
gráfico a seguir: d) predatismo, sendo desarmônica e intraespecífica.
e) esclavagismo, sendo desarmônica e intraespecífica.

26. (FATEC) – Os gráficos abaixo correspondem à população de duas


espécies (A e B) vivendo isoladamente (Gráfico I) e depois
colocadas no mesmo local (Gráfico II).

A relação ecológica entre as espécies A e B é do tipo Pode-se concluir que


a) competição. b) predatismo. a) A é parasita de B.
c) parasitismo. d) amensalismo. b) A é predadora de B.
e) epifitismo. c) B é parasita de A.
d) B é predadora de A.
23. (UFSC) – Duas espécies podem ter, uma sobre a outra, influên- e) A e B exercem uma relação harmônica.
cia nula (0), positiva (+) ou negativa (–).
Assinale a alternativa que classifica corretamente as relações
ecológicas segundo essas influências. 27. (UFLA) – O desenho esquemático abaixo mostra o relacionamento
entre o cipó-chumbo e o caule de uma planta hibisco.
Amensalismo Inquilinismo Mutualismo Competição

a) 0/0 +/– +/+ +/0

b) 0/0 +/+ +/0 +/–

c) +/– +/0 +/– +/0

d) +/0 +/+ +/– –/–

e) +/– +/0 +/+ –/–

24. (UFRN) – O fenômeno da maré vermelha, a digestão de celulose


pelos cupins e o desenvolvimento de orquídeas nas florestas são Assim,
resultado de interações entre seres vivos no ambiente. Os exem- a) trata-se de um caso de parasitismo.
plos citados podem ser classificados, respectivamente, como b) trata-se de um caso de hemiparasitismo.
a) competição, inquilinismo e epifitismo. c) trata-se de um caso de mutualismo.
b) amensalismo, comensalismo e parasitismo. d) trata-se de um caso de epifitismo.
c) mutualismo, protocooperação e inquilinismo. e) I e II correspondem, respectivamente, a haustório e xilema.
d) amensalismo, mutualismo e epifitismo.
e) parasitismo, mutualismo e comensalismo.
28. (UNIFOR) – Considere os itens abaixo:
25. (VUNESP) – No fim do século passado, na Califórnia (EUA), a pro- I. Micorrizas.
dutividade da citricultura estava comprometida pelo pulgão-bran- II. Ferrugem do cafeeiro.
co, Icerya purchasi, que parasita as folhas dos citros. III. Liquens.
Diante de uma situação economicamente inviável, os citricultores IV. Micoses humanas.
resolveram importar uma espécie de joaninha australiana, Rodolia V. Orelha-de-pau em tronco decomposto.
cardinalis, que foi introduzida no meio das plantações cítricas VI. Morango apodrecendo.
contaminadas pelos pulgões. Os resultados estão registrados nos
gráficos que se seguem: Assinale a alternativa da tabela que associa corretamente esses
itens aos tipos de fungos correspondentes.
Tipos de fungos
Parasitas Mutualistas Saprófagos
a) I, II I, IV V, VI
b) II, IV I, III V, VI
c) III, IV I, V II, VI
d) IV, V III, VI I, VI
e) V, VI I, II III, IV

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29. (UNOPAR) – As tilápias são peixes africanos que foram introdu- 1 e 2 são, respectivamente,
zidos em algumas regiões do Brasil com a finalidade de combater a) relações desarmônicas intraespecíficas e 1 e 2 representam
o caramujo hospedeiro intermediário da esquistossomose. Após predatismo.
alguns meses, pesquisadores perceberam que as tilápias preferi- b) relações desarmônicas interespecíficas e 1 representa o
ram se alimentar de peixes nativos, deixando de lado os cara- amensalismo e 2 predatismo.
mujos. Isto vem provocando preocupação por conta do dese- c) relações desarmônicas intraespecíficas e 1 representa com-
quilíbrio que estes peixes exóticos, que por vezes comem peixes petição e 2 representa sinfilia.
menores de sua própria espécie, provocam nos ambientes em d) relações desarmônicas interespecíficas e 1 e 2 representam
que foram introduzidos. parasitismo.
e) relações desarmônicas interespecíficas e 1 representa amen-
O texto acima mostra as tilápias como peixes que estabelecem
salismo e 2 representa parasitismo.
relações desarmônicas com outros organismos, tendo sido cita-
das como envolvidas em
a) predatismo e canibalismo. 32. (FGV) – Em Umuarama, interior do Paraná, verdadeiros exércitos de
b) predatismo e parasitismo. formigas-saúva vêm atormentando a população e os agricultores.
c) amensalismo e protocooperação. Na cidade, não há veneno ou água – armas usadas pela comu-
d) comensalismo e competição. nidade – que solucione o problema.
e) canibalismo e comensalismo. No campo, elas atacam as plantações de café e outras culturas.
De cada 10 eucaliptos, 4 são atingidos pelas saúvas.
30. (MODELO ENEM) – Em 1928, Alexander Fleming (1881-1955)
(Noticiado no Jornal Nacional, Rede Globo de Televisão,
descobriu a penicilina. Ao sair de férias por dias ou semanas, deixou
15 ago. 2009. Adaptado.)
uma placa destampada com uma colônia de um determinado orga-
nismo que estava pesquisando. Ao retornar, percebeu que um bolor
havia se desenvolvido dentro da placa, provocando a morte dos A causa mais provável para o ataque das saúvas, o nome que se
organismos de sua pesquisa. O tal bolor tinha sido provocado por dá para a relação intraespecífica que as caracteriza e o nome que
um fungo, o Penicillium notatum. Em vez de jogar fora as culturas se dá para a seleção interespecífica que estabelecem com os
contaminadas, o cientista investigou e descobriu que o fungo vegetais, como o café e eucalipto, são, respectivamente:
liberava alguma substância que inibia o crescimento do organismo a) ausência de predadores, sociedade isomorfa e predatismo.
pesquisado por ele. A análise desse fato permite deduzir que b) migração, colônias e herbivoria.
a) o organismo eliminado pelo fungo só pode ser um vírus. c) nicho disponível, sociedade heteromorfa e parasitismo.
b) a substância inibidora do crescimento é um antibiótico que d) resistência adquirida aos formicidas, comunidade e antibiose.
elimina os vírus. e) indisponibilidade de água, população e competição.
c) o bolor produz substâncias que inibem o crescimento de
outros fungos. 33. (UFMG) – O fungo Penicillium, por causar apodrecimento de
d) o bolor produz substâncias capazes de eliminar outros laranjas, acarreta prejuízos pós-colheita.
organismos. Nesse caso, o controle biológico pode ser feito utilizando-se a
e) o Penicillium notatum é um bolor que elimina substâncias levedura Saccharomycopsis, que mata esse fungo, após perfurar
nocivas a outros fungos, vírus e bactérias. sua parede e absorver seus nutrientes.

31. (VUNESP) – Analise as relações ecológicas abaixo: É correto afirmar que esse tipo de interação é conhecido como
1. Determinadas espécies de plantas produzem substâncias que a) comensalismo.
inibem o crescimento de outras. b) mutualismo.
2. O bicho-de-goiaba é a larva de um inseto que não é um privilé- c) parasitismo.
gio da goiaba; pode ocorrer em outras frutas, como o pêssego d) predatismo.
e o caqui.

3) a) Sociedade. 8) A sociedade não é uma relação mutualista, pois ocorre entre


Também são insetos sociais: vespas, cupins e abelhas. indivíduos da mesma espécie.
b) Sim, porque na sociedade há uma perfeita divisão de tra- Resposta: D
balho. Vivendo isoladamente, as saúvas seriam incapazes
de manter a estrutura de um formigueiro e, consequen- 9) O líquen é um exemplo de mutualismo. A alga é um produtor
temente, menos danos ocasionariam à agricultura. e sintetiza alimento, que é utilizado pelo fungo. Em troca, o
4) a) Alga – fotossíntese. fungo envolve e protege a alga contra a dessecação.
b) Fungo – proteção e absorção de água e nutrientes. Resposta: A
c) Mutualismo.
10) Analisando os gráficos, conclui-se que o número de
5) A protocooperação é uma associação entre duas espécies indivíduos tanto da espécie A como da espécie B aumentou
diferentes, na qual ambas se beneficiam, podendo cada quando as duas espécies estavam reunidas. Portanto, ambas
espécie viver isoladamente. foram beneficiadas.
Resposta: C Resposta: E
6) A associação entre A e B é harmônica e do tipo protocoopera-
11) Nesse exemplo de relação obrigatória, as duas espécies
ção (cooperação), em que o crescimento é favorecido para
envolvidas (bactérias Rhizobium e plantas leguminosas) se
ambas as espécies quando estão reunidas.
beneficiam e uma depende da outra para sobreviver.
7) A associação entre cupins e protozoários que vivem em seu Resposta: D
aparelho digestório é necessária à sobrevivência das espé-
cies, portanto é um caso de mutualismo, em que ambas se 12) As formigas protegem a árvore, e esta, por sua vez, alimenta
alimentam de substâncias presentes na madeira. as formigas com néctar.
Resposta: A Resposta: D

116
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13) Numa sociedade de cupins, apenas a rainha é a fêmea fértil e Competição é a relação que se estabelece entre indivíduos da
apresenta o abdômen hipertrofiado. As fêmeas estéreis mesma espécie ou de espécies diferentes, quando concorrem
encarregam-se de diversos trabalhos, como obtenção de pelos mesmos fatores ambientais, principalmente por espaço
alimento, construção e limpeza dos ninhos e cuidados com e alimento.
larvas e ovos. Resposta: E
Resposta: B
24) O fenômeno da maré vermelha é causado pelos flagelados
14) Essa associação é um exemplo de mutualismo e recebe o pertencentes ao gênero Gonyaulax, os quais eliminam
nome de bacteriorriza, na qual bactérias do gênero toxinas responsáveis pela morte da fauna marinha (+/–).
Rhizobium se associam às raízes de plantas leguminosas. Os cupins ingerem madeira, mas não conseguem digerir a
Resposta: C celulose. No tubo digestório desses animais, existem
protozoários flagelados capazes de realizar tal digestão (+/+).
15) Nesse caso, as abelhas protegem os pomares do ataque de As orquídeas são plantas epífitas, isto é, crescem sobre os
insetos herbívoros, aumentando a produtividade das árvores, troncos de plantas maiores, sem parasitá-las, obtendo maior
além de produzirem mel, que poderá ser comercializado suprimento de luz solar (+/0).
pelos fruticultores. Resposta: D
Resposta: A
25) A medida tomada pelos citricultores revelou uma relação
16) Na protocooperação, as duas espécies se beneficiam, ou seja, ecológica do tipo predatismo, em que as joaninhas se alimen-
a vantagem é mútua, porque, em troca do alimento, a ave tavam dos pulgões.
livra o crocodilo dos parasitas. Essa técnica é conhecida como controle biológico de pragas.
Resposta: A Resposta: C

17) A protocooperação, também conhecida como cooperação, é 26) É possível perceber que, a partir do momento em que as duas
uma associação entre duas espécies diferentes na qual espécies foram colocadas no mesmo local, o número de
ambas se beneficiam; contudo, não é indispensável à indivíduos de ambas aumentou, demonstrando que não
sobrevivência. Já no mutualismo, cada espécie envolvida na houve prejuízo para nenhuma delas.
relação só consegue viver na presença da outra, ou seja, é Resposta: E
uma associação íntima, com benefícios mútuos.
A caravela é um exemplo de colônia heteromorfa constituída 27) O cipó-chumbo possui estruturas em suas raízes que são
por indivíduos morfologicamente diferentes adaptados a capazes de penetrar no caule de uma planta hibisco e
distintas funções. absorver a seiva dos vasos liberianos, prejudicando o
No parasitismo, uma das espécies, chamada parasita, alimen- desenvolvimento da planta hospedeira.
ta-se de outra (hospedeira), podendo até matá-la. Resposta: A
Resposta: C
28) Os fungos parasitas alimentam-se do hospedeiro, prejudicando-o.
18) A relação entre rã e inseto é classificada como interespecífica, Os fungos mutualistas participam de uma associação na qual
porque ocorre entre indivíduos de espécies diferentes, e é um uma espécie depende da outra para sobreviver.
tipo de predatismo, pois o indivíduo predador (nesse caso, a Os fungos saprófagos são responsáveis pela decomposição
rã) ataca e devora outro, chamado presa (o inseto). da matéria orgânica.
Resposta: A Resposta: B

19) Predatismo é uma relação desarmônica interespecífica na 29) Nesse caso, as tilápias, além de predadoras, estão se alimen-
qual os predadores são geralmente menos numerosos que tando de peixes de sua própria espécie, o que é um caso de
suas presas, sendo exemplificados pelos animais carnívoros. canibalismo.
Nesse caso, a espécie 1 é a presa, e a espécie 2, o predador. Resposta: A
Resposta: D
30) Esse fato é um exemplo de amensalismo, no qual uma espécie,
20) Micorrizas são associações entre fungos e raízes de árvores chamada amensal (nesse caso, as bactérias) é inibida no cres-
florestais; e liquens são associações entre algas e fungos. cimento ou na reprodução por substâncias secretadas por
Nesses dois tipos de associações, há o envolvimento obriga- outra espécie, chamada inibidora (é o caso dos fungos).
tório de fungos. Resposta: D
Resposta: A
31) As relações descritas são desarmônicas e ocorrem entre
21) No comensalismo, uma espécie (chamada comensal) se bene- espécies diferentes, sendo que uma espécie se beneficia e a
ficia (a formiga, nesse caso), enquanto a outra não leva outra é prejudicada.
nenhuma vantagem (como o pulgão). Resposta: E
Resposta: B
32) O aumento das saúvas em Uruarama aconteceu porque as
22) A competição entre espécies diferentes se estabelece quando formigas encontraram um nicho ecológico disponível. Socie-
tais espécies possuem o mesmo habitat, o mesmo nicho dade heteromorfa é a relação intraespecífica que as caracte-
ecológico e competem pelos mesmos fatores ambientais. riza, uma vez que, na divisão por castas, seus indivíduos
Resposta: A apresentam diferentes formas e tamanhos. Ao retirar as
folhas dos vegetais, as formigas estão estabelecendo uma
23) Amensalismo é um tipo de associação em que uma espécie, relação de parasitismo com eles.
chamada amensal, é inibida no crescimento ou na Resposta: C
reprodução por substâncias secretadas por outra espécie,
chamada inibidora (+/–). 33) É um caso de parasitismo pelo fato de a levedura
Inquilinismo é a associação em que uma espécie (inquilino) Saccharomycopsis matar o fungo Penicilium após perfurar
procura abrigo ou suporte no corpo de outra espécie sem sua parede e absorver seus nutrientes.
prejudicá-la (+/0). Resposta: C
No mutualismo, uma espécie depende da outra para sobre-
viver (+/+).

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CAPÍTULO Ecologia

95 ESTUDO DAS POPULAÇÕES

O s cactos vivem em ambientes áridos


ou semiáridos, como a Caatinga.

1. Conceito
População é um conjunto de seres da mesma espécie Para determinar o tamanho de uma população, deve-se
que habitam a mesma área em determinado espaço de realizar a contagem de seus habitantes. Entre os métodos
tempo. usados, citaremos:

2. Densidade populacional Contagem direta


Consiste nos chamados censos ou recenseamentos.
Se dividirmos o número de indivíduos que consti-
Censos globais dificilmente são realizados por serem de-
tuem uma população pela área que ocupam, encontra-
masiadamente longos e onerosos. Recenseamentos parciais
remos a densidade populacional.
em zonas determinadas fornecem ótimos elementos para
Densidade populacional é o número de indivíduos
se ter uma ideia da dinâmica das populações.
por unidade de espaço.
Método de captura e recaptura
Número de indivíduos O método consiste em capturar uma amostra de ani-
Densidade = –––––––––––––––––––––
Unidade de espaço mais de uma área e marcá-los usando corantes, anéis, eti-
quetas etc. e, em seguida, soltá-los. Depois de certo
Se a população for bidimensional, o espaço será tempo, para permitir a mistura dos marcados com os não
uma área; se for tridimensional, o espaço será um volu- marcados, uma segunda amostra é recapturada, contan-
do-se o número de indivíduos marcados. De acordo com
me.
o proposto, temos:
Exemplos:
N = número total da população
1) A densidade de uma população humana é de
a = número de indivíduos marcados e soltos
12 habitantes/km2.
b = número total de indivíduos recapturados
2) A densidade de uma população de eucaliptos é de
c = número de indivíduos recapturados e marcados
980 árvores/hectare.
3) A densidade de uma população de peixes é de 3 Teremos, então, a seguinte relação:
indivíduos/m3. a c ab
––– = –––, assim: N = –––
4) A densidade de uma população de bactérias é de N b c
100 000 colônias/mL.
Exemplo
Saliente-se que o simples conhecimento da densida- a = 500
de não é suficiente para entender o comportamento de b = 500
uma população natural; deve-se saber como os indiví- c = 50
duos estão localizados, ou seja, se a distribuição é homo- 500 x 500
gênea ou se é heterogênea, apresentando alguns espaços N = ––––––––––– = 5 000
50
vazios e outros superpovoados.
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O processo funciona desde que os indivíduos devol- variáveis têm de ser investigadas pelo ecologista que
vidos à população se distribuam ao acaso e não estejam queira adquirir uma noção precisa sobre as características
sujeitos a uma diferente taxa de mortalidade ou de recaptura. da população que está estudando. Assim, temos:
População em crescimento: N + I > M + E
Método de amostragem População estável: N + I = M + E
Emprega-se tal método quando os anteriores não po- População em declínio: N + I < M + E
dem ser utilizados. O ideal é colher uma amostra que seja
a mais representativa possível da população, visando di- 4. Curvas de sobrevivência
minuir a probabilidade de erro. Assim, pode-se avaliar a
Existem três tipos de curvas de sobrevivência.
quantidade de insetos de um campo por meio da conta-
gem de animais presentes em quadrados de amostragem
1) No caso do homem, da drosófila e de numerosos
de 1 metro de lado.
mamíferos, muitos indivíduos têm a mesma duração
vital, determinando curvas convexas.
3. Determinantes
do tamanho populacional
O tamanho de uma população é determinado por
quatro fatores básicos:

Número de nascimentos em certa unidade de tempo.

Fig. 2 – Curva de sobrevivência do homem.


Número de mortes em certa unidade de tempo.
2) No caso da hidra, o coeficiente de mortalidade
permanece constante durante toda a duração da vida, e o
gráfico é uma reta.
Número de indivíduos que entram na população por
unidade de tempo.

Número de indivíduos que saem da população por


unidade de tempo.

Fig. 3 – Curva de sobrevivência da hidra.

3) No caso da ostra, dos peixes, das aves e de nume-


rosos invertebrados, ocorre uma grande mortalidade nos
estágios jovens. A curva é côncava.

Fig. 1 – Fatores que influem no tamanho das populações.

Salienta-se que a natalidade (N) e a imigração (I) são


fatores de acréscimo, enquanto a mortalidade (M) e a
emigração (E) são fatores de decréscimo. Essas quatro Fig. 4 – Curva de sobrevivência de peixes.

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O estudo das curvas de sobrevivência é de grande


interesse na Ecologia. Tomando por base as curvas, o
ecologista sabe em que idade a espécie é mais vulnerá-
vel. Se as intervenções capazes de modificar a natalidade
ou a mortalidade acontecerem durante o estágio mais
vulnerável, terão efeito máximo sobre a evolução da
população. Assim, por exemplo, tais princípios são apli-
cados na regulamentação do corte das matas, temporadas
de caça ou, então, na luta contra insetos nocivos.

5. O controle populacional Fig. 5 – Crescimento de uma população.

A população é uma unidade biológica que se mantém


apresentando limites e tamanho característicos. Tal uni-
dade é mantida, embora suas partes constituintes sejam
substituídas por meio dos processos de nascimento, morte,
imigração e emigração. Existem mecanismos adaptativos
que regulam o tamanho populacional. Tais mecanismos
atuam mantendo a população estável, assegurando que o
tamanho populacional não ultrapasse o suprimento ener-
gético disponível para a sua sobrevivência. A população
se adapta não somente ao seu ambiente físico, mas tam-
bém às populações de outros tipos de organismos com os Fig. 6 – Influência da resistência ambiental sobre o crescimento real da população.
quais pode competir ou coexistir numa relação do tipo
predador-presa ou parasita-hospedeiro.

6. Potencial biótico
e resistência ambiental
Dá-se o nome de potencial biótico à capacidade de
crescimento de uma população em condições ambientais
favoráveis.
A resistência ambiental exerce um controle natural,
pois se opõe ao potencial biótico, limitando-o. Por resis-
tência ambiental, entende-se o conjunto de fatores limi- Fig. 7 – A curva sigmoide representa o crescimento normal de uma população.
tantes do crescimento, como alimento, clima, espaço,
competição, predação e parasitismo.
É devido à resistência ambiental que as populações 8. As causas das
não crescem de acordo com o seu potencial biótico.
flutuações das populações
7. Curva normal do As flutuações populacionais são provocadas por di-
crescimento populacional versos fatores, dependentes ou independentes da den-
sidade.
O crescimento de uma população que foi introduzida
em um novo meio ocorre em três fases:
1. Fase de crescimento lento, correspondente à fase
de adaptação ao novo meio. (A)
2. Fase de crescimento rápido, com exploração má- Competição
xima do ambiente. (B) As espécies competem por espaço e alimento, sendo
3. Fase de crescimento retardado, devido à resistên- que tal competição pode ser intra ou interespecífica, e
cia ambiental. (C) pode eliminar um dos competidores. Os gráficos a seguir
Finalmente, a população atinge o equilíbrio dinâmi- mostram as curvas de crescimento de duas populações de
co e passa a apresentar oscilações, isto é, pequenas varia- micróbios, P e P’, quando estão separadas (Gráfico I) e
ções em torno do equilíbrio médio, ou flutuações, quando estão no mesmo meio de cultura (Gráfico II).
grandes variações em torno dele. (D)
120
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Parasitismo
Na maioria das vezes, as doenças provocadas por
parasitas são endêmicas: a proporção de afetados não varia
com o tempo. Quando aumenta, passa-se para uma epidemia
(se a doença se dissemina pela Terra, tem-se uma pandemia).
Numa epidemia, o aumento da população de parasitas
leva ao aumento no número de doentes graves; com isso,
a população de hospedeiros diminui pelo aumento da taxa
Fig. 8 – Gráfico I. de mortalidade. Mas a população parasita também sofre
uma queda por não ter mais o que parasitar, voltando-se à
situação de endemia.

Alimentação
O aumento da quantidade de alimento provoca ace-
leração do crescimento, aparecimento mais rápido da
maturidade sexual, aumento da fecundidade, redução da
variação do tamanho entre os indivíduos da mesma idade,
Fig. 9 – Gráfico II. aumento do teor de gorduras no organismo e redução do
canibalismo em relação aos filhotes.
Predatismo
A redução na quantidade de alimento acarreta o re-
Suponha uma cadeia alimentar simples:
tardamento do crescimento e da maturidade sexual, redu-
ção da fecundidade, aumento do canibalismo e diminui-
Vegetais → Herbívoro → Carnívoro ção da quantidade de gorduras de reserva.
(Presa) (Predador)

Se a população de predadores diminuir, a de presas


aumentará; depois o alimento vegetal tornar-se-á insufi- São os fatores climáticos, como temperatura,
ciente e a população de presas diminuirá, devido ao luminosidade, umidade etc. A sua influência pode ser
aumento da mortalidade pela fome e/ou por epidemias. direta ou indireta.
Se a população de predadores aumentar, aumentará o
consumo de presas, e esta população diminuirá; depois a Direta
população de predadores diminuirá, devido à mortali- Calor úmido favorece a fertilidade e, portanto, a na-
dade pela fome ou por epidemias. talidade; calor excessivo, frio, seca, inundações, terremo-
As relações de tamanho populacional entre predador tos favorecem a mortalidade.
e presa podem ser esquematizadas segundo o gráfico
abaixo.
Indireta
Nas épocas frias, as populações de insetos diminuem:
— porque diminui o alimento disponível e eviden-
cia-se a fome;
— porque aumenta a mortalidade, por ação direta das
temperaturas baixas.
Em relação aos animais, o que se pode dizer é que a
ação dos fatores climáticos é importante e direta sobre os
pecilotermos, sendo frequentemente indireta e menos im-
portante sobre os homeotermos, que dispõem de meca-
nismos que os tornam relativamente independentes do
meio exterior.
Fig. 10 – Relações de tamanho populacional entre predador e presa.

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1. Limitações de alimento e de espaço, efeitos do cli- 2. Programas de reintrodução de animais consistem em


ma, competições e inúmeros outros fatores atuam soltar indivíduos, criados em cativeiro, em ambientes
na estabilização do tamanho de uma população em onde sua espécie se encontra ameaçada ou extinta.
crescimento. Suponha que 100 exemplares de uma mesma O mico-leão-dourado da Mata Atlântica faz parte de um desses
espécie tenham sido introduzidos em um ecossistema natural. O programas. Como faltam aos micos criados em cativeiro habilida-
crescimento populacional dessa espécie foi acompanhado e os des para sobreviver em seu habitat, são formados grupos sociais
dados obtidos estão apresentados na tabela a seguir: desses micos com outros capturados na natureza, antes de soltá-los
coletivamente. O gráfico mostra o número total de animais, em
Ano Número de indivíduo uma certa região, a cada ano, ao longo de um programa de
reintrodução desse tipo.
1994 100
Observação: Em ordenada, representa-se o tamanho
1995 150
populacional e, em abscissa, o tempo.
1996 250
1997 550
1998 1 000
1999 970
2000 1 020
2001 1 005

O gráfico que melhor representa os dados mostrados na tabela


acima é:

A análise do gráfico permite concluir que o sucesso do programa


deveu-se
a) à adaptação dos animais em cativeiro ao ambiente natural,
mostrada pelo aumento do número de nascidos na natureza.
b) ao aumento da população total, resultante da reintrodução de
um número cada vez maior de animais.
c) à alimentação dos animais nascidos em cativeiro pelos
nascidos na natureza, que são mais fortes e selvagens.
d) ao pequeno número de animais reintroduzidos, que se manti-
veram isolados da população de nascidos na natureza.
e) à grande sobrevivência dos animais reintroduzidos, que
compensou a mortalidade dos nascidos na natureza.
Resolução
O sucesso do programa de reintrodução de animais deveu-se à
adaptação dos animais nascidos em cativeiro ao ambiente natural,
mostrada pelo aumento da natalidade.
Resolução Resposta: A
A tabela mostra que a população apresenta um período de
crescimento seguido de outro de estabilização.
Resposta: A

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3. (PUC) – O gráfico abaixo representa o crescimento da população. 11. Os gráficos mostram o crescimento de populações das espécies
A e B. O gráfico 1 mostra o crescimento quando as populações
estão separadas, e o gráfico 2, quando convivem na mesma
região.

No gráfico anterior, o que representam as curvas A e C e o espaço B?

4. Qual a diferença existente entre população e comunidade? a) Com base nos gráficos, explique qual a situação mais
favorável para cada uma das espécies.
5. Quais são os quatro fatores básicos que determinam o tamanho
b) Qual a possível relação ecológica entre as espécies A e B na
de uma população?
situação 2?
6. Qual é a importância da resistência ambiental no crescimento
populacional? 12. (MODELO ENEM) – A fauna do Pantanal Mato-Grossense tem
sofrido um processo acelerado de destruição em função do
7. (UNICAMP) – Censo realizado em região tropical sobre a ativida- avanço das atividades mineradoras e agropecuárias, isto sem
de de caça de lagartos nas dunas de uma restinga, em diferentes contar os estragos provocados por atos de vandalismo ou pela
horários, apresentou os seguintes dados: caça predatória e criminosa realizada por pessoas ou grupos com
08h00 – 8 indivíduos de uma única espécie. interesses duvidosos. No sentido de verificar os efeitos desta
10h00 – 32 indivíduos de duas espécies. ação humana, uma determinada ave, tomada como referência, foi
12h00 – 48 indivíduos de quatro espécies. estudada no período de 1975 a 1985.
14h00 – 128 indivíduos de oito espécies. Taxas medidas em (%)
16h00 – 32 indivíduos de oito espécies.
18h00 – 16 indivíduos de quatro espécies. Ano Natalidade Mortalidade Emigração Imigração
20h00 – 4 indivíduos de uma única espécie. 1975 25 11 4 7
Elabore gráfico ilustrando os dados acima e comente a possibili- 1980 21 10 6 12
dade de influência de um determinado fator abiótico na atividade
de caça dos lagartos. 1985 24 8 3 9

8. Considere as seguintes curvas, que representam o crescimento Com base nos dados da tabela acima, qual dos gráficos represen-
de duas populações de micro-organismos que se desenvolvem no ta com maior precisão a taxa de crescimento da população nesse
mesmo meio de cultura. período?

Que tipo de relação ecológica apresentam as populações I e II?


Por quê?

9. Os fatores abaixo influem na densidade de uma população.


I. Natalidade.
II. Mortalidade.
III. Imigração.
IV. Emigração.

Em uma população em declínio, sobrepujam os outros fatores as


taxas de
a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas.
d) II e IV, apenas. e) III e IV, apenas.

10. Dividindo-se o número de indivíduos de uma população pelo


espaço que ocupam, obtém-se a sua
a) taxa de natalidade. b) taxa de mortalidade.
c) taxa de imigração. d) taxa de emigração.
e) densidade.

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13. Em uma comunidade, o predador pode ser regulador quando 17. Analise o seguinte gráfico:
a) contribui para diminuir a densidade da população de presas.
b) determina a extinção das presas.
c) contribui para a manutenção da densidade populacional das
presas.
d) mantém e contribui para elevar a taxa da densidade populacional.
e) influi na progressiva extinção das presas.

14. (UFBA) – O gráfico abaixo representa modificações ocorridas em


uma população de camundongos.

A flutuação está representada apenas


a) no período I.
b) no período II.
c) no período III.
d) nos períodos I e II.
e) nos períodos II e III.

18. (MODELO ENEM) – O gráfico seguinte representa a ação de uma


grave doença epidêmica sobre uma população de coelhos:

Interpretando esse gráfico, pode-se dizer que


a) a população atingiu a mais alta densidade em janeiro.
b) as mais baixas taxas de mortalidade e de imigração verifica-
ram-se de outubro a dezembro.
c) a curva é típica de uma população “fechada”.
d) a curva evidencia a concorrência de ciclos populacionais.
e) a curva indica um equilíbrio dinâmico da população.

15. Considere o seguinte gráfico, que representa as flutuações de


tamanho das populações I e II. Os períodos delimitados por 1, 2, 3 e 4 indicam, respectivamente,
a) equilíbrio, recuperação, crescimento e epidemia.
b) equilíbrio, epidemia, crescimento e recuperação.
c) equilíbrio, epidemia, extinção e recuperação.
d) crescimento, equilíbrio, extinção e recuperação.
e) crescimento, recuperação, epidemia e extinção.

19. A curva abaixo representa o crescimento de uma população.

Pela análise do gráfico, é possível concluir que I e II são, respec-


tivamente,
a) presa – predador. b) predador – presa.
c) hospedeiro – epífita. d) epífita – hospedeiro.
e) consumidor – produtor.

16. Os gráficos abaixo representam variações na densidade de quatro


populações de um charco em função do tempo: Com base no gráfico, podemos concluir que, nessa população, as
taxas de
a) mortalidade e natalidade são maiores do que as de emigração
e imigração.
b) mortalidade e emigração são maiores do que as de natalidade
e imigração.
c) natalidade e imigração são maiores do que as de mortalidade
e emigração.
d) natalidade e emigração são maiores do que as de mortalidade
e imigração.
e) natalidade e mortalidade são iguais às de emigração e
imigração.

20. A capacidade de uma população em aumentar seu número de


indivíduos em condições ambientais ideais é considerada
Na comunidade considerada, apresentam relação de competição a) seu potencial biótico.
as populações b) sua densidade.
a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas. c) sua taxa de crescimento.
d) I e IV, apenas. e) II e IV, apenas. d) uma forma de competição intraespecífica.
e) uma forma de competição interespecífica.

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21. O Aedes aegypti é vetor transmissor da dengue. Uma Uma vantagem do uso dessas armadilhas, tanto do ponto de vista
pesquisa feita em São Luís – MA, de 2000 a 2002, ambiental como econômico, seria
mapeou os tipos de reservatório onde esse mosquito a) otimizar o uso de produtos agrotóxicos.
era encontrado. A tabela abaixo mostra parte dos dados coletados b) diminuir a população de predadores do bicho-furão.
nessa pesquisa: c) capturar todos os machos do bicho-furão.
d) reduzir a área destinada à plantação de laranjas.
População de Aedes aegypti
Tipos de reservatórios e) espantar o bicho-furão das proximidades do pomar.
2000 2001 2002
24. (UFF) – O estudo do equilíbrio das populações utiliza conceitos
pneu 895 1 658 974
matemáticos e biológicos. Dentre os biológicos, destaca-se o
tambor/tanque/depósito de conceito de predação, relação entre presa e predador, que tende
6 855 46 444 32 787 a estabelecer o equilíbrio entre esses indivíduos. Levando-se em
barro
consideração que não há interferência ou alteração dos fatores
vaso de planta 456 3 191 1 399 ambientais, assinale a opção que melhor representa um exemplo
típico de predação, como é o caso observado entre populações de
material de construção/
271 436 276 lebres e linces.
peça de carro

garrafa/lata/plástico 675 2 100 1 059

poço/cisterna 44 428 275

caixa-d’água 248 1 689 1 014


recipiente natural, armadilha,
615 2 658 1 178
piscina e outros
total 10 059 58 604 38 962

De acordo com essa pesquisa, o alvo inicial para a redução mais


rápida dos focos do mosquito vetor da dengue nesse município
deveria ser constituído por
a) pneus e caixas-d’água.
b) tambores, tanques e depósitos de barro.
c) vasos de plantas, poços e cisternas.
d) materiais de construção e peças de carro.
e) garrafas, latas e plásticos.

22. A disseminação desse molusco e a ausência de


predadores para conter o crescimento da população
de moluscos causaram vários problemas, como o que
ocorreu na hidrelétrica de Itaipu, onde o mexilhão alterou a rotina
de manutenção das turbinas, acarretando prejuízo de US$ 1 mi-
lhão por dia, devido à paralisação do sistema. Uma das estraté-
gias utilizadas para diminuir o problema é acrescentar gás cloro à
água, o que reduz em cerca de 50% a taxa de reprodução da
espécie.
(GTÁGUAS, MPF, 4.a CCR, ano 1, n.° 2, mai. 2007. Adaptado.)

De acordo com as informações acima, o despejo da água de lastro


a) é ambientalmente benéfico por contribuir para a seleção natu-
ral das espécies e, consequentemente, para a evolução delas.
b) trouxe da China um molusco, que passou a compor a flora
aquática nativa do lago da hidrelétrica de Itaipu. 25. (FATEC) – Considere algumas relações esquemáticas entre popu-
c) causou, na usina de Itaipu, por meio do micro-organismo inva- lações vivendo na mesma comunidade.
sor, uma redução do suprimento de água para as turbinas.
d) introduziu uma espécie exógena na bacia Paraná-Paraguai, que
se disseminou até ser controlada por seus predadores naturais.
e) motivou a utilização de um agente químico na água como uma
das estratégias para diminuir a reprodução do mexilhão
dourado.

23. O bicho-furão-dos-citros causa prejuízos anuais de


US$ 50 milhões à citricultura brasileira, mas pode ser
combatido eficazmente se um certo agrotóxico for apli- Indique a alternativa que apresenta a seguinte situação: quanto
cado à plantação no momento adequado. É possível determinar maior for a densidade da população indicada na origem da seta,
esse momento utilizando-se uma armadilha constituída de uma maior será a densidade da população indicada no outro extremo:
caixinha de papelão, contendo uma pastilha com o feromônio da a) I, II e III. b) I, II e V. c) II, III e IV.
fêmea e um adesivo para prender o macho. Verificando periodi- d) II, III e V. e) III, IV e V
camente a armadilha, percebe-se a época da chegada do inseto.

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3) A: Potencial biótico. 15) Em uma comunidade, as relações de tamanho populacional


B: Resistência ambiental. entre predador e presa são inversamente proporcionais.
C: Crescimento real (curva sigmoide). Resposta: A

4) População: conjunto de indivíduos da mesma espécie. 16) Considerando que as populações possuem o mesmo habitat,
Comunidade: conjunto de populações de espécies diferentes. pode-se concluir através da análise do gráfico que as po-
pulações I e IV competem pelos mesmos fatores ambientais,
5) Taxas de natalidade, mortalidade, imigração e emigração. como espaço e alimento.
Resposta: D
6) Limita o crescimento populacional.
17) Flutuações são grandes variações que ocorrem em torno do
equilíbrio médio quando uma população já atingiu o
7)
equilíbrio dinâmico.
Resposta: C

18) Numa epidemia, o aumento da população de parasitas leva


ao aumento no número de doentes graves; com isso, a
população de hospedeiros diminui pelo aumento da taxa de
mortalidade. A população parasita também sofre uma queda,
por não ter mais o que parasitar, e isso permite o crescimento
e a respiração da população afetada pela doença.
Resposta: B
Os lagartos são animais pecilotermos (heterotermos) e o seu
metabolismo depende da temperatura. Assim, nas horas 19) O aumento das taxas de natalidade e imigração resulta em
mais quentes do dia, maior número de animais sai à procura um aumento do número de indivíduos de uma população,
de alimento. pois são fatores de acréscimo.
Resposta: C
8) Competição interespecífica. O declínio, da população II pode
estar relacionada à competição por alimento e espaço. 20) Em condições ambientais favoráveis, uma população cresce
de acordo com o seu potencial biótico.
9) Em uma população em declínio as taxas de mortalidade e Resposta: A
emigração são maiores do que as taxas de natalidade e
imigração. 21) A análise da tabela mostra que o maior número de insetos ve-
Resposta: D tores encontra-se em tambores, tanques e depósitos de
barro.
10) Densidade populacional é o número de indivíduos por
unidade, espaço ou volume. Resposta: B
Resposta: E
22) A utilização de um agente químico na água (cloro) reduziu a
11) a) A situação mais favorável para a espécie B é quando está taxa de reprodução do mexilhão dourado.
associada à espécie A. Para a espécie A, a relação é indi- Resposta: E
ferente.
b) Comensalismo. 23) O uso de armadilhas para atração e apreensão dos machos
permite evidenciar o aumento da população de insetos e
12) 1975: N + I = 32 correlacionar com o período de aplicação do agrotóxico, no
crescimento populacional: 7 indivíduos momento adequado, procurando reduzir a população desses
M + E = 15 animais.
1980: N + I = 33 Resposta: A
crescimento populacional: 17 indivíduos
M + E = 16
24) Geralmente, a população de presas é mais numerosa do que
1985: N + I = 33 a população de predadores. Quando a população de preda-
crescimento populacional: 21 indivíduos
M + E = 11 dores diminui, consequentemente aumenta a população de
presas e, quando a população de predadores aumenta,
Resposta: E diminui a de presas.
Resposta: A
13) Em uma comunidade, se a população de predadores diminuir,
a população de presas aumentará. E se a população de
predadores aumentar, aumentará o consumo de presas e, 25) Quanto maior a população de capim, maior a população de
consequentemente, essa população diminuirá. coelhos e, consequentemente, de gaviões.
Resposta: C Resposta: A

14) Uma população em equilíbrio dinâmico apresenta oscilações,


isto é, pequenas variações em torno de um equilíbrio médio,
ou flutuações, ou seja, grandes variações em torno dele.
Resposta: E

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CAPÍTULO Ecologia

5
10 SUCESSÃO ECOLÓGICA

A e B – Floresta destruída pelo fogo.


C – A sucessão inicia-se com gramíneas e outras ervas;
posteriormente, aparecem arbustos.
D – O clímax é atingido com a formação de nova floresta.

1. Conceito de sucessão 3. Estágios da sucessão


Sucessão ecológica é o desenvolvimento de uma co- A sucessão não surge repentinamente, de uma forma
munidade ou biocenose, compreendendo a sua origem, abrupta, mas sim num aumento crescente de espécies, até
crescimento, até chegar a um estado de equilíbrio dinâ- atingir uma situação que não se modifica com o am-
mico com o meio ambiente. Tal dinamismo é uma carac- biente, denominada clímax. Uma sucessão pode iniciar-se
terística essencial das biocenoses. de diversas maneiras: numa rocha nua, numa lagoa, num
terreno formado por sedimentação etc.
2. As causas O primeiro passo é a migração de espécies de outras
evolutivas das biocenoses áreas para a região onde se iniciará a sucessão. As
espécies chegam a essa região através dos elementos de
Toda biocenose é influenciada pelo seu biótopo, e
reprodução (esporos, sementes etc.).
reciprocamente todo biótopo é influenciado pela sua
As condições desfavoráveis – intensa iluminação,
comunidade.
solo muito úmido ou muito seco, temperatura elevada do
Dada a variabilidade dos fatores climáticos, geoló-
solo – só permitem o desenvolvimento de algumas espécies.
gicos e bióticos, a evolução será obrigatória, apenas com
velocidade dependente do caso particular. Ação: é a in- Essas espécies que se desenvolvem inicialmente no
fluência exercida pelo meio ambiente sobre a comuni- ambiente inóspito são chamadas pioneiras. São espécies
dade. Reação: é a influência exercida pela comunidade de grande amplitude, isto é, não são muito exigentes, não
sobre o habitat (destruição, edificação, modificação). tolerando apenas as grandes densidades.
Coação: é a influência que os organismos exercem entre si. Essa vegetação é constituída por liquens, musgos,
plantas de dunas etc.
Essa primeira etapa da sucessão chama-se ecesis. A
ecesis é, pois, a capacidade de uma espécie pioneira de se
adaptar e de se reproduzir numa nova área.
A vegetação pioneira permite a preparação de um novo
ambiente, que, por sua vez, permite o estabelecimento de
outras espécies vegetais. Outras espécies migram, algu-
mas desaparecem, ocorrendo, consequentemente, altera-
ções, até se atingir o clímax. Na sucessão, as espécies de
maior amplitude ecológica são substituídas pelas de me-
Fig. 1 – Influência dos organismos entre si e com o meio ambiente. nor amplitude. As populações mais simples precedem as
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mais complexas; aumenta a diversidade de espécies; as


formas herbáceas são substituídas pelas arbóreas. Deno-
minam-se seres as comunidades temporárias que surgem
no decorrer de uma sucessão.

Assim, a sequência na sucessão será:

Ecesis → Seres → Comunidade clímax

4. Tipos de sucessão
As sucessões podem ser primárias, secundárias ou
destrutivas.

As sucessões primárias correspondem a instalações


dos seres vivos em um ambiente que nunca foi habitado. Fig. 2 – Sucessão ecológica em uma represa.
Exemplificaremos por meio das sucessões que ocor-
rem nas rochas e lagoas.
As sucessões secundárias aparecem em um meio que
Sucessão numa rocha nua já foi povoado, mas em que os seres vivos foram elimi-
Os organismos pioneiros são representados pelos nados por modificações climáticas (glaciações, incêndios),
liquens. Através de ácidos orgânicos produzidos pelos geológicas (erosão) ou pela intervenção do homem. Uma
liquens, a superfície da rocha vai sendo decomposta. A sucessão secundária leva muitas vezes à formação de um
morte desses organismos, associada à decomposição da disclímax, diferente do clímax que existia anteriormente.
rocha, permite o aparecimento de outros vegetais, como É o caso da sucessão numa floresta destruída.
os musgos. Estes, por sua vez, permitem, através de sua Um trecho da floresta é destruído (homem ou fogo) e
ação, o aparecimento de espécies maiores, como as bro- o local é abandonado por certo tempo. A recolonização é
mélias e gramíneas. feita por etapas: em primeiro lugar, o terreno é invadido
pelo capim e outras ervas; depois, aparecem arbustos e, no
Sucessão numa lagoa
final, árvores. O processo, simplificado, é o seguinte: o
As águas paradas de lagoas e charcos são formações
terreno descoberto recebe sol direto e fica superaquecido,
transitórias. Elas se formam quando o sistema normal de
superiluminado e seco. Em tais condições, as sementes das
drenagem de terra fica interrompido pela elevação brusca
do terreno (tremores de terra) ou por variações que se árvores silvestres não vingam, já que exigem sombra e
processam muito lentamente através de longos períodos umidade, mas o capim só germina em solo descampado —
geológicos. Uma lagoa está sempre em evolução. A a terra coberta pelo capim e pelas ervas retém mais umi-
tendência geral é o seu desaparecimento final, pois ela dade. Algumas sementes, que antes não podiam germinar,
vai sendo constantemente aterrada por sedimentos que as agora o fazem, dando ervas maiores e arbustos. Depois de
águas trazem das elevações vizinhas. muitos anos, predominam certos arbustos; sua sombra
Na lagoa, o plâncton é o primeiro sistema de produto- começa a prejudicar o capim e as ervas, e o ambiente fica
res que se desenvolve. Quando os seus cadáveres começam propício para a germinação de sementes que produzirão
a enriquecer o fundo das margens com material orgânico, a árvores. O capim e as ervas pioneiras vão desaparecendo,
vegetação aquática pode aí se estabelecer. As folhas e enquanto as árvores acabam por dominar os arbustos. Cada
caules mortos aumentam o húmus do fundo, e de ano para comunidade que se instala no terreno prepara o ambiente
ano a vegetação avança das margens para o centro. Na para a comunidade seguinte, que a suplantará.
borda, onde estavam as plantas pioneiras, começam a Para finalizar, considere o caso em que um trecho da
aparecer arbustos lenhosos e, depois de certo tempo, as caatinga é destruído e em área próxima planta-se grande
árvores. O terreno eleva-se graças à sedimentação de restos quantidade de árvores florestais. Depois certo tempo, a
vegetais e, finalmente, onde estavam, de início, as plantas comunidade clímax vai ser caatinga, e não floresta,
aquáticas, fixam-se arbustos e árvores, e o que era de início porque cada região tem um clímax característico,
o charco marginal se transforma em terra firme. determinado pelo clima local. A vegetação é reflexo do
Por esse processo de sucessão, todos os lagos e clima (a floresta é consequência da chuva, e não o
lagoas tendem a desaparecer. contrário).
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6. O ecótono
Sucessões destrutivas são aquelas que não terminam Geralmente, a passagem de uma biocenose para outra
em um clímax final. Nesse caso, as modificações são nunca ocorre de forma abrupta; costuma haver uma zona
devidas a fatores bióticos, e o meio vai sendo destruído, de transição, designada ecótono. Em tal região o número
pouco a pouco, por diferentes seres. É o que acontece de espécies é grande, existindo, além das espécies pró-
com os cadáveres. prias, outras provenientes das comunidades limítrofes.

5. Características
de uma sucessão
Em todas as sucessões, pode-se observar que:
• aumenta a biomassa e a diversidade de espécies;
• nos estágios iniciais, a atividade autotrófica supe-
ra a heterotrófica. Daí a produção bruta (P) ser maior que
a respiração (R) e a relação entre P e R ser maior do que 1;
• nos estágios de clímax, há equilíbrio e a relação Fig. 3 – 1 representa o ecótono, zona de transição entre as comunidades A e B.
P/R = 1.

1. (MODELO ENEM) – Em um frasco (Fig. I) contendo uma cultura ao longo do tempo, até o clímax, em que acontece a maior biodi-
estável (clímax) de uma comunidade constituída de seis espécies versidade.
de organismos microscópicos planctônicos (ver legenda) foi acres- A curva B representa a produção líquida por biomassa (P/B), que
centada uma certa quantidade do mesmo meio de cultura, dando é grande no início da sucessão, diminui à medida que esta ocorre
início a uma nova sucessão ecológica. Após 7, 15 e 22 dias (Figs. e atinge o mínimo no estágio do clímax.
II, III e IV, respectivamente) foram analisados o número de indi- Resposta: A
víduos de cada espécie, a produção líquida por biomassa (P/B) e a
diversidade de espécies. (Obs.: espécies com número menor que 2. (MODELO ENEM) – A Amazônia brasileira vem sendo sistemati-
100 indivíduos não estão representadas nas figuras dos fracos.) camente atingida por um processo de desmatamento que a
destrói, principalmente a partir da borda sul, numa região que
ficou conhecida como “arco sul de desmatamento”.
O processo de desmatamento evolui como demonstrado na
figura abaixo:

(Revista Veja n.° 2053.)


Grande parte da Amazônia encontra-se sob esse processo, o que
poderá levar a região a ver suas formações vegetais originais
substituídas por outras secundárias, tais como:
a) caatinga. b) mata dos cocais.
(E. P. Odum. Ecologia. São Paulo: Pioneira/Edusp, 1969. Adaptado.) c) mata tropical. d) mata de araucárias.
e) cerrado.
Quais curvas do gráfico representam, respectivamente, a diver- Resolução
sidade de espécies e a relação P/B? Há, entre os especialistas, um consenso geral de que a retirada da
a) A e B. b) A e C. c) A e D. madeira e as queimadas sistemáticas poderão transformar a Ama-
d) B e D. e) D e A. zônia numa extensão do Cerrado do Brasil Central. Isso poderá
Resolução trazer sérias consequências para o âmbito climático e botânico (alte-
A curva que representa a diversidade das espécies é a curva A. rações locais, regionais, globais), também alterando os biomas.
Numa sucessão, observa-se um aumento do número de espécies Resposta: E

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3. (FUVEST) – Uma ilha situada a 20km de distância do continente, 9. (UNIMES) – Considerando o processo de sucessão, indique se é
após a explosão de um vulcão, foi coberta por uma camada verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmativas a seguir.
espessa de cinza quente e nenhuma planta ou animal sobreviveu. ( ) Espécies pioneiras não são capazes de modificar o ambiente,
Alguns anos após, observou-se a presença de liquens seguidos por isso acabam sendo substituídas por outras espécies de
de outras plantas. Posteriormente, foi possível verificar também a plantas e animais.
presença de pequenos animais e, tempos mais tarde, a presença ( ) Comunidade clímax é a comunidade complexa que se
de animais de maior porte. Após várias décadas, a ilha estava estabelece no final de um processo de sucessão.
coberta por uma floresta jovem, mas densa. Pergunta-se: ( ) A sucessão que se estabelece em campos de cultivo
a) Como se chama o fenômeno ecológico ocorrido na ilha, a abandonados é chamada de secundária.
partir da erupção vulcânica?
b) Por que no processo de reorganização das comunidades na A sequência correta é
ilha os organismos heterótrofos não poderiam ter sido os a) F – F – V. b) F – V – V. c) V – F – F.
pioneiros? d) F – V – F. e) V – V – V.

4. No desenvolvimento de uma comunidade, que significa ecesis? 10. (UEL) – Qual das alternativas a seguir exemplifica o processo de
Que são seres? sucessão?
a) Em um meio de cultura, a dominância das algas é seguida pela
dominância de ciliados e esta pela de rotíferos.
5. Que relação existe entre as atividades autotrófica e heterotrófica
b) Em ambientes aquáticos, o fitoplâncton serve de alimento ao
nos estágios iniciais e de clímax de uma sucessão?
zooplâncton e este aos animais de maior porte.
c) Ovos de sapo originam girinos e estes, por metamorfose,
6. (FUVEST) – Considere dois estágios, X e Y, de um processo de transformam-se em animais adultos.
sucessão ecológica. d) No processo de desenvolvimento, o ovo de anfíbio passa por
No estágio X, há maior biomassa e maior variedade de nichos fases de mórula, blástula e gástrula.
ecológicos. e) Certas plantas só florescem quando são submetidas a
No estágio Y, há maior concentração de espécies pioneiras e a períodos consecutivos de claro e escuro.
comunidade está sujeita a variações mais intensas.
a) Qual dos dois estágios representa uma comunidade clímax? 11. (VUNESP) – Considere as afirmativas:
b) Em qual dos estágios há maior biodiversidade? Justifique sua 1. Sucessão ecológica é o nome que se dá ao processo de
resposta. transformações graduais na constituição das comunidades de
c) Descreva o balanço entre a incorporação e a liberação de organismos.
carbono nos estágios X e Y. 2. Quando se atinge um estágio de estabilidade em uma suces-
são, a comunidade correspondente é a comunidade clímax.
7. (MODELO ENEM – UFPB) – Os ecossistemas naturais estão em 3. Numa sucessão ecológica, a diversidade de espécies
constante modificação. A série de mudanças, nas comunidades que aumenta inicialmente, atingindo o ponto mais alto no clímax,
compõem um ecossistema, é denominada de sucessão ecológica. estabilizando-se então.
4. Numa sucessão ecológica ocorre aumento de biomassa.
Ao longo dessa sucessão, até atingir o estágio máximo (clímax),
considere a possibilidade de ocorrência dos eventos a seguir. Assinale:
I. Aumento no número de espécies e no número de nichos eco- a) se todas as afirmativas estiverem incorretas.
lógicos. b) se todas as afirmativas estiverem corretas.
II. Produtividade líquida elevada no início, com diminuição gra- c) se somente as afirmativas 1 e 4 estiverem corretas.
dativa. d) se somente as afirmativas 2 e 4 estiverem corretas.
III. Aumento da biomassa total. e) se somente as afirmativas 3 e 4 estiverem corretas.

Assinale 12. Entende-se por sucessão ecológica


a) se apenas I está correta. a) uma comunidade que está em homeostase.
b) se apenas II está correta. b) um ambiente que se modifica em função da atividade humana.
c) se apenas III está correta. c) a adaptação de uma população às condições ambientais sem
d) se apenas I e II estão corretas. a interferência humana.
e) se I, II e III estão corretas. d) comunidades bióticas que apresentam um equilíbrio dinâmico.
e) uma série de estágios de transformação da paisagem de uma
8. (UFLA) – Ao longo do período em que se dá o fenômeno de su- comunidade estável, ao longo do tempo.
cessão ecológica, são constatadas várias situações no ecossis-
tema, exceto: 13. A linha de tensão limítrofe entre um campo e uma floresta cor-
a) o início do processo ocorre com o estabelecimento de espé- responde a
cies pioneiras. a) biótopo. b) biocenose. c) ecótono.
b) mudanças nos tipos de plantas e animais que compõem as d) bioma. e) alelobiose.
comunidades.
c) o aumento de biomassa nas comunidades.
14. (PUC-SP) – Numa sucessão de comunidades ocorre(m)
d) a ausência de alterações relativas à reciclagem de nutrientes
a) constância de biomassa e de espécies.
nas comunidades.
b) diminuição de biomassa e menor diversificação de espécies.
e) o aumento de complexidade das teias alimentares.
c) diminuição de biomassa e maior diversificação de espécies.
d) aumento de biomassa e menor diversificação de espécies.
e) aumento de biomassa e maior diversificação de espécies.

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15. Analise o esquema e julgue as afirmativas a seguir: Considere as seguintes afirmativas:


I. Durante o período de 15 anos de observação, as três comuni-
dades foram estáveis.
II. O processo observado na comunidade A pode ser considerado
como uma sucessão primária.
III. O processo observado na comunidade B pode ser considerado
como uma sucessão secundária.
IV. A comunidade C foi observada em clímax.
V. A comunidade C foi a mais estável no período.
(0) Em 1, está representada a comunidade pioneira que, em geral,
apresenta baixa diversidade de espécies.
Assinale a alternativa correta:
(1) Em 2, estão representadas as fases intermediárias, em que a
a) Somente as afirmativas IV e V estão corretas.
diversidade de espécies aumenta devido à elevação da
b) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
biomassa, o que por sua vez proporciona o aumento de novos
c) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
nichos.
d) A afirmativa I é a única incorreta.
(2) Em 3, está representada a comunidade clímax, com uma pro-
e) Somente a afirmativa IV é incorreta.
dução bruta de matéria orgânica superior ao próprio consumo;
assim a atividade fotossintética supera a atividade respiratória.
20. No processo de sucessão de um ecossistema, há comumente
(3) Em 3, o clímax apresenta grande complexidade, favorecendo
a) aumento da eficiência no uso de energia e minerais do
a manutenção de um estado de equilíbrio dinâmico.
ambiente.
(4) A sequência esquematizada ocorre em um manguezal e,
b) diminuição da eficiência no uso de energia e minerais do am-
neste caso, a comunidade pioneira apresenta a mesma
biente.
diversidade de espécies que o clímax.
c) diminuição da eficiência no uso da energia e aumento da
16. (FUVEST) – Um grande rochedo nu começa a ser colonizado por eficiência no uso de minerais do ambiente.
seres vivos. Os primeiros organismos a se instalarem são d) aumento da eficiência no uso da energia e diminuição da
a) gramíneas. eficiência no uso de minerais do ambiente.
b) liquens. e) manutenção do mesmo padrão de eficiência no uso de
c) fungos. minerais e energia do ambiente.
d) briófitas.
e) pteridófitas. 21. Considere os seguintes ambientes:
I. Superfície de rocha nua.
17. Com relação ao número de nichos ecológicos (I) e à taxa de II. Campo de cultivo abandonado.
respiração (II), numa sucessão ecológica, é correto afirmar que III. Floresta recém-derrubada.
a) I aumenta e II diminui. IV. Dunas de areia recém-formadas.
b) I diminui e II aumenta.
c) I aumenta e II permanece constante. A sucessão primária só pode ocorrer em
d) ambos aumentam. a) I e II. b) I e III. c) I e IV.
e) ambos diminuem. d) II e III. e) III e IV.

18. Os organismos pioneiros na sucessão que ocorre em uma lagoa 22. (UNOPAR) – A Floresta Amazônica é considerada uma comu-
são nidade clímax porque durante o processo de sucessão ecológica
a) amebas. ocorreu(ram)
b) bactérias. a) diminuição da biomassa e da diversidade de espécies.
c) algas. b) aumento da biomassa e diminuição da diversidade de espécies.
d) flagelados. c) diminuição da biomassa e aumento da diversidade de espécies.
e) paramécios. d) aumento da biomassa e da diversidade de espécies.
e) invariabilidade da biomassa e da diversidade de espécies.
19. (UFEPI) – Os gráficos abaixo mostram variações nos valores de
biomassa, número de espécies e taxa de respiração ao longo de
15 anos de observação, em três comunidades diferentes. 23. (UEL)

O esquema acima representa a sucessão de plantas numa lagoa.


Selecione quais as que representam as etapas de clímax e ecesis,
respectivamente:
a) 6 e 5, apenas.
b) 1 e 6, apenas.
c) 6 e 2, apenas.
d) 5 e 2, apenas.
e) 6 e 1, apenas.

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(MODELO ENEM) – Utilize o texto abaixo para responder as 24. Entre os fatores naturais que aumentam a exposição da borda
questões 24 e 25. florestal à degradação, podemos citar vários fatores. Marque
entre as alternativas abaixo a que não deve ser encontrada em
A redução da floresta original em tais “ilhas de mata” é uma das uma borda florestal:
principais responsáveis pela extinção de espécies animais e vege- a) aumento da exposição a ventos.
tais no ecossistema, porquanto restrigem os habitats naturais, b) aumento da exposição à luz.
comprometendo, assim, a possibilidade de sobrevivência. c) aumento da flamabilidade florestal.
d) aumento da ocorrência de espécies oportunistas.
e) diminuição da densidade populacional vegetal.

25. Com o efeito de borda, aumentamos a região conhecida


ecologicamente como
a) bioma.
b) ecese.
c) comunidade-clímax.
d) ecótono.
e) biociclo.

(Disponível em: <www.mp.ba.gov.br>.)

3) a) Sucessão ecológica. 8) A reciclagem de nutrientes realizada pelos decompositores é


b) Toda sucessão se inicia com os vegetais, que, através da responsável pelo enriquecimento do solo, propiciando
fotossíntese, produzem alimento e assim podem propiciar condições para o desenvolvimento da comunidade.
a vinda dos seres heterótrofos. Resposta: D

4) Ecesis: implantação da vegetação pioneira. 9) As espécies pioneiras permitem a preparação de um novo


Seres: comunidades transitórias, que preparam o ambiente ambiente, que, por sua vez, permite o estabelecimento de
para a chegada de outras comunidades. outras espécies vegetais.
Resposta: B
5) Ecesis: produção > consumo por respiração da biomassa.
Clímax: produção = consumo por respiração da biomassa.
10) Em uma sucessão, as espécies de maior amplitude ecológica
são substituídas pelas de menor amplitude.
6) a) A comunidade clímax está representada pelo estágio X. Resposta: A
b) A maior biodiversidade ocorre no estágio de clímax. Esse
estágio se caracteriza pela grande variedade de nichos
ecológicos. Sabe-se que cada espécie ocupa um nicho 11) Todas as afirmativas estão corretas.
Resposta: B
ecológico dentro do ecossistema.
c) A incorporação do carbono ocorre durante a fotossíntese;
e a sua liberação, durante a respiração. No estágio (X), a
12) Sucessão ecológica é o desenvolvimento de uma comuni-
produção de carbono na fotossíntese (P) é igual ao
dade ou biocenose, compreendendo a sua origem, cres-
consumo pela respiração da biomassa (R). Portanto, em X,
cimento, até chegar a um estado de equilíbrio dinâmico com
tem-se: P = R. No estágio Y (início da sucessão ecológica),
o meio ambiente.
temos: P > R.
Resposta: E

7) Em todas as sucessões, pode-se observar que ocorre um


13) Ecótono é o nome dado à região de transição entre ecossis-
aumento da biomassa e da diversidade de espécies. Nos
temas vizinhos.
estágios iniciais, a atividade autotrófica supera a hete-
Resposta: C
rotrófica, aumentando a produtividade líquida, que, por sua
vez, diminui gradativamente durante a sucessão ecológica.
Resposta: E

132
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14) Ao longo de uma sucessão de comunidades, ocorre o 21) As sucessões primárias correspondem às instalações dos
aumento da biomassa total, aumentando o número de seres vivos em ambientes que nunca foram habitados.
espécies e o número de nichos ecológicos. Resposta: C
Resposta: E

22) Durante o processo de sucessão ecológica na Floresta Ama-


15) Corretas: 0, 1 e 3.
zônica ocorreu um aumento crescente de espécies, até
Incorretas: 2 e 4.
atingir uma situação que não se modifica com o ambiente,
denominada clímax.
16) Através dos ácidos orgânicos produzidos pelos liquens, a Resposta: D
superfície da rocha vai sendo decomposta.
Resposta: B
23) A planta 6 representa arbustos e árvores característicos da
etapa clímax da sucessão de uma lagoa.
17) Numa sucessão ecológica, ocorre um aumento no número de A planta 1 representa as algas que são consideradas
espécies e, com isso, aumenta o número de nichos ecológi- pioneiras, ou seja, ecesis no processo de sucessão ecológica
cos, pois cada espécie ocupa um nicho ecológico no numa lagoa.
ecossistema. Resposta: E
Devido ao aumento do número de espécies, ocorre um
aumento da taxa respiratória.
Resposta: D 24) Em uma borda florestal, pode ocorrer uma diminuição do
número de espécies oportunistas.
Resposta: D
18) Na lagoa, o fitoplâncton é o primeiro sistema de produtores
que se desenvolve.
Resposta: C 25) A destruição da vegetação de “borda” promove o
aparecimento de novas espécies, que propiciam o
aparecimento de uma nova comunidade na sucessão
19) É possível observar variações nos valores de biomassa, nú- ecológica. Esse estágio inicial se chama ecese.
mero de espécies e taxa de respiração nas comunidades A e B. Resposta: B
A comunidade C é a unica que se manteve estável.
Resposta: D

20) Em decorrência do aumento da biomassa e da diversidade de


espécies no processo de sucessão de um ecossistema, o uso
de energia e minerais do ambiente se torna mais eficaz.
Resposta: A

133
Livro_3_Bio_Keli_2015 11/11/14 08:14 Página 134

CAPÍTULO Ecologia

5
11 BIOCICLOS AQUÁTICOS

O desequilíbrio ecológico pode provocar a


multiplicação de dinoflagelados (pirrófitos) do
gênero Gymnodinium, que eliminam toxinas para
a água, acarretando a morte de toneladas de peixes.
O fenômeno é conhecido por maré vermelha.

1. As divisões da biosfera Os fatores abióticos


Os principais fatores abióticos no ambiente marinho
A Terra é formada por grandes ecossistemas, dividi-
são: luz, temperatura, salinidade e pressão hidrostática.
dos em biosfera, biociclo, biocora e bioma, dependendo
de suas dimensões. Luz
Biosfera – é o ambiente biológico onde vivem todos A iluminação diminui com a profundidade e permite
os seres vivos. a divisão em três zonas: eufótica, disfótica e afótica.
Biociclos – são ambientes menores dentro da biosfe- A – Zona eufótica – recebe luz diretamente e geral-
ra. Existem três tipos de biociclos: terrestre (epinociclo), mente chega a até 100m.
água doce (limnociclo) e marinho (talassociclo). B – Zona disfótica – recebe luz difusa e pode chegar
Biocora – é uma parte do biociclo com caracterís- a 300 metros.
ticas próprias. Assim, no biociclo terrestre, existem qua-
C – Zona afótica – é a região geralmente abaixo de
tro biocoras: floresta, savana, campo e deserto.
300 metros e que não recebe luz.
Bioma – dentro da biocora, podemos encontrar regiões
diferentes, chamadas biomas. Assim, na biocora floresta, Temperatura
podemos encontrar a floresta tropical, a temperada etc. Nos mares, a temperatura dos oceanos varia horizontal
e verticalmente, sempre devido a uma diferença na inten-
2. Os biociclos aquáticos sidade da radiação solar.
As comunidades aquáticas estão incluídas em dois
Salinidade
biociclos: o talassociclo (ou biociclo marinho) e o limno-
A salinidade em oceanos abertos está por volta de 34
ciclo (ou biociclo de água doce).
a 37% na superfície. As maiores diferenças se devem à
Inicialmente, estudaremos o talassociclo.
evaporação da água nos trópicos e à fusão do gelo nas
regiões polares.
Importância
Pressão hidrostática
Os mares e oceanos ocupam 3/4 da biosfera, o que
Aumenta de 1 atmosfera a cada 10 metros de profun-
corresponde a 363 milhões de km2, sendo habitado em
didade.
suas três dimensões.
134
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O meio biótico Zona abissal – estende-se desde 2 000m até as


As biocenoses marinhas são classificadas em três maiores profundidades. A maior profundidade conhecida
grupos: plâncton, bentos e nécton. é a fossa das Ilhas Marianas, com 11 034m.
As grandes profundidades apresentam condições di-
Plâncton fíceis para a vida, tais como grandes pressões, ausência
São seres que vivem na superfície da água, geral- de luz, frio, pouco alimento. Mesmo assim, muitos orga-
mente transportados passivamente pelo movimento das nismos se adaptam a essas condições especiais.
águas. O plâncton costuma ser dividido em fitoplâncton Uma das características desses seres é a biolumines-
e zooplâncton. cência, isto é, a capacidade de emissão de luz, utilizada
A – Fitoplâncton – são algas representadas pelas para atração sexual, atração de presas etc. Têm visão
diatomáceas e dinoflagelados (pirrófitos). muito sensível, capaz de responder a pequenos estímulos
B – Zooplâncton – são animais pertencentes aos proto- luminosos, e apresentam formas bizarras, boca e dentes
zoários, microcrustáceos, larvas de invertebrados, entre grandes para facilitar a captura das presas.
outros.
Província pelágica
Bentos A província pelágica representa o domínio de águas
Correspondem àqueles seres que vivem no fundo do plenas, constituindo a grande massa de água do alto-mar.
mar, fixos ou movendo-se no fundo. Encontra-se afastada da costa e tem o seu início marcado
Os indivíduos fixos são chamados sésseis e são repre- pelo término da plataforma continental.
sentados por muitos tipos de algas vermelhas, pardas e ver- A província pelágica apresenta águas cristalinas e
des, além de muitos animais, como espongiários, corais etc. poucas formas de vida.
Os animais que se movem no fundo são frequente-
mente representados por equinodermos (estrelas-do-mar)
e moluscos.

Nécton
São os animais livres natantes, representados por
peixes, polvos, mamíferos marinhos, tartarugas etc.

O ambiente marinho é dividido em duas províncias


oceanográficas distintas: bentônica e pelágica.

Província bentônica
A divisão da província é baseada no relevo submari-
no e compreende quatro zonas: litorânea, nerítica, batial
As águas continentais possuem pequeno volume,
e abissal.
cerca de 190 000 km3, têm pequena profundidade, ra-
Zona litorânea – é a zona afetada pelas flutuações ramente ultrapassando 400m, e sofrem variações de
das marés, estando ora emersa, ora submersa. É bem temperatura mais intensas do que o mar, sendo, portanto,
iluminada, oxigenada e rica em nutrientes. Apresenta menos estáveis. Existem dois tipos:
algas, microcrustáceos, macrocrustáceos, moluscos e 1. águas lênticas ou dormentes;
peixes. São abundantes os organismos fixados em rochas, 2. águas lóticas ou correntes.
como algas, cracas e mexilhões.
Águas lênticas
Zona nerítica – compreende a chamada plataforma São as aparentes águas paradas; na verdade, corres-
continental, indo até cerca de 200m de profundidade. É a pondem desde a uma poça d’água formada pelas chuvas,
zona de maior importância econômica, pela riqueza lagoas, até aos grandes lagos, como o Superior e o Mar
imensa de plâncton e nécton, principalmente grandes Cáspio (maior lago salgado).
cardumes de peixes. Vamos tomar como exemplo uma lagoa. Os produ-
tores das lagoas são principalmente representados por algas
Zona batial – vai de 200 a até 2 000m de profundidade,
microscópicas que formam o fitoplâncton (diatomáceas,
ocupando o chamado talude continental. Devido à ausência
cianofíceas, dinoflagelados etc.)
de luz, não existe vegetação e os animais são reduzidos.
135
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De menor importância são os vegetais superiores mais lento e apresenta maior diversificação de vida. O fi-
(geralmente angiospermas) que vivem fixos ao fundo ou toplâncton é representado por algas verdes, diatomáceas,
são flutuantes. Os consumidores são representados pelo cianofíceas etc. Observam-se, ainda, plantas flutuantes
zooplâncton, constituído pelos protozoários, pequenos como o aguapé e outros vegetais que são encontrados nas
crustáceos e outros. margens. O zooplâncton é representado por microcrus-
Entre os animais não pertencentes ao plâncton, temos táceos, larvas de insetos e outros. O curso médio apre-
moluscos, peixes adultos, aves, como as garças, que se senta grande riqueza em peixes e intenso intercâmbio
alimentam dos peixes, e mamíferos, como ariranhas e com animais terrestres.
lontras, que dependem do ecossistema aquático. O curso inferior ou foz (estuário) apresenta grande
Quando os seres vivos morrem, acumulam-se no variação de salinidade (água salobra) e constitui uma
fundo da lagoa e são transformados por ação dos decom- zona de transição com o mar.
positores (bactérias e fungos). O homem influencia decisivamente nas águas con-
tinentais, promovendo drenagens, construções de açudes,
Águas lóticas usinas hidrelétricas e, principalmente, provocando a
Essas águas compreendem os riachos, córregos e poluição das águas. Assim, o lançamento de esgotos
rios. Nelas podemos encontrar três regiões distintas: ricos em nutrientes orgânicos provoca uma intensa ação
nascente, curso médio e curso baixo (foz). dos decompositores, diminuindo o suprimento de O2 e,
O curso superior ou nascente é pobre em seres vivos, consequentemente, eliminando os seres vivos aeróbios.
devido à violência das águas. Ali não ocorre plâncton, po- Muitas vezes, os organismos aquáticos são eliminados
dendo-se verificar algas fixas ao fundo, larvas de insetos etc. por ação de agrotóxicos carregados pelas enxurradas
O curso médio dos rios é o mais importante, pois é durante o período chuvoso para lagos, lagoas e rios.

1. (MODELO ENEM) – Pesquisa feita pela CETESB aponta falha no 2. (MODELO ENEM) – Na música “Bye, bye, Brasil”, de Chico Buar-
tratamento de esgoto em algumas estações de tratamento. que de Holanda e Roberto Menescal, os versos a seguir
Assim, o efluente liberado para o ambiente apresenta uma grande
quantidade de nutrientes, permitindo a proliferação de micro-or- puseram uma usina no mar
ganismos e algas, que podem trazer como consequência talvez fique ruim pra pescar
a) aumento da oxigenação da água no local onde é feito o
despejo, diminuindo a poluição local. poderiam estar se referindo à usina nuclear de Angra dos Reis, no
b) alteração das comunidades biológicas no ambiente aquático litoral do Estado do Rio de Janeiro.
devido à consequente redução de O2 dissolvido na água. No caso de tratar-se dessa usina, em funcionamento normal,
c) o desenvolvimento de bactérias, vírus e vermes, causadores dificuldades para a pesca nas proximidades poderiam ser causadas
de doenças parasitárias. a) pelo aquecimento das águas, utilizadas para refrigeração da
d) o aumento da poluição devido às substâncias tóxicas usina, que alteraria a fauna marinha.
presentes no esgoto doméstico. b) pela oxidação de equipamentos pesados e por detonações
e) a produção de gás metano resultante das atividades biológicas que espantariam os peixes.
causadas pelo despejo do esgoto tratado. c) pelos rejeitos radioativos lançados continuamente no mar, que
Resolução provocariam a morte dos peixes.
Os nutrientes lançados na água acarretam eutrofização, provo- d) pela contaminação por metais pesados dos processos de
cando a proliferação de algas e cianobactérias. A morte desses enriquecimento do urânio.
seres leva à decomposição aeróbica, reduzindo a taxa de O2 e) pelo vazamento de lixo atômico colocado em tonéis e lançado
dissolvido na água. ao mar nas vizinhanças da usina.
Resposta: B Resolução
Para a refrigeração da usina coleta-se água do mar. Esta é
devolvida ao mar aquecida. O aumento da temperatura da água
diminui a solubilidade do ar na água. A diminuição da quantidade
de O2 e CO2 dissolvidos afeta o fitoplâncton, que passa a realizar
menos fotossíntese. Ocorrendo diminuição da população de
fitoplâncton, toda a cadeia alimentar sofrerá alteração.
Resposta: A

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3. Qual é a importância ecológica das algas que constituem o Quantos filhos em vão rezaram!
fitoplâncton marinho? Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
4. Em relação aos ecossistemas aquáticos, responda: Valeu a pena? Tudo vale a pena
a) Que é plâncton? Se a alma não é pequena. (...)
b) Qual o papel ecológico do fitoplâncton e do zooplâncton? (Fernando Pessoa. In: Obra Poética.
3.a ed. Rio de Janeiro, Aguilar, 1969, p. 82.)
5. Considerando o biociclo marinho, responda:
a) Que é fitoplâncton?
A unidade da biosfera citada no poema denomina-se
b) Que relação existe entre a atividade do fitoplâncton e a manu-
a) epinociclo. b) ecótono. c) limnociclo.
tenção do nível de oxigênio no ambiente?
d) biócora. e) talassociclo.
6. Os mares apresentam uma estratificação bem definida quanto
12.
aos componentes bióticos. Conjunto I Conjunto II Conjunto III
Cite os estratos e dê um exemplo para cada um.
Algas verdes Diatomáceas Peixes
7. Quais são os dois grandes grupos de organismos que formam a
comunidade planctônica e como a luminosidade, em função da Antozoários Foraminíferos Cefalópodes
profundidade, interfere na distribuição desses grupos no
ambiente marinho? Crustáceos
Briozoários Rotíferos
decápodes
8. A construção de uma represa para a produção de energia elétrica
Equinodermas Larvas de moluscos Tartarugas
fatalmente irá alterar as condições ambientais da região, apre-
sentando consequências desastrosas para o equilíbrio ecológico.
Aponte e justifique duas dessas alterações com consequências Os conjuntos de organismos I, II e III, da tabela, podem fazer
importantes sobre as comunidades biológicas da região. parte, respectivamente, do(s)
a) nécton, bentos e plâncton. b) nécton, nécton e bentos.
9. Associe os termos ecológicos listados a seguir com suas c) plâncton, bentos e nécton. d) bentos, nécton e plâncton.
respectivas definições. e) bentos, plâncton e nécton.
I. Lêntico.
II. Bioma. 13. Entre as comunidades marinhas, encontramos a categoria cha-
III. Lótico. mada nécton, que corresponde ao conjunto de seres vivos
IV. Ecótono. a) que se deslocam passivamente na água, arrastados pelas
V. Ecótopo. ondas e correntes marinhas.
b) conhecidos por algas, responsáveis pela renovação da maior
( ) Zona de transição entre dois ecossistemas vizinhos. parte do oxigênio do planeta.
( ) Águas paradas, um lago. c) dotados de movimentos ativos, capazes de nadar e vencer as
( ) Local onde vive uma comunidade. correntes.
( ) Flora, fauna e clima de uma região considerados como um d) que vivem no leito do mar, fixos, rastejantes ou nadadores e
todo. que pouco se afastam do fundo.
( ) Águas correntes, um rio. e) conhecidos por anêmonas-do-mar, estrelas-do-mar, ouri-
ços-do-mar e protozoários.
Assinale a sequência correta:
a) V, II, III, I, IV. b) IV, I, V, II, III. c) II, I, V, IV, III. 14. (MODELO ENEM) – Nas águas marinhas ocorre um fenômeno
d) IV, III, I, II, V. e) III, V, I, II, IV. que aumenta a produtividade das algas que compõem o fitoplânc-
ton, denominado ressurgência. A característica das águas pro-
10. É de conhecimento público a nobre campanha que alguns meios fundas que aumenta a produtividade e a proliferação das algas é
de comunicação de São Paulo vem fizeram, no sentido de unir a a) maior quantidade de biomassa planctônica.
população paulista para, num esforço conjunto, despoluir e b) maior disponibilidade de nutrientes minerais.
recuperar o Rio Tietê, devolvendo-lhe a “vida”. Assinale abaixo a c) maior luminosidade.
alternativa que representa os primeiros seres vivos organizados d) maior quantidade de matéria orgânica.
em níveis tróficos que darão início à vida e à permanência desta, e) maior luminosidade e menor temperatura.
na extensão atualmente “morta” do nosso rio:
a) fitoplâncton, zooplâncton, decompositores e consumidores. 15. Artemia é um camarão primitivo que vive em águas
b) fitoplâncton, consumidores, decompositores e zooplâncton. salgadas, sendo considerado um fóssil vivo. Surpre-
c) fitoplâncton, decompositores, zooplâncton e consumidores de endentemente, possui uma propriedade semelhante
primeira, segunda e demais ordens. à dos vegetais, que é a diapausa, isto é, a capacidade de manter
d) fitoplâncton, zooplâncton, consumidores de segunda e ovos dormentes (embriões latentes) por muito tempo. Fatores
demais ordens e decompositores. climáticos ou alterações ambientais podem subitamente ativar a
e) produtores, decompositores, fitoplâncton e zooplâncton. eclosão dos ovos, assim como, nos vegetais, tais alterações indu-
zem a germinação de sementes. Vários estudos têm sido realiza-
11. Leia o texto para a seguir e assinale a alternativa correta. dos com artemias, pois estes animais apresentam características
que sugerem um potencial biológico: possuem alto teor de proteí-
MAR PORTUGUÊS na e são capazes de se alimentar de partículas orgânicas e
inorgânicas em suspensão. Tais características podem servir de
Ó mar salgado, quanto do teu sal
parâmetro para uma avaliação do potencial econômico e
São lágrimas de Portugal!
ecológico da artemia. Considere as seguintes possibilidades:
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

137
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I. A variação da população de artemia pode ser usada como um


indicador de poluição aquática.
II. A artemia pode ser utilizada como um agente de descontami-
nação ambiental, particularmente em ambientes aquáticos.
III. A eclosão dos ovos é um indicador de poluição química.
IV. Os camarões podem ser utilizados como fonte alternativa de
alimentos de alto teor nutritivo.
Algumas das fases larvárias de crustáceos.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I e II. b) II e III. c) I, II e IV. Não só a sua forma muda, mas também a sua alimentação e
d) II, III e IV. e) I, II, III e IV. habitat. Isso faz com que os criadores estejam atentos a essas
mudanças, porque a alimentação ministrada tem de mudar a cada
16. A atividade pesqueira é antes de tudo extrativista, o fase. Se para o criador essas mudanças são um problema, para a
que causa impactos ambientais. Muitas espécies já espécie em questão essa metamorfose apresenta uma vantagem
apresentam sério comprometimento em seus esto- importante para sua sobrevivência, pois
ques e, para diminuir esse impacto, várias espécies vêm sendo a) aumenta a predação entre os indivíduos.
cultivadas. No Brasil, o cultivo de algas, mexilhões, ostras, peixes b) aumenta o ritmo de crescimento.
e camarões vem sendo realizado há alguns anos, com grande c) diminui a competição entre os indivíduos da mesma espécie.
sucesso, graças ao estudo minucioso da biologia dessas espé- d) diminui a quantidade de nichos ecológicos ocupados pela
cies. Os crustáceos decápodes, por exemplo, apresentam du- espécie.
rante seu desenvolvimento larvário várias etapas, com mudança e) mantém a uniformidade da espécie.
radical de sua forma.

3) As algas são os mais importantes produtores dos ecossiste- 11) As comunidades aquáticas estão incluídas em dois biociclos:
mas marinhos. o talossociclo ou biociclo marinho; e o limnociclo ou biociclo
de água doce.
Resposta: E
4) a) Seres geralmente microscópicos, sem locomoção própria
e que vivem na massa superficial da água.
b) Fitoplâncton: produtores.
12) Bentos: correspondem aos seres vivos que vivem no fundo do
Zooplâncton: consumidores.
mar, fixos ou móveis.
Plâncton: são seres que vivem na superfície da água, geral-
5) a) Algas microscópicas da massa superficial da água. mente transportados passivamente pelo movimento das
b) O fitoplâncton representa o maior produtor de oxigênio no águas.
ambiente marinho. Nécton: são os animais livres natantes.
Resposta: E
6) Componentes bióticos: Plâncton: algas (fitoplâncton), proto-
zoários (zooplâncton). Bentos: algas e animais fixos ou raste-
13) Nécton são os animais livres natantes, representados por
jantes. Nécton: animais livre-natantes.
peixes, polvos, mamíferos marinhos, tartarugas, etc.
Resposta: C
7) O plâncton é dividido em: fitoplâncton, formado por algas mi-
croscópicas fotossintetizantes e que só sobrevivem nas
14) A decomposição da matéria orgânica ocorre preferencial-
regiões iluminadas da superfície; e zooplâncton, que depende
mente nas regiões profundas, promovendo a formação de
do alimento produzido pelo fitoplâncton, mas pode
sais minerais. Estes serão transportados, na ressurgência,
sobreviver em regiões de menor luminosidade.
para a superfície, onde acelerarão a atividade fotossintética
das algas planctônicas.
8) 1. Bloqueio da migração dos peixes para desova, durante a Resposta: B
época de reprodução, na cabeceira dos rios, levando à
extinção de muitas espécies.
2. Seleção de espécies (animais e vegetais) mais adaptadas à 15) A artemia, camarão de alto valor nutritivo, pode alimentar-se
vida em águas paradas, com a formação da represa, de partículas orgânicas e inorgânicas em suspensão,
alterando os nichos ecológicos naturais. resultantes da atividade decompositora. Portanto, são
corretas as afirmações I, II e IV.
Resposta: C
9) A relação numérica correta, de cima para baixo, encontra-se
na alternativa b.
Resposta: B 16) Essa metamorfose apresenta uma vantagem ecológica
porque diminui a competição intraespecífica.
Resposta: C
10) Nesse caso, ocorrerá uma sucessão ecológica secundária, na
qual o fitoplâncton será a primeira etapa da sucessão,
seguida do zooplâncton, que possibilitará a continuidade da
teia alimentar nesse ambiente.
Resposta: D

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CAPÍTULO Ecologia

5
12 SOLO, AGRICULTURA E MEIO AMBIENTE

A s queimadas das nossas florestas provocam perdas


da biodiversidade vegetal e animal e destruição
dos micro-organismos decompositores do solo.

1. O solo Dessa forma, os solos arenosos retêm menos água e nu-


trientes minerais. Já os solos argilosos e limosos são mais
Solo é a parte superior da crosta terrestre resultante ricos em nutrientes minerais e mais capazes de reter água.
da decomposição de rochas e capaz de permitir o cresci- A composição química é importante porque dela
mento das plantas. depende o fornecimento de nutrientes minerais para as
Interessa-nos o conhecimento da sua textura, estru- plantas. A alcalinidade, a acidez do solo, interfere no tipo
tura, composição química, grau de acidez ou alcali- de vegetação que é capaz de se desenvolver nele.
nidade.

Refere-se ao tamanho das partículas que compõem o


solo. Assim, podemos classificá-lo em:
Cascalho – diâmetro acima de 2mm.
Areia grossa – diâmetro entre 0,2 e 2mm.
Areia fina – diâmetro entre 0,02 e 0,2mm.
Limo – diâmetro entre 0,002 e 0,02mm.
Argila – diâmetro inferior a 0,002mm.

É a proporção existente das diversas partículas que


compõem o solo e a maneira como estão arranjadas.
Assim, um solo arenoso possui maior quantidade de
areia; um solo argiloso, maior quantidade de argila etc.
Da estrutura do solo, dependem algumas qualidades Fig. 1 – Quanto menor o tamanho das partículas do solo, maior será a
importantes, como a permeabilidade e o arejamento. capacidade de retenção de água e ar.

Entre as partículas do solo, existem espaços que são


ocupados pela água e pelo ar. No solo seco, os espaços
são ocupados pelo ar. Quando chove, a água penetra no Húmus é a matéria orgânica vegetal ou animal, escura,
solo, os espaços são preenchidos pela água e o ar vai resultante da ação dos micro-organismos do solo (fungos
sendo progressivamente eliminado. No solo encharcado, e bactérias) que promovem a reciclagem da matéria. O
a quantidade de ar é pequena. À medida que a água pe- húmus constitui uma fonte contínua de minerais indis-
netra no solo, ocorre dissolução dos íons solúveis, permi- pensáveis para o crescimento das plantas.
tindo o seu aproveitamento pelas raízes das plantas. O húmus dá coesão aos solos arenosos e diminui a
A retenção de água e íons minerais depende da coesão dos solos argilosos. Facilita a solubilização dos
superfície das partículas. Assim, num mesmo volume de elementos fertilizantes insolúveis e a circulação do ar e
solo, quanto menor a partícula, maior será a superfície. da água. Favorece, ainda, a vida dos micro-organismos.

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O solo deve sempre ter certa quantidade de húmus. Em Micronutrientes – são aqueles de que as plantas
relação a essa quantidade, os solos são classificados em: necessitam em pequenas quantidades. Entre eles, encon-
Humíferos – quando possuem de 5% a 10% de húmus. tram-se o zinco (Zn), o boro (B), o ferro (Fe), o cobre
Humosos – quando possuem de 10% a 20% de húmus. (Cu), o molibdênio (Mo) e o cloro (Cl), entre outros.
Turfosos – quando possuem mais de 20% de húmus.
2. A erosão
MATÉRIA ORGÂNICA
Erosão é a remoção de partículas do solo das partes
| decomposição mais altas e o seu transporte para as partes mais baixas do

terreno ou para o fundo de lagos, lagoas, rios e oceanos.
HÚMUS A erosão é provocada pela ação das águas e dos ventos.
No Brasil, a erosão mais importante é provocada
A minhoca na produção de húmus pela ação da água, também chamada de erosão hídrica.
A criação de minhocas (minhocultura) constitui hoje A erosão realiza-se em duas fases: desagregação e
uma atividade zootécnica muito importante, que tem transporte.
como objetivos: A desagregação é provocada pelo impacto das gotas
– produção de alimento (proteína) para a criação de de chuva e pela água que escorre na superfície. O impac-
vários animais (rãs, peixes etc.); to direto das gotas de chuva no solo desprotegido, cuja
– produção de húmus (esterco de minhoca). vegetação foi destruída, provoca a desagregação da par-
Atualmente, o húmus de minhoca é produzido a tícula. As partículas desagregadas são agora transporta-
partir da minhoca vermelha da Califórnia. O alimento das pelas enxurradas.
normalmente usado é o esterco de gado fermentado ou O transporte depende do tamanho das partículas.
bioestabilizado. Assim, as partículas diminutas de argila e limo são facil-
As minhocas alimentam-se de matéria orgânica em mente carregadas pelas águas das enxurradas.
A erosão provocada pelas águas pode ser superficial
decomposição. Assim, o fato de se encontrar um número
quando o solo vai sendo carregado lentamente, sem que
elevado de minhocas em determinado local significa que
o problema seja notado. Quando os agricultores perce-
o solo é rico em matéria orgânica e também em
bem a erosão, muitas vezes o solo já está improdutivo.
nutrientes minerais.
A erosão pode ocorrer também em forma de sulcos e
Os nossos solos são, em geral, pobres em matéria
em voçorocas. Elas ocorrem quando no terreno, em
orgânica. Isso faz com que as minhocas tenham de inge-
declive, sulcos de valetas são abertos com o transporte do
rir grandes quantidades de terra para obter o alimento
solo. Esse tipo de erosão é o que chama mais a atenção
necessário para a sua sobrevivência. À medida que inge-
dos agricultores, porque torna o solo improdutivo em
rem a terra, cavam verdadeiras galerias no solo, que per-
tempo muito curto.
mitem a circulação do ar, isto é, garantem a porosidade
do solo e a sua fertilidade.
De tudo isso, pode-se concluir que o solo que passa
pelo intestino da minhoca apresenta ao ser expelido, em
relação ao solo circunvizinho, maiores teores de matéria No solo coberto com vegetação, o impacto da água
orgânica e de elementos minerais facilmente assimiláveis da chuva é absorvido e ocorre maior infiltração de água
pela planta, bem como uma rica e diversificada fauna e no solo, evitando a formação de enxurradas.
flora microbiana. As raízes entrelaçadas das plantas seguram mais o
solo, dificultando a erosão. A água infiltrada no solo abas-
tece os lençóis subterrâneos, que depois afloram para for-
Os nutrientes minerais são indispensáveis para o cres- mar as nascentes (olhos-d’água). Como não ocorre a for-
cimento sadio das plantas. São absorvidos por pelos mação de enxurradas, os rios não ficam com seu volume
absorventes das raízes e utilizados para muitas funções muito aumentado, não ocorrendo, consequentemente, as
vitais dos vegetais. Os nutrientes minerais são subdi- enchentes nos campos de cultivos e nas cidades.
vididos em dois grupos: macronutrientes ou macroele- De tudo isso, pode-se concluir que o manejo correto
mentos; e micronutrientes ou microelementos. do solo evita a sua destruição.
Macronutrientes – são aqueles requeridos pelos ve- Existem alguns cuidados importantes que devem ser
getais em maiores quantidades. Entre eles, citamos o ni- tomados para a conservação do solo, entre eles:
trogênio (N), o fósforo (P), o potássio (K), o cálcio (Ca), – A plantação em terrenos em declive deve ser feita
o magnésio (Mg) e o enxofre (S). com o emprego de curvas de nível e terraceamento. Esses
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terrenos devem ser utilizados para reflorestamento e for- – provocam a morte dos micro-organismos que dão
mação de pastagens. Nunca devem ser usados para vida ao solo e que permitem a reciclagem da matéria.
culturas anuais (milho, feijão etc.). Nada vive após a queimada: minhocas, bactérias, fungos,
– As culturas anuais, que exigem aração anual, de- todos morrem;
vem ser feitas em terrenos planos. – provocam a perda de muitos minerais, que são le-
– Nunca deixar o solo nu. Quando se fazem as ca- vados junto com a fumaça. A fumaça contém gás carbô-
pinas, as plantas devem ser roçadas, e não arrancadas do nico e cinzas, que levam os minerais para o ar;
solo. Deixar o solo com a cobertura morta (palhada). – levam a um desequilíbrio mineral da terra. As
Dessa maneira, a vegetação morta forma um acolchoado plantas cultivadas crescem menos e ficam mais vulnerá-
protetor do solo, procurando imitar a natureza. veis ao ataque de pragas. As colheitas diminuem.
– Fazer rotação de culturas. Cada tipo de cultura tem Infelizmente, devido à ignorância e ao desconheci-
exigências diferentes de nutrientes minerais. Na rotação, mento desses malefícios, milhares de quilômetros cober-
as culturas alternam-se no mesmo terreno, evitando um tos com florestas são queimados anualmente no Brasil.
desgaste exagerado do solo. Está provado também que a
rotação elimina muitas pragas de insetos. 5. Derrubar as
– Uso adequado e controlado das máquinas agríco-
las, evitando que o excesso facilite a erosão. florestas para a prática da
– Plantio de grama nos taludes das estradas. agricultura é recomendável?
Não. Os solos são, na verdade, uma mistura de partí-
3. A fertilidade do solo culas minerais e de húmus. As partículas minerais resul-
Os sais minerais são indispensáveis para o cresci- tam da decomposição de rochas por ação da água,
mento das plantas. As plantas retiram os sais do solo para temperatura etc. O húmus resulta da decomposição da
fabricar o seu próprio alimento. O homem colhe os matéria orgânica vegetal e animal; e permite a circulação
vegetais para o seu alimento e o solo vai empobrecendo. do ar. Além disso, contém nitrogênio e outros nutrientes
Diante disso, como manter o solo fértil? minerais essenciais.
Existem alguns processos: Os solos das nossas florestas são muito superficiais e
– Aplicação de adubos (fertilizantes) fabricados pelo frágeis. Abaixo deles existe apenas areia.
homem. São muito caros e nem sempre dão os resultados Quando se destrói a floresta, as chuvas torrenciais
esperados. rapidamente lavam o solo, carregando-o para longe e
– A melhor forma é realizar um processo racional tornando-o muito pobre. As plantas cultivadas crescem
para conservar a saúde do solo, aumentar a produtividade muito pouco e são logo destruídas por pragas de insetos.
e gastar pouco com adubos e venenos. Nesse sentido, são Uma floresta tropical sem as suas árvores deixa de
procedimentos a serem tomados: ser um paraíso luxuriante e verde para se transformar em
• evitar a monocultura, isto é, o cultivo da mesma uma região hostil e improdutiva.
espécie de planta;
• plantar em linhas alternadas duas ou mais culturas
(p. ex.: milho e amendoim); 6. As florestas,
• fazer rotação de culturas, isto é, alternar as culturas; os rios e a preservação
• fazer adubação verde. Devem-se plantar legumi- das florestas tropicais
nosas (amendoim, feijão, soja e outras), que são capazes
de enriquecer o solo com nitrogênio;
• incorporar, no solo, restos mortos de vegetais para
a formação de húmus.
Os ecologistas dizem que as florestas são o sustentá-
culo da vida na Terra.
4. As queimadas As florestas são importantes porque:
As queimadas são utilizadas desde tempos antigos • mantêm o equilíbrio dos gases na atmosfera:
para derrubada das matas e limpeza dos terrenos que absorvem gás carbônico e eliminam oxigênio;
serão utilizados para o cultivo e a formação de pastagens. • estabilizam o clima, equilibrando a temperatura
Esse método, que muitos agricultores dizem ser mais ba- do ar, como um verdadeiro “ar-condicionado”;
rato e facilitar a formação de minerais, é altamente • protegem os rios e o solo;
prejudicial para os ecossistemas. As queimadas devem • fornecem alimento aos animais;
ser evitadas por vários motivos: • auxiliam na formação de nuvens.

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A vegetação perto das nascentes de água nunca pode ser destruída. Sabe por quê?
• Quando chove, as plantas facilitam a infiltração de água no solo.
• A água que penetra no solo encontra rochas impermeáveis.
• A água forma verdadeiros riachos subterrâneos. Esses riachos são os lençóis subterrâneos de água (lençóis
freáticos).
• Esses riachos subterrâneos afloram na surperfície do solo e formam as nascentes ou fontes de água.
• Essas nascentes formam os riachos na superfície do solo, fornecem água para os sítios e fazendas.
A destruição dessa vegetação diminui a infiltração da água no solo, os lençóis subterrâneos (freáticos) secam, as
nascentes e os riachos desaparecem.

Ao longo das margens dos rios e riachos, encontra-se uma vegetação muito importante. Essa vegetação forma as
matas-galerias ou matas ciliares. Essas matas protegem os rios e riachos e abrigam muitos animais.
Quando o homem elimina essa vegetação, podem ocorrer muitos problemas:
– intensa erosão;
– assoreamento;
– enchentes na época das chuvas;
– desaparecimento dos riachos e rios na estiagem.

Fig. 2 – Ciclo da água na natureza.

O assoreamento
Como foi visto, a erosão arrasta partículas do solo, que
acabam se depositando no fundo dos leitos dos riachos, rios,
lagos, lagoas e oceanos. O acúmulo de detritos no fundo
dificulta o escoamento da água, tornando as lagoas e lagos
cada vez mais rasos, até a extinção. O assoreamento provoca
ainda grandes enchentes, nos períodos das grandes chuvas. O
leito raso do rio não comporta o imenso volume de água,
invadindo as margens e alagando os campos e as cidades. Fig. 3 – Destruição da mata: terra pobre, rios rasos e sem peixes, animais
mortos.

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Fig. 4 – As florestas evitam a erosão, permitindo a infiltração da água no solo.

Fig. 5 – Mata preservada: terra rica, rios fundos, ricos em peixes e outros animais.

Atualmente, o manto verde do nosso planeta está rapidamente desaparecendo. Florestas inteiras estão sendo
destruídas. O Sol incide no solo nu, refletindo a radiação; à noite, a temperatura cai vertiginosamente, já que nenhum
calor fica retido. O ar e o solo ficam extremamente secos; as chuvas ficam cada vez mais escassas e, quando chove, o
solo é rapidamente lavado e arrastado para longe. Vemos com isso que, à medida que a vegetação é destruída, o clima
muda e o solo sofre erosão. Tais condições são inimigas da vida.

O desmatamento provoca a formação de desertos?


A resposta é sim. A eliminação da floresta deixa o ar e o solo secos. As chuvas diminuem e aparecem os desertos.
Quando a floresta está presente, as árvores perdem água por evaporação. Esse vapor auxilia na formação de nuvens,
que provocam as chuvas.
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Fig. 7 – A erosão e o assoreamento dos rios provocados pelo desmatamento.

Fig. 6

1. Nativas do Brasil, as várias espécies das plantas 2. Quando um macho do besouro-da-cana localiza uma
conhecidas como fava-d'anta têm lugar garantido no plantação de cana-de-açúcar, ele libera uma substân-
mercado mundial de produtos cosméticos e farma- cia para que outros besouros também localizem essa
cêuticos. Elas praticamente não têm concorrentes, pois apenas plantação, o que causa sérios prejuízos ao agricultor. A substância
uma outra planta chinesa produz os elementos cobiçados pela liberada pelo besouro foi sintetizada em laboratório por um quí-
indústria mundial. As plantas acham-se dispersas no cerrado e a mico brasileiro. Com essa substância sintética, o agricultor pode
sua exploração é feita pela coleta manual das favas ou, ainda, fazer o feitiço virar contra o feiticeiro: usar a substância como isca
com instrumentos rústicos (garfos e forquilhas) que retiram os e atrair os besouros para longe das plantações de cana.
frutos das pontas dos galhos. Alguns catadores quebram galhos (Folha Ciência. In: Folha de S.Paulo,
ou arbustos para facilitar a coleta. Depois da coleta, as vagens 25 mai. 2004. Adaptado.)
são vendidas aos atacadistas locais que as revendem a atacadis-
tas regionais, estes, sim, os revendedores de fava para as Assinale a opção que apresenta corretamente tanto a finalidade
indústrias. Depois de processados, os produtos são exportados. quanto a vantagem ambiental da utilização da substância sintética
Embora os moradores da região tenham um vasto conhecimento mencionada.
sobre hábitos e usos da fauna e flora locais, pouco ou nada
Finalidade Vantagem ambiental
sabem sobre a produção de mudas de espécies nativas e, ainda,
sobre o destino e o aproveitamento da matéria-prima extraída da reduzir as espécies que se
fava-d'anta. a) eliminar os besouros
alimentam de cana-de-açúcar
(Extrativismo e biodiversidade: o caso da fava-d’anta.
Ciência Hoje, jun. 2000. Adaptado.) afastar os predadores reduzir a necessidade de uso
b)
da plantação de agrotóxicos
Ainda que a extração das vagens não seja prejudicial às árvores, a
estratégia usada na sua coleta, aliada à eventual pressão de c) exterminar os besouros eliminar o uso de agrotóxicos
mercado, são fatores que podem prejudicar a renovação natural
da fava-d'anta. Uma proposta viável para que estas plantas nativas evitar a incidência
d) dispersar os besouros
não corram risco de extinção é de novas pragas
a) introduzir a coleta mecanizada das favas, reduzindo tanto as afastar os predadores aumentar a resistência
perdas durante a coleta quanto os eventuais danos às plantas. e)
da plantação dos canaviais
b) conservar o solo e aumentar a produtividade dessas plantas
por meio de irrigação e reposição de sais minerais. Resolução
c) domesticar a espécie, introduzindo viveiros que possam abas- Finalidade: a substância sintetizada atrai os besouros para longe
tecer a região de novas mudas, caso isto se torne necessário. do canavial, reduzindo o ataque dos predadores na cultura.
d) proibir a coleta das favas, aplicando pesadas multas aos Vantagem ambiental: redução do emprego de agrotóxicos.
infratores. Resposta: B
e) diversificar as atividades econômicas na região do cerrado
para aumentar as fontes de renda dos trabalhadores.
Resolução
Uma proposta viável para evitar o risco de extinção da espécie é
o plantio de sementes em viveiros e o transplante de novas
mudas para as regiões onde ocorre diminuição da população.
Resposta: C

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3. A criação de minhocas para a produção de adubo orgânico (hú- 14. Três afirmações são apresentadas a seguir:
mus) é uma atividade zootécnica bastante desenvolvida na região, I. As coivaras ou queimadas auxiliam a fixar, no solo, o carbono
a ponto de os produtores se organizarem numa Associação de proveniente das cinzas.
Minhocultores do Vale do Paraíba. Sendo assim, responda: II. As monoculturas são ecologicamente desvantajosas porque
a) A que filo pertence a minhoca? tendem a exaurir determinados elementos minerais e com-
b) Qual a importância da minhoca para a agricultura? postos orgânicos do solo.
III. O uso de inseticidas sintéticos, na agricultura, é sempre
4. O que é húmus e como se forma? pernicioso.

5. O crescimento vegetal requer um fornecimento contínuo de a) Apenas II é correta.


nutrientes minerais. Como são classificados os minerais, depen- b) Apenas I e II são corretas.
dendo das quantidades requeridas pelos vegetais? Exemplifique. c) Apenas II e III são corretas.
d) Apenas III é correta.
6. Quais são as duas fases em que se divide a erosão? e) Apenas I e III são corretas.

7. Cite dois processos que evitam a erosão do solo.


15. (UEG) – As florestas tropicais, como a Floresta Amazônica e a
8. Dois amigos agricultores possuem, cada um, 13 hectares de terra Mata Atlântica, abrigam grande diversidade de espécies. No
de mata virgem, que abrigam um grande número de insetos entanto, ano após ano, têm suas áreas originais reduzidas em
predadores. Um deles decide derrubar 100% da mata e plantar função do avanço do desmatamento. Aponte três consequências
soja. O outro derruba apenas 60% da mata, preserva os 40% dessa interferência humana sobre os componentes bióticos e
restantes na forma de várias ilhas de vegetação nativa e planta abióticos das florestas.
soja, milho e feijão na área desmatada. Em nenhuma das situações
são usados defensivos agrícolas de qualquer natureza. 16. (UFMG) – Chamam-se “produtos orgânicos” aqueles que são
Em qual das duas áreas existe maior probabilidade de sucesso no produzidos sem adição de agrotóxicos.
plantio? Justifique. Considerando-se essas informações e outros conhecimentos
sobre o assunto, é incorreto afirmar que um dos benefícios da
9. Mais de 15,7 milhões de habitantes dos estados do Nordeste do produção orgânica consiste na
País (42,1%) residem em áreas afetadas pelo processo de deser- a) ampliação da biodiversidade dos ecossistemas naturais.
tificação, que cada vez mais se torna um grave problema na região. b) manutenção das condições físico-químicas do solo e da água.
Cite dois importantes fatores responsáveis pela desertificação c) oferta de alimentos mais saudáveis, com boa qualidade nutri-
dessa região. cional.
d) preservação da dinâmica ecológica das populações naturais.
10. Explique por que a prática de queimadas é prejudicial para a agri-
cultura. 17. (UNESP) – A prática da queima da palha da cana-de-açúcar para
facilitar a colheita deve ser extinta no Estado de São Paulo, por
11. O processo acelerado de urbanização tem aumentado a área de causar danos ao meio ambiente. Estes danos estão diretamente
pavimentação do solo, o aterramento de banhados e a canalização relacionados com
de rios, contribuindo para a) o aumento de compostos nitrogenados no solo, como amônia
a) a adaptação do homem na cidade. e nitrato.
b) a contaminação do lençol freático. b) a redução na evaporação da água do solo.
c) a redução do armazenamento de água nas reservas subterrâneas. c) o aumento da matéria orgânica na superfície do solo, provo-
d) a regularização das enchentes, favorecendo as populações ribei- cado pela queima da matéria vegetal.
rinhas. d) a redução da erosão na área, provocando o acúmulo de cinzas
e) a solução do problema do saneamento básico. na superfície.
e) o aumento na concentração de gases tóxicos na atmosfera,
12. A recuperação de áreas verdes e a sua expansão com plantio de provocado pela combustão da matéria orgânica.
espécies nativas são práticas utilizadas em regiões industrializa-
das e/ou urbanizadas. 18. (UEMT) – As queimadas, muito frequentes no Estado de Mato
Todas as alternativas apresentam objetivos dessa prática, exceto: Grosso, constituem motivo de preocupação mundial, pois as con-
a) aumentar a taxa de oxigênio na atmosfera. sequências para o ambiente são muito sérias e comprometedoras
b) controlar a erosão. da harmonia nos ecossistemas da Terra.
c) melhorar as condições microclimáticas.
d) reduzir a propagação de ruídos. Sobre essas consequências, analise as seguintes afirmações:
e) restaurar o equilíbrio da fauna e flora locais. I. redução de áreas vegetadas;
II. evasão da fauna;
13. (PUC) – Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela que apre- III. diminuição da biodiversidade;
senta um dos prováveis motivos para as recentes enchentes IV. aumento progressivo da fertilidade do solo;
observadas na Região Sul do Brasil: V. elevação dos níveis de umidade do ar.
a) Desmatamento, que determina aumento da erosão do solo e
o assoreamento do leito dos rios. Assinale a opção que mostra as consequências das queimadas:
b) Aumento do volume das chuvas, o que é normal em certos anos. a) I, II e III, apenas.
c) Derrubada indiscriminada das coníferas, o que leva ao aprofun- b) III, IV e V, apenas.
damento do leito dos rios. c) I, III e IV, apenas.
d) Destruição das araucárias, que resulta no desequilíbrio ecoló- d) II, III e V, apenas.
gico, pela diminuição da evaporação do solo. e) I, II e IV, apenas.
e) Monocultura, que proporciona aumento da temperatura média
anual, provocando maior índice pluviométrico na região.

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19. (FATEC) – Um solo fértil é um sistema ecológico constituído por c) a principal alteração do ecossistema foi a presença dos homens,
pequenos fragmentos de rocha, pelo húmus, por micro-organis- pois animais nunca geram desequilíbrios no ecossistema.
mos decompositores e por diversos seres vivos. O mau uso de d) o desequilíbrio só apareceu quando os porcos começaram a
fertilizantes e pesticidas agride o solo, comprometendo sua comer os cabritos pequenos.
capacidade de nutrir as plantas, pois: e) o aumento da biodiversidade, a longo prazo, foi favorecido pela
I. Aumenta a população de micro-organismos decompositores. introdução de mais dois tipos de animais na ilha.
II. A decomposição da matéria orgânica morta fica comprometi-
da, impedindo que compostos orgânicos sejam transformados 24. A biodiversidade diz respeito tanto a genes, es-
em substâncias mais simples. pécies, ecossistemas como a funções e coloca pro-
blemas de gestão muito diferenciados. É carregada
III. Altera a composição química do solo, matando seus habitantes.
de normas de valor. Proteger a biodiversidade pode significar
– a eliminação da ação humana, como é a proposta da ecologia
Dessas afirmações, está(ão) correta(s) somente: radical;
a) I. b) I e II. c) I e III. d) II e III. e) I, II e III. – a proteção das populações cujos sistemas de produção e de
cultura repousam num dado ecossistema;
20. (UFRS) – Uma equipe da Embrapa (Empresa Brasileira de Pes- – a defesa dos interesses comerciais de firmas que utilizam a
quisas Agropecuárias) testa, desde 1992, um sistema de pro- biodiversidade como matéria-prima, para produzir mercadorias.
dução agrícola em áreas da Amazônia sem o uso de queimadas,
com trituração da capoeira nativa e enriquecimento com Acacia De acordo com o texto, no tratamento da questão da biodiver-
angustissima, uma leguminosa de rápido crescimento. Essa sidade no Planeta,
técnica possui vantagens sobre o método tradicional de queimar a) o principal desafio é conhecer todos os problemas dos
restos de culturas, exceto pelo fato de que: ecossistemas.
a) a capoeira triturada decompõe-se mais rápido e substitui a b) os direitos e os interesses comerciais dos produtores devem
queimada na limpeza da área de plantio. ser defendidos, independentemente do equilíbrio ecológico.
b) a capoeira nativa é bastante variada e tem espécies de diver- c) deve-se valorizar o equilíbrio do ambiente, ignorando-se os
sidade funcional, isto é, capazes de devolver ao solo conflitos gerados pelo uso da terra e de seus recursos.
nutrientes importantes. d) o enfoque ecológico é mais importante do que o social, pois
c) com as queimadas, muitos dos nutrientes do solo se perdem as necessidades das populações não devem constituir preocu-
e o solo vai empobrecendo, ano após ano. pação para ninguém.
d) o plantio de leguminosas enriquece o teor de nitrogênio do e) há diferentes visões em jogo, tanto as que consideram as-
solo, útil às plantas. pectos ecológicos quanto as que levam em conta aspectos
e) as queimadas são uma forma de recompor os solos empo- sociais e econômicos.
brecidos por muitos anos de uso.
25. (MODELO ENEM) – Em um estudo, pesquisadores adicionaram
21. (UFSCar) – Entre os vários efeitos destrutivos, durante a quei- Iodo obtido no tratamento de esgoto doméstico ao solo de uma
mada da cana-de-açúcar, temos plantação de cana-de-açúcar. Os resultados da ação desse Iodo
a) a incorporação do carbono em compostos orgânicos que são estão apresentados no gráfico.
produzidos em altas temperaturas.
b) a perda de nitrogênio, graças a sua incorporação em compos-
tos insolúveis, formados durante a produção de cinzas.
c) o aumento da taxa respiratória dos micro-organismos de solo.
d) a destruição de parte dos micro-organismos de solo, importan-
tes nos processos de síntese e degradação da matéria
orgânica.
e) a manutenção do sistema radicular e perda da parte aérea da
vegetação local.

22. (UFPA) – Para recuperar a vegetação de uma área que originalmen-


te era ocupada por floresta, pretende-se coordenar o plantio basean-
do-se na sucessão ecológica natural. De acordo com esse objetivo, (Fábio César da Silva e colaboradores. 1997. Adaptado.)
a melhor opção será iniciar a recuperação plantando-se mudas de
a) uma única espécie de planta pioneira. Considerando os dados do gráfico, foram feitas as afirmações a
b) diferentes espécies de plantas pioneiras. seguir:
c) uma única espécie de planta intermediária. I. A aplicação de Iodo de esgoto resulta em redução da fotos-
d) diferentes espécies de plantas intermediárias. síntese da plantação de cana-de-açúcar.
e) diferentes espécies de plantas clímax. II. O Iodo obtido por tratamento do esgoto doméstico deve
fornecer nutrientes à plantação.
23. Há quatro séculos alguns animais domésticos foram III. A aplicação do Iodo deve estimular a liberação de CO2 pela
plantação.
introduzidos na Ilha da Trindade como “reserva de
IV. A biomassa da plantação diminui com a aplicação do Iodo de
alimento”. Porcos e cabras soltos davam boa carne
esgoto.
aos navegantes de passagem, cansados de tanto peixe no cardá-
pio. Entretanto, as cabras consumiram toda a vegetação rasteira Está correto o contido apenas em
e ainda comeram a casca dos arbustos sobreviventes. Os porcos a) I. b) II. c) I e III. d) II, III e IV. e) I, II e IV.
revolveram raízes e a terra na busca de semente. Depois de con-
sumir todo o verde, de volta ao estado selvagem, os porcos passaram 26. (FATEC) – Em relação à Floresta Amazônica, são feitas três
a devorar qualquer coisa: ovos de tartarugas, de aves marinhas, afirmativas:
caranguejos e até cabritos pequenos. I. Na Floresta Amazônica, o solo é muito profundo e é formado,
Com base nos fatos acima, pode-se afirmar que principalmente, por camada de argila e areia.
a) a introdução desses animais domésticos trouxe, com o passar II. A fertilidade do solo da Floresta Amazônica depende da queda
dos anos, o equilíbrio ecológico. de folhas, ramos e frutos que, com o tempo, formam o húmus.
b) o ecossistema da Ilha da Trindade foi alterado, pois não houve
III. As chuvas, frequentes na região Amazônica, conseguem
uma interação equilibrada entre os seres vivos.
arrastar para longe a camada de húmus.

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Dessas afirmativas, c) existência de grande diversidade animal, com número expres-


a) apenas a I é correta. sivo de populações que, com seus dejetos, fertilizam o solo.
b) são corretas apenas a I e a II. d) capacidade de produção abundante de oxigênio pelas plantas
c) I, II e III são corretas. das florestas tropicais, consideradas os “pulmões do mundo”.
d) apenas a II e a III estão corretas. e) rápida reciclagem dos nutrientes potencializada pelo calor e
e) são corretas apenas a I e a III. umidade das florestas tropicais, o que favorece a vida dos
decompositores.
27. Apesar da riqueza das florestas tropicais, elas estão
geralmente baseadas em solos inférteis e improdu- 28. (UFMG) – Nas floriculturas, tem crescido a venda de "húmus de
tivos. Grande parte dos nutrientes é armazenada minhoca" para o preparo do solo de jardins. Esse húmus favorece
nas folhas que caem sobre o solo, não no solo propriamente dito. o crescimento das plantas de forma rápida e saudável, pois con-
Quando esse ambiente é intensamente modificado pelo ser tém ovos de minhoca e grande quantidade de matéria orgânica.
humano, a vegetação desaparece, o ciclo dos nutrientes é alterado Considerando-se essa informação, é incorreto afirmar que a ma-
e a terra se torna rapidamente infértil. téria orgânica e a minhoca são fatores de melhoria do solo porque
(Walter H. Corson. Manual Global de Ecologia. 1993.) a) a primeira dá estabilidade aos agregados do solo e a segunda
aumenta a circulação do ar.
No texto anterior, pode parecer uma contradição a existência de b) a primeira é alimento das plantas e a segunda favorece a
florestas tropicais exuberantes sobre solos pobres. No entanto, entrada de luz no solo.
este fato é explicado pela c) a primeira é alimento de bactérias decompositoras e a
a) profundidade do solo, pois, embora pobre, sua espessura ga- segunda permeabiliza o solo.
rante a disponibilidade de nutrientes para a sustentação dos d) a primeira retém a umidade e a segunda acelera a circulação
vegetais da região. de nutrientes.
b) boa iluminação das regiões tropicais, uma vez que a duração
regular do dia e da noite garante os ciclos dos nutrientes nas
folhas dos vegetais da região.

3) a) Anelídeo. 12) Essa prática não aumenta a taxa de oxigênio na atmosfera,


b) Cava galerias, permitindo a circulação de ar, água e a pois o oxigênio liberado durante o processo da fotossíntese
penetração das raízes e promovendo uma adubação do é absorvido no processo de respiração realizado pelos
solo. vegetais.
Resposta: A
4) Húmus: material rico em nutrientes minerais resultantes da
decomposição de vegetais e animais. 13) Um solo sem cobertura vegetal sofre o processo da erosão. A
erosão arrasta partículas do solo, que se depositam no fundo
5) Macronutrientes: N, P, K, Ca, Mg e S. dos leitos dos rios, causando o assoreamento. O leito raso
Micronutrientes: Fe, Zn, Co, B, Mo etc. dos rios não comporta o imenso volume de água, causando
as enchentes.
Resposta: A
6) Desagregação do solo e transporte das partículas pelas
enxurradas.
14) As queimadas provocam a perda de muitos minerais, que são
levados junto com a fumaça. A fumaça contém CO2 e cinzas,
7) Manutenção da cobertura vegetal. Não plantar em terrenos que levam os minerais para o ar.
com declive. Resposta: C

8) A área onde a mata foi preservada e com diversificação de 15) Superexploração de espécies lenhosas, perda de diversidade
culturas. O maior sucesso ocorre na área preservada, uma biológica por fragmentação dos habitat, desmatamento das
vez que evita o ataque de pragas nas plantas cultivadas. espécies vegetais nativas e introdução de práticas usuais de
agricultura.

9) Desmatamento e erosão.
16) Um dos benefícios da produção orgânica consiste na manu-
tenção da biodiversidade dos ecossistemas naturais,
10) As queimadas provocam a destruição dos micro-organismos evitando o desequilíbrio ecológico.
decompositores do solo, prejudicando a reciclagem da Resposta: A
matéria.

17) A queima da palha da cana-de-açúcar intensifica a concen-


11) O processo de urbanização aumenta o número de áreas im- tração de gases tóxicos na atmosfera, como o gás carbônico
permeáveis, impossibilitando a infiltração de água no solo e (CO2).
reduzindo o armazenamento de águas nas reservas Resposta: E
subterrâneas.
Resposta: C

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18) As queimadas diminuem a fertilidade do solo e os níveis de 24) Na preservação da biodiversidade dos ecossistemas, devem
umidade do ar. ser considerados fatores sociais, econômicos e ecológicos.
Resposta: A Resposta: E

19) O mau uso de fertilizantes e pesticidas altera a composição 25) O Iodo contém matéria orgânica. Através da atividade bacte-
física, química e biológica do solo, prejudicando o plantio. riana, o material orgânico é decomposto, formando água, gás
Resposta: D carbônico e nutrientes minerais que representam adubos
(fertilizantes) para os vegetais.
Resposta: B
20) O método das queimadas é altamente prejudicial para os
ecossistemas e deve ser evitado, pois, entre outros motivos,
provoca a morte dos micro-organismos que dão vida ao solo 26) No solo coberto com vegetação, como é o caso da Floresta
e que permitem a reciclagem da matéria. Nada vive após a Amazônica, o impacto da água da chuva é absorvido e ocorre
queimada: minhocas, bactérias, fungos, todos morrem. maior infiltração de água no solo, evitando a formação de
Resposta: E enxurradas.
Resposta: B

21) As altas temperaturas provocadas pelas queimadas acarre-


tam a destruição dos micro-organismos do solo, importantes 27) Os decompositores presentes no solo promovem a
para a reciclagem da matéria. reciclagem da matéria orgânica vegetal ou animal consti-
Resposta: D tuindo uma fonte contínua de minerais indispensáveis para o
crescimento das plantas.
Resposta: E
22) A vegetação pioneira permite a preparação de um novo
ambiente, que, por sua vez, permite o estabelecimento de
outras espécies vegetais. 28) As minhocas alimentam-se de matéria orgânica em decom-
Resposta: B posição. À medida que ingerem a terra, cavam verdadeiras
galerias no solo, que permitem a circulação do ar, isto é,
garantem a porosidade do solo e a sua fertilidade.
23) A introdução de alguns animais domésticos na Ilha da Trin- Resposta: B
dade ocasionou um desequilíbrio ecológico.
Resposta: B

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CAPÍTULO Ecologia

5
13 A POLUIÇÃO

Destruição da floresta de coníferas na


Europa em consequência das chuvas ácidas.

1. Poluição do ar Os agentes poluentes são os mais variados possíveis


e são capazes de alterar a água, o ar, o solo etc.

Existe, na natureza, um equilíbrio biológico entre


todos os seres vivos. Nesse sistema em equilíbrio, os A poluição do ar é feita principalmente por: compos-
organismos produzem substâncias que são úteis para tos sulfurosos, nitrogenados e monóxido de carbono.
outros organismos, e assim sucessivamente.
A poluição vai existir toda vez que os resíduos pro- Compostos sulfurosos
duzidos pelos organismos não puderem ser absorvidos Os compostos sulfurosos são representados, princi-
pelo ecossistema, o que acaba provocando alterações na palmente, pelo dióxido de enxofre (SO2) e pelo gás sulfí-
sobrevivência das espécies. drico (H2S), encontrados em concentrações variáveis no
A poluição pode ser entendida ainda como qualquer ar das grandes cidades. O dióxido de enxofre é formado,
alteração do equilíbrio ecológico existente. sobretudo, pela combustão dos derivados de petróleo e
É essencialmente produzida pelo homem e está do carvão mineral.
diretamente relacionada com a concentração das Esse composto provoca problemas no sistema respiratório
populações. Assim, quanto maiores os aglomerados hu- e é causa de bronquites e distúrbios respiratórios, como o
manos, mais intensa será a poluição. enfisema pulmonar. No ar, o dióxido de enxofre pode ser
Componentes Porcentagem em volume transformado em trióxido de enxofre, que, para as vias respi-
ratórias, é ainda mais irritante que o primeiro. Os vegetais são
Nitrogênio 78,110
mais sensíveis aos óxidos de enxofre; suas folhas amarelecem
Oxigênio 20,953
e, em concentrações maiores, chegam mesmo a morrer.
Gás carbônico 0,033
Compostos nitrogenados
Argônio 0,934 O dióxido de nitrogênio (NO2) é o poluente produzido
Neônio 0,001818 pelas descargas dos motores de automóveis, especialmente
Hélio 0,000524 os movidos a óleo diesel e gasolina. Os óxidos de nitrogênio
Criptônio 0,000114 constituem a névoa seca (smog fotoquímico) que se forma
Xenônio 0,0000087 sobre as grandes cidades por ação das radiações solares
Hidrogênio 0,00005 sobre os gases expelidos pelos veículos automotores. É tó-
xico para as vias respiratórias, provocando uma grave doen-
Metano 0,0002
ça, o enfisema pulmonar. Reduz a fotossíntese nas plantas
Óxido nitroso 0,00005 e danifica a pintura dos carros e objetos, alterando-lhes as
Fig. 1 – Composição química do ar. cores.
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Monóxido de carbono Efeito estufa


O monóxido de carbono é o poluente que aparece em O efeito estufa é um fenômeno natural, sem o qual a
menor quantidade no ar das grandes cidades. Tem origem Terra seria inabitável. Em condições normais, esse fenôme-
principalmente na combustão do petróleo e do carvão. no mantém o planeta aquecido. O efeito estufa é provocado
No sangue humano, existe a hemoglobina, um pigmento por gases, especialmente o gás carbônico (CO2), cujo efeito
que, nos pulmões, se combina com o oxigênio e o trans- é comparável ao do vidro das estufas, que permite a entrada
porta para as células. O monóxido de carbono (CO) pode dos raios de Sol, mas impede que o excesso de calor seja
reagir com a hemoglobina, substituindo o oxigênio; tal irradiado de volta para o espaço. No efeito estufa, o vidro é
fato provoca a morte por asfixia. Muitas pessoas já mor- substituído pelos gases, que absorvem a radiação infraver-
reram asfixiadas em garagens fechadas com automóveis melha. Sem a camada de gases, a radiação infravermelha
em funcionamento. Seriam medidas eficientes no com- seria irradiada para o espaço e a Terra teria uma tempe-
bate ao problema a regulagem de motores e, principal- ratura de –50°C, ou seja, seria um planeta gelado. A energia
mente, a diminuição do número de automóveis circulantes. solar atinge a Terra e é distribuída na superfície. O calor
sobe novamente, mas os gases absorvedores do infraver-
A chuva ácida melho refletem parte dessa energia, fazendo-a voltar à
A atividade industrial e o uso de automóveis geram, superfície. Além do gás carbônico, responsável por 50% do
a partir da combustão de carvão mineral, petróleo e de- efeito estufa, outros gases desempenham o mesmo papel.
rivados, a emissão de poluentes, especialmente os dióxidos Entre eles, citam-se os clorofluorcarbonos (20%), metano
de enxofre e nitrogênio. Na atmosfera, esses poluentes, em (l8%), óxidos de nitrogênio (l0%) e outros.
contato com o vapor de água, produzem os ácidos sulfúrico A concentração desses gases na atmosfera está au-
e nítrico, que se precipitam na forma de neve ou chuva. mentando, devido principalmente à queima de combus-
Essa chuva ou neve, contendo ácidos, provoca erosão tíveis e de madeira, intensificando a retenção de raios
de prédios e monumentos, além da destruição de infravermelhos e elevando a temperatura terrestre. Isso
florestas e, consequentemente, da fauna. pode levar a um aumento de temperatura, da ordem de 2
a 4°C, nos próximos setenta anos.
Como a chuva ácida corrói As consequências previstas são catastróficas. Existe
• O dióxido de enxofre, resultante da queima de o risco de as calotas polares derreterem e ocasionarem
carvão nas usinas termelétricas, e os óxidos de nitrogê- um aumento do nível dos mares. Isso mudaria a
nio, provenientes dos motores de carros, caminhões e circulação atmosférica e o regime das chuvas.
ônibus, entram na atmosfera.
• Esses compostos são transportados pelo ar, onde A inversão térmica
sofrem mudanças químicas. Eles voltam à superfície sob A inversão térmica é um fenômeno que acontece no
a forma de partículas microscópicas de poeira ácida ou frio e agrava a poluição atmosférica. Em condições nor-
misturados à umidade das nuvens, como chuva ácida. mais, o solo é aquecido pela radiação solar e, por sua vez,
• O material ácido concentrado na água mata os aquece as camadas de ar com as quais está em contato. O
organismos ou inibe sua capacidade de reprodução, ar aquecido, pouco denso, sobe para a atmosfera e
alterando os ecossistemas. dispersa os poluentes. No inverno, pode ocorrer um rápi-
• Os ácidos corroem encanamentos velhos e poluem do resfriamento do solo e, consequentemente, do ar.
reservatórios de água potável. Em tais condições, o ar frio, que é mais denso, não
• A chuva ácida provoca corrosão em edifícios e sobe e retém os poluentes. Nas grandes cidades, o fenô-
monumentos. meno da inversão térmica pode decretar o estado de
• Os cientistas acreditam que a chuva ácida pode ser emergência, com a proibição do funcionamento de indús-
a responsável pelo ressecamento de árvores observado trias e da circulação de automóveis.
no Canadá e nos Estados Unidos.
A camada de ozônio
O Sol produz a chamada radiação ultravioleta, que é
perigosa para os seres vivos. O ozônio (O3) é um gás que
forma um filtro natural na atmosfera, capaz de impedir a
passagem da radiação ultravioleta.
Se a camada de ozônio fosse destruída, a vida na
Terra estaria seriamente ameaçada.
Fig. 2 –
Corrosão
Entre os principais destruidores da camada de
provocada pela ozônio, estão os clorofluorcarbonos (CFC), usados em
chuva ácida. ciclos de refrigeração e nas embalagens do tipo aerossol.
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O CFC passou a ser usado por ser de baixo custo, não Os CFC sobem lentamente e alcançam altitudes de
inflamável, de baixa toxicidade e bastante estável, ou até 50 mil metros, onde, submetidas às radiações ul-
seja, não se decompõe com facilidade, permanecendo travioleta, as moléculas de CFC são quebradas, liberando
como é por mais de 150 anos. o átomo de cloro. Este reage com o ozônio (O3), transfor-
mando-o em oxigênio molecular (O2). Sabe-se que cada
átomo de cloro liberado na atmosfera destrói cerca de
100 mil moléculas de ozônio. Em 1985, cientistas
britânicos, trabalhando na Antártida, observaram um
enorme buraco na camada de ozônio que envolve a Terra.
Aeronaves supersônicas, que voam na estratosfera, libe-
ram gases que podem reagir com o ozônio, destruindo-o.
À medida que a camada de ozônio vai sendo destruída, a
superfície da Terra passa a receber maior quantidade de
radiação ultravioleta.
Entre os efeitos dessa radiação aparecem: câncer de
pele, catarata, redução de resistência a infecções, redução
das colheitas. Trata-se de um dos grandes problemas eco-
lógicos da atualidade, alvo de intensa e justificada
Fig. 3 –
a) Folha doente exposta à atmosfera b) Folha sadia. campanha em prol de sua preservação, já que a sua des-
rica em ozônio. truição, afinal, diz respeito à natureza como um todo.

Principais poluentes e os seus efeitos


Poluentes Principais fontes de emissão Danos à saúde
O CO se liga à hemoglobina no sangue no lugar do oxi-
CO gênio. Em altas concentrações, prejudica a oxigenação
Carros a gasolina (49%), carros a ál-
(monóxido de do organismo, causando diminuição dos reflexos e da
cool (17%), veículos a diesel (28%).
carbono) acuidade visual. Pessoas com problemas cardíacos e
circulatórios são as mais prejudicadas.
Instalam-se nos pulmões, diminuindo a capacidade
PI Veículos a diesel (30%), carros a
respiratória. O material particulado pode aumentar os
(partículas inaláveis) gasolina (10%), indústrias (10%).
efeitos fisiológicos de outros gases presentes no ar.
Irritação dos olhos e vias respiratórias, diminuição da
É formado pela reação dos hidrocar-
O3 capacidade pulmonar, envelhecimento precoce e cor-
bonetos e óxidos de nitrogênio na
(ozônio) rosão dos tecidos. Pessoas com asma são mais susce-
presença de luz solar.
tíveis aos efeitos do ozônio.

Os hidrocarbonetos diminuem a capacidade sanguínea


Carros a gasolina (53%), veículos a
HC de transportar oxigênio e afetam os sistemas cardiovas-
diesel (21%), carros a álcool
(hidrocarboneto) cular, nervoso e o pulmão. Os hidrocarbonetos aro-
(19%).
máticos (benzeno, tolueno e xileno) são cancerígenos.
Pode penetrar profundamente no sistema respiratório,
NO2
Veículos a diesel (81%), carros a ga- podendo dar origem a substâncias mutagênicas e carci-
(dióxido de
solina (10%), carros a álcool (5%). nogênicas. É também um irritante, podendo conduzir a
nitrogênio)
sintomas que lembram os do enfisema.
Altas concentrações provocam irritação no sistema res-
SO2 Veículos a diesel (77%), indústrias piratório e problemas cardiovasculares. A concentração
(dióxido de enxofre) (15%), carros a gasolina (8%). desse poluente tem se mantido abaixo dos níveis aceitá-
veis nos últimos 10 anos.

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Como é medida a qualidade do ar em São Paulo


Qualidade SO2 (μg/m3) PI (μg/m3) CO (partes por milhão) SO3 (μg/m3) NO2 (μg/m3)
Boa 80 50 4,5 80 100
Regular* 365 150 9,0 160 320
Inadequada 800 250 15,0 200 1 130
Má 1600 420 30,0 800 2 260
Péssima 2 100 500 40,0 1 000 3 000
Crítica 2 620 600 50,0 1 200 3 750
Ultrapassagens de
0 205 52 93 0***
padrão em 1996**
* Padrão da qualidade do ar, segundo resolução n.º 3 do Conselho Nacional de Meio Ambiente – Conama, de 28 jun. 1990.
** Nas 22 estações da Cetesb na Grande São Paulo, nos 366 dias do ano.
*** Não era medido até julho/1996.
(Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental Cetesb.)

2. A poluição das águas e do solo


A poluição das águas constitui um dos mais sérios Eutroficação é o aumento de nutrientes em meio
problemas ecológicos da atualidade. aquático, acelerando a produtividade primária, ou seja,
As fontes de poluição da água, mais uma vez, decor- intensificando o crescimento de algas. Esse fenômeno
rem, principalmente, da atividade humana; esgotos pode ser provocado por lançamento de esgotos, resíduos
domésticos e despejos industriais são alguns exemplos. industriais, fertilizantes agrícolas e erosão.
É fácil concluir que, em certas proporções, a
eutroficação pode ser benéfica ao ecossistema. Contudo,
em excesso acarretará um desequilíbrio ecológico, pois
provocará o desenvolvimento descontrolado de uma
O material orgânico existente no esgoto serve de espécie em detrimento das outras.
alimento para as bactérias decompositoras. É o fenômeno conhecido como “floração da água”, que
Destaca-se que a bactéria é um organismo unicelular torna reservatórios de águas potáveis, lagoas e lagos im-
que se divide a cada vinte minutos. Devido a essa elevada prestáveis para o uso.
capacidade reprodutiva, a população de bactérias aeróbias,
que utilizam oxigênio para a respiração, aumenta
rapidamente, e esse aumento excessivo de bactérias pro-
voca a diminuição da quantidade de oxigênio dissolvido na Em condições favoráveis, as águas de lagos, lagoas
água. A falta de oxigênio acarreta a morte de outros orga- etc. ficam ricas em nutrientes minerais (eutroficação). As
nismos aquáticos. Sendo organismos maiores, os peixes algas azuis (cianofíceas) proliferam intensamente, sinte-
necessitam de mais oxigênio para a respiração. Por isso, tizando substâncias complexas que servem para a sua nu-
são eles os primeiros organismos a morrer por asfixia. Fi- trição e para eliminar outras algas, que lhes são concor-
nalmente, a quantidade de oxigênio se reduz a tal ponto que rentes. Dessa maneira, o meio fica pobre quanto à di-
só as bactérias anaeróbias podem viver naquele ambiente. versidade de espécies e rico em indivíduos da mesma
Estas não necessitam de oxigênio para a respiração e, além espécie, até que ocorre o esgotamento das substâncias
disso, eliminam substâncias como o gás sulfídrico, que tem nutritivas e o envenenamento do meio, a ponto de preju-
um cheiro típico, semelhante ao de ovos podres. Daí o odor dicar essa única espécie, e os indivíduos morrem.
insuportável em tais ambientes aquáticos. É o fenômeno da floração da água.
Em São Paulo, a maior cidade da América Latina, tal Pode ocorrer com outras algas (diatomáceas). Ex.:
fato é verificado, tristemente, nos seus três principais rios: Tabellaria fenestrata.
Tietê, Tamanduateí e Pinheiros. A situação é tão alarmante Haverá a decomposição, inicialmente aeróbia, con-
que tais rios são designados como “esgotos a céu aberto”. sumindo o O2 dissolvido na água e, posteriormente, o
Antes de ser despejado nos rios ou nos mares, o esgoto desenvolvimento de bactérias anaeróbias, levando a vá-
deve ser tratado, passando por um processo que elimina as rios tipos de fermentação e à eliminação de substâncias
substâncias tóxicas e os agentes causadores de doenças. malcheirosas.
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fungicida, tal substância, aplicada às lavouras, atinge os


rios, intoxicando os peixes.
Os adubos e fertilizantes usados na agricultura contêm
Outros metais, como o mercúrio, sofrem efeito acu-
grandes concentrações de nitrogênio e fósforo. Esses
mulativo ao longo das cadeias alimentares. Esse metal,
poluentes orgânicos constituem nutrientes para as plantas
altamente tóxico, é usado na garimpagem de ouro. O cas-
aquáticas, especialmente as algas, que transformam a
calho retirado do rio é misturado ao mercúrio. O ouro em
água em algo semelhante a um caldo verde (um fenô-
pó, existente no cascalho, aglutina-se ao mercúrio. A se-
meno também chamado de “floração das águas”).
guir, a mistura mercúrio-ouro é aquecida, para a sepa-
Em alguns casos, toda a superfície é recoberta por
ração dos dois metais. Durante o processo, a maior parte
um “tapete”, formado pelo entrelaçamento de algas filamen-
do mercúrio evapora; o resto normalmente é despejado
tosas. Com isso, ocorre a desoxigenação (falta de oxigê-
nos rios, sendo absorvido pela cadeia alimentar.
nio) da água. Pode parecer incoerente, afinal as algas são
seres que produzem oxigênio durante a fotossíntese.
Assim, a quantidade de oxigênio deveria aumentar, e não
diminuir. De fato, as algas liberam o oxigênio, mas o
tapete superficial que elas formam faz com que boa parte A água pode ser infectada por organismos patogêni-
desse gás seja liberada para a atmosfera, sem se dissolver cos, existentes nos esgotos. Assim, ela pode conter:
na água. Além disso, a camada superficial de algas difi- Bactérias – provocam infecções intestinais epidêmi-
culta a penetração de luz. Isso impossibilita a fotossín- cas e endêmicas (febre tifoide, cólera, shigelose, salmo-
tese nas zonas inferiores, reduzindo a produção de oxi- nelose, leptospirose etc.).
gênio e provocando a morte de vegetais. A decomposição Vírus – provocam hepatites, infecções nos olhos etc.
dos vegetais mortos aumenta o consumo de oxigênio, Protozoários – responsáveis pelas amebíases, giar-
agravando ainda mais a desoxigenação das águas. díases etc.
Vermes – provocam esquistossomose e outras infes-
tações.

Todos os compostos orgânicos são biodegradáveis, ou


seja, podem ser decompostos pelas bactérias. Existem, Em relação à poluição do solo, analisaremos: o uso
entretanto, alguns compostos orgânicos sintetizados pela de adubos sintéticos e praguicidas e o problema do lixo.
indústria que não são biodegradáveis. Tais compostos tam-
bém podem ser chamados de recalcitrantes ou biologica- O uso excessivo de adubos sintéticos
mente resistentes. Não sendo degradados, vão se acu- A fim de atender à crescente demanda de alimentos,
mulando na água, atingindo concentrações tão altas que acarretada pelo crescimento populacional, a produção e o
geram sérios riscos aos seres vivos. Dessas substâncias não uso de adubos sintéticos vêm sendo intensificados pro-
degradáveis merecem destaque os detergentes, o petróleo e gressivamente. Para a produção desses adubos, a
os defensivos agrícolas. Mesmo não sendo providos de ação indústria de fertilizantes retira elevadas quantidades de
tóxica acentuada, os detergentes causam prejuízos ao meio nitrogênio do ar e fosfatos das rochas.
ambiente, pois, destruindo as bactérias, impedem a O emprego excessivo de fertilizantes gera um dese-
decomposição, fenômeno fundamental para qualquer am- quilíbrio ecológico. Os agentes decompositores não con-
biente. Os fosfatos são encontrados na maior parte dos seguem reciclá-los na mesma proporção em que são adi-
detergentes e, como já vimos, provocam a eutroficação. A cionados ao solo. Esse fato gera um excesso de nutrientes
poluição por óleo é feita principalmente pelos navios petro- no solo, provocando eutroficação, bem como alterações
leiros, por ocasião da lavagem de seus tanques. O óleo caracterizadas pelo decréscimo de materiais orgânicos e
forma, na superfície da água, uma película impermea- retenção de água.
bilizante, que impede a troca de oxigênio e gás carbônico
entre a água e a atmosfera. Isso provoca a asfixia dos O uso de praguicidas
animais e impossibilita a realização da fotossíntese por parte Praguicidas ou defensivos agrícolas são substâncias
dos vegetais do plâncton (fitoplâncton). venenosas utilizadas no combate às pragas, organismos
Outra forma de poluição através de resíduos não considerados nocivos aos seres vivos.
degradáveis é o caso dos metais pesados – chumbo, alu- Os principais praguicidas são:
mínio, zinco e mercúrio, entre outros –, que se depositam – herbicidas, usados para matar ervas daninhas;
nos seres vivos, intoxicando-os. – fungicidas, utilizados no combate de fungos parasi-
Milhares de peixes morrem nos rios devido à aplica- tas;
ção de substâncias como o sulfato de cobre. Usada como – inseticidas, usados contra insetos; e
– nematócidos, que controlam nematódeos parasitas.
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Ocorre que os defensivos químicos empregados no A decomposição aeróbia é muito mais rápida, e os re-
controle de pragas são pouquíssimo específicos, destruindo síduos são: gás carbônico, sais minerais e alguns com-
indiferentemente espécies nocivas e úteis. Existem pragui- postos orgânicos que, mais resistentes à biodegradação,
cidas extremamente tóxicos, mas instáveis. Eles podem não chegam a se decompor totalmente. A decomposição
causar danos imediatos, mas não causam poluição a longo anaeróbia, entretanto, pode originar compostos nocivos,
prazo. Existem praguicidas menos tóxicos, porém mais como gás sulfídrico, mercaptanas e outros compostos
estáveis, ou seja, persistentes em ecossistemas, provocando que podem ser tóxicos ou exalar mau cheiro. O lixo urba-
efeitos por muitos anos. Os praguicidas podem ser transpor- no possui quatro destinos: lixões, aterros sanitários,
tados a longas distâncias, causando danos bem longe das compostagem e incineração.
regiões em que foram aplicados. Outro problema reside no No caso dos lixões, o lixo simplesmente é levado
acúmulo ao longo das cadeias alimentares. Assim, por para terrenos baldios, onde fica exposto e é aproveitado
exemplo, as minhocas, alimentando-se de grandes quan- pelos “catadores de lixo”, que correm o risco de contrair
tidades de folhas mortas e ingerindo partículas do solo, acu- doenças. O “lixão” provoca, ainda, intensa proliferação
mulam no seu organismo elevadas concentrações de inse- de moscas e outros insetos. Outro inconveniente é o
ticidas clorados; as aves que se alimentam de minhocas, chorume, líquido que resulta da decomposição do lixo e
como as galinhas, passam a ingerir grande parte do veneno. polui o solo e os lençóis de água freáticos.
Outro efeito nocivo é que os praguicidas reduzem a O chamado aterro sanitário não é um processo de
biodiversidade das biocenoses. tratamento. Consiste na deposição de camadas de lixo
alternadas com camadas de argila em terrenos bem
drenados. Nessas condições, as camadas de lixo sofrem
decomposição aeróbia e depois anaeróbio. Um inconve-
niente do aterro sanitário é a possibilidade de contamina-
ção das águas subterrâneas, além do não aproveitamento
dos materiais recicláveis.
A incineração é um processo dispendioso, no qual o
lixo é queimado em câmaras de incineração. As cinzas re-
sultantes podem ser usadas por indústrias de fertilizantes.
No processo de compostagem, o material orgânico
do lixo sofre um tratamento biológico, do qual resulta o
chamado “composto”, material utilizado na fertilização e
recondicionamento do solo.

O lixo do brasileiro
Diariamente, produzimos uma média de 600 gramas de
lixo. A quantidade produzida pelos brasileiros durante uma
semana daria para lotar o estádio do Maracanã. De toda essa
sujeira, 70% vão para os lixões a céu aberto; 20%, para
aterros recobertos com terra; 5% são jogados nos rios; e o
Fig. 4 – Diagrama mostrando o efeito acumulativo que resta é incinerado ou vira adubo nas usinas de
de um inseticida organoclorado (DDT) ao longo de uma cadeia alimentar.
compostagem. Menos de 1% do lixo é reciclado.

Lixões
Depósito onde o lixo é simplesmente jogado, expondo a
O chamado controle biológico consiste no combate às
população a sérios riscos de saúde, além de poluir o ambiente.
pragas através de seus inimigos naturais, predadores ou
parasitas. Nesse processo, os parasitas, por serem mais Aterros sanitários
específicos, são preferidos em relação aos predadores. Reservatórios nos quais o lixo é comprimido por
máquinas e coberto com uma camada de terra para evitar
3. Lixo e reciclagem mau cheiro e proliferação de insetos em geral. Em São
Paulo, existem dois aterros sanitários.

O lixo urbano é constituído predominantemente por Usinas de triagem e compostagem


matéria orgânica e, como tal, sofre intensa decompo- O lixo é separado em três partes: materiais orgânicos
sição, permitindo a reciclagem. A decomposição pode (comidas e plantas), que são transformados em adubo;
ser feita por dois processos: aeróbio e anaeróbio. resíduos não aproveitados e que vão para os aterros sani-
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tários (areia, borrachas e plásticos sujos); e materiais re- Em relação à fabricação do vidro primário, uma
cicláveis (vidro e papel), que são vendidos e reaproveitados. tonelada reciclada economiza 13% de energia.
Veja a seguir a relação do que pode ou não ser reci- Embalagens de vidro não são biodegradáveis, ou
clado: seja, jamais se decompõem.
Plástico 4. A poluição do mar
Recicláveis: embalagens de material de limpeza e
Os oceanos ocupam 2/3 da superfície da Terra, con-
higiene, de alimentos, copos, pratos e outros utensílios tendo cerca de 1420 x 1015m3 de água. É uma enorme
descartáveis, garrafas de refrigerante, água etc., canos, quantidade de água, capaz de absorver todos os resíduos
tubos e sacos plásticos. que lhe são lançados. Mas a poluição pode ocorrer toda
Não recicláveis: cabos de panela, tomadas, algumas vez que as substâncias tóxicas ficam acumuladas em
embalagens de biscoito. áreas limitadas e não se dissolvem completamente na
Facilite a reciclagem, retirando os rótulos de papel água, ou ainda ficam acumuladas nos organismos vivos.
ou adesivos das embalagens. É o caso de baixas concentrações de dimetil-mer-
O material reciclado não pode virar plástico nova- cúrio e inseticidas organoclorados, que têm efeitos
mente; é usado na fabricação de outros produtos, como nocivos sobre o fitoplâncton (plâncton vegetal). Isso
brinquedos, sacolas e tubulações. pode reduzir a população de peixes. Algumas algas têm a
Metal capacidade de concentrar elementos como o iodo. Outro
Recicláveis: latas de alimento, cerveja e refrigerante, fato preocupante é o acúmulo de resíduos radioativos.
fios de cobre e arame. Além disso, há a poluição do mar pelo mercúrio, em
Não recicláveis: clipes, grampos, esponjas de aço e decorrência da atividade humana. Como já sabemos, este
canos. é um metal de efeito acumulativo e muito tóxico.
Cada tonelada de alumínio reciclado economiza 95% de
energia e evita a retirada de 5 toneladas de bauxita da terra.
Cada cem latas de aço reaproveitadas economizam a O derramamento de petróleo no mar é consequência do
energia equivalente a uma lâmpada de 60 watts, acesa naufrágio ou avarias de petroleiros, derrames deliberados
por uma hora. da borra de petróleo ou lavagem dos tanques dos navios.
Em termos puramente físicos, cerca de 1/3 do óleo
Papel derramado é evaporado rapidamente. Sobra na superfície
Recicláveis: jornais, revistas, folhas de caderno, da água um líquido viscoso, contendo fenóis e outras
folhas impressas, papel de fax, caixas, envelopes, carta-
substâncias tóxicas. Esse líquido acaba sufocando o
zes e fotocópias.
fitoplâncton e o zooplâncton.
Não recicláveis: etiquetas adesivas, papel-carbono,
O efeito da poluição por petróleo em pássaros é
fitas-crepes, papel sanitário, plastificado e parafinado,
drástica. As penas ficam encharcadas de óleo, impedindo
tocos de cigarro e fotografias.
o voo. Quando o pássaro procura limpar as suas penas,
Facilite a reciclagem, selecionando o papel limpo e
seco e retirando clipes e grampos. acaba ingerindo grandes quantidades de petróleo, o que o
Cada tonelada de papel reciclado economiza, aproxi- leva à morte por envenenamento. O isolamento térmico
madamente, 20 árvores adultas. produzido pelas penas deixa de existir e os pássaros
Para cada tonelada de papel reciclado, 71% de ener- contraem pneumonia ou morrem de frio.
gia é economizada em relação ao papel primário. As rochas onde se fixam algas e moluscos e se movi-
O maior mercado de papel reciclado é o de embalagens. mentam os crustáceos, quando cobertas por petróleo,
Quando o papel é jogado nos aterros, a degradação é impossibilitam a permanência e a vida desses seres.
bastante lenta: nos EUA, foram encontrados jornais da Quando o petróleo atinge as praias, o turismo fica alta-
década de 1950 ainda em condições de serem lidos. mente prejudicado, ocasionando danos à economia local.
Hoje, sabemos que há bactérias que podem pro-
Vidro
mover a degradação do petróleo. Rochas e praias que
Recicláveis: embalagens, garrafas e copos.
foram cobertas pelo óleo se recuperaram rapidamente e a
Não recicláveis: espelhos, lâmpadas, cerâmicas e
flora e a fauna foram restabelecidas graças à ação dessas
porcelanas.
bactérias decompositoras.
Para facilitar a reciclagem, limpe o recipiente antes de
Têm-se utilizado vários tipos de detergentes para
jogá-lo fora.
Inteiro ou em pedacinhos, o vidro é totalmente dispersar e emulsionar o óleo. Esses detergentes são
reaproveitado. Não há perda de matéria-prima: 1 quilo de eficazes nessa tarefa, mas se mostram muito mais tóxicos
vidro equivale a 1 quilo de vidro novo. para os organismos vivos do que o próprio petróleo.

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O grande problema é quando esses emissários lan-


çam os resíduos próximo às praias, gerando riscos e da-
nos à saúde pública.
Através dos longos emissários de descarga, esgotos Na avaliação do grau de poluição das nossas praias,
não tratados são lançados ao mar. Essa matéria orgânica utiliza-se a determinação do número de coliformes
será degradada e os nutrientes serão reciclados, não ha- fecais/volume de água do mar. Como se sabe, grandes
vendo, portanto, objeções a essa prática. quantidades da bactéria Escherichia coli estão presentes
nas fezes humanas.

1. Quando um reservatório de água é agredido ambien- Quanto mais calor, maior a atividade de micróbios que decom-
talmente por poluição de origem doméstica ou indus- põem matéria orgânica no solo, liberando CO2, o que, por sua
trial, uma rápida providência é fundamental para di- vez, aumenta ainda mais a temperatura.
minuir os danos ecológicos. (Folha Ciência, 08 set. 2005.)
Como o monitoramento constante dessas águas demanda apare-
lhos caros e testes demorados, cientistas têm se utilizado de Analisando-se o texto acima, é correto afirmar que
biodetectores, como peixes, que são colocados em gaiolas dentro a) a quantidade de CO2 liberada do solo é insignificante, com-
da água, podendo ser observados periodicamente. parando-se com a quantidade liberada à atmosfera por outras
Para testar a resistência de três espécies de peixes, cientistas fontes, não constituindo, portanto, motivo de preocupação.
separaram dois grupos de cada espécie, cada um com cem peixes, b) o problema da liberação de CO2 pode ser resolvido se forem
totalizando seis grupos. Foi então adicionada a mesma quantidade eliminados os micróbios responsáveis pela produção desse
de poluentes de origem doméstica e industrial, em separado. gás.
Durante o período de 24 horas, o número de indivíduos passou a c) essa perda de CO2 pelos solos aumenta a taxa de CO2 da
ser contado de hora em hora. atmosfera e favorece a ocorrência do efeito estufa.
d) o aumento na quantidade de CO2 da atmosfera não tem
Os resultados são apresentados abaixo. relação com o efeito estufa.
e) o efeito estufa não ocorre, mesmo que haja aumento na taxa
de CO2 na atmosfera, pois as plantas, por meio da fotos-
síntese, utilizam todo o excesso desse gás.
Resolução
O CO2 é o grande responsável pela retenção das radiações infra-
vermelhas responsáveis pelo aquecimento global (efeito estufa).
Resposta: C

3. (MODELO ENEM) – Faça do lixo um adubo: Folhas mortas, casca


de frutas, restos de alimentos quando queimados liberam gases
poluentes. [...] Use este material para fazer um fertilizante natural.
Pelos resultados obtidos, a espécie de peixe mais indicada para Consiga um latão, perfure-o nas laterais e vá intercalando este
ser utilizada como detectora de poluição, a fim de que sejam “lixo úmido” com camadas finas de terra. Coloque em local
tomadas providências imediatas, seria arejado e mantenha sempre úmido, mas não demais. Em poucos
a) a espécie III, pois, como apresenta resistência diferente à meses, o material ficará uniforme, escuro, com cheiro de boa
poluição doméstica e industrial, propicia estudos posteriores. terra. Está pronto o adubo orgânico.
b) a espécie II, pois, sendo a mais resistente, haveria mais tempo
para testes. Na formação do adubo, pode-se dizer, corretamente:
c) a espécie I, pois, sendo menos resistente à poluição, morreria a) O processo que transforma lixo em adubo é a biossíntese de
mais rapidamente após a contaminação. compostos carbonados e nitrogenados.
d) as espécies I e III juntas, pois, tendo resistência semelhante b) Bactérias, fungos, algas e micoplasmas agem no mecanismo
em relação à poluição, permitem comparar resultados. de biossíntese do adubo.
e) as espécies II e III juntas, pois, como são pouco tolerantes à c) A mineralização do composto orgânico se dá em decorrência
poluição, propiciam um rápido alerta. da atividade de fungos e bactérias.
Resolução d) O adubo formado é rico em nutrientes indispensáveis para a
A espécie I é a melhor detectora de poluição porque apresenta síntese de novos compostos pelos produtores; entre eles,
elevada mortalidade logo após a contaminação. citam-se dióxido de carbono e água.
Resposta: C e) Na natureza esse processo é realizado pelas raízes dos vege-
tais, predominantemente as angiospermas.
2. (MODELO ENEM) – Cientistas mediram a quantidade de carbono Resolução
nos solos de 2 179 localidades do Reino Unido em 1978, 1994/5, O lixo é transformado em adubo pelo fenômeno da decomposi-
1996/7 e 2003. Verificaram que quase todos os solos estavam ção. Matérias orgânicas complexas, como proteínas, ácidos
perdendo carbono, a uma taxa média de 0,6% ao ano, o que nucleicos, carboidratos e lipídios, são transformadas, por ação de
significa 13 milhões de toneladas anuais. Como a perda fungos e bactérias, em compostos inorgânicos simples como
aconteceu mesmo em solos que não são usados para agricultura, nutrientes minerais.
os pesquisadores assumem que a mudança seja ocasionada pelo Resposta: C
aumento da temperatura global no último século, que foi de 0,7°C.

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4. (FUVEST) – Dentre as várias formas de interferência do homem 12. Considere as afirmações:


moderno no ambiente natural podem ser citados o efeito estufa e I. As radiações solares ultravioleta, em grande intensidade,
a destruição da camada de ozônio. Escolha um desses dois podem produzir câncer de pele e alterações genéticas.
fenômenos e explique II. A camada de ozônio da atmosfera impede totalmente a
a) como ele é provocado; passagem das radiações ultravioleta.
b) uma das consequências previsíveis advindas desse fenômeno III. A camada de ozônio da atmosfera vem sendo progres-
para a humanidade. sivamente destruída.
IV. O emprego do gás CFC em aerossóis é uma das causas de
5. (FUVEST) – A concentração de gás na atmosfera vem aumen- destruição da camada de ozônio.
tando significativamente desde meados do século XIX; estima-se
que possa quadruplicar até o final do século XXI. Qual dos fatores São verdadeiras, apenas, as afirmações
a seguir é o principal responsável por esse aumento? a) I e II. b) I e III. c) II e IV.
a) Ampliação da área de terras cultivadas. d) I, III e IV. e) II, III e IV.
b) Utilização crescente de combustíveis fósseis.
c) Crescimento demográfico das populações humanas. 13. Considere as seguintes fontes de poluição do ar:
d) Maior extração de alimentos do mar. I. tempestades de areia e poeira;
e) Extinção de muitas espécies de seres fotossintetizantes. II. erupções vulcânicas;
III. liberação de resíduos industriais;
6. O poluente atmosférico que se liga permanentemente às molé- IV. incêndios florestais;
culas de hemoglobina, impossibilitando-as de transportar oxigênio V. combustão do petróleo.
às células, é o
a) ozônio. b) hidrocarbonato. Antes do aparecimento do homem, a atmosfera terrestre já era
c) dióxido de enxofre. d) dióxido de carbono. poluída por
e) monóxido de carbono. a) I, II e III. b) I, II e IV. c) II, III e IV.
d) II, IV e V. e) III, IV e V.
7. (FGV) – Dentre os óxidos de carbono produzidos pela poluição
industrial, o mais perigoso é 14. (FUVEST)
a) o CO2 (dióxido de carbono), devido à elevadíssima toxidez a) Indique a sequência em que ocorrem os acontecimentos
pulmonar. abaixo, causados pelo lançamento, numa represa, de grandes
b) o CO (monóxido de carbono), devido à grande afinidade com a quantidades de esgoto com resíduos orgânicos.
hemoglobina. 1. Proliferação de seres anaeróbios.
c) o CO3 (trióxido de carbono), devido à relação com o câncer 2. Proliferação intensa de micro-organismos.
pulmonar. 3. Aumento de matéria orgânica disponível.
d) o CN (cianogênio), um dos mais violentos venenos conhecidos. 4. Diminuição da quantidade de oxigênio disponível na água.
e) o CH4 (metano), devido à sua ligação com a clorofila. 5. Morte dos seres aeróbios.
b) Qual desses acontecimentos é conhecido como eutroficação?
8. O efeito estufa é o aquecimento da Terra, provocado por aumento
da taxa de 15. Uma indústria instalou-se à margem de um lago e passou a usar
a) N2. b) O2. c) CO. d) CO2. e) NH2. a água dele para resfriar caldeiras. A água quente voltava ao lago,
elevando sua temperatura para cerca de 38°C.
9. Considerando os fatores poluentes, assinale a afirmativa a) Qual o significado ecológico dessa alteração?
incorreta: b) Justifique sua resposta, levando em consideração a solubili-
a) O monóxido de carbono, combinado com a hemoglobina, dade dos gases.
diminui o transporte de oxigênio.
b) O dióxido de enxofre, proveniente da combustão do carvão, 16. Os paulistanos, no ano passado, tiveram de conviver com o sabor
pode destruir o esmalte do dente. desagradável e o odor fétido exalado pela Represa de Guarapi-
c) Na falta de áreas verdes, em consequência da diminuição de ranga, cujas águas demonstraram a nítida presença de
fotossíntese, haverá aumento de monóxido de carbono. organismos anaeróbios produtores de substâncias tóxicas e que,
d) O desequilíbrio de dióxido de carbono leva à maior retenção de ao mesmo tempo, exibiram um vasto e superficial tapete verde
calor pela atmosfera. resultante da proliferação excessiva das algas cianofíceas do
e) O fator poluente pode ser considerado fator limitante ao cres- gênero Anabaena. Este fenômeno resultou da deposição de lixos
cimento da população. doméstico e industrial, esgotos e da decomposição de matéria
orgânica, elevando o nível de amônia, nitratos e fosfatos na
10. Gás proveniente da combustão do petróleo e do carvão, contido represa.
em altas taxas na fumaça de muitas indústrias e que reage com
Baseando-se no texto, cite:
água na atmosfera, resultando nas “chuvas ácidas”. No organis-
1. o nome do fenômeno acima retratado;
mo, esse gás provoca irritação dos olhos e da pele e destrói o
2. o fator que contribuiu para a proliferação do fitoplâncton.
esmalte dos dentes. O gás em questão é o
a) CO. b) CH4. c) NO2. d) SO2. e) NH3.
17. As margens de um lago, antes desabitadas, foram transformadas
pela prática da agricultura. Grandes quantidades de nitratos e
11. A camada de ozônio da atmosfera está sendo destruída, o que
fosfatos dos adubos foram lançadas nas águas. Depois de certo
diminui a proteção contra os raios ultravioleta. Essa destruição é
tempo, ocorreu séria mortandade de peixes. Como você relaciona
causada principalmente por
essa mortandade com a adição dos nutrientes às águas?
a) eutroficação das águas.
b) superaquecimento atmosférico.
c) queima de combustíveis fósseis. 18. Nos rios, é lançada, geralmente, grande quantidade de esgotos,
d) envenenamento por metais pesados. provocando, em alguns casos, a morte de muitos peixes. Assinale
e) liberação de gases do tipo clorofluorocarbonos. a alternativa que melhor explica a mortandade desses animais.

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a) Aumento da quantidade de oxigênio e diminuição da 23. Considere as afirmações abaixo, relativas a inseticidas
quantidade de bactérias anaeróbias. organoclorados utilizados em plantações.
b) Aumento da quantidade de bactérias aeróbias e consequente I. Permanecem no ambiente durante vários anos.
aumento da quantidade de oxigênio. II. São letais para os organismos em qualquer quantidade e
c) Diminuição da quantidade de oxigênio e aumento da concentração.
quantidade de bactérias anaeróbias. III. São transferidos nas cadeias alimentares.
d) Aumento do número de indivíduos herbívoros que eliminam IV. Concentram-se mais nos organismos do último nível trófico.
grande parte do fitoplâncton.
e) Diminuição da quantidade de alimento com consequente São verdadeiras apenas
mortandade dos peixes, a longo prazo. a) I, II e III. b) I, II e IV. c) I, III e IV.
d) II, III e IV. e) I e II.
19. Considere os eventos abaixo:
I. grande proliferação de bactérias aeróbias;
II. destruição da flora e da fauna fluviais; 24. Os esgotos domésticos constituem grande ameaça
III. aumento da quantidade de nutrientes disponíveis; aos ecossistemas de lagos ou represas, pois deles
IV. lançamento de dejetos humanos nos rios. decorrem graves desequilíbrios ambientais. Conside-
re o gráfico abaixo, no qual, no intervalo de tempo entre t1 e t3,
No processo de eutroficação das águas, esses eventos ocorrem observou-se a estabilidade em ecossistema de lago, modificado a
na seguinte ordem: partir de t3 pelo maior despejo de esgoto. Assinale a interpretação
a) I → II → III → IV. b) I → II → IV → III. que está de acordo com o gráfico.
c) II → III → IV → I. d) III → IV → II → I.
e) IV → III → I → II.

20. Considere as seguintes etapas, que ocorrem após o lançamento


de restos orgânicos na água dos rios:
a) proliferação das algas na superfície da água.
b) aumento do consumo de oxigênio dissolvido e liberação de
sais minerais.
c) proliferação dos decompositores.
d) rápida multiplicação de bactérias aeróbicas.
e) morte das algas das camadas inferiores por falta de luz.

A sequência em que elas ocorrem é a) Entre t3 e t6, a competição pelo oxigênio leva à multiplicação
a) a → b → c → d → e. b) b → a → e → c → d. de peixes, bactérias e outros produtores.
c) c → e → d → a → b. d) d → b → a → e → c. b) A partir de t3, a decomposição do esgoto é impossibilitada
e) d → a → b → e → c. pela diminuição do oxigênio disponível.
c) A partir de t6, a mortandade de peixes decorre da diminuição
21. O lançamento de dejetos humanos nos rios provoca eutroficação, da população de produtores.
que é um aumento considerável da quantidade de nutrientes d) A mortandade de peixes, a partir de t6, é devida à insuficiência
daquele ambiente. Isto acaba causando uma proliferação de de oxigênio na água.
e) A partir de t3, a produção primária aumenta devido à dimi-
bactérias aeróbias que, consequentemente,
nuição dos consumidores.
a) consomem todo O2 existente na água, levando à morte todas
as formas de vida ali existentes. 25. (MODELO ENEM) – A presença de materiais indesejáveis no ar
b) aumentam o O2 e o crescimento do fitoplâncton, o que altera a composição da atmosfera terrestre, tornando-a pratica-
impede a entrada de luz na água e causa a morte dos peixes. mente irrespirável. Em São Paulo, foi realizado um rigoroso pro-
c) aumentam o CO2, por isso só as algas sobrevivem e os grama de racionamento do tráfego de veículos automotores, com
animais morrem intoxicados. o objetivo de diminuir os índices de poluição.
d) consomem todo CO2, impedindo que ocorra a fotossíntese, e
Com relação a esse problema, escolha a alternativa correta:
só as plantas morrem. a) O ar ideal para se respirar deve ser constituído somente de
e) equilibram a quantidade de O2 e CO2 do rio, aumentando a oxigênio.
propagação da fauna e da flora. b) O ar ideal para se respirar deve ser constituído mais de oxi-
gênio do que de nitrogênio.
22. Em 14 de outubro de 1983, aproximadamente 2 500 toneladas de c) O ar não poluído e adequado ao ser humano deve ser cons-
petróleo foram lançadas no Canal de Bertioga, através do Rio Iriri tituído de nitrogênio, oxigênio e hidrogênio em partes iguais.
(litoral norte de São Paulo), devido ao rompimento de um oleoduto d) A atmosfera terrestre não poluída é constituída mais de nitro-
da Petrobras. Esse acidente se caracterizou como o maior gênio do que de oxigênio.
derramamento de petróleo já verificado no País, vindo a constituir e) A atmosfera ideal é uma mistura heterogênea formada de
o primeiro processo judicial brasileiro por danos ambientais. A vapor d’água e oxigênio.
poluição das águas, devido ao fator acima citado, tem, como
primeira e principal consequência,
a) o acúmulo de substâncias tóxicas que se concentram ao longo 26 . (MODELO ENEM) – No Brasil, pelo menos 70% das espécies de
da cadeia alimentar. peixes exploradas economicamente dependem dos manguezais
b) o bloqueio dos raios luminosos, dificultando a atividade para sobreviver, entre eles a tainha, o robalo e o baiacu. A grande
fotossintética do fitoplâncton. maioria de detritos vegetais nas águas serve de alimento para
c) a intoxicação, asfixia e morte de aves e mamíferos pela micro-organismos e funciona como base da cadeia alimentar.
impregnação de petróleo na superfície dos corpos. Outros animais que frequentam esses ecossistemas são as aves
d) a diminuição da população bentônica, devido à redução das e alguns mamíferos. Os manguezais não apresentam uma flora
trocas gasosas entre a água e o ar (e vice-versa). tão diversificada como a da Mata Atlântica.
e) o aumento populacional de micro-organismos degradadores a) Região tropical e temperada, com desenvolvimento de árvores
de petróleo. de grande porte, vegetação rasteira com raízes fasciculadas e
presença de pneumatóforos.

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b) Região de clima seco, vegetação pobre, com raízes resistentes. Com base nas informações fornecidas pelo esquema, são feitas
c) Região alagada, de água doce, bem arejada, com vegetação as seguintes considerações sobre o processo de depuração do
predominantemente de trepadeiras e epífitas. rio:
d) Região alagada, de fundo lodoso, salobra, mal arejada e os I. A vida aquática superior pode voltar a existir a partir de uma
vegetais característicos são os que apresentam raízes-escoras certa distância do ponto de lançamento dos dejetos;
e/ou pneumatóforos. II. Os organismos decompositores são os que sobrevivem onde
e) Região alagada nos meses de chuva, com vegetação aquática a oferta de oxigênio é baixa ou inexistente e a matéria orgânica
com raízes profundas. é abundante;
III. As comunidades biológicas, apesar da poluição, não se
27. Um rio que é localmente degradado por dejetos or- alteram ao longo do processo de recuperação.
gânicos nele lançados pode passar por um processo
de autodepuração. No entanto, a recuperação depen- Está correto o que se afirma em
de, entre outros fatores, da carga de dejetos recebida, da exten- a) I, apenas.
são e do volume do rio. Nesse processo, a distribuição das po- b) II, apenas.
pulações de organismos consumidores e decompositores varia, c) III, apenas.
conforme mostra o esquema: d) I e II, apenas.
e) I, II e III.

(B. Braga et al. Introdução à Engenharia Ambiental.)

4) a) Efeito estufa: aumento da concentração de CO2 e outros emissão de poluentes, especialmente os dióxidos de enxofre
gases na atmosfera. e de nitrogênio. Na atmosfera, esses poluentes, em contato
b) Aquecimento do planeta. com o vapor de água, produzem os ácidos sulfúrico e nítrico.
Resposta: D

5) A poluição do ar é feita principalmente por: compostos


sulfurosos, nitrogenados e monóxido de carbono. Todos 11) Entre os principais destruidores da camada de ozônio, estão
formados principalmente pela combustão dos derivados de os clorofluorcarbonos (CFC), usados em ciclos de refrigeração
petróleo e do carvão mineral. e nas embalagens do tipo aerosol.
Resposta: B Resposta: E

6) O monóxido de carbono (CO) pode reagir como a hemoglo- 12) Os CFC sobem lentamente e alcançam altitudes de até 50 mil
bina, substituindo o oxigênio, tal fato provoca a morte por metros. É aí que, submetidas às radiações ultravioletas, as
asfixia. moléculas de CFC são quebradas, liberando o átomo de cloro.
Resposta: E Este reage com o ozônio (O3), transformando-o em oxigênio
molecular (O2). Cada átomo de cloro liberado na atmosfera
destrói cerca de 100 mil moléculas de ozônio.
7) No sangue humano, a hemoglobina se combina com o Resposta: D
monóxido de carbono (CO) e não consegue mais realizar a
função de transportar os gases respiratórios, causando
graves danos à saúde. 13) Antes do aparecimento do homem a atmosfera terrestre já
Resposta: B era poluída por tempestades de areia e poeira, erupções
vulcânicas e incêndios florestais.
Resposta: B
8) O efeito estufa é provocado por gases, especialmente o gás
carbônico (CO2), cujo efeito é comparável ao do vidro das estu-
fas, que deixa entrar os raios de sol, mas impede que o excesso 14) a) Sequência correta: 3 – 2 – 4 – 5 – 1.
de calor (infravermelho) seja irradiado de volta para o espaço. b) 3.
Resposta: D
15) a) O aumento da temperatura da água leva ao maior con-
sumo de oxigênio pelos seres aeróbios.
9) A fotossíntese absorve o CO2 do ar e não está relacionada
b) O aumento da temperatura diminui a quantidade de O2
com o CO.
dissolvido na água, levando à morte dos peixes.
Resposta: C

16) a) Floração das águas.


10) A atividade industrial e o uso de automóveis geram, a partir
b) Maior disponibilidade de nutrientes minerais, como
da combustão de carvão mineral, petróleo e derivados, a
nitratos e fosfatos.

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Resposta: B
17) Os nutrientes minerais levam à proliferação de algas do fito- 23) Os inseticidas organoclorados não são biodegradáveis e
plâncton, que formam uma camada opaca na superfície, impe- acumulam-se nos tecidos dos seres vivos, com máxima
dindo a passagem de luz. A vegetação submersa morre, ocorre concentração nos últimos elos da cadeia alimentar.
decomposição aeróbia, levando à redução da taxa de O2 dis- Resposta: C
solvido na água e, consequentemente, à morte dos peixes.
24) A análise do gráfico permite relacionar o maior despejo de
esgoto doméstico no ambiente, que determina a queda do
18) O material orgânico existente no esgoto serve de alimento teor do oxigênio livre na água. Isso explica o aumentona
para as bactérias decompositoras. Devido à elevada capa- mortalidade dos peixes.
cidade reprodutiva, a população de bactérias aeróbias, que Resposta: D
utilizam O2 para a respiração, aumenta rapidamente, provo-
cando a diminuição da quantidade de oxigênio dissolvido na 25) A atmosfera terrestre apresenta maior concentração de
água. A falta de O2 acarreta a morte de outros organismos N2 (78%) e menor concentração de O2 (21%).
aquáticos e somente as bactérias anaeróbias podem viver Resposta: D
naquele ambiente.
Resposta: C 26) Os manguezais aparecem em regiões nas quais os rios de-
sembocam no mar, carregando detritos orgânicos e forman-
do um fundo lodoso, onde ocorre intensa atividade micro-
19) Eutroficação é o aumento de nutrientes em meio aquático, biana para a decomposição daqueles detritos. O mar invade,
acelerando a produtividade primária, ou seja, intensificando com a maré alta, misturando água doce com água salgada,
o crescimento de algas. tornando o meio salobro, onde vivem poucas espécies de
Resposta: E plantas. Estas apresentam vacúolos com pressões osmóticas
elevadas, glândulas de sal nas folhas para a eliminação do
excesso de NaCl, raízes-escoras para a fixação no solo lodoso
20) Após o lançamento de restos orgânicos na água, ocorre uma e raízes respiratórias (pneumatóforos).
rápida multiplicação de bactérias aeróbias, aumentando o Resposta: D
consumo de O2. Em alguns casos, a superfície da água é
recoberta por um “tapete” de algas, que, por sua vez, liberam 27) I. Correta. A vida aquática superior volta a existir, desde que
o oxigênio para a atmosfera, sem se dissolver na água. Além as águas sejam limpas.
disso, o “tapete” de algas dificulta a penetração de luz e II. Correta. Os dejetos orgânicos são decompostos, inicial-
impossibilita a fotossíntese nas zonas inferiores, reduzindo a mente, por decompositores aeróbios, levando ao deficit
produção de O2, provocando a morte de vegetais submersos de O2 dissolvido na água. Nessas condições, só sobrevi-
e aumentando o número de decompositores. vem os decompositores anaeróbios.
Resposta: D III. Falsa. As comunidades biológicas alteram-se ao longo do
processo de recuperação do rio.
21) As bactérias aeróbias utilizam oxigênio para a respiração, Resposta: D
diminuindo a quantidade de oxigênio dissolvido na água.
Resposta: A

22) O petróleo forma, na superfície da água, uma película


impermeabilizante que impede a troca de oxigênio e gás
carbônico entre a água e a atmosfera. Isso provoca a asfixia
dos animais e impossibilita a realização da fotossíntese por
parte dos vegetais do plâncton.

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CAPÍTULO
Biologia Animal

15 OS PORÍFEROS

As esponjas são animais primitivos sésseis


encontrados em ambientes marinhos e de água doce.
Apresentam uma célula típica do grupo: o coanócito.
Não possuem tecido verdadeiro.

1. Características gerais
As esponjas são animais sésseis, de forma variada, É constituído por espículas calcáreas e silicosas.
assimétrica ou com simetria radiada. As paredes do corpo
possuem numerosos poros. Não há órgãos e apêndices.
Externamente, o corpo das esponjas é revestido por É constituído por uma rede de fibras de espongina
uma camada de células achatadas, os pinacócitos. (uma escleroproteína). A esponja de banho é apenas o es-
Possuem um esqueleto interno formado por espículas queleto orgânico de esponja.
cristalinas ou fibras orgânicas.
O sistema digestório não existe. A digestão é exclu-
UNIDOS PARA SEMPRE
sivamente intracelular.
O sistema excretor não existe. As células eliminam por
difusão seus catabólitos, diretamente para o meio externo. Algumas espécies de esponjas Euplectella sp
O sistema respiratório não existe. A respiração é apresentam uma relação interessante com uma
aeróbia. Cada célula realiza diretamente com o meio as espécie de camarão.
Um casal de camarões jovens penetra na
trocas respiratórias.
esponja, vivendo no átrio.
As esponjas não possuem sistema circulatório ver- Quando adultos, não conseguem mais sair
dadeiro. do interior do porífero, permanecendo dentro
A reprodução é assexuada, feita por brotamento, da esponja até a morte.
regeneração e gemulação; e sexuada, produzindo uma Depois da morte da esponja, resta apenas
larva ciliada. seu endoesqueleto, contendo internamente os
Elas também não possuem sistema nervoso. esqueletos dos camarões.
No Japão e nas Filipinas, é costume dar como
presente de casamento essa combinação, com
2. Habitat
votos de que a união conjugal seja eterna.
São animais aquáticos, predominantemente marinhos.
Vivem nos mares, em qualquer profundidade, fixados em
rochas ou no solo submarino. Apenas uma família, a 4. Tipos de estrutura
Spongilidae, vive na água doce, em grande distribuição.
Entre os poríferos, distinguem-se diversos tipos de or-
ganização estrutural. O tipo mais simples é chamado áscon;
3. Esqueleto o intermediário, sícon; e o mais evoluído, lêucon ou rágon.
É o principal caráter para a classificação das espon-
Áscon → Sícon → Lêucon
jas. É interno, situando-se entre as duas camadas celula-
res. Pode ser mineral e/ou orgânico. Sequência evolutiva das estruturas das esponjas.

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5. Organização
estrutural do tipo áscon

Corte longitudinal de áscon.


Áscon – aspecto geral.

A forma primitiva dos espongiários é a de um tubo


ou vaso, fixado no substrato. Na extremidade apical, apa- São células alongadas e contráteis, que formam um
rece uma grande abertura — o ósculo —, que serve para esfíncter em torno dos poros e do ósculo.
a saída da água que continuamente atravessa o corpo da
esponja. A parede do corpo é provida de um grande nú-
mero de poros (daí o nome porífero), através dos quais
penetram água e partículas alimentares. No mesênquima, aparecem numerosos amebócitos,
isto é, células que possuem movimento ameboide, rea-
6. Organização lizando várias funções e podendo ser divididos em:
citológica do áscon • escleroblastos – células que secretam as espículas
No áscon, bem como nos outros dois tipos, não exis- minerais. Cada eixo de espícula é formado por um escle-
tem órgãos diferenciados, mas se distinguem diversos ti- roblasto;
pos celulares adaptados a determinadas funções. A parede
do corpo é formada por duas camadas celulares. A cama- • arqueócitos – amebócitos que realizam várias fun-
da mais externa é a dermal, e a mais interna, denominada ções: recebem, digerem e fazem circular o alimento,
gastral. Entre as duas camadas celulares, há um mesên- além de formar elementos reprodutivos (espermatozoides,
quima gelatinoso. A cavidade central do corpo é chama- óvulos e gêmulas).
da átrio ou espongiocela. Nas duas camadas celulares e
no mesênquima, encontramos os seguintes tipos celulares:

São células achatadas que, justapostas, formam a ca-


mada dermal.

São células flageladas e providas de um colarinho,


uma formação membranosa que envolve o flagelo. Re-
vestem a cavidade atrial e constituem a camada gastral.

São células tubulosas, percorridas por uma perfu-


ração cônica. São essas perfurações dos porócitos que
constituem os numerosos poros que ligam o átrio ao meio
externo. Detalhes das esponjas: as setas indicam o trajeto da água.

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7. Organização
estrutural do tipo sícon
Observada externamente, apresenta-se como uma
urna alongada, fixada pela extremidade inferior. O óscu-
lo, bem alargado, aparece na extremidade superior, cir-
cundado por uma coroa de espículas longas e afiladas. A
superfície do corpo possui numerosas elevações ou papi-
las, das quais saem pequenas espículas. Entre as papilas Organização citológica do sícon.
aparecem os poros.
9. Organização
estrutural do tipo lêucon

Organização do sícon. Lêucon (organização).

Cortada longitudinalmente, apresenta a parede do É o tipo mais evoluído, cujo átrio é reduzido, enquanto
corpo espessa e com uma série de dobras, formando cur- a parede do corpo é bastante desenvolvida e percorrida por
tos canais horizontais. Distinguimos dois tipos de canais: um complicado sistema de canais e câmaras. Os coanócitos
inalantes e exalantes. Os primeiros se abrem na superfí- encontram-se revestindo internamente câmaras esféricas,
cie externa e terminam em fundo cego. Os canais exalan- também denominadas vibráteis, interpostas num sistema de
tes são internos e desembocam no átrio. canais. Os canais que partem dos poros e atingem as câma-
ras transportando água são denominados inalantes ou afe-
rentes.
Das câmaras saem os canais exalantes ou eferentes
que atingem o átrio.

10. Organização
citológica do lêucon
Os coanócitos só aparecem nas câmaras vibráteis. Os
pinacócitos revestem a superfície externa, o átrio e os
diversos canais. No desenvolvimento do mesênquima,
Tipos de simetria do corpo. encontramos amebócitos e espículas.

8. Organização
citológica do sícon
A superfície externa e os canais inalantes são reves-
tidos pela camada dermal, formada por pinacócitos. A
espongiocela também é revestida por pinacócitos, fican-
do os coanócitos limitados aos canais exalantes. O me-
sênquima gelatinoso é bem mais desenvolvido do que no
áscon; contém amebócitos e espículas.
Organização citológica do lêucon.

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11. Nutrição das esponjas


A água que continuamente circula pela esponja traz
alimento, oxigênio e remove os produtos do catabolismo.
O alimento é constituído por plâncton (animais e vege-
tais microscópicos), além de partículas orgânicas. A cap-
tura dos alimentos é feita pelos coanócitos.
O flagelo, ao vibrar, atrai as partículas alimentares,
que são fagocitadas na base do colarinho, formando-se
em torno delas um vacúolo digestório. A digestão nem
sempre é feita pelos coanócitos. Muitas vezes, o alimen-
to por eles capturado é passado a um amebócito, que se
encarrega da digestão. As células que não fagocitam Gemulação.
recebem o alimento digerido por amebócitos. As substân-
cias ejetadas ou excretadas pelas células caem na corren- Quando as condições ambientais são novamente favorá-
te líquida e são eliminadas. Não existem órgãos respira- veis, os arqueócitos saem da gêmula, reúnem-se e formam
tórios. Todas as células respiram absorvendo o oxigênio novas esponjas. A gemulação é encontrada em todas as es-
dissolvido na água e nela eliminando o gás carbônico. ponjas de água doce e em algumas espécies de água salgada.

HIGIENE
12. Reprodução
Há esponjas de diferentes origens que auxi-
liam a vida dos seres humanos.
É feita por regeneração, brotamento e gemulação. O endoesqueleto orgânico de alguns porí-
feros, animais com poros, já foi e continua sendo
Regeneração utilizado pelo homem no banho.
As esponjas apresentam elevado poder de regenera- As fibras de fruto de uma planta angiosper-
ção. Partes do corpo acidentalmente perdidas, por exem- ma, denominada bucha, atualmente são muito
plo, são facilmente regeneradas. Evidencia-se a capaci- utilizadas na higiene do corpo humano, ao to-
dade regenerativa das esponjas na seguinte experiência: mar seu banho.
uma esponja é passada através de uma fina rede, dividin- O ser humano produz, atualmente, muitas es-
ponjas artificiais, com múltiplas utilidades, como
do-se em numerosas células e agregados celulares. As cé-
facilitar a lavagem de louças, encerar o carro,
lulas isoladas, através de movimentos ameboides, entram
esfoliar a pele ao banhar-se, servir de preenchi-
em contato, formando pequenas massas celulares que mento em colchões, sofás etc.
podem regenerar novas esponjas. A grande capacidade de Tanto as esponjas naturais como as artificiais
regeneração é utilizada na cultura de esponjas de banho. podem acumular bactérias. Elas necessitam de
higienização constante.
Não devem ser deixadas em água parada na
Brotamento pia, no chão do banheiro, encharcadas com água,
Numerosas esponjas formam expansões do corpo, com sabão e restos orgânicos.
denominadas brotos. Inicialmente, o broto é formado por O ideal é que seja de uso individual no banho,
e não coletivo, sendo indispensável ser tratadas
um grupo de arqueócitos, que entram em divisão e dife-
com duas colheres de água sanitária, por pelo
renciação. Normalmente, os brotos permanecem ligados
menos trinta minutos, antes do seu uso inicial.
ao indivíduo materno, originando uma colônia.

Gemulação
Em certas esponjas, formam-se gêmulas — estruturas As esponjas podem ser monoicas (hermafroditas) e
de reprodução — constituídas por arqueócitos, envolvidos dioicas (unissexuadas). Não existem órgãos reproduto-
por uma membrana resistente revestida por anfidiscos. res: óvulos e espermatozoides formam-se a partir dos ar-
Quando nos países quentes as águas secam, ou nos países queócitos. A fecundação é interna e indireta — o óvulo per-
frios a temperatura cai, as esponjas de água doce morrem, manece no mesênquima e é fecundado pelo espermato-
desintegram-se, deixando as gêmulas em vida latente. zoide de outra esponja. A fecundação é chamada indireta,
porque o espermatozoide não penetra diretamente no óvulo.
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As esponjas apresentam desenvolvimento indireto, e perfurada por numerosos poros; cavidades internas
passando pela larva anfiblástula, que fica sendo deno- revestidas por coanócitos; esqueleto calcáreo, silicioso
minada Olynthus quando se fixa. ou córneo; 5 000 espécies.

Classe 1
Calcárea (Calcispongiae)
Esponjas com esqueleto calcáreo formado por espí-
culas monoaxônicas, trirradiadas e tetraxônicas.

Classe 2
Hexactinellida ou Triaxonida (Hyalospongiae)
Esponjas com espículas silicosas triaxônicas.
Anfiblástula em corte longitudinal. Exemplo: Euplectella aspergillum (vulgarmente cha-
mada cesto de vênus).
13. Sistemática
Classe 3
Demospongiae
São animais pluricelulares, sempre aquáticos e Esqueleto de espículas silicosas, de fibras de espon-
sésseis; em geral formam colônias de forma variada; gina ou de ambos.
apresentam parede do corpo com duas camadas celulares Exemplo: Espongia sp (esponja de banho).

1. (UFRG – MODELO ENEM) – Analise o esquema de dobramento 2. (UFSM) –


das paredes do corpo dos diferentes tipos morfológicos dos Po-
ríferos. As superfícies recobertas por coanócitos são aquelas em
que visualizamos os flagelos, e as flechas representam o sentido
da corrente d’água proporcionada pela agitação desses flagelos.

Sobre os tipos de esponjas, são feitas quatro afirmativas.


I. O tipo Asconoide impõe um limite no tamanho da esponja,
pois um átrio muito grande, com um pequeno número de coa-
nócitos, acarreta um baixo aproveitamento do alimento car- (J. L. Soares. Biologia. Os seres vivos, estrutura e funções.
reado com a água. São Paulo: Scipione, vol. 2, 2000. p. 91.)
II. As esponjas do tipo Siconoide podem alcançar maior tamanho
que as dos outros tipos. Considere as afirmações sobre o desenho:
III. As esponjas do tipo Leuconoide são as que apresentam maior I. A seta 1 aponta para uma cavidade do tipo pseudoceloma.
capacidade de filtração e retenção dos alimentos trazidos com II. O organismo se reproduz por alternância de gerações e de
a corrente d’água. formas.
IV. As esponjas do tipo Leuconoide possuem maior número de III. As setas 2 e 3 apontam, respectivamente, para um coanócito
coanócitos e menor átrio, se as compararmos com outras de e um porócito.
tipos morfológicos diferentes mas de mesmo tamanho. Está(ão) correta(s)
a) apenas I. b) apenas II. c) apenas I e III.
Quais afirmativas estão corretas? d) apenas II e III. e) apenas III.
a) Apenas I e II. b) Apenas I, II e IV. Resolução
c) Apenas I, III e IV. d) Apenas II, III e IV. I está errada, porque o átrio não é revestido por tecidos
e) I, II, III e IV. verdadeiros.
Resolução II está errada. Polimorfismo e metagênese ocorrem nos cnidários,
A afirmação II está errada, porque as mais evoluídas são leuconoides. como veremos no próximo capítulo.
Resposta: C Resposta: E

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3. (UFSC) – O filo porífera é representado pelas esponjas. Na figura 5. Como é denominada e qual a função da estrutura 1, assinalada a
a seguir, as letras A, B e C referem-se aos aspectos reprodutivos seguir? Em que filo animal ela ocorre?
destes animais.

Julgue os itens abaixo, indicando os verdadeiros e justificando os


falsos.
I. A representa um tipo de reprodução assexuada. 6. O desenho refere-se a um corte longitudinal de uma esponja:
II. B representa um tipo de reprodução sexuada.
III. C representa, pela presença de células sexuais, a reprodução
sexuada.
IV. A é denominado brotamento.
V. Para a formação do ovo em C, deve ocorrer a fecundação.
VI. Em A e B, os organismos produzidos por estes mecanismos
possuem diferenças genéticas em relação ao indivíduo que
lhe deu origem.
VII. O fenômeno apresentado em C possibilita o aumento da
variabilidade entre as esponjas.

4. (MODELO ENEM) – As esponjas são animais aquáticos, sésseis,


de forma variada, assimétrica ou com simetria radiada. Apre-
sentam numerosos poros nas paredes do corpo. Não possuem
órgãos, apêndices e tecidos verdadeiros.
Externamente o corpo das esponjas é revestido por uma camada
de células achatadas, os pinacócitos.
Possuem um esqueleto interno formado por espículas cristalinas Pergunta-se:
e/ou fibras orgânicas. a) Qual é o habitat desse animal?
A digestão é exclusivamente intracelular. b) Que células realizam sua digestão?
As células eliminam por difusão seus catabólitos, diretamente c) Qual é o seu tipo estrutural?
para o meio externo. d) Que células funcionam como “válvulas” na entrada e na saída
A respiração é aeróbia. Cada célula realiza diretamente com o de água desse animal?
meio as trocas respiratórias.
As esponjas não possuem sistema circulatório verdadeiro. A
7. (MED. TAUBATÉ) – Invertebrados fixos, sem órgãos, com diges-
reprodução é assexuada, por brotamento, regeneração e/ou ge-
mulação; e sexuada, produzindo uma larva ciliada. tão exclusivamente intracelular, com larva ciliada livre-natante.
Elas não possuem sistema nervoso. Trata-se de
a) protozoários.
De acordo com o texto e usando os seus conhecimentos, assinale b) espongiários.
a alternativa verdadeira: c) equinodermas.
a) A esponja não possui estruturas celulares. d) nematelmintes.
b) A digestão da esponja é intracelular porque ocorre na cavidade e) celenterados.
intestinal, dentro do corpo.
c) Todas as esponjas são marinhas. 8. (CARLOS CHAGAS) – Células que revestem externamente as
d) As esponjas apresentam somente reprodução assexuada. esponjas e as que revestem a espongiocela são, respectivamente,
e) As esponjas são animais pluricelulares que não possuem a) amebócitos e espículas.
tecidos verdadeiros, órgãos e sistemas funcionais. b) pinacócitos e coanócitos.
c) coanócitos e pinacócitos.
d) arqueócitos e espículas.
e) pinacócitos e amebócitos.

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9. O desenho a seguir representa seres vivos do reino animal: 12. (UEL) – Invertebrados sésseis, sem órgãos e sem tecidos, com
digestão exclusivamente intracelular, são classificados como
a) esponjas. b) anêmonas-do-mar.
c) lírios-do-mar. d) cracas.
e) mexilhões.

13. (FATEC) – A digestão dos poríferos (esponjas) é intracelular e


realizada por células chamadas
a) arqueócitos. b) porócitos.
c) coanócitos. d) pinacócitos.
e) amebócitos.

14. (UFPR – modificado) – Dois estudantes de Biologia encontraram


Não apresenta(m) tecido(s) verdadeiro(s) no mar, próximo à praia, um organismo que nunca tinham visto
a) apenas o 1. antes, mas que pelos seus conhecimentos prévios supuseram
b) apenas o 2. que poderia ser um porífero ou um cnidário. Como eles devem
c) apenas o 3. proceder para decidir a qual grupo pertence esse organismo?
d) apenas 1 e 4. a) Verificar se é unicelular ou pluricelular.
e) apenas 2, 3 e 4. b) Verificar se é um procarioto ou um eucarioto.
c) Descobrir se ele é séssil ou se se desloca num substrato.
10. São sedentários, bentônicos, possuem gêmulas para a reprodu- d) Descobrir se ele é predominantemente aquático ou terrestre.
ção, coanócitos para a digestão e espículas para a sustentação os e) Verificar se possui tubo digestório.
a) espongiários.
b) celenterados. 15. O desenho a seguir representa um tipo estrutural de um animal
c) moluscos. porífero.
d) anelídeos.
e) nematoides.

11. (UFMS) – Nos poríferos, o mesênquima é uma massa gelatinosa,


onde estão imersos elementos de sustentação, e os __________
são células de formato irregular que se movimentam por pseudó-
podos. Dentre outras funções, essas células participam na forma-
ção do esqueleto através dos(das) ____________ e na distribuição
dos nutrientes obtidos na digestão executada pelos ___________.

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.


a) coanócitos – espículas – pinacócitos.
b) amebócitos – pinacócitos – coanócitos. a) Como é denominado esse tipo estrutural?
c) amebócitos – espículas – coanócitos. b) É mais ou menos evoluído que os demais tipos estruturais
d) pinacócitos – amebócitos – porócitos. encontrados nas esponjas? Justifique.
e) porócitos – pinacócitos – amebócitos.

3) Verdadeiros: I, III, IV, V e VII. 9) 1 é parazoário. Os poríferos não possuem tecido verdadeiro.
Falsos: O item II é falso, pois a regeneração é um processo as- 2, 3 e 4 são metazoários.
sexuado. O item VI é falso, porque a reprodução assexuada Resposta: A
produz descendentes geneticamente idênticos.
10) São características dos espongiários (esponjas).
4) Os poríferos possuem apenas um conjunto de células, são Resposta: A
parazoários.
Resposta: E 11) Resposta: C

5) Trata-se de uma espícula, estrutura esquelética das esponjas, 12) Os poríferos não formam tecidos verdadeiros e órgãos.
animais pertencentes ao filo dos poríferos. Resposta: A

6) a) É aquático marinho ou de água doce. Séssil, fixo ou 13) Os coanócitos digerem as partículas alimentares filtradas
sedentário. É bentônico, porque vive no fundo. pelas esponjas.
b) Coanócitos e amebócitos realizam a digestão intracelular. Resposta: C
c) Áscon.
d) Miócitos. 14) Diferentemente dos poríferos, como veremos no próximo
capítulo, os cnidários, por exemplo a água-viva, apresentam
7) São características dos poríferos ou espongiários. um tubo digestório, denominado cavidade gastrovascular.
Resposta: B Resposta: E

8) Os pinacócitos são células de revestimento. Os coanócitos 15) a) Lêucon ou rágon.


realizam a digestão intracelular. b) É mais evoluído do que o áscon e o sícon, porque possui
Resposta: B maior superfície de filtração, associada a maior quan-
tidade de coanócitos.

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CAPÍTULO
Biologia Animal

25 OS CELENTERADOS OU CNIDÁRIOS

Recife mostrando uma grande


variabilidade de animais do filo dos cnidários,
seres vivos urticantes.

1. Características gerais O BRANQUEAMENTO DOS RECIFES

Animais de simetria radiada. Distinguem-se, nesse A maravilhosa cor dos recifes de coral é uma
grupo, animais de dois tipos morfológicos: o pólipo (ge- consequência da associação desse cnidário com
ralmente sedentário) e a medusa (geralmente livre). algas denominadas zooxantelas.
Vivendo endossimbioticamente com o coral,
a alga, protista autótrofo, cede ao cnidário pro-
dutos orgânicos (alimentos) produzidos na fo-
tossíntese e é, também, a responsável por sua
coloração.
O coral protege a alga, cedendo-lhe CO2,
fósforo e produtos nitrogenados.
A destruição dessas algas faz o recife bran-
quear, destacando o exoesqueleto calcáreo do
Polimorfismo nos celenterados. Presença de uma forma lembrando um tubo,
o pólipo, e de outra lembrando a parte superior de um paraquedas aberto, a coral. A causa da morte das algas, autótrofos en-
medusa. dossimbiontes, pode ser decorrente de diferentes
fatores, como do estresse local, do vazamento de
petróleo, dos furacões, dos maremotos, das erup-
ções vulcânicas, dos tsunâmis e até mesmo da
São diblásticos; o corpo apresenta apenas duas ca- atividade antropogênica, ou seja, humana.
madas celulares, uma epiderme externa (ectoderma) e A poluição ambiental, a destruição mecânica
uma gastroderme interna (endoderma). Entre as duas, en- dos recifes que são vendidos aos pedaços aos tu-
contramos a mesogleia, de consistência gelatinosa. Pre- ristas, a pesca predatória, a sedimentação podem
sença de cnidoblastos nas duas camadas celulares. também estar relacionadas ao branqueamento
dos recifes de coral.
Acredita-se que o aquecimento global devido
ao efeito estufa seja um dos principais respon-
Epiderme formada por uma camada celular contendo sáveis por esse branqueamento.
fibras musculares.

Boca circundada por tentáculos e ligada a uma ampla


Os antopólipos podem secretar um exoesqueleto cór- cavidade digestória, saculiforme, simples ou dividida por
neo ou calcáreo. septos; ausência de ânus; digestão extra e intracelular.

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4. Classificação
Phylum Coelenterata
Classe 1 – Hydrozoa
Ordem 1 – Hydroida
Ordem 2 – Siphonophora
Classe 2 – Scyphozoa
Classe 3 – Anthozoa

5. Estudo dos hidrozoários

Ordem 1 – Hydroida – Pólipos sempre bem desen-


volvidos e geralmente coloniais; medusas reduzidas,
Hydra e Obelia.
Hydra, mostrando a cavidade gastrovascular. A hidra é de água doce e vive de maneira solitária,
sendo capaz de se movimentar ativamente. O compri-
mento varia de 10 a 30 milímetros. A cor verde apresen-
Não existe. As células realizam as trocas respirató- tada pelo animal é determinada por zooclorelas, que
rias diretamente com o meio externo. A respiração é sem- vivem em simbiose, nas células endodérmicas.
pre aeróbia.

O corpo é um tubo alongado, tendo no polo apical a


boca, situada na extremidade de uma expansão cônica, o
Não existe. As células eliminam diretamente no meio
hipóstoma, e circundada por 4 a 12 tentáculos. A extre-
externo as substâncias de excreção.
midade inferior do corpo é fechada e alargada, formando
um pé ou disco basal, usado para locomoção e fixação no
substrato.
Não existe.

É do tipo difuso, constituído por uma rede de células Quando o animal é cortado longitudinalmente, nota-
nervosas, situadas na mesogleia. Primeiros animais que mos a existência de uma grande cavidade central, cha-
apresentam o arco reflexo. Existência de células fotos- mada ênteron ou cavidade gastrovascular, comunicada
sensíveis e estatocistos. com cavidades existentes nos tentáculos. A boca é a úni-
ca abertura que comunica o ênteron com o exterior. A
parede do corpo compõe-se de uma camada externa, a
Geralmente, é feita por alternância de geração (meta- epiderme, e outra interna, a gastroderme, ambas consti-
gênese), em que o pólipo representa a fase assexuada e a tuídas por um só estrato de células.
medusa, a fase sexuada. Espécies monoicas e dioicas; fe- Entre as duas camadas, existe uma delgada lamela de
cundação externa e interna; existência de gônadas, des- sustentação, a mesogleia, de natureza gelatinosa, secretada
providas de ductos genitais; presença de larva ciliada pelas duas camadas celulares. Vários tipos celulares são
chamada plânula. encontrados na epiderme e na gastroderme. Assim, temos:

Células epiteliomusculares ou mioepiteliais


2. Habitat São células cilíndricas que possuem uma base alar-
São todos aquáticos: marinhos ou de água doce. Ge- gada, contendo uma ou duas fibrilas contráteis. Na epi-
ralmente, vivem em colônias fixas ou móveis. derme, tais células aparecem dispostas longitudinalmen-
te, executando duas funções: proteção e movimento.
3. Tamanho Contraindo-se ou distendendo-se, as células epiteliomus-
culares funcionam como musculatura longitudinal, ser-
Os pólipos são geralmente microscópicos e os maio-
vindo para encurtar o corpo e os tentáculos.
res não ultrapassam alguns milímetros. As medusas va-
riam de 10 milímetros de diâmetro até 2 metros.
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por baixo do opérculo e forma, no interior da vesícula,


um longo filamento enrolado em espiral. No interior do
nematocisto, existe um líquido urticante ou então viscoso
(hipnotoxina).

Corte longitudinal de Hydra.

Cnidoblastos, células urticantes dos cnidários.

Células sensoriais
São delgadas, tendo no polo apical um curto basto-
nete sensorial. Por intermédio da base, entram em
contato com uma rede de células nervosas.

Células nervosas
Apresentam numerosos prolongamentos, através dos
quais se forma uma rede nervosa adjacente à mesogleia.
Por meio de seus prolongamentos, as células nervosas
entram em comunicação com as células sensoriais e mus-
Anatomia interna de uma Hydra sp, animal do filo dos celenterados e da culares.
classe dos hidrozoários.

Células epiteliodigestivas ou nutritivomusculares Células intersticiais


Possuem a mesma forma das anteriores e aparecem São células pequenas e indiferenciadas que aparecem
na gastroderme, dispostas transversalmente, funcionando entre as células epidérmicas, podendo ser transformadas
como musculatura circular. Pela contração, reduzem o em nematocistos, brotos ou células sexuais; poucas
diâmetro do corpo que, consequentemente, aumenta em células intersticiais são encontradas na gastroderme.
comprimento.

Células glandulares A hidra é um animal carnívoro, ingerindo principal-


Aparecem na epiderme e na gastroderme; são mente microcrustáceos, larvas de insetos e de macrocrus-
alongadas, bulbosas e secretam muco e enzimas. táceos.
A digestão é extra e intracelular.
Cnidoblastos, cnidas ou cápsulas urticantes
A forma geral de um cnidoblasto é a de um cálice de
pé comprido, fechado, na extremidade superior, onde há
um pequeno prolongamento pontiagudo, o cnidocílio. No As substâncias tóxicas produzidas pelo metabolismo
interior da parte alargada do cnidoblasto, encontra-se o celular são eliminadas por meio da difusão. As células da
nematocisto, uma diferenciação de estrutura bastante epiderme eliminam-nas na água ambiente, e as da gastro-
complexa. O nematocisto é uma vesícula ovoide, com derme, na água que preenche a cavidade gastrovascular e
parede dupla, constituída por uma membrana interna, que será eliminada pela boca.
delgada, e uma externa mais forte e elástica que forma o
opérculo, uma pequena tampa, que fecha a abertura
superior do nematocisto. A membrana interna evagina-se Ocorre por simples difusão. São aeróbios.
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Os testículos são expansões cônicas no interior dos


quais se formam os espermatozoides. O ovário é uma ex-
É do tipo difuso, por não apresentar gânglios, isto é,
pansão arredondada, contendo um único óvulo. O em-
centros coordenadores das funções nervosas. Esse sis-
brião destaca-se do corpo materno, sendo revestido por
tema, bastante rudimentar, é constituído por uma rede de
um cisto. O desenvolvimento é direto, ou seja, não existe
células situadas entre a epiderme e a mesogleia.
estágio larvário; do interior do cisto, sai uma hidra jovem.
Espalhadas pela epiderme, gastroderme e especial-
mente nos tentáculos, encontramos células sensoriais
ligadas às células nervosas. De maneira idêntica, obser-
vamos as células nervosas comunicadas com as fibrilas Na Obelia sp ocorre uma alternância de gerações ou
das células musculares. Os três tipos celulares formam metagênese. As hidromedusas constituem a fase sexuada.
um mecanismo sensoneuromotor, onde as células sen- São dioicas e formam as gônadas, junto dos canais ra-
soriais recebem o estímulo, as nervosas conduzem e as diais. A fecundação é externa. O zigoto desenvolve-se
musculares reagem, produzindo pela primeira vez na originando uma larva ciliada, denominada plânula. A plâ-
escala animal um arco reflexo simples. nula fixa-se e origina um pólipo, que por brotamento
(assexuadamente) forma nova colônia.

Sistema nervoso da Hydra.


Metagênese na Obelia sp.

6. Ordem Siphonophora
Pode ser assexuada e sexuada.
São colônias natantes polimórficas, com vários tipos
Reprodução assexuada de medusas; marinhas (principalmente em mares quen-
É feita por brotamento e regeneração. tes). A colônia adulta apresenta os seguintes indivíduos:
Brotamento – As células intersticiais, por divisão e
diferenciação, produzem uma expansão lateral chamada
broto.
Regeneração – Se uma hidra for cortada em duas ou É uma medusa que apresenta uma vesícula cheia de
ar, funcionando como órgão flutuador.
mais partes, cada uma poderá regenerar uma completa e
pequena hidra.

É um pólipo, usado para a apreensão do alimento.

É medusoide, funcionando na propulsão da colônia.

Reprodução assexuada.
Apresenta cnidoblastos.
Reprodução sexuada
A maioria das espécies é dioica, existindo um peque-
no número de espécies monoicas. As gônadas são estru-
É um pólipo protetor de outros indivíduos da colônia.
turas temporárias que se formam a partir de células inters-
ticiais, aparecendo como expansões na parede do corpo.
171
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É um pólipo encarregado da reprodução da colônia.

Pólipos de
antozoários
(corais).

Na ordem madreporária, encontramos os verdadeiros


corais. Os corais são coloniais, com esqueleto calcáreo e
responsáveis pela formação dos recifes, barreiras e atóis.

Organização básica de um sifonóforo.

7. Classe 2 – Scyphozoa
Tem como forma predominante as cifomedusas, ori-
ginadas de um estado poliploide, por meio de um pro-
cesso de estrobilização.
O cifopólipo possui quatro septos internos dividindo
o ênteron. As cifomedusas sem véu, com braços orais, Estrutura da anêmona-do-mar.
possuem gônadas formadas a partir da gastroderme. O
estado de pólipo pode faltar completamente, desenvol- ACIDENTES COM CNIDÁRIOS
vendo-se do ovo diretamente uma nova medusa.
Estudaremos, como exemplo típico, a Aurelia aurita.
O delicioso passeio do homem à praia pode
ser comprometido por “queimaduras” ocasio-
nadas pelos animais cnidários.
As terríveis toxinas presentes na água-viva po-
dem produzir vergões dolorosos na pele humana.
Recomenda-se o uso de bolsas de gelo, ou
seja, o resfriamento dos locais do corpo humano
que foram atingidos por essas toxinas, e a
utilização de medicamentos capazes de neutra-
lizar a ação desses venenos.
Alguns desses acidentes podem ocasionar
consequências muito graves, como náuseas, vômi-
Ciclo reprodutivo da Aurelia sp. tos, câimbras, edema de glote, desmaios, dificul-
dades respiratórias (hipóxia), arritmias cardíacas,
É chamada vulgarmente de água-viva. A água-viva, convulsões e até mesmo o choque anafilático.
provavelmente, é a cifomedusa mais frequente nas costas Ventos fortes no litoral, provenientes do mar
brasileiras. aberto, podem lançar um grande número de
Tais medusas flutuam nos mares, ou então nadam caravelas às praias, atingindo, simultaneamente,
lentamente, por contrações da umbela. muitos seres humanos.
São dioicas e apresentam fecundação interna. Apre- Os tentáculos da caravela podem alcançar
sentam a larva plânula. até trinta metros de comprimento e são carre-
gados de cnidoblastos, células urticantes. Podem
vitimar até os experientes mergulhadores.
8. Classe 3 – Anthozoa É importante usar luvas ou pinças na
Não apresentam medusa. Ocorrem pólipos isolados remoção desses tentáculos, utilizar as bolsas de
ou coloniais. Na ordem actinária, encontramos as actí- gelo no local atingido e procurar o auxílio mé-
nias (anêmonas-do-mar), que vivem isoladamente e não dico, dependendo dos sintomas apresentados.
apresentam esqueleto.

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1. (UFPEL) – Os cnidários são animais exclusivamente aquáticos de b) 1 (célula glandular) – 2 (célula nervosa) – 3 (célula sensorial) –
corpo mole ou gelatinoso, em sua maioria marinhos, de vida livre ou 4 (célula digestória) – 5 (cnidoblasto)
fixa, podendo viver em colônias ou isolados. A parede corporal c) 1 (célula nervosa) – 2 (cnidoblasto) – 3 (célula glandular) –
desses animais apresenta uma série de células especializadas e 4 (célula digestória) – 5 (célula sensorial)
responsáveis por diversas funções. Na figura a seguir, temos a d) 1 (célula nervosa) – 2 (cnidoblasto) – 3 (célula glandular) –
representação esquemática da estrutura celular do pólipo de uma 4 (célula sensorial) – 5 (célula digestória)
Hydra, onde observamos os diversos tipos de células com funções e) 1 (célula sensorial) – 2 (célula glandular) – 3 (cnidoblasto) –
as mais diversas, entre outras: protetora, digestória e sensitiva. 4 (célula digestória) – 5 (célula sensorial)

Resolução
1 – célula glandular secretora de enzimas digestórias;
2 – célula sensorial para a detecção de presas e inimigos naturais;
3 – célula nervosa que gera e transmite impulsos para as diversas
regiões do corpo do cnidário;
4 – cnidoblasto, célula urticante relacionada com a defesa e a captura
de presas.
5 – célula digestória responsável pela fagocitose e digestão de
partículas alimentares pré-digeridas na cavidade gastrovascular.
Resposta: A

2. (UNAERP – MODELO ENEM) – A capacidade de receber estí-


mulos do meio externo e reagir aos mesmos é uma característica
dos animais determinada pelo sistema nervoso. Escolha a opção
correta com relação a este sistema.
a) Os anelídeos apresentam sistema nervoso difuso.
b) Os celenterados apresentam sistema nervoso ganglionar ven-
tral.
c) Os moluscos apresentam sistema nervoso difuso.
(Amabis; Martho. Conceitos de Biologia. São Paulo: Moderna, d) Os poríferos não apresentam sistema nervoso.
2001. Adaptado.) e) Os equinodermos apresentam sistema nervoso difuso.
Baseado nos textos e em seus conhecimentos, indique Resolução
corretamente os nomes das células identificadas por números. As esponjas não possuem sistema nervoso.
a) 1 (célula glandular) – 2 (célula sensorial) – 3 (célula nervosa) – Resposta: D
4 (cnidoblasto) – 5 (célula digestória)

3. (FUVEST) – Os acidentes em que as pessoas são “queimadas” 4. (UNICAMP) – Os corais, espalhados por grande extensão de
por cnidários ocorrem com frequência no litoral brasileiro. Esses regiões tropicais dos oceanos e mares do globo terrestre, formam
animais possuem cnidoblastos ou cnidócitos, células que os recifes ou bancos de corais e vivem em simbiose com alguns
produzem uma substância tóxica, que é composta de várias tipos de algas. No caso do acidente no Golfo do México, o risco
enzimas e fica armazenada em organelas chamadas nemato- para os corais se deve
cistos. a) às substâncias presentes nesse vazamento, que matariam
Os cnidários utilizam essa substância tóxica para sua defesa e vários peixes que serviriam de alimentos para os corais.
captura de presas. b) ao branqueamento dos corais, causado pela quantidade de
a) Em que organela(s) do cnidoblasto ocorre a síntese das ácido clorídrico liberado juntamente com o óleo.
enzimas componentes da substância tóxica? c) à redução na entrada de luz no oceano, que diminuiria a taxa
b) Após a captura da presa pelo cnidário, como ocorrem sua de fotossíntese de algas, reduzindo a liberação de oxigênio e
digestão e distribuição de nutrientes para as células do corpo nutrientes que seriam usados pelos pólipos de corais.
do animal? d) à absorção de substância tóxica pelos pólipos dos cnidários,
formados por colônias de protozoários que se alimentam de
matéria orgânica proveniente das algas.
Texto para a questão 4.
5. (PUC-CAMP) – Se medusas marinhas forem colocadas em água
O vazamento de petróleo no Golfo do México, em abril de destilada, suas células irão
2010, foi considerado o pior da história dos EUA. O vazamento a) diminuir de volume.
causou o aparecimento de uma extensa mancha de óleo na b) aumentar de volume.
superfície do oceano, ameaçando a fauna e a flora da região. c) gastar energia para manter o turgor.
Estima-se que o vazamento foi da ordem de 800 milhões de litros d) eliminar água pelos vacúolos pulsáteis.
de petróleo em cerca de 100 dias. e) acumular sódio e potássio.

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6. A figura representa uma Hydra sp, animal cnidário. Em relação ao 12. (MED-SANTOS) – A “água-viva”, por exemplo, do gênero Aurelia,
animal, assinale a alternativa falsa: dentro da sistemática zoológica, se relaciona mais intimamente
a) às anêmonas-do-mar (Anthozoa).
b) às esponjas-do-mar (Demospongiae).
c) aos briozoários (Bryozoa).
d) aos equinodermas (Echinodermata).
e) aos moluscos (Mollusca).

13. As células de defesa, denominadas cnidoblastos ou cnidócitos,


são observadas nos animais
a) espongiários.
b) protozoários.
c) moluscos.
d) equinodermas.
a) É de água doce. e) cnidários.
b) É diblástico.
c) Possui tubo digestório incompleto.
d) Possui mesoderma.
e) Apresenta reprodução sexuada e assexuada. 14. (UFPR) – O sistema circulatório é um importante sistema de inte-
gração entre as diferentes regiões de um organismo, em função
do transporte de substâncias entre essas regiões. Em relação ao
7. (UnG-adaptada) – Qual das alternativas a seguir apresenta sistema circulatório, responda:
apenas organismos com tubo digestório completo? Como os cnidários sobrevivem sem esse sistema?
a) Cupim, coral, polvo e baleia.
b) Esponja, barata, polvo e baleia.
c) Minhoca, barata, polvo e tubarão.
d) Coral, formiga, estrela-do-mar e baleia. 15. Em uma praia há: anêmonas, cracas e mexilhões (fixos às rochas);
e) Planária, minhoca, água-viva e tubarão. medusas, camarões e peixes (nadando); esponjas (sedentárias, no
fundo do mar); corais formando recifes (dificultando a navegação).
Quais são os cnidários ou celenterados presentes nessa praia?
8. (UNISA – MODELO ENEM) – Nos _____________________ que
apresentam ciclo metagenético, o estágio ___________________
representa o ciclo sexuado e o estágio ___________________
representa a geração assexuada. 16. (PUC) – Os celenterados ou cnidários são animais aquáticos que
a) protozoários, esporogônico, esquizogônico. apresentam formas diferentes de acordo com o modo de vida. Es-
b) cifozoários, pólipo, medusa. tas formas estão esquematizadas em corte longitudinal mediano.
c) celenterados, medusa, pólipo.
d) poríferos, áscon, lêucon.
e) celenterados, pólipo, medusa.

9. Estrobilização é comum nas


a) esponjas calcáreas.
b) nos cifozoários entre as medusas.
c) em todos os celenterados.
d) nos pólipos dos cifozoários.
e) apenas entre os antozoários. a) Como são denominadas as formas I e II?
b) Dê exemplos de um animal que apresenta a forma de corpo I
e de um que apresenta a forma II.

10. (MED-TAUBATÉ) – Assinale a alternativa que se refere a uma


medusa modificada, adaptada à flutuação, encontrada em algu-
mas colônias polimórficas de hidrozoários. 17. O que representa o desenho a seguir? Esse celenterado possui
a) Gastrozoide. ou não polimorfismo? Justifique.
b) Dactilozoide.
c) Gonozoide.
d) Pneumatóforo.
e) Nectóforo.

11. (UFSC) – Analise os itens propostos relacionados com os celen-


terados, indicando as frases corretas e as erradas.
I. Apresentam uma forma típica chamada pólipo. Em conse-
quência, todos são fixos a um substrato.
II. Um dos tipos de reprodução deste filo é a metagênese, pro-
cesso em que ocorre alternância de gerações.
III. Medusas são formas sexuadas desse filo, embora possam
reproduzir-se assexuadamente, por estrobilização.
IV. Não existem formas coloniais.
V. A maioria das espécies possui uma estrutura de defesa de-
nominada cnidoblasto.

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18. (PUC) – Uma colônia de pólipos forma, por brotamento, pequenas 22. (UNISA) – Em Hydrozoa, ocorre o fenômeno de “Alternância de
medusas. Estas liberam gametas no ambiente, onde ocorre a Gerações” com as formas pólipo e medusa, que correspondem,
fecundação. Do zigoto, surge uma larva ciliada, que dá origem a respectivamente, às formas de reprodução:
uma nova colônia de pólipos. a) ambas assexuadas.
A descrição acima refere-se a um b) assexuada e sexuada.
a) cnidário, que apresenta alternância de gerações. c) ambas sexuadas.
b) cnidário, que apresenta exclusivamente reprodução sexuada. d) sexuada e assexuada.
c) espongiário, que apresenta exclusivamente reprodução sexua- e) ambas, simultaneamente sexuada e assexuada.
da.
d) espongiário, que apresenta alternância de gerações.
e) platielminte, que apresenta reprodução sexuada e assexuada, 23. (UFRJ) – Os esquemas a seguir mostram os ciclos de vida de
sem alternância de gerações. dois organismos que apresentam alternância de gerações, um
celenterado e uma planta, com a indicação do ponto onde ocorre
a fecundação. No esquema do celenterado, as etapas são
19. (FUND. CARLOS CHAGAS) – O esquema abaixo representa o designadas por letras, no da planta, por números.
ciclo vital de certos celenterados.

Através dele podem-se fazer todas as afirmações, exceto:


a) A geração assexuada é fixa e colonial.
b) Estes celenterados apresentam metagênese e polimorfismo.
c) A geração sexuada é livre e constituída de indivíduos isolados.
d) O desenvolvimento é indireto.
e) Sucedem-se em épocas diferentes do ano gerações sexuadas
e assexuadas.

20. (UNESP) – Recentemente, constatou-se um novo efeito desas-


troso do excesso de gás carbônico: os mares estão ficando mais
ácidos. As alterações no pH marítimo levam à redução do plânc-
ton, e ameaçam aniquilar os recifes de corais.
(Veja, 21 jun. 2006.)

Estabeleça relações entre a destruição do plâncton e a ameaça à


vida de animais marinhos e terrestres.

21. Quais são as funções dos cnidoblastos, representados no


desenho a seguir?

a) Indique, em cada esquema, a etapa em que ocorre a meiose.


b) Identifique a ploidia (haploide ou diploide) de cada um dos
quatro indivíduos (pólipo, medusa, esporófito e gametófito)
indicados nos ciclos.

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3) a) As enzimas são proteínas sintetizadas nos ribossomos. 13) Os cnidoblastos ocorrem nos cnidários.
b) As presas são digeridas na cavidade gastrovascular, por Resposta: E
via enzimática (digestão extracelular), e no interior das
células, por atividade de enzimas lisossômicas (digestão
intracelular). A distribuição do alimento se faz por difusão 14) Os cnidários possuem uma cavidade gastrovascular que
de célula para célula, uma vez que esses animais não facilita o transporte, por simples difusão, de nutrientes.
possuem sistema circulatório verdadeiro.

15) Anêmonas, medusas e corais são celenterados ou cnidários.


4) Na ausência de luz, as algas não realizam a fotossíntese e o
coral não recebe, destes protoctistas, seu alimento orgânico.
Resposta: C
16) a) Respectivamente: pólipo e medusa.
b) Hydra sp e Aurelia sp (água-viva).
5) Os cnidários são hipertônicos em relação à água destilada.
Recebem água por osmose, aumentando o seu volume.
17) Trata-se da metagênese da Obelia sp. Apresenta polimorfis-
Resposta: B
mo, ou seja, formas diferentes, que são os pólipos e as medu-
sas.
6) Os cnidários, como a Hydra sp, são diblásticos. Não possuem
mesoderma.
18) A descrição refere-se ao ciclo de vida de um celenterado ou
Resposta: D
cnidário (por exemplo, Obelia sp), apresentando metagênese,
ou seja, alternância de gerações.
Resposta: A
7) Poríferos (esponjas) não possuem tubo digestório. Celentera-
dos (coral e água-viva) possuem tubo digestório incompleto.
Não apresentam o ânus.
19) O esquema não permite concluir que o brotamento e a fe-
Resposta: C
cundação ocorrem em épocas diferentes do ano.
Resposta: E
8) Trata-se da alternância de gerações ou metagênese.
Resposta: C
20) O fitoplâncton produz alimentos orgânicos e libera O2, que
direta ou indiretamente é utilizado pelos organismos
aquáticos e terrestres. O carbono passa ao longo da cadeia
9) Os cifozoários (medusas) geralmente apresentam a reprodu-
alimentar e o oxigênio é usado pelos seres aeróbios.
ção assexuada denominada estrobilização.
Na estrobilização, o metazoário sofre uma fragmentação do
corpo, e cada segmento forma um indivíduo. Um conjunto
21) Nutrição, proteção e locomoção.
desses indivíduos constituem um estróbilo.
Resposta: D
22) O pólipo geralmente é assexuado, enquanto a medusa, se-
xuada.
10) O pneumatóforo armazena o ar, facilitando a flutuação.
Resposta: B
Resposta: D

23) a) A meiose ocorre na etapa B no celenterado. Nas plantas, a


11) II, III e V estão corretas.
meiose ocorre na etapa I.
A I está errada, porque a Hydra é um pólipo móvel.
b) Pólipos, medusa e esporófito são diploides; o gametófito
A está errada, porque há formas coloniais; exemplo: Obelia sp.
é haploide.

12) A água-viva e as anêmonas-do-mar são cnidários.


Resposta: A

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CAPÍTULO
Biologia Animal

35 OS PLATIELMINTOS

L
arva cercária do platielminto denominado
Schistosoma mansoni, agente etiológico da
esquistossomose. A larva apresenta uma cauda bifurcada.

1. Generalidades 4. Sistema digestório


Os platielmintos são vermes com corpo achatado É do tipo incompleto, pois não possui abertura de
dorsoventralmente. egestão, que é realizada pela boca.
A planária é carnívora e apresenta uma faringe pro-
2. Sistema tegumentário trátil, além de um intestino ramificado.
A solitária não possui sistema digestório.
Sua epiderme é constituída por um epitélio simples,
ciliado na planária e recoberto por uma cutícula no es-
quistossomo e na tênia.

3. Sistema muscular
A parede do corpo do platielminto é constituída pela
epiderme e pelo tubo musculodermático, formado por
três camadas musculares: circular, longitudinal e dorso-
ventral ou oblíqua.
Não há sistema esquelético.

Planária, animal do filo dos platielmintos e da classe dos turbelários. Notar a


faringe protrátil e a cavidade digestória.

Planária – corte transversal.


Planária – sistema digestório.

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5. Sistema excretor 9. Reprodução


Os platielmintos são os primeiros animais da escala Os platielmintos são animais geralmente hermafroditas.
zoológica que apresentam um sistema excretor, cujo Possuem gônadas providas de ductos e órgãos acessórios.
órgão fundamental é o solenócito ou célula-flama ou A fecundação é interna, o desenvolvimento é direto na
protonefrídeo. planária e indireto no esquistossomo e na tênia, com um ou
vários estágios larvais em que é frequente a pedogênese.
A planária é hermafrodita; reproduz-se sexuadamente
por fecundação cruzada e assexuadamente por bipartição
transversal, devido à sua alta capacidade de regeneração.

Planária – sistema excretor.

Planária – sistema reprodutor.


6. Sistema respiratório
O sistema reprodutor masculino possui pequenos
Não existe. As espécies de vida livre têm respiração
testículos esféricos que produzem espermatozoides. Es-
aeróbia, e as trocas gasosas ocorrem entre a epiderme
ses gametas são armazenados na vesícula seminal que se
permeável e o meio ambiente.
comunica com o pênis e se abre no átrio genital.
Nas espécies parasitas, a respiração é anaeróbia.

7. Sistema circulatório
Não existe. A distribuição dos alimentos é realizada
pela ramificação do intestino, por difusão nas células da
parede intestinal.
Na solitária, o alimento penetra diretamente através
da pele (assimilação direta). O corte parcial na região cefálica pode originar uma planária com muitas
cabeças.
8. Sistema nervoso
São os primeiros animais da escala zoológica dota-
dos de um sistema nervoso central. Há maior concentra-
ção de células nervosas nos gânglios cerebrais, sugerindo
um processo de cefalização.
Há cordões nervosos longitudinais, ligados entre si A fecundação cruzada aumenta a biodiversidade.
por comissuras transversais.
O sistema nervoso é do tipo ganglionar e superior ao
difuso dos celenterados.
Os ocelos ou manchas oculares são sensíveis à luz
que recebem, mas não formam imagens.

A bipartição origina indivíduos geneticamente idênticos (clones).

Planária – sistema nervoso.

Estudos realizados com a planária evidenciam uma


grande capacidade de responder a estímulos luminosos
(fototactismo); corrente de água (reotactismo); alimentos
(quimiotactismo) e a estímulos mecânicos (tigmotactismo). Seres primitivos possuem elevada capacidade de regeneração.

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Ovo, miracídio e cercária de Schistosoma mansoni.

O homem é hospedeiro definitivo do Schistosoma


Anatomia da planária:
mansoni, que se instala no sistema porta-hepático e nas
a) sistema excretor; veias mesentéricas. O hospedeiro intermediário é um ca-
b) sistema nervoso apresentando um início de cefalização; ramujo de nomenclatura controvertida: Planorbis,
c) sistema reprodutor.
Australorbis ou Biomphalaria.
São caramujos encontrados em água doce pouco cor-
10. Platielmintos patogênicos rente ou estagnada.
A pessoa doente elimina ovos do Schistosoma sp jun-
tamente com as fezes, atingindo a água. Saem dos ovos
embriões ciliados, os miracídios, que após algumas ho-
ras penetram no caramujo.
No caramujo, o miracídio transforma-se em esporo-
cisto, que produz cercárias, sempre por pedogênese.
As cercárias saem do caramujo e nadam livremente,
podendo penetrar ativamente na pele do homem, durante
os banhos em rios e lagos.
Platielmintos. O diagnóstico é feito pelo exame de fezes, onde são
Os platielmintos são animais que apresentam o corpo encontrados ovos portadores de espinho.
achatado (platy = chato; helminte = verme), com simetria A penetração das larvas produz irritação cutânea, daí
bilateral, triblásticos e acelomados. o nome “lagoas de coceira” dado vulgarmente aos locais
infestados por esquistossomo.
A profilaxia indicada é não nadar em locais desconhe-
Classe 1 cidos; evitar a penetração de larvas na pele; tratar as pessoas
Turbelaria: Planária (Dugesia tigrina) doentes para impedir a propagação da doença; promover o
Classe 2 extermínio do caramujo e o saneamento básico.
Trematoda: Fasciola hepatica – Schistosoma mansoni
Classe 3
Cestoda: Taenia sp

11. Estudo dos


principais parasitas

É um verme platielminto, cujo macho é pequeno (9 a


22 mm) e possui um profundo sulco, o canal ginecóforo,
onde se instala a fêmea longa e delgada (14 a 26 mm).
São endoparasitas do homem, causando a esquistos-
somose ou barriga-d’água. Essa doença provoca he-
morragias, intoxicação e inflamação do cólon, reto, pân-
creas, fígado, baço etc. Nem sempre a doença é fatal, mas
causa vários problemas, debilitando as vítimas, que Ciclo biológico do Schistosoma mansoni. HD é o hospedeiro definitivo. HI é
o hospedeiro intermediário.
apresentam geralmente o abdômen volumoso.
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Apresenta 4 ventosas e um rostro ou rostellum com


QUE DELICIOSO SALMÃO CRU! 26 a 28 ganchos quitinosos, para a fixação no organismo
do hospedeiro.
A ingestão de peixes crus pode estar rela- O pescoço ou colo é a parte mais fina e não segmen-
cionada ao aumento da incidência da verminose tada, que liga a cabeça ao corpo. É a região em que são
denominada difilobotríase. produzidos novos anéis ou proglotes por estrobilização.
O agente etiológico dessa enfermidade é o O estróbilo, ou corpo, é constituído por uma série
platielminto, da classe dos cestoides, denominado de anéis (±800), divididos em imaturos, maduros e, no fi-
Diphyllobothrium sp. nal, anéis grávidos.
Ela pode ocasionar dor e desconforto abdomi- A teníase ou solitária deve-se à presença do animal
nal, náuseas, vômito, flatulência, diarreia frequen-
adulto no intestino, causando uma série de perturbações
te, anemia e até mesmo uma obstrução intestinal.
gerais.
A profilaxia, ou seja, a prevenção dessa mo-
léstia, consiste na ingestão de peixe bem cozido.
A Taenia adulta vive no intestino delgado do ho-
A terapia, ou seja, o tratamento dos doentes, mem, que elimina anéis do animal contendo ovos fecun-
pode utilizar o fármaco denominado praziquantel dados (de 30 000 a 50 000 por anel).
e deve ocorrer com o acompanhamento médico. Os ovos contêm embriões dotados de seis tentáculos
O transporte, a conservação (congelamento (hexacanto), denominados oncosfera.
a –20°C) e a comercialização de peixes devem ser O porco, hospedeiro intermediário, ingere os ovos. Es-
fiscalizados pelas autoridades sanitárias, a fim tes, ao atingir o intestino do animal, libertam a oncosfera,
de diminuir a incidência da difilobotríase. que, através da circulação sanguínea, é distribuída para a
musculatura sublingual, o diafragma, o cérebro etc. Nesses
locais, evolui para um estágio larval, denominado cisticerco.
O homem sofre a infestação quando ingere a carne
de porco crua, ou malcozida, contendo cisticercos vivos.
Pertence à classe Cestoda; possui o corpo alongado, A cisticercose é uma enfermidade causada pela pre-
delgado e chato, dividido em três porções: cabeça ou es- sença de um cisticerco no organismo. Essa doença pode ocor-
cólex, colo e estróbilos ou proglotes. rer no homem, quando este ingere ovos de Taenia solium.
A casca dos ovos é digerida no intestino; os em-
briões são transportados pela corrente sanguínea, atin-
gindo os olhos, a musculatura e o cérebro, causando ce-
gueira, fraqueza muscular e epilepsia. É uma doença
mais grave do que a teníase.
O homem pode adquirir essa doença por autoinfes-
tação interna, externa e também por heteroinfestação.
Na cisticercose, o homem é considerado o hospe-
deiro intermediário. Ele ingeriu água ou alimentos conta-
minados com fezes humanas que apresentavam os ovos
embrionados da Taenia solium. No organismo humano,
Taenia solium – aspecto geral. esses ovos evoluem para a larva cisticerco, ou “canji-
quinha” em linguagem popular.

Colônia de Taenia sp. Ganchos e ventosas no escólex.


A cabeça ou escólex é a porção anterior destinada à
fixação da Taenia na superfície da mucosa intestinal do
hospedeiro. Taenia solium – ciclo biológico.

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Tem ciclo vital semelhante ao da Taenia solium. Po-


rém, seu hospedeiro intermediário é o boi, e em sua cabe-
ça não há ganchos quitinosos.
Possui aproximadamente 2 000 proglotes. Os últimos
anéis são eliminados isoladamente, forçando o esfíncter
anal, fora das evacuações.
Produz a larva Cisticercus bovis, que não causa cisti- Escólex e anel grávido da Taenia saginata.
cercose no homem.

1. (UFPR) – Considere o quadro abaixo, que apresenta dados sobre 2. (PUC – MODELO ENEM) –
saneamento básico no ano de 2000 em duas cidades do Paraná:

Proporção de moradores

Curitiba Adrianópolis

Rede geral de
75,7% 13,2%
esgoto

Abastecimento de
98,6% 46,6%
água

A partir dos dados apresentados, é correto afirmar que, em


relação à população de Curitiba, a população do município de
Adrianópolis está mais exposta a adquirir:
a) ascaridíase e sífilis.
b) cólera e cisticercose.
c) dengue e tétano.
d) esquistossomose e malária.
e) febre amarela e doença de Chagas.

Resolução Na tira de quadrinhos, faz-se referência a um verme parasita.


O vibrião colérico (bactéria) e o ovo da Taenia solium podem ser Sobre ele, foram feitas cinco afirmações. Assinale a única correta.
encontrados no esgoto doméstico não tratado. a) Trata-se de um nematelminto hermafrodita.
Resposta: B b) Apresenta simetria bilateral, corpo cilíndrico e amplo celoma.
c) Várias espécies desse verme, que utilizam o ser humano
como hospedeiro definitivo, têm o porco como hospedeiro
intermediário.
d) É o verme causador da esquistossomose no ser humano.
e) Ao ingerir ovos do parasita, o ser humano passa a ser seu hos-
pedeiro intermediário, podendo apresentar cisticercose.

Resolução
A cisticercose é adquirida através da ingestão dos ovos da Taenia
solium. O paciente com cisticercose é hospedeiro intermediário
do parasita.
Resposta: E

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3. (UNAERP) – As figuras abaixo representam componentes do ci- 7. (FUVEST) – Uma criança foi internada em um hospital com
clo da esquistossomose. convulsões e problemas neurológicos. Após vários exames, foi
diagnosticada cisticercose cerebral. A mãe da criança iniciou,
então, um processo contra o açougue do qual comprava carne
todos os dias, alegando que este lhe forneceu carne contaminada
com o verme causador da cisticercose.
A acusação contra o açougue
a) não tem fundamento, pois a cisticercose é transmitida pela
ingestão de ovos de tênia eliminados nas fezes dos
hospedeiros.
b) não tem fundamento, pois a cisticercose não é transmitida
pelo consumo de carne, mas, sim, pela picada de mosquitos
vetores.
c) não tem fundamento, pois a cisticercose é contraída quando a
criança nada em lagoas onde vivem caramujos hospedeiros do
verme.
d) tem fundamento, pois a cisticercose é transmitida pelo
consumo de carne contaminada por larvas encistadas, os
Assinale a opção correta: cisticercos.
a) A ordem de composição do ciclo é: 4-3-5-1-2-6. e) tem fundamento, pois a cisticercose é transmitida pelo
b) 2 é a forma adulta do agente causador e instala-se no coração consumo dos ovos da tênia, os cisticercos, que ficam alojados
cujo aumento provoca. na carne do animal hospedeiro.
c) Dentro de 1, 5 multiplica-se e dá origem a 3, que contamina 6.
d) A ordem correta de composição do ciclo é: 4-3-1-5-2-6. 8. (UEL) – No cladograma a seguir, as letras representam grupos de
e) Dentro de 1, 4 desenvolve-se, dando origem a 2, que conta- animais caracterizados de acordo com a legenda. Na falta de
mina 6. saneamento básico e de inspeção das carnes de porco e de boi,
observa-se a ocorrência de uma parasitose em humanos.
4. (FUVEST – MODELO ENEM) – Existem animais que não pos-
suem órgão ou sistema especializado em realizar trocas gasosas.
Na respiração, a absorção do oxigênio e a eliminação do gás
carbônico ocorrem por difusão, através da superfície epidérmica.
É o caso da
a) planária. b) ostra. c) drosófila.
d) barata. e) aranha.

5. (UMESP – MODELO ENEM) – Os platielmintos são considerados


mais evoluídos que os celenterados porque são os primeiros ani-
mais a apresentar uma cefalização, ou seja, uma cabeça dife-
renciada onde se concentram os órgãos dos sentidos e as células
nervosas. Outras características marcantes desse grupo são a
a) simetria radial, triblásticos e o sistema nervoso com gânglios
normais.
b) simetria bilateral, diblásticos e o sistema nervoso com gân-
glios cerebrais.
c) ausência de simetria, presença de mesoderme e o sistema 1. Multicelularidade
nervoso com gânglios cerebroides. 2. Sem tecidos verdadeiros
d) simetria radial, ausência de mesoderme e sistema nervoso 3. Simetria radial
com gânglios normais. 4. Sistema nervoso organizado em rede não centralizada
e) simetria bilateral, triblásticos e o sistema nervoso com gân- 5. Simetria bilateral
glios cerebroides. 6. Endoparasita sem intestino
7. Notocorda
8. Nadadeiras raiadas
9. Membros utilizados para locomoção terrestre
6. (FATEC) – Analise a informação:
10. Deposição de ovos na água
Os ovos eclodem com liberação de miracídios, os quais penetram
11. Primeiros vertebrados totalmente terrestres
em gastrópodes, dos quais saem as cercárias, que, por sua vez, 12. Ectotermia
penetram ativamente através da pele na corrente sanguínea para 13. Endotermia
provocar uma doença abdominal. 14. Presença de penas
Essa informação diz respeito à 15. Presença de glândulas mamárias
a) necatoriose.
b) maleita. a) Identifique a parasitose e, pelas letras, os animais nela
c) tripanossomose americana. envolvidos.
d) leishmaniose visceral. b) Explique as formas de infestação nos hospedeiros.
e) esquistossomose.

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9. (MACKENZIE) – A esquistossomose é uma parasitose humana 14. (MED-SANTOS) – Devido ao seu modo de vida, certos animais
causada pelo Schistosoma mansoni. A respeito desse parasita, é são inteiramente desprovidos de sistema digestório, como, por
incorreto afirmar que exemplo:
a) além do homem, possui um outro hospedeiro. a) Schistosoma mansoni.
b) tem sexos separados, isto é, há machos e fêmeas. b) Dugesia tigrina.
c) pertence ao mesmo filo da Taenia solium. c) Lumbricus terrestris.
d) possui mais do que um estágio larval. d) Hydra sp.
e) é adquirido pelo homem por meio da ingestão de alimentos e) Taenia solium.
contaminados com as larvas.
15. Como medidas preventivas contra a infestação pelos parasitas
Schistosoma mansoni e Taenia saginata, deve-se evitar, respecti-
10. Qual é a função da célula-flama, solenócito ou protonefrídio? Ela é vamente,
análoga a qual órgão humano? a) comer verduras mal lavadas; andar descalço.
b) comer carne bovina malcozida; nadar em reservatório de água
doce desconhecido.
c) andar descalço; nadar em reservatório de água doce desco-
nhecido.
d) nadar em reservatório de água doce desconhecido; comer car-
ne suína crua ou malcozida.
e) nadar em reservatório de água doce desconhecido; comer car-
ne bovina malcozida.

16. (FAC. CLUBE MOGIANO – MODELO ENEM) – Pela veia porta


chega a maior parte das substâncias absorvidas no intestino. Com
isso, o órgão está em posição privilegiada para metabolizar, neu-
tralizar e eliminar substâncias tóxicas absorvidas. A presença dos
parasitas nesse órgão leva a médio prazo a um comprometimento
da sua função e à obstrução à passagem através dele, resultando
num aumento da pressão na veia porta, presença de líquido na
cavidade abdominal e formação de varizes na parte interna do
tubo digestório, principalmente no esôfago. O que mais choca
nessa doença degenerativa é que ela poderia ser facilmente
11. (FUND. OSWALDO ARANHA) – O ciclo abaixo se refere ao evitada através de medidas simples, como orientação das po-
pulações de áreas endêmicas quanto à destinação dos dejetos
fecais e quanto a evitar o contato da pele com águas conta-
minadas com a forma infestante do parasita.

O parágrafo anterior refere-se às consequências da


a) passagem obrigatória do ancilóstomo pelo fígado, durante o
seu trajeto para o intestino.
b) presença de entamoebas no fígado como complicação pos-
sível da amebíase.
c) presença de plasmódios no fígado durante o período de incu-
bação da malária.
d) presença de esquistossomos adultos no fígado, na esquistos-
somose.
e) passagem da Ascaris sp (lombriga) pelo fígado em direção aos
pulmões, após ter atravessado a parede intestinal, no seu ciclo
interno no homem.
a) ciclo de vida da Taenia solium.
b) ciclo de vida do ancilóstomo. 17. (FUVEST) – Qual das doenças abaixo não é transmitida por um
c) ciclo de vida do Ascaris lumbricoides. inseto?
d) ciclo de vida do Schistosoma mansoni. a) Doença de Chagas.
e) ciclo de vida da Taenia saginata. b) Malária.
c) Filaríase.
d) Esquistossomose.
12. (PUC) – O doente que apresenta cisticercose e) Úlcera de Bauru.
a) foi picado por triatoma.
b) nadou em água com caramujo contaminado. 18. (FUVEST) – Dos parasitas do homem, comuns no Brasil, o que é
c) ingeriu ovos de tênia. transmitido por um caramujo é
d) comeu carne de porco ou de vaca com larvas de tênia. a) Ascaris.
e) andou descalço em terras contaminadas. b) Taenia.
c) Plasmodium.
d) Schistosoma.
13. (ACAFE) – Um paciente deu entrada no hospital com crises con- e) Trypanosoma.
vulsivas e o médico diagnosticou como sendo cisticercose. Esse
paciente 19. (FUVEST) – Na cisticercose, o homem pode fazer o papel de hos-
a) foi contaminado com Ascaris lumbricoides. pedeiro intermediário no ciclo evolutivo da Taenia solium (tênia).
b) bebeu água contaminada por Schistosoma mansoni. Isto acontece porque
c) comeu carne de porco infectada por cisticerco (larva de Taenia a) ingeriu ovos de tênia.
solium). b) andou descalço em terras contaminadas.
d) bebeu água contendo fitotoxinas. c) foi picado por “barbeiro”.
e) ingeriu ovos de Taenia solium. d) comeu carne de porco ou de vaca com larvas da tênia.
e) nadou em água com caramujo contaminado.

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20. (MED-ABC) – Qual característica, dentre as abaixo relacionadas,


não diz respeito aos platielmintos da classe Trematoda?
a) Tubo digestório com dois ramos.
b) Epiderme ciliada e pigmentada.
c) Presença de órgãos adesivos no corpo.
d) Ocorrência de dimorfismo sexual.
e) Órgãos sensitivos ausentes no adulto.

21. O que é difilobotríase? Como é transmitida? Qual é o agente


etiológico? Qual é o filo desse agente?

22. (UNICAMP) – Notícias recentes informam que, no Brasil, há mais


de quatro milhões de pessoas contaminadas pela esquis-
tossomose. A doença, que no século passado era comum apenas
nas zonas rurais do país, já atinge mais de 80% das áreas urbanas,
sendo considerada pela Organização Mundial de Saúde uma das
doenças mais negligenciadas no mundo. A esquistossomose é
causada pelo Schistosoma mansoni.

(Disponível em: <www.dpd.cdc.gov/dpdx>. Adaptado.)

a) os vermes adultos (6) migram do intestino humano para outros


órgãos, produzindo uma infecção sistêmica que pode levar à
morte.
b) animais mamíferos (2 e 3) são suscetíveis à doença, pois os
ovos de tênia ingeridos eclodem no intestino causando
infecção gastrintestinal.
c) quando a infecção do hospedeiro intermediário se dá através
do sangue, o cisticerco pode migrar para os tecidos
musculares através da circulação.
d) após o consumo de carne suína contaminada com a tênia
adulta (5), o homem contrai a infecção e se torna o hospedeiro
definitivo.
a) O ciclo do Schistosoma mansoni, está dividido em três fases. e) ovos (1) depositados pelo homem, através das fezes, em solo
Em qual das três fases ocorre a infestação do homem? ou vegetação, tornam-se a fonte de infecção de hospedeiros
Explique como ocorre a infestação. intermediários.
b) O Schistosoma mansoni pertence ao Filo Platyhelminthes,
assim como outros parasitas, como Taenia saginata, Taenia
25. (UNIFESP) – Agentes de saúde pretendem fornecer um curso
solium e Fasciola hepatica. Esses parasitas apresentam carac- para moradores em áreas com alta ocorrência de tênias
terísticas relacionadas com o endoparasitismo. Indique duas
(Taenia solium) e esquistossomos (Schistosoma mansoni). A
dessas características e dê a sua função. ideia é prevenir a população das doenças causadas por esses
organismos.
23. Analise as seguintes medidas preventivas adotadas pela Secre- a) Em qual das duas situações é necessário alertar a população
taria da Saúde de um município brasileiro. para o perigo do contágio direto, pessoa a pessoa? Justifique.
I. Promover uma campanha de educação da população com b) Cite duas medidas – uma para cada doença – que dependem
relação às noções básicas de higiene pessoal, em que inclui lavar de infraestrutura criada pelo poder público para preveni-las.
as mãos antes das refeições e fervura da água para ingestão.
II. Providenciar a ampliação da rede de saneamento básico. 26. (UNICAMP) – A teníase e a cisticercose são doenças parasitárias
III. Esclarecer sobre o perigo de andar descalço, especialmente que ainda preocupam as entidades sanitaristas. São medidas que
sobre solos úmidos. controlam a incidência de casos dessas parasitoses: lavar bem os
IV. Esclarecer sobre o perigo de tomar banho em lagoas. alimentos e tomar água fervida ou filtrada, para evitar a
a) ingestão de ovos dos platelmintos causadores dessas
Assinale a alternativa que apresenta apenas medidas relacionadas doenças; e controlar as populações de caramujos, que são
com a prevenção da esquistossomose. hospedeiros intermediários dos platelmintos.
a) I e II. b) ingestão de ovos dos nematelmintos, além de cozinhar bem
b) I e III. as carnes de porco e de boi, ambos portadores desses
c) II e IV. nematelmintos.
d) I, III e IV. c) ingestão de cisticercos; e controlar a população de insetos
e) II, III e IV. vetores, como o barbeiro, que transmite os ovos do parasita
ao picar o homem.
24. (UESPI) – A Tenia saginata e a Tenia solium são vermes d) ingestão de ovos do parasita; e cozinhar adequadamente as
prevalentes em comunidades humanas de várias partes do carnes de porco e de boi para evitar a ingestão de cisticercos.
mundo. Considerando o ciclo de vida das tênias, ilustrado a seguir,
é correto concluir que:

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3) Dentro do caramujo (1), o miracídeo (5) multiplica-se e dá ori- 16) Trata-se da presença de esquistossomos adultos no fígado.
gem à cercária (3), que contamina o homem (6). Resposta: D
Resposta: C 17) A barriga-d’água está relacionada ao caramujo, molusco gas-
trópodo.
4) A planária respira por difusão, através do tegumento. Ela não Resposta: D
possui sangue.
Resposta: A
18) Trata-se do Schistosoma mansoni, agente etiológico da es-
quistossomose ou barriga-d’água.
5) Os platielmintos possuem três folhetos embrionários, Resposta: D
simetria bilateral e gânglios cerebroides, início de uma
cefalização na escala zoológica.
19) Neste caso, a pedogênese do verme ocorre no organismo hu-
Resposta: E
mano. O doente ingeriu o ovo do parasita.
Resposta: A
6) A descrição caracteriza a esquistossomose ou barriga-d’água,
causada pelo verme Schistosoma mansoni.
20) Epiderme ciliada e pigmentada ocorre na planária, platielmin-
Resposta: E
to da classe dos turbelários.
Resposta: B
7) O homem adquire a cisticercose ingerindo água ou alimentos
infectados, contendo o ovo da Taenia solium.
21) Verminose que o homem adquire ingerindo peixe cru (ex.:
Resposta: A
salmão) contendo o Diphyllobothrium sp, verme do filo dos
platielmintos. Trata-se de um cestoide que causa desconforto
8) a) A parasitose é denominada teníase ou solitária. O agente abdominal.
etiológico pode ser a Taenia solium (suína) ou a Taenia
saginata (bovina), representadas pela letra C. O hos-
22) a) A infestação do homem ocorre na Fase 2, por meio da
pedeiro definitivo é o homem, animal mamífero (letra H).
penetração ativa da cercária pela pele do indivíduo.
O hospedeiro intermediário é o porco (letra H), no caso da
b) • Ventosas para fixação no hospedeiro.
Taenia solium; ou o boi (letra H), no caso da Taenia
• Respiração anaeróbica devido à ausência do oxigênio.
saginata.
• Sistema digestório ausente ou reduzido, devido à absor-
b) A infestação ocorre através da ingestão de carne crua ou
ção direta do alimento do hospedeiro.
malpassada contendo cisticercos.
• Revestimento corpóreo pela cutícula dando proteção
contra o sistema de defesa desenvolvido pelo hospe-
9) A larva cercária penetra per cuten, ou seja, pela pele humana. deiro.
Resposta: E
23) A ausência de saneamento básico e a presenca do caramujo
10) A célula-flama, ou solenócito, é excretora. Ela elimina o ex- nas lagoas estão diretamente relacionados à esquistos-
cesso de água que penetra na planária, por osmose. É análo- somose. Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.
ga ao rim humano. Resposta: C

11) Trata-se do ciclo relacionado à barriga-d’água ou esquistos- 24) No ciclo digenético das tênias, os suínos e os bovinos são os
somose. hospedeiros intermediários quando ingerem os ovos dos
Resposta: D vermes, os quais desenvolvem larvas cisticercos em seus
tecidos musculares e nervosos.
12) Neste caso, o homem é o hospedeiro intermediário. Resposta: E
Resposta: C
25) a) Taenia solium. A ingestão de ovos, eliminados nas fezes
de outras pessoas, pode provocar a cisticercose.
13) O homem adquire a cisticercose ao ingerir o ovo da Taenia b) Taenia solium: educação, saneamento básico e fiscaliza-
solium. ção de frigoríficos. Schistosoma mansoni: saneamento
Resposta: E básico e educação.

14) A Taenia solium não possui sistema digestório. Ela absorve 26) Para se evitar a cisticercose, não se pode ingerir o ovo da
as micromoléculas nutritivas diretamente pela pele. Taenia solium.
Resposta: E Para se evitar a teníase suína, não se pode ingerir a carne de
porco contendo o cisticerco da Taenia solium.
15) A barriga-d’água e a solitária bovina são adquiridas, respec- Para se evitar a teníase bovina, não se deve ingerir a carne de
tivamente, nadando em lagoas que contêm caramujos e inge- boi contendo o cisticerco da Taenia saginata.
rindo carne de boi malcozida. Resposta: D
Resposta: E

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CAPÍTULO
Biologia Animal

45 OS NEMATELMINTOS (NEMATOIDES)

Doente apresentando elefantíase,


doença cujo agente etiológico é a Wuchereria bancrofti.

1. Características gerais
Os nematelmintos são animais de corpo cilíndrico,
não segmentado, que possuem simetria bilateral; distin-
guem-se dos platielmintos, principalmente, por apresen-
tarem pseudoceloma e tubo digestório completo.

Cortes histológicos dos nematelmintos.

5. Cavidade do corpo
Entre a camada muscular e a parede intestinal, há
uma cavidade, o pseudoceloma. Essa cavidade não repre-
senta um celoma verdadeiro, porque não é revestida to-
talmente pelo mesoderma.

6. Sistema digestório
É do tipo completo e contém boca, faringe, esôfago (faz
a sucção), intestino, ânus terminal ou subterminal. Nos
Anatomia de uma fêmea de Ascaris sp e corte transversal desse pseudoce- machos, há uma cloaca. A digestão é extracelular e
lomado. intracelular; o alimento é digerido por ação enzimática na
cavidade intestinal e é absorvido por células das paredes do
2. Classificação intestino. A digestão completa-se no interior da célula.
A principal classe é a Nematoda.

3. Sistema tegumentário
O corpo é revestido por uma cutícula flexível, acelu-
lar, secretada pela epiderme, que é de natureza sincicial,
sendo desenvolvida nas espécies jovens e atrofiada nas
espécies adultas.

4. Sistema muscular
Apresentam apenas a musculatura longitudinal abai-
Nematoide – sistema digestório.
xo da epiderme.
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7. Sistema circulatório Galhas são intumescências de ramos vegetais infes-


tados por nematelmintos.
Não existe. Os alimentos resultantes da digestão
É muito frequente um agricultor encontrar vermes ci-
caem no líquido que preenche o pseudoceloma, sendo
líndricos parasitando suas plantações. Esses nematelmin-
assim distribuídos para as demais células.
tos devem ser eliminados para garantir uma boa colheita.
8. Sistema respiratório
Não existe. Nas formas de vida livre, o oxigênio di-
13. Nematelmintos patogênicos
funde-se através do tegumento. Nas formas parasitas, a
respiração é anaeróbia e realizada a partir do glicogênio
Têm evolução em um só hospedeiro, o definitivo.
existente nas células.
Ascaris lumbricoides
9. Sistema excretor Também denominado lombriga, é um verme cilíndri-
Os nematelmintos possuem dois tipos de sistema ex- co e afilado nas duas extremidades. Possui boca trilabial,
cretor, o simples e o duplo. e o macho mede de 15 a 35 cm, enquanto a fêmea mede
O sistema simples aparece em nematoides de vida li- de 35 a 40 cm. Vive no intestino delgado dos vertebra-
vre e é constituído por uma grande célula ventral anterior. dos, causando a ascaridíase.
No sistema duplo, também conhecido por tipo em Os vermes adultos vivem na luz do intestino delga-
“H”, ou renetes, existem dois tubos que correm ao longo do. As fêmeas possuem grande fertilidade, chegando a
das linhas laterais e que recolhem os catabólitos, lançan- pôr 200 000 ovos por dia, que podem ser eliminados com
do-os por um poro que se abre na linha mediana ventral. as fezes. Em condições ótimas, a evolução dura de 10 a
Catabólitos são substâncias que resultam do meta- 12 dias, formando-se uma pequena larva do tipo rabditoide,
bolismo destrutivo celular, ou seja, do catabolismo. que em uma semana sofre uma muda, transformando-se
Quando ocorrem em excesso são prejudiciais e, conse- numa larva infestante rabditoide. A infestação ocorre
quentemente, devem ser eliminados. quando o hospedeiro ingere ovos embrionados, que so-
frem uma digestão no duodeno, libertando as larvas, que
passam pelo fígado, coração, pulmões, traqueia, esôfago,
estômago e intestinos, reiniciando um novo ciclo. A nova
postura ocorrerá após dois meses e meio.
O verme provoca perturbações na fase de larva mi-
gratória e na fase adulta, localizada no intestino. Quando
Nematoide – sistema excretor.
em grande número, os vermes chegam a provocar oclu-
10. Sistema nervoso são (fechamento) intestinal.
É constituído por um anel em volta do esôfago e por
vários cordões longitudinais que dele partem.

11. Reprodução
A maioria dos nematoides possui sexos separados, e
o sistema reprodutor apresenta estrutura simples.
Os machos são sempre menores e de vida curta; dis-
tinguem-se das fêmeas pela extremidade posterior, que se Ascaris lumbricoides.
enrola em espiral ou se expande em bolsa copuladora,
com duas espículas quitinosas que servem para se agarra- Um doente pode eliminar vermes vivos pelo nariz ou
rem à abertura genital das fêmeas. pela boca, ou engoli-los, o que pode ocasionar a morte
por asfixia. Esses vermes podem danificar também os
12. Habitat pulmões, o fígado e o coração.
Existem nematoides de vida livre na água e no solo.
Numerosas espécies vivem como parasitas de animais e
vegetais. Muitos parasitas vivem banhados pelos sucos
digestórios do hospedeiro e resistem à ação digestória,
provavelmente por causa da cutícula, ou ainda pela pro-
dução de antienzimas, substâncias que inibem a ação das Enterobius vermicularis, nematelminto monogenético causador (agente etioló-
enzimas digestórias do hospedeiro. gico) da oxiuríase.

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Enterobius vermicularis (Oxyuris vermicularis)


É um verme pequeno (3 a 12 mm), com boca trilabia-
da e causador da oxiuríase ou enterobiose.
Parasitam o ceco e o apêndice cecal. As fêmeas grá-
vidas não depositam os ovos e estes vão se acumulando
no útero até o seu rompimento na luz intestinal, quando
os ovos embrionados são libertados.
A transmissão é feita por via oral, por meio da inges-
tão dos ovos embrionados por auto ou heteroinfestação,
podendo também ocorrer retroinfestação, determinada
pela eclosão de larvas na mucosa anal e posterior migra-
ção para as partes superiores do intestino.
O verme adulto no intestino produz inflamações, náu-
seas, catarro intestinal, vômitos e dores intestinais. O sinto-
ma mais típico da enterobiose é o intenso prurido anal, ati- Ciclo biológico do Necator americanus.
vado à noite pelo calor do leito, quando o hospedeiro deita.
Ancylostoma caninum
Ancylostoma duodenale e Necator americanus Parasita do cão, raramente encontrado no homem.
Vermes de corpo cilíndrico, afilado nas duas extremi-
dades da fêmea e apenas na extremidade anterior do macho.
Medem cerca de 15 mm e possuem uma cápsula bu- Ancylostoma brasiliensis
cal, dotada de dentes e placas cortantes. É um parasita do cão e do gato. Quando suas larvas
Com pequenas diferenças, as duas espécies realizam (Larvas migrans) penetram na pele do homem, causam a
o mesmo ciclo. Os ovos, eliminados pelas fezes do hos- dermatose serpiginosa ou, como é popularmente conhe-
pedeiro, evoluem em 24 horas à larva rabditoide. cida, o bicho-geográfico.
Essa larva, após 48 horas, transforma-se em fila-
rioide, que em uma semana se torna infestante. A infes-
tação pode ser ativa ou passiva. A primeira é cutânea:
ativamente as larvas atravessam a pele, principalmente a São parasitas com dois hospedeiros, o intermediário
dos pés, caem na circulação e atingem o coração e os pul- e o definitivo.
mões, onde sofrem a terceira muda.
A seguir, migram através dos brônquios, traqueia,
esôfago e intestino delgado, onde sofrem a quarta muda, Wuchereria bancrofti
transformando-se em adulto. Na penetração passiva, as São vermes de diâmetro muito pequeno e de aspecto
larvas podem chegar com a água potável ao estômago, filamentoso, sendo por essa razão denominados filárias; os
onde sofrem a terceira muda; daí passam ao intestino, machos atingem 4 cm e as fêmeas 10 cm de comprimento.
ocorrendo a quarta muda, que caracteriza o estágio adulto. Esses vermes parasitam os linfonodos do homem,
São causadores da ancilostomose, amarelão, opilação causando a doença conhecida por elefantíase.
ou mal da terra, provocando no hospedeiro uma anemia
No sistema linfático do hospedeiro, as fêmeas colo-
intensa, variando a gravidade com o grau de infestação.
cam os ovos, que se transformam em microfilárias. Du-
As crianças que apresentam essa enfermidade adqui-
rem o hábito de ingerir terra. rante a noite, as larvas deslocam-se para o sangue perifé-
rico, sendo então ingeridas por mosquitos do gênero
Culex. Nos insetos, as larvas sofrem várias mudas, trans-
formando-se nas formas infestantes, que vão até a trom-
pa do mosquito.
Quando o inseto pica a vítima, transmite a larva, que
atinge o sistema linfático, tornando-se adulta e recome-
çando o ciclo.
No ciclo da Wuchereria bancrofti, o homem é o hos-
pedeiro definitivo e o mosquito vetor é o hospedeiro
intermediário.

Ancylostoma duodenale e Necator americanus.

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ELEFANTÍASE

Trata-se de uma doença cujo agente etioló-


gico, ou seja, causador, é um nematoide, verme
filamentoso, denominado Wuchereria bancrofti.
A transmissão ocorre através da picada do
mosquito Culex sp.
O nematoide pode provocar uma obstrução
do sistema linfático, ocasionando inchaço
(lenfedema), afetando, principalmente, as extre-
midades inferiores (pernas). O vetor, pernilongo Doente apresentando elefantíase,
Culex sp, torna-se infectado ao picar um ser doença cujo agente etiológico é a Wuchereria bancrofti.
humano doente.
A picada do inseto, contaminado com a larva
filária do nematoide, pode ocasionar hipertemia
(febre), náuseas, calafrios, vermelhidão, dor e
inchaço (edema) dos gânglios linfáticos.
Pode ocorrer uma hidrocele, ou seja, o au-
mento do escroto, edema nas pernas, nos lábios
vaginais, nas mamas.
A terapia, ou seja, o tratamento, pode
utilizar determinados medicamentos e cirurgia
reparadora, que somente deve ser realizada com
o acompanhamento do médico especializado.
Wuchereria bancrofti.

1. (FUVEST – MODELO ENEM) – A figura mostra uma árvore filo- 2. (FAAP – MODELO ENEM) – Leia os versos abaixo:
genética dos grandes grupos de animais invertebrados.
Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem

(“Ciranda da bailarina” – Edu Lobo –


Chico Buarque/1982 – Para o balé O grande circo místico.)

Os versos acima associam ferida (pereba) com bexiga ou vacina,


lembrando a vacina contra a varíola, e piriri, nome popular para
diarreia, associada à lombriga e ameba. A partir dessa associação
entre piriri, lombriga e ameba, é possível concluir que ambas são
Existe um filo animal, pouco mencionado nos compêndios, chama-
a) parasitas do trato respiratório, pois a lombriga passa uma fase
do Gnathostomulida, cujos representantes atuais vivem entre os
grãos de areia de certas praias oceânicas. Os animais desse grupo da sua vida nos pulmões, logo a ameba também passaria.
não apresentam corpo segmentado nem cavidade corporal, mas b) parasitas intestinais, sendo a lombriga um parasita unicelular
certas espécies têm tubo digestório completo, com boca e ânus. e a ameba um verme pluricelular.
Tais características sugerem que os gnatostomulídeos se separaram c) parasitas intestinais, sendo a lombriga um verme pluricelular e
do tronco principal da árvore filogenética entre os grupos de a ameba um parasita unicelular.
a) poríferos e cnidários. b) cnidários e platielmintos. d) ectoparasitas, sendo ambas vermes pluricelulares.
c) platielmintos e nematelmintos. d) nematelmintos e moluscos. e) endoparasitas, sendo ambas vermes unicelulares.
e) moluscos e anelídeos. Resolução
Resolução A lombriga é animal pluricelular; e a ameba, um protoctista
Tanto os platielmintos como os Gnathostomulida são acelo-
(protista).
mados, ou seja, não apresentam cavidade corporal. Os nematel-
Resposta: C
mintos são pseudocelomados.
Os platielmintos possuem tubo digestório incompleto, pois não
apresentam ânus, ou ausente. Alguns animais do filo dos
Gnathostomulida e os nematelmintos possuem tubo digestório
completo, ou seja, contêm boca e ânus.
Resposta: C

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3. (UNICID-MED) – A ocorrência de pneumonia associada ao Texto para as questões 7 e 8.


diagnóstico de ascaridíase é um fato conhecido clinicamente.
A explicação para tal associação consiste A ascaridíase e a ancilostomose, causadas respectivamente pelo
a) no refluxo gástrico que atinge os pulmões, quando os Ascaris lumbricoides e pelo Ancylostoma duodenale, são consi-
parasitas alojam-se no estômago. deradas parasitoses intestinais. No entanto, essas parasitoses
b) na liberação de toxinas inflamatórias pelo parasita durante o podem também causar lesões pulmonares.
contágio pelas vias aéreas.
c) na infecção intracelular dos alvéolos pulmonares pelo verme 7. (UFF) – Considerando o ciclo desses parasitas, explique por que
parasita. eles são capazes de causar lesões pulmonares.
d) no ciclo de vida do parasita, que inclui a migração pelo sistema
respiratório. 8. (UFF) – Cite um método profilático para prevenir cada uma dessas
e) no local onde o parasita realiza sua reprodução sexuada, os parasitoses e justifique a eficácia do método citado.
pulmões.
9. (UFRGS) – Escolha a alternativa que melhor completa o quadro
4. (PROSEL/ECMAL) – O Ascaris lumbricoides é incluído no filo dos abaixo, com relação aos grupos de invertebrados inferiores:
nematelmintos, por apresentar, dentre outras características,
a) sistema circulatório aberto.
b) tubo digestório completo. Grupo Exemplares Digestão Hábito de vida
c) sistema respiratório traqueal. Filtrados aquáticos
d) reprodução assexuada. Porifera Esponjas 1 geralmente
e) sistema nervoso difuso. marinhos.
5. (FATEC) – No Brasil, há muitas cidades onde não há saneamento Cavidade
básico. Nesses locais, a população é obrigada a se servir de Alguns se
gastrovascular
fossas sépticas ou de alternativas mais rudimentares, como encontram entre
Anêmonas- com apenas
fossas a céu aberto ou lançamento de dejetos em cursos d'água, 2 os principais
-do-mar uma abertura,
o que aumenta a incidência de inúmeras doenças parasitárias. construtores
intra e
Para evitar essas doenças, a população deve pôr em prática de recifes.
extracelular.
medidas profiláticas simples, que envolvem desde hábitos
básicos de higiene pessoal até medidas preventivas, que variam Trato
de acordo com a doença a se prevenir. digestório
incompleto,
Assinale a alternativa que associa corretamente a doença com apenas
parasitária com sua específica medida profilática. uma abertura, Muitos parasitas de
Platyhelmintes 3
exceto nos outros animais.
Doença
Medida prolifática (preventiva) Cestoidea, nos
parasitária
quais não há
a) Giardíase Tomar vacinas. traço do trato
digestório.
b) Amarelão Usar calçados.
Trato
c) Teníase Lavar bem as frutas e verduras. digestório
Nematoda Filárias 4
completo, com
Combater os mosquitos boca e ânus.
d) Ascaridíase
transmissores.

e) Esquistossomose Evitar comer carne crua ou malcozida. 1 2 3 4

Muitos
Fasciola
a) Extracelular. Echinodermata parasitas de
hepatica
6. (UNICID) – Após um paciente relatar seus sintomas, seu médico outros animais.
suspeitou que ele estivesse com ascaridíase e solicitou um
Alguns
exame de _____________________________ para confirmar seu Ascaris
b) Intracelular. Cnidaria filtradores
diagnóstico, pois, caso haja presença de ovos, o resultado será lumbricoides
marinhos.
positivo. Surpreso, o paciente indagou-se sobre a forma de
contágio, e o médico disse que a forma mais comum é por meio Muitos
de ___________________________________. Necator
c) Extracelular. Asquelminthes parasitas de
americanus
vegetais.
Assinale a alternativa cujas palavras preenchem, correta e
respectivamente, as lacunas do texto. Muitos
a) sangue – alimentos ou água contaminados d) Intracelular. Cnidaria Taenia saginata terrestres de
b) fezes – alimentos ou água contaminados vida livre.
c) sangue – picada de mosquito
d) fezes – picada de mosquito Alguns
Schitosoma
e) sangue – ar contaminado e) Extracelular. Cnidaria predadores
mansoni
aquáticos.

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10. (UEA) – Nove, entre dez exames laboratoriais feitos diariamente 13. (UNNV) – A prefeitura de uma cidade litorânea, como medida de
na Unidade Básica de Saúde e Pronto-Atendimento (UBSPA) combate à leptospirose, soltou gatos na praia para reduzir a
Gebes de Medeiros, em Manaus, acusam a presença de parasi- quantidade de ratos existentes no local. Entretanto, um novo
toses. Segundo os dados, 70% dos pacientes contaminados são problema surgiu: houve um aumento de pessoas contaminadas
crianças. Os parasitas mais comuns identificados nos exames com o bicho-geográfico, causada pelo Ancylostoma braziliensis.
são Ascaris lumbricoides (lombriga), Entamoeba hystolitica a) Explique como os gatos podem transmitir o bicho-geográfico.
(ameba) e Escherichia coli (bactéria). b) A que Reino pertence o agente causador da leptospirose?
Explique como ele é transmitido ao homem.
(Disponível em: <http://portalamazonia.globo.com>. Adaptado.)

Os três parasitas citados no texto têm em comum o fato de 14. Quais são as doenças I, II, III, IV e V que completam corretamente
a) causarem os mesmos sintomas em todas as crianças afetadas. a tabela a seguir?
b) pertencerem à mesma classe, porém a gêneros diferentes.
c) serem unicelulares e viverem no intestino humano.
d) produzirem ovos que, ingeridos, provocam a contaminação. Doença Transmissão Agente(s) Etiológico(s)
e) serem transmitidos por água e alimentos contaminados.
Penetração ativa da larva Ancylostoma duodenale
11. (BRÁS CUBAS) – Vereadores de certa cidade, visando melhorar a I
pela pele. e Necator americanus
situação de saúde da população, elaboraram as seguintes
medidas para combater três doenças: Doença de Chagas,
Ingestão de ovos
Esquistossomose e Ascaridíase:
II embrionados contidos na Ascaris lumbricoides
I. Promover campanha de vacinação.
água ou nos alimentos.
II. Promover uma campanha de educação da população com
relação a noções básicas de higiene, incluindo fervura de água.
III. Construir saneamento básico. Penetração das larvas
III Ancylostoma brasiliensis
IV. Melhorar as condições de edificações das moradias e pela pele.
estimular o uso de telas nas portas e janelas e mosquiteiros
de filó. Ingestão de ovos
V. Realizar campanha de esclarecimento sobre os perigos de embrionados por
banhos nas lagoas. Enterobius vermicularis e
IV autoinfestação,
VI. Aconselhar o uso controlado de inseticidas. Oxyuris vermicularis
heteroinfestação ou
VII. Drenar e aterrar as lagoas do município. retroinfestação.
Para combater a Ascaridíase, a proposta que terá maior benefício
Picada do mosquito
social, se for implementada pela Prefeitura, será: V Wuchereria bancrofti
Culex sp.
a) I. b) III. c) IV. d) V. e) VI.

12. (UPE) – As colunas abaixo se referem a problemas de saúde que


atingem a população e que são causados por invertebrados. A 1.a 15. (FUVEST – MODELO ENEM) – O esquema a seguir representa
coluna traz o nome do animal, a 2.a coluna refere-se a caracte- uma das hipóteses para explicar as relações evolutivas entre
rísticas encontradas na história dessas doenças, e a 3.a contém o grupos de animais. A partir do ancestral comum, cada número
nome das doenças que são causadas por esses invertebrados. indica o aparecimento de determinada característica. Assim, os
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 ramos anteriores a um número correspondem a animais que não
possuem tal característica e os ramos posteriores, a animais que
1. Nematódeo monóxeno, a possuem.
A.
transmitido pela ingestão
Ancylostoma I. Amarelão
de alimentos e de água
duodenale
contaminados por ovos.
2. Nematódeo transmitido
B. Taenia
por penetração ativa na II. Filariose
solium
pele humana.

3. Platielminto trematódeo,
C.
que tem como hospedeiro
Schistosoma III. Teníase
intermediário o caramujo
mansoni
do gênero Biomphalaria.

D. 4. Platielminto hermafrodita,
IV.
Wuchereria transmitido pela ingestão
Esquistossomose
bancrofti de carne de porco.

5. Nematódeo transmitido
E. Ascaris
pelo mosquito do gênero V. Ascaridíase
lumbricoides
Culex.
As características “cavidade corporal” e “exoesqueleto de
quitina” correspondem, respectivamente, aos números
Assinale a alternativa que contém a correlação correta entre as a) 1 e 6.
três colunas. b) 2 e 4.
a) A – 1 – I; B – 4 – III; C – 3 – IV; D – 5 – II; E – 2 – V. c) 2 e 5.
b) A – 2 – I; B – 4 – III; C – 5 – IV; D – 3 – II; E – 1 – V. d) 3 e 4.
c) A – 2 – I; B – 4 – III; C – 3 – IV; D – 5 – II; E – 1 – V. e) 3 e 5.
d) A – 3 – III; B – 4 – I; C – 2 – IV; D – 5 – V; E – 1 – II.
e) A – 3 – III; B – 4 – I; C – 1 – IV; D – 5 – V; E – 2 – II.

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16. (UnB) – Na coluna A, numerados de I a IV, encontram-se nomes 24. (UNIFESP) – Acerca da doença conhecida como amarelão (ou
de doenças parasitárias e, na coluna B, numerados de 1 a 6, uma ancilostomíase), é correto afirmar que:
série de parasitas. Relacione-os e indique a alternativa correta. a) Seu agente causador pertence ao mesmo filo da lombriga
(Ascaris lumbricoides), que causa a ascaridíase, e da tênia
Coluna A Coluna B (Taenia solium), que causa a teníase.
I. Doença de Chagas 1. Taenia solium b) No filo do agente causador do amarelão, os organismos são
II. Esquistossomose 2. Trypanosoma Cruzi sempre parasitas, uma vez que não possuem cavidade celo-
III. Malária 3. Trypanosoma gambiensis mática verdadeira.
IV. Amarelão 4. Ancylostoma duodenale c) O doente apresenta cor amarela na pele porque o parasita
5. Schistosoma mansoni aloja-se nas células hepáticas, produzindo aumento do fígado
6. Plasmodium falciparum (hepatomegalia).
d) O ciclo de vida do agente causador é igual ao da lombriga
a) I – 2; lI – 5; III – 3; IV – 6. (Ascaris lumbricoides), com a diferença de que as larvas do
b) I – 1; II – 6; Ill – 4; IV – 5. amarelão penetram ativamente no corpo do hospedeiro.
c) I – 2; lI – 5; III – 6; IV – 4. e) Medidas de saneamento só são efetivas no combate à doença
d) I – 2; II – 3; III – 5; IV – 1. se forem eliminados também os hospedeiros intermediários.
e) I – 1; II – 5; III – 4; IV – 2.

25. Uma doença é causada pelo nematoide denominado Wuchereria


17. (UEMS) – Um animal revestido por cutícula forte, provido apenas bancrofti. Parasita os sistemas: linfático e sanguíneo humano,
de músculos longitudinais na parede do corpo e apresentando, ocasiona edemas (inchaços). É transmitida pela picada do
entre esta e o intestino, uma cavidade desprovida de revesti- pernilongo (Culex sp) contaminado. Que doença é essa?
mento peritonial pode ser um
a) ouriço-do-mar.
b) turbelário. 26. (UEL) – Nematoides são animais vermiformes de vida livre ou
c) cestoide. parasitária, encontrados em plantas e animais, inclusive no
d) anelídeo. homem. Sobre as características presentes em nematoides,
e) nematoide. considere as afirmativas a seguir.

I. Corpo não segmentado, coberto por cutícula.


18. (PUCC) – A lombriga e a planária são exemplos de animais II. Trato digestório completo.
a) monoico e dioico, respectivamente. III. Órgãos especializados para circulação.
b) dioicos. IV. Pseudoceloma.
c) hermafroditas.
d) dioico e monoico, respectivamente. Estão corretas apenas as afirmativas:
e) monoicos. a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
19. (FUVEST) – Em qual das doenças humanas abaixo o parasita não d) I, II e IV.
necessita de um hospedeiro intermediário? e) II, III e IV.
a) Filaríase.
b) Malária.
c) Doença de Chagas. 27. O Filo Nematoda reúne animais de corpo cilíndrico e afilado nas
d) Esquistossomose. extremidades, cujo tamanho pode variar de 1 mm a 1 m de
e) Amarelão. comprimento. Muitas espécies de nematódeos são endoparasitas
de plantas e animais. O ser humano é parasitado por mais de 50
espécies desses vermes.
20. (FUVEST) – Uma criança sofreu um ferimento profundo e tomou
soro antitetânico. Por que recebeu soro e não vacina? Qual a dife- Assinale a alternativa que apresenta corretamente algumas
rença entre soro e vacina? características e exemplos de nematoides.

21. (FUVEST) – Pergunta-se: Características Exemplos


a) Como se defende naturalmente o organismo humano atingido
por uma doença causada por micróbios?
b) Com base nessa defesa natural, cite uma maneira de prevenir Triblásticos, pseudocelomados e Ascaris lumbricoides e
a)
o organismo humano contra tais doenças. simetria bilateral Ancylostoma duodenale

Triblásticos, pseudocelomados e Ascaris lumbricoides e


22. (UNIP) – Como é feita a respiração nos nematoides parasitas? b)
sistema digestório incompleto Wuchereria bancrofti
a) Difusão ativa.
b) Fermentação.
c) Aeróbia. Triblásticos, celomados e Ancylostoma duodenale
c)
d) Por pulmões. sistema digestório completo e Schistosoma mansoni
e) Por traqueias.
Diblásticos, pseudocelomados e Ascaris lumbricoides e
d)
23. Um nematoide, como a lombriga, não possui sistema digestório completo Schistosoma mansoni
a) sistema circulatório.
b) intestino. Diblásticos, pseudocelomados e Ascaris lumbricoides e
c) boca. e)
sistema digestório completo Wuchereria bancrofti
d) ânus.
e) sistema excretor duplo, em forma de “H”.

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28. (PROSEL/ ECMAL) – O ciclo de vida do Ascaris lumbricoides está 29. (UEL) – Para responder à questão, considere o esquema abaixo.
esquematizado na ilustração. Ele mostra o ciclo de vida de um verme parasita do homem,
sendo L1, L2, L3 e L4 seus estágios larvais.

O verme em questão é
a) a tênia.
b) o oxiúro.
c) o ancilóstomo.
d) a filária.
e) o áscaris.
Em relação ao ciclo de vida do Ascaris lumbricoides, pode-se afirmar:
a) O estômago é o habitat preferido da forma adulta do Ascaris. 30. (FUVEST) – O Ancylostoma é um parasita intestinal que provoca
b) O Ascaris é um parasita heteróxeno. o “amarelão”, doença que se pode adquirir
c) A contaminação do hospedeiro ocorre, usualmente, pela pele. a) por picada de um hemíptero (barbeiro).
d) O desenvolvimento de todos os estágios larvais é restrito ao b) comendo carne de porco malcozida.
aparelho digestório. c) comendo carne bovina contaminada.
e) A propagação da ascaridíase é reduzida por meio de cuidados d) por picada de pernilongo.
com a higiene pessoal e com a dos alimentos. e) andando descalço.

3) A lombriga migra no interior do organismo humano, pas- 10) As infecções e infestações mencionadas são adquiridas via
sando pelo sistema respiratório e podendo afetar os oral, ou seja, pela boca.
pulmões. Resposta: E
Resposta: D
11) O saneamento básico, ou seja, o tratamento da água e dos
4) Os nematelmintos possuem tubo digestório completo, com esgotos, diminui a incidência da ascaridíase.
boca e ânus. Resposta: B
Resposta: B
12) Essa alternativa apresenta a associação correta.
5) O uso de calçado é uma medida profilática relacionada ao Resposta: C
amarelão, porque o nematoide causador da doença
geralmente penetra ativamente pelo pé. 13) a) O Ancylostoma braziliensis pode ser encontrado na urina
Resposta: B e nas fezes de gatos infectados. O parasita penetra
ativamente pela pele.
6) A ascaridíase é uma doença adquirida através da ingestão de b) A bactéria Leptospira sp faz parte do reino monera. É
água ou de alimentos contaminados com fezes humanas, transmitida ao homem através da urina de ratos
onde há ovos embrionados do nematoide parasita. infectados, penetrando pelas mucosas ou ferimentos da
Resposta: B pele humana.

7) No ciclo de ambos os parasitas, as larvas caem na circulação 14) São, respectivamente:


e vão para o coração; em seguida, são levadas para os I. amarelão (opilação ou mal da terra);
pulmões, onde podem causar lesões. II. ascaridíase (lombriga);
III. dermatose serpiginosa (bicho-geográfico);
8) Um método profilático para a ascaridíase é a lavagem dos IV. enterobiose (oxiuríase);
alimentos e das mãos, tendo em vista que a via de infecção é V. elefantíase (filariose).
a oral. Já para a ancilostomose, é o uso de calçados para
proteção da pele, que é a porta de entrada desses parasitas. 15) O pseudoceloma é uma cavidade corpórea que aparece nos
nematoides (3).
9) Essa alternativa apresenta a associação correta entre os O exoesqueleto quitinoso ocorre nos artrópodes (5).
animais mencionados e suas características. Resposta: E
Resposta: D

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16) O amarelão tem como agente etiológico também o verme de- 23) Os vermes filamentosos (nematoides) não possuem sistema
nominado Necator americanus. circulatório verdadeiro.
Resposta: C Resposta: A

17) Trata-se de um nematelminto; por exemplo: Ascaris 24) A larva rabditoide do Ancylostoma duodenale penetra ativa-
lumbricoides. mente, pela pele, no corpo do hospedeiro.
Resposta: E Resposta: D

18) A lombriga é unissexuada; a planária é hermafrodita. 25) Trata-se da elefantíase, filaríase ou filariose.
Resposta: D

26) Os nematoides não possuem sistema circulatório verdadeiro.


19) Ancylostoma duodenale e Necator americanus, agentes etio- Resposta: D
lógicos do amarelão, são monogenéticos.
Resposta: E
27) Os nematoides são animais triblásticos, pseudocelomados e
apresentam simetria bilateral.
20) O soro já contém anticorpos (imunidade passiva) e, portanto, São exemplos de nematoides, entre outros, o Ascaris
apresenta uma ação mais rápida. A vacina induz a produção lumbricoides e o Ancylostoma duodenale.
de anticorpos (imunidade ativa) e, portanto, apresenta uma Resposta: A
ação mais lenta.

28) O homem adquire a ascaridíase via oral.


21) a) O organismo, ao sofrer uma agressão por micróbios, reage Resposta: E
através de seus mecanismos de imunidade. Dependendo
do agente agressor, observamos um aumento dos glóbulos
brancos, principalmente neutrófilos e linfócitos, ou a for- 29) O Ancylostoma duodenale penetra ativamente pela pele.
mação de anticorpos que traduzem a imunidade humoral. Resposta: C
b) A prevenção de tais doenças pode ser realizada através de
soroterapia, vacinações e anatoxinas.
30) O uso de calçado é preventivo em relação ao amarelão.
Resposta: E
22) São anaeróbios.
Resposta: B

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CAPÍTULO
Biologia Animal

55 OS ANELÍDEOS

A minhoca é um verme segmentado que fertiliza o solo,


facilita a entrada de ar (aeração) e de água (drenagem) nele e
favorece, consequentemente, o desenvolvimento dos vegetais.

1. Características gerais
Os anelídeos são animais vermiformes, cujo corpo é
composto por segmentos ou metâmeros, semelhantes en-
tre si, em forma de anel, exceção feita aos dois primeiros
e ao último segmento, denominados, respectivamente,
prostômio, peristômio e pigídio.
São triblásticos, com simetria bilateral, e a segmen-
tação é tipicamente homônoma. Organização do parapódio.

3. Sistema muscular
Logo abaixo da epiderme, encontra-se a musculatura
principal do corpo, composta de uma camada externa cir-
cular e uma interna longitudinal, constituindo o tubo
musculodermático, que forma a parede corpórea.

4. Cavidades do corpo
Os anelídeos são animais que apresentam uma cavi-
Anelídeo marinho da classe dos poliquetos. Notar a presença
dade geral secundária espaçosa, o celoma, dividido por
dos parapódios, expansões dermomusculares que lembram “remos”. septos transversais e longitudinais.
Nas sanguessugas (hirudíneos), o celoma é quase
2. Sistema tegumentário totalmente preenchido por um tecido parenquimático.
A epiderme é um epitélio simples, com células senso-
riais, glândulas mucosas e recoberto por uma cutícula
5. Sistema digestório
permeável. Nos oligoquetos (minhocas), há fileiras de cer- É do tipo completo, tubuloso e retilíneo. Inicia-se pe-
das de quitina, dispostas na região ventral. Nos poliquetos la boca, que contém, às vezes, maxilas ou estiletes quiti-
(Eunice), há feixe de cerdas, apenas nos parapódios. nosos; segue-se a faringe, às vezes protrátil, que se co-
Parapódios são expansões dermomusculares laterais, munica com o esôfago, podendo este formar um papo e
que servem como remos, permitindo a natação nos poli- uma moela fortemente musculosa, que serve para ma-
cerar os alimentos; segue-se o intestino, às vezes com um
quetos.
par de sacos intestinais (tiflossole), os quais servem para
A sanguessuga é um anelídeo que não possui cerdas.
aumentar a superfície de absorção; o intestino terminal é
Pertence à classe dos hirudíneos. em geral curto e abre-se para o exterior, por meio do ânus.
195
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7. Sistema respiratório
A respiração é cutânea. Nos poliquetos, há brânquias
ramificadas na região dorsal dos parapódios, com rede
capilar.

8. Sistema excretor
A excreção é feita por metanefrídeos, dispostos em um
par por segmento. Cada metanefrídeo é formado por 3 par-
tes: nefróstoma, um funil ciliado que recolhe os catabólitos
na cavidade celomática; nefroduto, um canal sinuoso, in-
Lumbricus – corte transversal.
ternamente ciliado, que atravessa o anel e desemboca no
Na parede do tubo digestório, existem células do pe- nefridióporo, um poro excretor situado no anel seguinte.
ritônio, que aumentam consideravelmente seu volume, Os metanefrídeos ocorrem em todos os metâmeros,
servindo para o acúmulo de substâncias de reserva, e exceto no primeiro (prostômio), no segundo (peristômio)
recebem o nome de cloragógenas. e no último (pigídio).
Os metanefrídeos são análogos aos rins dos vertebrados.

Lumbricus – parte anterior do sistema digestório.

6. Sistema circulatório
É do tipo fechado, independente do celoma, consiste
principalmente em dois vasos sanguíneos longitudinais,
colocados dorsal e ventralmente em relação ao tubo di- Segmento do anelídeo, destacando o metanefrídeo.
gestório. O vaso dorsal é contrátil, impelindo o sangue de
trás para diante; no outro, o ventral, o sangue circula em 9. Sistema nervoso
sentido inverso. Em cada metâmero, aparecem capilares O sistema nervoso é ganglionar. Há dois gânglios ce-
transversais, que rodeiam o sistema digestório, estabele- rebrais e um grande gânglio subfaríngeo, ligados por um
cendo uma comunicação entre os vasos dorsal e ventral. anel nervoso, ao redor da faringe, de onde sai um longo
Na região anterior do corpo, alguns vasos podem adqui- cordão nervoso ventral, com dois gânglios por anel.
rir um calibre maior e uma musculatura mais desenvolvi-
da, transformando-se em corações laterais. Na minhoca,
há 5 pares de vasos, os corações, situados ao redor do
esôfago, que impelem o sangue para o vaso ventral.
O sangue é constituído por um plasma, que contém
amebócitos livres e hemoglobina dissolvida. Também há
um pigmento verde, clorocruorina, ou vermelho, hemoe-
ritrina, em outros anelídeos.

Sistema nervoso.

Nas minhocas, há células táteis, foto e quimiorrecep-


toras, dispersas no epitélio, especialmente nos primeiros
Sistema circulatório. segmentos.
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Nos poliquetos, há olhos bem diferenciados. Cada célu- Nas espécies monoicas ou hermafroditas ocorre repro-
la sensorial está em contato com o meio externo e com ter- dução cruzada. Ela aumenta a biodiversidade dos anelídeos.
minações nervosas; possui uma organela especial, a lente,
que converge a luz para neurofibrilas na periferia da célula.

Parte anterior do sistema nervoso e fragmento de epiderme.

10. Habitat
Em relação ao habitat, os anelídeos podem ser aquá-
ticos, marinhos ou de água doce, e terrestres, vivendo em
Anatomia interna da minhoca – notar o sistema circulatório fechado,
lugares úmidos, debaixo de folhas, ou escavando galerias os 10 corações (5 pares), o testículo e o ovário.
no solo, onde passam a viver.
A importância da minhoca em relação aos solos é Os platielmintos são acelomados. Os nematelmintos
bastante conhecida. Elas melhoram a oxigenação e a re- são pseudocelomados. Os anelídeos são os primeiros ani-
posição de minerais, a partir de detritos orgânicos que mais celomados na escala da evolução zoológica.
comem. O verme Eunice viridis (palolo) serve de alimen-
to aos nativos das ilhas Samoa e Fiji.
No passado, as sanguessugas (Hirudo medicinalis)
foram largamente empregadas em processos de sangria, Na fecundação cruzada da minhoca, os animais se
além do aproveitamento de hirudina, uma substância colocam em posição invertida, unindo-se pelas extremida-
anticoagulante, de interesse médico, produzida em suas des anteriores. Cerdas especiais penetram mutuamente nos
glândulas salivares. dois parceiros, mantendo-os ligados, enquanto o clitelo se-
creta um muco que os envolve. Em cada animal, forma-se
11. Reprodução um par de sulcos seminais, indo do 15.º anel até o clitelo,
São monoicos ou dioicos, com ou sem clitelo; a re- através do qual os espermatozoides de um animal passam
produção sexuada ocorre com frequência por fecundação para o receptáculo seminal do outro, caracterizando a
cruzada; o desenvolvimento pode ser direto ou indireto fecundação cruzada, seguida da separação dos parceiros.
com larva trocófora (nos poliquetos). Há reprodução Logo depois, o clitelo secreta o cócon, ou casulo,
assexuada por brotamento e regeneração. onde são depositados os óvulos. O cócon se desloca para a
frente e, ao passar pelo receptáculo seminal, os óvulos
são fertilizados pelos espermatozoides, que já estavam
depositados. O cócon, que agora contém ovos, sai do ani-
mal, medindo cerca de 7 mm; apenas um ovo se desen-
volve com clivagem holoblástica e desigual. Não apre-
senta larvas.

A larva trocófora do Polygordius.

Sistema digestório da minhoca. Minhoca, anelídeo oligoqueto.


Notar a presença do clitelo. Fecundação da minhoca.

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Notamos que a fecundação do óvulo é feita no cócon


ou casulo, portanto a definimos como um caso de fecun-
dação externa e desenvolvimento direto.

A CRIAÇÃO DE MINHOCA

A minhocultura é a criação de minhocas,


com a finalidade de produção de húmus,
produto importante na fertilização de solos
agrícolas e, também, na obtenção de nutrientes
ricos em proteínas (carnes), usados na ração
empregada na cultura de peixes, de rãs, de aves
e de outros animais.
O comércio de anelídeos vivos, usados como
iscas na pesca esportiva, também tem contri- Nereis sp – Morfologia externa (desenho esquemático).
buído para o desenvolvimento da minhocultura.
O húmus, vermicomposto ou esterco de Ordem 2 – Sedentaria
minhoca pode ser usado para fins de paisagismo, Fixos, em tubos calcáreos ou em escavações, na
jardinagem, floricultura e na agricultura em areia; possuem brânquias na cabeça.
geral, dinamizando o sucesso desses empreen- Ex.: Arenicola e Sabellaria.
dimentos.
Há milhares de espécies diferentes de
minhocas conhecidas atualmente, sendo três de-
las as principais no interesse comercial. Trata-se Oligoquetos
da minhoca “vermelha da Califórnia”, deno- São animais de corpo alongado, cilíndrico, com seg-
minada Lumbricus rubellus; a gigante africana, mentações externa e interna bem nítidas; cabeça não dis-
Eudrilus eugeniae; e a minhoca dos estercos,
tinta do corpo; raras cerdas implantadas diretamente na
Eisenia foetida.
O húmus da minhoca atua nas propriedades cutícula; não possuem parapódios; têm respiração cutâ-
físicas, químicas e biológicas do solo, maximi- nea; são hermafroditas, com clitelo e sem larvas.
zando a produtividade agrícola. Ex.: Lumbricus terrestris (minhoca comum ou euro-
peia); Pheretima hawayana (minhoca-louca); Glossoscolex
giganteus (minhocuçu).
12. Classificação
O filo Annelida é constituído aproximadamente de
8 700 espécies, agrupadas em três classes: Polychaeta,
Oligochaeta e Hirudinea.

Poliquetos
Possuem corpo com metamerizações externa e inter-
na bem nítidas. Cada metâmero possui um par de expan-
sões laterais, os parapódios, que têm funções na res-
piração branquial e na locomoção. Apresentam cabeça
distinta do corpo e sexos separados, com fecundação
externa e desenvolvimento indireto, por intermédio da
larva trocófora. São quase exclusivamente marinhos.

Ordem 1 – Errantia
Vida livre e brânquias nos parapódios.
Lumbricus terrestris – morfologia externa.
Ex.: Eunice sp e Nereis sp.

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Hirudíneos
É formada de organismos com o corpo de forma
achatada e segmentado, porém a segmentação externa
não corresponde à segmentação interna. Cabeça não dis-
tinta do corpo, ausência de cerdas, tentáculos e parapó-
dios. Possuem duas ventosas e têm o celoma obliterado;
são hermafroditas com clitelo.
Ex.: Hirudo medicinalis, sanguessuga europeia, ecto-
parasitas hematófagos ocasionais do homem e de animais
Sanguessuga, após certo tempo.
domésticos. Vivem em água doce, principalmente brejos. Notar o aumento de volume do corpo, que está “cheio” de sangue humano.

Sanguessugas locomovendo-se.
Atualmente, a sanguessuga ainda tem sido usada na
medicina para melhorar a circulação em órgãos ampu-
Sanguessuga iniciando a retirada de sangue de braço humano.
tados que são reimplantados. Os médicos deixam-nas em
jejum durante vários meses antes de utilizá-las.

1. (VUNESP – MODELO ENEM) – Observe o esquema. Resolução


A minhoca é oligoqueta (possui poucas cerdas), apresenta
metanefrídeos para a excreção, papo para armazenar alimentos,
moela para a trituração desses alimentos, circulação fechada,
respiração cutânea e celoma verdadeiro.
Resposta: A

2. (UEL – MODELO ENEM) – Minhocas são animais que desem-


penham importante papel na natureza. Em relação a estes ani-
mais, considere as afirmativas a seguir.
I. Vivem em solo úmido e utilizam os parapódios para a respira-
ção.
II. São detritívoras e transformam a matéria orgânica em com-
postos úteis para as plantas.
III. Suas escavações permitem a entrada de ar no solo, facilitando
a respiração dos vegetais.
IV. São hermafroditas, sendo que os gametas masculinos fecun-
dam os óvulos do mesmo animal.
V. São ovíparas, com ovos protegidos em um casulo produzido
na região do clitelo.

Assinale a alternativa que contém as afirmações corretas.


a) Apenas I e III. b) Apenas II e IV.
c) Apenas IV e V. d) Apenas I, II e III.
e) Apenas II, III e V.
Suponha que o pássaro, se quiser comer a minhoca, tenha de pas- Resolução
sar por seis círculos que contenham pistas (informações) com A afirmativa I está errada, porque a minhoca não possui parapó-
características deste anelídeo, não podendo pular nenhum círcu- dios. Essas estruturas ocorrem em alguns anelídeos aquáticos
lo. Um caminho correto a ser percorrido é (p. ex.: Eunice virides). A afirmativa IV está errada, porque não é
a) 2, 3, 6, 9, 8 e 11. b) 2, 3, 6, 5, 8 e 11. válida para todas as espécies de minhoca. Muitas delas realizam
c) 1, 4, 7, 8, 9 e 11. d) 2, 3, 6, 5, 8 e 10. a fecundação cruzada.
e) 3, 2, 1, 4, 7 e 10. Resposta: E

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3. (UFTM) – A foto mostra sanguessugas sendo utilizadas para Texto para as questões 8 e 9.
retirada de um hematoma no local onde foi realizada uma cirurgia.
As figuras abaixo representam esquematicamente cortes do
corpo de três diferentes grupos de animais multicelulares:
anelídeos, platelmintos e nematelmintes (não necessariamente
nessa ordem). Elas representam o processo evolutivo que levou
ao surgimento de cavidades no corpo dos animais.

(Sônia Lopes. Bio 2, 2006)

A qual filo pertence a sanguessuga? Ao sugar o sangue de uma


pessoa, esses animais podem absorver os nutrientes através do
tiflossole, cuja função é semelhante à das microvilosidades
intestinais humanas. Explique a função do tiflossole.

4. (FUVEST) – Um determinado animal adulto é desprovido de 8. (UFPR) – Correlacione cada figura com os grupos animais
crânio e apêndices articulares. Apresenta corpo alongado e cilín- apresentados no enunciado.
drico. Esse animal pode pertencer ao grupo dos
a) répteis ou nematelmintos.
b) platielmintos ou anelídeos. 9. (UFPR) – Discorra sobre duas vantagens trazidas pelo surgimento
c) moluscos ou platielmintos. de cavidades corpóreas.
d) anelídeos ou nematelmintos.
e) anelídeos ou artrópodes. 10. (UNIVAG-Med) – Um pesquisador realizará um estudo fisiológico
sobre a eficiência dos processos de digestão de um invertebrado
5. (PUC-SP) – Um biólogo coletou exemplares de uma espécie celomado. Para tanto, as características físico-químicas de uma
animal desconhecida, os quais foram criados em laboratório e quantidade de partículas alimentares que entram pela boca serão
analisados quanto a diversas características. Concluiu que se comparadas com aquelas que saem pelo ânus.
tratava de representantes do filo Annelida, pois eram animais Ele também examinará como os nutrientes no sangue, que são
a) diblásticos, celomados, segmentados e de simetria radial. transportados todo tempo dentro de vasos, são distribuídos aos
b) triblásticos, celomados, não segmentados e de simetria bilateral. tecidos.
c) triblásticos, acelomados, segmentados e de simetria bilateral. Para esse estudo, o pesquisador deverá usar um animal
d) diblásticos, celomados, segmentados e de simetria bilateral. pertencente ao filo
e) triblásticos, celomados, segmentados e de simetria bilateral. a) Mollusca. b) Arthropoda. c) Cnidaria.
d) Nematoda. e) Annelida.
6. (UEL) – Para entender a evolução animal, o estudo da presença
do celoma é fundamental, porque indica a separação de linhagens 11. (PUC)
importantes.
Considerando assim a classificação tradicional dos animais segundo
esse critério, assinale a alternativa que indica aqueles que são,
respectivamente, acelomados, pseudocelomados e celomados.
a) Planárias, lombrigas e minhocas.
b) Tênias, gafanhotos e medusas.
c) Filárias, protozoários e ancilóstomos.
d) Poliquetos, lesmas e esquistossomos.
e) Camarões, sanguessugas e estrelas-do-mar.

7. (UNICASTELO-MEDICINA) – Muitos invertebrados, apesar de


provocarem aversão em algumas pessoas, servem de alimentos
para outras. Animais como minhocas, escorpiões, mariposas,
caracóis e formigas fazem parte da elite de muitos povos.
Com relação aos invertebrados citados no texto, é correto afirmar que
a) as mariposas são insetos holometábolos, que apresentam um
par de asas grandes e membranosas, cobertas de escamas.
b) as minhocas são anelídeos hermafroditas, com tubo digestório
completo e sistema circulatório fechado.
c) os caracóis são moluscos que possuem o corpo dividido em
cabeça, pés e massa visceral e apresentam sistema digestório
incompleto.
d) os escorpiões são aracnídeos que possuem o corpo dividido
em cefalotórax e abdome, e têm três pares de pernas.
e) as formigas são insetos hemimetábolos, altamente evoluídos,
que se destacam pela especialização para a vida em colônia.

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Na realidade, as minhocas, embora hermafroditas, apresentam c) dioicos, isto é, cada indivíduo apresenta tanto órgãos sexuais
fecundação cruzada, o que masculinos como femininos; monoblásticos, isto é, possuem
a) representa uma vantagem em relação à autofecundação, pois apenas um dos dois folhetos embrionários (ectoderma ou
garante maior variabilidade genética, possibilitando maior endoderma); deuterostômio, isto é, apresentam cavidade anal
chance de adaptação da população ao ambiente. originada do blastóporo; e que armazenam o esperma
b) representa uma vantagem em relação à autofecundação, pois, recebido de outra minhoca em seus apêndices carnosos
apesar de não garantir variabilidade genética, possibilita denominados de parapódios.
grande chance de adaptação da população ao ambiente. d) monoicos, isto é, cada indivíduo apresenta tanto órgãos
c) representa uma desvantagem em relação à autofecundação, sexuais masculinos quanto femininos; triploblásticos, isto é,
pois, apesar de garantir maior variabilidade genética, não possuem os três folhetos embrionários; protostômios, isto é,
aumenta a chance de adaptação da população ao ambiente. apresentam a cavidade oral originada do blastóporo; e que
d) representa uma desvantagem em relação à autofecundação, armazenam nas vesículas seminais o esperma recebido de
pois não garante variabilidade genética, o que leva a uma outra minhoca.
menor chance de adaptação da população ao ambiente. e) monoicos, isto é, cada indivíduo apresenta tanto órgãos
e) não representa vantagem nem desvantagem em relação à sexuais masculinos quanto femininos; triploblásticos, isto é,
autofecundação, uma vez que os dois processos garantem o possuem apenas três folhetos embrionários; deuterostômios,
mesmo grau de variabilidade genética e de adaptação da isto é, apresentam a cavidade oral originada do blastóporo; e
população ao ambiente. que liberam o esperma armazenado nas vesículas seminais
quando o casulo contendo óvulos passa pelas aberturas dos
receptáculos seminais.

12. (UEL) – O esquema a seguir mostra parte de um animal.


14. (UNICAMP) – O jornal O Estado de S. Paulo, de 2 de agosto de
1997, noticiou a descoberta de “colônias de vermes desconheci-
dos escondidos em metano congelado emergindo do fundo do
mar. (…) As criaturas parecem pertencer a uma espécie nova na
família dos organismos conhecidos como poliquetos (…). Elas
parecem cegas, mas têm bocas, aparelho digestório e um siste-
ma de circulação complexo”.

As características mencionadas permitem-nos classificar esses


novos organismos como poliquetos.
a) A que filo pertencem os poliquetos?
b) Cite duas características que, em conjunto, permitiram iden-
tificar esses animais como poliquetos.

15. (FUVEST) – Um animal com tubo digestório completo, sistema


circulatório fechado, sangue com hemoglobina e hermafrodita po-
de ser
a) uma minhoca.
b) uma planária.
c) uma barata.
d) um caramujo.
Uma tal organização dos nefrídeos, do sistema nervoso e do
e) uma lombriga.
celoma encontra-se em
a) minhocas.
b) caramujos.
16. (FUVEST) – Dê os nomes e as respectivas funções das partes do
c) gafanhotos.
tubo digestório de uma minhoca, assinaladas no desenho abaixo:
d) planárias.
e) ouriços-do-mar.

13. (UFPel) – As minhocas pertencem à classe Oligochaeta e são


representadas pelas espécies Pheretyma hawayana (minhoca
brasileira), Lumbricus terrestris (minhoca europeia) e Eisenia
phoetida (minhoca vermelha da Califórnia). Todas as espécies
participam ativamente na produção de húmus, o que contribui
17. (FUVEST-Modificado) – As lulas, lombrigas, minhocas e tênias
para o aumento da fertilidade do solo. Além disso, cavam inúme-
eram reunidas antigamente em um mesmo grupo denominado
ras galerias subterrâneas que são responsáveis pela drenagem e
Vermes, o que já não ocorre nas classificações atuais. Sobre as
aeração do solo.
características morfológicas e de desenvolvimento desses
animais, é correto afirmar que
Com base no texto e em seus conhecimentos, é correto afirmar
a) as lulas, minhocas e tênias possuem celoma, mas as lom-
que as minhocas são organismos
brigas são acelomadas.
a) monoicos, isto é, cada indivíduo apresenta apenas um órgão
b) as minhocas apresentam metameria, que não é encontrada
sexual; triploblásticos, isto é, possuem os três folhetos
nas tênias e lombrigas.
embrionários; protostômios, isto é, sua cavidade anal é
c) as lulas, minhocas e lombrigas possuem mesoderme, mas as
originada do blastóporo; e que armazenam o esperma
tênias não têm esse folheto embrionário.
recebido de outra minhoca no interior do clitelo.
d) as minhocas e lombrigas apresentam simetria bilateral e as
b) dioicos, isto é, cada indivíduo apresenta tanto órgãos sexuais
tênias e lulas têm simetria radial.
masculinos como femininos; diploblásticos, isto é, possuem
e) as lulas e minhocas possuem sistema digestório completo,
apenas dois folhetos embrionários; deuterostômios, isto é,
mas, nas tênias e lombrigas, ele é incompleto.
apresentam a cavidade oral originada do blastóporo; e que
armazenam o esperma na cavidade celomática.

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18. (VUNESP) – Um determinado animal monoico apresenta clitelo, 20. (MED. TAUBATÉ) – Vermes segmentados marinhos, límnicos e
moela, nefrídeos, cerdas, circulação fechada e respiração cutânea. terrestres, triblásticos, celomados, com segmentação metamé-
Utilizando estas informações, responda: rica e aparentados com os artrópodes.
a) Qual é o nome deste animal e a que filo pertence? Trata-se de
b) Cite um exemplo de outro animal do mesmo filo, mas de dife- a) nematoides.
rente classe. b) cestoides.
c) anelídeos.
19. (FAAP – MODELO ENEM) – Num passado não muito distante, d) platielmintes.
um tipo de animal era vendido em barbearias e em boticários para e) celenterados.
fazer sangria. Acreditava-se que a sangria feita por esses animais
podia curar uma grande série de males que afligissem uma
pessoa. Que animal era utilizado e a qual filo pertence?
a) Lesma, do filo Molusca.
b) Minhoca, do filo Anelida.
c) Lesma, do filo Artropoda.
d) Sanguessuga, do filo Anelida.
e) Amarelão, do filo Asquielminte.

3) A sanguessuga pertence ao filo dos anelídeos. Tiflossole é 12) As minhocas possuem metanefrídeos, sistema nervoso
uma dobra intestinal que aumenta a superfície de absorção ganglionar ventral e celoma verdadeiro.
dos nutrientes, que, consequentemente, passam da cavidade Resposta: A
entérica para o sangue.
13) As minhocas são hermafroditas; possuem três folhetos
4) Os anelídeos e os nematelmintos possuem corpo cilíndrico e germinativos, boca que se origina do blastóporo; e
alongado. Eles não apresentam apêndices articulares nem armazenam espermatozoides nas vesículas seminais.
crânio. Resposta: D
Resposta: D
14) a) A classe dos poliquetos pertence ao filo dos anelídeos.
5) Os anelídeos possuem três folhetos germinativos, celoma b) Os poliquetos possuem expansões laterais, denominadas
verdadeiro, metameria e simetria bilateral. parapódios, com um grande número de cerdas, além de
Resposta: E cabeça diferenciada.

15) A minhoca possui tubo digestório completo, circulação


6) A planária é acelomada; a lombriga, pseudocelomada; e a
fechada, hemoglobina dissolvida no plasma, ovário e
minhoca possui celoma verdadeiro.
testículo.
Resposta: A
Resposta: A
7) Os anelídeos (p. ex.: minhocas) são monoicos, possuem tubo
16) O tubo digestório da minhoca apresenta: boca, faringe, esô-
digestório completo e circulação fechada.
Resposta: B fago, papo, moela, intestino e ânus.
No esquema, observamos a correspondência:
8) I é um platielminto (p. ex.: planária); a) faringe, que realiza a sucção dos alimentos;
II é um nematelminto (p. ex.: lombriga); b) papo, que umedece os alimentos;
III é um anelídeo (p. ex.: minhoca). c) moela, que tritura os alimentos;
d) intestino, que digere e absorve os alimentos.
9) • Tornam o animal mais flexível, permitindo-lhe melhor
movimentação e deslocamento. 17) Os platielmintos (p. ex.: tênia), os nematoides (p. ex.: lom-
• Possibilita o crescimento e o movimento de órgãos briga) e os moluscos (p. ex.: lula) não são metamerizados.
internos, independentemente da superfície do corpo. Resposta: B
• Os líquidos que podem ocupar as cavidades protegem os
órgãos internos contra pancadas que o animal possa 18) a) Trata-se da minhoca (p. ex.: Pheretima hawayana). Per-
receber. tence ao filo dos anelídeos.
• Os fluidos que preenchem as cavidades podem funcionar
b) Hirudo medicinalis (sanguessuga). Classe dos hirudíneos.
como veículo para a difusão de substâncias como oxigênio
e nutrientes.
19) A sanguessuga, ou seja, o Hirudo medicinalis, pertence ao
10) Os anelídeos (p. ex.: minhocas) são invertebrados celomados, filo dos anelídeos e à classe dos hirudíneos.
apresentam tubo digestório completo e circulação fechada. Resposta: D
Resposta: E
20) Os anelídeos são vermes metamerizados.
11) A fecundação cruzada aumenta a variabilidade genética, fator Resposta: C
que garante maior adaptação do organismo em relação às
modificações ambientais.
Resposta: A

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CAPÍTULO
Biologia Animal

65 OS MOLUSCOS

G rande parte dos moluscos vivem no mar, por exemplo a lula,


a ostra e os mariscos. Alguns, como a lesma e o caracol, vivem
em terra; outros, como o caramujo dos rios, vivem em água doce.
Muitos moluscos são comestíveis pelo homem,
como a ostra, que também produz e secreta a pérola.

1. Morfologia externa A concha pode ser univalve, quando formada por


uma só peça (caramujos e caracóis), ou bivalve, quando
Os moluscos são animais de corpo mole, viscoso,
formada por duas peças, que se adaptam e articulam (os-
não segmentado, sem apêndices articulados, triblásticos,
tras e mariscos).
com uma cavidade geral (celoma). Geralmente, apresen-
tam uma concha calcárea.

2. Sistema tegumentário
Esses animais possuem epitélio simples, às vezes
ciliado e muito rico em células glandulares, cuja secreção
torna o tegumento úmido e mole. A parte do tegumento
que recobre a massa visceral forma uma dobra, chamada Conchas de moluscos.
manto ou pallium, que secreta a concha. Chama-se
cavidade palial ao espaço compreendido entre o manto 4. Sistema respiratório
e a superfície do corpo (nessa cavidade se aloja o
aparelho respiratório dos moluscos). A respiração pode ser: cutânea, branquial ou pulmo-
nar. As brânquias estão alojadas na cavidade paleal. A
respiração pulmonar ocorre em gastrópodes terrestres
3. Concha (caracóis); os pulmões são constituídos por um sistema
A concha consiste em uma camada orgânica externa de vasos sanguíneos muito ramificados que se espalham
(perióstraco); uma camada média (prismática), constituí- no teto da cavidade paleal, e há uma comunicação com o
da por cristais prismáticos de aragonita; e uma camada in- exterior através de um orifício chamado pneumóstoma.
terna (nacarada), lisa e brilhante, conhecida como madre-
pérola.

Corte transversal da concha e do manto. Helix (caracol) – corpo dividido em cabeça, pé e massa visceral.

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Os pelecípodes são animais filtradores. A água cir-


culante que penetra na cavidade do manto carrega as
partículas alimentares que ficam aderidas a uma camada
de muco, recobrindo as brânquias, e as partículas úteis
são ingeridas pela boca.

Anatomia interna de gastrópode.

6. Sistema circulatório
É do tipo lacunar. O coração tem posição dorsal, apa-
rece no interior de uma cavidade pericárdica e recebe o
sangue proveniente dos órgãos respiratórios por inter-
médio de veias. Pode ter um ou dois átrios e um ventrí-
culo, de onde o sangue é distribuído aos tecidos. O sis-
tema circulatório, apesar do desenvolvimento de artérias,
veias e capilares, é aberto, comunicando-se com lacunas
sanguíneas, situadas em vários órgãos.

Lula, molusco da classe dos cefalópodos. Notar a presença


de brânquias, estruturas respiratórias, do manto e da cavidade do manto.

5. Sistema digestório

Esquema geral da circulação aberta de


moluscos pelecípodes. Nos cefalópodes, a circulação é fechada.

7. Sistema excretor
A excreção é feita por rins (nefrídeos modificados),
que retiram os excretas da cavidade pericárdica e os
eliminam na cavidade paleal, de onde passam para o
Anatomia interna de cefalópode. exterior.

É do tipo completo e compreende: boca, faringe, esô- 8. Sistema nervoso


fago, estômago, intestino e ânus. Na parte basal da farin-
ge musculosa, há uma lâmina quitinosa denominada rá- É do tipo ganglionar, existindo 3 pares de gânglios
dula, portadora de dentículos, dirigidos para trás e pró- nervosos: cerebroides, pediais e viscerais, os quais coor-
prios para ralar os alimentos. É um órgão exclusivo dos denam, respectivamente, as funções: sensorial, locomo-
moluscos e ausente na classe Pelecipoda. Tem como tora e vegetativa.
glândulas anexas o fígado e as glândulas salivares.

Rádula. Sistema nervoso do mexilhão.

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Os órgãos sensoriais são: estatocistos (equilíbrio), Normalmente, os moluscos são ovíparos e de desen-
células táteis, quimiorreceptoras e os olhos, muito de- volvimento direto ou indireto. Há uma larva ciliada, vé-
senvolvidos nos cefalópodes. liger, livre; ou larvas parasitas de brânquias dos peixes,
os gloquídios; e ainda larva trocófora, em gastrópodes.

10. Habitat
Os moluscos são muito diversificados e vivem nos mais
variados ambientes. Há espécies em terra úmida: caracóis,
lesmas; marinhos, fixos em rochas, como ostras e mariscos;
livres, no fundo, sobre a areia, como os caramujos, que
possuem espécies de água doce e de água salgada; de nata-
ção ativa: lulas e polvos. Alguns aspectos importantes de sua
biologia podem ser abordados. Os cefalópodos, por exemplo,
são invertebrados altamente evoluídos, com grande
capacidade de aprendizado, eficiente mimetismo protetor,
por causa das suas rápidas mudanças de cor e da eliminação
Esquema comparativo dos olhos de uma planária, do polvo e do homem.
O “olho” (ocelo) da planária não é verdadeiro, pois não forma imagens.
de jatos de H2O. As ostras produzem as tão valiosas pérolas.

9. Reprodução A PÉROLA

A penetração de um grão de areia ou


parasita no interior de uma ostra provoca uma
reação de defesa do animal, que passa a secretar
a pérola.
A pérola é produzida por uma dobra da pele
da ostra, denominada manto, que secreta o
nácar (madrepérola) em camadas concêntricas,
envolvendo o agente estranho.
Trata-se de uma reação secretora de defesa
natural do molusco pelecípodo conhecido pelo
nome de ostra.
Helix sp – Anatomia interna.
O homem pode interferir nessa produção.
Ele lixa um objeto pequeno (esfera), envolven-
do-o com o manto retirado de uma ostra. Esse
Nos moluscos, há casos de hermafroditismo, mas ge-
objeto é inserido no interior de uma ostra
ralmente são de sexos separados. Nos hermafroditas, perlífera, entre o manto e a concha, mimeti-
ocorre fecundação cruzada, como nos caracóis e cara- zando o processo natural.
mujos, que, ao copularem, se estimulam mutuamente, Pérolas de ótima qualidade originam-se do
enterrando um no outro o “dardo do amor”. Além disso, Golfo Pérsico. Índia, Sri Lanka, Austrália, Taiti e
possuem uma gônada hermafrodita, a ovotéstis. Essa América Central também são produtores. No
glândula pode produzir espermatozoides e óvulos. Japão, há uma produção, em larga escala, de
A copulação é recíproca; o pênis de cada caracol pérolas cultivadas.
penetra na vagina do outro conjugante, transferindo o
espermatozoide. O desenvolvimento dos ovos é direto.

Formação de uma pérola. A partícula estranha introduziu-se entre a concha e


Larvas de moluscos. o manto. Secreções de nácar, em finas camadas concêntricas, envolvem o
corpo estranho, formando-se a pérola.

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No aspecto alimentar, os moluscos sempre foram im-


portantes para o homem, que consome toneladas de pol-
vos, lulas, ostras, mariscos e escargots.

11. Classificação
Mollusca é um dos maiores filos do reino animal,
ultrapassado apenas pelo Artropoda. É formado por
100 000 espécies, agrupadas em cinco classes principais:
Amphineura, Scaphopoda, Gastropoda, Pelecypoda e Dentalium sp, molusco escafópodo.
Cephalopoda.
O dente-de-elefante tem pé alongado, cilíndrico e
pontiagudo, usado para cavar, fixando o molusco na
areia. Da abertura basal, junto ao pé, saem “captáculos”,
que são tentáculos táteis e adesivos para a apreensão de
É formada de organismos com corpo oval, ou longo
alimentos. Não existe cabeça. A boca é provida de rádula,
e delgado, com simetria bilateral, cabeça reduzida, des-
mandíbulas e glândulas. Coração sem átrios, sistema
provida de olhos e tentáculos. Concha ausente ou forma-
nervoso composto por gânglios cerebroides, pleurais,
da por 8 placas. Exclusivamente marinhos. Ex.: Chiton
pediais e viscerais. São de sexos separados e de fe-
sp.
cundação externa. São todos marinhos e nutrem-se a par-
tir de micro-organismos, especialmente foraminíferos.

A classe Gastropoda é formada de organismos com


assimetria secundária, provocada pela torção da região
superior do corpo. Apresentam cabeça distinta sustentan-
do olhos e tentáculos, pé bem distinto, massa visceral
bem desenvolvida e enrolada, concha univalve (na
maioria dos casos, helicoidal ou espiralada). Os órgãos
Chiton sp, molusco anfineuro. paleais (ânus, poros excretores e genitais) estão deslo-
cados para o lado direito ou para a região anterior. A rá-
dula está presente na maioria.
Nessa classe, destacamos: Helix sp, caracol de jar-
dim; Arion, lesmas sem concha; Lymnaea sp e
Australorbis sp (Planorbes).

A classe Pelecypoda ou Lamellibranchiata é forma-


da de organismos com simetria bilateral e corpo lateral-
Molusco anfineuro (Quíton), em corte longitudinal.
mente achatado. São desprovidos de cabeça e rádula. A
concha é bivalve, com articulação, ligamentos dorsais e
fechada por um ou dois músculos adutores. Possuem si-
fões, que controlam a entrada e saída de água na cavidade
do corpo. O pé é cônico ou em forma de machado. São
É formada de organismos com corpo alongado, em dioicos ou hermafroditas e vivem na água doce e salgada.
sentido dorsoventral, com simetria bilateral; a concha São pelecípodes: as ostras Mytilus sp (mexilhão mari-
univalve e o manto apresentam-se em forma de um tubo nho); Pecten (moluscos que nadam por batimento das val-
encurvado, com abertura dorsal e ventral, lembrando as vas); Anadonta (bivalves de água doce); Mya, que vive no
presas de um elefante. Ex.: Dentalium sp. lodo.

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É formada de organismos simétricos, com cabeça vo-


lumosa, massa visceral alongada em sentido dorso-
ventral, manto musculoso, cavidade paleal localizada na
região caudal, pé transformado em tentáculos e braços
que rodeiam a cabeça. A concha univalve é frequente-
mente interna e muitas vezes reduzida.
Possuem uma glândula anexa ao intestino, conhecida
por “glândula de tinta”. Quando o animal é atacado, eli-
mina o conteúdo preto, formando uma nuvem escura, o
que lhe permite fugir do inimigo.
São moluscos mais evoluídos que os demais grupos;
de ambiente exclusivamente marinho; possuem olhos se-
melhantes aos dos mamíferos; têm sexos separados, com
espermatóforo e desenvolvimento direto. Seus represen-
tantes são: Nautilus, Loligo (lulas), Argonauta, Octopus
(polvo), Sépia e Calamares. Alguns organismos da classe dos cefalópodes.

1. (FEI – MODELO ENEM) – Paella, uma receita saborosa! Este Assinale a explicação correta para o fenômeno observado.
prato típico da cozinha espanhola tem entre seus ingredientes os a) O sal provoca a desintegração das membranas celulares do
deliciosos mariscos e lulas, animais que pertencem ao filo dos caramujo.
a) equinodermos. b) O sal se dissolve no muco que recobre o corpo do caramujo.
b) artrópodes. c) A pele do caramujo reage com o sal, formando um composto
c) anelídeos. instável que rompe as células.
d) moluscos. d) O sal é absorvido pelas células da pele do caramujo, cujo cito-
e) platielmintos. plasma se torna mais concentrado, provocando perda de água
Resolução pelas células.
O marisco e a lula são invertebrados de corpo mole. e) O sal provoca uma reação alérgica no caramujo, resultando na
Resposta: D sua desintegração.
Resolução
2. (MACKENZIE – MODELO ENEM) O sal se dissolve no muco que recobre o corpo do caramujo,
tornando-o hipertônico. Esse muco retira água do molusco, por
osmose.
Resposta: B

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3. Os moluscos são animais invertebrados que possuem corpo Quais das estruturas numeradas correspondem, respectivamen-
mole. São triblásticos, celomados e protostômios. Cite dois exem- te, à cavidade do manto, à massa visceral e ao pé?
plos desses animais, pertencentes a cada uma das seguintes a) I, II e III. b) II, III e IV. c) III, I e V.
classes: cefalópodes, pelecípodes e gastrópodes. d) III, IV e V. e) V, IV e III.

4. (PUC) – Analise a tira de quadrinhos abaixo. 7. (UNICAMP) – Explique, de maneira comparativa, duas caracterís-
ticas que permitem considerar moluscos como animais mais
complexos que celenterados.

8. Um mergulhador tirou várias fotografias em um de seus mergulhos.


Uma das criaturas que mais o deixou intrigado foi a que apresentava
a mistura de uma concha, um camarão e uma flor. Sem saber do que
se tratava, perguntou a um biólogo que criatura era aquela. O bió-
logo explicou que o mergulhador havia fotografado uma asso-
ciação com representantes de três filos animais.

Embora hermafroditas, os caramujos normalmente têm fecun- Quais são esses animais e os respectivos filos?
dação cruzada, mecanismo que leva a descendência a apresentar
a) aumento de variabilidade genética em relação à autofecun-
dação e maior chance de adaptação das espécies ao
ambiente.
b) diminuição da variabilidade genética em relação à autofe-
cundação e maior chance de adaptação das espécies ao
ambiente.
c) variabilidade genética semelhante à da autofecundação e as
mesmas chances de adaptação das espécies ao ambiente.
d) diminuição de variabilidade genética em relação à autofe-
cundação e menor chance de adaptação das espécies ao
ambiente.
e) variabilidade genética semelhante à da autofecundação e
menor chance de adaptação das espécies ao ambiente. 9. (UNICAMP) – Alguns moluscos têm importância sanitária. Um
exemplo comprovado é o do planorbídeo Biomphalaria glabrata,
5. (UNILUS – MODELO ENEM) – As ostras perlíferas ocorrem no que está relacionado ao ciclo de uma doença que atinge os humanos.
Indo-Pacífico, estando representadas pelas espécies Pinctada Por outro lado, ainda não foi comprovado se Acathina fulica está
maxima e Pinctada margaritifera. Esses animais vivem fixos a relacionada com a incidência de meningoencefalite. Este gastró-
substratos e possuem a camada interna da concha formada por pode foi introduzido no Brasil, sem estudos prévios, visando subs-
um nácar ou madrepérola brilhante. Constituem a matéria-prima tituir com vantagens o “escargot” (molusco utilizado como alimento).
utilizada para confecção de botões, adornos e objetos de uso a) A qual doença os caramujos Biomphalaria estão relacionados?
pessoal. O interesse maior dos joalheiros é pelo fato de desen- Qual o papel dos caramujos no ciclo desta doença? Em que
volver entre o manto e a concha as famosas pérolas. ambiente ocorre a contaminação dos humanos?
b) Acathina fulica está aumentando rapidamente e está destruin-
É verdadeiro afirmar sobre esses animais:
do a vegetação de algumas regiões. Dê uma explicação pos-
a) Pertencem ao filo molusco. sível, do ponto de vista ecológico, para esta proliferação.
b) Pertencem ao filo porífero.
c) Pertencem ao filo celenterado. 10. (UNESP) – Paella (comida típica espanhola).
d) Pertencem ao filo platielminto. INGREDIENTES:
e) Pertencem ao filo artrópode. 300 g de lula
300 g de polvo
6. (PUCC) – O esquema abaixo representa a organização básica de 300 g de peixe limpo (cação ou badejo)
um molusco. 24 mariscos
6 camarões grandes
1 pimentão verde
2 cebolas grandes
2 tomates
6 dentes de alho
½ pimenta malagueta
½ xícara de óleo de milho
½ xícara de azeite de oliva
4 xícaras de arroz
água e sal
Entre os ingredientes da receita, quais filos do reino Animalia
estão contemplados? Quais os ingredientes da receita que per-
tencem a cada um desses filos?

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11. (UNICAMP) – Os navios são considerados introdutores potenciais 15. (MODELO ENEM) – Uma pessoa tem alergia a moluscos. Em um
de espécies exóticas através da água de lastro (utilizada nos restaurante onde são servidos frutos do mar, ela pode comer, sem
tanques para dar aos navios estabilidade quando vazios). Essa problemas, pratos que contenham
água pode conter organismos de diversos grupos taxonômicos. a) lula e camarão. b) polvo e caranguejo.
Com certa frequência leem-se informações relacionadas a essas c) mexilhão e lagosta. d) lula e polvo.
e) camarão e cação.
introduções:
I. O mexilhão dourado (Limnoperna fortunei), um bivalve de 16. (MACKENZIE) – No ciclo de vida do Schistosoma mansoni, cau-
água doce originário do sul da Ásia, chegou ao Brasil em 1998 sador da esquistossomose, estão envolvidos indivíduos perten-
e já infestou rios, lagos e reservatórios da Região Sul e do Pan- centes aos filos
tanal. Além de causar problemas ecológicos, esse invasor a) Arthropoda e Platyhelminthes.
ameaça o setor elétrico brasileiro, a agricultura irrigada, a b) Coelenterata e Echinodermata.
pesca e o abastecimento de água devido à sua capacidade de c) Porifera e Mollusca.
se incrustar em qualquer superfície submersa. d) Chordata e Mollusca.
(Evanildo da Silveira. “Molusco chinês ameaça ambiente e e) Nemathelminthes e Annelida.
produção no Brasil”. Disponível em:
<http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/204/mar/18/75.htm>. 17. (MED. ABC) – As brânquias de moluscos bivalves e cefalópodes di-
Adaptado.) ferem funcionalmente entre si, porque as dos primeiros citados são
a) somente respiratórias e as dos últimos apenas relacionadas
II. As autoridades sanitárias acreditam que o vibrião colérico, com a alimentação.
originário da Indonésia, chegou ao Peru através de navios e b) somente relacionadas com a alimentação e as dos últimos
de lá se espalhou pela América Latina. apenas respiratórias.
(Ilídia A.G.M. Juras. “Problemas causados pela água de lastro”. Consultoria c) relacionadas com a respiração e a alimentação e as dos últi-
Legislativa da Câmara dos Deputados, 2003. Adaptado.) mos apenas respiratórias.
d) somente respiratórias e as dos últimos relacionadas com a
respiração e a alimentação.
a) Além de problemas como os citados acima, a introdução de
e) somente relacionadas com a alimentação e as dos últimos re-
espécies oferece risco de extinção de espécies nativas.
lacionadas com a alimentação e a respiração.
Explique por quê.
b) Indique uma característica que diferencie os moluscos bival-
18. (MACKENZIE-adaptado) – Há alguns tempo, foi noticiado na
ves das demais classes de moluscos. Indique uma outra
imprensa o aparecimento de moluscos gigantes, identificados
característica que permita incluir os bivalves no filo Mollusca.
como pertencentes à espécie Anodontes trapeziales, na represa
c) Nas áreas de risco de contaminação por vibrião colérico, as au-
Billings. Não é uma espécie nociva ao homem, mas o seu
toridades sanitárias recomendam não ingerir mexilhões e
consumo pode trazer problemas à saúde, pois, sendo animais
ostras crus. Essa recomendação baseia-se no modo como
filtradores, eles acumulam substâncias nocivas, como, por
esses moluscos obtêm alimento. Explique.
exemplo, metais pesados. Esse hábito filtrador ocorre, entre os
moluscos:
12. (UFES – MODELO ENEM) – Esta é a turma do Bob Esponja:
a) em todos os grupos.
b) apenas nos bivalves.
c) apenas nos bivalves e gastrópodes.
d) apenas nos bivalves e cefalópodes.
e) apenas nos moluscos aquáticos.

19. (Med-Jundiaí) – Analise a tirinha.

Lula Molusco é supostamente uma lula; Patrick, uma estrela-do-mar;


o Sr. Siriguejo, um caranguejo; e Bob é supostamente uma
esponja-do-mar. Cada um, portanto, pertence a um grupo animal
diferente. Se eles forem colocados segundo a ordem evolutiva de
surgimento dos grupos animais a que pertencem, teremos
a) A que classe dos Moluscos pertence o animal desenhado?
respectivamente:
Cite a estrutura responsável pela eliminação de excretas
a) esponja-do-mar, estrela-do-mar, lula e caranguejo.
encontrada nesse animal.
b) esponja-do-mar, lula, caranguejo e estrela-do-mar.
b) Baseando-se em sua fisiologia, explique por que esse animal
c) estrela-do-mar, esponja-do-mar, caranguejo e lula.
pode ser considerado um bioindicador da poluição da água.
d) estrela-do-mar, lula, caranguejo e esponja-do-mar.
e) lula, esponja-do-mar, estrela-do-mar e caranguejo.
20. (UNICID MAIO) – Analise as imagens.
13. (PUCC) – Pérolas formam-se em bivalves de água doce, mas os Minhocas copulando
tipos mais valiosos provêm de ostras perlíferas marinhas do Golfo
Pérsico e de outros lugares da Ásia. Pergunta-se: como são for-
madas as pérolas?

14. (UECE) – O esquistossomo é um parasita da espécie humana,


causador de uma grave endemia no Brasil – a esquistossomose.
Indique a opção que contenha, respectivamente, o hospedeiro
intermediário e o hospedeiro definitivo no ciclo evolutivo do
Schistosoma mansoni.
a) Porco e homem. b) Inseto e boi.
c) Caramujo e homem. d) Homem e inseto.

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(Disponível em: <http://www.vcsabia.com.br>.) (Microcosmos: fantástica aventura natureza [Documentário], 1996.)


Caracóis copulando De acordo com as imagens, é correto afirmar que
a) tanto minhocas quanto caracóis são animais hermafroditas e,
nos dois casos, ocorre a troca de espermatozoides, que
fecundarão os óvulos do animal receptor; este posteriormente
libera os ovos de onde sairão as formas jovens desses animais.
b) tanto minhocas quanto caracóis são animais monoicos e, nos
dois casos, ocorre a troca de óvulos, que serão fecundados
pelos espermatozoides do animal receptor; este posterior-
mente libera os ovos de onde sairão as larvas desses animais.
c) as duas reproduções são sexuadas partenogenéticas: os
óvulos fecundados geram fêmeas diploides e os não
fecundados geram machos haploides.
d) as duas reproduções são mais frequentemente sexuadas: um
organismo produz apenas um tipo de gameta para fecundar o
gameta do outro, resultando na formação de um embrião.
e) tanto minhocas quanto caracóis são animais de sexos
separados e, nos dois casos, a fêmea recebe os
espermatozoides do macho, liberando posteriormente os ovos
de onde sairão as larvas desses animais.

3) O polvo e a lula são moluscos da classe dos cefalópodes. A c) Os bivalves obtêm alimentos através da filtração e, conse-
ostra e o mexilhão pertencem à classe dos pelecípodes. O quentemente, podem acumular uma elevada quantidade
caracol e a lesma são animais da classe dos gastrópodes. de micro-organismos patogênicos, como o vibrião colérico,
agente etiológico do cólera.
4) A fecundação cruzada de gametas provenientes de parentais
distintos promove o aumento da variabilidade genética, em 12) A ordem de evolução é: poríferos (esponja-do-mar), molusco
relação à autofecundação. As variações apresentam maiores (lula), artrópode (caranguejo) e equinodermas (estrela-do-mar).
chances de sobrevivência em ambientes que se modificam.
Resposta: B
Resposta: A

5) A ostra é um molusco, da classe dos pelecípodes. 13) O manto secreta a pérola em camadas concêntricas, envol-
Resposta: A vendo uma pedrinha ou verme que penetrou entre ele e a
concha.
6) A seta I indica a boca; a II é o olho pedunculado.
Resposta: D 14) Respectivamente, molusco e cordado.
Resposta: C
7) Os moluscos são triblásticos; e os celenterados, diblásticos.
Os moluscos possuem sistema nervoso ganglionar; e os ce- 15) A lula, o polvo e o mexilhão são moluscos.
lenterados, difuso ou em rede. O camarão é artrópode.
O cação é peixe.
8) Anêmona-do-mar (filo dos celenterados); ermitão (filo dos Resposta: E
artrópodes); concha de caramujo (filo dos moluscos).
16) O homem pertence ao filo dos cordados; o caramujo é um
9) a) O caramujo Biomphalaria glabrata está relacionado com a molusco.
esquistossomose, ou barriga-d’água. Ele é o hospedeiro Resposta: D
intermediário do agente etiológico. A contaminação
ocorre em ambientes de água doce.
17) Na lula, as brânquias são exclusivamente respiratórias.
b) A proliferação rápida pode ser causada, por exemplo, pela Resposta: C
ausência de predadores.

10) O camarão é um animal do filo dos artrópodes. A lula, o polvo 18) Moluscos bentônicos com hábitos filtradores são os repre-
e o marisco são componentes do filo dos moluscos. Cação sentantes da classe bivalves (pelecípodes ou lamelibrânquios).
(peixe cartilaginoso) e badejo (peixe ósseo) são animais do Resposta: B
filo dos cordados.
19) a) Bibalve, lamelibrânquio ou pelecípode. Excreta através de
11) a) A introdução de espécies exóticas pode levar à exploração nefrídeos.
de nichos ecológicos ocupados por espécies nativas. As b) Trata-se de um animal filtrador, consequentemente a taxa
exóticas passam a competir com as nativas, o que pode de um poluente ambiental no seu organismo aumenta
levar à sua eliminação. muito, na filtração, dificultando sua sobrevivência. É muito
b) Como características diferenciais das demais classes de mo- sensível ao poluente e, consequentemente, bom bioindica-
luscos, podemos citar: presença de concha bivalve, brân- dor ambiental.
quias laminares, ausência de rádula e cabeça diferenciada.
Os bivalves apresentam corpo mole e uma dobra do 20) A
tegumento, denominada manto ou pálio, características
dos moluscos.

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CAPÍTULO Biologia Animal

75 ARTRÓPODES
(CLASSE DOS CRUSTÁCEOS)

O s crustáceos são invertebrados que possuem patas articuladas


e uma “crosta” calcárea e quitinosa, formando um exoesqueleto,
armadura protetora contra a ação dos predadores.

1. Artrópodes
Os artrópodes apresentam várias classes, como: classe
1 – Crustacea; classe 2 – Insecta; classe 3 – Arachnida;
Os artrópodes (arthros = articulação; podos = pés) classe 4 – Chilopoda; classe 5 – Diplopoda.
são organismos que apresentam apêndices e patas arti-
culadas.
São metazoários, de simetria bilateral, com corpo
segmentado, triblásticos, protostômios e esquizoce-
lomados; possuem um exoesqueleto quitinoso, que só
permite o crescimento do animal por mudas (ecdises).
São mais de 1 000 000 de espécies diferentes. Elas
apresentam elevado grau de complexidade, são encon-
tradas na maior diversidade de habitats e podem ingerir
uma quantidade de alimento muito maior que os
representantes de qualquer outro filo.

Peripatus sp. Animal que apresenta, simultaneamente,


características de anelídeos e de artrópodos. Pertence ao filo dos onicóforos.

As características dos onicóforos semelhantes às dos


anelídeos são: dois nefrídeos em cada segmento do cor-
po, condutos reprodutores ciliados, intestino simples,
estrutura dos olhos e forma do corpo.
As características dos onicóforos semelhantes às dos
artrópodes são: duas antenas, patas articuladas, respi-
ração traqueal e circulação aberta.

Inter-relação possível entre o filo dos anelídeos,


o filo dos onicóforos (Peripatus sp) e as classes do filo dos artrópodes.

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Classes Crustáceos Insetos Aracnídeos Quilópodes Diplópodes


Exemplos Camarão Mosquito Aranha Lacraia Piolho-de-cobra
Número de antenas tetráceros: 4 díceros: 2 áceros: 0 díceros: 2 díceros: 2
decápodos: 10
muitas; 1 par muitas; 2 pares
Número de patas (1 par por hexápodos: 6 octópodos: 8
por segmento por segmento
segmento)
cabeça, tórax
cefalotórax e cabeça, tórax e cefalotórax e cabeça e corpo
Divisão do corpo curto e corpo
abdômen abdômen abdômen longo
longo
Respiração branquial traqueal traqueal e filotraqueal traqueal traqueal
tubo digestório
tubo digestório
completo; tubo digestório tubo digestório tubo digestório
Digestão completo; digestão
molinete completo completo completo
extracorpórea
gástrico
aberta;
Circulação aberta aberta; hemocianina aberta aberta
hemocianina
tubo de tubo de Malpighi; tubo de
Excreção glândula verde tubo de Malpighi
Malpighi glândula coxal Malpighi

Sistema nervoso ganglionar ganglionar ganglionar ganglionar ganglionar

Sexos dioicos dioicos dioicos dioicos dioicos


direto ou direto ou direto ou direto ou direto ou
Desenvolvimento
indireto indireto indireto indireto indireto
maioria principalmente principalmente
Habitat terrestre terrestre
aquática terrestre terrestre
não são
forcípulas
partenogênese; asas; glândulas venenosas; venenosos;
venenosas;
Observações autotomia; partenogênese; quelíceras; fiandeiras; abdômen com
15 a 181
heteromorfose poliembrionia partenogênese 9 a 100 segmentos
segmentos
duplos

2. Classe Crustacea
A cabeça é formada pela fusão de 5 segmentos, cada
A classe Crustacea (do latim crusta = casca) é for- um deles com 1 par de apêndices bifurcados. Há 2 pares
mada de organismos com o corpo revestido por uma cutí- de antenas (tetráceros), 1 par de mandíbulas e 2 pares de
cula quitinosa espessa e rígida, formando o exoesqueleto, maxilas.
que é impregnado de carbonato de cálcio. O tórax apresenta segmentos com números variá-
Apesar de existir uma grande variedade de formas, veis, podendo estar fundidos ou não. Seus apêndices são
pode-se dividir o corpo em cabeça, tórax e abdômen, divididos em dois grupos: maxilípedes e pereiópodes.
ocorrendo, nas formas evoluídas, a fusão dos anéis torá-
cicos com a cabeça, ficando o corpo dividido em cefalo-
tórax e abdômen, como observamos, por exemplo, no ca-
marão.

212
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Apresenta gânglios cerebroides e uma cadeia nervo-


sa ganglionar ventral.

Camarão – morfologia externa. Os órgãos sensoriais são bem desenvolvidos. Os olhos


Os maxilípedes servem para a apreensão de ali- podem ser simples ou compostos, sésseis ou peduncula-
dos. Os compostos são formados por muitas unidades, os
mentos e ainda funcionam como elementos táteis, qui-
omatídeos.
miorreceptores e respiratórios. Os pereiópodes, ou patas
Há órgãos de equilíbrio, os estatocistos, na base das
locomotoras, formam, nos primeiros segmentos, a pinça
antenas, e órgãos táteis e olfativos, especialmente na
ou quela, usada para ataque ou defesa.
região da cabeça.
No abdômen, os segmentos não são fundidos e seus
apêndices são: pleiópodes e urópodes. Os pleiópodes
são natatórios e, nos machos, o primeiro par é transfor-
mado em órgão copulador. Os urópodes são chamados
também natatórios, formados por lâminas alargadas que,
nas fêmeas, protegem os ovos. O último segmento é o telso.

É completo, com digestão extracelular. É comum a


existência de um estômago mastigador: o molinete gás-
trico. Nos crustáceos mais simples (microcrustáceos), há Aparelho reprodutor do lagostim. Note que o ovário se abre no 3.º par
de pereiópodos da fêmea, e o testículo no 5.º par de pereiópodos do macho.
eficientes mecanismos de filtragem de água para a coleta
de nutrientes e de organismos do fitoplâncton.

A maioria é unissexuada, e as aberturas genitais en-


A respiração é branquial. As brânquias localizam-se contram-se na parte ventral.
sobre as patas torácicas. Nos microcrustáceos, as trocas Há o dimorfismo sexual, e a fecundação é interna.
gasosas são feitas através da superfície do corpo. Nos microcrustáceos é comum a partenogênese. Há mui-
tas larvas e a mais simples é Nauplius, com apenas 3 pa-
res de patas. Nos crustáceos superiores, além dessas, há
também Protozoea, Zoea e Mysis.
É do tipo aberto ou lacunar. Possuem coração dorsal,
que recebe das brânquias o sangue arterial, depois dis-
tribuído para o corpo. O sangue geralmente contém um
pigmento respiratório, a hemocianina. As lacunas são
celomáticas (hemocelas).

Estágios larvais do camarão:


A – Nauplius; B – Zoea; e C – Mysis, o último estágio larval.

Observamos grande capacidade de regeneração no


camarão jovem, que se reduz nos adultos. A heteromor-
fose é a regeneração de uma parte diferente daquela que
foi perdida. Assim, retirando-se apenas o olho do cama-
rão e deixando o pedúnculo, ocorrerá a regeneração nor-
mal de um novo olho; porém, se olho e pedúnculo forem
Estrutura interna do camarão (esquematizada). retirados, aparecerá em seu lugar uma antena.
A autotomia é um excelente meio de defesa, pois
consiste na autoamputação e posterior regeneração de um
segmento torácico, que fica com o agressor enquanto o
A excreção se faz por glândulas verdes ou antenárias,
animal foge.
cujo poro excretor se abre na base da antena. Tais glân-
dulas recolhem os catabólitos do celoma e do sangue.
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Subclasse 2 – Copepoda
Também microscópicos, com muitos representantes
São animais predominantemente aquáticos, marinhos
parasitas de peixes.
e dulçaquícolas. Podem viver na areia das faixas litorâ-
neas (caranguejo), em terra úmida (tatuzinho-de-jardim), Ex.: Cyclops sp, vetor do botriocéfalo e filária de
na lama do mangue (caranguejo-maria-mulata) e fixos às Medina.
rochas, pilares de pontes, cascos de navios etc. (cracas).

ALERGIA AO CAMARÃO

O mar é uma fonte de alimentos para o homem.


Os nutrientes marinhos compreendem: crustá-
ceos (camarão, lagosta, siri, caranguejo), moluscos
(polvo, lula, marisco, ostra), os peixes, as algas etc.
Cyclops sp.
O aumento do consumo desses alimentos
tem contribuído para uma maior incidência de
reações anafiláticas (alérgicas) severas. Subclasse 3 – Ostracoide
A alergia ao camarão, por exemplo, é muito Organismo com o corpo protegido por uma “concha”
frequente na espécie humana. O desencadeador do bivalve, que encerra também a cabeça. Vivem em água
problema alérgico é denominado alergeno (antíge- doce e no mar. Ex.: Eucypris sp.
no). Acredita-se que a tropomiosina do crustáceo é
um importante alergeno para algumas pessoas.
Ao ingerir esse alergeno, o corpo humano
aumenta a produção de anticorpos antitropomio-
sina. A exarcebada reação antígeno-anticorpo
provoca a liberação do hormônio histamina, pelos
mastócitos (células do tecido conjuntivo). A hista- Eucypris sp.
mina provoca o aparecimento de diversos sinto-
mas, como prurido (coceira), edema (inchaço) dos
lábios, da boca, da faringe, da glote e até mesmo
Subclasse 4 – Cirripedia
a diminuição da potência e da frequência dos São animais fixos e protegidos por uma carapaça cal-
batimentos cardíacos. cária, que vivem em ambiente marinho, cobrindo rochas,
O uso de antialérgicos nas crises e o auxílio madeira de cais, cascos de navios, carapaças de siris, la-
de médico especializado podem diminuir esses gostas, moluscos e até a pele de cetáceos. Ex.: Mitella e
sintomas, mas é fundamental a exclusão do Balanus, as cracas.
alimento da dieta nutricional do alérgico e tam-
bém a presença de alerta nos rótulos dos ali-
mentos onde esses alergenos são encontrados.

A classe dos crustáceos, com cerca de 25 000 espécies,


apresenta dois grupos: entomocrustáceos (primitivos) e
malacrustáceos (evoluídos).
Entomocrustáceos são crustáceos inferiores, geral-
mente microscópicos.
Subclasse 1 – Branchipoda
Microscópicos, quase todos de água doce, e adapta- Cirripédios.

dos à natação. Ex.: Daphnia pulex, a pulga-d’água. Subclasse 5 – Malacostraca


São crustáceos evoluídos, todos macroscópicos.
Dividem-se em três ordens: Isopoda, Amphipoda e
Decapoda.
Ordem 1 – Isopoda
Têm o corpo comprimido dorsoventralmente.
Daphnia pulex.

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Ex.: Ligia sp (baratinha-de-praia) e Armadillidium


sp (tatuzinho-de-jardim).

Esquema de organismos decápodos.

Isópodos.
3. Diferenciação
Ordem 2 – Amphipoda entre siri e caranguejo
Têm o corpo comprimido lateralmente, vivem na
água salgada e raramente na água doce.
Ex.: Caprella, Gammarus e Hyalella.

O caranguejo dulçaquícola vive isolado no fundo.


Amphipoda. Esconde-se entre as pedras. Fica na entrada de seu escon-
derijo com as pinças abertas, movimentando suas antenas
Ordem 3 – Decapoda enquanto suas patas natatórias também atuam na res-
É constituída de organismos lateralmente comprimi- piração. Pode mover também outros apêndices para rece-
dos ou achatados; o abdômen em geral é maior que o ce- ber estímulos e detectar a presença de alimentos. Pode
falotórax. Alguns vivem em água doce; poucos são resistir aos ataques de predadores utilizando suas
terrestres; e a maioria é de ambiente marinho. potentes pinças. Alimenta-se de larvas de insetos, de
Ex.: Cragon; Cancer – caranguejo comestível; crustáceos, de vermes e até de pequenos caracóis.
Callinectes – siri comestível; Panulirus – lagosta; Pagurus – Seus inimigos naturais são os peixes, as salamandras,
eremita (vive em concha de caramujos); Penaeus – camarão. as tartarugas, as cobras, as aves e certos mamíferos aquá-
ticos, além do homem.

1. (PUC-RIO) – O gráfico a seguir mostra uma curva (A), que Com relação ao crescimento do corpo dos artrópodes, podemos
representa o crescimento de um artrópode, e uma curva (B), que afirmar que
representa o crescimento de outros animais. a) é contínuo e acompanha o crescimento do exoesqueleto.
b) ocorre durante a muda.
c) é contínuo e não envolve muda.
d) é descontínuo e ocorre um pouco antes da muda.
e) é descontínuo e ocorre logo após a muda.
Resolução
O artrópode abandona seu exoesqueleto quitinoso, na muda ou
ecdise, e aumenta seu grau de hidratação, crescendo.
Resposta: E

2. (UFF) – Os invertebrados se diferenciam a partir de diversas caracte-


rísticas morfológicas, incluindo a presença e o número de patas.
Considerando uma barata, uma aranha, um escorpião e um ácaro,
pode-se afirmar que o número de pares de patas desses animais
é, respectivamente,
a) 3, 4, 3 e 3. b) 3, 4, 3 e 4. c) 3, 4, 4 e 4.
d) 4, 3, 4 e 4. e) 4, 4, 3 e 3.
Resolução
Os insetos são hexápodes. Os aracnídeos são octópodes.
Resposta: C

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3. ((FUVEST-MODELO ENEM) – Uma pessoa tem alergia a 6. (MACKENZIE) – Um animal é do filo artropoda. A maneira visual
moluscos. Em um restaurante onde são servidos “frutos do mar”, mais precisa de se saber se ele pertence ao grupo dos:
ela pode comer, sem problemas, pratos que contenham
a) lula e camarão. CRUSTÁCEOS,
b) polvo e caranguejo. INSETOS,
c) mexilhão e lagosta. ARACNÍDEOS,
d) lula e polvo. DIPLÓPODOS ou
e) camarão e cação. QUILÓPODOS

4. (PUC) – Os crustáceos são economicamente importantes porque é analisar o seu número de


a) são todos herbívoros. a) patas.
b) são parasitas de animais nocivos ao homem. b) antenas.
c) são predadores de peixes. c) partes do corpo.
d) são comestíveis pelo homem. d) peças bucais.
e) são hospedeiros intermediários de vários parasitas humanos. e) apêndices gerais.

5. (UNICASTELO-MED)
Quando uma lapa (molusco), uma craca e um caranguejo 7. (U.ITAÚNA) – Nos mares da Antártida, vive um crustáceo, o Krill,
(crustáceos) são classificados no sistema fenético, que agrupa os que se parece muito com o camarão. O Krill faz parte de uma
organismos em função da semelhança estrutural, e filogenético, complexa rede alimentar. Nutre-se de fitoplâncton, como a ba-
que agrupa os organismos em função das relações evolutivas, leia-azul, e é consumido por muitas espécies, como a própria ba-
obtêm-se resultados diferentes, como mostram os cladogramas leia-azul e o pinguim, que serve de alimento à foca-leopardo.
a seguir:
Nessa cadeia alimentar, o Krill
a) compete com o fitoplâncton pelos nutrientes orgânicos.
b) ocupa o segundo nível trófico, assim como a baleia-azul.
c) poderá ocupar tanto o segundo quanto o terceiro nível trófico.
d) realiza uma competição intraespecífica com a baleia-azul.

8. (FUVEST) – Francisco deve elaborar uma pesquisa sobre dois


artrópodes distintos. Eles serão selecionados, ao acaso, da se-
guinte relação: aranha, besouro, barata, lagosta, camarão, for-
miga, ácaro, caranguejo, abelha, carrapato, escorpião e gafanhoto.

Qual é a probabilidade de que ambos os artrópodes escolhidos


para a pesquisa de Francisco não sejam insetos?
49 14 7
a) –––– b) ––– c) –––
144 33 22

5 15
d) ––– e) ––––
22 144

9. (UERJ) –

(Disponível em: <www.cientic.com.>. Adaptado.)

A partir da análise dos cladogramas, é correto afirmar que


a) a craca apresenta maior semelhança morfológica com o
caranguejo e maior proximidade evolutiva com a lapa.
b) a craca e a lapa apresentam maior proximidade evolutiva entre Na figura acima, os animais classificados como moluscos, crustá-
si do que com o caranguejo. ceos e celenterados ou cnidários, respectivamente, são os de nú-
c) a craca e o caranguejo apresentam maiores semelhanças mero
morfológicas e maior proximidade evolutiva entre si do que a) 1 e 6 – 2 e 3 – 4 e 5.
com a lapa. b) 2 e 4 – 1 e 3 – 5 e 6.
d) a craca e o caranguejo apresentam maiores semelhanças c) 5 e 6 – 1 e 4 – 2 e 3.
morfológicas entre si do que com a lapa. d) 3 e 4 – 5 e 6 – 1 e 2.
e) a craca apresenta maior semelhança morfológica com a lapa e
maior proximidade evolutiva com o caranguejo.

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10. Os anelídeos (I) e os artrópodes (II) apresentam as seguintes 15. (MODELO ENEM) – Num jantar, havia ostra, siri, caranguejo,
características: lagosta, palolo, tubarão, mexilhão, berbigão, ovos de esturjão e
Sistema Sistema polvo. Essa refeição continha, portanto,
Reprodução a) somente crustáceos.
digestório circulatório
b) somente moluscos.
I. incompleto; I. fechado; I. assexuada; c) somente crustáceos e moluscos.
a) d) somente peixes e crustáceos.
II. completo II. aberto II. sexuada
e) crustáceos, moluscos, peixes e anelídeos.
I. completo; I. fechado; I. assexuada;
b)
II. incompleto II. fechado II. sexuada
16. (VUNESP) – Um determinado jornal deu a seguinte notícia: “O
I. completo; I. aberto; I. sexuada; ilustre visitante austríaco ficou impressionado com a exuberância
c)
II. completo II. fechado II. sexuada da Mata Atlântica, onde pôde observar a existência de numerosas
espécies de samambaias e orquídeas, todas parasitas de grandes
I. completo; I. fechado; I. sexuada; árvores. Saboreou o delicioso fruto do cajueiro, tendo-o achado
d)
II. completo II. aberto II. sexuada muito suculento, e não resistiu a um jantar no qual foram servidos
apenas crustáceos, tais como lagosta, camarão, lula, ostra, caran-
I. incompleto; I. aberto; I. sexuada;
e) guejo e mexilhão.”
II. completo II. fechado II. sexuada
O redator desta notícia cometeu alguns enganos biológicos, que
merecem reparos.
Aponte três enganos cometidos pelo redator.
11. Das alternativas abaixo não é característica dos crustáceos:
a) simetria bilateral.
b) pseudoceloma. 17. (UNICAMP) – Joãozinho é estudante do 2°. grau e passou a ma-
c) segmentação metamérica.
nhã toda observando os animais em uma mata. Indique qual o filo
d) respiração branquial.
e) habitat predominantemente aquático. de animais que deveria estar mais representado nas observações
de Joãozinho e duas características importantes deste filo.

12. I. A principal característica dos crustáceos é a presença de 4 18. (PUC) – Numa aula de Biologia, os alunos classificaram os artró-
pares de antenas.
podes que o professor lhes apresentou em 3 grupos, de acordo
II. Os crutáceos têm sistema circulatório aberto ou lacunar, com
hemocianina como pigmento respiratório. com características que distinguiam cada grupo dos demais:
III. A excreção dos crustáceos é feita pelas glândulas verdes. I. aranha e besouro;
II. barata e escorpião;
Está(ão) correta(s): III. caranguejo e siri.
a) todas as frases.
b) apenas as frases I e II. O professor disse que a classificação estava errada.
c) apenas as frases II e III. a) Reagrupe os animais, corrigindo os erros.
d) apenas a frase III. b) Cite uma característica externa exclusiva de cada grupo que
e) apenas as frases III e I. você formou.

13. Anelídeos e artrópodes possuem características anatômicas e 19. (FEI) – Um aluno da FEI foi a um jantar onde havia camarão, ostra,
fisiológicas comuns, o que reforça a hipótese de parentesco evo-
lula e lagosta. Esta refeição continha, portanto,
lutivo entre esses grupos de invertebrados. Assinale a alternativa
a) apenas peixes.
que apresenta, corretamente, duas dessas características
b) apenas crustáceos.
comuns.
c) apenas moluscos.
a) Cordão nervoso dorsal e respiração cutânea.
d) apenas crustáceos e moluscos.
b) Cordão nervoso ventral e corpo segmentado.
e) apenas peixes e moluscos.
c) Vaso sanguíneo dorsal e respiração traqueal.
d) Vaso sanguíneo ventral e corpo segmentado.
e) Cordão nervoso dorsal e vaso sanguíneo dorsal.
20. (UCDB) – Um garoto saiu a pescar e usou, como isca, um animal
que tinha as seguintes características: 2 pares de antenas; corpo
dividido em cefalotórax e abdome; e apêndices locomotores
14. (FUVEST – MODELO ENEM) – Caranguejo, caramujo e anê-
situados no cefalotórax e abdome.
mona-do-mar pertencem a três filos diferentes de animais. A
esses mesmos filos pertencem, respectivamente,
A isca era um
a) lagosta, lula e estrela-do-mar.
a) inseto marinho.
b) abelha, lesma e água-viva.
b) inseto terrestre.
c) camarão, planária e estrela-do-mar.
c) aracnídeo.
d) barata, mexilhão e ouriço-do-mar.
d) molusco de pequeno porte.
e) ouriço-do-mar, polvo e água-viva.
e) crustáceo.

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3) A lula, o polvo e o mexilhão são moluscos. 12) A afirmativa I está incorreta, porque possuem dois pares de
O cação é cordado. O camarão, o caranguejo e a lagosta são antenas, ou seja, são tetráceros.
artrópodes. Resposta: C
Resposta: E

4) Lagosta, camarão, siri, caranguejo etc. são crustáceos comes- 13) Ambos possuem sistema nervoso ventral e metameria.
tíveis pelo homem. Resposta: B
Resposta: D

14) O caranguejo e a abelha são artrópodes.


5) A craca é um artrópode; e a lapa, um molusco. A forma O caramujo e a lesma são moluscos.
desses dois animais é muito semelhante (semelhança A anêmona-do-mar e a água-viva são celenterados ou cnidá-
morfológica). O caranguejo e a craca são artrópodes, ou seja, rios.
pertencem ao mesmo filo e, portanto, são evolutivamente Resposta: B
semelhantes.
Resposta: E
15) O siri, o caranguejo e a lagosta são crustáceos (filo dos
6) Uma das formas visuais de se identificar representantes atrópodes). A ostra, o mexilhão, o berbigão (vôngole) e o
típicos das diversas classes do filo artrópodes é por meio do polvo são moluscos. O tubarão e o esturjão são peixes (filo
número de patas locomotoras. dos cordados). O palolo é anelídeo.
Resposta: A Resposta: E

7) Nutrindo-se do fitoplâncton, o Krill ocupa o segundo nível


16) Samambaias e orquídeas não são parasitas.
trófico.
Resposta: B O fruto do cajueiro não é suculento. Ele saboreou o pedún-
culo floral do caju.
Lula, ostra e mexilhão são moluscos.
8) Dos 12 artrópodes, exatamente 7 não são insetos (aranha,
lagosta, camarão, ácaro, caranguejo, carrapato e escorpião).
A probabilidade de que ambos os artrópodes escolhidos não 17) Artrópodes. Apresentam patas e apêndices articulados e me-
7 6 7
sejam insetos é de ––– . ––– = ––– . tameria, ou seja, corpo dividido em segmentos.
12 11 22
Resposta: C
18) a) I – aranha e escorpião; II – besouro e barata.
b) I – áceros (sem antenas); II – díceros (presença de duas an-
9) Caracol (3) e polvo (4) são moluscos; camarão (5) e caran- tenas).
guejo (6) são crustáceos; água-viva (1) e anêmona (2) são
cnidários.
Resposta: D 19) Camarão e lagosta são artrópodes, da classe dos crustáceos.
Ostra e lula são moluscos.
Resposta: D
10) As características corretas estão na penúltima alternativa.
Resposta: D
20) Os crustáceos são tetráceros.
Resposta: E
11) Os crustáceos são celomados. O pseudoceloma ocorre nos
nematelmintos.
Resposta: B

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CAPÍTULO Biologia Animal

85 ARTRÓPODES
(CLASSE DOS INSETOS)

A s borboletas caracterizam-se por terem quatro asas


membranosas cobertas por escamas, que apresentam as
formas e cores mais variadas. Durante a fase de lagarta,
alimentam-se vorazmente e criam reservas alimentícias.

3 pares de patas (hexápodes); corpo nitidamente dividido


em cabeça, tórax e abdômen.

Inseto, desenho esquemático.

Como todo artrópode, o inseto apresenta patas e


apêndices articulados. Suas asas e patas se originam no
tórax. A metameria ou segmentação do corpo é muito vi-
sível, mesmo externamente.
O inseto é um animal triblástico, porque apresenta
três folhetos germinativos: o ectoderma, o endoderma e
Metamorfose de uma borboleta, inseto da ordem dos lepidópteros. Trata-se de o mesoderma. Possui celoma verdadeiro, uma cavidade
um animal do filo dos artrópodes, da classe dos insetos. A borboleta é holo-
metábola, ou seja, possui metamorfose completa. O hormônio ecdisona esti-
embrionária, totalmente revestida pelo mesoderma. É es-
mula a muda ou ecdise, nos insetos. O hormônio neotenina retarda a meta- quizocelomado. O primeiro orifício que surge no seu de-
morfose. Há uma queda na taxa de neotenina na crisálida, acelerando o final senvolvimento, o blastóporo, origina a boca. É um ani-
da metamorfose, originando o imago, indivíduo que possui a imagem dos pais.
mal protostômio.
1. Insetos
Constitui a classe de maior biodiversidade no globo
A cabeça é o centro sensorial do animal. Nela estão
terrestre.
localizados seus principais órgãos dos sentidos: as ante-
nas e os olhos. As antenas são órgãos quimiorreceptores,
que apresentam também as funções olfativas e táteis.
A classe Insecta (do latim in = dentro; secare = divi- Os olhos podem ser de dois tipos: simples (ocelos) e
dir) tem como características: 1 par de antenas (díceros); compostos (facetados).

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Os olhos simples são no máximo três, enquanto os O aparelho bucal é adaptado ao tipo de alimentação
olhos compostos são dois, porém formados por 15 000 a do animal:
25 000 unidades visuais, os omatídeos. • mastigador ou triturador (gafanhoto);
• lambedor (abelhas);
• sugador (borboleta);
• picador – sugador (pulgas);
• picador – não sugador (mosca doméstica).

É do tipo traqueal. Alguns insetos aquáticos respiram


o oxigênio da atmosfera, subindo de tempos em tempos;
Olhos do inseto, animal do filo dos artrópodes. outros apresentam um sistema traqueal fechado,
utilizando o O2 dissolvido na água.
O tórax é o centro locomotor dos insetos. É formado
por três segmentos: protórax, mesotórax e metatórax, com
1 par de patas por segmento. Cada pata é constituída pe-
los seguintes artículos: coxa, trocanter, fêmur, tíbia e tarso.
O inseto possui seis patas; é um animal hexápode. As
patas dos insetos podem apresentar modificação para
correr, para saltar, para nadar, para patinar etc.
As asas são estruturas vivas ligadas ao tórax (meso e
metatórax), mas não são membros verdadeiros, e sim uma
expansão lateral do tegumento. Em suas nervuras passam
Sistema traqueal.
vasos, traqueias e lacunas sanguíneas (hemocelas).
Os tipos de asas são:

Membranosas A circulação é aberta ou lacunar. O coração é um ór-


Finas e transparentes (moscas). gão tubuloso, dorsal ao abdômen, apresentando pequenas
Pergamináceas câmaras contráteis, as ventriculites.
Finas, opacas, flexíveis e coloridas (barata). O sangue é incolor, não transportando gases respira-
tórios; serve para a distribuição de alimentos.
Élitros
Espessas e opacas (besouro).
Hemiélitros
São élitros na base e membranosas na ponta (barbeiro).

O abdômen é o centro de nutrição dos insetos, des-


provido de apêndices e com uma segmentação nítida. Os
últimos segmentos nas fêmeas formam o ovopositor. Circulação do inseto.
Existem aberturas das traqueias, denominadas opércu-
los, localizadas lateralmente. Nas abelhas e vespas exis-
tem os ferrões. A excreção é feita por tubos de Malpighi, que elimi-
nam especialmente ácido úrico.

É do tipo completo e divide-se em três partes: ante-


rior (estomodeu), de origem ectodérmica; médio (meso-
deu), de origem mesodérmica; e posterior (proctodeu),
de origem ectodérmica.
O estomodeu e o proctodeu têm revestimento quitinoso.
Há boca, faringe, esôfago, papo, moela, estômago,
intestino, ânus e, como órgãos anexos, as glândulas Tubo digestório da barata. Observe que os túbulos de Malpighi recolhem o
salivares. material de excreção do celoma e lançam no tubo digestório.

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O cérebro é anterior e está ligado aos gânglios subeso- São animais dioicos; com dimorfismo sexual; as fê-
fagianos por um anel nervoso; há ainda a cadeia nervosa ven- meas são sempre maiores. A fecundação é interna e o de-
tral. Essa cadeia ganglionar é semelhante à dos anelídeos. senvolvimento pode ser direto ou indireto, com meta-
morfose. Há casos de partenogênese (afídeos); de neo-
tenia (térmitas); e de poliembrionia (himenópteros).

A classe dos insetos apresenta mais de um milhão de


espécies, sendo animais de grande sucesso evolutivo.

Subclasse 1 – Apterygota
Insetos sem asas e sem metamorfose (ametábolos).
Sistema nervoso.
Ordem 1 – Thysanura
Ex.: traça-dos-livros.
A visão dos insetos (olhos simples e compostos) dis-
tingue cores até ultravioleta; a sensibilidade auditiva é
Subclasse 2 – Pterygotas
percebida por pelos e órgãos cordotonais das patas; a
Insetos com asas e metamorfose, divididos em dois
sensibilidade olfativa situa-se nas antenas; a sensibili-
dade gustativa está nos palpos bucais; e a sensibilidade grupos:
tátil em cerdas de apêndices.
1°. Grupo – Hemimetábolos
O BICHO-DA-SEDA Com metamorfose parcial: ovo → ninfa → imago
(adulto).

É um Eucaria (domínio), Animalia (reino), Ordem 2 – Ortoptera


Arthropoda (filo), Insecta (classe), Lepidoptera (or- Ex.: gafanhoto e grilo.
dem), Bombycidae (família), Bombyx (gênero),
Bombyx mori (Lineu, 1758) (Espécie). Mariposa é o
Ordem 3 – Ephemeroptera
seu nome popular.
Os fios de seda são secretados pela lagarta
Ex.: siriruira.
(larva) dessa mariposa. É nativa da China e
atualmente distribuída pelo mundo, em quintas Ordem 4 – Dermaptera
de produção de seda, denominada sericicultura. Ex.: tesourinha.
A largata alimenta-se somente de folhas de
amoreira. É holometábola, ou seja, apresenta Ordem 5 – Odonata
metamorfose completa. O ovo forma a lagarta, Ex.: libélula.
que origina o casulo (crisálida) e, depois, o
imago (adulto).
A lagarta produz o fio de seda para formar Ordem 6 – Isoptera
seu casulo. Ex.: cupim, térmitas.
Para se aproveitar a seda, o casulo deve ser
sacrificado antes do seu amadurecimento.
O início da sericicultura no Brasil ocorreu em Ordem 7 – Phthiraptera
meados do século XIX, sendo que a indústria Ex.: piolho (Pediculus humanus), chato (Phthirus
têxtil brasileira utiliza apenas uma pequena pubis).
parte de sua produção. A maior parcela é
destinada à exportação. Ordem 8 – Hemiptera
A sericicultura em pequenas propriedades,
Ex.: barbeiro, percevejo-do-mato, pulgão, cigarra.
com mão de obra familiar, de forma sustentável
e ecologicamente correta, contribui para a
renda dessas famílias, além de diminuir o êxodo Ordem 9 – Dictyoptera
rural. Ex.: louva-a-deus, baratas.

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2°. Grupo – Holometábolos Drosophila melanogaster – mosca das frutas.


Insetos com metamorfose completa: ovo → larva → Dermatobia hominis – a mosca do berne (é a larva do
pupa → imago (adulto). Nas borboletas e mariposas, as fases inseto).
são denominadas: ovo → lagarta → crisálida → adulto.
Ordem 12 – Siphonaptera
Ordem 10 – Lepidoptera Ex.: pulga (Pulex irritans) e bicho-de-pé (Tunga
Ex.: borboleta, mariposa, bicho-da-seda, traça-de-roupa. penetrans), pulga do rato (Xenopsylla cheops), vetora da
peste bubônica.
Ordem 11 – Diptera
Tem duas subordens: Nematocera e Brachicera. Ordem 13 – Coleoptera
Ex.: besouro, joaninha, caruncho.
• Subordem 1 – Nematocera
Conhecidos como mosquitos. Possuem antenas longas.
Ex.: Cullex sp – principal vetor das filárias de W.
bancrofti, causadora da elefantíase.
Aedes aegypti – vetor da febre amarela e da dengue
(viroses).
Anopheles sp – vetor da malária.
Phlebotomus intermedius – vetor da úlcera de Bauru.
Simulidium – mosquito borrachudo.

• Subordem 2 – Brachycera
Conhecidos como moscas. Possuem antenas curtas. Coleoptera – Joaninhas.
Ex.: Musca domestica – grande transmissora me-
cânica de germes. Ordem 14 – Hymenoptera
Glossina palpalis – vetor da doença do sono. Exs.: abelhas, vespas e formigas.

1. (PUC) Resolução:
III. Incorreta.
As flores produtoras de néctar são encontradas apenas entre as
angiospermas.
As gimnospermas não produzem flores, e sim estróbilos.
Resposta: B

2. (UNIFESP) – Os quadrinhos retirados da Folha de S.Paulo fazem


referência ao exoesqueleto.

Com relação à tira de quadrinhos, um estudante fez três afirma-


ções:
I. As borboletas são insetos holometábolos, ou seja, apre-
sentam metamorfose total, que inclui as fases de ovo, larva,
pupa e adulta.
II. Larvas de borboletas, alimentando-se de folhas, atuam como
consumidores primários em sua comunidade.
a) O exoesqueleto é uma característica exclusiva dos insetos?
III. As flores que produzem néctar podem ser de gimnospermas
ou de angiospermas. Justifique.
b) Cite uma vantagem e uma desvantagem adaptativa decorren-
Pode-se considerar tes da presença do exoesqueleto.
a) apenas uma delas correta. Resolução
b) apenas I e II corretas. a) Não. O exoesqueleto é encontrado também em outros
c) apenas I e III corretas. artrópodes, como aracnídeos e crustáceos, além de ocorrer
d) apenas II e III corretas. em alguns moluscos e celenterados.
e) I, II e III corretas. b) Uma vantagem é a proteção contra agentes mecânicos e
desidratação. Uma desvantagem é dificultar o crescimento.

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3. (MED. SANTOS – MODELO ENEM) – As alternativas apresen- 8. (UNICAMP) – O melhor de Calvin/Bill Watterson
tam estruturas encontradas nos insetos. Assinale a relação que
não está correta.
a) Traqueia – espiráculo.
b) Peças bucais – ferrão.
c) Olho composto – omatídeo.
d) Tubos de Malpighi – trato digestório.
e) Asas – tórax.

4. (UEG) – Um biólogo coletou os artrópodes apresentados a seguir a) Justifique, do ponto de vista biológico, a afirmação de Calvin;
para uma pesquisa. “se elas estiverem me entendendo, nunca mais teremos pro-
blemas com formigas”.
b) Cite dois outros grupos de insetos com modo de vida seme-
lhante ao das formigas.

9. (FUVEST)
Como chegavas do casulo,
— inacabada seda vida —
tuas antenas — fios soltos
da trama de que eras tecida,
e teus olhos, dois grãos da noite
de onde o teu mistério surgia.
(Cecília Meireles)
a) Baseado em seus conhecimentos de zoologia, organize-os em
três classes. a) A que filo e classe pertence o animal de que falam os versos?
b) Justifique a inclusão do organismo B em uma das três classes b) Qual a sequência dos estágios de seu desenvolvimento?
organizadas por você.
10. (MACKENZE)
5. (FUVEST – MODELO ENEM) – De acordo com a Organização A – esquistossomose
Mundial da Saúde (OMS), a dengue voltará com ímpeto. “A Ásia B – doenças de Chagas
e a América Latina serão duramente castigadas este ano [...]”, diz C – malária
José Esparza, coordenador de vacinas da OMS. D – amarelão
(New Scientist n.° 2354, 3 ago. 2004.) E – teníase
Das parasitoses acima, são transmitidas por picadas de insetos
O motivo dessa previsão está no fato de a) apenas B e D.
a) o vírus causador da doença ter se tornado resistente aos anti- b) apenas B e C.
bióticos. c) apenas B, C e D.
b) o uso intenso de vacinas ter selecionado formas virais resis- d) apenas B, C, D e E.
tentes aos anticorpos. e) A, B, C, D e E.
c) o contágio se dar de pessoa a pessoa por meio de bactérias
resistentes a antibióticos. 11. Os mosquitos são insetos vetores das seguintes moléstias:
d) a população de mosquitos transmissores dever aumentar. a) Dengue, febre amarela e malária.
e) a promiscuidade sexual favorecer a dispersão dos vírus. b) Chagas, maleita e elefantíase.
c) Chagas, cólera e malária.
6. (UNICAMP) – A cigarra e a formiga são personagens de uma d) Febre intermitente, amebíase e elefantíase.
fábula que enaltece o trabalho. A biologia dos grupos aos quais e) Úlcera-de-Bauru, Chagas e giardíase.
pertencem esses insetos explica o diferente papel desempenha-
do por eles na fábula. No verão, encontram-se cascas de cigarras 12. (UNIP) – Observe o animal abaixo.
presas nas árvores ou no chão. Há uma crença popular de que as
cigarras “arrebentam de tanto cantar”.
a) Que aspecto da biologia das formigas justifica sua associação
com o trabalho?
b) Qual a função do canto das cigarras?
c) As cascas não são cigarras mortas. Explique o que represen-
tam essas cascas.

7. Associar os tipos de desenvolvimento às ordens dos animais


correspondentes:
I. Holometábolos (metamorfose completa)
ovo → lagarta → crisálida → imago
II. Hemimetábolos (metamorfose parcial) Assinale a alternativa que, corretamente, especifica as
ovo → larva → imago características externas desse animal completo:
III. Ametábolos (ausência de metamorfose) a) dícero, hexápode e áptero;
ovo → imago b) ácero, octópode e tetráptero;
c) dícero, hexápode e tetráptero;
A – Lepidópteros (borboleta e bicho-da-seda)
d) ácero, octópode e áptero;
B – Tisanuros (traças-dos-livros)
e) tetrácero, hexápode e díptero.
C – Ortópteros (gafanhoto e grilo)

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13. (UNICENTRO) – Na maioria das espécies de mosca-varejeiras o I, II, III e IV são medidas para combater, respectivamente, as
ciclo completo, de ovo a adulto, leva cerca de 10 a 12 dias. seguintes doenças:
Criadas em condições assépticas, as larvas de Phaenicia sericata, a) doença de Chagas, malária, esquistossomose e amebíase.
Phormia regina e Lucilia ilustris podem auxiliar no tratamento da b) doença de Chagas, malária, amebíase e esquistossomose.
osteomielite (inflamação da medula óssea). Ao se alimentarem, c) malária, doença de Chagas, esquistossomose e amebíase.
retiram do local lesado bactérias e substâncias nocivas resul- d) malária, doença de Chagas, amebíase e esquistossomose.
tantes do processo inflamatório. Também são úteis em inves- e) doença de Chagas, amebíase, malária e esquistossomose.
tigações criminais, principalmente no caso de homicídios, por
serem as primeiras espécies atraídas por cadáveres. O tempo de
desenvolvimento de larvas e pupas e sua disposição no solo 18. (UELON) – A respiração e a circulação sustentam a alta demanda
permitem que peritos criminais especializados estimem quando a metabólica desses animais durante o voo. Além disso, a respi-
vítima morreu ou tirem conclusões sobre o local da morte. ração traqueal é uma importante adaptação dos insetos para a
vida terrestre. Sobre as relações fisiológicas entre os processos
(Ciência hoje, p. 14/5.) respiratório e circulatório nos insetos, é correto afirmar:
a) O sistema circulatório aberto contém hemocianina, pigmento
As moscas referidas no texto respiratório que facilita o transporte de oxigênio do sistema
a) compartilham o mesmo gênero. traqueal para os tecidos.
b) incluem-se em diferentes reinos. b) O sistema traqueal conduz oxigênio diretamente para os
c) integram o Filo Arthropoda. tecidos e o dióxido de carbono em direção oposta, o que torna
d) fazem parte de classes diferentes. a respiração independente de um sistema circulatório.
e) pertencem à mesma espécie. c) O sistema circulatório fechado contém hemoglobina e é
fundamental para o transporte de oxigênio do sistema traqueal
para os tecidos.
14. (UNESP) – João e Pedro estão caminhando por um parque e d) O sistema traqueal conduz oxigênio da hemolinfa para os
observam, presas ao tronco de uma árvore, “cascas”, que João tecidos, o que torna a respiração dependente de um sistema
identifica como sendo de cigarras. Especialistas chamam essas circulatório.
cascas de exúvias. João conta a Pedro que a tradição popular diz e) O sistema circulatório aberto, apesar de não conter pigmentos
que “as cigarras estouram de tanto cantar”, explica que as respiratórios, é fundamental para o transporte de oxigênio do
cigarras são insetos e descreve o número de apêndices sistema traqueal para os tecidos.
encontrado em um inseto generalizado.
a) Do ponto de vista biológico, é correto afirmar que as exúvias 19. (FUVEST) – De que maneira o gás oxigênio e os nutrientes resul-
são restos do corpo de cigarras que “estouraram de tanto tantes da digestão dos alimentos chegam às diversas células do
cantar”? Justifique sua resposta. corpo de
b) Qual o número de apêndices encontrados no tórax de um a) uma planária?
inseto adulto generalizado? b) um inseto?

20. (UNIFESP) – O termo “vermes” é aplicado indistintamente para


15. (MACKENZIE) – De acordo com o desenvolvimento, os insetos são designar invertebrados alongados e de corpo mole, principal-
classificados em ametábolos (desenvolvimento direto), hemi- mente do grupo dos anelídeos. Na charge, os “vermes”
metábolos (desenvolvimento indireto com metamorfose incom- desenhados provavelmente são larvas de insetos.
pleta) e holometábolos (desenvolvimento indireto com meta-
morfose completa). São exemplos de cada tipo, respectivamente:
a) traça de livro, gafanhoto e mosca.
b) borboleta, barata e pulga.
c) formiga, libélula e abelha.
d) grilo, cigarra e besouro.
e) vespa, cupim e mariposa.

16. (UNIP) – O animal abaixo desenhado é um (Fernando Gonsales. Níquel Náusea – botando os bofes de fora. Devir, 2002.)

Sobre esses dois grupos, anelídeos e insetos, podemos afirmar


corretamente que
a) ambos apresentam o corpo segmentado e revestido por um
exoesqueleto. Nos anelídeos terrestres, esse exoesqueleto é
bastante fino e flexível e, nos insetos, é quitinoso e rígido,
conferindo proteção e sustentação.
b) o padrão vermiforme das larvas de insetos é a principal
evidência de que os artrópodes, grupo ao qual os insetos
pertencem, surgiram a partir dos anelídeos, pois reproduzem
um estágio anterior da evolução.
c) observamos mais insetos, o que nos dá a falsa impressão de
a) equinoide. b) cordado. c) artrópode. um maior número de espécies desse grupo. Porém, o número
d) ctenóforo. e) anfíbio. de espécies de anelídeos conhecidas é superior, pois inclui
muitos grupos marinhos e terrestres.
17. (UNAERP) – Analise os procedimentos profiláticos descritos abaixo: d) a segmentação do corpo está presente em ambos e a
I. Combater o inseto transmissor, proteger os leitos com corti- organização do sistema nervoso é semelhante. Os insetos,
nados de filó e melhorar a infraestrutura das construções rurais. porém, possuem exoesqueleto, caráter evolutivo de importância
II. Combater o inseto transmissor e proteger os leitos com fundamental no grupo.
cortinados de filó. e) os anelídeos são terrestres e aquáticos e a maioria das
III. Ferver a água a ser bebida, não nadar em águas contaminadas espécies alimenta-se de detritos, estando no final da cadeia
e não defecar ao ar livre. alimentar. Já os insetos são apenas aéreos e terrestres e a
IV. Ferver a água a ser bebida, lavar as mãos com frequência e maioria é herbívora, sendo, portanto, consumidores primários.
lavar bem os alimentos.

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21. (FUVEST) – A revista Pesquisa Fapesp, de setembro de 2007, b) Os cientistas entrevistados para tal matéria afirmam que os
publicou matéria com o título “Memórias Póstumas”, que destaca insetos podem revelar que, apesar de um corpo ter sido en-
a importância do conhecimento sobre a ecologia e o desenvol- contrado no Rio de Janeiro, a morte não ocorreu nessa cidade.
vimento de diversas espécies de insetos, para se desvendarem Como isso é possível?
mortes misteriosas.
a) Como a ocorrência de moscas e besouros, que se desenvol-
vem nos corpos em decomposição, pode ser útil para estimar
o tempo decorrido desde a morte?

3) As peças bucais dos insetos não estão diretamente • 3 pares de patas locomotoras – hexápodes;
relacionadas ao ferrão. • corpo dividido em três partes: cabeça, tórax e abdômen;
Resposta: B • 2 pares de asas – tetráptero.
Resposta: C
4) a) Insetos: B, D, E e F.
Aracnídeos: A, C. 13) A mosca-varejeira pertence ao filo dos artrópodes e à classe
Crustáceos: G. dos insetos.
b) A lagarta é uma larva de inseto. Resposta: C

5) A incidência de dengue aumentou, devido ao aumento da 14) a) Não. As exúvias representam o exoesqueleto que o animal
densidade populacional dos mosquitos vetores ou trans- liberou durante a muda ou ecdise.
missores, como o Aedes aegypti. b) Os insetos são hexápodes, podendo ou não possuir asas.
Resposta: D
15) A traça-de-livro não tem metamorfose. O gafanhoto tem
6) a) As formigas vivem em sociedade na qual os indivíduos são metamorfose parcial. A mosca tem metamorfose completa.
divididos em castas, isto é, apresentam divisão de traba- Resposta: A
lho. Assim, têm-se as operárias, os soldados e a casta de
reprodutores. 16) Invertebrado com pata articulada é artrópode (p. ex.: gafa-
b) O “canto” das cigarras, denominado estridulação, é desen- nhoto).
volvido apenas pelos machos, com a finalidade de atração Resposta: C
sexual.
c) As cascas, chamadas de exúvias, representam o exoes- 17) A associação correta entre a profilaxia e as doenças está na
queleto antigo, liberado durante a muda ou ecdise. primeira alternativa.
Resposta: A
7) I – A; II – C; III – B.
18) O sangue dos insetos é incolor, denominado hemolinfa; não
possui pigmentos nem transporta gases respiratórios.
8) a) A formiga é um inseto social. Apresenta vários tipos de in- Resposta: B
divíduos, com divisão de trabalho. Calvin quer que essa so-
ciedade entre em desequilíbrio para se livrar dessas formigas. 19) a) Na planária, o transporte de nutrientes ocorre por difusão,
b) Abelhas e cupins também são insetos sociais. das ramificações intestinais às células do corpo e o
transporte de O2, também por simples difusão, através da
9) a) O Bombyx mori (bicho-da-seda) pertence à ordem dos le- superfície do corpo e de célula em célula.
pidópteros, à classe dos insetos e ao filo dos artrópodes. b) Nos insetos, a condução dos nutrientes é realizada pelo
b) Trata-se de um inseto holometábolo. São estágios do seu sistema circulatório lacunar, enquanto o O2 penetra por
desenvolvimento: ovo → larva → pupa → imago. difusão pelos espiráculos e difunde-se diretamente às
células do corpo por meio dos canais traqueais.
10) São parasitoses transmitidas por picadas de insetos: doença Obs.: O sangue dos insetos não transporta O2.
de Chagas e malária.
A doença de Chagas é transmitida pelo barbeiro ou chupança 20) Anelídeos e insetos são metamerizados e possuem sistema
(hemíptero); e a malária é transmitida pelo mosquito nervoso ganglionar ventral. Nos insetos há um exoesqueleto
anofelino (díptero). quitinoso, enquanto nos anelídeos não há esqueleto.
Resposta: B Resposta: D

11) Os mosquitos, insetos dípteros, são vetores da dengue e da 21) a) Conhecendo-se as diferentes espécies de moscas e besou-
febre amarela, doenças causadas por vírus. Também são ros, bem como as fases de seu desenvolvimento (ovo →
vetores da malária ou maleita, doença causada por → larva → pupa → adulto), que ocorrem durante a su-
protozoário (protoctista). cessão destrutiva típica de um cadáver humano.
O barbeiro, inseto hemíptero, vetor da cardiomegalia b) Existem espécies de insetos que se desenvolvem em uma
chagásica, não é mosquito. É um percevejo. região, mas não em outra.
Resposta: A

12) O animal esquematizado é um artrópode pertencente à classe


insecta.
Esses animais apresentam:
• 2 antenas – díceros;

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CAPÍTULO Biologia Animal

95 ARTRÓPODES (CLASSES:
ARACNÍDEOS, QUILÓPODES E DIPLÓPODES)

A s aranhas fazem parte do grupo dos artrópodes, classe


dos aracnídeos, não possuindo antenas. A maioria das espécies,
que são cerca de 50 000, são terrestres e predadoras.
Os aracnídeos são octópodes, pois possuem 8 patas.
Tarântula.

1. Os aracnídeos Nas aranhas, o abdômen tem ventralmente as abertu-


ras das filotraqueias e o poro genital. Posteriormente, fi-
Aranhas, carrapatos e escorpiões são artrópodes da
cam o ânus e as fiandeiras, que tecem os fios da teia.
classe dos aracnídeos.
A TEIA DE ARANHA
A classe Arachnida é formada de organismos cujo cor-
po se divide, geralmente, em cefalotórax e abdômen, não A teia de aranha é uma armação de fios,
possuem antenas (áceros) e têm 4 pares de patas (octópodes). extremamente finos, secretados por glândulas
É o terceiro grande grupo dos artrópodes; são na especiais, presentes nesses aracnídeos, deno-
maioria terrestres, vivendo sob troncos, pedras, buracos no minadas fiandeiras.
A fiandeira secreta um líquido que, em con-
solo, em vários habitats, desde o nível do mar até altas
tato com o ar, se solidifica, formando fios usados
montanhas. na formação da teia. A construção da teia se
desenvolve em várias etapas, começando com
uma moldura, onde são presos “raios” que se
O cefalotórax possui seis pares de apêndices: o pri- entrecruzam no centro. A teia é uma armadilha
meiro par apresenta as quelíceras, que servem para capturar usada pela aranha, para capturar insetos, dos
a presa e, na maioria dos representantes da classe, terminam quais se alimenta.
por uma pinça; o segundo par de apêndices apresenta os A identificação da sequência de bases nitro-
genadas do DNA, relacionado à produção de pro-
pedipalpos, que servem para a apreensão; e há também qua-
teínas, utilizadas na secreção da teia da aranha
tro pares de patas. O abdômen nunca apresenta apêndices. viúva-negra, pode contribuir para a fabricação de
materiais ultrarresistentes. Eles devem ser usados
no mundo militar, médico e esportivo (por exem-
plo, na produção de coletes à prova de balas).

Nos escorpiões, existe um pós-abdômen, cujo


último artículo é inoculador do veneno.
Nos ácaros, não há uma nítida separação entre cefa-
lotórax e abdômen.

É do tipo completo, e a digestão é extracorpórea nas


aranhas, cujos sucos digestórios são injetados no corpo
das presas (local onde é feita a digestão do animal).
Aranha, artrópode da classe dos aracnídeos.

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A aranha não devora uma presa, pois apenas pode Os acidentes por aranhas e escorpiões devem ser
absorver líquidos. Injeta-lhe saliva e depois aspira o lí- imediatamente socorridos. O veneno de certas espécies
quido resultante da digestão dos órgãos da presa. pode resultar em consequências graves, até na morte,
quando as vítimas, principalmente crianças, não são de-
vidamente socorridas. Para isso existem soros antiescor-
piônicos e antiaracnídicos específicos:
Soro antiaracnídico
Neutraliza o veneno de aranhas do gênero Loxosceles,
Lycosa e Phoneutria e dos escorpiões do gênero Tityus.
Soro antiescorpiônico
Neutraliza o veneno dos escorpiões do gênero Tityus.
Soro antiloxoscélico
Neutraliza o veneno das aranhas do gênero Loxosceles.
Aranha – anatomia interna.

Localizam-se no abdômen da aranha; terminam nas


A respiração é feita por filotraqueias (pulmotraqueias),
fiandeiras onde produzem o fio utilizado para tecer a teia.
onde ocorre a hematose (troca de gases respiratórios). Em
alguns ácaros, a respiração é cutânea ou traqueal.
São animais de sexos separados, com dimorfismo
A circulação é lacunar; e o coração, dorsal no abdô- sexual e fecundação interna. Nas aranhas, o macho utili-
men. O “sangue” é formado por um plasma, contendo za o pedipalpo como órgão copulador. São ovíparos e
amebócitos e hemocianina como pigmento respiratório. vivíparos (escorpiões). Possuem desenvolvimento direto.
É comum chamar de hemolinfa o líquido circulatório de Há partenogênese em alguns ácaros.
alguns artrópodes.

Os aracnídeos têm aproximadamente 30 000 espé-


A excreção é feita por um par de tubos de Malpighi, cies e as principais ordens são:
ramificados, e ainda um ou dois pares de glândulas co- Ordem 1 – Araneida
xais situadas no assoalho do cefalotórax (excretam por
Engloba todas as espécies de aranhas venenosas ou
dutos que se abrem entre as pernas).
não. Os órgãos inoculadores de veneno são as quelíceras.
Ex.: Dugesiella (tarântula); Latrodectus (viúva-negra);
Apresentam um cérebro, ligado por um anel nervoso a Lycosa; Salticus (aranha papa-mosca); Tenus (armadeira).
uma cadeia ganglionar ventral, semelhante à dos insetos.

Como órgãos visuais, há os ocelos, com função tátil,


os pedipalpos e células quimiorreceptoras nos apêndices.

Escorpião – anatomia interna.

Nas aranhas, estão localizadas nas quelíceras; nos es-


corpiões, localizam-se no télson, que tem a forma de um Classe Arachnida. Alguns representantes comuns
nos seus habitat característicos; não na mesma escala.
aguilhão inoculador.
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As aranhas são animais de vida livre e predadoras, O Dermacentor é o parasita do cão e do homem.
alimentando-se, principalmente, de insetos. As caçadoras Há carrapatos ectoparasitas, sugadores de sangue, de
locomovem-se em busca do alimento. A Lycosa derruba mamíferos, de répteis e de aves.
sua presa. A Salticus salta sobre ela. Outras caçam,
tecendo a teia, uma incrível “armadilha”. O veneno mata
rapidamente os invertebrados. O veneno da Eurypelma
pode matar pequenos vertebrados. A maioria das espécies
de aranhas vive cerca de um ano. Seus principais ini-
migos são as aves, os lagartos e certas vespas.

Ordem 2 – Scorpionida Ácaros.


São os escorpiões; todos são venenosos.
Ex.: Tityus bahiensis – escorpião preto ou vermelho
2. Quilópodes e diplópodes
encontrado no campo.
Logo após o nascimento, os filhotes do escorpião so- Constituem um grupo de artrópodes que possuem o
bem ao dorso da fêmea, permanecendo por até 15 dias corpo alongado e com inúmeros pares de patas. São de-
sobre o corpo da mãe. nominados miriápodes.
Os miriápodes possuem 1 par de antenas (díceros),
respiram por traqueias e excretam através dos túbulos de
Malpighi.
Compreendem duas classes: Chilopoda e Diplopoda.

Ex.: centopeias (lacraias).

Escorpião – morfologia externa.

O acasalamento desses animais é muito curioso. O Quilópodos, artrópodes venenosos.


macho deposita uma certa quantidade de esperma-
São venenosas; carnívoras; de movimentos rápidos;
tozoides no solo, no interior de uma bolsa, agarra a fêmea
não se enrolam; possuem secção corporal achatada; suas
com suas pinças, numa dança sexual, colocando-a
antenas são longas; têm 1 par de patas por segmento.
adequadamente para receber os espermatozoides.
O primeiro par de patas é transformado em forcípulas
(estruturas inoculadoras do veneno). Têm poro genital na
Ordem 3 – Acarina
região posterior do corpo. São ovíparas, com ou sem larvas.
São os carrapatos parasitas da pele de mamíferos.
As centopeias são animais predadores de insetos. Sua
Ex.: Sarcoptes scabiei – causador da sarna.
picada no homem é perigosa. São de hábitos noturnos.
Demodex folliculorum – é o “cravo” do rosto.
Amblyomma cajennense – é o carrapato.

Muitos ácaros são predadores de plantações. Danifi-


cam os pomares, as hortas, as plantas cultivadas, as orna-
mentais etc.
Os micuins são ácaros causadores de terrível prurido
(coceira) no homem.
Há ácaros vetores de moléstias, como o transmissor
da Rickettsia rickettsie, agente etiológico da febre
maculosa. Centopeia liberando o exoesqueleto na ecdise.

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suem secção corporal cilíndrica. Suas antenas são curtas;


em cada segmento há dois pares de patas curtas. Não
Ex.: embuá, piolho-de-cobra e gongolos.
possuem forcípulas. Têm poro genital na região anterior.
São ovíparos, com desenvolvimento direto.

Diplópodes, artrópodes geralmente não venenosos.

Não são venenosos; possuem hábitos herbívoros;


com movimentos lentos, e enrolam-se em espiral; pos- Piolho-de-cobra.

1. (UNICAMP) – O carrapato-estrela (Amblyomma cajennense) 2. (SENAC – MODELO ENEM) – Foram analisados dois artrópodes,
pode transmitir ao homem a febre maculosa, uma grave enfer- com as seguintes características:
midade causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. Esse ácaro tem I. apresenta um par de antenas e três pares de patas;
como hospedeiros preferenciais os equinos, mas também ataca II. não apresenta antenas e tem quatro pares de patas.
bovinos, cães, capivaras e outros animais, além do homem. Nos
últimos anos, por falta de predadores naturais, o número de Os animais I e II podem ser, respectivamente,
capivaras vem aumentando em algumas áreas urbanas do interior a) um camarão e uma aranha.
do Estado de São Paulo e, com esse aumento, casos de febre b) um camarão e um gafanhoto.
maculosa têm ocorrido. Folhetos distribuídos pelos órgãos de c) um gafanhoto e um escorpião.
saúde recomendam evitar o contato com a grama e o mato de d) uma aranha e um escorpião.
locais com presença de capivaras, pois as larvas e ninfas do e) um gafanhoto e um camarão.
carrapato ficam nas folhas e acabam se prendendo à pele Resolução
humana. Ao sugar o sangue, o carrapato transmite a Rickettsia. Os animais são, respectivamente, um inseto e um aracnídeo.
Os folhetos informam ainda que a febre maculosa não é Resposta: C
transmitida de uma pessoa para outra.
a) Explique por que a febre maculosa não é transmitida de uma
pessoa para outra.
b) Os carrapatos são artrópodes que pertencem à mesma classe
das aranhas. Explique por que os carrapatos estão incluídos
nessa classe e não entre os insetos ou crustáceos, indicando
duas características morfológicas exclusivas do seu grupo.
c) A capivara é o maior roedor conhecido. Explique como pode
ser diferenciado morfologicamente um roedor de um
carnívoro.
Resolução
a) A febre maculosa é uma infecção transmitida pelo carrapa-
to-estrela devido ao fato de ser hematófogo, ou seja, alimen-
tar-se de sangue. É um hemoparasita. Trata-se do
Amblyomma cajennense.
b) Carrapatos pertencem à classe dos aracnídeos, do filo
artrópodes, porque, entre outras características morfológicas,
são áceros (desprovidos de antenas) e octópodes (possuem 8
patas locomotoras).
c) Roedores possuem incisivos com a capacidade de
crescimento contínuo. Carnívoros apresentam dentes caninos
(ou carniceiros) desenvolvidos.

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3. (FUVEST) – Os animais que conversam na tira abaixo pertencem Esse animal pertence ao mesmo filo que
ao filo dos artrópodes. Apesar de caricaturas, é possível perceber a) pepinos-do-mar e ouriços-do-mar.
3 características externas que os distinguem de qualquer inseto. b) aranhas e carrapatos.
c) tênias e planárias.
d) minhocas e sanguessugas.
e) lesmas e mexilhões.

8. Os artrópodes são animais triblásticos, celomados, metame-


rizados. Apresentam simetria bilateral, patas e apêndices
articulados, circulação aberta ou lacunar e sistema nervoso
ganglionar ventral. São animais que pertencem a esse filo:
a) insetos, aranhas, crustáceos, moluscos e miriápodes.
a) A que classe pertencem os animais citados? b) caranguejeiras, insetos, diplópodos, crustáceos, minhocas,
b) Quais as 3 características de sua morfologia externa que os formigas e besouros.
distinguem dos insetos? c) isópodos que têm sete pares de patas articuladas; gafanhotos
que têm três pares de patas e um par de antenas articuladas; e
4. (FGV) – A tabela apresenta características de algumas classes do o homem, que também tem membros articulados.
filo Arthropoda. d) caranguejos, lagostas, camarões, tatuzinhos-de-jardim, ba-
ratas, besouros, escorpiões e abelhas.
Classe Características
e) pulgas, percevejos, caracóis, moscas, aranhas, tatuzinho-de-jar-
corpo dividido em cefalotórax e abdome; 2 pares de dim, piolhos e mosquitos.
1
antenas.
9. (MED. SANTOS) – O aracnídeo esquematizado apresenta
corpo dividido em cabeça, tórax e abdome; 3 pares
2 _________ pares de patas. A seta (5) indica ___________________,
de patas no tórax.
que servem para inocular o veneno. A seta (4) indica
corpo dividido em cefalotórax e abdome; sem _____________________, que servem para agarrar a presa.
3
antenas.

Na tabela, Arachnida, Crustacea e Insecta estão,


respectivamente, representados pelos números
a) 1, 2 e 3. b) 1, 3 e 2. c) 2, 3 e 1.
d) 3, 1 e 2. e) 3, 2 e 1.

5. (UNAERP – MODELO ENEM) – Durante uma aula prática de Bio-


logia, os alunos coletaram os seguintes animais: minhocas, mexi-
lhões, tatuzinhos-de-jardim, estrelas-do-mar, caranguejos, borbo-
letas, planárias, siris, sanguessugas e aranhas.
Podemos concluir que Qual a alternativa que completa o texto corretamente?
a) os animais acima coletados são classificados em três filos dis- a) 7, quelíceras, patas.
tintos. b) 7, patas, quelíceras.
b) todos os animais acima são triblásticos, exceto a planária, que c) 4, patas, quelíceras.
é diblástica. d) 4, patas, pedipalpos.
c) borboletas, siris, tatuzinhos-de-jardim, caranguejos e aranhas e) 4, quelíceras, pedipalpos.
sofrem ecdise.
d) minhocas, sanguessugas e mexilhões pertencem ao mesmo 10. (FU PERNAMBUCO) – Os artrópodos Demodex folliculorum,
filo. parasita dos folículos pilosos e glândulas sebáceas da pele huma-
e) são características comuns a todos os animais acima: exoes- na, e o Sarcoptes scabiei, causador da sarna, são animais octópo-
queleto de quitina, metameria e simetria bilateral. dos e áceros que pertencem à ordem
a) Suctoria ou Siphonaptera.
6. (UEL) – Leia o texto a seguir e assinale a alternativa correta. b) Acarina.
Animais com o corpo segmentado em cefalotórax e abdome, c) Anoplura.
provido de exoesqueleto, com quatro pares de patas articuladas, d) Araneida.
dioicos, respiração “pulmonar” e líquido circulante com hemo- e) Thysanura.
cianina, são classificados como:
a) aracnídeos. b) insetos. c) crustáceos. 11. Associe corretamente:
d) miriápodes. e) equinodermos. 1. Onicóforo (a) Pulga-d’água
2. Crustáceo (b) Carrapato
7. (PUC) – Na tira de quadrinhos, está representado, de forma estili- 3. Inseto (c) Centopeia
zada, um miriápode (portador de “inúmeras pernas”): 4. Aracnídeo (d) Peripatus sp
5. Quilópode (e) Borboleta
6. Diplópodo (f) Piolho-de-cobra

Qual a alternativa que indica a associação correta?


a) 1d, 2c, 3a, 4b, 5f, 6e.
b) 1d, 2a, 3e, 4b, 5c, 6f.
c) 1c, 2b, 3d, 4a, 5e, 6f.
d) 1a, 2b, 3c, 4d, 5e, 6f.
(O Estado de S. Paulo, 12 jun. 2004.) e) 1d, 2c, 3a, 4f, 5b, 6e.

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12. (UFOP) – O quadro a seguir apresenta as características e a


importância de cada uma das 5 classes do Filo Arthropoda:
Importância de
Classe Características representantes das
classes
2 pares de antenas,
Compõem o zooplâncton,
número variado de
I servindo como alimento
pernas, aquáticos
para outros seres vivos.
e/ou terrestres

Destituídos de antenas e
Parasitas de animais e de
de mandíbulas, 4 pares
II plantas, predadores de
de pernas, geralmente
pequenos animais.
terrestres.

1 par de antenas, 3 pares


Polinizadores, parasitas
III de pernas, terrestres
de animais e plantas.
e/ou aquáticos.

1 par de antenas longas, a) Indique em qual das árvores os animais das fotos a e b são
Predadores de insetos,
tronco com vários mais proximamente aparentados sob o ponto de vista
IV minhocas e outros
segmentos, incapazes de evolutivo. Justifique sua resposta.
animais.
enrolar-se, terrestres. b) Cite um outro animal incluído no grupo taxonômico, mostrado
nas árvores, ao qual pertence o animal da foto c.
1 par de antenas curtas, c) Quanto ao modo de respiração, qual dos três animais (a, b, c)
tronco com vários Alimentam-se de restos apresenta menor adaptação à vida em terra firme? Por quê?
V
segmentos, capazes de de folhagem nos solos.
enrolar-se, terrestres. 16. (MODELO ENEM) – Em uma saída a campo, os alunos do curso
de Biologia tiveram, como tarefa, demarcar uma área de 100 m2,
próxima a uma mata, e determinar as densidades demográficas
As classes I, II, III, IV e V representam, respectivamente: dos vários grupos vegetais e animais encontrados nessa área.
a) Chilopoda, Crustacea, Insecta, Aracnida e Diplopoda. Os organismos encontrados e suas quantidades estão relacio-
b) Diplopoda, Insecta, Crustacea, Aracnida e Chilopoda. nados a seguir.
c) Crustacea, Aracnida, Insecta, Diplopoda e Quilopoda.
d) Crustacea, Aracnida, Insecta, Quilopoda e Diplopoda. Musgos – 20 indivíduos (mesma espécie)
Samambaias – 6 indivíduos (mesma espécie)
Abacateiros – 4 indivíduos (mesma espécie)
13. (UnB) – Coloque V se for verdadeira e F se falsa: Tatuzinhos-de-jardim – 2 indivíduos (mesma espécie)
1. ( ) Nos ácaros, não há uma nítida separação entre cefalo- Minhocas – 2 indivíduos (mesma espécie)
tórax e abdômen. Ácaros – 3 indivíduos (mesma espécie)
2. ( ) Nos insetos ametábolos, as larvas não possuem patas.
3. ( ) Nas aranhas, o abdômen tem ventralmente as abertu- Nessa área, as densidades demográficas das plantas criptógamas,
ras da filotraqueia e o poro genital. das plantas angiospermas e dos artrópodes são, respectivamente,
4. ( ) As glândulas coxais realizam as mesmas funções dos a) 0,26; 0,04 e 0,05. b) 0,10; 0,04 e 0,05.
túbulos de Malpighi, sendo que esta última estrutura c) 0,26; 0,04 e 0,03. d) 0,10; 0,04 e 0,02
não ocorre nos aracnídeos. e) 0,04; 0,26 e 0,05.
5. ( ) Nas aranhas, o sangue pode ter hemocianina quando há
filotraqueias. 17. (UFF – MODELO ENEM) – Os insetos reúnem maior número de
6. ( ) A centopeia ou lacraia é um animal venenoso, de hábi- espécies animais conhecidas, sendo, portanto, o grupo mais
tos carnívoros. diversificado dentro dos artrópodes e, consequentemente, dentre
todos os animais. Os diferentes grupos de artrópodes podem ser
14. (UFMG) –
identificados com base nas características de sua morfologia
externa. A tabela abaixo descreve as características das classes
Insecta, Chilopoda, Diplopoda e Arachnida.

Características
Classes
Divisão do corpo Número de patas

O animal acima esquematizado já teve sua época na história geo- 1 par por segmento
A Cabeça e tronco
lógica da Terra. Hoje está em vias de extinção. O animal em ques- do tronco
tão é o(a)
a) piolho-de-cobra. b) centopeia. Cefalotórax e abdome ou
B 4 pares
c) anelídeo primitivo. d) Peripatus (Onychophora). prossoma e opistossoma
e) poliqueto (anelídeo).
C Cabeça, tórax e abdome 3 pares
15. (FUVEST) – A seguir são mostradas duas propostas de árvores
filogenéticas (I e II) para diversos grupos de animais invertebrados 2 pares por segmento
e fotos de animais (a, b, c), pertencentes a alguns desses grupos. D Cabeça e tronco
do tronco

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Assinale a alternativa que identifica corretamente as classes A, B, Apesar de apresentarem algumas características comuns, tais
C e D, respectivamente. como apêndices locomotores e segmentação do corpo, estes ani-
a) Arachnida, Insecta, Chilopoda e Diplopoda. mais pertencem a filos diferentes.
b) Chilopoda, Diplopoda, Arachnida e Insecta.
c) Chilopoda, Arachnida, Insecta e Diplopoda. Assinale a alternativa correta.
d) Diplopoda, Chilopoda, Insecta e Arachnida. a) O nereis é um anelídeo, a centopeia é um artrópode e ambos
e) Diplopoda, Arachnida, Chilopoda e Insecta. apresentam circulação aberta.
b) O nereis é um artrópode, a centopeia é um anelídeo e ambos
18. (VUNESP) – As figuras a seguir representam dois animais inverte- apresentam circulação fechada.
brados, o nereis, um poliqueto marinho e a centopeia, um quiló- c) O nereis é um asquelminto, a centopeia é um platelminto e
ambos não apresentam sistema circulatório.
pode terrestre.
d) O nereis é um anelídeo, a centopeia é um artrópode e ambos
apresentam exoesqueleto.
e) O nereis é um anelídeo, a centopeia é um artrópode, mas ape-
nas a centopeia apresenta exoesqueleto.

3) a) A tira mostra duas aranhas; elas pertencem à classe dos 12) Os crustáceos têm quatro antenas. Os aracnídeos não têm
aracnídeos. Há também comentário sobre duas borbole- antenas. Os insetos têm seis patas. Os quilópodes, geralmente,
tas; estas pertencem à classe dos insetos. não se enrolam. Os diplópodes, geralmente, enrolam-se.
b) As aranhas não apresentam antenas (áceras), possuem Resposta: D
quatro pares de patas (octópodes) e corpo dividido em ce-
falotórax e abdômen. Já os insetos possuem duas antenas 13) São verdadeiras: 1, 3, 5 e 6.
(díceros), três pares de patas (hexápodes) e corpo dividido São falsas: 2 e 4.
em cabeça, tórax e abdômen. Insetos ametábolos (p. ex.: traça-de-livro) não possuem meta-
morfose.
4) Os aracnídeos não possuem antenas (3). Os crustáceos Aracnídeos possuem túbulos de Malpighi e glândula coxal.
possuem quatro antenas (1). Os insetos possuem seis patas (2).
14) Trata-se do Peripatus sp.
Resposta: D
Resposta: D
5) Os astrópodes eliminam, periodicamente, seu esqueleto du- 15) a) Analisando as árvores filogenéticas (I e II) apresentadas, o
rante a juventude, para crescer. Eles sofrem mudas ou ecdises. animal a (piolho-de-cobra, que é Myriapoda) estaria mais
Resposta: C proximamente aparentado ao animal b (minhoca, que é
Annelida) na árvore I, porque o ancestral comum estaria
6) Os características mencionadas pertencem aos aracnídeos, mais próximo.
animais do filo dos artrópodes. b) O animal c (ácaro) é Chelicerata. São outros exemplos:
Resposta: A aranhas e escorpiões.
c) O animal b (minhoca), porque apresenta respiração
7) Os miriápodes, as aranhas e os carrapatos pertencem todos cutânea, necessitando manter a pele sempre úmida para
ao filo dos artrópodes. facilitar as trocas gasosas. O piolho-de-cobra e o ácaro
Resposta: B apresentam um exoesqueleto que os protege contra a
dessecação.
8) Todos os animais mencionados na penúltima alternativa são
16) Organismos Densidades
artrópodes.
Resposta: D
Musgos – 20,
Criptógamas 26/100 = 0,26
Samambaias – 6
9) O aracnídeo tem quatro pares de patas, é quelicerado e
possui pedipalpos. Angiospermas Abacateiros 4/100 = 0,04
Resposta: E
Tatuzinhos – 2
Artrópodes 5/100 = 0,05
10) Os animais mencionados pertencem ao filo dos artrópodes, à Ácaros – 3
classe dos aracnídeos e à ordem dos ácaros. Resposta: A
Resposta: B
17) É a terceira alternativa que apresenta a associação correta.
11) O Peripatus sp é um animal que possui características de Resposta: C
anelídeos e de artrópodes. A segunda é a alternativa que
apresenta a associação correta. 18) O nereis é um anelídeo, da classe dos poliquetos. A centopeia
Resposta: B é um artrópode, da classe dos quilópodes. Os artrópodes,
como a centopeia, possuem exoesqueleto.
Resposta: E

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