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CLÍNICA MÉDICA V
ARTRITE REUMATOIDE
1
SUMÁRIO
ARTRITE REUMATOIDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2. Epidemiologia e Etiopatogênese . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.1. A Membrana Sinovial na AR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3. Quadro Clínico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.1. Manifestações Articulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.2. Manifestações Extra-Articulares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
4. Exames Laboratoriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
5. Métodos de Imagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
6. Diagnóstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
7. D
iagnósticos diferenciais – fique ligado! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
7.1. Osteoartrite Primária versus AR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
7.2. Artropatia de Jaccoud versus AR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
7.3. Artrite Psoriásica versus AR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
7.4. Fibromialgia versus AR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
8. Tratamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
8.1. Screening para Uso de DMARD Biológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
9. P
rognóstico e Comorbidades associadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2
ARTRITE REUMATOIDE
importância/prevalência
u A artrite reumatoide é uma doença sistêmica crônica, cujo principal alvo é a sinóvia.
u Acomete preferencialmente mulheres de meia-idade.
u O HLA-DRB1 associado ao “epítopo compartilhado” é o fator de risco genético mais importante.
u Poliartrite erosiva simétrica de mãos é característico.
u O fator reumatoide não é específico da AR.
u O anti-CCP tem especificidade maior que 90%.
u Tratamento: metotrexato segundo DMARD sintético convencional DMARD biológico.
u DAS28 é o índice mais utilizado na prática clínica para avaliar a atividade da doença.
1. INTRODUÇÃO 2. E PIDEMIOLOGIA E
ETIOPATOGÊNESE
BASES DA MEDICINA
BASES DA MEDICINA
embre-se de que temos vários tipos de articulação, mas
L
o mais comum é o tipo sinovial, que possui uma cápsula s Células Apresentadoras de Antígeno (APC) possuem
A
articular, cuja camada interna é a membrana sinovial. o MHC (complexo de histocompatibilidade) que codifica
A membrana sinovial é responsável pela fabricação do proteínas de superfície que reconhecem e apresentam
líquido sinovial, um excelente lubrificante, altamente antígenos próprios ou externos para o nosso sistema
viscoso e responsável pelo transporte de oxigênio e imune adaptativo. O MHC de classe I apresenta para
nutrientes para a cartilagem. linfócitos T CD8 (citotóxicos) e o antígeno é derivado do
intracelular. Já o MHC de classe II apresenta antígenos
A Artrite Reumatoide (AR) é uma doença inflamatória
extracelulares para linfócitos T CD4 (auxiliares). Após a
autoimune sistêmica crônica cujo principal alvo é a apresentação do antígeno, ocorre ativação do linfócito T
sinóvia (ou membrana sinovial), com consequente e início da resposta imune adaptativa.
inflamação e proliferação desta, além de erosão
HLA é a versão humana do MHC. Os principais tipos de
O
óssea justa-articular e destruição da cartilagem. Tais MHC expressos no ser humano (HLA) são:
alterações são responsáveis pelas deformidades W 3 tipos de MHC classe I (A, B, C);
articulares IRREVERSÍVEIS encontradas na doença
de longo prazo e, pela sua característica sistêmica, W 3 tipos de MHC classe II (DR, DP, DQ).
pode afetar outros órgãos (extra-articular). a AR nós teremos a participação do HLA-DRB1 (MHC de
N
classe II), presente nas células apresentadoras de antígeno
O marco clínico da doença é a poliartrite erosiva e responsável por apresentar epítopos antigênicos às
simétrica de mãos e punhos. células T (via receptor TCR). Outro ponto importante será a
apresentação pela APC de peptídeos citrulinados, ou seja,
que sofreram citrulinização. O que é a citrulinização? É a
conversão da arginina em citrulina (proteína citrulinada),
processo que ocorre na inflamação.
3
Artrite reumatoide Reumatologia
Figura 1. Apresentação de antígeno citocinas inflamatórias (ex.: TNF, IL-6, IL-1) e ativação
pela APC ao linfócito T. de linfócitos B (produção de fator reumatoide).
Na AR a apresentação dos peptídeos citrulinados
é feita através dos alelos do HLA-DRB1 e “epítopo
compartilhado”.
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Artrite reumatoide
Figura 3. Visão geral da fisiopatologia da AR: participação da imunidade inata e adaptativa, pannus e osteoclastos.
5
Artrite reumatoide Reumatologia
3.1. MANIFESTAÇÕES ARTICULARES tenção, pois os achados são típicos, porém não são
A
patognomônicos, principalmente se forem reversíveis.
O principal diagnóstico diferencial é a Artropatia de
A manifestação articular habitualmente é de poliar- Jaccoud (frouxidão ligamentar), que tem a característica
trite erosiva simétrica de mãos e punhos, com artral- de reversibilidade ao exame físico.
gia contínua, pior em repouso, associada à rigidez
6
Artrite reumatoide
3.2.1. Cutâneo
Fonte: Gabdrakipova Dilyara/Shutterstock.com¹.
Os nódulos reumatoides subcutâneos estão pre-
sentes em 20% a 40% dos pacientes, são indolores,
Como o alvo da AR é a sinóvia, pode haver acome-
móveis, encontrados principalmente nas superfícies
timento de qualquer articulação que tenha mem-
extensoras de antebraço, cotovelos e dedos das
brana sinovial, incluindo coluna cervical (C1 e C2),
mãos, mas também já foram descritos em vísceras,
temporomandibular, cricoaritenoide, esternoclavi-
como olhos, pulmões e cordas vocais. Clinicamente,
cular. O acometimento de coluna lombar, torácica
os nódulos reumatoides são as manifestações
e sacroileíte não é esperado.
extra-articulares mais comuns.
O quadro de sinovite crônica na região atlantoaxial
Outro acometimento cutâneo que pode ocorrer é a
(C1 e C2) leva à instabilidade ligamentar e, conse-
púrpura palpável (vasculite leucocitoclástica).
quentemente, os pacientes podem vir a apresentar
subluxação atlantoaxial e mielopatia.
Figura 7. Nódulo reumatoide.
O Cisto de Baker (cisto sinovial na fossa poplítea)
não é um achado exclusivo da AR. Pode ser encon-
trado em qualquer paciente que tenha um quadro
de sinovite crônica em joelhos com consequente
formação do cisto. A rotura dele pode causar uma
clínica semelhante à de trombose venosa profunda
e é preciso estar atento ao diagnóstico diferencial.
7
Artrite reumatoide Reumatologia
A ceratoconjuntivite sicca é a condição ocular mais As manifestações pulmonares mais comuns, são:
comum em pacientes com AR, pois muitas vezes pneumopatia intersticial, derrame pleural (exsudato
se associa à síndrome de Sjögren. Outras manifes- linfocítico, com baixos níveis de glicose e pH, altos
tações, são: episclerite, esclerite e escleromalácea níveis de LDH), bronquiolite obliterante e nódulos pul-
perforans. monares. A síndrome de Caplan ocorre em pacientes
com AR e pneumoconiose e é caracterizada pela
Figura 9. Escleromalácea perforans. presença de múltiplos nódulos pulmonares.
3.2.5. Cardíaco
3.2.6. Hematológico
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Artrite reumatoide
5. MÉTODOS DE IMAGEM
4. EXAMES LABORATORIAIS
BASES DA MEDICINA
BASES DA MEDICINA
9
Artrite reumatoide Reumatologia
Figura 10. Joelhos na AR: diminuição de convencional passa a ser muito mais solicitada, pela
espaço simétrico encontrado na AR. dificuldade na disponibilidade da ressonância magnética
e seu alto custo.
6. DIAGNÓSTICO
DICA
Figura 11. Radiografia de mãos na AR:
Fator reumatoide e anti-CCP podem
desvio ulnar com presença de subluxação ser negativos.
e erosão de metacarpofalangeanas.
10
Artrite reumatoide
Tabela 1. Critérios de classificação de AR, de 2010. fugaz e caráter assimétrico. Nas mãos, é comum
o acometimento de IFD, mas as metacarpofalan-
Critérios Escore
geanas e o punho são poupados. Outra articulação
A. Acometimento articular muito acometida é a primeira carpometacarpiana,
1 Articulação grande 0 chamada de rizartrose. Ao exame físico, obser-
vam-se nódulos em IFD e IFP (Nódulos de Herber-
2-10 Articulações grandes 1
den e Bouchard, respectivamente). Os achados da
1-3 Articulações pequenas 2 radiologia, são: osteófitos, esclerose subcondral e
4-10 Articulações pequenas 3 diminuição de espaço assimétrico.
11
Artrite reumatoide Reumatologia
e presença de alterações ungueais sugestivas. No embre-se de que a citocina TNF-α tem papel impor-
L
estudo radiológico das mãos, o achado pencil in tante na formação e na estabilidade do granuloma na
tuberculose.
cup é característico.
O objetivo do tratamento é evitar a progressão
Figura 13. Acometimento radiográfico da para alterações irreversíveis com dano estrutural
interfalangeana distal na artrite psoriásica: reabsorção e perda funcional. Sendo assim, as drogas mais
de extremidade de falange média e neoformação importantes, e que devem ser usadas o mais pre-
óssea na base da falange distal (pencil in cup).
cocemente possível, são os DMARDS (drogas antir-
reumáticas modificadoras de doença). Corticoides
e anti-inflamatórios são utilizados em associação
aos DMARDs por curto intervalo de tempo (fases
iniciais de tratamento e períodos de agudização) e
não atuam no bloqueio da progressão de doença.
Os DMARDs podem ser divididos em sintéticos con-
vencionais (metotrexato, leflunomida, sulfassalazina
e cloroquina), sintéticos alvo específicos (ex.: tofaci-
tinibe) ou biológicos (anti-TNF, anti-CD20, anti-IL-6,
bloqueador de coestimulação do linfócito T). O Qua-
Fonte: American College of Rheumatology Image Bank5. dro 2 mostra as drogas antirreumáticas biológicas
e mecanismos de ação respectivos.
O fluxograma constitui como primeira linha de tra-
7.4. FIBROMIALGIA VERSUS AR tamento o uso do metotrexato (MTX) e, em caso de
falha ou evento adverso, deve-se tentar um segundo
A fibromialgia é um grande diferencial de AR, uma DMARD sintético convencional ou combinação
vez que os pacientes relatam edema de mãos e entre DMARDs. Se houver falha ou evento adverso,
artralgia. No entanto, o edema de mãos, as pares- está autorizada a indicação de DMARDs biológicos
tesias e a artralgia não apresentam OBJETIVIDADE, (segunda linha de tratamento) ou sintéticos alvo
ou seja, os exames complementares e físico são específicos (pequena molécula anti-JAK), como
normais. Outros achados clássicos da doença, são: tofacitinibe, baracitinibe, upadacitinibe.
sono não reparador, dor difusa (não só articular) e O mecanismo do MTX na artrite reumatoide não é
alteração no humor. totalmente elucidado. Trata-se de um inibidor sele-
Outros diagnósticos diferenciais frequentes, são tivo da enzima diidrofolato redutase, responsável
as artrites virais, como, por exemplo, chikungunya, pela formação de purinas e pirimidinas, precursores
dengue, hepatites virais e HIV. do DNA e RNA das células, comprometendo a proli-
feração celular. Os efeitos colaterais mais comuns,
são: intolerância gástrica, mucosite, estomatite,
8. TRATAMENTO hepatotoxicidade e mielotoxicidade. A dose inicial
é de 10 a 15 mg por semana e se associa ao uso
de ácido fólico 5 mg, 1 vez por semana e no dia
seguinte à tomada do MTX, para diminuir os efeitos
BASES DA MEDICINA colaterais. A dose máxima do MTX é de 25 mg por
semana, é contraindicado na gestação e se houver
s alvos terapêuticos dos DMARDs imunobiológicos na
O insuficiência hepática, medular ou renal.
artrite reumatoide são compreendidos ao retornar na
fisiopatologia da doença: as citocinas pró-inflamatórias A monitorização de resposta ao tratamento é feita
como TNF-α, IL-1, IL-6; o linfócito B produtor de autoan- de 3 em 3 meses e através de índices de atividade.
ticorpos; o sinal coestimulatório entre APC e linfócito T. Os mais utilizados são o DAS28, CDAI e SDAI, tendo
12
Artrite reumatoide
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Artrite reumatoide Reumatologia
1 – A suspensão do tratamento pode se dar por eventos adversos ou por não atingir a meta terapêutica. Para avaliar
a eficácia, deve-se aguardar pelo menos 3 meses do tratamento vigente, não devendo ser trocada de linha ou etapa
terapêutica em intervalo de tempo inferior. 2 – Considerar OUTRO DMARD OU combinações DUPLAS OU TRIPLAS.
Fonte: Ministério da Saúde7.
8.1. S
CREENING PARA USO DE Atenção, se o paciente já teve tuberculose e tratou-a
DMARD BIOLÓGICO adequadamente, não é necessário realizar isonia-
zida, exceto se: ocorrer viragem do PPD ou história
Em pacientes com programação de início de terapia de novo contato.
biológica (TNF e não TNF), deve-se solicitar um
screening inicial: vacinação atualizada (pneumo-
coco, influenza, hepatite B, HPV e herpes zóster); DIA A DIA MÉDICO
PPD e raio-X de tórax (avaliação de tuberculose
latente); perguntar ativamente sobre contato prévio screening para início de imunobiológico é obrigatório na
O
com tuberculose; sorologias de hepatites virais B prática clínica e, mesmo com essa precaução, durante o
e C e HIV. acompanhamento desses pacientes, em especial usuários
de anti-TNF, podemos nos deparar com o aparecimento
Em caso de contato prévio com tuberculose ou de tuberculose.
PPD ≥ 5 mm ou imagem sequelar de tuberculose,
deve-se realizar a profilaxia de tuberculose latente
com isoniazida 300 mg ao dia por 9 meses. Está
autorizada a introdução do biológico 1 mês após
o início do uso da isoniazida.
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Artrite reumatoide
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Artrite reumatoide Reumatologia
ARTRITE
REUMATOIDE
Mulher de
Metotrexate Tratamento
meia-idade
FR e anti-CCP
Predileção
VHS e PCR
por mãos
elevados
e punhos
Laboratório Poliartrite
Anemia
de doença Poupa IFDs
crônica
Plaquetose
Osteopenia e
Precoce aumento de
partes moles
Alterações
radiográficas
Dano Erosão
irreversível justa-articular
Simetria de
envolvimento
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Artrite reumatoide
1. Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, dispo- Agrawal RV, Murthy S, Sangwan V, Biswas J. Current approach
nível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ in diagnosis and management of anteri-or uveitis. Indian J
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2. Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, dispo- Emery P. Atlas de Artrite Reumatoide. São Paulo: Springer
nível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/ Healthcare Communications; 2015.
bakers-cyst-popliteal-swelling-knee-joint-1595205811. Hochberg MC, Silman AJ, Weismanhochberg MH. Rheuma-
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3. Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, dispo- Jagadeesan S, Shenoy P. Arthropathy in Dermatology: A Com-
nível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/ prehensive Review. Indian Dermatol Online J. 2017; 8(2): 79-93.
film-xray-rheumatoid-arthritis-hand-shows-1533538658.
Acesso em 26 de julho de 2022.
4. Carvalho MAP, Bertolo MB, Lanna CCD, Ferreira GA.
Reumatologia: diagnóstico e tratamento. Sao Paulo: Ac
Farmaceutica; 2019.
5. American College Of Rheumatology Image Bank. [Internet].
[acesso em 26 de julho de 2022]. Disponivel em: https://
Images.Rheumatology.Org.
6. Imboden J, Hellmann DB, Stone JH. Current R. Reu-
matologia: diagnóstico e tratamento. 2 ed. São Paulo:
McGraw-Hill; 2008.
7. Ministério da Saúde (BR). Portaria Conjunta nº 16, de 05 de
novembro de 2019. Aprova o protocolo clínico e diretrizes
terapêuticas da Artrite Reumatoide. Diário Oficial da União.
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Artrite reumatoide Reumatologia
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1 Questão 3
(ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL – RS – 2022) So- (ENARE/EBSERH – DF – 2022) Sobre a artrite reumatoide,
bre o tratamento da artrite reumatoide, analise as é correto afirmar que:
assertivas abaixo:
I. O metotrexato é o medicamento antirreumático ⮦ 70 a 80% dos pacientes apresentam Fator Reuma-
modificador de doença de escolha para o início do toide (FR) positivo em algum momento da vida.
tratamento. ⮧ Corticoide oral, como prednisona, é uma das
II. A hidroxicloroquina pode ser utilizada em con- drogas de primeira escolha. envolve exclusiva-
junto com o metotrexato no tratamento e necessita mente estruturas articulares e periarticulares.
monitoramento com oftalmologista pelo risco de ⮨ O acometimento da coluna lombar é comum.
toxicidade retiniana. ⮩ A presença de Velocidade de Hemossedimen-
III. O uso de agentes biológicos dirigidos contra tação Aumentada (VHS) tem valor preditivo po-
citocinas e anticorpos monoclonais, isolados ou em sitivo alto para o diagnóstico.
conjunto com metotrexato, não mostrou benefício
em reduzir a velocidade de progressão das lesões
radiográficas, reduzindo apenas a intensidade dos Questão 4
sintomas.
(HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RP
Quais são as corretas?
DA USP – SP – 2022) Mulher, 52 anos, há 3 anos tem o
⮦ Apenas I e II. diagnóstico de artrite reumatoide, cujo tratamento
⮧ Apenas I e III. não atingiu remissão da inflamação articular, a des-
peito do uso de diversos esquemas terapêuticos.
⮨ Apenas II e III.
Ao exame: hipotrofia de musculatura intrínseca das
⮩ I, II e III. mãos, com edema de punhos, desvio ulnar dos qui-
rodáctilos e hiperextensão de interfalangeanas pro-
ximais das mãos. Na radiografia das mãos, qual é a
Questão 2
alteração esperada nas articulações acometidas?
(ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL – RS – 2022) Ao
examinar um paciente, você suspeita de artrite reu- ⮦ Calcificação periarticular.
matoide. Qual das seguintes articulações é a mais ⮧ Esclerose óssea subcondral.
frequentemente afetada por essa doença? ⮨ Erosões ósseas justa – articulares.
⮧ Articulação sacroilíaca
⮨ Articulação interfalangeana distal. Questão 5
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Artrite reumatoide
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Artrite reumatoide Reumatologia
Questão 10
⮦ Neutropenia e episclerite.
⮧ Esplenomegalia e episclerite.
⮨ Pancitopenia e hepatomegalia.
⮩ Neutropenia e esplenomegalia.
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Artrite reumatoide
GABARITO E COMENTÁRIOS
Questão 4 dificuldade:
Questão 2 dificuldade:
Y Dica do professor: os achados radiográficos na
Y Dica do professor: AR tem predileção por mãos e artrite reumatoide precoce são aumento de partes
punhos e tende a poupar as interfalangeanas distais. moles e osteopenia periarticular. No entanto com
Alternativa A: INCORRETA. Glenoumeral pode ser a evolução da doença/falta de controle adequado
acometida na AR, mas não é a mais acometida das evolui para erosão óssea, a qual possui caracterís-
articulações listadas. tica de ser justa-articular.
Alternativa B: INCORRETA. Articulação sacroilíaca é Alternativa A: INCORRETA. Achado provável na doença
acometida nas espondiloartrites. por deposição de pirofosfato de cálcio.
Alternativa C: INCORRETA. Pensamos em osteoartrite Alternativas B e D: INCORRETAS. Achado da osteoar-
ou artrite psoriásica no envolvimento de interfalan- trite.
geanas distais. Alternativa C: CORRETA. Vide dica do professor.
Alternativa D: CORRETA. Das articulações menciona- ✔ resposta: C
das é a mais acometida.
✔ resposta: D
Questão 5 dificuldade:
21
Artrite reumatoide Reumatologia
Alternativa A: INCORRETA. Ombros são grandes arti- Assertiva V: VERDADEIRA. Manifestações extra-articu-
culações que podem ser acometidas na AR. lares que surgem antes do início da artrite são mais
Alternativa B: CORRETA. A AR poupa coluna toráci- comuns nos pacientes com história de tabagismo.
ca, lombar e sacroilíaca. Mas pode causar sinovite ✔ resposta: A
de C1/C2.
Alternativa C: INCORRETA. Punhos são articulações
Questão 8 dificuldade:
frequentemente acometidas na AR.
Alternativa D: INCORRETA. Tornozelos são articulações Y Dica do professor: Não deixe se enganar pela positi-
sinoviais e, apesar de não serem os preferidos na vidade do FAN e marcar lúpus. Paciente tem apenas
AR, podem ser acometidos. envolvimento articular, sem outras manifestações,
com elevação de VHS e PCR. Quadro compatível
✔ resposta: B
com artrite reumatoide.
Alternativa A: INCORRETA. Anti-DNA e anti-Sm são
Questão 6 dificuldade: importantes pensando em Lúpus Eritematoso Sistê-
mico (LES). Não há necessidade de pedir proteinúria
Y Dica do professor: A osteoartrite e artrite psoriási-
24 horas se a urina I estava normal.
ca tendem a acometer as interfalangeanas distais.
Alternativa B: CORRETA. Fator reumatoide e anti-CCP
Alternativa A: CORRETA. Na artrite reumatoide temos
auxiliam no diagnóstico de artrite reumatoide, mas
uma artralgia de ritmo inflamatório com rigidez ma-
lembrar que se negativos não excluem.
tinal acima de 30 minutos, sendo o mais caracte-
rístico essa rigidez ser acima de 1 hora. Alternativa C: INCORRETA. A radiografia das articula-
ções acometidas pode ser solicitada, mas temos
Alternativa B: INCORRETA. Sentença descreve o en-
que ter em mente que provavelmente o máximo que
volvimento da osteoartrite.
irá mostrar será edema de partes moles e osteope-
Alternativa C: CORRETA. VHS e PCR também são úteis nia periarticular, visto o pouco tempo de evolução
para monitorizar atividade de doença. da doença. Anti- Ro seria importante pensando em
Alternativa D: CORRETA. O padrão de envolvimento Sjögren, e pode vir positivo no LES.
pulmonar mais comum é a PIU (pneumonite inters- Alternativa D: INCORRETA. Anticorpos que não são
ticial usual). importantes para diagnóstico de artrite reumatoide.
✔ resposta: B Alternativa E: INCORRETA. Exames importantes se
a hipótese fosse LES e se houvesse alteração na
dificuldade:
urina I (no caso da proteinúria 24h).
Questão 7
✔ resposta: B
Assertiva I: FALSA. Anticorpos anti-CCP (anticitruli-
na) são mais específicos que o fator reumatoide.
Questão 9 dificuldade:
Assertiva II: FALSA. A artrite reumatoide tem padrão
de acometimento simétrico em pequenas articula- Y Dica do professor: A artrite reumatoide é marcada
ções periféricas, particularmente as metacarpofa- por poliartrite crônica simétrica e erosiva.
langeanas e interfalangeanas proximais.
Alternativa A: INCORRETA. Nódulos de Heberden e
Assertiva III: VERDADEIRA. Início insidioso com rigidez Bouchard ocorrem na osteoartrite de mãos.
matinal e artralgia são manifestações frequentes
Alternativa B: INCORRETA. O envolvimento é simétri-
e características.
co e crônico.
Assertiva IV: FALSA. Nódulos subcutâneos se cor-
Alternativa C: CORRETA. O envolvimento comum é de
relacionam a uma maior soropositividade para o
punhos, metacarpofalangeanas e interfalangeanas
fator reumatoide.
proximais.
22
Artrite reumatoide
Questão 10 dificuldade:
23
Fixe seus conhecimentos!
Use esse espaço para construir mapas mentais e fixar seu conhecimento!
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