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DERMATOLOGIA
Apresentação
Um excelente estudo!
Índice
1. Introdução .................................................................. 50
Capítulo 8 - Doenças eczematosas .............103
2. Impetigo e ectima .................................................... 50
1. Introdução ................................................................104
3. Furúnculos, carbúnculos e abscessos................. 51
2. Eczema de contato ................................................104
4. Erisipela ......................................................................53
3. Eczema atópico....................................................... 108
5. Celulite ........................................................................ 54
4. Eczema seborreico ..................................................111
6. Síndrome estafilocócica da pele escaldada ..... 56
5. Eczema numular...................................................... 112
Resumo .............................................................................57
6. Eczema disidrótico ................................................. 113
7. Fotoeczemas ............................................................. 115
Capítulo 4 - Doenças infectocontagiosas
Resumo .......................................................................... 118
bacterianas crônicas ........................................59
1. Hanseníase .................................................................60 Capítulo 9 - Doenças
2. Sífilis ............................................................................. 66 eritematodescamativas................................. 119
3. Sífilis congênita.......................................................... 71 1. Psoríase ..................................................................... 120
Resumo .............................................................................74 2. Pitiríase rósea de Gilbert ......................................125
3. Pitiríase rubra pilar................................................ 128 5. Urticárias....................................................................177
4. Parapsoríases.......................................................... 130 Resumo........................................................................... 180
5. Eritrodermias............................................................132
6. Eritemas figurados................................................. 134 Capítulo 12 - Medicina interna...................... 181
Resumo............................................................................136 1. Introdução................................................................. 182
2. Sarcoidose................................................................. 182
Capítulo 10 - Doenças inflamatórias............ 137 3. Amiloidoses.............................................................. 184
1. Doenças papulopruriginosas............................... 138 4. Porfirias..................................................................... 189
2. Doenças bolhosas................................................... 144 5. Pelagra........................................................................193
1
Este capítulo aborda temas básicos da Dermatologia:
anatomia, fisiologia, lesões elementares e cicatriza-
ção. Quanto à anatomia e fisiologia, a pele apresenta
3 camadas distintas, denominadas epiderme, derme e
hipoderme. A primeira, formada pelos queratinócitos, é
a camada superficial em contato com o ambiente, sendo
subdividida em basal (mais profunda), espinhosa ou de
Malpighi, granulosa e córnea (a mais externa/superfi-
cial). A derme é um tecido conectivo denso, composto de
colágeno, elastina e glicosaminoglicanos, sendo a porção
Dermatologia
mais superficial a derme papilar, e a profunda, a reticu-
lar. Já a hipoderme é composta por grupos de adipócitos,
formando ácinos lobulados separados por septos fibro-
normal
sos que contêm o maior plexo vascular que nutre a pele.
As lesões elementares, por sua vez, foram aqui didati-
camente divididas em lesões planas, elevadas, coleções
líquidas, deprimidas e lineares. Já a cicatrização com-
preende um processo dinâmico de reparação tecidual e
possui fases inflamatória, proliferativa e de remodela-
ção. Havendo distúrbios em alguma dessas fases, temos
as cicatrizes hipertróficas e os queloides.
16 sic dermatologia
1. Da anatomia à fisiologia
A - Introdução
Longe de ser um tratado para esses temas, neste capítulo são conside-
radas informações relevantes que aparecem com maior frequência em
questões de concursos médicos.
B - Histologia e fisiologia
A pele divide-se em 3 camadas distintas, sendo a epiderme de ori-
gem embrionária ectodérmica, e a derme e o subcutâneo de origem
mesodérmica.
a) Epiderme
A epiderme é um epitélio escamoso pluriestratificado, formado basica-
mente por queratinócitos que vão se maturando e diferenciando, ge-
rando, assim, as 4 camadas que a compõem.
- Granulosa (penúltima);
Dica
Os desmossomos são as
estruturas que formam
as pontes intercelulares,
também conhecidas como
gap junctions.
Figura 2 - Mecanismos de adesão dos ceratinócitos
6
Neste capítulo, serão abordadas as infecções subagu-
das e crônicas mais cobradas em questões de provas
no que se refere à Dermatologia. São doenças causa-
das por fungos invasivos: esporotricose, cromomicose
e paracoccidioidomicose. A esporotricose é causada por
fungo dimórfico da espécie Sporothrix schenckii, com
associação a ferimentos por plantas (espinhos de rosas)
e contaminação por animais domésticos, sendo que a
lesão inicial se dá no local da inoculação, formando-se
placa eritematoverrucosa que pode evoluir para ulce-
ração associada a acometimento linfático, típico dessa
Doenças infec-
afecção. O diagnóstico é confirmado pela cultura, e para
o tratamento se emprega iodeto de potássio. A cromo- tocontagiosas
fúngicas – micoses
micose é uma infecção fúngica crônica da pele causada
por agentes demáceos (fungos negros) encontrados
em solos e vegetais. A transmissão se dá por inocula-
profundas
ção traumática, surgindo pápula verrucosa com pontos
enegrecidos, eritematosos e acastanhados, sobretudo
nos membros inferiores. O exame micológico direto
esclarece casos duvidosos, e para o tratamento são
necessários métodos combinados, como criocirurgia
com nitrogênio líquido juntamente com antifúngicos
sistêmicos (o itraconazol é o de escolha), com pouca
resposta, somente controle do quadro. E a paracocci-
dioidomicose, ou blastomicose sul-americana, é uma
infecção causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioi-
des brasiliensis, sendo doença de zona rural, endêmica
em alguns países da América do Sul e mais comum em
jovens e adultos entre 20 e 40 anos, afetando sobre-
tudo homens. A transmissão ocorre por via inalatória,
iniciando-se um foco pulmonar, e, a partir daí, se mul-
tiplica e se dissemina para os linfonodos regionais e,
posteriormente, por via hematogênica, para os demais
órgãos, inclusive a pele. Esse 1º contato com o fungo
caracteriza a paracoccidioidomicose-infecção; ao evo-
luir para a doença, há 2 possíveis quadros: Pb-micoses
juvenil (aguda/subaguda) e adulta (crônica). Deve-se
pensar em paracoccidioidomicose sempre que há um
quadro pulmonar associado a lesões de mucosa e pele.
O diagnóstico é confirmado por exame micológico direto
(estruturas ovaladas leveduriformes com brotamento
simples ou múltiplo, conferindo o aspecto característico
de “roda de leme”), cultura, sorologia (mais usada para
acompanhamento da resposta ao tratamento) e biologia
molecular (pesquisa da proteína de superfície do fungo,
GP43). O tratamento deve ser mantido até a cura clínica,
sorológica e radiológica, o que pode levar de meses a
anos, sendo empregados sulfametoxazol-trimetoprima,
itraconazol ou anfotericina B.
84 sic dermatologia
1. Introdução
Neste capítulo, serão abordadas as infecções subagudas e crônicas
causadas por fungos invasivos, que, além do acometimento cutâneo, a
depender da resposta imunológica do hospedeiro, podem levar a infec-
ções sistêmicas de outros órgãos.
2. Esporotricose
Doença subaguda, universal, relativamente comum, causada por fungo
dimórfico da espécie Sporothrix schenckii.
A - Epidemiologia
Relativamente frequente em nosso meio, sendo universal, porém mais
comum em países de clima tropical. Qualquer idade é acometida, e não
há predileção por sexo. Dois pontos merecem destaque, como a asso-
ciação a ferimentos por plantas (como os clássicos acidentes com espi-
Figura 1 - Gato com lesões de nhos de rosas) e a contaminação por animais domésticos, já havendo
esporotricose relatos de surtos no Rio de Janeiro provocados por gatos contaminados.
B - Fisiopatologia
O trauma serve como porta de entrada para a inoculação do fungo, e
nesse ponto surge a 1ª lesão. A resposta imune celular Th1 é respon-
sável por tentar conter a doença, o que se pode evidenciar pela po-
sitividade do teste da esporotriquina. Contaminação por ingestão ou
inalação é rara.
Quadro clínico C - Quadro clínico
Lesão cutânea acom- No local do acidente perfurocortante surge a lesão inicial, normal-
panhada de linfangite mente uma placa eritematoescamosa verrucosa ou uma úlcera. Em se-
ascendente é a principal guida, surgem linfonodos regionais em cordão, caracterizando a forma
característica da esporo- mais comum da doença, a cutâneo-linfática; podem ou não fistulizar.
tricose clássica. Formas cutâneas disseminadas e/ou infecções sistêmicas são raras e
normalmente vistas em imunossuprimidos. As extremidades, por esta-
rem mais expostas aos traumas, são sempre mais acometidas.
Se evoluírem para a cura espontânea com a ação do sistema imunoló-
gico, restarão cicatrizes discrômicas como sequelas.
D - Métodos diagnósticos
A forma clássica cutâneo-linfática é de fácil diagnóstico clínico; só em
casos de lesões únicas, caracterizando forma cutânea localizada, são
necessários exames.
A cultura é o padrão-ouro, sendo um fungo de rápido crescimento (re-
sultado em 3 dias) e que cresce em temperatura ambiente de 25°C ou
temperatura corpórea de 37°C (fungo dimórfico). É um dos poucos fun-
gos em que o exame micológico direto com hidróxido de potássio (KOH)
não ajuda. O exame anatomopatológico também leva ao diagnóstico,
por visualização dos fungos nos tecidos corados pela prata ou ácido pe-
riódico de Schiff (PAS), sendo apresentados em formas afiladas seme-
lhantes a charutos. Diagnóstico
A diagnose diferencial é feita com lesões ulceradas isoladas, como pa-
racoccidioidomicose, histoplasmose, leishmaniose e tuberculose. Essas A cultura é o exame pa-
mesmas doenças entram no diferencial se a lesão é verrucosa, no en- drão-ouro para a confir-
tanto nenhuma delas evolui com o cordão linfático adjacente. Nos casos mação da esporotricose.
de lesões isoladas, somente por intermédio dos métodos diagnósticos
citados se conclui o caso.
E - Tratamento
É uma das poucas doenças em que há boa resposta com medicação
simples e barata – o iodeto de potássio, que deve ser administrado até
a cura completa da lesão, o que pode levar entre 4 e 6 semanas. Outros
imidazólicos, como itraconazol e fluconazol, podem ser empregados.
3. Cromomicose
Infecção fúngica crônica da pele causada por agentes demáceos (fun-
gos negros) encontrados em solos e vegetais.
A - Epidemiologia
Dica
A grande maioria dos
A doença é endêmica em algumas áreas tropicais, como na região casos de cromomicose
Norte do Brasil, e em algumas áreas desérticas. Trabalhadores rurais
acontece nos membros
estão mais expostos aos organismos encontrados no solo e em plantas
contaminadas (por exemplo, trabalhadores do babaçu na Amazônia).
inferiores, devido a expo-
Os membros inferiores são mais acometidos, levando a quadros dra- sição do trabalho rural.
máticos semelhantes aos da elefantíase.
B - Fisiopatologia
O fungo é inoculado após trauma da pele e se propaga até o subcutâ-
neo, com raros relatos de disseminação linfática e/ou hematogênica.
São 4 espécies envolvidas, a primeira bem mais comum no Brasil:
--Fonsecaea sp.;
--Cladosporium sp.;
--Rhinocladiella sp.;
--Phialophora sp.
C - Quadro clínico
Após o trauma, surge na pele uma pápula que evolui para nódulo e,
posteriormente, para placa verrucosa, que em anos pode assumir no-
86 sic dermatologia
Figura 3 - Placa verrucosa ex- Tabela 1 - Regra mnemônica de lesões verrucosas e/ou úlceras
tensa na perna, com pequenos
pontos enegrecidos caracteri- P Paracoccidioidomicose
zando a cromomicose L Leishmaniose
E Esporotricose
C Cromomicose
T Tuberculose
E - Tratamento
Importante Trata-se de uma das dermatoses de resolução mais difícil, e muitos pa-
“PLECTs” são as doenças cientes são ditos incuráveis, aspecto comparável a quadro neoplásico
em que podem ocorrer infiltrativo. Deve-se tentar em casos iniciais, quando ainda é possível
úlceras ou lesões ver- a remoção completa da lesão por meio de cirurgia dermatológica. Nos
casos em que já há disseminação extensa, são necessários métodos
rucosas, o que facilita o
combinados, como criocirurgia com nitrogênio líquido juntamente com
diagnóstico diferencial antifúngicos sistêmicos (o itraconazol é o de escolha). Esse esquema
da cromomicose. acaba sendo usado por anos, e os pacientes dificilmente têm alta, ha-
vendo somente um controle do quadro.
4. Paracoccidioidomicose
Sinonímia: blastomicose sul-americana.
Infecção sistêmica com várias facetas, podendo atingir a pele e outros
órgãos internos e tendo como agente causador o fungo dimórfico do
gênero Paracoccidioides, sendo reconhecidas 2 espécies causadoras da
doença: Paracoccidioides brasiliensis e Paracoccidioides lutzii.
A - Epidemiologia
É uma doença de zona rural endêmica de alguns países da América do
Sul, incluindo o Brasil, que apresenta a maior parte dos casos. A doença
não é descrita em regiões como o Chile, Suriname, Guiana, Nicarágua,
Belize e ilhas do Caribe. O fungo pode ser isolado a partir da matéria
orgânica dos solos contaminados. A infecção é mais comum em jovens
e adultos na faixa etária de 20 a 40 anos. Há grande predominância no
sexo masculino, pois se acredita que os hormônios estrogênicos confi-
ram proteção às mulheres, impedindo o desenvolvimento do fungo; a
proporção encontrada em inquéritos epidemiológicos é de 9 homens
para cada mulher.
Alexandre Evaristo Zeni Rodrigues
12
Neste capítulo, serão abordados temas de medicina
interna, porém com manifestações dermatológicas,
como a sarcoidose, a amiloidose, porfirias, pelagra e
colagenoses. A sarcoidose é uma doença inflamatória
crônica caracterizada pela formação de granulomas
em qualquer tecido orgânico, entretanto com prefe-
rência por 3 acometimentos distintos: cutâneo, ocular
Medicina
e pulmonar (incluindo a linfadenopatia hilar). O acome-
timento cutâneo pode ser inespecífico, representado
pelo eritema nodoso ou específico, por meio do lúpus
interna
pérnio, da sarcoidose papulosa, da sarcoidose cicatri-
cial e da sarcoidose do couro cabeludo. A biópsia da pele
ou do tecido pulmonar é o exame padrão-ouro, apre-
sentando 2 características importantes: a presença de
granulomas de células epitelioides com poucos linfó-
citos e células gigantes multinucleadas (chamados de
“granulomas nus”) e os corpos asteroides (figuras eosi-
nofílicas nos histiócitos). O melhor tratamento é feito
com corticosteroides, sendo sistêmicos nos casos com
comprometimentos mais graves. As amiloidoses são
doenças em que ocorre depósito de substância pro- urina de 24 horas, e a histopatologia das bolhas mostra
teica; acometem qualquer tecido, gerando disfunções a clivagem subepidérmica e poucas células inflamatórias.
dos órgãos afetados. Existem formas localizadas (macu- O tratamento visa à redução dos níveis do heme, o que é
lar, líquen amiloidótico e nodular) e sistêmicas nas suas obtido por meio das flebotomias, cujo objetivo é manter a
formas primárias e secundárias (associadas a mieloma hemoglobina por volta de 12g/dL. Dentre as colagenoses,
múltiplo). Na forma sistêmica, a biópsia da lesão de destacam-se lúpus eritematoso sistêmico, dermatomio-
pele deve ser corada com o vermelho-congo. Na colo- site e esclerodermia. O lúpus eritematoso sistêmico é uma
ração de rotina com hematoxilina-eosina, em alguns doença reumatológica com espectro variando por meio das
casos, podem-se ver concentrações homogêneas de 3 formas clínicas principais: lúpus cutâneo crônico, lúpus
material eosinofílico amorfo. No tratamento, são utili- subagudo e lúpus sistêmico, este último a forma principal
zados esquemas imunossupressores e quimioterápicos da doença. O lúpus sistêmico é a forma que acomete vários
em combinação. A associação a melhores resultados foi órgãos; dentre as suas lesões mais características, o rash
de prednisona e melfalana. Já as porfirias formam um malar “em asa de borboleta” se destaca. São placas erite-
grupo de doenças de origem metabólica associadas a matosas, pouco infiltradas, mas edemaciadas, distribuídas
várias deficiências enzimáticas no metabolismo do grupo como uma máscara no centro facial. Outras lesões possí-
heme, o que resulta em superprodução/acúmulo de pro- veis são de urticária, vasculite, púrpuras palpáveis, lesões
dutos tóxicos. Basicamente, podemos classificá-las em bolhosas, além das lesões de lúpus crônico e subagudo. As
porfirias agudas e crônicas (predomínio das manifes- lesões mucosas se manifestam como ulcerações no palato
tações dermatológicas). Entre as alterações cutâneas, ou na mucosa jugal. As lesões do couro cabeludo, por sua
estão fotodano, lesões bolhosas principalmente em vez, podem ser discoides cicatriciais ou na forma de alopecia
áreas fotoexpostas e de trauma (fragilidade cutânea), difusa não cicatricial. O diagnóstico se baseia em critérios
lesões esclerodermiformes (cicatriciais) e hipertricose. clínicos e laboratoriais, e o tratamento, em imunossupresso-
Para o diagnóstico, devem-se pesquisar porfirinas na res como a prednisona, o metotrexato e a azatioprina.
182 sic dermatologia
1. Introdução
Este capítulo aborda algumas síndromes clínicas que levam a compro-
metimento sistêmico, causando, também, manifestações cutâneas; são
doenças diversas entre si, mas igualmente importantes, pois, muitas
vezes, a pele dá as pistas para chegar ao diagnóstico final e tratar o
paciente a tempo.
2. Sarcoidose
A - Introdução
Doença inflamatória crônica caracterizada pela formação de granulo-
mas em qualquer tecido orgânico, entretanto com preferência por 3
acometimentos distintos: cutâneo, ocular e pulmonar (incluindo a lin-
fadenopatia hilar).
B - Epidemiologia
Trata-se de uma doença universal, no entanto com grandes diferenças
quanto à incidência, podendo variar de 64 casos/100.000 habitantes,
em países escandinavos, a 3 casos/100.000 habitantes, em países do
Leste Europeu; em nosso país, assim como nos Estados Unidos, a inci-
dência gira em torno de 15 casos/100.000 habitantes. Em nosso meio,
também é mais prevalente em afrodescendentes. Acomete ambos os
sexos, com maior frequência no sexo feminino.
Quanto à idade, pode surgir em qualquer período, mas tem 2 picos de
distribuição bem definidos: 30 e 60 anos.
C - Fisiopatologia
É desconhecida, mas acredita-se que possa existir um antígeno (infec-
cioso ou ambiental) que tenha baixa virulência, porém que leve a in-
flamação crônica granulomatosa por meio da resposta Th1. Entre os
antígenos implicados, estão micobactérias, Borrelia, fungos e vírus da
hepatite; do lado ambiental já houve correlação com exposição ao alu-
mínio, ao zircônio e a talcos. Há, também, participação genética, pois é
fortemente associada ao HLA-B8.
D - Quadro clínico
Como o processo granulomatoso pode ocorrer em qualquer órgão, as
manifestações sistêmicas são muito variáveis: quadro mimetizando
tuberculose pulmonar, uveítes, artrites, arritmias por infiltração do
miocárdio etc. O acometimento cutâneo pela sarcoidose tem 2 grupos
distintos, com o lado não específico, representado pelo eritema no-
doso, e o específico, com diversas variantes clínicas (Tabela 1).
O eritema nodoso é uma forma de paniculite crônica recidivante que se
Quadro clínico manifesta por nódulos dolorosos nos membros inferiores e que, além
da sarcoidose, pode estar relacionado a outras etiologias (infecções
O eritema nodoso é a ma- como por Yersinia, anticoncepcionais, doenças inflamatórias intestinais
nifestação mais comum etc.). É muito mais comum entre mulheres jovens. As lesões são pro-
da sarcoidose na pele. fundas e surgem como pontos indurados de cor equimótica (como uma
contusão) doloridos à palpação. O número de lesões é variável (de pou-
cas a várias). Pode vir acompanhado de sintomas gerais de inflamação
medicina interna 183
Importante
A tríade composta por
artrite, eritema nodoso
Figura 2 - Eritema nodoso: lesões eritematosas e equimóticas sobrelevadas na re-
e linfadenopatia hilar é
gião anterior da tíbia de aspecto contusiforme conhecida como síndrome
de Löfgren (sarcoidose mus-
culoesquelética aguda).
Tabela 1 - Manifestações específicas da sarcoidose
- ALBERT EINSTEIN - Hospital Albert Einstein - SANTA CASA-SP - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São
- AMP - Associação Médica do Paraná Paulo
- AMRIGS - Associação Médica do Rio Grande do Sul - SES-DF - Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal
- CERMAM - Comissão Estadual de Residência Médica do Amazonas - SES-GO - Secretaria de Estado da Saúde de Goiás
- CREMESP - Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo - SES-PE - Secretaria de Estado da Saúde do Pernambuco
- EMESCAM - Escola Superior de Ciências da Santa Casa de - SES-RJ - Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro
Misericórdia de Vitória - SES-SC - Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina
- FESP-RJ - Fundação Escola de Serviço Público - SÍRIO-LIBANÊS - Hospital Sírio-Libanês
- FHEMIG - Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais - SURCE - Seleção Unificada para Residência Médica do Estado do
- FMJ - Faculdade de Medicina de Jundiaí Ceará
- FMUSP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - SUS-BA - Sistema Único de Saúde da Bahia
- FMUSP-RP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - SUS-CE - Sistema Único de Saúde do Ceará
de Ribeirão Preto - SUS-SP - Sistema Único de Saúde de São Paulo
- FURB - Universidade Regional de Blumenau - UCPEL - Universidade Católica de Pelotas
- HC-ICC - Hospital do Câncer - Instituto do Câncer do Ceará - UEL - Universidade Estadual de Londrina
- HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre - UERJ - Universidade Estadual do Rio de Janeiro
- HCV-PR - Hospital da Cruz Vermelha Brasileira - Filial do Paraná - UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
- HECI - Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim - UFAL - Universidade Federal do Alagoas
- HFA - Hospital das Forças Armadas - DF - UFAM - Universidade Federal do Amazonas
- HFAG - Hospital da Força Aérea do Galeão - UFC - Universidade Federal do Ceará
- HFMO-SP - Hospital Francisco Morato de Oliveira - UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
- HIVS - Hospital Infantil Varela Santiago - UFES - Universidade Federal do Espírito Santo
- HMOB - Hospital Municipal Odilon Behrens - UFF - Universidade Federal Fluminense
- HMRN - Hospital Militar do Rio Grande do Norte - UFG - Universidade Federal de Goiás
- HMSJ - Hospital Municipal São José - UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora
- HNMD - Hospital Naval Marcílio Dias - UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
- HPM-MG - Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais - UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
- HSPE-SP* - Hospital do Servidor Público Estadual - UFPR - Universidade Federal do Paraná
- HSPM-SP - Hospital do Servidor Público Municipal - UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
- HUEC - Hospital Universitário Evangélico de Curitiba - UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
- IAMSPE - Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público - UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
Estadual - UMC - Universidade de Mogi das Cruzes
- IASERJ - Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio - UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto
de Janeiro - UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
- IFF - FIOCRUZ - Instituto Fernandes Figueira - UNESP - Universidade Estadual Paulista
- IMPARH - Instituto Municipal de Pesquisas, Administração e - UNIAMRIGS - Universidade Corporativa AMRIGS
Recursos Humanos de Fortaleza - UNICAMP - Universidade de Campinas
- INCA-RJ - Instituto Nacional do Câncer - UNIFESO - Centro Universitário Serra dos Órgãos
- IOG - Instituto de Olhos de Goiânia - UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo
- IPSEMG - Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de - UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Minas Gerais - UNITAU - Universidade de Taubaté
- PM-MG - Polícia Militar de Minas Gerais * Em 2010, 2011 e 2013, a instituição não divulgou seu caderno de
- PUC-PR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná provas. As questões destes anos são baseadas nos temas e nos
- PUC-RS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul casos abordados nas provas.
- SANTA CASA-BH - Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
Índice
QUESTÕES COMENTÁRIOS
Cap. 2 - Doenças infectocontagiosas virais ................. 5 Cap. 2 - Doenças infectocontagiosas virais ...............27
Dermatologia - R3 Questões
Dermatologia
a) petéquia e bolha
2016 - UFSC - CLÍNICA MÉDICA
b) petéquia e vesícula
5. Um paciente de 68 anos, diabético, é atendido no Hos-
c) equimose e vesícula
pital Universitário com dor na região dorsal, irradiando-
d) rash e pústula
-se para o flanco esquerdo, seguida do aparecimento de
e) pápula e bolha lesões pruriginosas, há 5 dias. Mora com o filho, trans-
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão plantado de fígado há 6 meses. Ao exame, apresenta
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder lesões eritematovesiculares agrupadas, sendo que al-
gumas estão rompidas e com secreção hialina. Com re-
2013 - AMP - ACESSO DIRETO/CLÍNICA MÉDICA
lação ao caso clínico exposto e ao diagnóstico, assinale a
3. Com relação à terminologia descritiva da morfologia
alternativa correta:
de lesões cutâneas individuais, considere as alternati- a) a precaução respiratória é importante, pela alta trans-
vas a seguir e assinale a correta: missão do vírus varicela-zóster para soronegativos
a) erosão é a perda circunscrita da epiderme e da der- b) o início precoce do corticoide é indicado, pois encurta
me, podendo acometer a hipoderme e tecidos subja- o tempo da doença e sua transmissibilidade
centes c) à semelhança de outras hepatites virais, a hepatite
b) dermatite de contato se manifesta a lesão tipo bolha em imunossuprimidos por herpes-zóster é branda,
c) vesícula é uma lesão elevada e circunscrita, com flui- transitória e com tratamento apenas sintomático
do seroso claro ou hemorrágico de menos de 1cm de d) o filho do paciente deve ser encaminhado para início
diâmetro precoce de aciclovir profilático
d) nódulo é a elevação firme, circunscrita e achatada da e) a encefalite é uma complicação da infecção por her-
pele, com margens palpáveis e bem demarcadas pes-zóster e pode anteceder as manifestações sistê-
e) ictiose se manifesta com lesão tipo placa e urtica micas, dificultando o diagnóstico
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
6 sic R3 dermatologia
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão 2011 - UFC - ACESSO DIRETO/CLÍNICA MÉDICA
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
10. Uma mulher de 56 anos procura atendimento por le-
2014 - AMP - CLÍNICA MÉDICA sões cutâneas dolorosas no tórax. Há 72 horas passou a
7. Uma mulher de 60 anos, mãe de 7 filhos, foi internada apresentar dor em queimação na região torácica inferior
devido a hemorragia digestiva alta secundária a úlcera esquerda. Desde então vem fazendo uso regular de com-
gástrica. Tem história pregressa de neoplasia de colo do primidos de cetoprofeno com melhora parcial. Há cerca
útero com metástase na coluna lombar, que comprime a de 24 horas, passou a apresentar lesões na zona infra-
medula e é inoperável. Devido a essa compressão, apre- mamária esquerda, impedindo-a de usar sutiã. Ao exame
sentou redução da mobilidade e incontinência urinária físico, apresenta vesículas tensas e agrupadas em região
com necessidade de fralda geriátrica. No momento em inferior à aréola esquerda e superior ao rebordo costal
que você está fazendo a prescrição dos pacientes, a téc- esquerdo, desde o esterno até a região dorsal posterior
nica de enfermagem solicita sua presença no quarto, esquerda; sem outros achados. Qual é o tratamento iso-
pois, durante o banho, notaram lesão de pele, ausentes ladamente mais apropriado para este caso?
no dia anterior. Você atende imediatamente ao pedido, a) aciclovir 200mg VO 8/8h
e verifica ser uma lesão eritematosa, com vesículas se- b) prednisona 20mg VO 1x/d
guindo um dermátomo compatível com herpes-zóster. c) hidrocortisona creme tópico 2x/d
Qual é a conduta mais adequada? d) valaciclovir 1g VO 3x/d
a) aciclovir pomada e) suspender uso de cetoprofeno
b) betametasona creme Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
c) aciclovir comprimido Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
d) cuidados locais
Dermatologia - R3 Questões
e) nistatina creme
Dermatologia - R3 Questões
Nega febre, perda do apetite e problemas urinários ou a) penicilina benzatina 1.200.000UI, por ser de baixo
intestinais. O exame físico evidencia lesões cutâneas custo e em dose única
com bordas elevadas de cor rósea, nas regiões do ab- b) cefalexina 500mg VO a cada 6 horas, pois cobre S. au-
dome, pescoço, tórax, pernas, pés e palma das mãos. É reus, agente provável da infecção em questão
incorreto afirmar que: c) linezolida 600mg VO 1x/d, porque cobre cepas sensí-
a) trata-se de quadro de sífilis secundária, em fase de veis e resistentes de S. aureus
contaminação em que a notificação obrigatória se faz d) cefalotina 1g VO a cada 12 horas, por ser uma cefa-
necessária losporina de 1ª geração com bom espectro para Gram
b) esses sintomas surgem cerca de 2 meses após o apa- positivos
recimento do cancro Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
c) o quadro clínico é causado pela bactéria Treponema Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
pallidum
2015 - UFPR - CLÍNICA MÉDICA
d) as reações treponêmicas são as únicas empregadas
16. Considerando as formas clínicas da acne, relacione as
para seguimento terapêutico
colunas a seguir:
e) se alérgico à penicilina, pode ser tratado com doxici-
( ) Acne comedoniana
clina 100mg 2x/d, por 14 dias
( ) Síndrome SAHA
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão ( ) Acne conglobata
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
( ) Acne fulminans
2016 - UNAERP - CLÍNICA MÉDICA ( ) Acne nodulocística
13. A unha esverdeada é característica de infecção por: A - Acne não inflamatória
a) Candida B - Associação a ovários policísticos e obesidade
b) dermatófito C - Abscessos e bridas cicatriciais
c) Pseudomonas D - Sinais e sintomas sistêmicos agudos
d) Aspergillus E - Cicatrizes pequenas e deprimidas
e) Streptococcus viridans Assinale a sequência correta:
a) E, D, C, A, B
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão b) E, C, D, B, A
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
c) C, E, D, B, A
2016 - AMP - CLÍNICA MÉDICA d) D, C, E, A, B
14. Sobre a hanseníase, assinale a alternativa correta: e) C, D, E, B, A
a) a presença de lesão cutânea com perda de sensibili- Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
dade não é critério epidemiológico para a doença Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
lafrios, além de edema com sinais flogísticos exuberan- a) solicitar sorologia de HIV, coletar o liquor e adminis-
tes e inúmeras lesões bolhosas no membro superior di- trar penicilina benzatina 4,8 milhões de unidades
reito. Há histórico de acompanhamento psiquiátrico por b) coletar o liquor e administrar penicilina benzatina 7,2
alcoolismo. Foi iniciado esquema antibiótico visando à milhões de unidades caso haja hipoacusia, neurite óp-
cobertura do seguinte agente infeccioso: tica ou meningite
a) Vibrio vulnificus c) solicitar sorologia de hepatite B e HIV e administrar
b) Pasteurella multocida penicilina benzatina 4,8 milhões de unidades
c) Staphylococcus aureus d) realizar sorologia de hepatite B e HIV e administrar
d) Streptococcus pyogenes penicilina benzatina 7,2 milhões de unidades
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
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Dermatologia - R3 Comentários
Dermatologia
clovir (um derivado do aciclovir) 1g VO 3x/d, com melhor ria uma cefalosporina de 1ª geração com cobertura para
posologia. Os corticoides em questão (hidrocortisona e Gram positivos.
prednisona) podem ser utilizados adjuntos com efeito Gabarito = B
anti-inflamatório e de melhora na neurite, muitas vezes
associada a este tipo de infecção. No entanto, não são o Questão 16. Merece destaque a síndrome dos ovários
tratamento específico para a afecção descrita. Cetopro- policísticos, que costuma apresentar acne da mulher
feno alivia as dores, mas também não realiza tratamento adulta, além de hirsutismo e irregularidade menstrual.
do herpes-zóster. A síndrome SAHA também tem sinais de androgenismo,
Gabarito = D com acne grave, hirsutismo e alopecia. Acne fulminans
é um quadro eruptivo de acne grau 4 e sintomas sistê-
micos que pode até evoluir com sepse. As que não têm
Doenças infectocontagiosas manifestações sistêmicas são a acne comedoniana (grau
bacterianas agudas 1) e a nodulocística (grau 3).
Gabarito = B
Questão 11. O teste de sensibilidade térmica com éter é Questão 17. Como o quadro é de celulite adquirida na co-
o mais útil e pode ser facilmente executado logo na 1ª munidade, o principal agente é o Gram positivo estrep-
consulta, já que essa é a 1ª função perdida pela lesão de tococo. Pelo fato de o estado geral estar preservado,
ramúsculos nervosos. Posteriormente, perdem-se as podemos iniciar o tratamento com penicilina, pois tais
sensibilidades tátil e dolorosa, nessa ordem. bactérias raramente são resistentes. Estafilococo seria
Gabarito = A o 2º mais frequente, porém é mais agressivo e normal-
mente na história haveria bolhas. Nesse caso, trocaría-
Questão 12. Todas as alternativas estão corretas e po- mos a penicilina por oxacilina.
dem ser assimiladas na preparação. Apenas a alternativa Gabarito = E
“d” é incorreta, pois o seguimento do tratamento se faz
com controle seriado de reações não treponêmicas, mais Questão 18. Os agentes mais frequentes das erisipelas são
precisamente com o VDRL, sendo necessário haver a di- cocos Gram positivos e, entre eles, os Streptococcus são os
minuição significativa dos títulos para comprovar a efi- mais frequentes; em 2º lugar vêm os Staphylococcus. Os
cácia do tratamento. As treponêmicas (como FTA-ABS) Gram negativos e anaeróbios raramente são causadores.
não necessariamente abaixam mesmo com o tratamen- Gabarito = A
to. Na verdade, o FTA-ABS nunca se negativa, dado que
é um teste sorológico indicador do contato com o agente. Questão 19. A fasciite necrosante é comumente causada
Gabarito = D por Pseudomonas e eventualmente pelo S. aureus. A sín-
drome do choque tóxico é sempre por S. aureus e nunca
Dermatologia - R3 Comentários
Questão 13. Por algum pigmento que pertence à colo- por Streptococcus. O agente mais frequente da erisipela
nização por Pseudomonas, não se encontra explicação é o Streptococcus beta-hemolítico do grupo A.
fisiopatológica. Candida e dermatófitos são mais amare- Gabarito = C
lados ou brancos. Aspergillus costuma ser escuro/acin-
zentado. E S. viridans não causa infecção na unha. Questão 20. O paciente apresenta quadro clínico compa-
Gabarito = C tível com infecção de tecido celular subcutâneo em mem-
bro inferior esquerdo. A insuficiência venosa de MMII e o
Questão 14. Somente a hanseníase cursa com lesões diabetes são fatores de risco para este tipo de infecção. O
com perda da sensibilidade. Se o paciente é multibacilar, tratamento deve ser feito com antibioticoterapia sistêmi-
o tratamento ocorre por 2 anos. Talidomida não é con- ca com ação contra Staphylococcus, sendo a melhor opção
traindicada no tratamento da reação hansênica, sendo (em infecções oriundas da comunidade) a oxacilina.
uma das poucas condições em que seu uso é liberado. E, Gabarito = B
apesar de ser endêmica, sua incidência vem diminuindo
nos últimos anos, mas a doença continua longe de ser Questão 21. O quadro descrito é característico de eri-
erradicada. sipela bolhosa e os agentes das alternativas “c” e “d”
Gabarito = B seriam os mais prováveis se não fossem os dados epi-
demiológicos colocados em questão: pescador (contato
Questão 15. Como se trata de um problema recidivante com meio aquático) e etilismo (imunossupressão), o que
há 2 meses e o paciente não tem indícios de imunossu- nos leva a escolher a alternativa “a”, lembrando que se
pressão, deve-se pensar em bactérias mais resistentes, trata de organismo Gram negativo, sendo as cefalospo-
e, nesse caso, o S. aureus é o agente mais provável. De- rinas uma boa opção.
vido à sua resistência a penicilinas, a melhor escolha se- Gabarito = A
dermatologia 29
Dermatologia - R3 Comentários
Questão 22. Trata-se de uma infecção de extensão razoá- níase; devemos manter o uso da dapsona, clofazimina e
vel e que, no contexto do pé diabético, aumenta o risco de rifampicina, no caso da forma virchowiana, por, no míni-
infecção generalizada e de amputação do pé. Portanto, há mo, 2 anos.
indicação de tratamento com antibióticos via intraveno- Gabarito = A
sa e com cobertura ampla para bactérias Gram positivas,
Gram negativas e anaeróbios, além de estar associado a
limitada nefrotoxicidade. Das alternativas oferecidas, a Doenças infectocontagiosas fúngicas –
que mais se aproxima disso no contexto ambulatorial é a micoses superficiais
associação entre ciprofloxacino e clindamicina.
Gabarito = E
Questão 28. A descrição clínica aponta claramente para
Questão 23. Como não havia lesões mucosas, já descar- grandes placas causadas por Candida sp., inclusive as
tamos as doenças mais graves (Stevens-Johnson e ne- clássicas lesões-satélite. Todo paciente diabético está
crólise epidérmica tóxica). O impetigo seria uma boa hi- mais propenso aos quadros de micoses superficiais, daí
pótese, porém não existem relatos de lesões com crostas a escolha da alternativa “d”, que descreve a técnica em-
melicéricas. A alternativa “b” é a correta e normalmente pregada para o exame micológico direto.
são recém-nascidos com quadros de bolhas superficiais Gabarito = D
(intraepidérmicas na histopatologia) que surgem após
quadro infeccioso (nesse caso, conjuntivite) sendo pro- Questão 29. O quadro é comum em imunossuprimidos
vocado pela ação de toxinas bacterianas que levam à e diabéticos, e normalmente o paciente deve ser inter-
clivagem da epiderme. nado em UTI e tratado com anfotericina. Analisando as
Gabarito = B alternativas:
a) Incorreta. O exame direto não é capaz de visualizar o
fungo (as espécies mais comumente envolvidas são Mucor,
Doenças infectocontagiosas Rhizomucor e Absynia).
bacterianas crônicas b) Incorreta. PCR não está disponível na maioria dos cen-
tros brasileiros, o que o exclui como 1º método de escolha.
c) Incorreta. Ao ser levada em conta a gravidade do
Questão 24. Como se trata de sífilis na fase secundária, quadro, a cultura é muito demorada para ser o método
a dose de penicilina é dobrada, e devem-se colher outras diagnóstico de escolha.
sorologias de doenças transmitidas sexualmente; liquor d) Correta. Realmente, o histopatológico após a biópsia é
somente diante de achados neurológicos ou HIV positivo. capaz de visualizar as hifas invadindo os tecidos.
Gabarito = C Gabarito = D
Questão 25. Paciente apresenta indícios de sífilis secun- Questão 30. Todos os indícios apontam para tinha de
dária: lesões de pele tipo roséola, mucosite, alopecia e unha, tinha interdigital e tinha plantar. Logo, o exame
adenomegalia generalizada. O acometimento palmo- micológico é bem indicado (esteroide não). O tratamento
plantar é altamente sugestivo. Diante disso devemos fa- sistêmico só seria indicado após a confirmação do quadro,
zer o screening com VDRL e por ser DST, investigar HIV. principalmente se há tinha ungueal. O patch test seria in-
Não há critérios suficientes que falem a favor de lúpus dicado na dermatite de contato alérgica, e não nas tinhas.
sistêmico para pedir FAN. IgE seria pertinente em um Gabarito = A
quadro alérgico, porém as lesões não são pruriginosas.
A dosagem de PGL1 seria para hanseníase e as lesões da Questão 31. Além do diabetes, outros fatores imunos-
foto não são típicas dessa doença. supressores e também a antibioticoterapia levam à can-
Gabarito = A didíase. A candidíase oral é a mais frequente forma de
apresentação, principalmente em crianças (“sapinho”). O
Questão 26. O cancro mole não é dolorido e seu fundo é diagnóstico é clínico e o exame micológico direto pode
limpo. O T. pallidum deve ser pesquisado com raspado auxiliar. De todas as formas, responde ao fluconazol, e,
e microscopia em campo escuro (não cultura). As asser- como tratamento tópico, podem ser usados os demais
tivas corretas indicam que o período de incubação é de imidazólicos e a nistatina.
no máximo 30 dias, e que após 2 meses ele involui. Os Gabarito = D
pacientes desenvolvem lesões de sífilis secundária.
Gabarito = A Questão 32. Uma área única de alopecia e pelos tonsu-
rados é característica da tinha do couro cabeludo e os
Questão 27. Nem a gravidez nem a soropositividade do agentes mais comuns são o Trichophyton tonsurans e o
HIV alteram as possibilidades de tratamento da hanse- Microsporum canis; raramente ela pode evoluir com cica-
30 sic R3 dermatologia