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SIC CLÍNICA MÉDICA

DERMATOLOGIA
Apresentação

Os desafios da Medicina a serem vencidos por quem se decide pela área


são tantos e tão diversos que é impossível tanto determiná-los quanto
mensurá-los. O período de aulas práticas e de horas em plantões de vários
blocos é apenas um dos antecedentes do que o estudante virá a enfrentar
em pouco tempo, como a maratona da escolha por uma especialização e do
ingresso em um programa de Residência Médica reconhecido, o que exigirá
dele um preparo intenso, minucioso e objetivo.

Trata-se do contexto em que foi pensada e desenvolvida a Coleção SIC


Principais Temas para Provas, cujo material didático, preparado por profis-
sionais das mais diversas especialidades médicas, traz capítulos com inte-
rações como vídeos e dicas sobre quadros clínicos, diagnósticos, tratamen-
tos, temas frequentes em provas e outros destaques. As questões ao final,
todas comen­tadas, proporcionam a interpretação mais segura possível de
cada resposta e reforçam o ideal de oferecer ao candidato uma preparação
completa.

Um excelente estudo!
Índice

Capítulo 1 - Dermatologia normal ................. 15 Capítulo 5 - Doenças infectocontagiosas


fúngicas – micoses superficiais......................75
1. Da anatomia à fisiologia ..........................................16
2. Lesões elementares .................................................21 1. Introdução ...................................................................76
2. Dermatofitoses .........................................................76
3. Cicatrização normal ................................................ 25
3. Micoses por leveduras ........................................... 78
4. Queloides.....................................................................27
Resumo ............................................................................ 82
Resumo ............................................................................ 28

Capítulo 6 - Doenças infectocontagiosas


Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses profundas ....................... 83
virais .................................................................. 29
1. Introdução ..................................................................84
1. Introdução .................................................................. 30
2. Esporotricose ............................................................84
2. Verrugas ..................................................................... 30 3. Cromomicose ............................................................ 85
3. Herpes ..........................................................................32 4. Paracoccidioidomicose .......................................... 86
4. Molusco contagioso ................................................ 38 Resumo ........................................................................... 89
5. Nódulo dos ordenhadores .................................... 39
6. Doenças exantemáticas.........................................40 Capítulo 7 - Doenças infectocontagiosas –
protozoárias e parasitárias ............................91
7. Doença mão–pé–boca ............................................ 45
8. Manifestações cutâneas na dengue ...................47 1. Introdução .................................................................. 92
2. Leishmaniose............................................................. 92
9. Manifestações cutâneas na zika e na
chikungunya................................................................47 3. Escabiose .................................................................... 95
Resumo ............................................................................48 4. Pediculose ...................................................................97
5. Miíase........................................................................... 99
Capítulo 3 - Doenças infectocontagiosas 6. Tungíase ....................................................................100
bacterianas agudas ......................................... 49 Resumo ......................................................................... 102

1. Introdução .................................................................. 50
Capítulo 8 - Doenças eczematosas .............103
2. Impetigo e ectima .................................................... 50
1. Introdução ................................................................104
3. Furúnculos, carbúnculos e abscessos................. 51
2. Eczema de contato ................................................104
4. Erisipela ......................................................................53
3. Eczema atópico....................................................... 108
5. Celulite ........................................................................ 54
4. Eczema seborreico ..................................................111
6. Síndrome estafilocócica da pele escaldada ..... 56
5. Eczema numular...................................................... 112
Resumo .............................................................................57
6. Eczema disidrótico ................................................. 113
7. Fotoeczemas ............................................................. 115
Capítulo 4 - Doenças infectocontagiosas
Resumo .......................................................................... 118
bacterianas crônicas ........................................59
1. Hanseníase .................................................................60 Capítulo 9 - Doenças
2. Sífilis ............................................................................. 66 eritematodescamativas................................. 119
3. Sífilis congênita.......................................................... 71 1. Psoríase ..................................................................... 120
Resumo .............................................................................74 2. Pitiríase rósea de Gilbert ......................................125
3. Pitiríase rubra pilar................................................ 128 5. Urticárias....................................................................177
4. Parapsoríases.......................................................... 130 Resumo........................................................................... 180
5. Eritrodermias............................................................132
6. Eritemas figurados................................................. 134 Capítulo 12 - Medicina interna...................... 181
Resumo............................................................................136 1. Introdução................................................................. 182
2. Sarcoidose................................................................. 182
Capítulo 10 - Doenças inflamatórias............ 137 3. Amiloidoses.............................................................. 184
1. Doenças papulopruriginosas............................... 138 4. Porfirias..................................................................... 189
2. Doenças bolhosas................................................... 144 5. Pelagra........................................................................193

3. Doenças de vasos e lesões ulceradas................153 6. Colagenoses...............................................................195

Resumo .......................................................................... 168 Resumo........................................................................... 210

Capítulo 11 - Reações alérgicas e Capítulo 13 - Tumores malignos.................... 211


farmacodermias – lato sensu........................169 1. Pré-malignos..............................................................212
1. Introdução................................................................. 170 2. Carcinoma basocelular.......................................... 216

2. Farmacodermias..................................................... 170 3. Carcinoma espinocelular.......................................219

3. Eritema multiforme................................................173 4. Melanoma cutâneo................................................ 222

4. Síndrome de Stevens-Johnson/necrólise 5. Linfomas e leucemias............................................ 227


epidérmica tóxica ....................................................175 Resumo ...........................................................................231
Alexandre Evaristo Zeni Rodrigues

1
Este capítulo aborda temas básicos da Dermatologia:
anatomia, fisiologia, lesões elementares e cicatriza-
ção. Quanto à anatomia e fisiologia, a pele apresenta
3 camadas distintas, denominadas epiderme, derme e
hipoderme. A primeira, formada pelos queratinócitos, é
a camada superficial em contato com o ambiente, sendo
subdividida em basal (mais profunda), espinhosa ou de
Malpighi, granulosa e córnea (a mais externa/superfi-
cial). A derme é um tecido conectivo denso, composto de
colágeno, elastina e glicosaminoglicanos, sendo a porção

Dermatologia
mais superficial a derme papilar, e a profunda, a reticu-
lar. Já a hipoderme é composta por grupos de adipócitos,
formando ácinos lobulados separados por septos fibro-

normal
sos que contêm o maior plexo vascular que nutre a pele.
As lesões elementares, por sua vez, foram aqui didati-
camente divididas em lesões planas, elevadas, coleções
líquidas, deprimidas e lineares. Já a cicatrização com-
preende um processo dinâmico de reparação tecidual e
possui fases inflamatória, proliferativa e de remodela-
ção. Havendo distúrbios em alguma dessas fases, temos
as cicatrizes hipertróficas e os queloides.
16 sic dermatologia

1. Da anatomia à fisiologia
A - Introdução
Longe de ser um tratado para esses temas, neste capítulo são conside-
radas informações relevantes que aparecem com maior frequência em
questões de concursos médicos.

B - Histologia e fisiologia
A pele divide-se em 3 camadas distintas, sendo a epiderme de ori-
gem embrionária ectodérmica, e a derme e o subcutâneo de origem
mesodérmica.

Figura 1 - Principais estruturas da pele

a) Epiderme
A epiderme é um epitélio escamoso pluriestratificado, formado basica-
mente por queratinócitos que vão se maturando e diferenciando, ge-
rando, assim, as 4 camadas que a compõem.

Tabela 1 - Camadas que compõem a epiderme

- Basal (mais profunda);

- Espinhosa ou de Malpighi (logo acima da basal);

- Granulosa (penúltima);

- Córnea (a mais externa/superficial).

--Camada basal: composta por células colunares ancoradas à mem-


brana basal. A maturação das células epidérmicas consiste na trans-
formação das células colunares da camada basal em células achatadas
e queratinizadas na córnea. O tempo que uma célula leva a partir da
formação na camada basal, por meio de divisões mitóticas, até chegar
ao desprendimento final na camada córnea, é de 52 a 75 dias (em mé-
dia, 63 dias), sendo chamado turnover celular epidérmico. Em algumas
doenças, como a psoríase, esse turnover fica reduzido para 4 a 5 dias
(doença hiperproliferativa). As células da camada basal ficam aderi-
das à derme por hemidesmossomos (Figura 2), que se encontram na
zona da membrana basal (na lâmina lúcida);
dermatologia normal 17

--Camada espinhosa (ou de Malpighi): recebe esse nome porque é nela


que ficam mais evidentes as pontes intercelulares (como se fossem
espinhos), responsáveis pela adesão entre os queratinócitos, chama-
das desmossomos (Figura 2). Integrinas é o nome geral que se dá às
moléculas de adesão entre os queratinócitos que compõem os des-
mossomos; eles são compostos por moléculas intraplacas, trans-
membrânicas e os tonofilamentos. Estes, por sua vez, ancoram os
filamentos intermediários, que são estruturas proteicas (queratinas).
Quando essas aderências são quebradas, ocorrem bolhas, como no
pênfigo e na epidermólise bolhosa; na epiderme, diferentes pares de
queratina são produzidos conforme as células se diferenciam em di-
reção à superfície: queratinas 5 e 14 são expressas na camada basal,
e 1 e 10, na camada espinhos a. E existe entre as células o “cimento ce-
lular”, composto de glicolipídios e glicoproteínas chamado glicocálice;

Dica
Os desmossomos são as
estruturas que formam
as pontes intercelulares,
também conhecidas como
gap junctions.
Figura 2 - Mecanismos de adesão dos ceratinócitos

Figura 3 - Visão microscópica da camada espinhosa da epiderme – coloração


hematoxilina-eosina

--Camada granulosa: é denominada dessa forma porque nela são mais


visíveis os grânulos de cerato-hialina que serão liberados envolvendo
as células epidérmicas e gerando, assim, a corneificação. Também se
encontram no citoplasma dessas células os grânulos lamelares, res-
ponsáveis por parte do manto lipídico da pele (Figura 4);
18 sic dermatologia

Figura 4 - Padrão estrutural “em tijolos e cimento” da epiderme

Figura 5 - Visão microscópica da camada granulosa da epiderme – coloração


hematoxilina-eosina

--Camada córnea: nesta, as células ficam fortemente ligadas por pon-


tes de sulfeto e cerato-hialina; além disso, grânulos lipídicos cobrem
as membranas celulares, e tudo isso confere uma capacidade de 98%
de retenção de água, uma importante função cutânea. Outra desta-
cada função que acontece na epiderme é a conversão da luz solar em
vitamina D. Principalmente na pele espessa, há camada lúcida (aten-
ção: camada lúcida é diferente de lâmina lúcida), vista entre a camada
granulosa e a córnea, que possui células claras (assim chamadas pela
digestão das organelas e do núcleo sofrida por enzimas lisossômicas)
e grande quantidade de filamentos de queratina. Além das camadas
celulares principais, existem algumas figuras celulares isoladas, con-
forme a Tabela 2.
Alexandre Evaristo Zeni Rodrigues

6
Neste capítulo, serão abordadas as infecções subagu-
das e crônicas mais cobradas em questões de provas
no que se refere à Dermatologia. São doenças causa-
das por fungos invasivos: esporotricose, cromomicose
e paracoccidioidomicose. A esporotricose é causada por
fungo dimórfico da espécie Sporothrix schenckii, com
associação a ferimentos por plantas (espinhos de rosas)
e contaminação por animais domésticos, sendo que a
lesão inicial se dá no local da inoculação, formando-se
placa eritematoverrucosa que pode evoluir para ulce-
ração associada a acometimento linfático, típico dessa
Doenças infec-
afecção. O diagnóstico é confirmado pela cultura, e para
o tratamento se emprega iodeto de potássio. A cromo- tocontagiosas
fúngicas – micoses
micose é uma infecção fúngica crônica da pele causada
por agentes demáceos (fungos negros) encontrados
em solos e vegetais. A transmissão se dá por inocula-

profundas
ção traumática, surgindo pápula verrucosa com pontos
enegrecidos, eritematosos e acastanhados, sobretudo
nos membros inferiores. O exame micológico direto
esclarece casos duvidosos, e para o tratamento são
necessários métodos combinados, como criocirurgia
com nitrogênio líquido juntamente com antifúngicos
sistêmicos (o itraconazol é o de escolha), com pouca
resposta, somente controle do quadro. E a paracocci-
dioidomicose, ou blastomicose sul-americana, é uma
infecção causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioi-
des brasiliensis, sendo doença de zona rural, endêmica
em alguns países da América do Sul e mais comum em
jovens e adultos entre 20 e 40 anos, afetando sobre-
tudo homens. A transmissão ocorre por via inalatória,
iniciando-se um foco pulmonar, e, a partir daí, se mul-
tiplica e se dissemina para os linfonodos regionais e,
posteriormente, por via hematogênica, para os demais
órgãos, inclusive a pele. Esse 1º contato com o fungo
caracteriza a paracoccidioidomicose-infecção; ao evo-
luir para a doença, há 2 possíveis quadros: Pb-micoses
juvenil (aguda/subaguda) e adulta (crônica). Deve-se
pensar em paracoccidioidomicose sempre que há um
quadro pulmonar associado a lesões de mucosa e pele.
O diagnóstico é confirmado por exame micológico direto
(estruturas ovaladas leveduriformes com brotamento
simples ou múltiplo, conferindo o aspecto característico
de “roda de leme”), cultura, sorologia (mais usada para
acompanhamento da resposta ao tratamento) e biologia
molecular (pesquisa da proteína de superfície do fungo,
GP43). O tratamento deve ser mantido até a cura clínica,
sorológica e radiológica, o que pode levar de meses a
anos, sendo empregados sulfametoxazol-trimetoprima,
itraconazol ou anfotericina B.
84 sic dermatologia

1. Introdução
Neste capítulo, serão abordadas as infecções subagudas e crônicas
causadas por fungos invasivos, que, além do acometimento cutâneo, a
depender da resposta imunológica do hospedeiro, podem levar a infec-
ções sistêmicas de outros órgãos.

2. Esporotricose
Doença subaguda, universal, relativamente comum, causada por fungo
dimórfico da espécie Sporothrix schenckii.

A - Epidemiologia
Relativamente frequente em nosso meio, sendo universal, porém mais
comum em países de clima tropical. Qualquer idade é acometida, e não
há predileção por sexo. Dois pontos merecem destaque, como a asso-
ciação a ferimentos por plantas (como os clássicos acidentes com espi-
Figura 1 - Gato com lesões de nhos de rosas) e a contaminação por animais domésticos, já havendo
esporotricose relatos de surtos no Rio de Janeiro provocados por gatos contaminados.
B - Fisiopatologia
O trauma serve como porta de entrada para a inoculação do fungo, e
nesse ponto surge a 1ª lesão. A resposta imune celular Th1 é respon-
sável por tentar conter a doença, o que se pode evidenciar pela po-
sitividade do teste da esporotriquina. Contaminação por ingestão ou
inalação é rara.
Quadro clínico C - Quadro clínico
Lesão cutânea acom- No local do acidente perfurocortante surge a lesão inicial, normal-
panhada de linfangite mente uma placa eritematoescamosa verrucosa ou uma úlcera. Em se-
ascendente é a principal guida, surgem linfonodos regionais em cordão, caracterizando a forma
característica da esporo- mais comum da doença, a cutâneo-linfática; podem ou não fistulizar.
tricose clássica. Formas cutâneas disseminadas e/ou infecções sistêmicas são raras e
normalmente vistas em imunossuprimidos. As extremidades, por esta-
rem mais expostas aos traumas, são sempre mais acometidas.
Se evoluírem para a cura espontânea com a ação do sistema imunoló-
gico, restarão cicatrizes discrômicas como sequelas.

Figura 2 - Esporotricose: placas verrucosas eritematosas com evolução apresentan-


do linfangite ascendente
doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses profundas 85

D - Métodos diagnósticos
A forma clássica cutâneo-linfática é de fácil diagnóstico clínico; só em
casos de lesões únicas, caracterizando forma cutânea localizada, são
necessários exames.
A cultura é o padrão-ouro, sendo um fungo de rápido crescimento (re-
sultado em 3 dias) e que cresce em temperatura ambiente de 25°C ou
temperatura corpórea de 37°C (fungo dimórfico). É um dos poucos fun-
gos em que o exame micológico direto com hidróxido de potássio (KOH)
não ajuda. O exame anatomopatológico também leva ao diagnóstico,
por visualização dos fungos nos tecidos corados pela prata ou ácido pe-
riódico de Schiff (PAS), sendo apresentados em formas afiladas seme-
lhantes a charutos. Diagnóstico
A diagnose diferencial é feita com lesões ulceradas isoladas, como pa-
racoccidioidomicose, histoplasmose, leishmaniose e tuberculose. Essas A cultura é o exame pa-
mesmas doenças entram no diferencial se a lesão é verrucosa, no en- drão-ouro para a confir-
tanto nenhuma delas evolui com o cordão linfático adjacente. Nos casos mação da esporotricose.
de lesões isoladas, somente por intermédio dos métodos diagnósticos
citados se conclui o caso.
E - Tratamento
É uma das poucas doenças em que há boa resposta com medicação
simples e barata – o iodeto de potássio, que deve ser administrado até
a cura completa da lesão, o que pode levar entre 4 e 6 semanas. Outros
imidazólicos, como itraconazol e fluconazol, podem ser empregados.

3. Cromomicose
Infecção fúngica crônica da pele causada por agentes demáceos (fun-
gos negros) encontrados em solos e vegetais.

A - Epidemiologia
Dica
A grande maioria dos
A doença é endêmica em algumas áreas tropicais, como na região casos de cromomicose
Norte do Brasil, e em algumas áreas desérticas. Trabalhadores rurais
acontece nos membros
estão mais expostos aos organismos encontrados no solo e em plantas
contaminadas (por exemplo, trabalhadores do babaçu na Amazônia).
inferiores, devido a expo-
Os membros inferiores são mais acometidos, levando a quadros dra- sição do trabalho rural.
máticos semelhantes aos da elefantíase.

B - Fisiopatologia
O fungo é inoculado após trauma da pele e se propaga até o subcutâ-
neo, com raros relatos de disseminação linfática e/ou hematogênica.
São 4 espécies envolvidas, a primeira bem mais comum no Brasil:
--Fonsecaea sp.;
--Cladosporium sp.;
--Rhinocladiella sp.;
--Phialophora sp.

C - Quadro clínico
Após o trauma, surge na pele uma pápula que evolui para nódulo e,
posteriormente, para placa verrucosa, que em anos pode assumir no-
86 sic dermatologia

táveis proporções, comprometendo todo o membro afetado. Nessas


placas, aparecem pequenos pontos negros (black dots), que represen-
tam um aglomerado de fungos demáceos. Não há sinais e sintomas sis-
têmicos. Lesões em placas psoriasiformes já foram descritas.
D - Métodos diagnósticos
O exame micológico direto em KOH 10% (de raspado da lesão) é o meio
mais simples de chegar ao diagnóstico. A cultura permite determinar
a espécie envolvida para fins acadêmicos, já que não influencia o tra-
tamento. Em casos duvidosos, só se conclui a etiologia após a biópsia
para exame anatomopatológico.
O diagnóstico diferencial se faz com o carcinoma espinocelular e a sín-
drome verrucosa PLECT (regra mnemônica):

Figura 3 - Placa verrucosa ex- Tabela 1 - Regra mnemônica de lesões verrucosas e/ou úlceras
tensa na perna, com pequenos
pontos enegrecidos caracteri- P Paracoccidioidomicose
zando a cromomicose L Leishmaniose
E Esporotricose
C Cromomicose
T Tuberculose

E - Tratamento
Importante Trata-se de uma das dermatoses de resolução mais difícil, e muitos pa-
“PLECTs” são as doenças cientes são ditos incuráveis, aspecto comparável a quadro neoplásico
em que podem ocorrer infiltrativo. Deve-se tentar em casos iniciais, quando ainda é possível
úlceras ou lesões ver- a remoção completa da lesão por meio de cirurgia dermatológica. Nos
casos em que já há disseminação extensa, são necessários métodos
rucosas, o que facilita o
combinados, como criocirurgia com nitrogênio líquido juntamente com
diagnóstico diferencial antifúngicos sistêmicos (o itraconazol é o de escolha). Esse esquema
da cromomicose. acaba sendo usado por anos, e os pacientes dificilmente têm alta, ha-
vendo somente um controle do quadro.

4. Paracoccidioidomicose
Sinonímia: blastomicose sul-americana.
Infecção sistêmica com várias facetas, podendo atingir a pele e outros
órgãos internos e tendo como agente causador o fungo dimórfico do
gênero Paracoccidioides, sendo reconhecidas 2 espécies causadoras da
doença: Paracoccidioides brasiliensis e Paracoccidioides lutzii.

A - Epidemiologia
É uma doença de zona rural endêmica de alguns países da América do
Sul, incluindo o Brasil, que apresenta a maior parte dos casos. A doença
não é descrita em regiões como o Chile, Suriname, Guiana, Nicarágua,
Belize e ilhas do Caribe. O fungo pode ser isolado a partir da matéria
orgânica dos solos contaminados. A infecção é mais comum em jovens
e adultos na faixa etária de 20 a 40 anos. Há grande predominância no
sexo masculino, pois se acredita que os hormônios estrogênicos confi-
ram proteção às mulheres, impedindo o desenvolvimento do fungo; a
proporção encontrada em inquéritos epidemiológicos é de 9 homens
para cada mulher.
Alexandre Evaristo Zeni Rodrigues

12
Neste capítulo, serão abordados temas de medicina
interna, porém com manifestações dermatológicas,
como a sarcoidose, a amiloidose, porfirias, pelagra e
colagenoses. A sarcoidose é uma doença inflamatória
crônica caracterizada pela formação de granulomas
em qualquer tecido orgânico, entretanto com prefe-
rência por 3 acometimentos distintos: cutâneo, ocular

Medicina
e pulmonar (incluindo a linfadenopatia hilar). O acome-
timento cutâneo pode ser inespecífico, representado
pelo eritema nodoso ou específico, por meio do lúpus

interna
pérnio, da sarcoidose papulosa, da sarcoidose cicatri-
cial e da sarcoidose do couro cabeludo. A biópsia da pele
ou do tecido pulmonar é o exame padrão-ouro, apre-
sentando 2 características importantes: a presença de
granulomas de células epitelioides com poucos linfó-
citos e células gigantes multinucleadas (chamados de
“granulomas nus”) e os corpos asteroides (figuras eosi-
nofílicas nos histiócitos). O melhor tratamento é feito
com corticosteroides, sendo sistêmicos nos casos com
comprometimentos mais graves. As amiloidoses são
doenças em que ocorre depósito de substância pro- urina de 24 horas, e a histopatologia das bolhas mostra
teica; acometem qualquer tecido, gerando disfunções a clivagem subepidérmica e poucas células inflamatórias.
dos órgãos afetados. Existem formas localizadas (macu- O tratamento visa à redução dos níveis do heme, o que é
lar, líquen amiloidótico e nodular) e sistêmicas nas suas obtido por meio das flebotomias, cujo objetivo é manter a
formas primárias e secundárias (associadas a mieloma hemoglobina por volta de 12g/dL. Dentre as colagenoses,
múltiplo). Na forma sistêmica, a biópsia da lesão de destacam-se lúpus eritematoso sistêmico, dermatomio-
pele deve ser corada com o vermelho-congo. Na colo- site e esclerodermia. O lúpus eritematoso sistêmico é uma
ração de rotina com hematoxilina-eosina, em alguns doença reumatológica com espectro variando por meio das
casos, podem-se ver concentrações homogêneas de 3 formas clínicas principais: lúpus cutâneo crônico, lúpus
material eosinofílico amorfo. No tratamento, são utili- subagudo e lúpus sistêmico, este último a forma principal
zados esquemas imunossupressores e quimioterápicos da doença. O lúpus sistêmico é a forma que acomete vários
em combinação. A associação a melhores resultados foi órgãos; dentre as suas lesões mais características, o rash
de prednisona e melfalana. Já as porfirias formam um malar “em asa de borboleta” se destaca. São placas erite-
grupo de doenças de origem metabólica associadas a matosas, pouco infiltradas, mas edemaciadas, distribuídas
várias deficiências enzimáticas no metabolismo do grupo como uma máscara no centro facial. Outras lesões possí-
heme, o que resulta em superprodução/acúmulo de pro- veis são de urticária, vasculite, púrpuras palpáveis, lesões
dutos tóxicos. Basicamente, podemos classificá-las em bolhosas, além das lesões de lúpus crônico e subagudo. As
porfirias agudas e crônicas (predomínio das manifes- lesões mucosas se manifestam como ulcerações no palato
tações dermatológicas). Entre as alterações cutâneas, ou na mucosa jugal. As lesões do couro cabeludo, por sua
estão fotodano, lesões bolhosas principalmente em vez, podem ser discoides cicatriciais ou na forma de alopecia
áreas fotoexpostas e de trauma (fragilidade cutânea), difusa não cicatricial. O diagnóstico se baseia em critérios
lesões esclerodermiformes (cicatriciais) e hipertricose. clínicos e laboratoriais, e o tratamento, em imunossupresso-
Para o diagnóstico, devem-se pesquisar porfirinas na res como a prednisona, o metotrexato e a azatioprina.
182 sic dermatologia

1. Introdução
Este capítulo aborda algumas síndromes clínicas que levam a compro-
metimento sistêmico, causando, também, manifestações cutâneas; são
doenças diversas entre si, mas igualmente importantes, pois, muitas
vezes, a pele dá as pistas para chegar ao diagnóstico final e tratar o
paciente a tempo.

2. Sarcoidose
A - Introdução
Doença inflamatória crônica caracterizada pela formação de granulo-
mas em qualquer tecido orgânico, entretanto com preferência por 3
acometimentos distintos: cutâneo, ocular e pulmonar (incluindo a lin-
fadenopatia hilar).

B - Epidemiologia
Trata-se de uma doença universal, no entanto com grandes diferenças
quanto à incidência, podendo variar de 64 casos/100.000 habitantes,
em países escandinavos, a 3 casos/100.000 habitantes, em países do
Leste Europeu; em nosso país, assim como nos Estados Unidos, a inci-
dência gira em torno de 15 casos/100.000 habitantes. Em nosso meio,
também é mais prevalente em afrodescendentes. Acomete ambos os
sexos, com maior frequência no sexo feminino.
Quanto à idade, pode surgir em qualquer período, mas tem 2 picos de
distribuição bem definidos: 30 e 60 anos.

C - Fisiopatologia
É desconhecida, mas acredita-se que possa existir um antígeno (infec-
cioso ou ambiental) que tenha baixa virulência, porém que leve a in-
flamação crônica granulomatosa por meio da resposta Th1. Entre os
antígenos implicados, estão micobactérias, Borrelia, fungos e vírus da
hepatite; do lado ambiental já houve correlação com exposição ao alu-
mínio, ao zircônio e a talcos. Há, também, participação genética, pois é
fortemente associada ao HLA-B8.

D - Quadro clínico
Como o processo granulomatoso pode ocorrer em qualquer órgão, as
manifestações sistêmicas são muito variáveis: quadro mimetizando
tuberculose pulmonar, uveítes, artrites, arritmias por infiltração do
miocárdio etc. O acometimento cutâneo pela sarcoidose tem 2 grupos
distintos, com o lado não específico, representado pelo eritema no-
doso, e o específico, com diversas variantes clínicas (Tabela 1).
O eritema nodoso é uma forma de paniculite crônica recidivante que se
Quadro clínico manifesta por nódulos dolorosos nos membros inferiores e que, além
da sarcoidose, pode estar relacionado a outras etiologias (infecções
O eritema nodoso é a ma- como por Yersinia, anticoncepcionais, doenças inflamatórias intestinais
nifestação mais comum etc.). É muito mais comum entre mulheres jovens. As lesões são pro-
da sarcoidose na pele. fundas e surgem como pontos indurados de cor equimótica (como uma
contusão) doloridos à palpação. O número de lesões é variável (de pou-
cas a várias). Pode vir acompanhado de sintomas gerais de inflamação
medicina interna 183

(febre, indisposição e artralgias). A remissão é espontânea em questão


de semanas, mas pode ser abreviada com o uso de anti-inflamatórios e
corticosteroides sistêmicos.

Figura 1 - Sarcoidose e a síndrome de


Löfgren

Importante
A tríade composta por
artrite, eritema nodoso
Figura 2 - Eritema nodoso: lesões eritematosas e equimóticas sobrelevadas na re-
e linfadenopatia hilar é
gião anterior da tíbia de aspecto contusiforme conhecida como síndrome
de Löfgren (sarcoidose mus-
culoesquelética aguda).
Tabela 1 - Manifestações específicas da sarcoidose

Caracteriza-se por placas infiltradas, eritemato-


violáceas, de superfície levemente descamativa,
que surgem na face (nariz, bochecha e orelhas)
Lúpus pérnio lembrando a “asa de borboleta” do lúpus eritema-
toso sistêmico. Quando comprimidos, as placas e os
nódulos assumem coloração que lembra “geleia de
maçã”.

Contém pápulas e pequenos nódulos de coloração


Sarcoidose eritematoviolácea, com predomínio na face e nas
papulosa extremidades; são idênticas às placas do lúpus pér-
nio, porém com menor tamanho.

Sarcoidose cica- Os nódulos são semelhantes aos da forma papulosa,


tricial mas surgem sobre cicatriz antiga.

Sarcoidose do Pode levar a áreas de alopecia cicatricial com


couro cabeludo aspecto atrófico e irreversível.

Figura 3 - Exemplo de lúpus pérnio


SIC R3 DERMATOLOGIA
QUESTÕES E COMENTÁRIOS
Provas

- ALBERT EINSTEIN - Hospital Albert Einstein - SANTA CASA-SP - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São
- AMP - Associação Médica do Paraná Paulo
- AMRIGS - Associação Médica do Rio Grande do Sul - SES-DF - Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal
- CERMAM - Comissão Estadual de Residência Médica do Amazonas - SES-GO - Secretaria de Estado da Saúde de Goiás
- CREMESP - Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo - SES-PE - Secretaria de Estado da Saúde do Pernambuco
- EMESCAM - Escola Superior de Ciências da Santa Casa de - SES-RJ - Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro
Misericórdia de Vitória - SES-SC - Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina
- FESP-RJ - Fundação Escola de Serviço Público - SÍRIO-LIBANÊS - Hospital Sírio-Libanês
- FHEMIG - Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais - SURCE - Seleção Unificada para Residência Médica do Estado do
- FMJ - Faculdade de Medicina de Jundiaí Ceará
- FMUSP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - SUS-BA - Sistema Único de Saúde da Bahia
- FMUSP-RP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - SUS-CE - Sistema Único de Saúde do Ceará
de Ribeirão Preto - SUS-SP - Sistema Único de Saúde de São Paulo
- FURB - Universidade Regional de Blumenau - UCPEL - Universidade Católica de Pelotas
- HC-ICC - Hospital do Câncer - Instituto do Câncer do Ceará - UEL - Universidade Estadual de Londrina
- HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre - UERJ - Universidade Estadual do Rio de Janeiro
- HCV-PR - Hospital da Cruz Vermelha Brasileira - Filial do Paraná - UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
- HECI - Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim - UFAL - Universidade Federal do Alagoas
- HFA - Hospital das Forças Armadas - DF - UFAM - Universidade Federal do Amazonas
- HFAG - Hospital da Força Aérea do Galeão - UFC - Universidade Federal do Ceará
- HFMO-SP - Hospital Francisco Morato de Oliveira - UFCG - Universidade Federal de Campina Grande
- HIVS - Hospital Infantil Varela Santiago - UFES - Universidade Federal do Espírito Santo
- HMOB - Hospital Municipal Odilon Behrens - UFF - Universidade Federal Fluminense
- HMRN - Hospital Militar do Rio Grande do Norte - UFG - Universidade Federal de Goiás
- HMSJ - Hospital Municipal São José - UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora
- HNMD - Hospital Naval Marcílio Dias - UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
- HPM-MG - Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais - UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
- HSPE-SP* - Hospital do Servidor Público Estadual - UFPR - Universidade Federal do Paraná
- HSPM-SP - Hospital do Servidor Público Municipal - UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
- HUEC - Hospital Universitário Evangélico de Curitiba - UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
- IAMSPE - Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público - UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
Estadual - UMC - Universidade de Mogi das Cruzes
- IASERJ - Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio - UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto
de Janeiro - UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
- IFF - FIOCRUZ - Instituto Fernandes Figueira - UNESP - Universidade Estadual Paulista
- IMPARH - Instituto Municipal de Pesquisas, Administração e - UNIAMRIGS - Universidade Corporativa AMRIGS
Recursos Humanos de Fortaleza - UNICAMP - Universidade de Campinas
- INCA-RJ - Instituto Nacional do Câncer - UNIFESO - Centro Universitário Serra dos Órgãos
- IOG - Instituto de Olhos de Goiânia - UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo
- IPSEMG - Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de - UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Minas Gerais - UNITAU - Universidade de Taubaté
- PM-MG - Polícia Militar de Minas Gerais * Em 2010, 2011 e 2013, a instituição não divulgou seu caderno de
- PUC-PR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná provas. As questões destes anos são baseadas nos temas e nos
- PUC-RS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul casos abordados nas provas.
- SANTA CASA-BH - Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte
Índice

QUESTÕES COMENTÁRIOS

Cap. 1 - Dermatologia normal .......................................... 5 Cap. 1 - Dermatologia normal ........................................27

Cap. 2 - Doenças infectocontagiosas virais ................. 5 Cap. 2 - Doenças infectocontagiosas virais ...............27

Cap. 3 - Doenças infectocontagiosas Cap. 3 - Doenças infectocontagiosas


bacterianas agudas ............................................. 6 bacterianas agudas ...........................................28

Cap. 4 - Doenças infectocontagiosas Cap. 4 - Doenças infectocontagiosas


bacterianas crônicas ........................................... 8 bacterianas crônicas .........................................29

Cap. 5 - Doenças infectocontagiosas fúngicas – Cap. 5 - Doenças infectocontagiosas fúngicas –


micoses superficiais ............................................ 9 micoses superficiais ..........................................29

Cap. 6 - Doenças infectocontagiosas fúngicas – Cap. 6 - Doenças infectocontagiosas fúngicas –


micoses profundas............................................. 10 micoses profundas.............................................30

Cap. 7 - Doenças infectocontagiosas – Cap. 7 - Doenças infectocontagiosas –


protozoárias e parasitárias.............................. 11 protozoárias e parasitárias.............................30

Cap. 8 - Doenças eczematosas .......................................12 Cap. 8 - Doenças eczematosas ...................................... 31

Cap. 9 - Doenças eritematodescamativas ..................15 Cap. 9 - Doenças eritematodescamativas .................32

Cap. 10 - Doenças inflamatórias.....................................17 Cap. 10 - Doenças inflamatórias....................................33

Cap. 11 - Reações alérgicas e farmacodermias – Cap. 11 - Reações alérgicas e farmacodermias –


lato sensu .............................................................. 19 lato sensu ..............................................................34

Cap. 12 - Medicina interna ...............................................22 Cap. 12 - Medicina interna ...............................................36

Cap. 13 - Tumores malignos ............................................23 Cap. 13 - Tumores malignos ............................................ 37

Outros temas.......................................................................26 Outros temas.......................................................................38


Questões

Dermatologia - R3 Questões
Dermatologia

Dermatologia normal Doenças infectocontagiosas virais

2016 - UFS 2016 - AMP - CLÍNICA MÉDICA


1. Com relação aos queloides, é correto afirmar que: 4. Um paciente de 64 anos apresenta 2 dias de evolução
a) são mais prevalentes em pacientes de pele escura de dor torácica à direita, evoluindo com erupção maculo-
b) são mais comuns nos membros inferiores do que nos papular eritematosa e vesículas no local da dor. Conside-
superiores rando o diagnóstico mais provável, pode-se afirmar que:
c) ocorrem mais frequentemente em brancos caucasia- a) compressas com acetato de alumínio podem auxiliar
nos do que em hispânicos no alívio sintomático e limpeza da lesão
d) podem ser evitados por técnica cirúrgica adequada b) a ocorrência de dor é mais comum em indivíduos mais
jovens
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão c) dos fatores de mau prognóstico, os pacientes em uso
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
de corticosteroides têm o maior risco de evolução
2014 - UNIRIO com doença disseminada
2. Na descrição de um exame dermatológico, um interno d) a eficácia dos diferentes antivirais é semelhante na
relata área cutânea puntiforme, avermelhada, que não resolução da doença
desaparece à digitopressão, e outra lesão, com 0,4cm e) o uso de corticosteroides não demonstrou nenhum
de diâmetro, contendo líquido de aspecto límpido no seu benefício no manejo da doença
interior. Você melhor caracterizaria essas descrições, Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
respectivamente, como: Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder

a) petéquia e bolha
2016 - UFSC - CLÍNICA MÉDICA
b) petéquia e vesícula
5. Um paciente de 68 anos, diabético, é atendido no Hos-
c) equimose e vesícula
pital Universitário com dor na região dorsal, irradiando-
d) rash e pústula
-se para o flanco esquerdo, seguida do aparecimento de
e) pápula e bolha lesões pruriginosas, há 5 dias. Mora com o filho, trans-
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão plantado de fígado há 6 meses. Ao exame, apresenta
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder lesões eritematovesiculares agrupadas, sendo que al-
gumas estão rompidas e com secreção hialina. Com re-
2013 - AMP - ACESSO DIRETO/CLÍNICA MÉDICA
lação ao caso clínico exposto e ao diagnóstico, assinale a
3. Com relação à terminologia descritiva da morfologia
alternativa correta:
de lesões cutâneas individuais, considere as alternati- a) a precaução respiratória é importante, pela alta trans-
vas a seguir e assinale a correta: missão do vírus varicela-zóster para soronegativos
a) erosão é a perda circunscrita da epiderme e da der- b) o início precoce do corticoide é indicado, pois encurta
me, podendo acometer a hipoderme e tecidos subja- o tempo da doença e sua transmissibilidade
centes c) à semelhança de outras hepatites virais, a hepatite
b) dermatite de contato se manifesta a lesão tipo bolha em imunossuprimidos por herpes-zóster é branda,
c) vesícula é uma lesão elevada e circunscrita, com flui- transitória e com tratamento apenas sintomático
do seroso claro ou hemorrágico de menos de 1cm de d) o filho do paciente deve ser encaminhado para início
diâmetro precoce de aciclovir profilático
d) nódulo é a elevação firme, circunscrita e achatada da e) a encefalite é uma complicação da infecção por her-
pele, com margens palpáveis e bem demarcadas pes-zóster e pode anteceder as manifestações sistê-
e) ictiose se manifesta com lesão tipo placa e urtica micas, dificultando o diagnóstico

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
6 sic R3 dermatologia

2014 - UFPR - CLÍNICA MÉDICA 2013 - UFSC - CLÍNICA MÉDICA


6. Um adolescente de 16 anos é trazido para consulta 9. Um paciente de 60 anos, com história de dor inten-
com queixa de febre de 38°C, mal-estar, coriza e tosse sa no hemitórax esquerdo, com início súbito há 7 dias,
há 1 semana. Há 2 dias notou vermelhidão na pele, que procurou o pronto atendimento, e doença pulmonar ou
começou na face e no pescoço, com disseminação poste- cardíaca foi afastada por avaliações clínica, laboratorial
rior para tronco, abdome e membros. Ao exame, nota-se e radiológica. Há 24 horas, relata erupção vesicobolhosa
rash róseo-avermelhado na pele, disseminado, morbili- linear, respeitando a linha média, do lado esquerdo do
forme, e, no palato, são vistas pequenas manchas bran- tórax. Assinale o diagnóstico mais provável:
cas (1 a 2mm de tamanho), com halo eritematoso ao re- a) lúpus eritematoso
dor (sinal de Köplik). Qual é o principal diagnóstico? b) penfigoide bolhoso
a) escarlatina c) eritrasma
b) rubéola d) dermatite de contato
c) varicela e) herpes-zóster
d) doença de Reed Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
e) sarampo Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão 2011 - UFC - ACESSO DIRETO/CLÍNICA MÉDICA
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
10. Uma mulher de 56 anos procura atendimento por le-
2014 - AMP - CLÍNICA MÉDICA sões cutâneas dolorosas no tórax. Há 72 horas passou a
7. Uma mulher de 60 anos, mãe de 7 filhos, foi internada apresentar dor em queimação na região torácica inferior
devido a hemorragia digestiva alta secundária a úlcera esquerda. Desde então vem fazendo uso regular de com-
gástrica. Tem história pregressa de neoplasia de colo do primidos de cetoprofeno com melhora parcial. Há cerca
útero com metástase na coluna lombar, que comprime a de 24 horas, passou a apresentar lesões na zona infra-
medula e é inoperável. Devido a essa compressão, apre- mamária esquerda, impedindo-a de usar sutiã. Ao exame
sentou redução da mobilidade e incontinência urinária físico, apresenta vesículas tensas e agrupadas em região
com necessidade de fralda geriátrica. No momento em inferior à aréola esquerda e superior ao rebordo costal
que você está fazendo a prescrição dos pacientes, a téc- esquerdo, desde o esterno até a região dorsal posterior
nica de enfermagem solicita sua presença no quarto, esquerda; sem outros achados. Qual é o tratamento iso-
pois, durante o banho, notaram lesão de pele, ausentes ladamente mais apropriado para este caso?
no dia anterior. Você atende imediatamente ao pedido, a) aciclovir 200mg VO 8/8h
e verifica ser uma lesão eritematosa, com vesículas se- b) prednisona 20mg VO 1x/d
guindo um dermátomo compatível com herpes-zóster. c) hidrocortisona creme tópico 2x/d
Qual é a conduta mais adequada? d) valaciclovir 1g VO 3x/d
a) aciclovir pomada e) suspender uso de cetoprofeno
b) betametasona creme Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
c) aciclovir comprimido Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder

d) cuidados locais
Dermatologia - R3 Questões

e) nistatina creme

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Doenças infectocontagiosas


Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
bacterianas agudas
2014 - SES-PE - CLÍNICA MÉDICA
8. Com relação ao herpes-zóster, assinale a alternativa
2016 - UNESP - CLÍNICA MÉDICA
incorreta:
11. Em geral, a sensibilidade que se perde em 1º lugar em
a) o intercostal é o nervo mais frequentemente acometido
uma lesão de hanseníase indeterminada é:
b) a dor é o sintoma predominante em todas as fases
a) a térmica
c) a principal complicação é a neuralgia pós-herpética
b) a dolorosa
que ocorre, principalmente, em adultos jovens, che-
c) a tátil
gando a taxa de cerca de 20% dos casos
d) as 3 ao mesmo tempo
d) os anticonvulsivantes podem ser usados no trata-
mento da neuralgia pós-herpética Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
e) a melhor resposta terapêutica ocorre se o tratamen-
to antirretroviral for iniciado nas primeiras 72 horas
2016 - SANTA CASA-SP - CLÍNICA MÉDICA
da doença
12. Um homem de 54 anos, viúvo há 3 anos, apresenta-se
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão no ambulatório com história de manchas avermelhadas
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder indolores no abdome, pescoço e dorso há 2 semanas.
dermatologia 7

Dermatologia - R3 Questões
Nega febre, perda do apetite e problemas urinários ou a) penicilina benzatina 1.200.000UI, por ser de baixo
intestinais. O exame físico evidencia lesões cutâneas custo e em dose única
com bordas elevadas de cor rósea, nas regiões do ab- b) cefalexina 500mg VO a cada 6 horas, pois cobre S. au-
dome, pescoço, tórax, pernas, pés e palma das mãos. É reus, agente provável da infecção em questão
incorreto afirmar que: c) linezolida 600mg VO 1x/d, porque cobre cepas sensí-
a) trata-se de quadro de sífilis secundária, em fase de veis e resistentes de S. aureus
contaminação em que a notificação obrigatória se faz d) cefalotina 1g VO a cada 12 horas, por ser uma cefa-
necessária losporina de 1ª geração com bom espectro para Gram
b) esses sintomas surgem cerca de 2 meses após o apa- positivos
recimento do cancro Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
c) o quadro clínico é causado pela bactéria Treponema Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
pallidum
2015 - UFPR - CLÍNICA MÉDICA
d) as reações treponêmicas são as únicas empregadas
16. Considerando as formas clínicas da acne, relacione as
para seguimento terapêutico
colunas a seguir:
e) se alérgico à penicilina, pode ser tratado com doxici-
( ) Acne comedoniana
clina 100mg 2x/d, por 14 dias
( ) Síndrome SAHA
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão ( ) Acne conglobata
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
( ) Acne fulminans
2016 - UNAERP - CLÍNICA MÉDICA ( ) Acne nodulocística
13. A unha esverdeada é característica de infecção por: A - Acne não inflamatória
a) Candida B - Associação a ovários policísticos e obesidade
b) dermatófito C - Abscessos e bridas cicatriciais
c) Pseudomonas D - Sinais e sintomas sistêmicos agudos
d) Aspergillus E - Cicatrizes pequenas e deprimidas
e) Streptococcus viridans Assinale a sequência correta:
a) E, D, C, A, B
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão b) E, C, D, B, A
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
c) C, E, D, B, A
2016 - AMP - CLÍNICA MÉDICA d) D, C, E, A, B
14. Sobre a hanseníase, assinale a alternativa correta: e) C, D, E, B, A
a) a presença de lesão cutânea com perda de sensibili- Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
dade não é critério epidemiológico para a doença Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder

b) os contatos de um paciente com hanseníase devem


2015 - UFSC - CLÍNICA MÉDICA
receber vacina BCG caso tenham apenas 1 cicatriz
17. Um paciente chega ao pronto atendimento com
pela BCG
quadro de celulite extensa de membro inferior direito
c) a baciloscopia positiva na linfa define a doença como
adquirido na comunidade. Tem 42 anos e apresenta-se
multibacilar, e o paciente deve receber o esquema de
com dor no local comprometido, náuseas e febre. Ao
dapsona com rifampicina por 6 meses exame físico, regular estado geral, fácies de dor, PA =
d) no caso de reação hansênica tipo 2, a droga de 1ª es- 130x80mmHg, FC = 92bpm, FR = 20irpm, saturação de
colha é o corticoide, sendo contraindicada a talidomi- O2 = 97% e temperatura = 37,4°C. Sem alterações aos
da atualmente exames de tórax e abdome. Assinale a alternativa corre-
e) a hanseníase é uma doença endêmica no Brasil, e a ta, que apresenta o antibiótico de escolha para iniciar o
incidência vem aumentando nos últimos 10 anos tratamento, após a coleta de hemoculturas:
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
a) rifampicina
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder b) oxacilina
c) meropeném
2016 - UFRN - CLÍNICA MÉDICA d) vancomicina
15. Um homem de 38 anos, casado, trabalhador da cons- e) penicilina G
trução civil, vai à Unidade Básica de Saúde com queixas
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
de furunculose há 2 meses. Em casa, os 2 filhos menores
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
também têm problemas de pele. O paciente nega doen-
ças de base e admite uso social de bebida alcoólica. O 2014 - UFF - CLÍNICA MÉDICA
anti-HIV resultou não reagente. Com base nesses dados, 18. Indique o agente etiológico mais frequente da erisi-
a opção que representa a recomendação mais adequada pela:
para o caso é: a) estreptococo beta-hemolítico do grupo A
8 sic R3 dermatologia

b) Bacteroides fragilis a) colistina


c) Staphylococcus aureus b) doxiciclina
d) enterococos c) penicilina G
e) estreptococos anaeróbicos d) ampicilina + gentamicina
e) ciprofloxacino + clindamicina
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
2012 - SANTA CASA-GO - CLÍNICA MÉDICA
19. São infecções causadas, principalmente, por estrep- 2011 - UFRN - CLÍNICA MÉDICA
tococos e eventualmente por estafilococos: 23. A mãe de um recém-nascido relata que, após quadro
a) impetigo e fasciite necrosante de conjuntivite, notou aparecimento de eritema na pele
b) síndrome do choque tóxico e erisipela da criança, inicialmente nas dobras, com posterior dis-
c) fasciite necrosante e erisipela seminação e formação de bolhas flácidas, que rompiam
d) impetigo e síndrome do choque tóxico e deixavam áreas erodidas na superfície cutânea. Não
e) síndrome do choque tóxico e fasciite necrosante havia lesões mucosas. O exame anatomopatológico evi-
denciava clivagem epidérmica alta, ao nível da camada
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder granulosa. O diagnóstico mais provável é:
a) síndrome de Stevens-Johnson
2012 - HC-ICC - CLÍNICA MÉDICA b) síndrome da pele escaldada estafilocócica
20. Um paciente de 63 anos, portador de diabetes melli- c) necrose epidérmica tóxica
tus e dificuldade de retorno venoso nos membros infe- d) impetigo bolhoso neonatal
riores, procedente do domicílio, procurou assistência
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
médica porque no dia anterior passou a sentir febre e Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
dor no membro inferior esquerdo, onde apresenta calor,
rubor, edema e eritema não muito bem definidos. Nesse
caso, está indicado o tratamento prioritariamente com:
a) penicilina cristalina Doenças infectocontagiosas
b) oxacilina bacterianas crônicas
c) vancomicina
d) ceftriaxona
e) azitromicina 2014 - UNICAMP - CLÍNICA MÉDICA
24. Um homem de 32 anos, branco, queixa-se de “gros-
Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder
seiro” no corpo. Ao exame físico, apresenta exantema
maculopapular morbiliforme e descamativo no tronco,
2011 - UERJ - CLÍNICA CIRÚRGICA nos membros, na palma das mãos e nos pés, além de lin-
21. Um pescador de 43 anos procura um posto de saúde fonodomegalia de várias cadeias. Os exames laborato-
em Saquarema devido a quadro de febre alta (39°C), ca- riais revelaram VDRL = 1/32. O que deve ser feito?
Dermatologia - R3 Questões

lafrios, além de edema com sinais flogísticos exuberan- a) solicitar sorologia de HIV, coletar o liquor e adminis-
tes e inúmeras lesões bolhosas no membro superior di- trar penicilina benzatina 4,8 milhões de unidades
reito. Há histórico de acompanhamento psiquiátrico por b) coletar o liquor e administrar penicilina benzatina 7,2
alcoolismo. Foi iniciado esquema antibiótico visando à milhões de unidades caso haja hipoacusia, neurite óp-
cobertura do seguinte agente infeccioso: tica ou meningite
a) Vibrio vulnificus c) solicitar sorologia de hepatite B e HIV e administrar
b) Pasteurella multocida penicilina benzatina 4,8 milhões de unidades
c) Staphylococcus aureus d) realizar sorologia de hepatite B e HIV e administrar
d) Streptococcus pyogenes penicilina benzatina 7,2 milhões de unidades

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Tenho domínio do assunto Refazer essa questão
Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2011 - HFA - CLÍNICA MÉDICA 2012 - FMUSP-RP - CLÍNICA MÉDICA


22. Um paciente foi internado com pé diabético de gra- 25. Uma mulher de 36 anos relatava surgimento, há
vidade moderada (clínica e metabolicamente estável, cerca de 6 meses, de lesões lenticulares eritematosas,
com celulite de mais de 2cm de diâmetro e envolvimento assintomáticas e recorrentes, dispersas no tegumento,
de partes moles subjacentes). Com base nessa situação, incluída a região palmoplantar (Figura). Relatava tam-
assinale a alternativa que apresenta o esquema antibió- bém queda de cabelo e irritação persistente da orofa-
tico venoso recomendado para esse caso: ringe. Ao exame clínico-dermatológico, foram palpados
Comentários

Dermatologia - R3 Comentários
Dermatologia

Questão 5. Não é necessário isolamento respiratório,


pois apenas o contato direto na lesão é que pode ser
Dermatologia normal
transmissivo. Caso se tratasse de um zóster acometendo
mais de 3 dermátomos ou disseminado, a precaução res-
Questão 1. Analisando as alternativas: piratória estaria indicada juntamente com a precaução
a) Correta. Sabidamente há maior incidência de queloi- de contato. O uso dos corticoides só auxilia na prevenção
des em pacientes afrodescendentes. da neuralgia pós-herpética, hepatite não é complicação
b) Incorreta. A porção superior do corpo sempre é mais do herpes-vírus, e não é necessário o uso de medicamen-
afetada pelos queloides. O ombro é um dos locais mais tos profiláticos em nenhuma situação.
frequentes, assim como a região esternal e o pavilhão Gabarito = E
auricular.
c) Incorreta. Os brancos caucasianos formam a popula- Questão 6. Como se trata de doença exantemática e com
ção com menor incidência de queloides. sinal de Köplik, sarampo é a única possibilidade. Escarla-
d) Incorreta. A técnica não influencia o desenvolvimento tina e rubéola são bem semelhantes, mas não apresen-
do quadro de queloides, pois depende de fatores genéti- tam o sinal. A varicela não é uma doença exantemática.
cos e imunológicos do paciente. A síndrome de Reed também não é exantemática – é um
Gabarito = A quadro genético complexo.
Gabarito = E
Questão 2. Trata-se das clássicas descrições de petéquia
e vesícula. Bolha seria maior que 1cm, e equimoses não Questão 7. Como o enunciado já apresenta o diagnóstico,
são puntiformes; rash é macula eritematosa; e pústula sabemos que o herpes-zóster só pode ser tratado com
não tem conteúdo límpido. antivirais sistêmicos; a forma em pomada não é eficien-
Gabarito = B te. Não há nenhuma contraindicação absoluta ao uso da
medicação pelos antecedentes da paciente. O fato de
Questão 3. Analisando as alternativas: as lesões se iniciarem a menos de 48 horas da consulta
a) Incorreta. Erosão é uma perda superficial, podendo che- também é favorável ao tratamento com aciclovir com-
gar, no máximo, à derme superficial e não à hipoderme. primido.
b) Incorreta. Pode ter bolhas, mas não é o típico (placas, Gabarito = C
eritema e descamação, sim).
c) Correta. A bolha é maior que 1cm. Questão 8. Todas estão corretas, exceto a “c”, pois a neu-
d) Incorreta. Se o nódulo é elevado, não pode ser acha- ralgia é realmente a complicação mais frequente, porém
tado. ela é muito mais comum em idosos.
e) Incorreta. Manifesta-se com descamação ictiosiforme Gabarito = C
(tipo escamas de peixe).
Gabarito = C Questão 9. Quadro típico de herpes-zóster (varicela-
-zóster), iniciando-se com dor prodrômica (neuralgia)
seguida do acometimento em dermátomo com lesões
Doenças infectocontagiosas virais vesiculosas agrupadas. Nessa fase, é muito comum a
confusão, e os pacientes procuram o pronto-socorro
diagnosticados como dor torácica aguda e/ou abdome
Questão 4. O enunciado aponta para um caso de herpes- agudo; somente após o surgimento das vesículas é que o
-zóster típico. Dor da neuralgia é mais comum nos idosos. diagnóstico se torna mais evidente.
Os corticoides ajudam na prevenção da neuralgia e mos- Gabarito = E
tram benefícios, portanto não são fatores de pior prognós-
tico. Não há diferença estatística no uso dos 3 antivirais Questão 10. O caso clínico representa um episódio de
utilizados – aciclovir, fanciclovir e valaciclovir (todos orais). herpes-zóster. O tratamento deve ser feito com aciclovir
Gabarito = A 400mg VO 5x/d. Alternativamente, pode-se usar valaci-
28 sic R3 dermatologia

clovir (um derivado do aciclovir) 1g VO 3x/d, com melhor ria uma cefalosporina de 1ª geração com cobertura para
posologia. Os corticoides em questão (hidrocortisona e Gram positivos.
prednisona) podem ser utilizados adjuntos com efeito Gabarito = B
anti-inflamatório e de melhora na neurite, muitas vezes
associada a este tipo de infecção. No entanto, não são o Questão 16. Merece destaque a síndrome dos ovários
tratamento específico para a afecção descrita. Cetopro- policísticos, que costuma apresentar acne da mulher
feno alivia as dores, mas também não realiza tratamento adulta, além de hirsutismo e irregularidade menstrual.
do herpes-zóster. A síndrome SAHA também tem sinais de androgenismo,
Gabarito = D com acne grave, hirsutismo e alopecia. Acne fulminans
é um quadro eruptivo de acne grau 4 e sintomas sistê-
micos que pode até evoluir com sepse. As que não têm
Doenças infectocontagiosas manifestações sistêmicas são a acne comedoniana (grau
bacterianas agudas 1) e a nodulocística (grau 3).
Gabarito = B

Questão 11. O teste de sensibilidade térmica com éter é Questão 17. Como o quadro é de celulite adquirida na co-
o mais útil e pode ser facilmente executado logo na 1ª munidade, o principal agente é o Gram positivo estrep-
consulta, já que essa é a 1ª função perdida pela lesão de tococo. Pelo fato de o estado geral estar preservado,
ramúsculos nervosos. Posteriormente, perdem-se as podemos iniciar o tratamento com penicilina, pois tais
sensibilidades tátil e dolorosa, nessa ordem. bactérias raramente são resistentes. Estafilococo seria
Gabarito = A o 2º mais frequente, porém é mais agressivo e normal-
mente na história haveria bolhas. Nesse caso, trocaría-
Questão 12. Todas as alternativas estão corretas e po- mos a penicilina por oxacilina.
dem ser assimiladas na preparação. Apenas a alternativa Gabarito = E
“d” é incorreta, pois o seguimento do tratamento se faz
com controle seriado de reações não treponêmicas, mais Questão 18. Os agentes mais frequentes das erisipelas são
precisamente com o VDRL, sendo necessário haver a di- cocos Gram positivos e, entre eles, os Streptococcus são os
minuição significativa dos títulos para comprovar a efi- mais frequentes; em 2º lugar vêm os Staphylococcus. Os
cácia do tratamento. As treponêmicas (como FTA-ABS) Gram negativos e anaeróbios raramente são causadores.
não necessariamente abaixam mesmo com o tratamen- Gabarito = A
to. Na verdade, o FTA-ABS nunca se negativa, dado que
é um teste sorológico indicador do contato com o agente. Questão 19. A fasciite necrosante é comumente causada
Gabarito = D por Pseudomonas e eventualmente pelo S. aureus. A sín-
drome do choque tóxico é sempre por S. aureus e nunca
Dermatologia - R3 Comentários

Questão 13. Por algum pigmento que pertence à colo- por Streptococcus. O agente mais frequente da erisipela
nização por Pseudomonas, não se encontra explicação é o Streptococcus beta-hemolítico do grupo A.
fisiopatológica. Candida e dermatófitos são mais amare- Gabarito = C
lados ou brancos. Aspergillus costuma ser escuro/acin-
zentado. E S. viridans não causa infecção na unha. Questão 20. O paciente apresenta quadro clínico compa-
Gabarito = C tível com infecção de tecido celular subcutâneo em mem-
bro inferior esquerdo. A insuficiência venosa de MMII e o
Questão 14. Somente a hanseníase cursa com lesões diabetes são fatores de risco para este tipo de infecção. O
com perda da sensibilidade. Se o paciente é multibacilar, tratamento deve ser feito com antibioticoterapia sistêmi-
o tratamento ocorre por 2 anos. Talidomida não é con- ca com ação contra Staphylococcus, sendo a melhor opção
traindicada no tratamento da reação hansênica, sendo (em infecções oriundas da comunidade) a oxacilina.
uma das poucas condições em que seu uso é liberado. E, Gabarito = B
apesar de ser endêmica, sua incidência vem diminuindo
nos últimos anos, mas a doença continua longe de ser Questão 21. O quadro descrito é característico de eri-
erradicada. sipela bolhosa e os agentes das alternativas “c” e “d”
Gabarito = B seriam os mais prováveis se não fossem os dados epi-
demiológicos colocados em questão: pescador (contato
Questão 15. Como se trata de um problema recidivante com meio aquático) e etilismo (imunossupressão), o que
há 2 meses e o paciente não tem indícios de imunossu- nos leva a escolher a alternativa “a”, lembrando que se
pressão, deve-se pensar em bactérias mais resistentes, trata de organismo Gram negativo, sendo as cefalospo-
e, nesse caso, o S. aureus é o agente mais provável. De- rinas uma boa opção.
vido à sua resistência a penicilinas, a melhor escolha se- Gabarito = A
dermatologia 29

Dermatologia - R3 Comentários
Questão 22. Trata-se de uma infecção de extensão razoá- níase; devemos manter o uso da dapsona, clofazimina e
vel e que, no contexto do pé diabético, aumenta o risco de rifampicina, no caso da forma virchowiana, por, no míni-
infecção generalizada e de amputação do pé. Portanto, há mo, 2 anos.
indicação de tratamento com antibióticos via intraveno- Gabarito = A
sa e com cobertura ampla para bactérias Gram positivas,
Gram negativas e anaeróbios, além de estar associado a
limitada nefrotoxicidade. Das alternativas oferecidas, a Doenças infectocontagiosas fúngicas –
que mais se aproxima disso no contexto ambulatorial é a micoses superficiais
associação entre ciprofloxacino e clindamicina.
Gabarito = E
Questão 28. A descrição clínica aponta claramente para
Questão 23. Como não havia lesões mucosas, já descar- grandes placas causadas por Candida sp., inclusive as
tamos as doenças mais graves (Stevens-Johnson e ne- clássicas lesões-satélite. Todo paciente diabético está
crólise epidérmica tóxica). O impetigo seria uma boa hi- mais propenso aos quadros de micoses superficiais, daí
pótese, porém não existem relatos de lesões com crostas a escolha da alternativa “d”, que descreve a técnica em-
melicéricas. A alternativa “b” é a correta e normalmente pregada para o exame micológico direto.
são recém-nascidos com quadros de bolhas superficiais Gabarito = D
(intraepidérmicas na histopatologia) que surgem após
quadro infeccioso (nesse caso, conjuntivite) sendo pro- Questão 29. O quadro é comum em imunossuprimidos
vocado pela ação de toxinas bacterianas que levam à e diabéticos, e normalmente o paciente deve ser inter-
clivagem da epiderme. nado em UTI e tratado com anfotericina. Analisando as
Gabarito = B alternativas:
a) Incorreta. O exame direto não é capaz de visualizar o
fungo (as espécies mais comumente envolvidas são Mucor,
Doenças infectocontagiosas Rhizomucor e Absynia).
bacterianas crônicas b) Incorreta. PCR não está disponível na maioria dos cen-
tros brasileiros, o que o exclui como 1º método de escolha.
c) Incorreta. Ao ser levada em conta a gravidade do
Questão 24. Como se trata de sífilis na fase secundária, quadro, a cultura é muito demorada para ser o método
a dose de penicilina é dobrada, e devem-se colher outras diagnóstico de escolha.
sorologias de doenças transmitidas sexualmente; liquor d) Correta. Realmente, o histopatológico após a biópsia é
somente diante de achados neurológicos ou HIV positivo. capaz de visualizar as hifas invadindo os tecidos.
Gabarito = C Gabarito = D

Questão 25. Paciente apresenta indícios de sífilis secun- Questão 30. Todos os indícios apontam para tinha de
dária: lesões de pele tipo roséola, mucosite, alopecia e unha, tinha interdigital e tinha plantar. Logo, o exame
adenomegalia generalizada. O acometimento palmo- micológico é bem indicado (esteroide não). O tratamento
plantar é altamente sugestivo. Diante disso devemos fa- sistêmico só seria indicado após a confirmação do quadro,
zer o screening com VDRL e por ser DST, investigar HIV. principalmente se há tinha ungueal. O patch test seria in-
Não há critérios suficientes que falem a favor de lúpus dicado na dermatite de contato alérgica, e não nas tinhas.
sistêmico para pedir FAN. IgE seria pertinente em um Gabarito = A
quadro alérgico, porém as lesões não são pruriginosas.
A dosagem de PGL1 seria para hanseníase e as lesões da Questão 31. Além do diabetes, outros fatores imunos-
foto não são típicas dessa doença. supressores e também a antibioticoterapia levam à can-
Gabarito = A didíase. A candidíase oral é a mais frequente forma de
apresentação, principalmente em crianças (“sapinho”). O
Questão 26. O cancro mole não é dolorido e seu fundo é diagnóstico é clínico e o exame micológico direto pode
limpo. O T. pallidum deve ser pesquisado com raspado auxiliar. De todas as formas, responde ao fluconazol, e,
e microscopia em campo escuro (não cultura). As asser- como tratamento tópico, podem ser usados os demais
tivas corretas indicam que o período de incubação é de imidazólicos e a nistatina.
no máximo 30 dias, e que após 2 meses ele involui. Os Gabarito = D
pacientes desenvolvem lesões de sífilis secundária.
Gabarito = A Questão 32. Uma área única de alopecia e pelos tonsu-
rados é característica da tinha do couro cabeludo e os
Questão 27. Nem a gravidez nem a soropositividade do agentes mais comuns são o Trichophyton tonsurans e o
HIV alteram as possibilidades de tratamento da hanse- Microsporum canis; raramente ela pode evoluir com cica-
30 sic R3 dermatologia

triz atrófica e alopecia permanente; essa é mais comum


na tinha favosa, cuja lesão característica é o Godet fávi-
Doenças infectocontagiosas –
co. A dermatite seborreica é descamativa, mas não leva
à alopecia.
protozoárias e parasitárias
Gabarito = C
Questão 38. A escabiose acomete mais áreas flexoras de
Questão 33. O termo incógnito (incognito) refere-se a
dobras. Não há cura espontânea e tem risco de dissemi-
uma forma modificada/mascarada, e isso é frequente
nação. Não é possível desenvolver uma resposta imuno-
em pacientes que usam corticosteroides, pois acham
lógica permanente, e a sensibilização é responsável pelo
que estão com lesões alérgicas em vez de micose.
prurido, podendo levar até 4 semanas.
Gabarito = A
Gabarito = B

Questão 39. Todos os tratamentos são indicados após


Doenças infectocontagiosas fúngicas – a confirmação do caso (não tratar ainda); o quadro é
micoses profundas bem típico de leishmaniose (úlcera de Bauru), por isso
o Montenegro seria o melhor exame para confirmação.
Pbmicose seria uma boa hipótese, mas a confirmação
Questão 34. A paracoccidioidomicose não é frequen- pela sorologia não seria a melhor opção (ao contrário do
temente encontrada na região Norte. Há grande pre- encontro de fungos no exame histológico).
dominância no sexo masculino, pois se acredita que os Gabarito = B
hormônios estrogênicos confiram proteção às mulheres,
impedindo o desenvolvimento do fungo. A proporção é Questão 40. É necessário saber que se trata de um hel-
de 9 homens para cada mulher. A infecção é mais comum minto (descartando as alternativas “c” e “e”). Apesar de
em jovens e adultos entre 20 e 40 anos. E a doença não ser relacionada com exposição às fezes de gatos e cães,
faz parte das doenças de notificação compulsória. não existe acometimento cutâneo em humanos por A.
Gabarito = E caninum (apenas a infecção intestinal nos animais). O
mesmo vale para a Uncinaria.
Questão 35. Realmente, diante de uma lesão ulcerada, as Gabarito = A
possibilidades enumeradas na alternativa “d” são boas;
basta lembrar a regra mnemônica PLECT (Paracocci- Questão 41. Todas as alternativas incorretas são qua-
dioidomicose, Leishmaniose, Esporotricose, Cromicose, dros disseminados e simétricos. Apenas a larva migrans
Tuberculose). Das incorretas, temos que a reação de tem quadros mais localizados, e a epidemiologia com
Montenegro é apenas prognóstica, e os testes sorológi- contato com atividades externas (pode haver larvas no
cos nesse caso podem ser negativos, já que é uma forma solo por dejetos de animais) também é favorável.
cutânea e a coloração de Gram não tem utilidade, pois Gabarito = A
Dermatologia - R3 Comentários

pode ser positiva para agentes contaminantes.


Gabarito = D Questão 42. O prurido noturno é uma característica
marcante, pois é nessa fase que as fêmeas botam os
Questão 36. Analisando as afirmativas: ovos e aumentam a atividade. Devemos tratar todos os
I - Incorreta. A C. gattii normalmente está associada ao familiares e contactantes íntimos. O tratamento tópico
ambiente, sendo isolada em Eucalyptus camaldulensis e é efetivo e as roupas também devem ser lavadas dia-
em outras árvores. riamente. A alternativa “e” está incorreta, pois devemos
II, III e IV - Corretas. deixar a permetrina em contato por 8 a 12 horas, porque
V - Incorreta. Ambas podem ser tratadas da mesma for- é efetiva e diminui a chance de irritação.
ma, e o fluconazol é a melhor opção, pois penetra bem a Gabarito = E
barreira hematoencefálica.
Gabarito = C Questão 43. A ivermectina não pode ser usada em grávi-
das e lactentes; a escolha é o enxofre tópico. O isolamen-
Questão 37. A esporotricose tem como manifestação mais to de contato deve ser feito até que se inicie o tratamen-
frequente a forma cutâneo-linfática (descrita na questão) to. No caso de reinfestação, o período para início dos
e o agente fúngico é o Sporothrix schenckii (por isso a posi- sintomas é menor devido à formação prévia da resposta
tividade na cultura com ágar Sabouraud e a não resposta imune. A dermatoscopia trouxe auxílio no diagnóstico,
aos antibióticos). Os felinos também são frequentemente mas podemos observar achados típicos também com lu-
atingidos por essa doença e podem transmiti-la aos seres pas ou microscopia convencional, porém o diagnóstico é
humanos; acidentes com plantas e espinhos também são essencialmente clínico. Apenas “e” pode ser considerada
importantes para a epidemiologia. correta.
Gabarito = D Gabarito = E

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