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Autoria e colaboração
Eric Thuler
Graduado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
da Universidade de São Paulo (FMRP-USP). Especialis-
ta em Otorrinolaringologia pelo Hospital das Clínicas da
FMRP-USP. Título de especialista pela Associação Brasi-
leira de Otorrinolaringologia (ABORL).
Você, para nosso time, é uma grande inspiração. Afinal, são profissionais como você
que cuidarão de nossas famílias e também de nossa saúde. Por isso, já somos gratos
às escolhas que o fizeram chegar até aqui. Agora é hora de se preparar, aperfeiçoar
seus conhecimentos, fazer questões de provas de anos anteriores e ter foco para
atingir suas metas.
Esta coleção de livros que você tem em mãos foi preparada por uma equipe de
mais de 100 profissionais, entre médicos, educadores, pedagogos e revisores. Todos
nós sentimos orgulho de oferecer o melhor material do mercado para que você se
prepare para as provas que vêm pela frente e, acima de tudo, esteja um passo além
para a realização dos seus sonhos.
Bons estudos!
Um grande abraço,
Time Medcel
Sumário
1. Anatomia do nariz......................................................10
Capítulo 4 - Faringolaringologia.....................77
2. Anatomia da orelha...................................................16
1. Laringites..................................................................... 78
3. Anatomia da faringe, da laringe e da
2. Patologias não inflamatórias da laringe............ 82
cavidade oral.............................................................. 23
3. Lesões benignas das pregas vocais.................... 87
4. Anatomia dos espaços cervicais
profundos.................................................................... 28 4. Alterações estruturais mínimas das pregas
vocais............................................................................88
5. Anatomia dos níveis cervicais linfonodais........ 28
5. Papilomatose laríngea............................................. 89
Resumo............................................................................. 30
6. Paralisia de pregas vocais......................................90
Capítulo 2 - Métodos diagnósticos em 7. Trauma laríngeo......................................................... 92
Otorrinolaringologia......................................... 31
8. Massas cervicais congênitas..................................93
1. Exames de imagem....................................................32
9. Neoplasias de laringe.............................................100
2. Exames endoscópicos..............................................35 10. Faringotonsilites................................................... 102
3. Testes auditivos......................................................... 38 11. Roncos e síndrome da apneia do sono.............111
4. Teste otoneurológico................................................41 Resumo............................................................................ 113
5. Polissonografia...........................................................41
Capítulo 5 - Rinologia...................................... 117
Resumo............................................................................. 42
1. Rinossinusites............................................................118
Capítulo 3 - Otologia........................................ 43 2. Rinossinusite aguda................................................118
Resumo........................................................................... 149
Bruno Peres Paulucci
1
Anatomia em
Otorrinolarin-
gologia
Neste capítulo, serão revisados os principais tópicos labirinto membranoso). O labirinto é composto por canais
sobre anatomia do ouvido, do nariz/fossas nasais semicirculares (CSCs), vestíbulo, cóclea, utrículo, sáculo e
e da faringe e laringe. O nariz tem, em sua anatomia órgão de Corti. Os músculos do ouvido são o tensor do tím-
externa, a pirâmide nasal (óssea e cartilaginosa). Na pano e estapédio. Na vascularização do ouvido, estão as
porção inicial das fossas nasais, encontra-se a válvula artérias carótida externa, interna e vertebral. A inervação
nasal, e, posteriormente a ela, observam-se parede vestibulococlear é feita através do NC VIII (nervo vestibu-
medial (septo nasal) e parede lateral do nariz (con- lococlear) e do NC VII (nervo facial). A faringe se divide em
chas e meatos). Há, ainda, os seios paranasais (frontal, nasofaringe, orofaringe e hipofaringe. A laringe é formada
esfenoidal, maxilar, células etmoidais) e cóana. Quanto pelas cartilagens (aritenoide, cuneiformes e corniculadas,
à vascularização nasal, a irrigação provém das arté- epiglote, tireoide e cricoide). Sua musculatura intrínseca é
rias carótidas interna e externa. A anastomose dos 2 formada por músculos adutores das pregas vocais e mús-
sistemas carotídeos acontece na zona de Kiesselbach culo abdutor. Sua inervação é feita pelo nervo laríngeo
(septal anterior). A inervação provém dos nervos tri- inferior e superior. O nível das pregas vocais (glote) divide
gêmeo (sensitiva) e olfatório (olfativa). A rinofaringe a laringe anatomicamente em supraglote, glote e subglote.
localiza-se posteriormente às cóanas e anteriormente A fonação ocorre pela vibração das pregas vocais quando
à coluna cervical. Duas estruturas destacam-se nessa o ar atravessa a laringe durante a expiração. Essa vibração
região: a adenoide (ou tonsila faríngea) e o óstio tubá- das pregas vocais e da mucosa gera uma onda sonora. A
rio. Quanto à fisiologia nasal, ressaltam-se o batimento cavidade oral é delimitada anteriormente pela boca (mús-
mucociliar e o fluxo aéreo. A orelha é dividida, anatomi- culo orbicular da boca), lateralmente pela região jugal,
camente, em externa (pavilhão auricular e o Conduto superiormente pelo palato (duro e mole) e inferiormente
Auditivo Externo – CAE), média (caixa ou cavidade tim- pelo assoalho da boca. A cavidade oral tem relação anatô-
pânica, tuba auditiva e células mastóideas, membrana mica direta com as glândulas salivares maiores (parótidas,
timpânica e cadeia ossicular) e interna (labirinto ósseo, submandibulares, sublinguais).
10 otorrinolaringologia
Localizações Estruturas
A - Anatomia externa Ossos próprios
do nariz
a) Pirâmide nasal
Processo nasal Terço supe- Esqueleto ósseo
É a estrutura externa do nariz, tendo na face infe- da maxila rior do nariz
rior 2 aberturas – as narinas. Processo nasal
A pirâmide é dividida em 2 porções: óssea, de os- do frontal
sos próprios do nariz e processos nasais da ma- Cartilagem
xila e do osso frontal, e cartilaginosa, em que os lateral superior Esqueleto car-
2 terços infe-
2 terços inferiores são cartilaginosos, com 2 car- tilaginoso do
Cartilagem riores
nariz
tilagens laterais superiores e 2 laterais inferiores lateral inferior
(ou alares).
Acima das Presença de
Vestíbulo nasal
O vestíbulo nasal é a região de entrada do nariz. É narinas pelos (vibrissas)
revestido internamente por pele e pelos com fun-
Junção das car-
ção protetora, as vibrissas. Acima do tilagens late-
Válvula nasal
vestíbulo rais superiores e
b) Válvula nasal inferiores
Localizada logo após o vestíbulo nasal, é uma pro-
jeção intranasal da união das cartilagens laterais B - Fossas nasais
inferior e superior. Quando estreitada, essa região
pode ocasionar obstrução nasal. a) Parede medial (septo nasal)
O septo nasal é uma estrutura laminar que separa
as 2 fossas nasais. Apresenta uma porção cartila-
ginosa (anterior) e uma porção óssea inferopos-
terior, formada pelo vômer, pela crista maxilar e
pela lâmina perpendicular do osso etmoide (Fi-
gura 2).
A drenagem venosa do septo ocorre em direção
à face intracraniana, favorecendo a dissemina-
ção facial e meníngea de focos infecciosos dessa
estrutura (Figura 3). A região anteroinferior do
septo é chamada de zona de Kiesselbach, apre-
senta grande vascularização e é o principal foco
de epistaxe em adultos e crianças.
Quadro clínico
O terço anteroinferior da mucosa do septo (zona
de Kiesselbach) é importante pela presença de
um plexo arteriovenoso, o que torna essa região
a mais propensa a sangramentos, principalmente
pós-traumáticos e em rinites. Essa é também a
região de origem de veias que drenam em direção
intracraniana (Figura 3).
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Neste capítulo, serão abordadas outras doenças de
cabeça e pescoço que mantêm intersecção com a
avaliação em Otorrinolaringologia. Trata-se de patolo-
gias das glândulas salivares, orofaringe e rinofaringe.
As glândulas salivares apresentam-se em 2 grupos:
menores e maiores (parótidas, submandibulares e
sublinguais). A infecção viral tem, como etiologia mais
Outras doenças
comum, a caxumba ou a parotidite epidêmica por
paramixovírus. Parotidites agudas podem ocorrer por
parainfluenza, coxsackie, echovírus e Epstein-Barr, e
de cabeça e
o tratamento é sintomático. Das infecções bacteria-
nas das glândulas salivares, na sialadenite supurativa
aguda há acometimento da glândula parótida pelo
pescoço no
Staphylococcus aureus e tratamento com antibioti-
coterapia. A sialolitíase é a formação de cálculos nos
ductos das glândulas salivares e tem, como fatores
território otorri-
de risco, desidratação e estenose de ducto, processos
inflamatórios crônicos do epitélio do ducto. Quanto
a neoplasias de glândulas salivares, das neopla-
sias benignas, o adenoma pleomórfico (tumor misto
benigno) é o 2º tumor mais frequente em crianças,
cujo tratamento consiste em parotidectomia super-
ficial com ressecção do tumor e margem cirúrgica de
nolaringológico
glândula normal. O tumor de Warthin é o 2º tumor
perdas inexplicáveis de dentes, desconforto oral, trismo
benigno mais frequente na parótida, cujo tratamento
e otalgia. As lesões têm aspecto mucoso até vegetantes,
é cirúrgico, com parotidectomia superficial. O heman-
estas as mais comuns. O tratamento pode ser cirúrgico,
gioma é o tumor das glândulas salivares mais comum
radioterápico ou associado. Sobre as neoplasias do lábio,
em crianças. Das neoplasias malignas, o carcinoma
o carcinoma espinocelular é o tumor maligno mais comum
mucoepidermoide é o mais comum da parótida e o
da cavidade oral e um daqueles com maior índice de cura;
2º mais frequente da submandibular e das glândulas
salivares menores. O tratamento é cirúrgico, com exci- história de ferida que não cicatriza e forma crostas con-
são ampla, margem cirúrgica e preservação do nervo comitantes com sangramento é sugestiva dessa lesão.
facial se não há envolvimento. Já o carcinoma ade- O palato duro, por sua vez, é a localização mais rara de
noide cístico é o 2º tumor maligno mais comum, com todos os tumores orais. O quadro clínico compreende
alto acometimento do nervo facial; corresponde de 5 tumefação, dor e ulceração. Neoplasias do assoalho da
a 10% das neoplasias das glândulas salivares maiores boca são carcinomas de células escamosas bem diferen-
e 35% das neoplasias malignas das glândulas meno- ciados cujo tratamento é cirúrgico, possivelmente por via
res, bem como 40 a 60% dos tumores da sublingual. oral ou externa. As neoplasias da nasofaringe apresentam
O tratamento consiste em cirurgia com excisão ampla um dos piores prognósticos dentre os tumores malignos
do tumor seguida de radioterapia. Sobre as neoplasias de cabeça e pescoço. O tratamento primário consiste em
da cavidade oral e da orofaringe, não há quadro clí- radioterapia, com bons resultados tardios, porém com
nico característico, e a evolução é lenta. Os sintomas índice relativamente alto de complicações, como xerosto-
mais comuns são odinofagia, disfagia, hemorragia, mia, otite serosa e hiposmia.
138 otorrinolaringologia
Figura 2 - Observe a distribuição das glândulas salivares menores por toda a mucosa palatal e faríngea
Fonte: adaptado do site earthslab.com.
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OTORRINOLARINGOLOGIA
QUESTÕES E COMENTÁRIOS
Questões
Otorrinolaringologia
Questão 1. Analisando as alternativas: Questão 5. A questão não cobra raciocínio clínico. Para
a) Correta. Os ossos maxilares são pares, localizam-se no resolvê-la, é necessário ter conhecimentos anatômicos
assoalho e na região lateral da órbita e do palato duro. básicos da anatomia da laringe e saber que todos os seus
b) Incorreta. O vômer é um osso único, localiza-se no músculos intrínsecos, exceto o cricotireóideo, são inerva-
septo nasal, sendo o principal componente ósseo dessa dos pelo nervo laríngeo recorrente, ramo do nervo vago.
estrutura anatômica. O cricotireóideo, por sua vez, é inervado pelo ramo larín-
c) Correta. Os ossos lacrimais são pares e formam o duc- geo externo do nervo laríngeo superior do nervo vago.
Gabarito = C
to nasolacrimal.
d) Correta. Os ossos nasais são pares e formam a pirâmi-
Questão 6. Esta questão, de anatomia cervical, nos per-
de óssea nasal.
mite eliminar as alternativas “a” e “b” logo à 1ª leitura,
e) Correta. Os ossos palatinos são pares e compõem o
uma vez que a epiglote se encontra longe da base do
palato duro.
crânio (cartilagem pré-esfenoidal e base occipital). Con-
Gabarito = B
siderando que, à altura de C2 (osso áxis), encontramos
a rino/orofaringe, podemos eliminar a alternativa “c” e
Questão 2. Trata-se de uma questão sobre anatomia da
assinalar a “d”.
musculatura intrínseca da laringe. O cricoaritenóideo
Gabarito = D
posterior (CAP) é o único músculo abdutor da laringe; to-
dos os demais músculos intrínsecos são adutores. Questão 7. Trata-se de uma questão de anatomia, na qual
Gabarito = C é necessário o conhecimento básico do trajeto do nervo
laríngeo recorrente. Esse nervo origina-se a partir do NC
Questão 3. O nervo laríngeo superior é ramo do nervo X (nervo vago) no tórax. Uma vez que emerge, o laríngeo
vago (NC X) e corre inferiormente, tendo relação com as recorrente tem trajeto diferente no lado direito e no es-
carótidas; o nervo hipoglosso (NC XII) corre paralelo ao querdo. No hemitórax direito, ele contorna a veia subclá-
NC X e pode ser confundido durante procedimentos ci- via e direciona-se superiormente, chegando à laringe. No
rúrgicos. lado esquerdo, esse loop é feito ao redor da aorta.
Gabarito = D Gabarito = D
Questão 4. Trata-se de uma questão em que é necessá- Questão 8. Sobre a anatomia da drenagem dos seios da
rio o conhecimento da anatomia cirúrgica topográfica do face:
pescoço. Os níveis cervicais são assim divididos: - Frontais: meato médio;
- Nível 1: subdividido em IA (submentonianos) e IB (sub- - Maxilares: meato médio;
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