Você está na página 1de 18

Taquiarritmias HIPOCALEMIA

Cardioversão Elétrica Entre 3,0 – 3,5: só VO (evitar EV) |Menor que 3,0 ou alteração ECG: VO + EV
- QRS estreito e regular (flutter, taqui-supra): 50-100J *Concentração máxima em veia periférica: 40mEq/L (correr em
- QRS estreito e irregular (FA): 120-200J Hunt-Hess 4-6 horas)
- QRS alargado e regular (TV monomórfica): 100J Grau 1: lúcido, leve cefaleia *Concentração máxima em veia central: 60mEq/L (correr em 3 horas)
- QTS alargado e irregular (TV polimórfica): desfibrilação Grau 2: cefaleia, rigidez de nuca *Velocidade máxima de infusão: 20-30mEq/H
Fibrilação Atrial Grau 3: sonolento **Depois que normalizar, continuar a reposição VO por vários
Controle da FC Grau 4: torpor, déficit focal dias a semanas, já que o déficit corporal é grande
- Metoprolol 5mg EV 5-5m (máx 3x) Grau 5: coma **Repor 300mEq para cada perda de 1mEq/litro
- Cedilanid 0,4mg (máx 3x em interv 2-4 horas / DRC: ½ Fischer Opções terapêuticas:
amp). Manut: 10mcg/kg/dia (divididos em 2x/dia) - Grau 1: sem sangue (diagnóstico foi feito por - KCL xarope 6%: 15ml tem 12mEq de potássio. Dose usual: 10-
- Amiodarona 300mg + 250ml SG 5% em 30-60m, seguido punção lombar) 20ml após as refeições 3-4x/dia
de 900mg + 232 ou 482ml SG5% em 24h - Grau 2: lâmina de sangue fina (< 1mm) - KCL comprimido: 1cp de 600mg tem 6mEq de potássio. Dose
- Verapamil 15-25mg EV em 2m - Grau 3: lâmina de sangue > 1mm usual: 1-2cp após as refeições 3-4x/dia
- Diltiazem 2,5-10mg EV em 2m - Grau 4: hemorragia intracerebral/ventricular - KCL 19,1% (IV): ampola de 10ml de 25mEq de potássio. Dose
Taqui-Supra usual: 01 ampola para cada 500ml SF0,9%
ESCORE ABCD2 Cada 4 ampolas aumentam até 1 ponto de potássio
- Manobra vagal > Adenosina 6mg EV em bolus + flush de
AGE: idade > 60 anos Hipocalemia refratária: pensar em hipomagnesia associada
20ml SF0,9% com elevação do membro (repetir 12mg)
BLOOD PRESSURE: PAs > 140 ou Pad > 90
Bradiarritmias + Instabilidade HIPERCALEMIA
CLÍNICA: distúrbio da fala/paresia ou plegia*
- Atropina 0,5mg a cada 3-5m (máx 3mg) Leve: entre 5,0 – 6,0 | Moderada: entre 6,1 – 7,0 | Grave: > 7,0
DURAÇÃO: 10-59 minutos/> 60 minutos*
- Dopamina 2-10mcg/kg/min | Adrenalina 2-10mcg/kg/min Opções terapêuticas:
DIABETES
- MP transcutâneo/transvenoso (*) Valem 2 pontos - Se alteração ECG: gluconato de cálcio 10% (10-30ml) em
Síndrome Coronariana Aguda Interpretação? SE ESCORE > 3: INTERNAR! 100ml SF0,9% em 2-5 minutos (repetir ECG após infusão e
IAMCSST repetir se ainda tiver alterações). Efeito de 1-3 minutos com
Escala de Rass duração de 30-60 minutos.
Trombolítico
0: alerta/calmo - Furosemida 1mg/kg EV até de 4/4 horas
- < 75 anos: AAS 200-300 + Clop 300 + Enoxa 30IV > 1mg/kg 12/12h
-1: sonolento (AO a chamada > 10 seg) - Sorcal 30g + 100ml manitol 10 ou 20% até de 4/4 horas (dobrar
- > 75 anos: AAS 200-300 + Clop 75 + Enoxa 0,75mg/kg 12/12h SC
-2: sed. Leve (AO a chamada < 10 seg) dose se necessário)
-3: sed. Moderada (sem AO a chamada) - Inalação com B2 10 gotas até 4/4 horas
-4: sed. Profunda (sem AO, mas c/movimento) - Insulina R 10U + GH50% 100ml EV em 10 minutos, até 4/4 horas
-5: ausência de resposta a estímulos) - Bicarbonato de sódio 1mEq/kg de peso EV lento, até 4/4 horas
Crise Asmática Refratária - Hemodiálise, se refratariedade
- Terbutalina ½ ampola SC (repetir depois de HIPOCALCEMIA
15-20 min) - Leve/assintomática (geralmente Ca total entre 8,0 – 8,5 ou iônico > 3,2):
C/ATC 1ª
- < 75 anos: AAS 200-300 + Clopidog 600 + HNF 80-100UI/kg
-Sulfato de Magnésio 1-2g: 10% 1-2 amp ou aumentar em 1000mg a ingesta em domicílio (geralmente carbonato de
- > 75 anos: AAS 200-300 + Clopidog 300 + HNF 80-100UI/kg 50% 2-4ml + 100ml SF0,9% em 20-30 min cálcio)
HIPONATREMIA - Sintomática (geralmente Ca total menor que 7,0 ou iônico < 2,8) 
IAMSST
 130 – 135: leve gluconato de cálcio 10% 1-2g + 100-250ml SF0,9% em 10-20 minutos
- < 75 anos: AAS 200-300 + Clopi 300 + Enoxa 1mg/kg 12/12h SC
(repetir até cessar os sintomas).
- > 75 anos: AAS 200-300 + Clop 300 + Enoxa 0,75mg/kg 12/12h SC  125 – 129: mod grave
HIPERCALCEMIA
Troponina  < 125: profunda (antiga “grave”)
- Cristaloides: 3-6 litros em 24 horas (meta: diurese > 2
- Alto risco: se acima do corte e curvar > 20% em 3h - SF0,9% (1L): 154 mEq de sódio
litros/dia). Cuidado com IC/DRC.
se abaixo do corte e curvar > 50% em 3h - NaCl 20% 100ml + 900ml AD: 342 mEq de
- Furosemida: evitar! Usar somente se congestão! 20-40mg EV,
PCR – Drogas pela IOT sódio
SN. Não usar de horário, pois pode causar desidratação e piora
- Adrenalina 2-2,5mg + 10ml SF0,9% - NaCl 3% (890ml SF0,9% + 110ml NaCl 20%):
da hipercalcemia, além de hipocalemia e hipomagnesemia.
- Naloxone 0,4-2,0mg EV ou IO | Sulfato de magnésio 1-2g EV ou IO 513 mEq de sódio
- Zoledronato: 4-8mg IV em 15 minutos. Droga de escolha. Não
Crise Convulsiva Fórmula de Androgué: ∆Na = Na solução – Na
usar se ClCr < 30.
- Diazepam 10-20mg EV ou Midazolam 5mg EV/10mg IM paciente/ACT + 1
- Pamidronato: 60-90mg IV em 2-4 horas ou 30-60mg IV em 4-6
(repetir em 5-10m se não houver melhora até 3x) Variar 8-10 mEq em 24 horas
horas se ClCr < 30
- Fenitoína 5-10mg/kg/EV Protocolo HC: 150ml ataque NaCl 3% em 20
- Ibandronato: 4-6mg IV em 1 hora. É a escolha se ClCr < 30.
- Fenobarbital 10mg/kg EV (50-75mg/min) até 2x minutos (repetir até 3x)  fazer até houver
Semelhante ao zoledronato.
Hidantalização aumento de 5mEq (dosar logo após o término
- Calcitonina: 4U/kg SC ou IM 12/12 horas. S/N: até 6-8U/kg 6/6
- Fenitoína 15-20mg/kg EV em 250ml SF0,9% em infusão da infusão) ou melhora dos sintomas.
horas. Indicada na hipercalcemia grave. Efeito rápido, em horas,
de até 50mg/min Depois do 1º dia ou da dose de ataque: variar
sendo útil nas primeiras 24-48 horas, até que o bifosfonado
-- Dose adicional se não houver melhora em 20m: 5mg/kg 4-6mEq/dia se moderadamente grave e
tenha efeito pleno. Pouco efeito após 48 horas.
-- 50kg: 750 – 1000mg (3-4 amp) – correr em 15-20 min 8mEq/dia se profunda.
- Prednisona 1mg/kg se linfoma, mieloma ou sarcoidose..
-- 70kg: 1050 – 1400mg (4-5 amp) – correr em 25-30 min Se hiponatremia crônica:
- Outros: hemodiálise (se refratariedade), denozumab, cinacalcet
-- 90kg: 1350 – 1800mg (5-7 amp) – correr em 25-30 min - SF0,9%, se hipovolêmica (usar fórmula de
(se carcinoma de paratireoide ou em hemodiálise).
- Ac valproico 20-40mg/kg EV em 20 min Androgué para saber dose)
CETOACIDOSE
-- Dose adicional: 20mg/kg em 5 min se não houver melhora - Restrição hídrica (max 800ml/dia) e GLICOSE > 250MG/DL + CETONEMIA/CETONÚRIA (3+/4+) + PH < 7,3 E HCO 3 < 15
AVC furosemida, se euvolêmica ou hipervolêmica Grave: ph < 7,0 | Moderada: ph 7,0 – 7,24 | Leve: ph 7,25 – 7,30
AVCi HIPERNATREMIA Conduta: tripé = volume + insulina + potássio (‘VIP’)
- Glicemia: 50-70  SG 5% (1L): 0 mEq de sódio  VOLUME
-- SF 0,9% 15-20ml/kg (1-1,5 litros) na primeira hora
- Sem trombólise: 220 x 120 ALTEPLASE 0,9mg/kg  AD: 0 mEq de sódio
-- Pedir exames... Se sódio normal ou aumentado: mudar para NaCl 0,45% (4-
- Pré-trombólise: 185 x 110 10% bolus | Restante em 1h  SF 0,9% 500ml + AD 500ml (SF 14ml/kg/h). Se sódio diminuído: mantém SF 0,9%
- Pós-trombólise: 180 x 105 0,45%): 77 mEq de sódio  INSULINA
- Heparina profilática/AAS 300mg/dia pós-24h trombólise  SF 0,9% (1L): 154 mEq de sódio -- Regular: 0,1U/kg (bolus) + 0,1U/kg/hora (contínua)
(*) Alguns estudos prospectivos têm desaconselhado o uso do bolus e
- Risco de edema 3-5 dias após. Monitorar em UTI Se hipovolemia/instabilidade: SF0,9% até considerado a dose de manutenção um pouco maior, de 0,14U/kg/h,
- Se cardioembólico: anticoagular (se extenso: aguardar 14 dias) estabilidade > SF0,45% como manutenção -- Objetivo: ↓glicemia 50-75mg/dl/hora
AVCh Variar 8-10 mEq em 24 horas (complicação: (*) Se reduzir menos de 50: dobrar a dose
Intraparenquimatoso: edema celular/cerebral) (*) Se reduzir mais de 75: diminuir a dose pela metade
-- Quando glicemia = 200: reduzir dose de insulina para 0,05U/kg/hora e iniciar
- Glic: 70 – 180 | PAS 140/PAM < 130 | PPC: > 60 | INR < 1,4 Fórmula de Androgué: ∆Na = Na solução – Na
SG 5% + SF0,9% 150-200ml/h (não é para parar a insulina!)
HSA: PAS < 180 até abordagem paciente/ACT + 1  POTÁSSIO
- Nimodipino 60mg 4/4h 21d VO Se euvolemia: pensar em diabetes insipidus e -- Repor 20-30mEq/litro se estiver urinando.
- Abordar até 3º dia! tratar como tal -- Se > 5,2: adiar reposição de potássio (débito urinário > 50ml/hora)
-- Se < 3,3: adiar insulina
- Vasoespasmo: 3-14 dias Se hipervolemia: tiazídico + furosemida  HCO3: Repor 100mEq (100ml NaHCO3 8,4% + 400ml SF0,9%) se pH < 6,9
- Estatina: reduz vasoespasmo e dano cerebral - Quando considerar o paciente compensado? Pelo menos 2 dos seguintes:
- TC: orelha do Mickey (depois: arteriografia para localizar o HCO3 > 15 e AG < 12 e ph < 7,3
sangramento) - Próximo passo depois da compensação: iniciar dieta e insulina SC (10U regular)
1-2h antes de parar a infusão de insulina IV. Se boa aceitação, voltar com NPH
- Se TC normal: LCR
@CASALMEDRESUMOS dose habitual ou 0,5-0,8U/kg se virgem de tratamento.
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

SISTEMA CARDIOVASCULAR

1 – Exame Físico

No exame físico, é necessário:

1.1. Estabelecer os limites do precórdio;

1.2. Realizar a inspeção;

1.3. Realizar a palpação;

1.4. Realizar a ausculta;

1.1. Limites do Precórdio:

No lado direito:

- Borda superior da 3º cartilagem costal, a mais ou menos


2cm do esterno; (Para ficar mais fácil, diz-se que é o 2º
espaço intercostal direito, a 2cm do esterno)

- Articulação condroesternal da 5ª costela direita; (“5º


espaço intercostal direito, do lado do esterno”)

No lado esquerdo:

- 2º espaço intercostal esquerdo, a mais ou menos 2cm do


esterno;

- Cruzamento do 5º espaço intercostal esquerdo com a


linha hemiclavicular.

2.2. Inspeção:

A inspeção no exame físico do sistema cardiovascular consiste na avaliação do precórdio. A semiotécnica é a seguinte:

- A observação da região precordial deve ser feita com o paciente em decúbito dorsal (também pode ser feita com o paciente sentado, mas os
professores preferem em decúbito). Você deve estar voltado para o lado direito do paciente, e deve fazer uma análise frontal e tangencial.

(Inspeção Frontal) (Inspeção Tangencial)

Os parâmetros avaliados na inspeção do precórdio são:

- Presença de abaulamentos; - Presença de retrações; - Presença de lesões elementares; - Presença de circulação colateral;

- Implantação mamilar; - Tipo de tórax; * - Ictus Córdis.*

4
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2.3.2 Ausculta Patológica:

Sopros:

São produzidos por vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo.

Descrição:

Localização: foco auscultado

Situação no ciclo:

- Sopro Sistólico: Entre B1 E B2 = Encobre o pequeno silêncio

- Sopro Diastólico: Ocorre depois de B2 (entre B2 e B1) = Encobre o grande silêncio

- Sopro Sistodiastólico (contínuo): Durante toda a sístole e diástole = mascara B1 e B2.

Duração dentro do ciclo:

- Proto = no começo, após B1

- Meso = começa normal, tem o sopro e termina normal (no meio de determinado silêncio)

- Tele = começa normal e depois tem o sopro no final

- Holo = sopro durante todo o silêncio

Sopro protossistólico
Sopro protodiastólico

Sopro mesossistólico
Sopro mesodiastólico
Sopro telessistólico

Sopro holossistólico Sopro telediastólico

Intensidade: Fraco (+); Médio (++); Forte (+++); Muito forte (++++).

Timbre: rude; áspero; suave; musical; aspirativo; ruflar; em jato de vapor; locomotiva.

Irradiação: axila e dorso; epigástrio; fúrcula e carótidas.

Observação Importante:
Ou seja,
Sopro sistólico:
Sopro sistólico auscultado na base: estenose das valvas semilunares.
Auscultado nas válvulas semilunares = Estenose
Sopro sistólico auscultado no ápice: insuficiência nas valvas atrioventriculares.
Auscultado nas válvulas atrioventriculares = Insuficiência
Sopro diastólico auscultado na base: insuficiência das valvas semilunares.
Sopro diastólico:

Auscultado nas válvulas semilunares = Insuficiência Sopro diastólico auscultado no ápice: estenose das valvas atrioventriculares.

Auscultado nas válvulas atrioventriculares = Estenose

Ritmo de galope

Uma ausculta cardíaca em ritmo de galope é típica de um indivíduo com disfunção ventricular; o mesmo se apresenta taquicárdico (pela estimulação
adrenérgica), e com as quatro bulhas presentes (devido à baixa complacência). Ou seja, ausculta-se B3 e B4.

B4 B1 B2 B3

TU TUM TA TU

10
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2 – Exame Físico:

O exame físico do aparelho respiratório é constituído de:

2.1. Inspeção torácica;

2.2. Palpação torácica;

2.3. Percussão torácica;

2.4. Ausculta torácica;

Antes de entrar na questão do exame físico em si, é necessário que compreendamos a topografia do tórax, com as suas devidas linhas anatômicas,
para que se torne mais compreensível os procedimentos realizados no exame.

Parede Anterior: Parede Lateral:

Parede Posterior:

2.1. Inspeção do Tórax:

A inspeção torácica é dividida em:

2.1.1 Inspeção Estática:

A inspeção estática desconsidera os movimentos respiratórios. Os parâmetros avaliados são:

- Tipo de tórax: típico ou atípico; - Abaulamentos (presente em derrame pleural volumoso, tumorações);

- Retrações (atelectasias); - Circulações colaterais;

- Edemas e lesões elementares; - Simetria (mamilos, clavícula e escápula).

12
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2.3. Percussão do Tórax:

- Percutir o tórax nas regiões anterior, laterais e posterior,


comparando bilateralmente os resultados obtidos.

- Anteriormente, observa-se:

o A partir 5º espaço intercostal direito: som maciço ou


submaciço por causa do fígado.

o 3º e 4º espaços intercostais esquerdos: som maciço ou


submaciço por causa do coração.

o Nas demais regiões: som claro pulmonar.

- Na percussão anterior do tórax, inicia-se a sequência na região supra-clavicular e, posteriormente, faz-se a percussão nos espaços intercostais.

- Na percussão lateral do tórax, também se percute três pontos, como na ausculta.

- Na percussão da parte posterior do tórax, começa-se percutindo a região infra-clavicular. Posteriormente, como na ausculta, percute-se como se
estivesse “contornando” a escápula. É percutido o espaço que fica entre as linhas escapulares e a linha médio-vertebral.

- Não se esquecer de comparar os sons gerados bilateralmente, seguindo a sequência em “barra grega”.

- Tanto nas regiões laterais como na região posterior, todos os pontos percutidos geram o som claro pulmonar.

2.4. Ausculta Torácica:

2.4.1. Ausculta Torácica Fisiológica:

- É simétrica e comparativa, realizada nas regiões anterior, laterais e posterior do tórax;

- Descrição: Murmúrio vesicular presente bilateralmente e sem ruídos adventícios.

- Focos de ausculta do tórax anterior

- Iniciar na região supraclavicular

- Notar o desvio na direção dos focos para


que não haja confusão com os focos de
ausculta cardíaca.

Seguindo a sequência em “barra grega”!

- Focos de ausculta do tórax posterior


- Focos de ausculta da
- Iniciar na região infraclavicular região lateral do tórax

- Notar que o restante da sequência - Auscultar em 3 pontos:


funciona como se “contornasse” a um superior, um médio
escápula. e um inferior.

- Não se esquecer de
comparar os dois lados e
realizar na sequência de
“barra grega”

14
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Botão aórtico

Hemicúpula Silhueta
cardíaca
diafragmática direita
mais elevada que a Bolha gástrica
esquerda.

Radiografia bem penetrada, centralizada e inspirada.


Posicionamento correto de uma radiografia de tórax: os parâmetros utilizados para o perfeito posicionamento de umaradiografia são os
seguintes:

1 – Botão aórtico: localizado à esquerda, logo acima do coração;

2 – Silhueta cardíaca: localizada à esquerda.

3 – Bolha gástrica: localizada à esquerda.

4 – Hemicúpula diafragmática: a direita deve estar mais elevada que a esquerda (por causa do fígado).

PNEUMOTÓRAX

Um pneumotórax representa o distanciamento entre a pleura parietal e pleura visceral por causa do acúmulo de ar no espaço pleural, como resultado
de uma ruptura em uma das superfícies pleurais.

As características radiológicas são marcadas por hipertransparência


(a única patologia que possui essa característica dentre as outras
estudadas no módulo), ausência da trama vasobrônquica,
distanciamento entre as pleuras e desvio da traqueia para o lado
da lesão (“é romântico”)

O exame físico apresenta:

- Inspeção estática: abaulamento, aumento dos espaços


intercostais, desvio da traqueia para o lado da lesão.

- Inspeção dinâmica: aumento da frequência respiratória,


diminuição da amplitude respiratória e ritmo irregular.

- Palpação: frêmito abolido, diminuição da amplitude respiratória.

- Percussão: som timpânico

- Ausculta: murmúrio vesicular abolido, com sopro anfórico.

17
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

DERRAME PLEURAL

Um derrame pleural é caracterizado pelo acúmulo de líquido no espaço pleural. Pode ocorrer por condições que aumentem a pressão hidrostática dos
capilares pulmonares ou reduzam a pressão oncótica. Não é uma doença, mas sim uma manifestação de alguma outra patologia.

As características radiológicas são marcadas por hipotransparência,


comum desaparecimento do seio costofrênico e desvio da traqueia para
o lado oposto da lesão (“não é romântico”). Observamos a famosa
parábola de Daimoseau.

O exame físico apresenta:

- Inspeção estática: abaulamento, aumento dos espaços intercostais,


desvio da traqueia para o lado oposto da lesão.

- Inspeção dinâmica: aumento da frequência respiratória e diminuição da


amplitude respiratória.

- Palpação: diminuição da amplitude respiratória, frêmito abolido.

- Percussão: maciço/submaciço.

- Ausculta: murmúrio vesicular abolido.

ATELECTASIA

Atelectasia é o colapso de parte ou de todo o pulmão, por um bloqueio na passagem de ar dos brônquios ou bronquíolos, seja por muco, objetos externos
ou algum tumor. Também pode ser ocasionada por perda de surfactante nos líquidos que revestem os alvéolos.

As características radiológicas são áreas de hipotransparência, com


hiperinsuflação compensatória do pulmão não afetado e desvio da traqueia
para o lado da lesão (“é romântica”).

O exame físico apresenta:

- Inspeção estática: retrações, diminuição dos espaços intercostais.

- Inspeção dinâmica: aumento da frequência respiratória e diminuição da


amplitude.

- Palpação: diminuição da amplitude respiratória e frêmito abolido.

- Percussão: maciço

- Ausculta: murmúrio vesicular abolido.

PNEUMONIA - SÍNDROME CONSOLIDATIVA - HEPATIZAÇÃO

As características radiológicas são hipotransparência, comumente o não desaparecimento do seio


costofrênico (bom parâmetro para diferenciar de derrame pleural) e indiferente quanto às
estruturas do mediastino. O exame físico apresenta:

- Inspeção estática: normal

- Inspeção dinâmica: aumento da frequência respiratória, diminuição da amplitude e possível


presença de tiragens.

- Palpação: diminuição da amplitude e aumento do frêmito.

- Percussão: maciço/submaciço.

- Ausculta: murmúrio vesicular diminuído, possível presença de estertores crepitantes.

18
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2 – Exame Físico:

O exame físico do sistema renal é composto por:

2.1 : Inspeção;

2.2 : Palpação;

2.3 : Percussão;

2.1 Inspeção:

É realizada no abdômen e nas costas. Analisam-se parâmetros parecidos com a inspeção torácica, como edemas, abaulamentos, circulação colateral etc.

2.2 Palpação:

Os rins são de difícil acesso na palpação (existem algumas técnicas para a sua palpação, mas os professores pouco falam a respeito) e a bexiga normal
não é palpável. Os rins tornam-se mais facilmente palpáveis em casos de pielonefrite, por exemplo. A bexiga pode tornar-se palpável nos casos de
retenção urinária. A palpação de uma bexiga aumentada é realizada na região do hipogastro (ou região supra-púbica).

A palpação é realizada no abdômen, de acordo com as 9 zonas, seguindo-se uma sequência no sentido horário, com o paciente deitado.

Obs: Os detalhes da palpação do abdômen são mais valorizados na MD4, no módulo de sistema digestório. No sistema renal, são mais valorizados no
exame físico a inspeção e, principalmente, a percussão e exames complementares.

2.3 Percussão:

Os rins localizam-se na região retro-peritoneal, para-vertebral, a nível de T12 e L4. É feita a percussão da
região delimitada entre o rebordo costal e a crista ilíaca (loja renal).

Os parâmetros avaliados na percussão consistem na presença de dor, que pode indicar a presença de uma
infecção e /ou dilatação. Para isso, utiliza-se de duas manobras:

Punho Percussão de Murphy

Avalia a presença de dor. Existe a punho percussão de Murphy direta e indireta.

Na direta, utiliza-se somente uma das mãos, dando uma espécies de “socos” (2 ou 3) na loja renal (região entre o rebordo costal e a crista ilíaca, para-
vertebral).

Na indireta, coloca-se a mão esquerda espalmada na loja renal, e percute-se com a mão direita fechada.

Punho percussão de Murphy DIRETA Punho percussão de Murphy INDIRETA

No caso da presença de dor, diz-se que há sinal de Giordano positivo. No caso de ausência de dor: sinal de Giordano negativo.

21
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

SISTEMA ENDOCRINOLÓGICO
1 – Anamnese

Atentar para: Acantose nigricans - hiperpigmentação verrugosa, aveludada e acastanhada das pregas cutâneas (pescoço, virilha e axilas). Comum em
situações de hiperinsulinemia – obesidade, Síndrome dos Ovários Policísticos, S. de Cushing, Diabetes e acromegalia.

Mixedema é uma desordem de pele e tecidos causada geralmente por hipotireoidismo prolongado. Mais freqüente nas mulheres (5x). As
características de mixedema são: Edema de face, formando "bolsas" sob os olhos.

2 – Antropometria I

Três biotipos básicos:

Endomorfo: corresponde àquele indivíduo gordo, isto é, membros superiores e inferiores curtos e flácidos, abdômen protuso e cheio, ombros e cabeça
redondo, e tórax com aparência pequena;

Mesomorfo: indivíduos com tipo atlético, ou seja, ombro e peitos largos, braços e pernas musculosos e abdômen pequeno. Apresenta pouco tecido
gorduroso subcutâneo;

Ectomorfo: indivíduo longelíneo o qual possui face magra (testa alta), pescoço fino e comprido, ombros caídos e largos, tórax e abdômen com
espessura e largura diminuídos.

• Apesar dessa classificação, a maior parte dos indivíduos não se


encaixam em todas as características desses biotipos.

• Outros fatores que influenciam nas medidas antropométricas


são raça, idade, sexo, época (hábitos alimentares, de prática
esportiva, etc).

26
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Inspeção Estática:

- Paciente em posições ortostática e decúbito dorsal.

- Tipos de abdome.

Abdome Globoso: gravidez, ascite, obstrução intestinal, etc.

Abdome em Ventre de Batráquio: diâmetro transverso > anteroposterior.

Abdome Pendular: de pé, com vísceras ou líquido ascítico, pressionando a porção inferior.

Abdome em Avental: acúmulo de gordura - obesos.

Abdome Escavado: emagrecidos - retração.

Abdome em Tábua: escavado de parede rígida (hipertonia muscular)

- Abaulamentos, retrações, cicatrizes.

- Pele e anexos.

- Turgescência venosa (Spiders).

40
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Inspeção Dinâmica

- Verificar se há a presença de hérnias (importância da inspiração e expiração forçada – Manobra de Valsalva)

- Respiração

Normalmente, a respiração é tóraco-abdominal. No homem, há o predomínio da respiração abdominal e na mulher predomina a respiração torácica.

- Movimentos peristálticos

É normal verificar um pouco de movimento peristálticos, mas não exageradamente.

- Pulsações no abdomên (aortismo ou dilatação aneurismática)

2.2 Ausculta:

- A ausculta é realizada antes da palpação e da percussão para que se evite movimentos involuntários de peristaltismo.

- É realizada de acordo com os 4 quadrantes abdominais.

As vísceras ocas do tubo digestório contêm, em seu interior, líquidos e gases, decorrentes da ingestão e digestão dos alimentos. O conteúdo dessas
vísceras é constantemente agitado, misturado e impulsionado caudalmente pelos movimentos segmentares e peristálticos. Estes movimentos são
controlados pelo sistema nervoso autônomo. A ação dos movimentos intestinais sobre seu conteúdo líquido-gasoso produz ruídos que, normalmente,
são audíveis apenas com estetoscópio ou por meio de procedimentos que aumentem a sua intensidade. Os sons ouvidos recebem a d enominação de
ruídos hidroaéreos.

- Na ausculta abdominal, então, analisa-se a presença de ruídos hidroaéreos, que podem estar:

Normais.

Aumentados: pode indicar oclusão intestinal.


Permanecer 2 minutos em cada quadrante é
Ausentes: pode indicar íleo paralítico. o correto, mas se o ruído já for auscultado,
Diminuídos. passar para o próximo quadrante!

- Além dos ruídos hidroaéreos, também pesquisa-se a presença de sopros:

- Sopro aórtico: abaixo do apêndice xifoide – artéria aorta

- Sopro renal: abaixo do gradil costal – artéria renal

- Sopro ilíaco: acima da crista ilíaca – artéria ilíaca

- Sobro femoral: na crista ilíaca – artéria femoral

2.3. Palpação:

A palpação é realizada no abdômen, de acordo com as 9 zonas, seguindo-se uma sequência no


sentido horário, com o paciente deitado.

- Sugestão: Começar da fossa ilíaca direita e seguir a sequência: Fossa ilíaca direita, flanco direito,
hipocôndrio direito, epigastro, hipocôndrio esquerdo, flanco esquerdo, fossa ilíaca esquerda,
hipogastro e mesogastro.

41
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2.4. Percussão:

A percussão abdominal é realizada em quadrantes. Os sons gerados devem ser timpânicos. Entretanto, no quadrante superior direito, logo abaixo do
rebordo costal, o som gerado é maciço por causa da presença do fígado.

- O ouvido do examinador deve estar


a menos de 1 metro do plexímetro e
plexor.

- Realizar até 3 repetições em cada


quadrante.

- Na figura ao lado, está a sequência


sugerida.

2.5. Manobras especiais:

SINAL DE MURPHY

- Realizado no quadrante superior direito ou hipocôndrio direito.

- Com o paciente em decúbito dorsal, pede-se ao paciente que faça uma inspiração profunda ao mesmo tempo em que se comprime o ponto cístico.
O paciente terá uma parada da inspiração devido a dor.

- Se houver dor, indica colecistite aguda (inflamação aguda da vesícula biliar). Ponto cístico: situa-se no ângulo
formado pelo rebordo costal direito e
borda externa do músculo reto
abdominal.

SINAL DE BLUMBERG

- Dor ou piora da dor à descompressão súbita do ponto de McBurney, situado no terço médio
lateral entre a cicatriz umbilical e a crista ilíaca direita.

- Com o paciente em decúbito dorsal, é realizada uma compressão no ponto de McBurney,


seguida de uma descompressão súbita, que será referida pelo paciente como dor ou piora da
dor quando o sinal estiver presente.

- “Na medida em que o paciente vai inspirando, o examinador vai fazendo a compressão. No
Ponto de McBurney
momento da expiração, faz-se a descompressão súbita.”.

- O sinal de Blumberg é um dos sinais


clássicos da Medicina, e sua presença
representa inflamação peritoneal, e é muito
sugestivo do diagnóstico de apendicite.

Sinal de Blumberg – compressão na inspiração

43
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

SINAL DO OBTURADOR

- Dor abdominal manifestada à rotação interna da coxa e perna direita fletida, estando o
membro inferior esquerdo estendido.

- Sinal de inflamação adjacente do músculo obturador interno. Também pesquisa apendicite.

SINAL DO PSOAS-ILÍACO

- Dor abdominal manifestada à extensão completa da coxa direita, estando o paciente em decúbito lateral esquerdo.

- Usa-se a mão esquerda para apoio no quadril do paciente, e a mão esquerda para provocar a extensão completa da coxa direita.

-Indica inflamação adjacente ao músculo psoas-ilíaco em caso de dor.

SINAL DE LAPINSKY

- Dor abdominal manifestada à elevação do membro inferior direito estendido por compressão do ceco
contra a parede posterior do abdome.

- Indica inflamação retro-cecal.

SINAL DO PIPAROTE

- Para realizar o procedimento pede-se para o paciente colocar a mão na linha


mediana do abdômen (apoiar com certa firmeza - não apoiando a palma, mas sim a
lateral da mão esticada na linha mediana) e então se realiza a percussão (na verdade,
uma espécie de ‘peteleco’) em um dos lados do abdômen. Observa-se se há
transmissão de onda de líquido para o lado oposto do abdômen. Caso haja
prosseguimento da onda para o lado oposto do abdômen o sinal é considerado
positivo.

- Pesquisa ascite.

SINAL DE ROVSING

- Dor manifestada em fossa ilíaca direita por deslocamento de gases, após compressão de fossa ilíaca esquerda e flanco esquerdo.

- Indica inflamação peri-cecal.

44
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

SISTEMA HEMATOLÓGICO

EXAME DOS PULSOS

Pulso Temporal:

- Região frontal, acima da arcada supra-orbitária

- Palpar com as polpas digitais dos dedos médio e indicador.

Pulso Carotídeo:

- As pulsações da carótida são visíveis e palpáveis medialmente aos músculos esternocleidomastoideos.

- Para sua palpação, devemos colocar o polegar esquerdo (ou o indicador e dedo médio) sobre a carótida direita e vice-versa, no terço inferior do
pescoço, adjacente à margem medial do músculo esternocleiomastoideo bem relaxado, aproximadamente ao nível da cartilagem cricóide.

Pulso Axilar: (não muito utilizado nas aulas por ser invasivo)

- Afunda-se a mão no oco axilar, mão esquerda na axila direita e vice-versa.

50
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

EXAME DE GÂNGLIOS

Submandibulares

- Normalmente, os linfonodos NÃO são palpáveis!

- Sempre comparar os gânglios contralaterais.

- Sugestão de sequência durante a realização do exame: - Utiliza-se a polpa digital dos dedos
1 – Occipitais indicador, médio e anelar.
2 – Retroauriculares
- Deve-se ficar de frente para o
3 – Pré-auriculares paciente, que deve estar sentado.
4 – Sub-mandibulares
- No exame dos gânglios occipitais,
5 – Sub-mentonianos
pode se usar o polegar e ficar atrás
6 – Cervicais superficiais e profundos do paciente.
7 – Supraclaviculares

54
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

SISTEMA REUMATOLÓGICO
Esta parte do resumo é adaptada do material elaborado pelos reumatologistas CÉSAR CALDAS e OTÁVIO PAZ - Manual de Reumatologia do CEMEC – CESUPA

1. EXAME FÍSICO DO OMBRO

Complexo de articulações, composto pelas glenoumeral, esternoclavicular e acromioclavicular. Amplitude de


movimento representada por adução, abdução, extensão, flexão, rotações interna e externa.

Anatomia:

1. INSPEÇÃO:
Observar o paciente com os membros superiores ao lado do tronco. Notar assimetrias, atrofias, atitudes antálgicas,
desalinhamento e pontos de referência. É importante solicitara abdução do ombro na busca de sintomas ao longo do
chamado “arco doloroso”.

63

Você também pode gostar