Você está na página 1de 90

O material em questão foi elaborado pelos próprios

autores, que utilizaram como referência as video-aulas


dos cursinhos preparatórios para provas de residência
médica (Medgrupo, Sanar e Medway), artigos do
UPTODATE e PUBMED, livros de Emergências Clínicas e
Terapia Intensiva do HC (USP), Harrison e Cecil, bem
como informações adicionais de aulas e plantões
durante a residência de Clínica Médica na Santa Casa de
São Paulo em 2018-2020, o que, portanto, não fere
qualquer direito autoral.

É expressamente proibida a reprodução, parcial ou total,


do conteúdo, conforme preceitua a lei 9610/98. A
reprodução desautorizada do material imputa em crime
de violação de direito autoral, que está previsto no artigo
184 do Código Penal, sob o risco de detenção de 3 meses
a 1 ano, ou multa.

O seu acesso é concedido pela plataforma da Hotmart,


detentora do programa DRM Social (Digital Right
Management), que possui um conjunto de tecnologias
que são aplicadas visando inibir a reprodução e/ou
compartilhamento indesejado de arquivos digitais. São
monitorados acessos suspeitos e envios indevidos dos
arquivos fornecidos a você, que são protegidos por
senha, com seu nome e CPF na forma de marca d’água
no rodapé de todas as páginas.
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io


GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

SISTEMA CARDIOVASCULAR

1 – Exame Físico

No exame físico, é necessário:

1.1. Estabelecer os limites do precórdio;

1.2. Realizar a inspeção;

1.3. Realizar a palpação;

1.4. Realizar a ausculta;

1.1. Limites do Precórdio:

No lado direito:

- Borda superior da 3º cartilagem costal, a mais ou menos


2cm do esterno; (Para ficar mais fácil, diz-se que é o 2º
espaço intercostal direito, a 2cm do esterno)

- Articulação condroesternal da 5ª costela direita; (“5º


espaço intercostal direito, do lado do esterno”)

No lado esquerdo:

- 2º espaço intercostal esquerdo, a mais ou menos 2cm do


esterno;

- Cruzamento do 5º espaço intercostal esquerdo com a


linha hemiclavicular.

2.2. Inspeção:

A inspeção no exame físico do sistema cardiovascular consiste na avaliação do precórdio. A semiotécnica é a seguinte:

- A observação da região precordial deve ser feita com o paciente em decúbito dorsal (também pode ser feita com o paciente sentado, mas os
professores preferem em decúbito). Você deve estar voltado para o lado direito do paciente, e deve fazer uma análise frontal e tangencial.

(Inspeção Frontal) (Inspeção Tangencial)

Os parâmetros avaliados na inspeção do precórdio são:

- Presença de abaulamentos; - Presença de retrações; - Presença de lesões elementares; - Presença de circulação colateral;

- Implantação mamilar; - Tipo de tórax; * - Ictus Córdis.*

4
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Em relação ao tipo de tórax, temos:

- Tórax atípico (normal);

- Pectus excavatum, pectus carinatum, globoso, sifótico, lordótico, escoliótico, etc.

Pectus excavatum Pectus carinatum

O íctus cordis, também conhecido como “choque de ponta” ou “impulso apical”, traduz o contato da porção anterior do ventrículo esquerdo
com a parede torácica, durante a fase de contração isovolumétrica.

A análise do íctus é realizada na inspeção e na palpação. Na inspeção, analisa-se:

- Se é visível ou não visível;

- Localização de acordo com a morfologia do paciente.

Indivíduos Normolíneos: o íctus encontra-se no cruzamento da linha


hemiclavicular com o 5º espaço intercostal esquerdo;

Indivíduos Brevilíneos: o íctus desloca-se 2cm para fora e para cima,


situando-se no 4º espaço intercostal esquerdo;

Indivíduos Longilíneos: o íctus costuma estar 1cm ou 2cm para dentro da


linha hemiclavicular, no 6º espaço intercostal esquerdo.

2.3. Palpação:
Longilíneos Brevilíneos Normolíneos
A palpação é dividida em:

- Palpação do precórdio;

- Palpação do íctus cordis.

Essas duas etapas podem ser realizadas num mesmo procedimento, através da seguinte semiotécnica:

- A palpação do precórdio é realizada com a mão espalmada de acordo com os focos de ausculta. É analisado se há a presença de frêmito catáreo, que
corresponde a “análise tátil de um sopro”, logo, deve estar ausente. Assim como na palpação de qualquer outro órgão, analisa-se resistência e
continuidade do tecido, bem como a presença de batimentos anormais.

- A sugestão como semiotécnica utilizada é a seguinte: Começa-se com a mão espalmada sobre o foco aórtico acessório, utilizando a seguinte
sequência: Foco aórtico acessório, foco pulmonar, foco aórtico, foco tricúspide e foco mitral.

Então, de acordo com a sugestão, a palpação do precórdio se dá pela seguinte sequência:

1- Foco aórtico acessório;

2- Foco pulmonar;

3- Foco aórtico;

4- Foco tricúspide;

5- Foco mitral.

Estabeleceu-se esta sequência como sugestão, pois o término da palpação do precórdio com o foco mitral já favorece a continuação do
procedimento para a análise do íctus cordis. A mão espalmada neste foco permite a linearidade do procedimento.

5
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

1- Foco aórtico acessório (3º E.I esquerdo) 2- Foco pulmonar (2º E.I esquerdo)

3- Foco aórtico (2º E.I direito) 4- Foco tricúspide (base do apêncide xifóide)

5- Foco mitral (5º E.I esquerdo, coincide como íctus)

6
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Dando continuidade, na palpação do íctus cordis, avalia-se: (“LERIMPF”)

Localização

- Normolíneos: 5º espaço intercostal esquerdo;

- Longilíneos: 6º espaço intercostal esquerdo;

- Brevilíneos: 4º espaço intercostal esquerdo.

Extensão

- Normal: uma ou duas polpas digitais (circunscrito)

- Anormal: três polpas ou mais (difuso)

Intensidade

- Repousa-se a palma da mão sobre a região dos batimentos: leve, moderada ou forte.

Ritmo

- Rítmico (regular)

- Arrítimico (irregular)

Mobilidade

- Paciente muda do decúbito dorsal para decúbito lateral esquerdo: o normal é o íctus deslocar-se de 2 a 3cm para a esquerda.

Pulsação

- Atípica (normal)

- Típica: caracteriza-se por batimentos propulsivos: ocorre quando a mão que está palpando o íctus é levantada a cada contração.

Frêmito

- Ausente (normal)

- Presente (patológico – frêmito catáreo)

7
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2.3. Ausculta:

2.3.1 : Ausculta Fisiológica:

Uma ausculta fisiológica avalia 3 principais parâmetros:

- Funcionamento valvar;

- Patologias miocárdicas;

- Presença de arritmias.

Focos de ausculta:

- Foco aórtico: 2º espaço intercostal direito, justaesternal;

- Foco pulmonar: 2º espaço intercostal esquerdo, justaesternal;

- Foco aórtico acessório: entre o 3º e o 4º espaço intercostal esquerdos, nas


proximidades do esterno;

- Foco tricúspide: na base do apêndice xifoide, ligeiramente para a esquerda;

- Foco mitral: 5º espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular.

Semiotécnica:

- Paciente em decúbito dorsal, decúbito lateral esquerdo ou sentado (nas aulas e nas provas é dado preferência ao paciente em decúbito dorsal).

- Tórax completamente descoberto.

- Médico do lado direito do paciente.

Bulhas cardíacas:

- B1: fechamento das valvas mitral e tricúspide (atrioventriculares) “TUM” – maior intensidade no foco mitral (ápice) – Fase de contração
isovolumétrica.

- B2: fechamento das valvas aórtica e pulmonar (semilunares) “TA” – maior intensidade nos focos de base (aórtico e pulmonar) – Fase de
relaxamento isovolumétrico.

Pequeno Grande
B1 B2 B1 (e assim por diante...)
Silêncio
Silêncio
TUM TA

Parâmetros avaliados:

- Frequência = deve estar entre 50-100 bpm.

- Ritmo = regular ou irregular.

- Intensidade = hipofonética, normofonética ou hiperfonética.

- Presença de sopros, desdobramentos e B3 e B4.

> B3: se origina das vibrações da parede ventricular subitamente distendida pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o
enchimento ventricular rápido (é protodiastólico). Ausculta-se normalmente a B3 com mais frequência em crianças e jovens ou indivíduos com elevado
débito cardíaco. Também é comum em estados hipercinéticos (anemia, febre, exercícios físicos etc).

B1 B2 B3 B1 B2 B3 (e assim por diante...)

TUM TA TU TUM TA TU

8
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

> B4: ocorre no fim da diástole (é telediastólico) ou pré-sístole e pode ser ouvida mais raramente em condições normais nas crianças e nos
adultos jovens. Trata-se da diminuição da distensão da parede ventricular com a contração atrial.

B1 B4 B2 B1 B4 B2 B1 (e assim por diante...)

TUM TU TA TUM TU TA

Obs: B3 e B4 são bulhas que, dependendo da situação, podem se encaixar no perfil fisiológico ou no perfil patológico.

> Desdobramento: ocorre quando não há o fechamento concomitante das válvulas.

Desdobramento Fisiológico de B1: Normalmente, a valva mitral fecha-se antes da valva tricúspide. Contudo, esse intervalo é muito pequeno e o ouvido
humano não consegue perceber, gerando um som tipicamente representado como um “Tum”. Em algumas pessoas, esse intervalo é um pouco maior e
os dois componentes de B1 conseguem ser auscultados, gerando um som tipicamente representado por um “Trum”. Isso não reflete morbidade, é
somente uma variante do normal. Esse desdobramento é auscultado no foco tricúspide.

B1 B2 B1 B2

TRUM TA TRUM TA

Desdobramento Fisiológico de B2: A segunda bulha cardíaca normalmente encontra-se como um som seco e único, tipicamente caracterizado como um
“Tá”. Ele é único, porque apesar de a valva aórtica fechar-se antes da pulmonar, esse intervalo não é captado pela audição humana. Contudo, em algumas
pessoas sem doença cardíaca, esse intervalo pode estar um pouco aumentado, a ponto de ser possível auscultar ambos os componentes de B2 no
exame. Esse fenômeno recebe o nome de Desdobramento Fisiológico, e é reconhecido tipicamente, na ausculta, como um “Tra”. O desdobramento
fisiológico possui uma característica própria, que é a de aparecer ou aumentar com a inspiração e desaparecer ou diminuir com a expiração. Isso
acontece porque na inspiração, a pressão intratorácica diminui e leva à um aumento no retorno venoso, o que aumenta o volume de sangue no
ventrículo direito, levando o mesmo a demorar mais para ejetar todo o seu débito, de modo a atrasar o fechamento da valva pulmonar, levando ao
aparecimento do desdobramento à ausculta. Portanto, tipicamente, o desdobramento fisiológico é aquele que aparece com a inspir ação e desaparece
com a expiração, podendo estar presente nessas duas fases. É auscultado com mais intensidade no foco pulmonar.

B1 B2 B1 B2

TUM TRÁ TUM TRÁ

Descrição de uma ausculta normal:

- “Bulhas rítmicas, normofonéticas, em dois tempos, sem sopro ou outros ruídos, com frequência cardíaca = 75bpm (por exemplo)”

Obs.:

Frequência cardíaca = 50-100bpm: Normal

Frequência cardíaca > 100bpm: Taquicardia

Frequência cardíaca < 50bpm: Bradicardia

9
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2.3.2 Ausculta Patológica:

Sopros:

São produzidos por vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo.

Descrição:

Localização: foco auscultado

Situação no ciclo:

- Sopro Sistólico: Entre B1 E B2 = Encobre o pequeno silêncio

- Sopro Diastólico: Ocorre depois de B2 (entre B2 e B1) = Encobre o grande silêncio

- Sopro Sistodiastólico (contínuo): Durante toda a sístole e diástole = mascara B1 e B2.

Duração dentro do ciclo:

- Proto = no começo, após B1

- Meso = começa normal, tem o sopro e termina normal (no meio de determinado silêncio)

- Tele = começa normal e depois tem o sopro no final

- Holo = sopro durante todo o silêncio

Sopro protossistólico
Sopro protodiastólico

Sopro mesossistólico
Sopro mesodiastólico
Sopro telessistólico

Sopro holossistólico Sopro telediastólico

Intensidade: Fraco (+); Médio (++); Forte (+++); Muito forte (++++).

Timbre: rude; áspero; suave; musical; aspirativo; ruflar; em jato de vapor; locomotiva.

Irradiação: axila e dorso; epigástrio; fúrcula e carótidas.

Observação Importante:
Ou seja,
Sopro sistólico:
Sopro sistólico auscultado na base: estenose das valvas semilunares.
Auscultado nas válvulas semilunares = Estenose
Sopro sistólico auscultado no ápice: insuficiência nas valvas atrioventriculares.
Auscultado nas válvulas atrioventriculares = Insuficiência
Sopro diastólico auscultado na base: insuficiência das valvas semilunares.
Sopro diastólico:

Auscultado nas válvulas semilunares = Insuficiência Sopro diastólico auscultado no ápice: estenose das valvas atrioventriculares.

Auscultado nas válvulas atrioventriculares = Estenose

Ritmo de galope

Uma ausculta cardíaca em ritmo de galope é típica de um indivíduo com disfunção ventricular; o mesmo se apresenta taquicárdico (pela estimulação
adrenérgica), e com as quatro bulhas presentes (devido à baixa complacência). Ou seja, ausculta-se B3 e B4.

B4 B1 B2 B3

TU TUM TA TU

10
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

SISTEMA RESPIRATÓRIO

1 – Anamnese:

Principais sintomas e sinais relacionados:

- Dor torácica: avaliar a localização e irradiação. As causas da dor torácica podem estar na parede torácica, nas pleuras, nos pulmões, no coração, no
pericárdio, nos vasos, no mediastino, no esôfago e no diafragma.

- Dispnéia: dificuldade para respirar (pode ser relacionada aos pequenos, médios e grandes esforços. Também pode ser de repouso).

- Ortopnéia: é a dispnéia que impede o paciente de ficar deitado e o obriga a assentar-se ou ficar de pé para obter alívio.

- Trepopnéia: é a dispneia que aparece em determinado decúbito lateral.

- Tosse: avaliar a frequência, intensidade, tonalidade, presença ou não de expectoração, relações com o decúbito e período do dia em que é maior a sua
intensidade. Pode ser produtiva (acompanhada de secreção) ou seca (não acompanhada de secreção).

- Pigarro: tosse repetitiva ou ruído resultante da tentativa de se livrar de real ou aparente hipersecreção de muco que se acumula e adere na parede
de estruturas das vias aéreas de condução.

- Expectoração: Na maioria das vezes, costuma ser consequência da tosse. O escarro pode ser seroso (contém grande quantidade de água e eletrólitos,
poucas proteínas e poucas células. É translúcido, semelhante à água.), mucóide (esbranquiçado e viscoso, contém mucoproteínas), purulento (rico em
piócitos) e hemático (rajas de sangue).

- Hemoptise: é a eliminação de sangue pela boca, passando através da glote. Pode ocorrer devido a hemorragias brônquicas ou alveolares. A causa mais
frequente são as bronquiectasias, sendo a tuberculose responsável por grande número de casos. Não confundir com hematêmese, que representa o
vômito com a presença de sangue cuja origem geralmente é do trato gastrintestinal.

- Vômica: é a eliminação mais ou menos brusca, através da glote, de uma quantidade abundante de pus ou líquido de outra natureza.

- Esternutação: ato de espirrar.

- Rinorréia: secreção nasal aquosa ou mucóide.

- Epistaxe: eliminação de sangue pelo nariz.

- Hiposmia: diminuição do olfato.

- Cacosmia: sensação de odor desagradável sem aparente causa no ambiente.

- Odinofagia: dor á deglutição.

- Disfagia: dificuldade para deglutir.

11
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2 – Exame Físico:

O exame físico do aparelho respiratório é constituído de:

2.1. Inspeção torácica;

2.2. Palpação torácica;

2.3. Percussão torácica;

2.4. Ausculta torácica;

Antes de entrar na questão do exame físico em si, é necessário que compreendamos a topografia do tórax, com as suas devidas linhas anatômicas,
para que se torne mais compreensível os procedimentos realizados no exame.

Parede Anterior: Parede Lateral:

Parede Posterior:

2.1. Inspeção do Tórax:

A inspeção torácica é dividida em:

2.1.1 Inspeção Estática:

A inspeção estática desconsidera os movimentos respiratórios. Os parâmetros avaliados são:

- Tipo de tórax: típico ou atípico; - Abaulamentos (presente em derrame pleural volumoso, tumorações);

- Retrações (atelectasias); - Circulações colaterais;

- Edemas e lesões elementares; - Simetria (mamilos, clavícula e escápula).

12
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2.1.2 Inspeção Dinâmica:

A inspeção dinâmica considera os movimentos respiratórios. Os parâmetros avaliados são:

- Frequência respiratória (16-20 movimentos respiratórios por minuto é o normal):

 Menos de 16: Bradipnéia;

 Mais de 20: Taquipnéia.

- Tipo respiratório (costal, abdominal ou misto);

- Ritmo respiratório:

 Regular;

 Irregular (Cheyne Stokes, Kussmaul e Biot).

- Presença de tiragens (intercostais e subcostais).

Obs.: Na inspeção dinâmica também observa-se a amplitude respiratória, mas ratifica-se tal procedimento no exame de palpação do tórax.

É necessário que se faça uma avaliação anterior, lateral e posterior. Pode ser realizada com o paciente em pé ou sentado, mas nas aulas os professores
costumam a realizar o procedimento com o paciente em pé.

2.2. Palpação do Tórax:

Na palpação do tórax, avalia-se:

- Amplitude respiratória: é avaliada nas regiões anterior, laterais e posterior do tórax;

- Frêmito tóraco-vocal: também avaliado nas regiões anterior, laterais e posterior do tórax.

Obs.: Além destes dois principais, também se avalia a elasticidade da parede torácica, existência de atrofias e contraturas musculares.

A semiotécnica para a verificação da amplitude respiratória é a seguinte:

- Para a face anterior, o médico coloca as mãos cobrindo a região supraclavicular de cada lado, de modo que as pontas dos dedos venham a apoiar-se
nos músculos trapézios. Os dois polegares juntam-se no nível da linha médio-esternal (a linha que corre pelo meios do esterno), na região infraclavicular.
Ao juntarem-se os dois polegares, recomenda-se fazer uma pequena prega cutânea. A expansibilidade é pesquisada solicitando-se ao paciente que
respire mais profundamente que o normal. Ela é avaliada pela sensação tátil e visual da expansão torácica, esta última evidenciada pelo afastamento
dos dois polegares. Normalmente, o afastamento deve ser igual em ambos os lados do tórax.

- Na face anterior, a expansibilidade lateral é predominante, e é ela que será verificada. O médico deve estar de frente para o paciente. Este coloca as
mãos espalmadas sobre as regiões inferiores do tórax, os polegares junto na linha médio-esternal, mais ou menos no apêndice xifoide, deixando entre
eles uma prega cutânea; os demais dedos direcionam-se para as regiões axilares. A pesquisa da expansibilidade é realizada como foi descrito
anteriormente. Durante a inspiração profunda, verifica-se o afastamento dos dois polegares, que deve ser simétrico.

- Para pesquisar a expansibilidade na face posterior, colocam-se as mãos cobrindo a região supra-escapular de cada lado, de modo que as pontas dos
dedos venham a apoiar-se no músculo trapézio. Os dois polegares devem juntar-se no nível da linha vertebral, formando uma pequena prega cutânea.
A expansibilidade é analisada como descrito anteriormente.

- Na face posterior, a expansão torácica ocorre principalmente no sentido lateral. O paciente deve ficar de costas para o examinados. Este coloca as
mãos espalmadas sobre as regiões infra-escapulares, os polegares juntos na linha vertebral, formando uma prega cutânea; os demais dedos direcionam-
se para as regiões infra-axilares. A expansibilidade é analisada como anteriormente.

A semiotécnica para a pesquisa de frêmito tóraco-vocal é a seguinte:

- A palpação pode ser realizada com a mesma mão (esquerda ou direita) e a mesma região da mão, especificamente a metade distal da região palmar e
a metade proximal dos dedos. Quando a mão é colocada sobre o tórax, o paciente é solicitado a repetir, em voz alta, as palavras “trinta e três”. A pesquisa
do frêmito toracovocal é uma manobra comparativa: examinam-se os hemitórax de cima para baixo, nas faces posterior e lateral. Na face anterior, a
pesquisa é feita somente nas regiões infraclaviculares.

13
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2.3. Percussão do Tórax:

- Percutir o tórax nas regiões anterior, laterais e posterior,


comparando bilateralmente os resultados obtidos.

- Anteriormente, observa-se:

o A partir 5º espaço intercostal direito: som maciço ou


submaciço por causa do fígado.

o 3º e 4º espaços intercostais esquerdos: som maciço ou


submaciço por causa do coração.

o Nas demais regiões: som claro pulmonar.

- Na percussão anterior do tórax, inicia-se a sequência na região supra-clavicular e, posteriormente, faz-se a percussão nos espaços intercostais.

- Na percussão lateral do tórax, também se percute três pontos, como na ausculta.

- Na percussão da parte posterior do tórax, começa-se percutindo a região infra-clavicular. Posteriormente, como na ausculta, percute-se como se
estivesse “contornando” a escápula. É percutido o espaço que fica entre as linhas escapulares e a linha médio-vertebral.

- Não se esquecer de comparar os sons gerados bilateralmente, seguindo a sequência em “barra grega”.

- Tanto nas regiões laterais como na região posterior, todos os pontos percutidos geram o som claro pulmonar.

2.4. Ausculta Torácica:

2.4.1. Ausculta Torácica Fisiológica:

- É simétrica e comparativa, realizada nas regiões anterior, laterais e posterior do tórax;

- Descrição: Murmúrio vesicular presente bilateralmente e sem ruídos adventícios.

- Focos de ausculta do tórax anterior

- Iniciar na região supraclavicular

- Notar o desvio na direção dos focos para


que não haja confusão com os focos de
ausculta cardíaca.

Seguindo a sequência em “barra grega”!

- Focos de ausculta do tórax posterior


- Focos de ausculta da
- Iniciar na região infraclavicular região lateral do tórax

- Notar que o restante da sequência - Auscultar em 3 pontos:


funciona como se “contornasse” a um superior, um médio
escápula. e um inferior.

- Não se esquecer de
comparar os dois lados e
realizar na sequência de
“barra grega”

14
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2.4.2. Ausculta Torácica Patológica

RUÍDOS ADVENTÍCIOS: São ruídos audíveis na ausculta torácica em situações específicas, não fisiológicas, sendo originados nos brônquios e
parênquima pulmonar denominados de estertores.

Estertores:

A) RONCOS OU RONCANTES:

- Estenose de brônquios de grosso e médio calibre

- Graves e ásperos. Presentes na inspiração e expiração. Predominância na expiração.

B) SIBILOS OU SIBILANTES:

- Estenose de brônquios de pequeno calibre e bronquíolos

- Agudos, mais musicais. Presentes na inspiração e expiração. Predominância na expiração.

C) CREPITANTES:

- Origem alveolar, sons de menor intensidade. Edema de parede, conteúdo mucóide ou fluidificado em pequena quantidade no interior dos alvéolos
pulmonares.

- Presentes na inspiração e expiração. Predominância na inspiração.

D) SUBCREPITANTES OU BOLHOSOS:

- Origem alveolar, sons mais audíveis e rudes. Grande quantidade de fluido no interior dos alvéolos pulmonares.

- Presentes na inspiração e expiração. Predominância na inspiração.

Obs: A obstrução da laringe e traqueia provoca o aparecimento de som patológico interno, audível sem o uso de estetoscópio – ruído estridor
(também conhecido como cornagem ou traqueísmo) (dica: parece um macaco gritando)

Obs: Outros ruídos adventícios menos frequentes são: sopros pulmonares e atrito pleural (abaixo).

1 – Sopro Tubário: menos áspero e mais intenso que o sopro glótico fisiológico, mais evidente na expiração. Presentes em grandes condensações
pulmonares (pneumonia).

2 – Sopro Cavitário: grave, áspero e intenso, mais evidente na expiração e ocorre nas doenças cavitárias dos pulmões (tuberculose e neoplasias
malignas).

3 – Sopro Anfórico: é de timbre musical e ocorre pela ressonância em uma vasta câmara gasosa, sendo auscultados em casos de pneumotórax.

4 – Sopro Pleural: muito raro, ocorre em alguns casos de derrame pleural de médio volume e conteúdo bastante fluído.

5 – Atrito Pleural: produzido pela fricção dos folhetos pleurais (parietal e visceral) durante a respiração. Ocorre na fibrose pleural ou paqui-pleuris.
(dica: rede indo e vindo)

15
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

EXAMES COMPLEMENTARES

Os exames complementares do módulo de respiratório consistem nas radiografias de tórax. Além da radiografia de tórax normal, é necessário
que se saiba 4 radiografias patológicas: pneumotórax, derrame pleural, atelectasia e síndrome consolidativa

Radiografia de tórax normal:

Antes de qualquer coisa, é necessário levar em consideração em uma avaliação de radiografia de tórax se a mesma:

- Está BEM PENETRADA: uma radiografia de tórax bem penetrada nos permite principalmente distinguir às partes moles das partes duras (ossos).
Didaticamente, diz-se: “Se a radiografia está muito branca = pouco penetrada; se está muito preta: muito penetrada.”

Radiografia pouco penetrada Radiografia muito penetrada

- Está BEM CENTRALIZADA: para que o exame esteja bem centralizado, é necessário que as bordas mediais das clavículas estejam equidistantes do
centro da coluna. Além disso, as escápulas devem estar fora do campo.

- Está BEM INSPIRADA: o ideal é que o exame seja feito em apneia inspiratória máxima. Para sabermos se o exame está bem inspirado, devemos ter
de 9 a 11 costelas posteriores projetando-se sobre os campos pulmonares, ou contar, pelo menos, 9 espaços intercostais.

Radiografia bem centralizada

16
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Botão aórtico

Hemicúpula Silhueta
cardíaca
diafragmática direita
mais elevada que a Bolha gástrica
esquerda.

Radiografia bem penetrada, centralizada e inspirada.


Posicionamento correto de uma radiografia de tórax: os parâmetros utilizados para o perfeito posicionamento de umaradiografia são os
seguintes:

1 – Botão aórtico: localizado à esquerda, logo acima do coração;

2 – Silhueta cardíaca: localizada à esquerda.

3 – Bolha gástrica: localizada à esquerda.

4 – Hemicúpula diafragmática: a direita deve estar mais elevada que a esquerda (por causa do fígado).

PNEUMOTÓRAX

Um pneumotórax representa o distanciamento entre a pleura parietal e pleura visceral por causa do acúmulo de ar no espaço pleural, como resultado
de uma ruptura em uma das superfícies pleurais.

As características radiológicas são marcadas por hipertransparência


(a única patologia que possui essa característica dentre as outras
estudadas no módulo), ausência da trama vasobrônquica,
distanciamento entre as pleuras e desvio da traqueia para o lado
da lesão (“é romântico”)

O exame físico apresenta:

- Inspeção estática: abaulamento, aumento dos espaços


intercostais, desvio da traqueia para o lado da lesão.

- Inspeção dinâmica: aumento da frequência respiratória,


diminuição da amplitude respiratória e ritmo irregular.

- Palpação: frêmito abolido, diminuição da amplitude respiratória.

- Percussão: som timpânico

- Ausculta: murmúrio vesicular abolido, com sopro anfórico.

17
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

DERRAME PLEURAL

Um derrame pleural é caracterizado pelo acúmulo de líquido no espaço pleural. Pode ocorrer por condições que aumentem a pressão hidrostática dos
capilares pulmonares ou reduzam a pressão oncótica. Não é uma doença, mas sim uma manifestação de alguma outra patologia.

As características radiológicas são marcadas por hipotransparência,


comum desaparecimento do seio costofrênico e desvio da traqueia para
o lado oposto da lesão (“não é romântico”). Observamos a famosa
parábola de Daimoseau.

O exame físico apresenta:

- Inspeção estática: abaulamento, aumento dos espaços intercostais,


desvio da traqueia para o lado oposto da lesão.

- Inspeção dinâmica: aumento da frequência respiratória e diminuição da


amplitude respiratória.

- Palpação: diminuição da amplitude respiratória, frêmito abolido.

- Percussão: maciço/submaciço.

- Ausculta: murmúrio vesicular abolido.

ATELECTASIA

Atelectasia é o colapso de parte ou de todo o pulmão, por um bloqueio na passagem de ar dos brônquios ou bronquíolos, seja por muco, objetos externos
ou algum tumor. Também pode ser ocasionada por perda de surfactante nos líquidos que revestem os alvéolos.

As características radiológicas são áreas de hipotransparência, com


hiperinsuflação compensatória do pulmão não afetado e desvio da traqueia
para o lado da lesão (“é romântica”).

O exame físico apresenta:

- Inspeção estática: retrações, diminuição dos espaços intercostais.

- Inspeção dinâmica: aumento da frequência respiratória e diminuição da


amplitude.

- Palpação: diminuição da amplitude respiratória e frêmito abolido.

- Percussão: maciço

- Ausculta: murmúrio vesicular abolido.

PNEUMONIA - SÍNDROME CONSOLIDATIVA - HEPATIZAÇÃO

As características radiológicas são hipotransparência, comumente o não desaparecimento do seio


costofrênico (bom parâmetro para diferenciar de derrame pleural) e indiferente quanto às
estruturas do mediastino. O exame físico apresenta:

- Inspeção estática: normal

- Inspeção dinâmica: aumento da frequência respiratória, diminuição da amplitude e possível


presença de tiragens.

- Palpação: diminuição da amplitude e aumento do frêmito.

- Percussão: maciço/submaciço.

- Ausculta: murmúrio vesicular diminuído, possível presença de estertores crepitantes.

18
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

QUADRO RESUMIDO:

Inspeção Inspeção Palpação Percussão Ausculta


Estática Dinâmica

Pneumotórax Abaulamento ↑ Frequência FTV Abolido Timpânico Murmúrio abolido


↑ E.I ↓ Amplitude

D. Pleural Abaulamento ↑ Frequência FTV Abolido Maciço ou Murmúrio abolido


↑ E.I ↓ Amplitude Submaciço

Atelectasia Retração ↑ Frequência FTV Abolido Maciço Murmúrio abolido


↓ E.I ↓ Amplitude

Síndrome Normal ↑ Frequência FTV Aumentado Maciço ou Murmúrio


Consolidativa ↓ Amplitude Submaciço diminuído

19
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

SISTEMA URINÁRIO
1 – Anamnese:

Sintomas comuns numa queixa principal:

1.1 : Dor:

- Cólica renal ou nefrética: relacionada com inflamação do trato urinário alto.

- Dor vesical: dor no corpo da bexiga, geralmente localizada no hipogastro.

- Disúria: micção associada à sensação de dor, queimor ou desconforto na região púbica e uretral (infecção).

- Estrangúria ou tenesmo vesical: emissão lenta e dolorosa da urina, principalmente na região púbica (inflamação vesical intensa).

- Dor perineal: região sacral ou reto (infecção prostática aguda).

1.2 : Alterações miccionais:

- Antes de entrar nas alterações, é necessário saber que:

= O volume urinário normal é de 400-2500 ml/dia. (varia)

= A capacidade da bexiga, geralmente, é de 350-450 ml. Logo, sendo assim, é comum cerca de 4 micções por dia.

- Alterações no jato urinário: um jato fino, lento e fraco pode indicar fimose, estenose uretral etc.

- Hesitação: demora para iniciar a micção.

- Retenção urinária: incapacidade da bexiga esvaziar-se completamente ou incompletamente. Nesse caso, a bexiga se enche e sente-se durante a
palpação a bexiga estendida na região do hipogastro – Não confundir com anúria, pois nesse caso, a bexiga sequer enche.

- Incontinência urinária: perda involuntária da urina.

- Pilúria: existência de números anormais de leucócitos na urina.

1.3 : Alterações do volume do ritmo urinário:

- Oligúria: volume de urina excretada menor que as necessidades para a eliminação de catabólitos, sendo convencionalmente classificada como
uma diurese inferior a 400 ml/dia em adultos.

- Anúria: diurese inferior a 100 ml/dia.

- Poliúria: aumento do volume urinário (acima de 2500 ml/dia), com consequente aumento da frequência.

- Polaciúria: aumento do número de micções ao dia em intervalo inferior a 3h, sem aumento do volume total.

- Nictúria: aumento do volume urinário noturno.

- Enurese: é uma micção completa (ou quase completa), involuntária, em idade onde o controle do esfíncter urinário já deveria ter sido adquirido.

- Urgência miccional: necessidade súbita e imperiosa de urinar.

1.4 : Alterações da cor (colúria) e do cheiro da urina:

- Hematúria (sangue): avermelhada

- Turva (aumento de sedimentos na urina)

- Escura (cor de coca-cola)

- Quilúria (linfa): esbranquiçada

- Alterações de cor induzidas por medicamentos.

- Porfiriúria: (cor vermelho-vinho): eliminação da quebra das porfirinas.

- Cheiro amoniacal: devido à liberação de amônia (infecção)

1.5 : Edema, febre e calafrios.

20
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2 – Exame Físico:

O exame físico do sistema renal é composto por:

2.1 : Inspeção;

2.2 : Palpação;

2.3 : Percussão;

2.1 Inspeção:

É realizada no abdômen e nas costas. Analisam-se parâmetros parecidos com a inspeção torácica, como edemas, abaulamentos, circulação colateral etc.

2.2 Palpação:

Os rins são de difícil acesso na palpação (existem algumas técnicas para a sua palpação, mas os professores pouco falam a respeito) e a bexiga normal
não é palpável. Os rins tornam-se mais facilmente palpáveis em casos de pielonefrite, por exemplo. A bexiga pode tornar-se palpável nos casos de
retenção urinária. A palpação de uma bexiga aumentada é realizada na região do hipogastro (ou região supra-púbica).

A palpação é realizada no abdômen, de acordo com as 9 zonas, seguindo-se uma sequência no sentido horário, com o paciente deitado.

Obs: Os detalhes da palpação do abdômen são mais valorizados na MD4, no módulo de sistema digestório. No sistema renal, são mais valorizados no
exame físico a inspeção e, principalmente, a percussão e exames complementares.

2.3 Percussão:

Os rins localizam-se na região retro-peritoneal, para-vertebral, a nível de T12 e L4. É feita a percussão da
região delimitada entre o rebordo costal e a crista ilíaca (loja renal).

Os parâmetros avaliados na percussão consistem na presença de dor, que pode indicar a presença de uma
infecção e /ou dilatação. Para isso, utiliza-se de duas manobras:

Punho Percussão de Murphy

Avalia a presença de dor. Existe a punho percussão de Murphy direta e indireta.

Na direta, utiliza-se somente uma das mãos, dando uma espécies de “socos” (2 ou 3) na loja renal (região entre o rebordo costal e a crista ilíaca, para-
vertebral).

Na indireta, coloca-se a mão esquerda espalmada na loja renal, e percute-se com a mão direita fechada.

Punho percussão de Murphy DIRETA Punho percussão de Murphy INDIRETA

No caso da presença de dor, diz-se que há sinal de Giordano positivo. No caso de ausência de dor: sinal de Giordano negativo.

21
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Percussão de Giordano

Assim como na punho-percussão de Murphy, a percussão de Giordano também avalia a presença de dor.

A semiotécnica utilizada são golpes com a mão espalmada na loja renal. Se o paciente sentir dor, sinal de
Giordano positivo. Se não sentir, sinal de Giordano negativo.

Obs 1: Notar que as manobras possuem nomes diferentes, entretanto, a avaliação da presença ou ausência de dor é feita pela análise d o sinal de
Giordano, que é a mesma para as duas manobras. Então, não confundir: o sinal de Giordano positivo ou negativo vale tanto para a punho-percussão
de Murphy, como para a percussão de Giordano.

Obs 2: Antes de iniciar a percussão, analisa-se a anamnese do paciente para ver se o mesmo já refere dor na região lombar. Neste caso, faz-se apenas
uma dígito-pressão na loja renal. Se o paciente já referir dor, não se fazem necessárias as manobras de percussão.

Obs 3: As manobras de percussão podem ser realizadas com o paciente em pé ou sentado. Nas aulas, os professores ensinam com o paciente em pé.
Neste caso, pede-se que paciente faça uma pequena inclinação para frente, apoiando-se, e deixando mais exposta a região lombar.

EXAMES COMPLEMENTARES

Exame de Urina – EAS

Dados importantes sobre a coleta bem feita:

- Recomenda-se a coleta após 8h de repouso e jejum;

- Deve ser a primeira urina da manhã. Em outro período, o ideal é 4h após a última micção;

- Realizar, antes da coleta, asseio da região genital com água corrente e sabão neutro, de preferência;

- Levar a coleta ao laboratório de análises clínicas em tempo hábil (até, no máximo, 2h);

- Os frascos devem ser plásticos e estéreis;

- Despreza-se o primeiro jato urinário (evita-se que bactérias presentes na uretra sejam detectadas no exame). Coleta-se o jato médio.

Exame físico de urina normal:

- Cor: amarelo âmbar ou citrino.

- Aspecto: claro/ límpido.

- Cheiro: sui generis.

- PH: 4,5 a 7.

- Densidade: 1005 a 1035.

Exame bioquímico de urina normal:

- Sangue: ausente.

- Proteínas (albumina): ausente.

- Glicose: ausente.

- Corpos cetônicos: ausentes.

- Bilirrubina: ausente.

- Urobilinogênio: até 1 mg/ml.

- Leucócitos: ausentes.

- Nitritos: ausente.

22
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Exame microscópico do sedimento urinário normal:

- Hemácias: 0 a 5 por campo para mulheres e 0 a 3 por campo para homens.

- Células epiteliais: raras.

- Piócitos: 0 a 4 por campo. – Cilindros: ausentes.

- Bactérias: ausentes. – Cristais: ausentes.

Particularidades dos componentes de uma sedimentoscopia:

Cilindros:

- São moldes das luzes tubulares, formados pela precipitação e/ou aglutinação de proteínas e outros conteúdos nos seus interiores.

- A presença de cilindros nos sedimentos urinários, sempre deve ser questionada pelos médicos.

- Tipos:

o Cilindros hialinos (proteínas puras).

o Hemáticos (hemácias).

o Piocitários (piócitos).

o Epiteliais (células epiteliais).

o Cilindros mistos (mais de um componente).

o Cilindros granulosos.

o Gordurosos (granulosos com material lipídico).

Bactérias:

- Sempre que presentes, deve-se investigar:

UROCULTURA:

Negativa: não houve crescimento bacteriano.

Positiva: ocorreu crescimento bacteriano (exemplo: Escherichia coli).

Maior que 100.000 UFC/ml em pacientes sintomáticos: INFECÇÃO

Maior que 100.000 UFC/ml em pacientes assintomáticos (02 amostras de urocultura): BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA

Menor que 100.000 UFC/ml: COLONIZAÇÃO.

O antibiograma é um exame feitoem


Urocultura
laboratório, de forma a identificar o
agente causador da doença e o
antibiótico específico ao qual o
agente é sensível ou resistente. Para
realizar o exame, é colhido saliva,
sangue, urina, fezes, tecidos ou
expectoração.

23
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Hemácias:

- Até 100 hemácias por campo: microhematúria.

- Mais de 100 hemácias por campo: macrohematúria.

Leucócitos ou piócitos:

A presença de leucócitos na urina costuma indicar que há alguma inflamação nas vias urinárias. Em geral, sugere infecção urinária, mas pode estar
presente em várias outras situações, como traumas, uso de substâncias irritantes ou qualquer outra inflamação não causada por um agente infeccioso.
Como também são células, os leucócitos podem ser contados na sedimentos copia. Valores normais estão abaixo de 5 células por campo.

Cristais:

Esse é talvez o resultado mais mal interpretado, tanto por pacientes como por alguns médicos. A presença de cristais na urina, principalmente de oxalato
de cálcio, não tem nenhuma importância clínica (a não ser que seja em grande quantidade). Ao contrário do que se possa imaginar, a presença de cristais
não indica uma maior propensão à formação de cálculos renais. Os únicos cristais com relevância clínica são: - Cristais de cistina - Cristais de magnésio-
amônio-fosfato (estruvita) - Cristais de tirosina - Cristais de bilirrubina - Cristais de colesterol. A presença de cristais de ácido úrico, se em grande
quantidade, também deve ser valorizada.

Células epiteliais:

A presença de células epiteliais raras é normal. São as próprias células do trato urinário que descamam. Elas só têm valor quando se agrupam em forma
de cilindro, recebendo o nome de cilindros epiteliais.

Provas de Função Renal:

As provas de função renal não avaliam a etiologia do distúrbio renal. Avaliam a presença ou a ausência de uma disfunção com uma estimativa
aproximada de sua gravidade.

Provas de Função Glomerular - PROVAS DE DEPURAÇÃO (CLEARANCE)

- TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR

Provas de Depuração (Clearance)

• É a medida da velocidade de remoção de uma substância do sangue durante a sua passagem pelos rins.

• Melhor método disponível para estimar a presença de lesão glomerular difusa de grau leve a moderado.

Clearance de Creatinina

Produto metabólico da fosforilação da creatina-P no músculo

Produzida constantemente e diariamente.

A síntese e excreção relacionam-se diretamente com a massa muscular.

Excretada através de uma combinação de filtração glomerular (70 a 80%) e secreção tubular.

Melhor estimativa da TFG que a uréia.

Desvantagens:

1. Valor de referência é estabelecido para adultos jovens (TFG ↓ com a idade).

2. Necessidade de obter urina em tempo cronometrado e sem perda;

3. Dependência da massa muscular;

4. Variáveis Laboratoriais

24
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

- Cálculo utilizado:

DCE = U x V x 1,73 / S x A

U = Creatinina na urina (mg/dL);

S = Creatinina no soro (mg/dL);

V = Volume minuto (volume de urina colhido/tempo de colheita em minutos);

A = Área de superfície corporal do paciente;

1,73 = Área de superfície corporal média (K)

- Valores normais:

 Crianças: 70 – 140 ml/min/1,73 m²

 Homens: 85 – 130 ml/min/1,73 m²

 Mulheres: 75 – 115 ml/min/1,73 m²

 Idosos: após os 40 anos de idade, espera-se uma redução de aproximadamente 6,5 ml/min/1,73 m² a cada 10 anos.

VALORES AUMENTADOS

- Sem significação clínica (erros na coleta da urina e/ou esvaziamento incompleto da bexiga).

VALORES DIMINUÍDOS

Enfermidades agudas ou crônicas do glomérulo;

- Redução do fluxo sanguíneo do glomérulo;

- Lesão tubular aguda.

Clearance de Uréia

Metabólito de compostos nitrogenados, incluindo proteínas.

Processada no fígado.

Altera níveis séricos pela dieta e catabolismo protéico.

Valores: de 10 a 45 mg/dl de sangue.

É livremente filtrada pelos glomérulos renais, 40 a 50% são reabsorvidos no túbulo contornado proximal.

TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAR

- Mede a taxa filtração glomerular (TFG), utilizando a creatinina sérica, que constitui um bom índice da função renal.

- Uma das principais fórmulas para estimar a filtração glomerular é a equação de Cockcroft-Gault:

TFG (ml/minuto) = (140 – idade em anos) x Peso (Kg)

Creatinina Sérica x 72

- Sendo a paciente do sexo feminino, deve-se multiplicar o resultado final por 0,85.

- Valores normais: 70 – 140 ml/min.

25
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

SISTEMA ENDOCRINOLÓGICO
1 – Anamnese

Atentar para: Acantose nigricans - hiperpigmentação verrugosa, aveludada e acastanhada das pregas cutâneas (pescoço, virilha e axilas). Comum em
situações de hiperinsulinemia – obesidade, Síndrome dos Ovários Policísticos, S. de Cushing, Diabetes e acromegalia.

Mixedema é uma desordem de pele e tecidos causada geralmente por hipotireoidismo prolongado. Mais freqüente nas mulheres (5x). As
características de mixedema são: Edema de face, formando "bolsas" sob os olhos.

2 – Antropometria I

Três biotipos básicos:

Endomorfo: corresponde àquele indivíduo gordo, isto é, membros superiores e inferiores curtos e flácidos, abdômen protuso e cheio, ombros e cabeça
redondo, e tórax com aparência pequena;

Mesomorfo: indivíduos com tipo atlético, ou seja, ombro e peitos largos, braços e pernas musculosos e abdômen pequeno. Apresenta pouco tecido
gorduroso subcutâneo;

Ectomorfo: indivíduo longelíneo o qual possui face magra (testa alta), pescoço fino e comprido, ombros caídos e largos, tórax e abdômen com
espessura e largura diminuídos.

• Apesar dessa classificação, a maior parte dos indivíduos não se


encaixam em todas as características desses biotipos.

• Outros fatores que influenciam nas medidas antropométricas


são raça, idade, sexo, época (hábitos alimentares, de prática
esportiva, etc).

26
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Relação Cintura-Quadril:

Circunferência abdominal:

- Linha média entre o rebordo costal e a crista ilíaca. Em mesomorfos, costuma coincidir com a linha da cicatriz umbilical.

Circunferência do quadril:

- Trata-se de um valor isolado sem importância – usado para fazer a Relação Cintura Quadril.

A relação entre a cintura e o quadril (RCQ), é um excelente meio para identificar a existência do risco aumentado para doenças cardiovasculares e HAS.

A conta é simples: (RCQ= c. cintura/c. quadril)

Com uma fita métrica meça a circunferência da cintura e divida este número pela circunferência do quadril.

Resultados superiores ou iguais a 0,8 para mulheres e 1,0 para homens, indicam alto risco para doenças cardiovasculares, o risco maior quanto
maior for o valor.

27
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Escala de Tunner – Pênis e Escroto:

G2: Os testículos e o escroto são


maiores. A pele do escroto
muda e textura. O escroto fica
G1: Estágio Infantil
mais baixo. O pênis torna-se um
pouco maior. Início da
puberdade

G3: Aumento do G4: Aumento da largura e


comprimento do pênis. comprimento do pênis. O
Os testículos são escroto escurece e aumenta em
maiores e mais baixo virtude do aumento dos
que G2 testículos. A glande desenvolve-
se, aumentando o tamanho.

G5:
Estágio Adulto

Orquidômetro:

Método gráfico para mensuração do volume testicular. O testículo é palpado e visualmente


comparado com estes seis modelos gráficos de elipse. O volume testicular é estimado como similar a
um destes seis volumes ou a um dos volumes intermediários entre dois volumes consecutivos
representados no desenho. Assim, a escala completa das medidas inclui 13 volumes: menor que 2ml,
2ml, 3,5ml, 5ml, 7,5ml, 10ml, 12,5ml, 15ml, 17,5ml, 20ml, 22,5ml, 25ml e maior que 25ml.

28
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Escala de Tunner – Pêlos Pubianos Masculinos:

P1: Estágio infantil: P2: Pequena quantidade de


Sem pêlos. pêlos longos, finos e
esparsos. Devem ser lisos e
levemente encaracolados.
Localizados na base do
pênis.
P3: Pêlos são mais escuros,
mais grossos e mais encaracolados.
Localizados na junção do púbis. P4: Pêlos são mais grossos,
cobrindo uma área maior
que P3.

Pubarca

P5: Os pêlos cobrem uma


P6: Estágio adulto -
área maior, mais espalhados, com
Aumento de quantidade de
aparência de adulto.
pelos. Forma losango em
direção a cicatriz umbilical.

Escala de Tunner – Mamas:

Telarca

29
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Escala de Tunner – Pêlos Pubianos Femininos:

Pubarca

P1 - fase de pré-adolescência (não há pelugem).

P2 (9-14 anos) - presença de pêlos longos, macios e ligeiramente pigmentados ao longo dos
grandes lábios.

P3 (10-14,5 anos) - pêlos mais escuros e ásperos sobre o púbis.

P4 (11-15 anos) - pelugem do tipo adulto, mas a área coberta é consideravelmente menor
que a do adulto.

P5 (12-16,5 anos) - pelugem do tipo adulto, cobrindo todo o púbis e a virilha.

30
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

4 - Tireoide

4.1. Anatomia:

A tireóide é uma glândula, com 15-30 gramas, localizada no pescoço


anterior ao nível das vértebras C5 até T1, em frente à traquéia, e é
imediatamente inferior à laringe (e à maçã de adão). Ela está recoberta
por músculos do pescoço e pelas suas fascias.

Tem forma de H e é constituída por dois lobos unidos por um istmo. Tem
cor escura vermelha. Está envolvida por uma cápsula de tecido
conjuntivo.

A glândula tireóide é formada por dois lobos ligados pelo istmo e


encontra-se intimamente aderida à traquéia. Os lobos se justapõem à
face lateral da traquéia e do esôfago desde a cartilagem tireóide até o
sexto anel da traquéia. Os lobos são cobertos pelos músculos esterno-
cleido-mastoideo, esterno-ióideo e esterno-tireóideo.

4.2. Exame Físico:

- Inspeção

- Palpação: consistência; mobilidade; tamanho - normal ou aumentado (bócio-difuso ou nodular).

- Ausculta: reservada para pacientes que tenham sinais/sintomas de hipertireoidismo.

Inspeção

- Normalmente a glândula não é visível.

- Posicionar-se à frente do paciente.

- Paciente sentado.

- Estender a cabeça para trás e provocar a deglutição.

- Como a glândula é fixa à fáscia pré-traqueal, ela se desloca para cima com a deglutição do paciente. Assim, muitos bócios difusos ou nodulares são
facilmente documentados durante a deglutição.

- Nos aumentos difusos da glândula, as duas faces laterais e a anterior do pescoço ficam uniformemente abauladas.

- É importante frisar que adiposidade cervical algumas vezes é confundida com bócio, devendo-se notar, porém, que ela não se desloca à deglutição.

- Numa inspeção normal de tireóide, diz-se que a glândula é devidamente móvel e aparentemente sem presença de bócio.

31
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Palpação

ISTMO – 1o. Passo (localizar a glândula)

- Colocar o polegar direito, horizontalmente, abaixo da cartilagem cricóide.

- Na deglutição, percebe-se o istmo de consistência borrachosa, com cerca de


0,5cm de largura. O istmo com tamanho aumentado, firme ou com nódulos é
uma indicação de anormalidade tireoidiana.

Método 1:

- Posicionar-se à direita e à frente do paciente.

- Localizar o istmo e posicionar os dedos polegar e indicador direitos em cada um dos lados da traqueia.

- Solicitar deglutição e sentir a glândula bilateralmente passando pelos dedos.

- Palpar os lóbulos individualmente, colocando os dedos indicador e médio da mão D justapostos para palpar o lóbulo E, do mesmo modo com a mão E
para lóbulo D.

Método 3:

- Paciente sentado com o examinador em pé atrás do paciente.

- Pedir para o paciente fletir a cabeça para o lado a ser examinado a fim de descontrair o músculo esterno-cleidomastoídeo.

- Dedos indicador e médio da mão, penetrar na face interna do músculo explorando o lóbulo da glândula, deslizando os dedos desde a cartilagem
tireóidea até o 6º anel da traqueia.

- Solicitar a deglutição.

32
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Método 2: (Recomendado!)

- Posicionar-se à direita um pouco à frente do paciente.

- Sugestão de sequência:

1- Depois de realizada a inspeção, coloca-se o polegar direito horizontalmente


no istmo da glândula e pede-se para que o paciente degluta.

2- Como se estivesse “enforcando” o paciente, coloca-se o mesmo polegar


direito no lobo direito do paciente e pede-se para que ele degluta.

3- Agora, com o polegar esquerdo, localiza-se novamente o istmo da glândula.


Pede-se que o paciente degluta.

4- Da mesma forma, como se estivesse “enforcando” o paciente, coloca-se o


mesmo polegar esquerdo, dessa vez no lobo esquerdo da tireóide. Pede-se que
o paciente degluta.

- Contando com a inspeção, em que se pediu para o paciente estender a cabeça


para trás e deglutir, memorizar que no exame de inspeção e palpação da
tireóide, pede-se que o paciente degluta em um total de 5 vezes (uma vez na
inspeção e quatro vezes na palpação).

Ausculta

- Realizar em todos os pacientes com tireotoxicose.

- O aumento do fluxo sanguíneo poderá determinar a ocorrência de sopros sobre a glândula, algumas vezes acompanhado de frêmitos.

33
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Sinal de Pemberton
- O bócio multinodular pode causar obstrução da traquéia e quando retroesternal também a obstrução da veia cava superior.

- O sinal de Pemberton aparece quando se eleva o braço do paciente acima da cabeça. Esta manobra faz com que o paciente fique dispneico, com
distensão das veias do pescoço, pletora facial ou com estridor.

Sinal de Chvostek – Hipocalcemia


- Consiste na presença de espasmo ipslateral do músculo facial em resposta à percussão do nervo facial na região zigomática – Hipoparatireoidismo.

Sinal de Trousseau - Hipocalcemia


- Manutenção do manguito do esfigmomanômetro inflado por 3 minutos na pressão arterial média. O sinal positivo é presença de espasmo carpopodal
– Hipoparatireoidismo.

34
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

5 – Pé Diabético

Definição (OMS):

- É o pé de indivíduo diabético, que apresenta infecção, ulceração e ou destruição de tecidos profundos, associados com anormalidades neurológicas e
vários graus de doença vascular periférica no membro inferior.

Ao examinar os pés de um paciente diabético, analisa-se:

- Alterações de sensibilidade da pele;

- Presença de hiperemia;

- Hipertermia;

- Edema

- Deformidades

- Calos;

- Ulcerações com ou sem secreção ou gangrena;

A tríade do pé diabético é composta por:

1 – Neuropatia.

2 – Doença vascular periférica.

3 – Infecção.

35
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Exame físico:

TESTE COM MONOFILAMENTO: a incapacidade de sentir a pressão necessária para curvar o monofilamento de 10 g. Na atual diretriz, é pesquisado
somente no hálux.

TESTE COM O MARTELO: a sensação profunda pode ser avaliada através do teste do reflexo do tendão de Aquiles utilizando-se o martelo.

TESTE COM O DIAPASÃO: a sensação vibratória pode ser avaliada de uma forma mais simples com o diapasão ou através de um aparelho, o
Biotensiômetro.

Teste com Monofilamento

- Duração: 2 segundos.

- Aplique o monofilamento em torno do perímetro de uma úlcera, calo, cicatriz, ou necrose, nunca sobre tais lesões. Evite deslizar o monofilamento
sobre a pele, não faça toques repetitivos sobre a área de teste.

- Pressione o monofilamento sobre a pele e pergunte ao paciente SE ele sente a pressão aplicada (sim/não) e ONDE a pressão está sendo aplicada (pé
direito/pé esquerdo).

- Repita a aplicação duas vezes no mesmo local e alterne com, pelo menos, uma aplicação simulada, na qual o monofilamento não é aplicado; faça três
perguntas por local de aplicação.

- A sensação protetora está presente se o paciente responder corretamente a duas das três aplicações.

- A sensação é considerada ausente diante de duas das três respostas incorretas, então o paciente é considerado em risco de ulceração.

36
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Teste com Martelo

Reflexo Aquileu:

- Músculo estudado: tríceps sural;

- Sede do estímulo: tendão de Aquiles;

- Resposta: flexão do pé;

- Nervo: poplíteo medial;

- Centro medular: L2-S1.

Teste com Diapasão

PERCEPÇÃO DA VIBRAÇÃO OU PROPRIOCEPÇÃO

- O diapasão é aplicado sobre a parte óssea dorsal da falange distal do hálux. A aplicação é
perpendicular com uma pressão constante. Repita esta aplicação duas vezes, mas alterne, com, pelo
menos, uma simulação, na qual o diapasão não vibre.

- O teste é positivo se o paciente responde corretamente a, pelo menos, duas das três aplicações; e
negativo, isto é, em risco de ulceração, com duas respostas incorretas.

- Se o paciente é incapaz de perceber a vibração no hálux, o teste é repetido em segmentos mais


proximais, como o maléolo ou tuberosidade da tíbia.

Outros exames:

Sensibilidade Dolorosa

- Material: Palito, pino

- Local de exame: Dorso do pé

- Sem lesionar a pele.

37
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Sensibilidade Tátil

- Material: Chumaço de algodão

- Local de exame: (dorso do pé)

Pulsos

Pulso Tibial Posterior Pulso Pedioso

Tempo de Enchimento Venoso

A pessoa com diabetes deve estar deitada em decúbito dorsal;

Elevar as pernas a 45 graus durante um minuto;

Observar a presença de palidez acentuada dentro deste período;

Após este período ajudar a pessoa a sentar;

Observar tempo de enchimento venoso, que deve ser inferior a 15 segundos;

Observar também o Rubor de Declive (hiperemia da perna ao sentar), quanto mais intenso, maior será a isquemia.

38
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

SISTEMA DIGESTÓRIO

1 – Exame Físico

O exame físico do sistema digestório é composto por:

1.1. Inspeção;

1.2. Ausculta;

1.3. Percussão;

1.4. Palpação;

1.5. Manobras especiais;

Obs: A ausculta é realizada antes da percussão e palpação para que não haja estímulos gastrointestinais e evitar aumento involuntário do
peristaltismo.

2.1. Inspeção:

Antes de entendermos como é realizada a inspeção, é necessário que saibamos a topografia do abdômen:

Divisão do abdômen em REGIÕES

Com as figuras acima, percebe-se que o abdômen é dividido em:

- 4 Quadrantes

- 9 zonas.

39
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Inspeção Estática:

- Paciente em posições ortostática e decúbito dorsal.

- Tipos de abdome.

Abdome Globoso: gravidez, ascite, obstrução intestinal, etc.

Abdome em Ventre de Batráquio: diâmetro transverso > anteroposterior.

Abdome Pendular: de pé, com vísceras ou líquido ascítico, pressionando a porção inferior.

Abdome em Avental: acúmulo de gordura - obesos.

Abdome Escavado: emagrecidos - retração.

Abdome em Tábua: escavado de parede rígida (hipertonia muscular)

- Abaulamentos, retrações, cicatrizes.

- Pele e anexos.

- Turgescência venosa (Spiders).

40
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Inspeção Dinâmica

- Verificar se há a presença de hérnias (importância da inspiração e expiração forçada – Manobra de Valsalva)

- Respiração

Normalmente, a respiração é tóraco-abdominal. No homem, há o predomínio da respiração abdominal e na mulher predomina a respiração torácica.

- Movimentos peristálticos

É normal verificar um pouco de movimento peristálticos, mas não exageradamente.

- Pulsações no abdomên (aortismo ou dilatação aneurismática)

2.2 Ausculta:

- A ausculta é realizada antes da palpação e da percussão para que se evite movimentos involuntários de peristaltismo.

- É realizada de acordo com os 4 quadrantes abdominais.

As vísceras ocas do tubo digestório contêm, em seu interior, líquidos e gases, decorrentes da ingestão e digestão dos alimentos. O conteúdo dessas
vísceras é constantemente agitado, misturado e impulsionado caudalmente pelos movimentos segmentares e peristálticos. Estes movimentos são
controlados pelo sistema nervoso autônomo. A ação dos movimentos intestinais sobre seu conteúdo líquido-gasoso produz ruídos que, normalmente,
são audíveis apenas com estetoscópio ou por meio de procedimentos que aumentem a sua intensidade. Os sons ouvidos recebem a d enominação de
ruídos hidroaéreos.

- Na ausculta abdominal, então, analisa-se a presença de ruídos hidroaéreos, que podem estar:

Normais.

Aumentados: pode indicar oclusão intestinal.


Permanecer 2 minutos em cada quadrante é
Ausentes: pode indicar íleo paralítico. o correto, mas se o ruído já for auscultado,
Diminuídos. passar para o próximo quadrante!

- Além dos ruídos hidroaéreos, também pesquisa-se a presença de sopros:

- Sopro aórtico: abaixo do apêndice xifoide – artéria aorta

- Sopro renal: abaixo do gradil costal – artéria renal

- Sopro ilíaco: acima da crista ilíaca – artéria ilíaca

- Sobro femoral: na crista ilíaca – artéria femoral

2.3. Palpação:

A palpação é realizada no abdômen, de acordo com as 9 zonas, seguindo-se uma sequência no


sentido horário, com o paciente deitado.

- Sugestão: Começar da fossa ilíaca direita e seguir a sequência: Fossa ilíaca direita, flanco direito,
hipocôndrio direito, epigastro, hipocôndrio esquerdo, flanco esquerdo, fossa ilíaca esquerda,
hipogastro e mesogastro.

41
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Palpação Superficial: pressiona-se delicadamente com cerca de 1cm de profundidade, com movimentos suaves, toda a extensão dos dedos, não só as
pontas. Analisa-se:

- Sensibilidade do tecido;

- Resistência;

- Continuidade;

- Pulsações.

Palpação Profunda: deprimir a parede abdominal a cada expiração, com movimentos circulares, com toda a extensão dos dedos, não só as pontas.
Analisa-se:

- Órgãos, massas palpáveis ou tumorações.

Palpação Superficial Palpação Profunda

Ao palpar, podemos encontrar:

Fossa Ilíaca Direita Abscessos (apendicite)

Flanco Direito Tumor de rim / cólon ascendente

Hipocôndrio Direito Hepatomegalia / Aumento de vesícula biliar

Epigastro Tumor de estômago e pâncreas/Hepatomegalia.

Hipocôndiro Esquerdo Tumor de pâncreas / Esplenomegalia

Flanco Esquerdo Esplenomegalia / Tumor de rim

Fossa Ilíaca Esquerda Diverticulite / Tumor de sigmoide

Hipogastro Bexigoma / Útero palpável

Mesogastro Aneurisma de aorta ou herniações

42
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2.4. Percussão:

A percussão abdominal é realizada em quadrantes. Os sons gerados devem ser timpânicos. Entretanto, no quadrante superior direito, logo abaixo do
rebordo costal, o som gerado é maciço por causa da presença do fígado.

- O ouvido do examinador deve estar


a menos de 1 metro do plexímetro e
plexor.

- Realizar até 3 repetições em cada


quadrante.

- Na figura ao lado, está a sequência


sugerida.

2.5. Manobras especiais:

SINAL DE MURPHY

- Realizado no quadrante superior direito ou hipocôndrio direito.

- Com o paciente em decúbito dorsal, pede-se ao paciente que faça uma inspiração profunda ao mesmo tempo em que se comprime o ponto cístico.
O paciente terá uma parada da inspiração devido a dor.

- Se houver dor, indica colecistite aguda (inflamação aguda da vesícula biliar). Ponto cístico: situa-se no ângulo
formado pelo rebordo costal direito e
borda externa do músculo reto
abdominal.

SINAL DE BLUMBERG

- Dor ou piora da dor à descompressão súbita do ponto de McBurney, situado no terço médio
lateral entre a cicatriz umbilical e a crista ilíaca direita.

- Com o paciente em decúbito dorsal, é realizada uma compressão no ponto de McBurney,


seguida de uma descompressão súbita, que será referida pelo paciente como dor ou piora da
dor quando o sinal estiver presente.

- “Na medida em que o paciente vai inspirando, o examinador vai fazendo a compressão. No
Ponto de McBurney
momento da expiração, faz-se a descompressão súbita.”.

- O sinal de Blumberg é um dos sinais


clássicos da Medicina, e sua presença
representa inflamação peritoneal, e é muito
sugestivo do diagnóstico de apendicite.

Sinal de Blumberg – compressão na inspiração

43
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

SINAL DO OBTURADOR

- Dor abdominal manifestada à rotação interna da coxa e perna direita fletida, estando o
membro inferior esquerdo estendido.

- Sinal de inflamação adjacente do músculo obturador interno. Também pesquisa apendicite.

SINAL DO PSOAS-ILÍACO

- Dor abdominal manifestada à extensão completa da coxa direita, estando o paciente em decúbito lateral esquerdo.

- Usa-se a mão esquerda para apoio no quadril do paciente, e a mão esquerda para provocar a extensão completa da coxa direita.

-Indica inflamação adjacente ao músculo psoas-ilíaco em caso de dor.

SINAL DE LAPINSKY

- Dor abdominal manifestada à elevação do membro inferior direito estendido por compressão do ceco
contra a parede posterior do abdome.

- Indica inflamação retro-cecal.

SINAL DO PIPAROTE

- Para realizar o procedimento pede-se para o paciente colocar a mão na linha


mediana do abdômen (apoiar com certa firmeza - não apoiando a palma, mas sim a
lateral da mão esticada na linha mediana) e então se realiza a percussão (na verdade,
uma espécie de ‘peteleco’) em um dos lados do abdômen. Observa-se se há
transmissão de onda de líquido para o lado oposto do abdômen. Caso haja
prosseguimento da onda para o lado oposto do abdômen o sinal é considerado
positivo.

- Pesquisa ascite.

SINAL DE ROVSING

- Dor manifestada em fossa ilíaca direita por deslocamento de gases, após compressão de fossa ilíaca esquerda e flanco esquerdo.

- Indica inflamação peri-cecal.

44
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

SINAL DE JOBERT

- Percussão direta na linha axilar média sobre a área hepática.

- Geração de sons timpânicos em vez de maciços indica ar livre na cavidade por perfuração de víscera oca (pneumoperitônio).

SINAL DE LENNANDER

- Dissociação superior a 1 grau centígrado entre as temperaturas axilar e retal

- Indica inflamação / coleção pélvica.

SINAL DA POÇA

- Na suspeita de pequeno volume de líquido ascítico, pede-se ao paciente para ficar na posição genupalmar e se inicia a percussão de baixo para cima
na região periumbilical. Havendo líquido livre, esta região ficará maciça. Este sinal é o que tem maior sensibilidade na presença de líquido ascítico, sendo
positivo na existência de apenas 150ml.

MACICEZ MÓVEL DE DECÚBITO

- Em pacientes com macicez nos flancos e timpanismo na região umbilical, deve-se pesquisar se há líquido livre na cavidade que, devido ao decúbito
dorsal, faz o líquido escorrer para os flancos e as alças flutuarem, dando o timpanismo na região periumbilical. Para descobrir se o líquido é livre se faz
a percussão e se descobre o ponto entre o timpanismo e a macicez e pede-se que o paciente fique em decúbito lateral, para o líquido escorrer, fazendo
com que a área anteriormente maciça fique timpânica – forma o semicírculo de Skoda.

Semicírculo de Skoda

45
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

MANOBRAS VOLTADAS PARA PALPAÇÃO E PERCUSSÃO DE FÍGADO E BAÇO

FÍGADO

PERCUSSÃO HEPÁTICA (Hepatimetria)

Tórax em direção ao abdômen - som


claro pulmonar para maciço.

Abdômen em direção ao tórax – som


timpânico para maciço.

SINAL DE TORRES HOMEM

- Se houver dor, sinal de abscesso


hepático.

46
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

PALPAÇÃO HEPÁTICA

Para a palpação do fígado, existem duas manobras:

TÉCNICA DE LEMOS TORRES: A mão esquerda do médico fará pressão no ângulo lombo-costal (rechaço), com o fim de elevar a borda inferior do fígado. A
mão direitaserácolocadaespalmada sobre a parede anterior do abdome acadamovimentoinspiratório do fígado.Apesquisa comamãodireitadeve ser feita desde afossa
ilíacadireita.

TÉCNICA DE MATHIEW: As mãos paralelas e com os dedos “em garra”, pesquisando-se desde a fossa ilíaca direita a borda inferior do fígado durante as
inspirações.

47
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

BAÇO

PERCUSSÃO ESPLÊNICA

Espaço de Traube: é um espaço semilunar que vai do 6º ao 11º espaço intercostal, tendo como
limites: gradil costal, baço, pâncreas, cólon, rim e estômago. Normalmente, quando percutido,
apresenta timpanismo.

48
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

PALPAÇÃO ESPLÊNICA

A palpação pode ser executada com o paciente em decúbito dorsal (abaixo) ou na chamada posição de Schuster (acima), que consiste em posicionar o
paciente em decúbito lateral direito, flexionar seu membro inferior esquerdo e posicionar seu membro superior esquerdo atrás da cabeça.

- A palpação se inicia na região abaixo do rebordo costal esquerdo.

- Deve ser acoplada à respiração do paciente. Os dedos são aprofundados durante a expiração e superficializados durante a inspiração.

- Nesses movimentos, procura-se sentir a borda esplênica, que se mobiliza durante a respiração, a procura de uma esplenomegalia. Lembrando, o baço
não é, normalmente, um órgão palpável.

49
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

SISTEMA HEMATOLÓGICO

EXAME DOS PULSOS

Pulso Temporal:

- Região frontal, acima da arcada supra-orbitária

- Palpar com as polpas digitais dos dedos médio e indicador.

Pulso Carotídeo:

- As pulsações da carótida são visíveis e palpáveis medialmente aos músculos esternocleidomastoideos.

- Para sua palpação, devemos colocar o polegar esquerdo (ou o indicador e dedo médio) sobre a carótida direita e vice-versa, no terço inferior do
pescoço, adjacente à margem medial do músculo esternocleiomastoideo bem relaxado, aproximadamente ao nível da cartilagem cricóide.

Pulso Axilar: (não muito utilizado nas aulas por ser invasivo)

- Afunda-se a mão no oco axilar, mão esquerda na axila direita e vice-versa.

50
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Pulso Braquial

- Examinador de pé do lado que estiver sendo palpado com o paciente em decúbito dorsal

- Com a mão direita o examinador sustenta a mão direita do paciente ao mesmo tempo em que o braço é levantado e mantido em leve flexão.

- Mão esquerda do examinador abarca a parte média do braço, imediatamente abaixo do deltoide.

- O polegar funciona como ponto de fixação enquanto a ponta dos dedos médio e indicador se insinuam por baixo do bíceps até encontrar a artéria
braquial.

Pulso Radial

- Polpa dos dedos indicador e médio

- Polegar se fixa no dorso do punho do paciente.

- Examinador usa a mão direita p/ examinar o pulso esquerdo e vice-versa.

- Mão do paciente repousa sobre o leito ou mesa de exame em supinação.

Pulso Femoral (não utilizado em aulas e provas por ser invasivo)

- Palpadas nas regiões inguinais com o paciente em decúbito dorsal

- Usa-se a polpa dos dedos indicador, médio e anular.

- Mão que palpa repousa na raiz da coxa.

51
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Pulso Poplíteo

- Paciente em decúbito ventral com a perna semi-fletida.

- Poplítea D: o examinador se coloca do lado direito, segurando com a mão E a perna do paciente, enquanto o indicador e médio D se aprofundam no
oco poplíteo á procura da artéria.

Pulso Tibial Posterior

- Localizam-se imediatamente após o maléolo medial.

- Palpar os pulsos pelas polpas dos dedos indicador, médio e anular.

Pulso Pedioso

- Sulco entre o hálux e o segundo dedo.

- Pediosa D: o examinador usa a mão E, fixando o polegar na planta do pé, enquanto as polpas do dedo indicador, médio e anular procuram no dorso
do pé a artéria.

52
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Os parâmetros avaliados no exame dos pulsos arteriais são: (FRAS)

Frequência:

- Normal: 50-100 p.p.m

- Bradisfigmia: < 50 p.p.m

- Taquisfigmia: > 100 p.p.m

Ritmo:

- Regular ou rítmico

- Irregular ou arrítmico

“Trata-se da sequência de pulsações, que devem ser separadas por intervalos iguais”.

Amplitude:

- 0 = Ausente

- 1 = Diminuída

- 2 = Normal

- 3 = Aumentada

- 4 = Muito aumentada

“Trata-se da ‘força’ que o pulso faz sobre os dedos”

Simetria:

- Simétrico

- Assimétrico

“Trata-se da simultaneidade da pulsação das artérias contralaterais”

Obs: Não se esquecer de comparar os pulsos contralaterais!

53
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

EXAME DE GÂNGLIOS

Submandibulares

- Normalmente, os linfonodos NÃO são palpáveis!

- Sempre comparar os gânglios contralaterais.

- Sugestão de sequência durante a realização do exame: - Utiliza-se a polpa digital dos dedos
1 – Occipitais indicador, médio e anelar.
2 – Retroauriculares
- Deve-se ficar de frente para o
3 – Pré-auriculares paciente, que deve estar sentado.
4 – Sub-mandibulares
- No exame dos gânglios occipitais,
5 – Sub-mentonianos
pode se usar o polegar e ficar atrás
6 – Cervicais superficiais e profundos do paciente.
7 – Supraclaviculares

54
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

- Caso o gânglio esteja palpável, analisar:

Localização

Qual cadeia?

Tamanho

Azeitona? Limão? Laranja?

Consistência

Duro ou mole?

Mobilidade

Móvel ou aderente?

Sensibilidade

Doloroso ou não?

Estado da pele na região

Lesões elementares?

DICA PARA GRAVAR: (MOSE, TA LOCO É?)

MO - Mobilidade

SE – Sensibilidade

TA – Tamanho

LO – Localização

CO – Consistência

É – Estado da pele na região

55
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

SISTEMA NEUROLÓGICO

INSPEÇÃO: atentar para: MARCHA do paciente, ATROFIAS musculares, ASSIMETRIAS e outras alterações.

1. MOTRICIDADE VOLUNTÁRIA:

 Movimentos Ativos: para pesquisá-los, solicita-se que o paciente realize todos os movimentos
possíveis nosdiferentes segmentos do corpo. Verifica-se se há dor, limitação articular, espasticidade e
rigidez.

 Cabeça e Pescoço:

- Flexão, extensão, rotação e inclinação para ambos os lados.

- Testar os músculos que dependem dos nervos cranianos (III, IV, VI, V, VII, XI, XII).

 Membros Superiores:

- Nos dedos: flexão, extensão, adução, abdução, oponência do polegar.

- Nas mãos: flexão, adução, abdução, pronação, supinação e rotação.

2. FORÇA MUSCULAR

- O paciente realiza um determinado movimento contra resistência do examinador.

- Para testar a força muscular, pedir para fazer os movimentos acima passivamente, ativamente e contra resistência
e comparar com o lado oposto.

 Grau 0 = Ausência de contração muscular- Atonia (paralisia).

 Grau 1 = Presença de contração muscular sem deslocamento de segmento (a contração só é perceptível à palpação).

 Grau 2 = Contração muscular com deslocamento de segmento, desde que eliminada a ação da gravidade.

 Grau 3 = Movimento ativo contra ação da gravidade.

 Grau 4 = Movimento com capacidade para vencer uma resistência leve.

 Grau 5 = Movimento ativo normal.

MANOBRAS DEFICITÁRIAS:

MANOBRA DOS BRAÇOS ESTENDIDOS (MINGAZZINI PARA MEMBROS SUPERIORES):

 Paciente com braçosestendidos para a frente do corpo de 30 segundos a 1


minuto.
 Realizar uma vez com os olhos abertos e depois com os olhos fechados.

56
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

MANOBRA DE RAIMISTE:
Com o paciente em decúbito dorsal, os antebraços são fletidos sobre os braços em ânguloreto, e as mãos são estendidas com os dedos
separados por 1 a 2 minutos.

MINGAZZINI:
Com o paciente em decúbito dorsal, ele deve fletir as pernas em ângulo reto sobre as coxas, e as coxas sobre a bacia por 1 a 2 minutos.

BARRÉ:
Com o paciente em decúbito ventral, com as pernas fletidas formando um ângulo reto com as coxas.

WATTENBERG:
Posicionar as pernas fletidas semi-abertas com os pés apoiados pelos calcanhares mantendo os pés em ângulo de 45 graus com o leito.

57
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

3. EQUILÍBRIO

Equilíbrio estático (avaliado antes da marcha): Paciente em posição ereta, pés unidos e olhos fechados.

- Sinal de Romberg (se cair para qualquer lado  Sinal de Romberg Verdadeiro)

Obs: Queda para um só lado, diz-se que o sinal de Romberg é Esteriotipado ou pseudo Romberg).

Equilíbrio dinâmico: Pede-se para o paciente andar de um lado para o outro. Verifica-se se a marcha é normal(eubasica) ou patologica
(disbasica).

Tipos de marcha patológica:

 Marcha em bloco
 Marcha ebriosa
 Marcha talonante
 Marcha "em estrela"
 Marcha a pequenos passos
 Marcha escarvante
 Marcha ceifante

4. COORDENAÇÃO MOTORA

Perda = ataxia (pode ser cerebelar, sensitiva ou mista)

- Prova índex-index

- Prova índex-nariz

- Prova índex-lobo da orelha

- Diadococinesia (movimentos alternados)

- Prova do rechaço (também é prova de força e contra-resistência)

- Prova do calcanhar/joelho/crista da tíbia (paciente sentado)

58
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Prova índex – nariz; Prova Calcanhar/Joelho/Crista da Tíbia

5. REFLEXOS

Superficiais: Cutâneo-plantar

 Normal: flexão dos dedos;

 Patológico: Babinski – extensão do hálux (1º dedo do pé)

Profundos:

 Membros Superiores: BICIPITAL, TRICIPITAL, ESTILORRADIAL


 Membros Inferiores: PATELAR (utiliza-se a Manobra de Jendrassik) e AQUILEU

59
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

6. SENSIBILIDADE:

 Superficial:

Tátil: utiliza-se um pequeno chumaço de algodão, ou algo parecido. Deve-se estimular todos os dermátomos do
paciente, no sentido céfalo-podálico, sempre respeitando a bilateralidade.

Térmica: tubos de ensaio (água fria e morna)

Dolorosa: utiliza-se uma agulha de superfície romba. A realização é semelhante à da sensibilidade tátil, sempre
respeitando dermátomos e bilateralidade.

 Profunda:

 Vibratória: avaliada com o uso de um diapasão vibrando e colocado levemente sobre as articulações.

 Cinético-postural (Propioceptiva): pode ser avaliada com o paciente de olhos fechados e o examinado
movimentando, por exemplo, o grande hálux e perguntando sua posição num determinado momento.

 Dolorosa

 Barestésica (sensibilidade à Pressão): testada com o uso de um objeto arredondado, como um pequeno
tubo, como qual se aplica uma pressão em áreas da pele.

60
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

7. NERVOS CRANIANOS:

I Par (Olfatório):

Nervo sensitivo responsável pelo sentido de olfação. Durante o exame físico, devem-se observar possíveis obstruções das vias nasais, como:
desvio de septo, fratura e presença de secreção. Com os olhos fechados, o paciente deve identificar odores familiares (café, limão, sabonete).
Cada narina deve ser testada separadamente.Hiponosmia é a redução da olfação; Anosmia é a ausência da olfação.

II Par (Nervo óptico):

Nervo sensitivo, responsável pela visão. Para avaliação do campo visual, o paciente deve cobrir um dos olhos, fixando seu olhar no nariz do
examinador. Este, por sua vez, move o seu dedo na frente do paciente, do campo temporal ao campo nasal. O paciente deverá informar
quando estiver visualizando o dedo do examinador.

III, IV, VI Par (Nervos Oculomotor, Troclear e Abducente):

Responsáveis pelos movimentos oculares. O oculomotor faz a acomodação visual, permitindo focalizar objetos próximos ou distantes com
constrição pupilar; movimentação do globo ocular. O nervo troclear realiza movimentação do globo ocular para baixo e para fora, com rotação
para dentro. O abducente tem a função deabdução do globo ocular.

Para avaliar a mobilidade ocular, pede-se ao paciente para seguir o dedo do examinador em movimento, para o lado, para cima e para baixo.
Feito com cada um dos olhos. Dessa forma, examinam-se os movimentos do globo ocular, os movimentos conjugados (movimentos simultâneos
de ambos os olhos) e a presença de nistagmo (tremorno globo ocular). Com o uso de uma lanterna, testam-se os reflexos pupilares. Para testar
reflexo córneo-palpebral,deve-se encostar delicadamente uma gaze na superfície temporal de cada córnea, enquanto o paciente olha para
cima. A resposta esperada é o piscar dos olhos e o lacrimejamento.

V Par (Nervo Trigêmio):

Nervo misto, com raiz motora e sensitiva. A raiz sensitiva é formada por três ramos: oftálmico, maxilar e mandibular (inervam todo o território
da face). A raiz motora acompanha o ramo mandibular e distribuem-se pelos músculos damastigação: masseter, temporal e pterigóideos.

Para verificar a sensibilidade, o examinador deve instruir o paciente a fechar os olhos. Com uma gaze, toca a fronte do indivíduo, seu queixo e
a face lateral do rosto, comparando sempre as duas metades do rosto. O paciente deve descrever que tipo de toque lhe está sendo feito. Para
a realização do teste da função motora do nervo trigêmeo, o examinador deve pedir ao paciente para que abra a boca amplamente e, usando
as mãos, deve tentar fechá-la.

VII Par (Nervo Facial):

O nervo facial desempenha funções motora e sensitiva. Para avaliação, o examinador verifica a simetria dos movimentos faciais, enquanto o
paciente sorri, assobia, franze as sobrancelhas, faz careta e cerra as pálpebras. Testa-se, ainda, a diferenciação entre doce e salgado,
examinando, dessa forma, a sensibilidade gustativa da língua.As lesões do nervo facial são caracterizados por hemiparesia facial, desvio da
comissura dos lábios para o lado contralateral e não fechamento da pálpebra.

61
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

VIII Par (Nervo Vestibulococlear)

O nervo vestibulococlear tem duas porções distintas: a porção vestibular e a porção coclear. No exame da acuidadeauditiva, deve-se cobrir um dos
condutos auditivos e testar a audição por meio do som de um relógio, um sussurro ou estalar dos dedos. O paciente deve estar apto a ouvir o som e a
fazer a sua diferenciação. A avaliação de equilíbrio deve ser feita da seguinte maneira: instruir o paciente para que fique de olhos fechados e em pé,
com as pernas aproximadas, posicionando os braços e as mãos paralelamente ao corpo. A posição é mantida por 10 segundos, sem perder o equilíbrio.
Logo em seguida, o paciente é orientado a assumir a posição normal para andar,unindo o calcanhar de um pé com o dedo do outro, e dar 10 passos.

IX Par (Nervo Glossofaríngeo)

É um nervo misto, e suas fibras distribuem-se, principalmente, para a língua e para a faringe. Para avaliação destenervo, o paciente deve ser instruído
para que abra sua boca e diga “ah”. Observa-se a elevação e contração do palato mole e da úvula. Avalia-se o reflexo da deglutição, percebendo
sinais de disfagia. Recomenda-se anotar alguma dificuldade de fonação e articulação de palavras.

X Par (Nervo Vago)

Nervo misto. O examinador deve tocar a parte posterior da língua com um abaixador, ou estimular a faringe posterior para desencadear o reflexo do
vômito. Observar a presença de rouquidão e a simetria da úvula e do palato mole.

XI Par (Nervo Acessório)

Este nervo possui fibras motoras que vão para os músculos esternocleidomastóideo e trapézio. O examinador deve avaliar a capacidade do paciente
de encolher os ombros e de fazer rotação com a cabeça contra uma resistência imposta. Um desvio do queixo para baixo, contra a resistência, indica
o lado paralisado. O exame deve ser feito embusca de atrofia muscular e queda de ombro.

XII Par (Nervo Hipoglosso)

O nervo hipoglosso inerva os músculos intrínsecos e extrínsecos da língua. A força da língua é testada pedindo-se aopaciente para que empurre sua
ponta contra a bochecha, para ambos os lados, contra resistência do dedo do examinador. Observar a presença de desvio, atrofia ou tremores na
protusão da língua.

62
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

SISTEMA REUMATOLÓGICO
Esta parte do resumo é adaptada do material elaborado pelos reumatologistas CÉSAR CALDAS e OTÁVIO PAZ - Manual de Reumatologia do CEMEC – CESUPA

1. EXAME FÍSICO DO OMBRO

Complexo de articulações, composto pelas glenoumeral, esternoclavicular e acromioclavicular. Amplitude de


movimento representada por adução, abdução, extensão, flexão, rotações interna e externa.

Anatomia:

1. INSPEÇÃO:
Observar o paciente com os membros superiores ao lado do tronco. Notar assimetrias, atrofias, atitudes antálgicas,
desalinhamento e pontos de referência. É importante solicitara abdução do ombro na busca de sintomas ao longo do
chamado “arco doloroso”.

63
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2. PALPAÇÃO:
Notar presença de atrofias, tumefações, calor local ou pontos dolorosos.

3. MANOBRAS ESPECÍFICAS:
a) Amplitude de movimento do ombro:

4. TESTES DE IDENTIFICAÇÃO DE TENDINITE OU ROTURA:

a) MANOBRA DE NEER: elevação


passiva do membro com extensão do
cotovelo e pronação do antebraço.
Provoca choque da inserção do
supraespinhal contra o acrômio.

64
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

b) HAWKINS: rotação interna do ombro flexionado a 90o com cotovelo fletido a 90o.

c) SPEED: membro superior supinado, com cotovelo quase estendido completamente, solicita-se
ao paciente que eleve seu membro contra resistência. Exclusivo para tendão da cabeça longa do
bíceps.

65
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

d) TESTE DE GERBER: solicita-se que o


paciente posicione o dorso da sua mão na
região lombar (nível L3) e que o mesmo a
afaste, para verificar integridade do
tendão subescapular.

e) TESTE DE JOBE: com os membros superiores abduzidos em semiflexão de 30 o, pede-se para que
seja feita elevação dos membros sob resistência. Exclusivo para avaliação de rotura de
supraespinhal.

66
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2. EXAME FÍSICO DO COTOVELO:

Composto pelas articulações radioulnar, radioumeral e umeroulnar. Amplitude de movimento:flexão, extensão, pronação e
supinação.

Anatomia:

1. INSPEÇÃO: assimetrias, abaulamentos, tumefações.

2. PALPAÇÃO: calor local, dor


olecraniana, tumoração sólida ou de
consistência líquida. A figura ao lado
ilustra a palpação da Bursa
olecraniana.

67
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

3. MANOBRAS ESPECÍFICAS:

3.1. EPICONDILITE LATERAL

a) TESTE DE COZEN: extensão do punho sob resistência, com o cotovelo pronado, fletido a 90 o
eestabilizado.

b) TESTE DE MILL: palpa-se o epicôndilo lateral do


cotovelo, enquanto realiza o movimento de flexão
do punho, pronação do antebraço e completa a
extensão do cotovelo.

3.2. EPICONDILITE MEDIAL (os testes não apresentam epônimos)

a) FLEXÃO DO PUNHO CONTRA RESISTÊNCIA,


COM O COTOVELO SUPINADO, FLETIDO A 90O
E ESTABILIZADO.

b) EXTENSÃO PASSIVA DO COTOVELO,


SUPINAÇÃO E EXTENSÃO DO PUNHO.

68
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

c) TESTE DO TÚNEL CUBITAL OU ULNAR: manter


durante 60segundos o cotovelo fletido em supinação
com extensão do punho. Caso haja sintomatologia
similar à queixa do paciente (dor, dormência ou
formigamento na região medial do cotovelo, quarto e
quinto dedos) considera-se positivo.

69
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

3. EXAME FÍSICO DO PUNHO

Formado pelas articulações radioulnar e radio-cárpica. Amplitude de movimento: flexão,extensão, flexões


ulnar e radial.

Anatomia:

1. INSPEÇÃO: deformidades, assimetrias, protusões, desvios.

2. PALPAÇÃO: calor, tumefações, cistos. Palpa-se com o antebraço pronado, punho fletido a
40º,com os polegares do examinador contactando a face posterior do punho na procura por
flutuações ou estruturas induradas.

70
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

3. MANOBRAS ESPECÍFICAS:

a) Testes para síndromes compressivas


neurológicas:

- PHALEN: flexão dos punhos ao longo de 60


segundos. É positivo quando desencadeia
sintomatologia.

- TINEL: percussão da face anterior do


punho, no trajeto do nervo mediano.
Positivo: quando há dor irradiada para o
primeiro, segundo e terceiro quirodáctilos.
Sugere compressão do nervo mediano ao
níveo do punho.

b) Tenossinovite de D’Quervain:

MANOBRA DE FINKELSTEIN: polegar aduzido e com


os demais quirodáctilos fletidos, promove-se a
flexão ulnar passiva do punho. Quando positiva, há
dor na face lateral do punho.

*Observação: atentar para existência de quadro doloroso


conhecido como síndrome do túnel de Guyon (compressão do
nervo ulnar ao nível do punho).

71
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

4. EXAME FÍSICO DAS MÃOS:

Estrutura complexa composta pelas articulações do carpo, carpo-metacárpicas, metacarpo-falangeananas


(MTF), interfalangeanas proximais (IFP) e interfalangeanas distais (IFD).

Anatomia:

1. INSPEÇÃO: atentar para


deformidades (desvio ulnar dos
quirodáctilos, dedos em “Z”, dedos
em “boutonnière”, dedos em
“pescoço de cisne”, nódulos), atrofia
de regiãodorsal (atrofia de músculos
interósseos), atrofia de palmas
(neuropatias).

A Figura ao lado ilustra uma mão com atrofia


de músculos interósseos,desvio ulnar, dedos
em boutonnière e pescoço de cisne.

72
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2. PALPAÇÃO: notar presença de sinais


flogísticos articulares, nódulos de
Heberden (IFD), nódulos de Bouchard
(IFP), cistos, nódulos reumatoides,
nódulos em face palmar. A figura ao
lado demonstra os nódulos de
Hberden e Bouchard, presentes na
osteoartrite, normalmente sem sinais
de flogose associados.

3. MANOBRAS ESPECÍFICAS:

a) Teste de integridade dos tendões flexores


superficiais dos quirodáctilos: o examinador
mantém os dedos extendidos e pede para o
paciente flexiona-los, como ilustra a figura ao
lado, o 2º quirodáctilo fletiu, mostrando o
tendão patente.

b) Teste de integridade dos tendões flexores


profundos dos quirodáctilos: o examinador
mantém a extensão das IFP, solicitando ao
paciente a flexão dos dedos. Como mostra a
figura abaixo, ocorre a flexão da IFD, tendo
como interpretação, a preservação do tendão.

73
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

1. Lembrar das dores referidas, secundárias a compressões mielorradiculares, como nas


discopatias intervertebrais cervicais, síndrome do desfiladeiro torácico, compressões
extrínsecas de plexo braquial por massas (neoplasias pulmonares, por exemplo).

2. Importante saber a distribuição das raízes nervosas de acordo com a topografia da


queixa do paciente (dermátomos), como demonstrado na figura abaixo:

74
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

5. PROPEDÊUTICA DA COLUNA CERVICAL

Anatomia:
Composta por 07 vértebras.

Figura 257 - Anatomia da coluna cervical

1. INSPEÇÃO:

Avalia-se a posição da cabeça em relação ao pescoço estaticamente durante a marcha, bem como inclinações laterais provocadas
por torcicolos, cervicalgias ou cervicobraquialgias.

2. PALPAÇÃO:

Realiza-se palpação da região cervical com o paciente sentado, orientado a relaxar a musculatura do pescoço e cintura escapular,
colocando-se o examinador por detrás do paciente. Pesquisa-se alterações na musculatura, pontos gatilho, tender points,
gânglios, tireóide.

3. MOVIMENTAÇÃO:

FLEXÃO: o alcance normal permite que o paciente encoste o queixo na face anterior do tórax

EXTENSÃO: o movimento normal permite que o paciente olhe diretamente para o teto

ROTAÇÃO LATERAL D e E: permite que o queixo do paciente quase se alinhe ao ombro

INCLINAÇÃO LATERAL D e E: a lateralização normal é até 45º

75
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

4. EXAME NEUROLÓGICO:

Feito a partir do plexo braquial (C5-T1) avaliando alteração da força, sensibilidade e reflexos

a. C5: motor: exclusivo do musculo deltóide e parcial do bíceps


Teste: flexão do cotovelo
 Reflexo: bicipital
 Sensibilidade – face lateral do braço

b. C6: motor: bíceps


Teste: extensão do punho
 Reflexo: braquiorradial
 Sensibilidade: face lateral do antebraço, polegar e indicador

c. C7: motor: tríceps, flexores do punho e extensores dos dedos


Teste: extensão do cotovelo
 Reflexo: tricipital
 Sensibilidade: dedo médio (3º dedo)

d. C8: Motor: músculos interósseos e flexor dos dedos


Teste: flexão dos dedos
 Reflexo: não há
 Sensibilidade: dedo anular e mínimo (4º e 5º dedos)

e. T1: motor: músculosinterósseos


Teste: abdução do 5o dedo
 Reflexo: não há
 Sensibilidade: face medial do braço

5. MANOBRAS ESPECIAIS:

MANOBRA DA DISTRAÇÃO: manobra que alivia o espasmo muscular pelo


relaxamento da musculatura contraída e conseqüente alívio da dor, que pode ser
originada por compressão radicular por estreitamento dos forames de conjugação.
O examinador deve se colocar por detrás ou ao lado do paciente, o qual deve estar
sentado, faz-se a tração cervical com os dedos apoiados no ângulo mandibular e na
região occpital; é positiva se ocorrer alívio da dor.

MANOBRA DA COMPRESSÃO (SPURLING): pode ajudar a reproduzir a dor irradiada


para os membros superiores originadas na compressão radicular. A compressão deve
ser realizada por um minuto, estando a coluna cervical em posição neutra, e
posteriormente em inclinação lateral.

76
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

6. PROPEDÊUTICA DA COLUNA LOMBAR

1. INSPEÇÃO

Observar a presença de deformidades.

Através da inspeção lateral identificam-se as curvaturas fisiológicas da


coluna vertebral (Figura 1).

Devem ser observadas alterações como retificação da lordose lombar e


escoliose.

Atenção: a denominação da escoliose é determinada pela convexidade da


curva (Figura 2).

Na inspeção posterior do paciente deve ser observada a altura dos ombros


(a) simetria dos triângulos formados pelo antebraço e parede lateral do abdome
(b) altura das cristas ilíacas
(c) altura das linhas articulares dos joelhos (d) (Figura 3).

Atenção: discrepâncias na altura das cristas ilíacas ou das linhas articulares dos joelhos podem indicar diferença no
comprimento dos membros inferiores, devendo os mesmos ser medidos com uma fita métrica, desde a espinha ilíaca ântero-
superior da bacia até o maléolo medial do membro inferior ipsilateral (Figura 4).

77
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

2. PALPAÇÃO

Todas as apófises espinhosas devem ser palpadas, além das regiões paravertebrais e articulaçõessacroilíacas, em busca de
pontos dolorosos, nodulações, contraturas paravertebrais.

3. MOVIMENTAÇÃO E MANOBRAS

A movimentação passiva deve ser testada em todos os planos (flexão, extensão, flexão lateral,rotação) a procura de
movimentos que desencadeiem dor ou restrições de movimento (Figura 5).

Como exemplos, sabemos que a piora da dor à flexão pode indicar patologias discais ou dores miofasciais, enquanto dores
que pioram à extensão podem estar relacionadas a osteoartrite zigoapofisária ou canal estreito medular.

Durante a flexão, a distância mão-chão deve ser anotada (Figura 6),


normalmente menor do que 10 cm, porém a flexão do quadril pode compensar
perdas de flexão da coluna lombar. Para verificar a contribuição da flexão lombar,
utiliza-se o teste de Schöber: marca-se um ponto a altura de L5 (cerca de 2 cm
abaixo da linha que une as duas cristas ilíacas) e outro 10 cm acima,pedindo-
se então para que o paciente flexione ao máximo a coluna lombar, medindo-se
novamente a distância entre os dois pontos (Normal ≥ 5 cm) (Figura 7).

78
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Atenção: dores que a princípio o paciente possa atribuir a patologias


vertebrais, muitas vezes tem relação com patologias abdominais (Figura 8),
devendo a região abdominal ser cuidadosamente examinada.

Frequentemente problemas na coluna lombar determinam compressão de


raízes nervosas (lombociatalgia), o que necessita de exames específicos. O
primeiro passo é determinar se a dor irradiada para o membro inferior segue por
um trajeto radicular típico acompanhando um dermátomo (Figura 9). Ao examinar
o paciente, alguns reflexos profundos correspondem a raízes nervosas
lombossacrais (raiz L3 e/ou L4 – Reflexo Patelar e raiz S1- Reflexo Aquileo), os
quais devem ser avaliados. A diminuição de força para extensão do hálux indica
comprometimento de raiz L5 eda flexão plantar, raiz S1.

A MANOBRA DE LASÈGUE pode ser útil para indicar compressão radicular


L4, L5 ou S1. Em decúbito supino, o médico eleva o membro inferior do paciente
segurando-o na altura do tornozelo. O teste é considerado positivo se houver
irradiação ou exacerbação da dor no trajeto L4-L5 ou L5-S1 em um ângulo de 30 a
70o (Figura 10). Este achado é reforçado caso ao flexionar o joelho, haja diminuição
ou desaparecimento da dor (manobra de Bragard ou Sinal do arco da corda).

79
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

As raízes mais altas, L2, L3 e ainda L4, podem ser testadas através da
manobra do estiramento femoral. Com o paciente em decúbito ventral, o joelho
é flexionado e em seguida, segurandono tornozelo, a coxa do paciente é elevada
da maca (Figura 11). A dor reproduzida na face anterior da coxa indica
comprometimentode L2 e L3, a dor na face medial da coxa indica acometimento
da raiz L4.

Por fim, o paciente deve ser orientado a caminhar sobre a ponta dos pés
(dorsiflexão dos tornozelos) e em seguida sobre os calcanhares (flexão plantar dos
tornozelos). A incapacidade de andar na ponta dos pés indica compressão da raiz
S1 e a incapacidade de andar sobre os calcanhares indica lesão de L5.

O exame do quadril e sacroilíacas podem ser considerados como parte integrante do exame da coluna lombar, visto que
dores destas articulações frequentemente são referidas como lombalgias.

1. Inspeção

A marcha deve ser avaliada como um indicativo de lesão no quadril. A MARCHA DE TRENDELENBURG indica fraqueza dos
abdutores por doença crônica do quadril, onde a pelve do lado lesionado desce quando o lado contralateral suporta o peso do
corpo. O mesmo pode ser examinado de maneira estática, observando o paciente de pé por trás. Solicita-se que o paciente fique
em pé apoiado apenas pelo lado acometido. Normalmente o glúteo médio mantém a altura da pelve, porém sua fraqueza faz com
que haja queda do membro elevado (Figura 12).

80
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Deve ser observada se há discrepância entre a altura das cristas ilíacas. Uma hiperlordose lombar pode indicar doença
com flexão fixa do quadril. Rotação externa do quadril é comum em osteoartrite severa ou fratura femoral.

2. PALPAÇÃO

Dor localizada cerca de 10 cm abaixo da espinha ilíaca ântero-superior,


local onde o nervo cutâneo lateral penetra na fáscia profunda, é típico da meralgia
parestésica (Figura 13).

Após flexionar e abduzir o quadril, dor a palpação na origem dos adutores


indica tendinopatia (Figura 14).

Em decúbito lateral, com o quadril e joelho do lado a ser examinado fletidos, deve-se palpar ao nível do grande trocanter
femoral. Dor localizada indica bursite trocantérica (Figura 15).

81
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

a. MOVIMENTAÇÃO

Deve ser pesquisa se há restrição ou dor à movimentação em qualquer um dos planos (Figura 16).

O TESTE DE THOMAS indica deformidade fixa em flexão do quadril.


Flexione totalmente o quadril sadio, observando a retificação da lordose lombar. A
flexão da coxa e joelho contralateral indica a positividade do teste (Figura 17).

82
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

A MANOBRA DE PATRICK OU FABERE (acrônimo de flexão, abdução e


rotação externa) é realizada com o paciente deitado emposição supina, fazendo a
flexão do joelho e quadril a 90o e o pédo paciente posicionado sobre o joelho
contralateral. A coxa é forçada em abdução e rotação externa, estando a outra mão
do examinador fixando a espinha ilíaca ântero-superior oposta (Figura18). Dor ao
nível da região inguinal ipsilateral indica patologia coxofemoral e a dor na região
lombar contralateral pode indicar acometimento de sacroilíaca. A dificuldade de
abduzir a coxa também pode refletir o encurtamento da musculatura adutora do
quadril.

Para o diagnóstico de contratura da banda iliotibial, pode-se realizar a


MANOBRA DE OBER. Com o paciente deitado em decúbito lateral e com o membro
a ser examinado posicionado para cima, faz-se a flexão do joelho, extensão e
abdução do quadril (Figura 19). Considera-se o teste positivo quando o examinador
retira o apoio sob o membro e este não cai em direção à maca.

A MANOBRA DE ELY avalia a contratura do reto femoral. Com o paciente


em decúbito ventral, o examinador flexiona o joelho (Figura 20). Normalmente o
tornozelo deveria encostar na nádega.

83
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

6. PROPEDÊUTICA DO JOELHO

1. INSPEÇÃO

Deformidades como genu valgum, genu varum ou genu recurvatum devem ser pesquisadas com o paciente em pé (Figura 21).
Outros aspectos também devem ser observados durante a inspeção: trofismo do quadríceps, presença de edema e eritema.

2. PALPAÇÃO

Deve-se palpar toda a articulação a procura de pontos dolorosos. Dor no pólo superior da patela sugere tendinopatia do
tendão do quadríceps, no pólo inferior indica inflamação do ligamento patelar, dor na interlinha articular do joelho pode indicar
patologia meniscal e dor localizada, cerca de 1 cm abaixo da interlinha articular, na face medial do joelho, sugere bursite da pata
de ganso, local deinserção do tendão do semitendinoso, grácil e sartório (Figura 22).

84
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

A patela deve ser mobilizada (Figura 23), observando-se deslocamento excessivo como encontrado nas síndromes de
hipermobilidade ou mesmo patelas fixas, encontradas em doenças com grave acometimento articular, como a osteoarrite.

A temperatura da articulação é percebida com a face palmarda mão, lembrando que a articulação é um pouco mais fria
do que o restante do membro, daí quando a temperatura está igual o restante do membro, já deve considerá-la como quente.

A presença de derrame articular pode ser percebida pelo TESTE DE


PRESSÃO PATELAR, no qual, com o joelho em extensão, a mão esquerda do
examinador desloca o líquido do recesso suprapatelar e com os dedos da mão
direta, pressiona a patela contra o fêmur (Figura 24). NA PRESENÇA DE LÍQUIDO,
É NOTADA A FLUTUAÇÃO DA PATELA (SINAL DA TECLA POSITIVO).

Para derrames menores, o BULGE TEST (TESTE DE ABAULAMENTO) é útil.


O líquido é deslocado pela palma da mão direita da face medial ou lateral do joelho
até o recesso suprapatelar. Com a mão esquerda o líquido é deslocado do recesso
suprapatelar para baixo. O líquido deslocado abaulará a face livre do joelho (Figura
25).

85
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

3. MOVIMENTAÇÃO

Enquanto o examinador realiza movimentos de extensão e flexão do joelho, a mão esquerda deve ser posicionada sobre
o joelho para verificar a presença de crepitações, as quais são indicativas de dano articular, como ocorre na gonartrose (Figura
26).

Crepitação no compartimento patelo-femoral pode ser verificada fazendo a apreensão do pólo superior da patela com o
polegar e indicador, forçando a patela para baixo, em direção da maca e também em direção aos pés. Solicita-se ao paciente que
contraia o quadríceps, isto deslocará a patela para cima e o examinador notará a presença ou não de crepitações.

Os ligamentos colaterais mediais e laterais ajudam a manter a estabilidade do joelho, devendo ser testados por manobras
de estresse, respectivamente, estresse em valgo e estresse em varo (Figura 27). A frouxidão destes ligamentos pode ser
constitucional, devendo sempre ser testado de maneira comparativa com o outro lado.

86
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Os ligamentos cruzados, anterior (LCA) e posterior (LCP), evitam o deslocamento anterior e posterior da tíbia sobre o
fêmur, respectivamente (Figura 28). Para testar a integridade destes ligamentos utiliza-se a MANOBRA DA GAVETA ANTERIOR
PARA O LCA E GAVETA POSTERIOR PARA O LCP. Com o paciente em decúbito dorsal, faz-se uma flexão de do joelho a 90o, devendo
o examinador sentar-se no pé do paciente para estabilizar a perna. Segurando pela extremidade proximal da perna, deve-se
tracioná-la para frente (gaveta anterior) ou empurrá-la para trás (gaveta posterior). O deslocamento anterior ou posterior da tíbia
reflete lesão do LCA ou LCP, respectivamente (Figura 29).

Para testar a integridade dos meniscos, uma manobra útil é a de APLEY.


Com o paciente em decúbito ventral, faz-se a flexão do joelho em 90o. O joelho do
examinador deve ficar sobre a porção distal da coxa do paciente, estabilizando-a.
O examinador faz a rotação do joelho do paciente ao mesmo tempo em que faz
uma compressão axial (Figura 30). Quando a manobra é positiva o paciente refere
dor no momento da compressão. Oriente-se pelo calcanhar do paciente: quando
voltado para a lateral, você estará testando o menisco lateral; quando o tornozelo
estiver apontando medialmente, você estará testando o menisco medial.

87
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

7. PROPEDÊUTICA DE PÉS E TORNOZELOS

1. INSPEÇÃO

Ambos os pés devem ser inspecionados a procura de edema, deformidades (ex. hálux
valgo – Figura 31), calosidades (não deixar de examinar a sola dos pés), alterações cutâneas ou
ungueais. Observando os pés posteriormente podemos observar deformidades em varo (pés
desviados para a linha média) e valgo (pés desviados para longe da linha média) (Figura 32). O
arco plantar pode estar exagerado (pé cavo) ou ausente (pé plano)(Figura 33).

2. PALPAÇÃO

O tornozelo e pés devem ser palpados livremente, sem estar apoiados,


exceto pela mão do examinador, a procura de edema e pontos dolorosos. Embora
seja mais difícil identificar sinais de sinovite nas articulações dos pés,
metatarsofalangeanas e interfalangeanas, do que nas mãos, estas devem ser
palpadas a procura de espessasmento sinovial ou aumento de temperatura. No
caso das metatarsofalangeanas, uma manobra útil é a compressão metatarsal ou
Squezze. Trata-se simplesmente de comprimir todas as metatarsofalangenas
simultaneamente (Figura 34). A dor pode indicar sinovite em uma ou mais
articulações.

88
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Qualquer ponto doloroso pode ser um achado importante no exame físico dos pés e a localização pode prontamente
sugerir o diagnóstico, como:

i. Nas torções de tornozelo, as rupturas ligamentares são mais


comuns no complexo ligamentar lateral, sendo o ligamento fibulotalar
anterior o mais comumente lesionado, podendo no exame físico,
apresentar-se por dor localizada nas proximidades do maléolo lateral do
tornozelo;

ii. Dor a palpação na porção medial do calcanhar pode indicarfasciíte


plantar (Figura 35);

iii. A tendinopatia do Aquileo é comum, apresentando dor na


inserção do mesmo na face posterior do calcâneo. Quando acompanhada
de bursite, geralmente há um aumento de volume mais acentuado no local;

iv. Neuroma de Morton, uma neuropatia degenerativa induzida


mecanicamente, comumente apresenta-se com dor localizada entre a
cabeça dos metatarsos, geralmente entre o 3º e 4º metatarsos (Figura 36).

3. MOVIMENTAÇÃO

O tornozelo apresenta movimentos de flexão, extensão, inversão e


eversão, os quais devem ser testados quanto a sua amplitude, desencadeamento
de dor e crepitações (Figura 37).

89
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io
GUIA RESUMIDO DE SEMIOLOGIA MÉDICA @casalmedresumos

Os movimentos realizados de maneira passiva pelo examinador sempre devem ser comparados bilateralmente. Rupturas
ligamentares podem ser suspeitadas quando há movimentação excessiva de um dos lados.

Outra maneira de pesquisar instabilidade ligamentar do tornozelo é através do TESTE DA GAVETA, realizado tracionado
anteriormente o calcanhar enquanto empurra a porção distal da perna para trás (Figura 38).

A integridade do Tendão Aquileo pode ser verificada pelo TESTE DE THOMPSON. Faz-se compressão da panturrilha com
o paciente em decúbito ventral (Figura 39). O teste é positivo quando há a flexão plantar do pé. Teste negativo indica ruptura do
tendão Aquileo.

Atenção: assim como na Síndrome do Túnel do Carpo, o Teste de Tinel pode ajudar, neste caso, na Síndrome do Túnel
de Tarso. O nervo tibial posterior deve ser percutido abaixo do maléolo medial, sendo o teste positivo quando desencadeia
dor irradiada para a região plantar (Figura 40).

90
medvideos.io medvideos.io medvideos.io medvideos.io

Você também pode gostar