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CADERNO DE QUESTÕES

REFERENTE A ESSE RESUMO:

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS ESTUDOS

VIGILÂNCIA EM SAÚDE
ÍNDICE

SUS 3

SAÚDE SUPLEMENTA 24

MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA OS INDICADORES DE SAÚDE 29

SAÚDE DO TRABALHADOR 49

VIGILÂNCIA DA SAÚDE 60

EPIDEMIOLOGIA 72

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SUS
HISTÓRIA DA SAÚDE NO BRASIL
• Antes dos SUS, quem tinha dinheiro era atendido por médicos particulares
e quem não tinha grana era atendido por instituições filantrópicas

PANORAMA HISTÓRICO EM RELAÇÃO À SAÚDE


• República Velha

o A assitência à saúde pública e privada era de baixa qualidade e


resolutividade

o Campanhas de prevenção e combate a algumas doenças


transmissíveis e epidemias rurais

o Assistência à saúde oferecida pelas Santas Casas da Misericórdia


para a população carente

o Criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP), em 1923,


dando início à assistência médica previdenciária, restrita a
trabalhadores de determinadas EMPRESAS

• Era Vargas

o Saúde pública a cargo do Ministério da Saúde e Educação (MESP),


de baixa qualidade e limitada

o Assistência médica prestada, por meio dos Institutos de


Aposentadorias e Pensões(IAP) apenas aos trabalhadores que
exerciam atividades remuneradas, de determinadas CATEGORIAS
profissionais

o Os IAP substituíram as CAP, a partir de 1933

• Autoritarismo (Ditadura Militar)

o Saúde pública a cargo do Ministério da Saúde, de baixa qualidade


e limitada

o Unificação dos IAP, dando origem ao Instituto Nacional de


Aposentadorias e Pensões (INPS), em 1966

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o Criação do Instituto Nacional de Assistencia Médica da Previdencia
Social (INAMPS), em 1977 desmembrando as ações de assistência
médica do INPS

o As políticas de saúde privilegiavam o setor privado

o Assistência médica previdenciária (INPS e INAMPS) restrita aos


trabalhadores que exerciam atividades remuneradas, sendo
estendida ao final do período da Ditadura Militar aos trabalhadores
rurais

o Assistência médica previdenciária centrada na doença e em


procedimentos, sendo de baixa qualidade e alto custo, culminando
com falência do INAMPS

o Início do movimento de Reforma Sanitária, na década de 1970

o Criação das Ações Integradas de Saúde (AIS), em 1983

DESCRIÇÃO DE MODELOS DE SAÚDE


• Modelo assistencial sanitarista

o Tem como objetivo tratar os problemas de saúde da população


através de campanhas e de programas especiais. Não é um modelo
de INTEGRALIDADE da atenção e é centralizador. Corresponde ao
modelo da saúde tradicional. É um modelo que visa “apagar focos
de incêndio”

• Modelo médico-assistencial privatista

o É o modelo de demanda espontânea, dos indivíduos que procuram


os serviços médicos por iniciativa própria. Não é exclusividade do
setor privado, também está presente nos setores públicos quando
estes não se organizam para atender as necessidades da
população. Teve origem na assistência filantrópica e na medicina
liberal. Foi fortalecido durante a expansão da previdência e na
capitalização da saúde. Não altera muito o nível de saúde da
população
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• Modelo assistencial alternativo

o É o modelo do SUS. Visa à integralidade das ações, atende às


necessidades locais, a promoção de saúde. É o modelo que
representa a vigilância de saúde

• E, A PARTIR DESTE CONTEXTO HISTÓRICO, COMEÇAMOS A DESCREVER


A EVOLUÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL...

• CAPS (Caixas de Aposentadorias e Pensões)

o Na década de 1920: comerciantes contribuíam para uma “caixinha”,


empresas e estado também contribuíam. Esse dinheiro era
destinado para gastos com saúde dos funcionários e
aposentadorias. Isso foi na época da República Velha 1890 – 1930
faziam campanhas para tratar determinada doença, ex: campanha
contra malária

• IAPS (Instituto de Aposentadorias e Pensões)

o CAPS com dinheiro de Getúlio Vargas, administrado por órgãos


públicos. Muitos hospitais foram construídos com o dinheiro
arrecadado através do investimento em infraestrutura da saúde.
Contudo, excluía algumas classes de trabalhadores, de pessoas
informais. Na era Vargas cresceu a incidência de doenças crônico-
degenerativas

• INPS (Instituto Nacional de Previdência Social) 1966

o Ocorreu durante governo militar, agrupou todos os antigos IAPS


em um único órgão. Foi positivo, pois possibilitou ao paciente
vários hospitais para frequentar, em diferentes cidades

o Contudo, o dinheiro da saúde previdenciária passou a ser usado


pelos militares para obras de infraestrutura. Além disso,
financiaram o setor privado, e com isso os hospitais públicos
começaram a ficar sucateados

• INAMPS (Instituto Nacional da Assistência Médica e Previdência Social)

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o Após o INPS ter quebrado, o INAMPS surge como uma tentativa
maior de controle de gastos

o Os problemas:

§ Acesso restrito: desempregados e informais não tinham


acesso ao serviço de saúde

§ Ênfase na cura A previdência era “dona dos hospitais”

§ Medicina tinha um caráter ditatorial

• As revoltas/discussões

o Reforma Sanitária

§ Paralisação das políticas privatizantes do INAMPS

§ Transferências de recursos previdenciários para estados e


municípios

§ Prioridade para fortalecimento de serviços públicos

§ Integração das ações e dos serviços de saúde

§ Descentralização gerencial

§ Participação popular

o Plano CONASP/AIS (ações integradas em saúde) estratégia rumo


a universalização, integração e racionalização dos serviços públicos
de saúde

• Conferência Nacional de Saúde 1986

o “Saúde, direito de todos, dever do Estado”

o Conceito ampliado de saúde

o Culmina com a criação do Sistema Único de Saúde (não cria, mas o


documento sugere a medida)

• SUDS 1987

o Última etapa antes do SUS

• SUS (criado pela Constituição Federal de 1988)

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o Antes o acesso era restrito

o Era uma ênfase na CURA

o O Ministério da Previdência regia a saúde

o Era uma medicina ditatorial, paciente tinha pouca voz

§ Dessa forma, criaram o SUS

o O acesso passou de restrito a ser universalizado

o A ênfase na cura foi substituído por integralidade e a equidade

o Se antes era controlado por ministérios, passou a almejar a


descentralização, regionalização e hierarquização da saúde

§ A medicina ditatorial dá lugar à participação social

o Por trás de cada princípio do SUS temos que saber a ideia que o
princípio traz

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

• Princípios ÉTICOS/DOUTRINÁRIOS (todos começam com vogais)

o UNIVERSALIZAÇÃO Acesso a todos cidadãos (sejam brasileiros

ou imigrantes legais ou ilegais)

o INTEGRALIDADE Ações de saúde serão integradas, um único

ministério fará ações na prevenção, cura e reabilitação

o EQUIDADE - cuidado, muita gente associa na mente ideia de


igualdade, mas é bem diferente. Aqui o conceito, é de equilíbrio, é
reconhecer que cada um é diferente do outro, com suas próprias
necessidades e que você deve sempre priorizar aquele que precisa
mais, é tratar de forma desigual os desiguais. É o princípio que mais
cai em prova

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• Princípios ORGANIZACIONAIS/OPERATIVOS (Começam com consoantes)

o DESCENTRALIZAÇAO Divisão dos poderes, cada esfera tem

seu poder

o REGIONALIZAÇAO - Municipalização
o HIERARQUIZAÇAO Todo mundo tem direito a tudo, mas de

forma organizada, divididos entre atenção básica, média e alta


complexidade

o PARTICIPAÇÃO SOCIAL - População se insere no SUS por meio


dos conselhos e conferências

o RESOLUBILIDADE SUS deve resolver os problemas de saúde da

população. Contudo, se o setor público for incapaz de atender suas


demandas, poderá acessar o privado...

o COMPLEMENTARIEDADE - Se SUS for insuficiente, pode

contratar o privado, sempre dando preferência ao filantrópico,


privado não lucrativo e, só por fim, o privado

• COMENTÁRIO: Em 1988 na Constituição criou-se o SUS, mas ainda


restaram algumas dúvidas... por exemplo: se a saúde é ofertada para todo
de forma integral sendo capaz de resolver os problemas, e o setor privado,
será necessário? Não sei.. Se o SUS vai ser descentralizado, qual o poder de
cada gestor (presidente, governador, prefeito)? Não sei... Quanto de
dinheiro e como se repassa o dinheiro ao Município? Não sei.. Assim, o SUS
foi criado, mas não implantado. Em 88 era só um pedaço de papel, era

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parte da Constituição. Agora como isso funcionaria, ninguém tinha menor
noção.

• A evolução do SUS Passaram 2 anos pensando como isso iria funcionar.


Em 1990 escreveram todo o funcionamento do SUS. Isso apareceu para
população sob a Lei 8080 – Lei Orgânica da Saúde

o Lei Orgânica da Saúde – Lei 8080

§ Cabe a Direção Nacional - DEFINIR... políticas, normas

§ O Nacional também executa vigilância de portos, aeroportos,


fronteiras...ou em situações inusitadas

• Lembrando que um sempre pode ajudar o outro na


função do outro

o Cabe a direção Estadual - COORDENAR

o Cabe a direção Municipal - EXECUTAR, GERIR, GESTÃO

o Cai muito em prova, é função dos municípios formar consórcios


administrativos intermunicipais

o E o setor privado? Pode atuar de forma LIVRE e COMPLEMENTAR

§ Na aprovação da LEI 8080 o então presidente Fernando


Collor vetou dois detalhes da LEI

§ A LEI 8142 veio completar a lei orgânica da saúde...faz


menção aos gastos e participação popular...

• 1 – Transferência Regular e Automática (todo mês e de


forma automática).

• 2 – Conselhos e as Conferências (50% usuários e os


outros 50% divididos entre profissionais de saúde,
prestadores de serviço e representantes do governo)

• CONSELHOS: Controlam os gastos e a execução da saúde, poder


permanente e deliberativo, têm reunião MENSAL! Os conselhos estão
estruturados nos três níveis de governo: municipal, estadual e federal

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o Para tirar aspecto político, tem eleição própria de 2 em 2 anos, mas
quem foi eleito pode ficar de forma permanente no cargo e o que
é decidido no conselho já está decidido, não precisa passar pelo
aval da câmara

• CONFERÊNCIAS: Reunião de 4 em 4 anos, ou também podem ser


convocadas pelo executivo ou pelos conselhos...

o Auxiliam e criam diretrizes de política de saúde

• EM RESUMO Conselhos (FISCALIZA) x Conferências (IDEALIZAM)

o A partir daqui não existe mais lei, era para ser só a 8080, mas ficou
capenga em dois aspectos e por isso surgiu lei 8142 para
complementar. O que se cria daqui para frente são apenas
NORMAS (NOB)

• NOB91 – Não acrescenta nada (os caras lutaram 20 anos por um ideal,
depois de decidirem que não pagariam pela produção, porque eram
roubados, depois fizeram essa NOB que jogava tudo por terra e dizia que
municípios iriam receber por produção). Municípios se propuseram a
serem gestores, mas fizeram um pedido de permissão para fazerem uma
transição durante um tempo em que essa norma prevaleceu

• Collor sai do governo e entra Itamar Franco

• NOB93 Itamar manda o município ser gestor!

o Municipalização

§ Municípios Gestores (Incipiente/ Parcial/ Semi-plena)

§ Transferência Regular e Automática (“de poder do


governo nacional para os municípios”)

• Observação – passa a receber dinheiro por cabeça,


municípios começam a recusar pacientes vindos de
fora, de outras cidades

• Para resolver essas questões foram criados:

o Comissão intergestores
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§ BIPARTITE Estado, Municípios (COSEMS) (Estadual)

• Observação – brigas entre municípios: BIPARTITE

§ TRIPARTITE Ministério da Saúde, Estados (CONASS),


municípios (CONASEMS)

• Obs – brigas entre estados : TRIPARTITE

• NOB96 OU NOB9G

o Deram oportunidade para os municípios escolherem a forma que


queriam seguir! Poder pleno pelo município

§ Gestão plena da atenção básica atenção básica

§ Gestão plena do sistema municipal atenção básica, média


e alta complexidade

§ Piso da atenção básica (PAB) foi criado, deram 10 reais por


habitante por ano (curiosidade, hoje o valor é de 23 a 28 reais
por hab/ano)

• Fixo (todos recebem)

• Variável (depende do que oferece a mais) – Saúde na


escola, saúde para o adolescente, bucal, NASF, PMAQ
(programa de melhoria no acesso e qualidade),
academias de saúde, consultórios de rua, atenção
domiciliar, equipe multidisciplinar de apoio

• Criaram as NOAS (Normas Assistenciais da Saúde)

• NOAS 2001/2002 ROAS – Equidade nos recursos e no acesso à saúde

o Regionalização organizada

§ Acesso a saúde o mais próximo da residência

§ Município referência: dinheiro para média complexidade é


recebido pelos habitantes da minha cidade e pelos pacientes
de outras cidades que vem tratar na minha cidade

§ E a alta complexidade? É tanto dinheiro envolvido que até

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hoje funciona por meio da APAC

o O objetivo do MS era evitar que cidade ficasse mandando paciente


para outras cidades. Por isso, tentaram ampliar o PAB caso o
município cumprisse com algumas determinações

o Ampliação da atenção ambulatorial

§ PAB ampliado

• PACTO PELA SAÚDE 2006

o Pacto de gestão, pacto de defesa, pacto pela vida

• PACTOS PELA VIDA 2006

o Prioridades pela vida:

§ Saúde do idoso

§ Câncer de mama e colo

§ Mortalidade materna e infantil

§ Doenças emergentes e endemias (dengue, hanseníase,


tuberculose, malária, influenza)

§ Prevenção

§ Atenção básica de saúde (PSF).

o Em 2008 acrescentou:

§ Saúde mental

§ Saúde do homem

§ Saúde do trabalhador

§ Pessoa com deficiência

§ Pessoa com risco de violência

• Em 2011: Saúde bucal

• PRIORIDADES

o Promoção à saúde (qualidade de vida)

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o Violência

o Infecção materna (redução de mortalidade infantil e materna)

o Oral (bucal) / homem (saúde do homem)

o Saúde do trabalhador)

o Idoso

o Deficiência (pessoas com deficiência)

o Atenção básica (Estratégia da saúde da família)

o Distúrbio mental (desinstitucionalização do paciente, trazer pessoa


para a sociedade, reinserção, difusão dos CAPS)

o Endêmicas (dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza)


+ hepatites e HIV+ câncer de mama e colo

• PACTO EM DEFESA DO SUS 2006

o Articulação e apoio à mobilização social pelo desenvolvimento da


cidadania e estabelecimento de diálogo com a sociedade, além dos
limites institucionais do SUS.

• PACTO DE GESTAO DO SUS 2006

o Definir de forma inequívoca a responsabilidade sanitária de cada


instância gestora do SUS: federal, estadual e municipal, superando
o atual processo de habilitação.

o Estabelecer diretrizes para a gestão do SUS

• Quem financia o SUS?

o CONFINS, recurso da seguridade social, contribuição sobre o lucro


líquido CSLL

• OUTROS PACTOS

o 1978 – Declaração de Alma-Ata Saúde para todos no ano 2000


(conferência internacional sobre cuidados de saúde primários).
Esses cuidados primários deveriam ser desenvolvidos e aplicados
em todo mundo. Completo bem-estar biopsicossocial é um direito

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fundamental – não só a ausência de doença. Objetiva também
diminuir a lacuna entre países desenvolvidos e
subdesenvolvidos

o 1986 – Carta de Otawa – Promoção de saúde nos países


industrializados

o 1996 – Lubliana – Dignidade humana, equidade, solidariedade nos


sistemas de atenção a saúde

• Decreto 7508/2011

o Região de Saúde espaço geográfico / agrupamento de


municípios

o Atenção primária / secundária e hospitalar / urgência / psicossocial


/ vigilância

o Contrato Organizativo de Ação Pública acordo entre os


municípios

o Mapa de Saúde descrição geográfica de recurso humano e ações


de saúde (SUS e rede privada)

• Financiamento do SUS

o Seguridade social: financia saúde e previdência COFINS (imposto


sobre o faturamento), CSLL (contribuição sobre o lucro líquido)

§ OBS: Desconto da folha de salários não entra na saúde, é a


principal coisa que alimenta a previdência (INSS)

o O financiamento do SUS, é uma responsabilidade comum da união,


dos estados, do Distrito Federal e dos Municípios

§ EC n 29 (2000) à Lei 141 (2012) à Emenda Constitucional 86


(2015)

§ União: 15% da receita vai para a saúde até 2019

§ Estados: 12%

§ Municípios: 15%

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o Curiosidade do financiamento: 6 blocos de $$$

§ I – Atenção Básica: PAB fixo e variável (inclui aqui PMAQ, saúde


bucal, agente comunitários, saúde da família)

§ II – Atenção Média/Alta: SAMU, UPA, transplante, diálise

§ III – Vigilância de Saúde: Epidemiológica / ambiental /


sanitária

§ IV - Ações farmacêuticas

§ V – Gestão do SUS

§ VI – Investimentos em saúde

• Portas de entrada

o Porta de entrada na URGÊNCIA = UPA (atenção intermediária entre


UBSF e unidade de urgências hospitalares)

o Existem 3 tipos de UPAs

• UPA tipo 1 (50 a 100 mil habitantes, 150 pacientes em


24 horas)

• UPA tipo 2 (100 mil a 200 mil habitantes, 4 médicos de


plantão, atende até 300 pessoas)

• UPA tipo 3 (ao menos 6 medicos de plantão, ate 500


mil pessoas, atende até 450 pessoas por dia)

o Porta de entrada no transtorno mental = CAPS

o Porta de entrada da saúde básica = UBSF

o Programa Saúde Toda Hora

o Prevê estratégias como o SAMU

§ Coisa de prova a liberação de pacientes/vítimas no próprio


local de ocorrência é de competência exclusiva do Médico
Regulador

§ Assim, o médico do SAMU não pode liberar o paciente no


local sem aval do médico regulador)
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o Programa Saúde não tem preço

§ Oferece remédios gratuitos para HAS, DM e asma

§ Existe também farmácia popular que vende mais de 100


remédios a preço de custo

• CAPS

o Substituem antigos hospitais psiquiátricos, integra pacientes


socialmente, em um ambiente social e cultural

o CAPS 1, 2, 3.

o CAPS i infanto-juvenil

o CAPS AD álcool e drogas

• CAT

o Comunicado de Acidente de Trabalho deve ser feita em 4 VIAS

o Qualquer pessoa pode emitir a CAT (INCLUSIVE O PRÓPRIO


ACIDENTADO), embora a responsabilidade seja da empresa

o Para abertura não precisa do nexo causal, abre e depois avalia

ATENÇÃO BÁSICA
• PLIncipais PLInCipios

o Primeiro contato

o Longitudinalidade

o Coordenação

• Atenção primária

o Principios principais

o Reabilitação também

o Integral – 40h semanais (médico pode 20h)

o Multidisciplinalidade: Médico, enfermeiro, técnico de enfermagem

o Acolhimento/ autonomia (participação da comunidade)

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o Reorientação ... > centrado na pessoa

o Elevada complexidade/ baixa densidade

o Adscrição de clientes/ territorialização (3000-4000)

• NASF

o Não é porta de entada

• Pacto pela vida

o Prioridades

• Urgência

o UPA

ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA


• Cada equipe = 2.000 a 3500 pessoas

• Age sobre determinada área (territorialização) com uma população


cadastrada (adscrição da clientela)

• Privilegia ser humano em relação a doença. Comunidade > individual

• Tecnologia de alta complexidade (muito conhecimento) e baixa


densidade (equipamentos reduzidos com máxima resolutibilidade)

• Obrigatório 40h semanais para todos os profissionais

• Composição mínima: médico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e


agente comunitário

• Número máximo de pessoas por agente: 750

• Existe uma variação das equipes e rotinas de trabalho para equipes de ESF
que atendem população ribeirinha, fluvial, consultório na rua, prisional
de forma a garantir que todas as comunidades sejam atendidas

• Agente comunitário: diagnóstico demográfico e social, atividades de


promoção, prevenção etc, visitas domiciliares, aferir PA, fazer HGT, técnicas
de curativo, orientação e apoio, desenvolver ações de informação, coleta
de dados, consultas agendadas

• Enfermeiro: consulta de enfermagem, supervisão e classificação de risco,


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estratificação da comunidade, gerenciar e avaliar ações, supervisionar
técnico e agente

• Médico: consultas clínicas, pequenos procedimentos, estratificação de


grupo de risco, elaborar cuidados, encaminhar usuários se necessário,
indicar internação, planejar, gerenciar e avaliar ações junto com equipe
multidisciplinar

• Auxiliar e ténico: procedimentos, participar de atividades

• Tem caráter substitutivo em relação à antiga atenção básica tradicional

NASF - AB (NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA E


ATENÇÃO BÁSICA)
• Formado por uma equipe multi e interdisciplinar que atuam de forma
complementar às equipes de atenção básica

• Não são livre acesso

• Não é porta de entrada (precisa ser referenciado)

• Tipos

o NASF 1: 5 A 9 ESF, com mínimo de 5 profissionais e 200


horas/semanais

o NASF 2: 3 A 5 ESF, com mínimo de 3 profissionais e 120


horas/semanais

o NASF 3: 1 A 2 ESF, com mínimo de 2 profissionais e 80 horas


semanais

§ Nos NAFS podem ter nutricionista, educador físico,


veterinário, fisioterapeuta, dentista, psiquiatra, GO, pediatra
etc..

• PROESF: durou de 2009 a 2014, com objetivo de ampliar a cobertura em


municípios maiores (foi substituído pelo NASF)

• Outra equipe ajudando a equipe da saúde da família chama


MATRICIAMENTO!!
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• Quando uma equipe de saúde da família chega a uma população primeira
coisa a fazer é Territorialização, depois Adscrição de Clientela (conhecer
pessoas que fazem parte da comunidade), e Diagnóstico da Comunidade
(vamos procurar doenças crônicas, doenças, preencher fichas etc)

TERRITORIALIZAÇÃO à ADSCRIÇÃO àDIAGNÓSTICO DA COMUNIDADE

• Relatório de Flexner – foi um trabalho em 1910 feito pela Fundação de


Flexner que definia duração do curso de medicina para quatro anos,
introdução do ensino laboratorial, criação do ciclo básico e do ensino
clínico, vinculação de pesquisa ao ensino

o Modelo da “Medicina científica”

o Atuação baseada na demanda

POLÍTICA NACIONAL DA ATENÇÃO BÁSICA (Setembro


de 2017)
• Essa política fez algumas alterações na política de 2011

• A união, estados e municípios possuem diferentes responsabilidades

• Princípios principais da atenção básica (PLINcípios)

• LEMBRAR QUE SEGUE TODOS OS PRINCÍPIOS DO SUS!

o Existem 4 principais e os secundários

§ Primeiro contato: porta de entrada (acessibilidade)

§ Longitudinalidade: acompanhamento/ criar vínculo

§ Integralidade: integral/ completo em todas as necessidades


da pessoa

§ Coordenação: integração do cuidado

§ Enfoque familiar: na família/genograma


§ Orientação comunitária: contato com comunidade

§ Competência cultural: facilitar a relação

CARACTERÍSTICAS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA


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• Áreas estratégicas: tuberculose, hanseníase, HAS, DM, saúde bucal, criança,
mulher, idoso, desnutrição

• Da portaria de 2011 que cai muito em prova, temos 8 características


(PRIMAREAS)

• Plincipios principais

• Reabilitação

• Integral

• Multidisciplinar

• Acolhimento

• Reorientação

• Elevada complexidade

• Adscrição

o Plincipios Plincipais (primeiro contato, longitudinalidade,


integralidade, coordenação)

o Reabilitação também

o Integral (40 h semanas para todos)

§ Observação – médico é o único profissional que pode se


vincular em duas equipes de saúde da família

o Multidisciplinar (médico, enfermeiro, técnico de enfermagem, 4 a


6 ACS ou 1 ACS pro máximo de 750 pessoas).

§ Equipe ampliada pode contar com dentista, auxiliar de


consultório dentário e técnico em higiene dental. Cada
equipe da saúde da família pode atender no máximo 4 mil
pessoas, sendo a média 3 mil pessoas.

§ OBS enfermeiro pode prescrever medicamento específico


segundo uma determinação específica!

o Acolhimento / autonomia (participação da comunidade)

o Reorientação (substitutivo) à centrado na pessoa e não na doença


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o Elevada complexidade (atende tudo que aparecer, médico deve ter
muito conhecimento) / baixa densidade (sem muitos exames,
equipamentos)

§ Obs.: na teoria devo resolver 80% e 20% eu encaminho

Adscrição de clientela/territorialização (2000 a 3500) à cadastrar a


população

TÉCNICA DE ESTUDO (o que deve predominar na atenção


básica)
• Método centrado na Pessoa – 6 Pilares (mnemônico PESSOA)

o Percepção do problema

o Entender a pessoa como um todo (história de vida, o tempo que


tem livre)

o Sistematizar – plano conjunto

o Ser realista (priorizar)

o Objetivar prevenção

o Aprofundar a relação (empatia, compaixão, cuidado)

• Mais médicos (Lei 12.871/2013)

o Prioridade para médicos com registro no brasil > brasileiros sem


registro > estrangeiros sem registro

o Programa de 3 anos, renováveis por mais 3

o Ganha 10% nas provas de residência médica se pelo menos 1 ano


no programa

o Inclui aumento de graduações, de residências, infraestrutura,


equipamentos, aprimoramento na formação, chamada imediata
de médicos para o SUS.

o 30% do internato: atenção básica e urgência/emergência no SUS

o Aumentar vagas de residência de forma progressiva até 2018, com


vagas pra todos egressos

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o Objetivos:

§ Aprimorar formação médica no Brasil

§ Ampliar inserção de médicos em formação em unidades do


SUS

§ Fortalecer política de educação permanente com integração


ensino-serviço

§ Promover troca de conhecimentos e experiências entre


profissionais brasileiros e estrangeiros

MEDICINA DE FAMÍLIA
• Baseada em três pontos fundamentais

o Anatomia familiar: nomes, datas, profissão, escolaridade

o O Ciclo de vida: representa a fase da vida da família

o Funcionamento: as regras de convivência familiar

• Anatomia familiar (é o que mais cai)

o Genograma (gráfico das interações em que tenho pelo menos 3


gerações)

§ Avalia as relações interfamiliares

o Ecomapa (é o genograma + ambiente: escola, religião, amigos,


vizinhos, etc)

• Histologia (afundar naquela família, do ponto de vista “microscópico”)

o Ciclos de vida (evolução ao longo da vida...) Crises: evolutivas x


imprevisíveis EVOLUTIVAS --- Exemplo: pega uma família que
começa no casamento. O que acontece? A primeira crise evolutiva.
Quando nasce o filho, outra crise. Brigas entre filhos geram crise.
Adolescência gera crise. Saída de casa gera crise.

o IMPREVISÍVEIS: Agora crises imprevisíveis são: morte de filho,


desemprego, separação etc

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• Fisiologia = Funcionamento da família

o APGAR questionário para avaliar satisfação

o PRACTICE é reunião familiar e apresentar problemas e ver como a


família lida com problema

o FIRO é pra avaliar inter-relações familiares que existem inclusão,


controle, intimidade)

COMO CAI NA PROVA:


1) Na reunião mensal da Comissão Intergestores da Região de Saúde X o representante
da esfera estadual apresentou o conteúdo do novo documento jurídico, definido pelo
Decreto Presidencial 7508/2011, a ser assinado pelos gestores, no sentido de formalizar
a colaboração interfederativa para a construção da rede de saúde. Este documento
define as responsabilidades individuais e solidárias dos entes federativos com relação
aos indicadores e as metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho do
sistema de saúde, recursos financeiros e à forma de controle e fiscalização da
execução das ações e dos serviços de saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). Esse
novo documento da gestão do SUS é denominado de:
a. Programação Assistencial Pactuada e Integrada
b. Mapa Assistencial da Súde do SUS
c. Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde
d. Termo de Compromisso de Gestão do SUS
2) Uma paciente com 73 anos ficou internada por 3 semanas no hospital terciário de um
município devido à uma cirurgia para correção de fratura de fêmur. No momento,
encontra-se acamada e recebe visita domiciliar do médico de família e do
fisioterapeuta do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). Nesta visita foi feita
reabilitação pelo fisioterapeuta, avaliação ambiental e iniciado tratamento para
osteoporose pelo médico de família. Qual diretriz do SUS é melhor caracterizada na
situação acima? 23
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a. Integralidade
b. Universalidade
SAÚDE SUPLEMENTA
CATEGORIAS DE SAÚDE SUPLEMENTAR
• Autogestão

o Planos próprios de empresas empregadoras

o Segmento não comercial

o Podem ou não existir intermediários entre a assistência médica e a


empresa empregadora

o Adoram regimes de convênios ou de livre escolha (reembolso)

o Exemplos: Petrobras, Cassi, Caixa

• Cooperativas de trabalho médico – UNIMEDs

o Cooperativismo

o Médicos são sócios da cooperativa e prestadores de serviço

o Recebem pagamento proporcional ao tipo e volume de


atendimento

o + rateio do lucro final das unidades de um município

• Seguradoras

o Vinculadas ou não a bancos

o Utiliza custo de saúde para calcular prestação de bancos

o Seleção de riscos mais rigorosa

o Exemplo: Sul América Saúde, Bradesco Saúde

• Medicinas de grupo

o Empresas que não dispõem de serviço próprio

o Contratam serviços de terceiros para executar a assistência


(formam rede credenciada)

o Estabelecem planos e cobram por isso

o Exemplo: AMIL, OMINT, Golden Cross

• Filantropia

www.pedromiranda.com.br 24
o Entidades sem fins lucrativos, mas que operam planos privados

o Certificadas junto ao Conselho Nacional de Assistência Social

TIPOS DE COBERTURA ASSISTENCIAL


• Ambulatorial
o Ambulatório, exames
o Não cobre internação

• Hospitalar sem obstetrícia


o Não cobre ambulatório e nem obstetrícia

• Hospitalar com obstetrícia


o Não cobre obstetrícia

• Odontológico

• Plano referência: cobre tudo


CONCEITOS IMPORTANTES
• Carência: período que o consumidor não tem direto a algumas coberturas
após contratar o plano

o Tempo de carência

§ Urgência e emergência: 24 horas

§ Parto a partir da 38ª semana: 300 dias

§ Demais casos: 180 dias

• Existem modalidades de contrato: individual, familiar, coletivo (firmas),


coletivo empresarial (adesão automática e obrigatória), coletivo por adesão
(opcional e espontânea)

• Doenças e lesões preexistentes

o Consumidor ou seu responsável saiba ser portador na época de


contratação do plano

o Preenchimento da declaração de saúde

§ Só o que o consumidor sabe de suas doenças

www.pedromiranda.com.br 25
§ Não pode perguntar sintomas/medicamentos em uso

§ Formulário deve ser simples, sem termos técnicos ou


científicos

• Se tem doença preexistente, a operadora é obrigada a oferecer as


seguintes opções:

o Agravo: acréscimo no valor da mensalidade por doença


preexistente

§ Cobrado proporcional a eventos cirúrgicos, procedimentos


de alta tecnologia

§ Se aderir a essa opção: cobertura médica irrestrita após


carência

o Cobertura parcial temporária

§ Período de 24 meses sem cobertura de alta complexidade


relacionada a lesão preexistente

§ Pode excluir procedimentos nesse período

§ Após 24 meses, cobertura integral

• Urgência?

o Não precisa de autorização prévia para urgência

o Proibido pedir cheque-calção

o Após 24h da assinatura de acordo com perfil do plano

§ Ambulatorial

• Exclusiva para procedimentos ambulatoriais

§ Hospitalar sem obstetrícia

• Se for relacionado a gravidez, máximo de 12 horas para


atendimento ambulatorial

• Resto cobre tudo

§ Hospitalar com obstetrícia: cobre tudo, inclusive


ambulatório por 12h
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§ Referência: tudo

§ Psiquiatria? Igual qualquer urgência

§ Ainda em cobertura parcial + urgência?

• Limitado a 12h em ambulatório ou tempo menor se


evoluir para internação

§ Se for fora da área prevista: empresa não é responsável

• Operadora deve garantir a remoção

• Reembolso: 30 dias

• O que não é obrigado a cobrir?

o Emagrecimento (exceto obesidade mórbida)

o Clínicas de repouso, acolhimento, hidrominerais

o Transplantes (exceção córnea, rim e medula)

o Experimental

o Estéticos

o Órteses, próteses para fins estéticos

o Medicamentos importados

o Medicamentos para tratamento em domicílio

o Inseminação artificial

o Tratamentos ilícitos

• Prazo para garantir o serviço

o Consulta básica: 7 dias

o Consultas especialidade: 14 dias

o Consultas multi: 10 dias

o Consulta dentista: 7 dias

o Laboratório: 3 dias

o Demais serviços diagnóstico: 10 dias

www.pedromiranda.com.br 27
o PAC: 21 dias

o Hospital-dia: 10 dias

o Internação eletiva: 21 dias

o Urgência: imediato

o Consulta retorno: critério do profissional que atende

www.pedromiranda.com.br 28
MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA OS INDICADORES DE
SAÚDE
• Saúde: lei orgânica 8080, direito fundamental do ser humano, estado deve
ser o provedor

o Engloba meio ambiente, trabalho, renda, educação, atividade


física, transporte, lazer, acesso aos bens essenciais.

• Indicadores de Saúde

o Indicador tenta qualificar o padrão de vida das populações.

§ Não existe um único componente, mas vários...saúde,


educação, trabalho, lazer etc.

o Ministério da Saúde se uniu a OPAS para formar RIPSA – Rede


Interagencial de Informações para a Saúde com objetivo de formar
indicadores de dados básicos da população IDB.

o Valores absolutos (exemplo, número de gestantes)

§ Costuma ser útil para administrar recursos, quantidade de


leitos e de medicamentos para atender aquela população e
assim por diante

o Valores relativos (permitem comparações, por exemplo, taxa de


mortalidade infantil, etc).

§ Em alguns momentos, valores relativos podem ser ruins para


comparar, devido diferença demográfica, por exemplo,
diferença de idade entre populações de países diferentes.
Assim fazemos PADRONIZAÇÃO, comparamos por exemplo,
faixas etárias específicas.

o Coeficiente ou taxas (avalia RISCO!)

§ Numerador pertence a um conjunto diferente do


denominador, por exemplo número de óbitos em maiores de
50 anos sobre número da população maior que 50 anos
ÓBITO ≠ PESSOAS

www.pedromiranda.com.br 29
o Índice

§ Avalia a proporção em que o numerador pertence ao


mesmo conjunto do denominador (Índice – Igual), por
exemplo, número de óbitos em maiores de 50 anos sobre
número total de óbitos. MESMO CONJUNTO (um contém o
outro)

• Coeficientes

o Morbidade: risco da população adoecer

o Mortalidade: risco da população falecer

o Letalidade: risco dos doentes falecerem

• Taxas

o Taxa bruta de natalidade

§ Mede o número de nascidos vivos por mil habitantes em


uma população residente em determinado espaço
geográfico e ano (quando elevada indica baixa condição
socioeconômica).

• Taxa bruta de natalidade vem reduzindo ao longo dos


anos

• A maior taxa é na região Norte e a menor é no Sul e


Sudeste

o Taxa de fecundidade

§ Número médio de filhos tidos por uma mulher ao final de seu


período reprodutivo

§ Quando elevado, tendência a ser pirâmide de base larga.


Conforme essa taxa diminui, a base se estreita.

§ Quando esta taxa < 2,1, é insuficiente para crescimento


populacional.

o Taxa de fecundidade especifica

www.pedromiranda.com.br 30
§ É calculada com número de filhos nascidos vivos de mães
na faixa etária especifica pela população feminina da
mesma faixa etária, multiplica tudo por 1000

§ A maioria das mulheres que têm filhos é de 20 a 24 anos, por


isso, principal causa de internação nessa faixa etária é
obstétrica (parto)

§ Observação - o número de nascidos vivos é computado pelo


SINASC

• Morbidade

o Prevalência = Risco de um indivíduo da população estar doente em


determinado lugar e momento (dentro de um período especifico
de tempo)

§ Prevalência é número total de casos, coeficiente de


prevalência é total de casos sobre o número da população

§ Veja que coeficiente de prevalência é diferente de


prevalência, se tem 10 pessoas com aquela doença então
prevalência é 10, mas coeficiente de prevalência será
10/população exposta

§ Coeficiente de prevalência = Número de casos de doença


sobre a população

§ A prevalência não é algo constante no tempo, ela diminui à


medida que as pessoas morrem, emigram da região ou
curam, e aumenta de acordo com a incidência (casos novos
na população), imigração de DOENTES e diminuição da
mortalidade por doenças crônicas

• DIMINUI = morrem, emigram ou curam

• AUMENTA = imigração de doentes, diminuição da


mortalidade de doenças crônicas

o CURA > INCIDÊNCIA - ↓ prevalência

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o CURA = INCIDÊNCIA - prevalência mantém

o CURA < INCIDÊNCIA - ↑ prevalência

• Se um remédio novo diminui mortalidade a


prevalência aumenta (tome cuidado, é isso mesmo
que você leu!)

§ Prevalência = Incidência x Duração da doença

o Incidência ou Coeficiente de Ataque = Número de casos novos

§ Coeficiente de incidência é número de casos novos sobre a


população em um determinado tempo e lugar

§ Mede risco de adoecer

§ Coeficiente de ataque é diferente de coeficiente de


incidência

• Ataque é um coeficiente de incidência, só que usado


para surtos ou epidemias

§ A fórmula PID, diz que se a incidência da doença é de 5 casos


ao ano, depois de 4 anos terei acumulado 20 casos (claro,
desde que não se cure ou morra).

§ E se a incidência variar ao longo do tempo?

• Passamos a utilizar a densidade de incidência

• Usaremos pessoa-tempo

o É o somatório dos períodos de tempo nos quais


cada indivíduo permaneceu sob observação

o Esta medida de pessoa-tempo parte da


constatação de que o pesquisador é incapaz de
saber o que ocorre com os indivíduos da
população antes de sua entrada ou depois de
sua saída do estudo

• Ex.: quero saber mortalidade em uma UTI, olho 1 cara

www.pedromiranda.com.br 32
que ficou 3 dias e ganhou alta, outro 2 dias e alta, outro
1 dia e alta e outro 1 dia e morte

• Então o cálculo seria 1 morte sobre a soma de dias da


internação, seria então 1 sobre 8, 1 para 8 pessoas-dia

§ Qual melhor coeficiente para doença crônica, prevalência ou


incidência?

• Prevalência

§ Qual melhor coeficiente para doença aguda, prevalência ou


incidência?

• Incidência

• Mortalidade

o Básico

o Número de óbitos / população exposta (em um tempo e lugar)


avalia risco de qualquer pessoa morrer em determinado local e
período

o OBS: Coeficiente de mortalidade geral não serve para nada

§ Não informa a qualidade de vida no Brasil

§ Não serve para comparar diferentes regiões, porque lugares


diferentes tem estruturas etárias diferentes

o Morre mais homem do que mulher em todas as faixas etárias, só


depois dos 80 anos que isso se inverte.

o Para comparar precisamos de padronização, por exemplo, da


idade.

o Declaração de óbito vai para o SIM Sistema de Informação de


Mortalidade.

o A mortalidade pode ser Geral ou Específica (por exemplo, por causa


específica, seja materna ou por idade infantil).

• Mortalidade Materna

www.pedromiranda.com.br 33
o O denominador não pode ser número de pré-natais porque é
menor que número de gestantes, não pode ser número de
mulheres em idade fértil, logo o melhor denominador é Número de
Nascidos Vivos!

o Número de óbitos por causas maternas / nascidos vivos

o Morte ou óbito materno: morte de uma mulher durante a gestação


ou até 42 dias após o parto (puerpério)

§ Isso independe da duração da gestação ou da gestação ou


da localização da gravidez

§ É causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela


gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela

• Ex.: gestante teve crise convulsiva, broncoaspirou e


morreu... se não estivesse grávida talvez não alterasse
níveis plasmáticos da medicação, por isso podemos
dizer que é morte materna

§ Não é morte materna quando por fatores acidentais ou


incidentais

o O coeficiente mortalidade materna é um bom preditor do


desenvolvimento do país

o Toda morte materna deve ser notificada

o No Brasil, 90% das mortes maternas são evitáveis

o Tipos de morte materna

§ Morte obstétrica direta ocorre por complicações


obstétricas durante gravidez, parto ou puerpério. Ex: DHEG
complicando com AVC hemorrágico.

§ Morte obstétrica indireta: resultante de doenças anteriores a


gestação ou não provocadas por causas obstétricas diretas,
por exemplo, o caso citado da mulher que morreu com
epilepsia

www.pedromiranda.com.br 34
§ Morte materna tardia: superior a 42 dias do pós parto e
inferior a um ano após o fim da gravidez

• Ex.: morte por tromboembolismo pulmonar, 60 dias


pós parto

§ Morte não relacionada – causas incidentais ou acidentais não


relacionadas a gravidez e seu manejo. Ex.: acidente de
trânsito, dengue, etc.

o Causas de Morte Materna

§ Em ordem decrescente

• 1. Eclampsia e pré-eclâmpsia

• 2. Hemorragia

• 3. Infecção

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
• Mortalidade Infantil Número de óbitos < 1 ano / nº de nascidos vivos x 1000

o Esse coeficiente engloba as mortes neonatais precoce ou tardia,


natimortos, perinatal, pós-neonatal (infantil tardia)

o É um excelente indicador do “nível” de vida

o Mortalidade infantil é de notificação compulsória

o OBS.: cuidado para não confundir, Mortalidade na Infância são


mortes em menores de 5 anos/número de nascidos vivos

• Mortalidade perinatal (para melhorar esse coeficiente devemos melhorar o


pré-natal e melhorar o parto e a assistência ao RN)

o Mortalidade Perinatal = Natimortos (>22 semanas) até mortes com <


7 dias / nº de nascidos vivos + nascidos mortos.

o Coeficiente de natimortos (avalia a qualidade do obstetra)

§ Natimortos (>22 semanas) / nº de nascidos (vivos + mortos)

o Coeficiente de mortalidade neonatal (precoce e tardia): avalia o


pediatra

www.pedromiranda.com.br 35
§ Nº de óbitos com menos de 28 dias/ nº de nascidos vivos

§ PRECOCE: até 7º dia

§ TARDIA: 7º ao 28

o Coeficiente de mortalidade pós-neonatal (avalia o meio


ambiente, por exemplo; vacinação, aleitamento, saneamento
básico)

§ Nº de óbitos de 28 dias a 1 ano/ nº de nascidos vivos

o OBS: Mais da metade dos que morrem no 1º ano de vida, morrem


na 1ª semana de vida causas perinatais são as que mais matam,
são as mais difíceis de serem evitadas. Em segundo lugar na causa
de mortes está a malformação congênita e anomalias
cromossômicas. Em terceiro lugar estão doenças respiratórias e
em quarto lugar as infecções.

§ Causas perinatais

§ Malformações congênitas e anomalias cromossômicas

§ Doenças respiratórias

§ Infecções

• Letalidade

o Nº de óbitos por uma doença / Nº de doentes por essa mesma


doença ... em um tempo e lugar

o Avalia “gravidade” da doença, o tanto que mata

• Índices

o Mortalidade proporcional = Nº de óbitos por idade / nº total de


óbitos

o Índice de Swaroop Uemura (ISU) = Razão de mortalidade


proporcional

§ Nº de óbitos > 50 anos / nº total de óbitos

§ Excelente marcador do nível de vida, quanto maior melhor!

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• 1º Nível > 75% à países desenvolvidos

• 2º Nível à 50 a 74%

• 3º Nível à 25 a 49%

• 4º Nível < 25% Países subdesenvolvidos

§ No Brasil:

• Quando nossos pais nasceram terceiro nível

• Quando nós nascemos segundo nível

• Hoje primeiro nível!

§ ISU do BRASIL é de 77% (2017)

§ ISU é igual montanha-russa – quanto mais alto, mais


divertido será, mais emocionante será!

o Curva de Nelson Moraes

§ Nº de óbitos por idade/ nº total de óbitos ÍNDICE

§ Faixas etárias

• Infantis à < 1 ano

• Pré – escolares à 1 a 4 anos

• Escolares e adolescentes à 5 a 19 anos

• Adultos jovens à 20 a 49 anos

• Adultos meia idade e idosos à 50 anos.

§ Tipos de curva

• Tipo I: muito baixo CURVA EM “N” espelhado

• Tipo II: baixo curva “L” ou “J invertido”

• Tipo III: regular “U” ou “V”

• Tipo IV: elevado Curva em “J”

o Eu estava tentando gravar um jeito de lembrar


isso, mas Não Lembro Um Jeito

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o Mortalidade infantil (proporcional) por idade

§ Fórmula

• Nº de óbitos < 1 ano de idade / Nº nascidos vivos

§ Antigamente, eram mais altas as mortes em pós-neonatal do


que neonatal precoce, ou seja, fatores ambientais ruins
influenciando negativamente no índice

§ Atualmente, o neonatal precoce é mais significativo, ou seja,


melhoramos as causas ambientais, e más formações e
problemas no parto têm maior importância, rumo ao
“DESENVOLVIMENTO”

o Mortalidade Proporcional por Idade e por Causas

§ Fórmula

• Nº de óbitos por idade/causas / Nº total de óbitos

§ O que mais mata?

• 1º cardioneurovascular (mata mais porque é


característica do idoso)

o Primeiro doença isquêmica do coração, depois


doença cerebrovascular.

o Se olharmos só maiores de 60 anos, doença


cerebrovascular está em primeiro lugar.

• 2º neoplasias

o Tirando o câncer de pele não melanoma,


teremos:

§ Mais frequente em homens Prostata,


pulmão, intestino, estomago, cavidade oral

§ Mais mata em homens Pulmão,


próstata, estomago, intestino, esôfago

§ Mais frequente em mulheres Mama,

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Colo de útero, Intestino, Pulmao, Tireoide

§ Mais mata em mulheres Mama, pulmão,


intestino, colo de útero, estomago

• 3º causas externas

o No Brasil, causa externa que mais mata é o


homicídio na população geral

o Entre 15 e 29 anos é homicídio

o Proporcionalmente, homicídio é mais alto no


Nordeste

§ Acidente de trânsito na região centro-


oeste

§ Suicídio na região sul

• 4º causas respiratórias

RESUMO DE CAUSAS DE MORTE (POR ORDEM EM GRUPOS)


• Em homens, causa externa está antes de neoplasias.
o Homens:
§ CV - Causas externas (1º lugar está agressão e homicídio, 2º acidentes) -
Neoplasias
o Geral
§ CV - Câncer - Causas externas (1º lugar está agressão e homicídio e 2º
acidentes)
o Mulheres
§ CV - Neoplasias - Respiratório - Causas externas (1º lugar está acidentes)
o Entre 1 a 40 anos
§ 1ª causa - CAUSAS EXTERNAS
o Idosos - QUEDAS
• Ordem de causas de Mortalidade infantil - Afecções perinatais – Malformações
congênitas – Doenças Respiratórias

www.pedromiranda.com.br 39
§ E o Brasil???

• Transição demográfica

o População brasileira vem crescendo


progressivamente de forma desacelerada, mas
cresce devido queda da fecundidade (principal
responsável), queda da mortalidade geral
(redução da mortalidade infantil), aumento da
esperança de vida (homem 72 e mulher 79),
aumento do índice de envelhecimento (quantos
idosos com > 60 anos eu tenho/ para cada 100
jovens < 15 anos)

o Melhor forma de analisar transição demográfica


pirâmides etárias

o Fases da transição demográfica

§ 1. Pré-industrial ou primitiva ALTA


NATALIDADE E MORTALIDADE

§ 2. Intermediária de divergência ALTA


NATALIDADE E REDUZ MORTALIDADE

• Crescimento populacional bruto

§ 3. Intermediária de convergência BAIXA


NATALIDADE E REDUZ MORTALIDADE

• Brasil está nessa fase

§ 4. Retorno ao equilíbrio populacional


NASCIMENTO = MORTALIDADE

o Fatores que influenciaram na transição


demográfica, então:

§ DUAS PRINCIPAIS:

• Queda da fecundidade

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• Aumento da expectativa de vida

§ Outras...

• Queda da mortalidade geral

• Redução da mortalidade infantil

• Aumento do índice de
envelhecimento

§ Antes nossa população era predominantemente rural, hoje


somos mais urbanos, 85% da população mora em zona
urbana. Na década de 60, houve um intenso êxodo rural,
população rural migrou para grandes centros, sobretudo,
para o Sudeste.

§ Taxa de crescimento da população no Sul é a menor,


enquanto na região Norte tal taxa é a maior do Brasil.

§ Área rural tem maior população masculina, enquanto nas


áreas urbanas há predomínio importante de mulheres.

§ Homens nascem mais que mulheres, mas EXISTE mais


mulheres do que homens, por que?

• Porque homem morre mais do que mulher, a


mortalidade masculina é superior a feminina ao longo
de quase toda vida.

§ Evolução da pirâmide é de pêra para maçã:

• Estreitamento da base devido redução da fecundidade

• Aumentou participação relativa de adultos jovens

• Alargou topo, aumento da longevidade

• Esse é o fenômeno de transição demográfica

§ A esperança de vida para homem é 71 anos e para mulher 78


anos, melhor esperança de vida é na região Sul

• Mulheres tem 7 anos de expectativa de vida a mais

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§ Taxa de fecundidade

• Em 60 média era 6 filhos por mulher, hoje a média é de


menos que 2

• O problema disso é que com o tempo a população


pode começar a encolher

§ Índice de envelhecimento:

• Divide população de idosos com mais de 65 anos pela


a população de jovens entre 0 a 14 anos, vezes 100

• No RS esse valor é de 57,3, no Amazonas o valor é de 9,4

• A pirâmide demográfica dessas localidades é bem


diferente

• Já a proporção de idosos é calculada com idosos > 60


anos sobre o número de todos os indivíduos

• Então:

o Índice de envelhecimento (idosos >65 / jovens 0-


14 x 100)

o Proporção de idosos (idosos >60 / número


total de indivíduos)

• Transição EPIDEMIOLÓGICA (mudanças nos padrões


de morte, morbidade e invalidez)

o Melhor forma de análise gráficos de


inciência/prevalência

o Brasil ainda possui tripla carga de doenças,


apesar de estar mudando

o Redução das DIP (doenças transmissíveis),


apesar de haver superposição de etapas com
predomínio de DIP com crônicas degenerativas

o Aumento das doenças crônico-degenerativas

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o Aumento das causas externas

o Tendência é uma transição arrastada,


prolongada

o As doenças com notificação compulsória com


maior incidência no Brasil

§ 1º: Dengue

§ 2º: Malária

§ 3º: Tuberculose

o As principais neoplasias malignas não pele?

§ Homem próstata e pulmão

§ Mulher Mama e colo uterino

o Quais principais causas de internação pelo


SUS?

§ Gravidez, parto, puerpério

§ Doenças respiratórias

§ Doenças circulatórias

o Principais causas de internação por causas


externas no SUS são?

§ Quedas

§ Acidente de transporte

o Sistemas de informação

§ SIM Sistema de Informação de Mortalidade

• Quem alimenta é declaração de óbito

§ SINAN Sistema nacional de agravos de notificação

§ SIAB vem sendo substituído pelo e-SUS AB

• SIH Sistema de Informação Hospitalar do SUS

• O que alimenta é a AIH que preenchemos

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• O sistema particular não alimenta SIH

DECLARAÇAO DE ÓBITO
COMO? QUEM? QUANDO?
• Parte I

o São causas relacionadas diretamente com a morte

§ D – causa base de morte

§ B e C – causa intermediária

§ A – Causa imediata ou terminal

• Vamos evitar termos vagos, como: morreu de falência


de múltiplos órgãos ou de parada cardiorrespiratória,
todo mundo quando morre tem parada
cardiorrespiratória

o E se eu tiver só 1 causa intermediária, o que faço?

§ Eu subo a causa básica para o C e a letra D fica em branco.

§ Obrigação nossa como medico é escrever o tempo

§ O CID não é para gente preencher.

§ A gente só coloca o EVENTO E O TEMPO.

o Sempre que paciente morrer após complicação depois de ter feito


uma cirurgia, a causa base será a cirurgia

• Parte II

o São causas relacionadas indiretamente com a morte

§ Quem?

§ Foi morte natural ou violenta?

§ Sempre que estiver diante de uma morte por causa externa


sempre irá para o IML.

• Porque serão consideradas como morte suspeita ou


violenta (agressão, suicídio, acidente de transito,
intoxicação, queda etc).

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• Atenção independe do tempo entre causa base
externa e óbito, se causa base é morte suspeita ou
violenta, quem fará o laudo é o IML

• Quem preenche atestado de óbito?

o Primeira coisa a responder é saber se morte foi natural ou violenta

§ Suspeita de violenta = IML

• Não há IML autoridade competente

§ Natural = médico que prestou atendimento

o Quando nenhum médico prestou assistência médica na hora da


morte, devemos nos perguntar...

§ Há algum médico que atendia antes o paciente, seja num


PSF ou em outro local?

• Se há médico que conhecia o paciente que irá


preencher o atestado desse paciente

o Se médico acha que foi morte natural e quer preencher atestado


ou mandar para SVO, mas autoridade policial acha que foi
violenta, ele tem o poder de mandar pro IML

• Quando não preencher declaração de óbito?

o Óbito fetal antes de 20 semanas

o Peças anatômicas amputadas

o Óbito fetal com feto de estatura < 25 cm

o Óbito fetal < 500 gramas

• Quando preencher? (casos que há dúvida)

o Criança que nasce viva e morre logo após o nascimento

o Óbito fetal com peso > 500 gramas

o Óbito violento (médico legista)

o Óbito natural
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o Óbito fetal de gestação de >20 semanas

o Óbito fetal com feto de estatura de 40 cm

o Óbito de morador de rua

• Observações

o Lembrando que aborto é < 20 semanas E < 500 gramas E < 25cm.
Se não tiver um dos 3 não é mais aborto.

o Quando tem peça amputada de paciente que ele quer enterrar,


faremos declaração em papel timbrado descrevendo
procedimento cirúrgico

• Qual a diferença entre atestado ou declaração de óbito?

o Nenhuma, é a mesma coisa

o A diferença que existe é entre declaração e certidão de óbito

o Declaração preenchemos em 3 vias (branca, amarela e rosa)

§ 1ª via fica onde pessoa morreu, outra via vai para município
para alimentar o SIM e a outra via vai para o familiar.

o Atenção: familiar com declaração de óbito não pode sepultar


parente, pq não é documento definitivo. SEPULTAR PRECISA
DA CERTIDÃO

§ Com a declaração de óbito a família registra o óbito no


cartório, que emite a CERTIDÃO de óbito

§ Com a certidão de óbito a família poderá sepultar ou cremar


o falecido

o A diferença para sepultar ou cremar é que para cremar precisa da


assinatura de 2 medicos.

§ CREMAR PRECISA DA ASSINATURA DE 2 MÉDICOS

o A declaração de óbito e certidão pode ser feita no local da morte

§ Mas a contabilização/estatística do óbito é feito na cidade de


residência

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• ORGANIZANDO...

• Quem preenche

o Morte natural...

§ COM ASSISTÊNCIA = PSF, particular, ambulância,


plantonista, substituto Medico preenche

§ SEM ASSISTÊNCIA MEDICA = se ninguém prestava


assistência medica a aquele individuo quem irá preencher é
o SVO. Se não tem SVO, medico público ou qualquer médico
preenche

§ Obs.:

• Posso cobrar para ver se o cara morreu? Pode...

• Quanto? Quanto você quiser.

• Pode cobrar para emitir declaração de óbito? Não

§ Morte suspeita/violenta

• *IML

• SEM IML = médico perito eventual

COMO CAI NA PROVA:


1) Sobre os indicadores epidemiológicos que levam em consideração para o seu cálculo o número de
óbitos em menores de um ano, analise os itens abaixo: I. Coeficiente de mortalidade infantil; II.
Coeficiente de mortalidade proporcional em menores de um ano; III. Curva de mortalidade
proporcional (Curva de Nelson Moraes); IV. Coeficiente de natimortalidade; V. Coeficiente de
mortalidade materna. Está/estão CORRETO (S):
a. Todos
b. Apenas I
c. Apenas I e II
d. I, II e III
e. I, II, III e IV

GABARITO: 1-c
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SAÚDE DO TRABALHADOR
ACIDENTE DE TRABALHO
• Lesão, doença ou morte que podem levar à redução temporária ou
permanente da capacidade de trabalho

• Trabalho formal ou informal

o Informal

§ Entra como acidente de trabalho

§ O informal hoje acaba sendo até prioridade do MS, porque


ele está em risco maior por ser informal: não usa EPIs, tem
menos orientações, etc

• Podem ser: típicos ou trajeto.

o Típico é no local de trabalho

o Trajeto é indo ou voltando do trabalho ou indo/voltando do


sindicato

• Para ser acidente de trabalho não precisa ser culpa da empresa se


acontecer um evento durante o trabalho, diremos que é acidente de
trabalho e pronto

• O correto: adequar o trabalho ao trabalhador

• Temos 5 tipos de risco ocupacionais:

o Biológico contato com agente infeccioso (bactéria, fungo, vírus,


etc)

o Químico substância que possa penetrar no organismo (pela pele,


pulmão, respiração, trato gastrointestinal etc)

o Acidentes maquina, explosão, incêndio, animal peçonhento picar


etc

o Risco ergonômico levantar muito peso, repetitividade, postura


incorreta

o Risco físico vibração, ruído, radiação ionizante etc

www.pedromiranda.com.br 49
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ÓRGÃOS RELACIONADOS À SAÚDE DO TRABALHADOR
• CIPA (comissão interna de prevenção de acidentes)

o A CIPA visa a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do


trabalho, mas não envolve a relação médico-trabalhador, e sim
reuniões, estudos, medidas comportamentais

§ CIPA reuniões, estudos, medidas comportamentais

• SESMT (serviços especializados em engenharia de segurança e medicina


do trabalho)

o Promoção da saúde do trabalhador e do meio ambiente de


trabalho, envolvendo engenharia do trabalho

o NR4 é a norma dos serviços especializados em engenharia de


segurança e em medicina do trabalho!

• PCMSO (programa de controle médico de saúde ocupacional)

o Promover e preservar a saúde do trabalhador por meio do


instrumental clínico- epidemiológico na abordagem da relação
entre a saúde e o trabalhador

o A responsabilidade é do médico do trabalho coordenador que irá


desempenhar e ordenar exames admissionais, demissionais ou de
mudança de setor.

o NR7 é o programa de controle medico e saúde ocupacional!

O QUE FAZER DIANTE DE ACIDENTE DE TRABALHO?


• Diante do acidente faremos notificação compulsória + comunicação do
acidente de trabalho (CAT)

o CAT vai para a previdência, por isso preenchemos apenas para os


trabalhadores formais

o Deve ser preenchido em todo acidente de trabalho, independente


se houver afastamento ou não

o CAT tem 4 vias (INSS, segurado, sindicato do trabalhador, empresa)


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o Quando e o que preencher?

§ CAT: 1º dia útil após o acidente

§ Acidente fatal: notificação e investigação imediata

o Quem emite a CAT?

§ Qualquer pessoa PODE emitir (inclusive o médico ou o


acidentado), mas a OBRIGAÇÃO é da EMPRESA.

• OBS.: Doenças degenerativas, endêmicas e que não incapacitam não são


consideradas acidentes.

o Endêmicas tem que perguntar... teve maior risco pelo trabalho?


Se sim, é acidente de trabalho.

DIREITOS DO TRABALHADOR APÓS ACIDENTE


• Se trabalhador ficar até 15 dias afastado é empresa que paga o salário,
acima de 15 dias quem pagará o salário é o INSS

o < 15 dias: empresa

o > 15 dias: trabalhador

• Direitos previdenciários

o Aposentadoria por Invalidez

§ Para quem contribuiu no mínimo 12 meses

§ Para quem teve invalidez devido acidente de qualquer causa


etc

§ A cada 2 anos faz pericia medica para comprovar invalidez

o Auxilio doença

§ Trabalhador que ficar afastado por mais de 15 dias

§ Direito quem contribuiu no mínimo 12 meses ou quando


resultar de acidente de qualquer causa

o Auxilio acidente

§ Reduz capacidade laborativa após acidente

o Pensão por morte


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§ Cônjuge, filho não emancipado, menor de 21 anos

o Salário maternidade

§ Para contribuintes

§ 120 dias (sendo que pode ser 28 antes do parto e 91 dias após
parto)

§ Existe condição facultativa que pode aumentar benefício


para 180 dias

CLASSIFICAÇÃO DE SCHILLING
• I– O trabalho é a CAUSA. Sem o trabalho a pessoa nunca teria a doença

o Ex.: pneumoconioses, benzenismo, saturnismo

• II – O trabalho é um FATOR DE RISCO para o desenvolvimento

o Ex.: HAS, câncer, doença coronariana

• III – O trabalho é um AGRAVANTE.

o Ex.: asma, dermatite de contato, transtornos mentais

o O cara tem asma desde a infância, mas no ambiente de trabalho a


asma piora

o Um transtorno mental que por mais que tivesse adormecido, no


trabalho aflora

QUAL A DIFERENÇA ENTRE DOENÇA PROFISSIONAL E


DOENÇA DO TRABALHO?
• A diferença é sútil, atenção!

• Doença profissional ocorre devido a condição PECULIAR do trabalho, por


exemplo:

o Silicose que tem exposição a sílica

o Abestose que tem exposição ao asbesto

• Doença do trabalho se refere a condições ESPECIAIS em que o trabalho é


realizado, por exemplo:

o PAIR em ambiente muito ruidoso

www.pedromiranda.com.br 53
• Ambas devem constar na lista do Ministério da Previdência Social

ESGOTAMENTO PROFISSIONAL – BURNOUT


• No mundo está em torno de 4%

• Na classe médica está perto de 40%, é muito frequente, especialmente em


mulheres

• Por volta dos 40 anos de vida, porque é o momento em que a perspectiva


de crescimento está estagnada e não tem mais a energia que tinha aos 25
anos, tem um choque de realidade e essas mulheres muitas vezes são
mães solteiras, com maior risco

• Tem que conciliar o fato de ser a cuidadora e a provedora

• É considerado Schilling II, atenção!

• Triade clássica = Exaustão emocional + Despersonalização + Cai


envolvimento

• Passa a ter relação profissional prejudicada

• Pára de frequentar atividades sociais, não quer conversar muito

• O envolvimento começa a diminuir, assim como a produtividade

• Tem fadiga crônica, cefaleia, alteração do sono...

• Pode fazer abuso de café ou de álcool para fugir de problemas ou de


ansiolíticos, hipnóticos

• Para melhorar, é preciso separar horário de lazer e descanso, fazer atividade


esportiva (melhora humor, aumenta endorfina), fazer mais atividades
sociais...

ALGUMAS DOENÇAS
• Pneumoconioses: Acontece deposição de partículas no parênquima
levando a fibrose

o Silicose: partículas menores de 10 um

§ Jateamento, pedreira e mineração (sílica)

www.pedromiranda.com.br 54
§ Está associado com tuberculose pulmonar e DPOC

§ Clínica: assintomática, progressiva, fibrose nodular


(silicose) e difusa (asbestose)

§ Diagnóstico: história ocupacional + RX de tórax

§ Tratamento: não existe deve-se prevenir

§ OBS: Silicóticos são predispostos a tuberculose.

o Asbestose: asbesto ou amianto.

§ Trabalha com caixa da água, telha, cimento

§ Clínica: Assintomático até insuficiência respiratória

§ Asbesto está relacionado com mesotelioma/câncer de


pulmão, pleura e peritônio.

o Trabalhadores de carvão (mineiros): extração de carvão mineral.


Quando associado a artrite reumatoide chama Síndrome de
Caplan. Leva a insuficiência respiratória.

• Perda auditiva induzida por ruído (PAIR/PAINSPE)

o Lenta, irreversível, bilateral, não progressiva sem ruído

o Neurossensorial

o Perda das frequências 3, 4 e 6 Khz (padrão em gota audiometria)

o Piorada por diabetes/medicamentos ototóxicos

• LER/DORT (doença osteomuscular relacionada ao trabalho)

o Movimentos repetitivos, monótonos, ritmo intenso, pressão por


produção

o Vibração e frio intensificam dor

o Ideal é fazer pausa de 10 minutos a cada hora

o Tratamento com afastamento do trabalho + fisioterapia + AINE

• Intoxicação por agrotóxicos

o Inseticidas

www.pedromiranda.com.br 55
§ Organoclorados DDT

• Ação no SNC

• Acumula no meio ambiente (quase não usados)

§ Organofosforados/carbamatos (malathion/propuscur)

• Inibem a acetilcolinesterase (síndrome colinérgica)

• Inibição irreversível

• Antagonista: atropina

§ Piretroides (permetrina - dedetizadores)

• Usados em dedetização

• Causam alergia, irritação e raramente neuropatia

o Herbicidas – lesão pulmonar direta

• INTOXICAÇÃO

o Benzeno – benzenismo

§ Petróleo/siderurgia

§ Mielotóxico

§ Investigação é feita com história ocupacional + hemograma


(alterações precoces)

o Saturnismo (chumbo)

§ A clássica é tinta, a de prova é bateria de carro.

§ Vários pintores tiveram saturnismo.

§ Clínica: de dor abdominal forte, gigante, GIGA.

• GIGA é Dor abdominal + Gota + Has + linha gengival de


Burton + Anemia

§ O chumbo sérico é a melhor avaliação de chumbo

o Mercúrio

§ Hidrargirismo – Garimpo de ouro, etc.

www.pedromiranda.com.br 56
§ Fabricação de cloro - soda e lâmpadas fluorescentes.

§ Metal pesado lesa o rim (síndrome nefrótica) e lesa cabeça.

o Cromo – Galvanoplastia ou curtumes (couro)

§ Indústria de materiais cromados

§ Pode irritar pele, dar eczema de contato

§ Pode irritar mucosa nasal, levando até perfuração de septo


nasal, câncer de pulmão etc

o Cádmio

§ No corpo tem uma ação semelhante ao cálcio, assim se liga


ao osso, o osso fica mole, levando a osteoporose e fratura

o Arsênico

§ Não tem cheiro e nem gosto, tem no máximo odor de alho...

§ Faz queimadura interna, seja na pele ou por dentro

• História Natural das Doenças

o Agente / suscetibilidade / meio ambiente

o Período pré patogênico

§ Não houve a interação entre o agente causador e a pessoa


susceptível, mas o risco existe

• Exemplo: Hepatite C, eu ainda não tenho o vírus, mas


se fizer sexo desprotegido, estarei aumentando a
chance de infecção

o Período patogênico

§ O que compõe esse período?

• Interação estímulo-susceptível

• Alteraçõesbioquímicas, fisiológicas, histológicas


período de incubação

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• Sinais e sintomas

• Defeitos permanentes/cronicidade

o Tipos de prevenção

§ Quando atuo no processo pré patogênico é prevenção


primária

§ Quando já tem fator presente no corpo é secundário

§ Quando já existe sequela e quer prevenir sequela completa


nos chamaremos de prevenção terciária.

§ RESUMINDO...

• Prevenção primária

Promoção a saúde (primordial)

Proteção a saúde moradia, alimentação,


higiene/proteção específica vacina, controle de vetores

• Prevenção secundária

Diagnóstico e tratamento precoce exames periódicos,


inquéritos, isolamento de casos ... limitação da invalidez evitar
o surgimento de sequelas

• Prevenção terciária – reabilitação, fisioterapia

Prevenção quaternária

É prevenir a prevenção em excesso que é a IATROGENIA, a


medicalização.

O próprio exame pode causar problemas.

• Observações:

o Conceito de patogenicidade x virulência é muito cobrado!

o Patogenicidade é capacidade de agente produzir doença entre os

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infectados

o Virulência é a capacidade do agente produzir efeitos graves e até


letais!

o Resumindo...

§ O primeiro fala em adoecer, ter sintomas e o segundo fala em


ter sintomas GRAVES!

• Observação 2

o Qual a diferença entre erradicação e eliminação?

o Quando erradica extingue o agente e torna-se desnecessária a


manutenção de quaisquer medidas de prevenção

o Eliminação é quando cessa transmissão, mas persiste o risco de


reintrodução

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COMO CAI NA PROVA:
1) Paciente, sexo masculino, 70 anos de idade, apresenta tosse seca e dispneia há dois anos. Realizou
espirometria, que estava normal. Nos raios X de tórax, evidenciaram-se opacidades irregulares
em bases e pleura justadiafragmática direita. No passado possui histórico de trabalhar em
mineradoras sem equipamentos de proteção. Com base nesse caso hipotético, julgue o item a
seguir: o mesotelioma pode ser investigado nesse paciente.
a. Certo
b. Errado

GABARITO: 1 - A

VIGILÂNCIA DA SAÚDE
BÁSICO
• Comunicar um agravo à autoridade de saúde (Secretaria Municipal de
Saúde)

• O que é Vigilância Sanitária?

o É um órgão responsável por controlar bens de consumo que se


relacionam com saúde e controlar a prestação de serviços que se
relacionam com a saúde

• O que é vigilância epidemiológica?

o Conhecer, detectar, prevenir qualquer mudança nos fatores


determinantes e condicionantes da saúde individual e coletiva,
com a finalidade de prevenção e controle das doenças ou agravos

o É alimentado por notificações (SINAN), sistemas nacionais de


informações, estudos, resultados de laboratórios, imprensa,
população, etc

o Ela não coloca a mão na massa, ela basicamente analisa e


recomenda
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o Termo Vigilância Epidemiológica surgiu na década de 50 na
tentativa de erradicar a malária.

• Observação lembrar do VIGITEL

o Vigilância de doenças crônicas HAS, DM etc... Governo liga


anualmente nos domicílios e faz perguntas aos maiores de 18 anos

• Sistema Sentinela Unidades especificas com a função de notificar


determinadas doenças pré-determinadas

NOTIFICAÇÃO
• Comunicar um agravo à autoridade de saúde (Secretaria Municipal de
Saúde)

• Quem pode notificar? Qualquer cidadão!!! Na suspeita!

• Quais os tipos?

o Normal (semanal)

o Imediato (24 horas)

• O que notificar?

o Agravos nacionais e internacionais

o Agravos municipais e estaduais

o Agravos desconhecidos

• Precisa confirmar para notificar? Não, só a suspeita! Salvo...

o Portaria de 2011:

§ Tuberculose

§ Hanseníase

§ AIDS

§ Leishmaniose

§ Esquistossomose em área não endêmica

§ Sífilis congênita e gestante

o Portaria de 2014 TODAS APENAS SUSPEITAS PODE NOTIFICAR

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o Portarias de 2016 PORTARIA ATUAL

• Observação

o Existe notificação negativa!

§ Notifica as doenças que constam da lista de notificação


obrigatória, mas que não ocorreram naquele período de
tempo determinado

§ Lembrando que toda notificação é sigilosa, identidade


deverá ser preservada

• Todos países devem ter atenção a poliomielite, coronavírus

• VIPS: Doenças Internacionais são de notificação compulsória

o Varíola

o Influenza (H5N1)

o Poliomielite

o SARS (coronavírus)

CRITÉRIOS PARA INCLUSÃO DE UMA DOENÇA NA LISTA DE


NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
• Magnitude – avalia a quantidade de pessoas acometidas

• Disseminação – capacidade dessa doença colocar outras pessoas em risco,


fonte de infecção

• Transcendência – avalia a gravidade, relevância social e econômica da


doença

• Vulnerabilidade – doença é controlável?

• Internacionais – VIPS

• Eventos inusitados

o Epidemia, doença nova que possa aparecer

§ Por exemplo, casos novos de Chikungunya que foram


notificados

• 2 são os conceitos que mais se repetem nas questões


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o MAGNITUDE (frequência, importância)

o TRANSCENDÊNCIA (consequência, gravidade)

• A divulgação de um problema sempre resguarda direito de anonimato do


cidadão doente

DIVIDIREMOS EM GRUPOS...
• Notificação compulsória: lista de doenças

o Internacionais

§ Varíola

§ Influenza

§ Poliomielite/Paralisia flácida aguda (clínica da poliomielite


com lesão de segundo neurônio motor)

§ SARS (coronavírus)

• Doenças relacionadas a vacinas – Calendário de Imunização – MS

o Tuberculose

o Hepatites virais

o Difteria, tétano, coqueluche, hemófilo “invasivo”

o Rotavírus (diarreia aguda/SHU) somente notificada por unidades


sentinelas selecionadas pelo MS

o Doença pneumocócica invasiva somente notificada por unidades


sentinelas selecionadas pelo MS

o Doença meningocócica

o Febre amarela

§ Erradicada do meio urbano há anos, está no meio silvestre.


Lembrar que mosquito é o Aedes albopictus

o Sarampo/Rubéola

§ CAXUMBA não é de notificação compulsória!

o Varicela = catapora (só grave ou caso de óbito)

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o Síndrome gripal – somente por unidades sentinelas

o Evento adverso grave à vacinação

• Síndromes Febris e quando doença é uma febre

o Dengue/Zika/Chikungunya

§ Obs.: todo caso suspeito de microcefalia por Zika deve ser


registrado no formulário de Registro de Eventos em Saúde
Pública

§ Breve resumo: dengue tem que ter febre + mialgia, artralgia,


dor retro-orbicular, cefaleia, náusea, vomito, diarreia etc

§ Chikungunya desenvolve muita artralgia, que pode ficar


como artralgia residual

§ Zika da febre BAIXA, exantema importante com prurido e


vermelhidão ocular sem exsudato

• Lembrar que vírus da Zika é transmitido por relação


sexual, assim, orientar gravida a usar preservativo ou
abster-se de sexo durante a gravidez

o Malária

o Leptospirose

o Hantavirose

o Febre tifoide

o Febre maculosa/riquetsioses

o Febre do Nilo ocidental/arbovirose

o Febre hemorrágica emergente e reemergente (febre purpúrica


brasileira, arenavírus, Lassa, Ebola, Marburg)

o Doenças endêmicas

§ Doenças de chagas (só fase aguda!)

§ Hanseníase

§ Esquistossomose
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§ Leishmaniose

§ Acidentes de trabalho

• Biológico/grave, que é quando envolve menores, ou há


multilação ou morte, e doenças do trabalho que são
notificadas apenas por unidades sentinelas)

§ Óbito materno e óbito infantil

o Doenças relacionadas ao terrorismo

§ Ao invés de falar ABC do terrorismo, será ABT do terrorismo

• Antraz pneumônico

• Botulismo

o Destrói 2º neurônio/altera liberação de


acetilcolina

o Tem distribuição crânio-caudal, logo atinge


nervo frênico, levando a insuficiência respiratória

• Tularemia

• Violência (violência em geral, com


criança/adolescente, contra idoso)

o Transmitido por bichos loucos

§ Doença de Creutzfeldt Jacob

§ Peste (pulga “louca”)

§ Peçonhentos (cobras, aranhas, escorpião)

§ Raiva/acidentes com animais... notificar suspeita, raiva e


acidente com animal potencialmente transmissor de raiva

§ Toxaplasmose (apenas congênita ou em gestante)

o Intoxicações exógenas

§ Agrotóxicos

§ Metais pesados

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§ Gases tóxicos

o SI...

§ Sífilis (qualquer forma)

§ SIDA

§ Síndrome de corrimento uretral masculino

• Apenas por unidade sentinela

§ Síndrome neurológica pós-febre (zika)

• Apenas por unidade sentinela

• Zika -> microcefalia, Guillain-barré

§ Sinistra cólera

o Evento de risco à saúde pública

§ Acidente em usina hidroelétrica, por exemplo

• Observação também lembrar de notificar esterilizações cirúrgicas e


internação psiquiátrica forçada.

• Para gravar tem MNEMÔNICO: BESTEIRAS

o Bichos loucos

o Endemicas

o Sindromes Febris

o Terrorismo

o Exógenas (Intoxicações)

o Internacionais

o Risco à saúde pública

o Anticorpos (vacinas)

o Si..

A NOTIFICAÇÃO DEVE SER IMEDIATA OU SEMANAL?


• Por que imediata? Porque é muito importante ou grave!
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• Notificação imediata

o Internacionais (VIPS)

o Internacionais antigas (CPF: cólera, peste e febre amarela)

o Vacinas todas, exceto tuberculose e hepatites

o Síndromes febris: Todas

o Doenças que matam todos: raiva/acidente com animal


potencialmente transmissor

o Acidentes: de trabalho grave (menor de idade, mutilação,


morte)/animais peçonhentos

o Doença de chagas aguda

o Eventos de risco à saúde pública

• Notificação imediata em alguns casos

o Dengue/zika/chikunguya imediata só em caso de óbito

§ Chikungunya: em áreas sem transmissão

§ Zika: gestante

o Malária imediata só se for fora da Amazônia

o Zika imediata se gestante

o Terrorismo: ABTV (violência imediata só se sexual ou suicídio)

• Para decorar temos MNEMONICO: IMEDIATAS Internacionais (varíola,


influenza, pólio, SARS) Mata todos

o Eventos

o Doença de chagas aguda

o Internacionais antigas (cólera, peste, febre amarela)

o Acidentes Terrorismo

o Anticorpos (doenças causadas que temos vacinas menos


tuberculose e hepatites)

o Síndromes febris (todas entram, o detalhe é que dengue,

www.pedromiranda.com.br 67
chikungunya e zika só é imediato se for óbito, o resto das febris é
notificação imediata e malária só fora da Amazônia que é imediata)

• Processo endêmico

o Epidemia x Endemia

§ Não depende do número de casos

§ Depende do padrão esperado (avalia os últimos 10 anos)

• Se estiver dentro da variação da incidência dos últimos


10 anos estamos diante de uma endemia

• Se está acima estamos diante de uma epidemia

• Se está abaixo temos um decréscimo endêmico

o DENTRO DO PADRÃO ENDEMIA

o ACIMA -> EPIDEMIA

o ABAIXO -> DECRÉSCIMO ENDÊMICO

o Conceitos

§ Endemia: número de casos dentro do padrão esperado

• Frequência (incidência) constante, em variações


cíclicas ou sazonais, valores dentro da faixa de
incidência esperada

§ Epidemia: número de casos acima do padrão esperado

• Frequência crescente, ultrapassa o limiar epidêmico

• Na curva da epidemia o período que começa a


aumentar o número de casos até cruzar o nível
superior endêmico é fase de incremento inicial de
casos

• A seguir, tem fase de progressão que é de quando


cruza nível superior endêmico até atingir número
máximo de casos

• A fase de egressão consiste em todo o período acima


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do nível superior endêmico

• Incidência máxima é o clímax da epidemia, número


máximo de casos novos

• Regressão vai da incidência máxima até diminuir


chegando no limite superior endêmico

• Caso índice é o primeiro caso a ser NOTIFICADO

• Variação sazonal é quando há mais casos de uma


doença relacionado com uma estação do ano e seu
comportamento social, ou reprodutivo de um vetor etc

• Esse padrão esperado pode ser representado em um


diagrama de controle em que temos a média por mês
(em um gráfico temos a média de casos no mês de
janeiro, fevereiro... etc)

o Do valor padrão podemos ter uma variação para


mais ou menos dentro da normalidade

• Do ponto de vista geográfico, epidemia pode ser:

o Surto: localizada, rápida. Casos com relação entre


si ou área geográfica pequena

o Pandemia: ampla. Atinge vários países ao


mesmo tempo/mais de um continente

• Quanto à velocidade, a epidemia pode ser

o Rápida

§ Explosiva/maciça: fonte comum

• Atinge mais rápido a incidência


máxima

• Epidemia por fonte comum:


transmissão por meio de água,
alimentos, ar ou inoculação

www.pedromiranda.com.br 69
§ Epidemia por fonte pontual

• A exposição se dá em um curto
intervalo de tempo e pára

o Ex.: intoxicação alimentar,


exposição à radiação ionizante

§ Epidemia por fonte persistente

• A exposição se dá em um largo
intervalo de tempo

• Ex.: febre tifoide causada por uma


fonte hídrica contaminada

§ Epidemia progressiva (por exemplo HIV)

• São transmitidas de pessoa a pessoa,


velocidade de transmissão
geralmente é lenta

§ Progressiva/propagada

• Pessoa para pessoa/ vetor

• Respiratória/sexual: gripe,
meningite, tuberculose, DST.
Mosquito: dengue, febre amarela.

• Modo de transmissão de Doença

o Vertical – Durante a gravidez, mãe feto

o Horizontal – Agente infeccioso passado de pessoa a pessoa , num


grupo de pessoas.

§ Direta imediata: transmissão entre pessoas sem que agente


passe pelo meio ambiente, por exemplo, beijo, mordedura,
contato sexual

§ Direta mediata: transmissão entre indivíduos tem ajuda de


um substrato vital (mãos, secreções oronasais etc)

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§ Indireta: precisa de um vetor para ser transmitido

• CONCEITOS SOBRE DOENÇAS

o Doença emergente

§ São doenças novas, até então desconhecidas da população


ou agentes que só causavam doenças em animais e
passaram a causar doenças também em humanos

§ Pode usar o termo emergente também quando a doença só


era encontrada em outra região e agora chegou nesta antes
livre da doença.

o Doença reemergente

§ Doenças já conhecidas e que estavam controladas, mas que


voltam a representar ameaça a saúde humana, por exemplo,
dengue, febre amarela, hanseníase, tuberculose, malária,
leishmaniose

§ A reemergência é influenciada pelo fluxo populacional,


superpopulação, condições sanitárias precárias, aumenta da
exposição humana a vetores e reservas naturais, etc

o Doença negligenciada

§ Representam as doenças que prevalecem em condições de


pobreza, e que também contribuem para a manutenção da
desigualdade social

§ Ex.: dengue, Chagas, malária, esquistossomose etc.

CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA


• Nunca emitir CID sem o consentimento expresso do paciente, mesmo
que a não emissão gere problema de contabilização de doenças para o
INSS.

COMO CAI NA PROVA:


1) O Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) foi criado em 1990 e
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tem como objetivo coletar e processar dados sobre agravos de notificação
compulsória em todo território nacional. Se considerarmos que a coleta, o
preenchimento e a análise dos dados forem verdadeiras e em tempo correto,
EPIDEMIOLOGIA
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
BÁSICO
• A epidemiologia foi desenvolvida para descrever os agravos, apontar

www.pedromiranda.com.br 72
determinantes e orientar a indicação de meios de controle e profilaxia.
Analisa a distribuição dos agravos, seus determinantes e a relação entre
eles.

METÓDO EPIDEMIOLÓGICO:
• Observação exata à Interpretação correta à Explicação racional à
Formulação da hipótese à Verificação da hipótese à Conclusão

• Hipóteses: orienta e determina a natureza dos dados a serem colocados

• Variáveis: atributos dos eventos clínicos ou dos pacientes, “coisas que


variam e podem ser medidas”

o Tipos

§ Independente: risco para determinado agravo

§ Dependente: o agravo em si, o desfecho

o Natureza

§ Quantitativas: medidas por valores numéricos

• Contínua: pode fracionário

• Descontínua ou discreta: não admite fração (tipo FC,


FR)

§ Qualitativas

• Representam as características da amostra

o Ordinais: tem ordem de categorias

o Nominais: não possui ordem de categorias

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DESENHO DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
• Descrito X Analítico

o Descritivo: investigam a frequência e distribuição de um agravo à


saúde, segundo características da própria população (idade, sexo),
do lugar, do tempo.

§ Descrevo uma situação, não testo a hipótese.

§ Por exemplo, descrever um caso de um paciente (sintomas,


exames, evolução). Não querem provar nada. São bons para
frequência e distribuição séries de casos, ecológicos,
seccionais

o Analítico: investigam a associação entre fatores de risco (variáveis


independentes) e desfecho (variáveis dependentes)

§ Provoco relação de causa-efeito, eu testo a hipótese.

§ Investigam a relação fator de risco e agravo

• Tipos de dados: QUEM SÃO OS INVESTIGADOS?

o Indivíduos - Individuado: é possível distribuir características dos


indivíduos

o População Agregado: as variáveis são registradas para um grupo


de indivíduos

§ Não é possível distinguir o indivíduo sadio do doente

• Posição do pesquisador: COMO AGE O INVESTIGADOR?

o Observacional: NENHUMA MANIPULAÇÃO do fator em estudo,


livre observação

o Experimental: EXISTE MANIPULAÇÃO

• Dimensão temporal: COMO É O TEMPO?

o Longitudinal: acompanhamento ao longo do tempo “filme”

o Transversal: recorte da situação em um dado período “fotografia”

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o Prospectivos: acompanhamento vai da situação de risco para
desfecho

o Retrospectivos: doença já ocorreu, olha para trás para ver o


histórico

ESTUDOS OBSERVACIONAIS
• Coorte

o Individuado / observação / longitudinal

o Estudo parte do fator de risco (população sob risco)

§ FATOR DE RISCO DOENÇA, EXPOSIÇAO DESFECHO

o Seleciona-se dois grupos, com e sem fator de risco x, para analisar


o desenvolvimento de doença ao longo do risco

§ Um grupo de expostos ao fator de risco aqui observa-se


quem se tornarão os doentes e não doentes

§ Um grupo de não expostos aos fatores de risco aqui


observa-se a mesma coisa (quem se tornara doente e quem
não ficara doente

o Vantagens

§ Possível avaliar fator de risco raro

§ Define riscos, confirma suspeitas

§ Conhecer a história natural

§ Doenças altamente prevalentes, potencialmente fatais e


comuns

§ Garantem a precedência do fator de risco à doença

§ É o melhor para avaliar incidência

o Desvantagens

§ Custo

§ Perda de seguimento

§ Tempo prolongado
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§ Ruim para doenças raras

§ Possibilidade de viéses (não se controla diretamente o fator


de risco)

§ Possibilidade de erros sistemáticos e fatores de confusão

o Exemplos:

§ Após Hiroshima. Pegaram quem foi exposto a radiação e


compararam com quem não foi, viu que quem foi exposto
tinha maior chance de desenvolver neoplasia

o Obs.: temos coorte histórica: a seleção dos grupos e os resultados


aconteceram no passado

o Adendo - Ensaio comunitário tem como exemplo imunização.


Imunizo, avalio os resultados da população como um todo

• Caso-controle

o Individuado / Observação / Longitudinal

o Retrospectivo - vou “estar observando” para trás

o Seleciona-se um grupo de pessoas com doença e sem doença, e


analisa retrospectivamente a exposição a determinados fatores de
risco

o Parte da DOENÇA e procura fator de risco no passado

o Vantagens

§ Possibilidade de analisar doenças raras

§ Baixo custo

§ Execução rápida, fácil de repetir

o Desvantagens

§ Define risco? Não, apenas estima!

§ Mais vulnerável a erros

§ Viéses de seleção (teriam que ser da mesma base


populacional para não ter viéses)
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§ Difícil montar grupo controle engajado(não doentes)

§ Fatores de confusão (difícil estabelecer se o fator de risco tem


associação direta com desfecho, devido a possível
heterogeneidade do grupo controle)

§ Viés de memória

• Os não doentes as vezes não deram atenção ao fator


de risco e os doentes deram OU porque os não doentes
não lembram pois doença atrapalha memória OU
médico pode ficar tendencioso a considerar mais
fatores de risco dos doentes na busca de achar uma
explicação para a doença

§ Viéses de medicação das variáveis

• Doença afeta exposição ao fator (temporalidade?)

• Doença afeta a memória

• Doença afeta a medição (observador pesquisa de forma


diferente porque sabe da doença/não)

o Cuidado para não confundir com estudo transversal na hora da


prova. No transversal eu quero ver doença e fator de risco no
MESMO momento, no caso controle eu olho se é doente hoje e se
lá no passado tinha fator de risco.

• Transversais (prevalência, inquérito, seccional)

o Cada indivíduo (individuado) avaliar para o fator de exposição e


doença em determinado momento

o Apenas descritivo, “levantamento”

o Exposição e doença avaliadas simultaneamente

o Incluem indivíduos com e sem o evento presentes no


levantamento

o Se fator de exposição não sobre influência com o tempo = podem

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ser úteis para fazer análise

o Vantagens

§ Fáceis, rápidos e baratos

§ Boa fonte de hipóteses

o Desvantagens

§ Pouco práticos para doença rara

§ Só se pode medir prevalência, informação produzida


limitada

§ Susceptíveis a viéses de prevalência/incidência: efeito


relacionado com a duração da doença é confundido com
efeito na ocorrência da doença.

• Não é porque tem tal resultado do exame, que é um


fator de risco, pode ser uma consequência.

• Ecológicos

o Unidade de análise: população

o Ajudam a identificar fatores que merecem investigação mais


detalhada por estudo analítico

o Eu não produzo os dados, eu pego dados que já existem, por


exemplo, do DATASUS. Não é ele que coleta dados, usa os que já
existem, o que torna mais barato.

o Fator de risco e doença estão presentes ao mesmo tempo

o Vantagens

§ ácil execução, baixo custo

§ Bom para gerar hipóteses

o Desvantagens

§ Baixo poder analítico

§ Vulnerável à “falácia ecológica”: fazer inferências


individuais, após observar um grupo (é diferente!)
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• Pode induzir ao erro. Algumas vezes eu individualizo o
que eu encontrei no geral para um indivíduo e posso
acabar errando (falácia ecológica é o nome do erro
desse estudo

• Relato/série de casos

o Relato: único paciente

o Série: 10 ou mais pacientes

o Problemas: ausência de grupo de comparação, amostra reduzida

o Pode ser interessante para chamar atenção para fatores específicos


da doença

ESTUDOS EXPERIMENTAIS
• Ensaios clínicos (em humanos)

o Prospectivos, longitudinais e analíticos

o Unidade de análise: indivíduo

o Classificação com base em exposição ou não

o Condições controladas X Condições naturais

§ Há diferença entre submeter os indivíduos a determinada


condição propositalmente, ou, ele ser submetido por
questões naturais

o Condições controladas

§ Randomização:

§ Tipos:

• Simples-cego: paciente não sabe qual grupo


pertencem

• Duplo-cego: paciente e pesquisador não sabe

• Triplo-cego: paciente, pesquisador e responsável por


análise não sabe (somente 1 pessoa em geral sabe)

• Aberto: todos sabem


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§ Como é feito?

• Seleção da população

o Critérios de inclusão e exclusão

• Distribuição aleatória em grupos (randomização)

• Intervenção nos grupos

o Diferente no grupo experimental/controle

• Verificação dos resultados

• Análise

o Calcular medidas de associação

o Definir efeito da intervenção (específico, não


específico, placebo)

§ Vantagens

• Possibilidade de controlar/evitar erros sistemáticos


(distribuição aleatória)

• Comparabilidade entre grupos

• Insuperável para mostrar relação causal

§ Desvantagens

• Possibilidade de não aderência e comprometimento


do estudo

• Drop-out: abandono do estudo

• Cross-over: mudança de intervenção dentro do estudo

• Abandono da intervenção por outro tratamento

• Pode ter impossibilidade de haver ocultamento

o Questões éticas

§ Se é pra testar, testo primeiro em animais (fase pré clínica) e


só depois em seres humanos

§ Aproximadamente 90% das drogas são abandonadas na fase


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pré-clínica (em animais)

§ Fases clínicas

• Fase 1 – Segurança em humanos (Testa em poucas


pessoas)

• Fase 2 – Estabelecer qual é o mínimo de dose para


alcançar efeito esperado

• Fase 3 – Ensaio clínico comparo a droga nova com o


melhor tratamento que existe.

o Assim, droga nova não pode ser inferior a que já


existe. Se for igual, pode acabar entrando por
conta do preço, disponibilidade etc.

• Fase 4 – Vigilância pós-comercialização.

o Muita gente tomando em longo prazo, assim, irei


entender efeitos colaterais mais raros ou de
longo prazo. Assim, poderei manter ou retirar a
droga de circulação.

o No final do estudo posso ter 2 visões

§ 1. Avaliar benefício só em pessoas que finalizaram o estudo

• Vou olhar apenas quem chegou ao final, simulo


situação ideal, descarto quem largou o estudo ou não
chegou no final do estudo, assim teremos a EFICÁCIA
(tem validade interna)... não posso dizer que sempre
funcionará assim.

§ 2. Avaliar resultado em todos que eu tinha a INTENÇÃO DE


TRATAR...simula mais a situação real, do total que eu quis
tratar eu vejo quantos eu beneficiei, é o que chamaremos de
EFETIVIDADE.

o Mais detalhes sobre ensaio clínico...

§ Pode haver mudança de comportamento dos participantes


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de um ensaio. Por exemplo, melhora resultado devido morte
de participantes.

• Efeito Hawthorne: efeito comportamental

o Como você passa a se comportar em um ensaio?

• Efeito Placebo

o Pode haver melhora do quadro clínico só pelo


fato de tomar algo, o que chamamos de efeito
placebo.

ESTUDOS “QUASE EXPERIMENTAIS”


o São os que o fator de estudo é manipulável a alocação é NÃO
randômica

o Podem ser divididos em: comparação externa, interna, mistura

o Comparação interna

§ Indivíduos, serviços ou comunidades são seus próprios


controles

o Comparação externa

§ Grupos de tratamento são comparados entre si. Não é


experimental porque não é randômica, grupos definidos por
conveniência.

o Mistura: combina características de externa e interna (serviços de


saúde)

METANÁLISE
• Produção de um sumário com pontos em comum e apontar fontes de
discordância entre estudos

• Unidade de análise: estudos ou trabalhos de investigação

• Passos para execução

o Definir questão a ser estudada

o Definir variáveis: resultado esperado, exposição, fatores de

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confusão

o Pesquisa exaustiva (bases e outros métodos)

o Correões de dados brutos coletados

o Métodos estatísticos

§ Regressão ponderada (muito utilizada): analisadas medidas


de associação e precisão para cada estudo para cada estudo,
atribuindo um fator de ponderação, permitindo observar
padrões, semelhantes e diferenças entre estudos

o Vantagens

§ Capacidade de síntese

§ Permite analisar diferenças metodológicas

§ Facilidade de execução, rapidez

§ Baixo custo

o Desvantagens

§ Não compensação das limitações do estudo em análise

§ Viés de publicação é possível (erro sistemático em direção a


resultados positivos)

§ Possibilidade de não existência de resultados consistentes

§ Divergência encontrada entre estudos

o Cada estudo representa um grupo de indivíduos, de forma, que é


uma análise com natureza ecológica, difícil individualizar

o Revisão sistemática é quando não é susceptível a análise estatística,


diferente de metanálise

ANÁLISE DE DADOS EM ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS


GERAL
• Existem medidas de ocorrência, medidas de associação e medidas de
significância estatísticas

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MEDIDAS DE OCORRÊNCIA
• Objetivo: Responder em que medida ocorre determinado evento e sua
frequência de ocorrência

• Baseia-se em incidência e prevalência

• Incidência: número de casos novos em um período de tempo

o Coeficiente de incidência = casos novos/ população exposta em um


tempo

• Prevalência: número de doenças em um período de tempo

o Coeficiente de prevalência = pessoas acometidas/ população


exposta em um tempo

MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO
• Definição

o Medidas do tipo razão que comparam duas medidas

o Medem a força da relação estatística entre uma variável e a


frequência da doença

o Envolve o conceito de risco: probabilidade de pessoas sem a


doença adquirirem

• Conceitos importantes

o Intervalo de confiança

§ Intervalo de valores em que tal risco não ocorre ao acaso

§ Quanto mais estreito, maior confiabilidade

o P-valor

§ Probabilidade de tal desfecho ter ocorrido ao acaso


(quanto mais baixa, melhor)

§ Traz significância estatística

§ Se p valor >5%, diz que o limite inferior do IC é nulo ou


negativo, logo = NÃO PODEMOS DESCARTAR QUE NÃO HÁ
DIFERENÇA ENTRE DOIS FATORES.

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• Tabela base

o Antes de ir para fórmulas, é importante entender a tabela base em


que se distribuem os resultados dos estudos, dos casos, dos
controles.

o A e D representam o que deu certo

§ A: verdadeira relação (exposição deu doença) verdadeiros


positivos (se testes) e verdadeiros negativos

o B e C representa o que deu discordante da hipótese

§ B representa os “falsa relação” (deu fator mas não doença),


falso positivo

§ C representa os “falta relação” também (não deu fator, mas


deu doença falsos negativos me testes

• Risco relativo

o Básico

§ "Quantas vezes mais provável é os indivíduos expostos virem


a desenvolver a doença em relação aos não expostos?"

§ RR = 9 = 9x mais provável de desenvolver a doença

o Fórmula: incidência nos expostos / incidência nos não expostos

o Interpretação: para confirmar se será aceito ou não, precisamos do


intervalo de confiança

o Redução do risco relativo (RRR)

§ RRR = 1 - RR

§ Representa ou a porcentagem de proteção, ou a


porcentagem de aumento de risco em relação a
determinado fator

• Odds Ratio

o Conceitos

§ RAZÃO DE CHANCES DE OCORRER TAL DESFECHO


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§ Método de comparação da frequência de exposição entre
casos e controles

§ Quanto mais rara for uma doença, mais o odds ratio se


aproxima do risco relativo

§ Pode ser utilizado por diversos estudos, mas mais utilizado


em caso- controle

§ Respeitar intervalo de confiança igual risco relativo

PROPORÇÃO DE EXPOSTOS NOS DOENTES / PROPORÇÃO DOS NÃO EXPOSTOS


NOS DOENTES)

PROPORÇÃO DE EXPOSTOS NOS NÃO DOENTES/ PROPORÇÃO NÃO EXPOSTOS


NOS NÃO DOENTES

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§ A fórmula simplificada é: AD/BC

• Os que deram “concordantes”/”não concordantes”

§ Racionando

• Se OR>1: possível fator de risco, maior parte


(numerador) é concordante

• Se OR<1: possível fator de proteção, maior parte,


denominador, é não concordante entre relação
exposição doença

§ Razão entre o odds (chance) de exposição dos casos / odds


de exposição nos controles

• AD/ BC , com base na tabela 4x4 de exposição e


desfecho

o A = Sim fator Sim desfecho

o D = Não fator Não desfecho

o B = Sim fator Não defecho

o C = Não fator Sim desfecho

§ Quanto >, mais forte associação entre exposição e doença

§ OR = 9 = concluímos que há 9 vezes mais chance de ter o


desfecho com tal exposição

• Risco atribuível ao fator

o Incidência expostos / Incidência não expostos

o Quantos % da doença é causada por aquele fator específico

• Risco atribuível à população

o Vê quanto aquele fator causa doença na população

o Mede a quantidade de doença que é atribuível unicamente à


exposição

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o Há diferença na fórmula para caso controle e coorte

o Se tirar a porcentagem do fator, há relação de X% da doença

§ RAP% = 52% diz que se tirar o fator, há redução de 52% da


doença na população

• Razão de prevalência

o Prevalência do fator nos expostos / prevalência do fator nos não


expostos

o Estima quantas vezes mais doentes estão expostos, se


comparações aos não expostos

UTILIZAÇÃO DAS MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO


• Coorte: RR, RAF, RAP%

o Utiliza-se mais medidas relacionadas a risco relativo, risco atribuível


ao fator, risco atribuível à população, de forma a avaliar a
implicância daquele fator na evolução

• Caso controle: OR

• Transversais

o Prevalência

o Razão de prevalência

o OR

• Ensaios clínicos: detalhes diferentes

o Redução do risco absoluto (risco grupo intervenção - risco controle)

o RR (risco intervenção/risco controle)

o RRR (redução do risco relativo): 1-RR

o NNT(número necessário ao tratamento)

§ Número de pacientes que precisa tratar pra evitar um


evento

§ Tem relação com o risco de ocorrer o desfecho

§ Se for doença de alta letalidade por exemplo, em pacientes


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com alto risco, tem mais chance de valer a pena. Mesmo um
RRR baixo causar um grande impacto.

§ Quanto mais a chance de um evento indesejável, menor


precisa ser a redução do RR para causar impacto

§ Pode ter:

• Número necessário para causar lesão

• Número necessário para causar dano

• Conjunto de fórmulas para raciocinar/ revisar

o RR= IR/INR

o RA= IR - INR

o OR= AD/BC

RESUMO
• PREVALÊNCIA ESTUDO TRANSVERSAL

• INCIDÊNCIA COORTE OU ENSAIO CLÍNICO

• CASO CONTROLE ODDS RATIO (OR)

o OR avalia a CHANCE! É chance porque é uma estimativa, diferente


do coorte que precisa o RISCO

• COORTE Risco relativo RR = Doentes nos expostos/ Doentes nos não exp.=
A/ A + B/ C/ C + D

o Para gravar lembrar que RR é a relação entre os riscos

• ENSAIO CLINICO Risco relativo RR = IE / IC

• Redução do Risco Relativo (RRR) = 1 – Risco Relativo.

o Sinônimo de RRR é a Eficácia ou Efetividade!

• Redução Absoluta do Risco (RAr)

o Sempre usar a maior menos o menor. IC – IE ou IE - IC... depende.

o Exemplo = IC – IE = 20% - 15% = 5%.

• Número necessário ao tratamento (NNT) = 1/ RAR.. Ex: 1/5% = 20

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o Obs.: uso o NNT para calcular a Eficiência (não confundir com
eficácia e efetividade)

o É necessário 20 pessoas para 1 doente ser prevenido

• Interpretação

o RR, OR ou RP 1 = sem associação

o RR, OR ou RP > 1 = fator de risco

o RR, OR ou RP < 1 = fator protetor

• Risco atribuível ao fator: a (IE) – c (INE)

• Fração atribuível populacional: RAP %

• RAP% (doença na população) = I pop – INE / I pop

MEDIDAS DE SIGNIFICÂNCIA ESTATÍSTICA


BÁSICO
• Objetivo

o Responder qual é a chance da associação se dever ao acaso

o Acaso ocorre por: variação aleatória

o Qual o grau de certeza que o achado é a realidade?

o Precisa-se de medidas para isso, porque podem existir erros e


vieses

• Tipos de erros e vieses

o Erro sistemático (viés): Seleção, aferição ou confundimento

§ Quando não tem erro sistemático, poderemos dizer que o


estudo é válido/acurado

§ Viés de seleção: grupos comparadas não são semelhantes


em relação a todas as variáveis

§ Viés de aferição: medidas sistematicamente diferentes

§ Confundimento

• Uma terceira variável (confundidora) está associada à


exposição
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o Erro aleatório (acaso)

§ p < 0,05 (5%) que é a mesma coisa que dizer que Índice de
Confiança (IC) maior ou igual a 95% (no mínimo 95 das 100
vezes que fizer o estudo vai dar mesmo resultado), logo é
preciso/confiável.

• OBS: RR = 20 / IC = 95% (10,6 – 37,6) Significa que é um fator de risco, em


95 vezes o RR esteve entre 10,6 e 37,6, ou seja, o RR é verdadeiro.

• Interpretação RR/IC

Três estudos de coorte

o RR 3 (IC 95% 2,3 – 4,1) Trabalhou com mais gente pois o intervalo
é o mais curto

o RR 5 (IC 95% 0,9 – 8,4) Não confio porque passou pelo 1

o RR 6 (IC 95% 3,2 – 9,9) Fator de risco

• Conclusão: não houve diferença estatística entre 1 e 3, pois os ICs se


sobrepõem. Se ausência de sobreposição de intervalo de confiança, tem
sim diferença estatística. O estudo mais preciso é aquele que tem um
intervalo de confiança mais estreito.

• O estudo com IC mais estreito é aquele que geralmente trabalhou com


mais gente no estudo.

PROCESSO DE ANÁLISE ESTATÍSTICA


• Existem duas explicações para um resultado: um motivo real ou o acaso

• É possível quantificar matematicamente a probabilidade do acaso

• Se a probabilidade for > 5%, o acaso é responsável

• Existem 4 situações possíveis, quando tentamos achar uma verdade,


resumidas para quadro:

• Conceitos essenciais

o Hipótese nula: é a hipótese de que os grupos não são diferentes


(é falso positivo, o acaso explica)

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o Hipótese alternativa: grupos são diferentes

o Erro alfa

§ Probabilidade de se rejeita a hipótese nula quando ela é


verdadeira

§ “Falar que são diferentes, quando não são na verdade”

§ Falso-positivo

o Erro beta

§ Probabilidade de aceitar a hipótese nula, ela sendo falsa (tá


dando negativo, existe uma associação que explica)

§ “Falar que grupos não são diferentes, quando na verdade


eles são”

§ “Falso-negativo”

• Pra que serve a quantificação desses erros?

o Se a pesquisa for positiva (diferença detectada), devemos


quantificar o erro- alfa, para ver a quantidade de falsos-positivos,
analisando se aquilo é explicado pelo acaso o não. Devemos fixar o
erro alfa em 5%

o Se a pesquisa for negativa (diferença não detectada), devemos


quantificar o erro-beta, para ver a quantidade de falsos-negativo, e
ver se aquele resultado negativo não é explicado pelo acaso.
Devemos fixar o erro beta em 20%

• Mais conceitos

o Nível de significância: a confiança depositada naquele


teste/resultado

§ 1 – ERRO ALFA

§ “Se rejeita a hipótese nula, confio em x% das vezes que


não é acaso

o Poder do teste: o poder o teste para detectar uma diferença

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§ 1 – ERRO BETA

§ “Se o teste der que não tem diferença, em x% das vezes,


realmente não vai ter diferença”

TESTE T E QUI-QUADRADO
• Teste T

o Comparação de duas médias, utilizado porque mesmo com grupos


iguais, não se espera que as médias sejam iguais em momentos
diferentes

o Tem diferença entre população, será que é devido a diferença na


população ou a erros?

o Calcula-se a probabilidade de numa população sem diferença


entre os grupos, ocorrer uma diferença X. Com isso, esse teste de
comparação serve para minimizar a probabilidade de encontrar
diferença se os grupos forem iguais (hipótese nula verdadeira)

• Teste qui-quadrado

o Usado para comparar dados nominais (separáveis em categorias)

o Sem distribuição normal

o Utiliza-se tabela de contingência, ou seja, descreve frequências de


variáveis uma em relação à outra.

o Usa-se qui-quadrado para testar a hipótese nula de que não


existe relação entre duas variáveis.

o É uma comparação dos valores observados na tabela com os


valores esperados se não existisse relação entre as variáveis (H0
verdade)

o Calcula-se então, a probabilidade de ter diferença entre os valores


(observados e esperados) se a hipótese nula fosse verdade (grupos
não são diferentes). PROBABILIDADE DE TER DIFERENÇA
QUANDO NA VERDADE NÃO TEM

o Logo, interpreta-se:

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§ Se Qui-quadrado calculado > tabela padrão: rejeita-se
hipótese alternativa, nula é verdadeira

• Entenda: se é maior que tabela, quer dizer que a


probabilidade de ter dado errado, de ter diferença
quando na verdade não tem, é maior = REJEITA A
ALTERNATIVA E ACEITA A NULA

§ Se Qui-quadrado calcula < tabela padrão: aceita hipótese


alternativa, nula é falsa.

• Nesse caso, a probabilidade de ter dado errado, é


menor que o padrão, então, aceita-se que a nula é falsa,
ou seja, tem sim diferença.

• Intervalo de confiança

o É calculado através do risco relativo, é uma potência do risco


relativo, que mostra possível variação deste

o Se o IC passar pelo 1, quer dizer que não podemos concluir que é


um fator de risco ou proteção, porque poderia ser 1

o Quanto mais estreito, mais confiável

• Resumo de conceitos em epidemiologia

o Magnitude: tamanho do problema

o Transcendência: importância do problema pra comunidade

o Vulnerabilidade: capacidade da ação de modificar problema

o Eficácia: % que a intervenção possui efeito benéfico, funciona

o Efetividade: capacidade de executar se condições reais, o que foi


previsto pela eficácia

o Eficiência: efeito do esforço realizado, base em $, tempo

o Risco: probabilidade de pessoa com tal exposição ser afetado

o Fator de risco: fator ligado a mais frequência de tal evento

o Chance: diferença entre resultados na amostra e resultados

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população geral

o Amostra: subgrupo da população

o População: grupo que satisfaça critérios de inclusão/exclusão

o Validade interna: validade de resultados para aquela amostra

o Validade externa: validade para extrapolar, generalizar

o Viés: desvio de resultados do estudo

§ Autosseleção: maior probabilidade de ocorrer agravo nos


que se oferecem pro estudo

§ Trabalhor saudável: quando trabalha, faz exame admissional,


enviesa

§ Berkson: maior probabilidade de hospitalizar pacientes com


tal condição clínica

§ Perda seletiva de seguimento

§ Viés de sobrevida seletiva

§ Viés de detecção: exposição aumenta chance de detecção

§ Vies de temporalidade: doença muda exposição

§ Viés de memória: não tem imagem retrospectiva correta

• Confundimento: falta de comparatibilidade entre grupos, devido a outros


fatores

o Fator de confundimento: distorce ou confunde efeito da exposição

§ Propriedades básicas desse tipo de fator;

• Deve ser fator de risco

• Deve estar associado a exposição

• Não deve ser variável intermediária entre exposição e


desfecho

CAUSALIDADE NA EPIDEMIOLOGIA

TIPOS DE ASSOCIAÇÃO
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• Importante entender se tem relações causais ou não. A exposição pode
estar presente, não ter uma associação causal.

• Perguntas a se fazer:

o Tem significância estatística?

o Qual a relação?

• Tipos

o Artificial (espúria): resulta do acaso ou de um viés.

§ Para isso, deve-se confirmar o teste. Se não for confirmada,


suspeitar de espúria.

o Não causal (indireta)

§ Associado apenas porque estão relacionados por condições


comum, mas sem relação

o Causal

§ Para definir que A causa B, uma das possibilidades a seguir


deve ser atendida:

• A antecede B

• Muda A, muda B

• Isso não tem relação com A e B estarem relacionado


a um antecedente C

CRITÉRIOS DE BRADFORD HILL PARA IDENTIFICAR


ASSOCIAÇÃO CAUSAL
• Sequência cronológica (critério mais importante)

• Força de associação (RR ou OR pode mostrar)

• Relação dose-resposta: quanto maior exposição, mais doença

• Consistência: confirmação por diferentes métodos

• Plausibilidade: evidências adicionais que os fatos novos são plausíveis

• Analogia com outras situações: antecedentes na literatura

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• Especificidade da associação: o fator realmente contribui para gerar
desfecho

• Coerência: não entra em conflito com história natural ou biologia

• Evidência experimental

TESTES DIAGNÓSTICOS
PROPRIEDADES DOS TESTES
• Sensibilidade: capacidade do teste de dar positivo nos doentes

o Alta sensibilidade

§ Muito falso-positivo

§ Pouco falso-negativo

o Por que é importante?

§ Doença grave, potencialmente tratável (não pode passar)

§ Resultado falso-positivo não causa trauma

§ Triagem

• QUANDO MAIOR A SENSBILIDADE, RESULTADO NEGATIVO EXCLUI O


DIAGNÓSTICO

• Especificidade: capacidade do teste dar negativo nos não doentes

o Alta especificidade

§ Muito falso-negativo

§ Pouco falso-positivo

§ Para que é importante?

• Doença importante, mas difícil de tratar, incurável

• Resultado falso-positivo causa trauma

• Confirmatórios

• Saber que não tem é importante

• QUANDO MAIOR A ESPECIFICIDADE, RESULTADO POSITIVO CONFIRMA

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O DIAGNÓSTICO

• Acurácia

o Proporção de acertos totais

o Acerta-se quando:

§ RESULTADO POSITIVO EM DOENTE

§ RESULTADO NEGATIVO EM NÃO DOENTE

o Fórmula

§ Verdadeiros positivos + Verdadeiros negativos/ total de


pesquisados

o Elevada acurácia serve para:

§ Doença importante, mas curável

§ Falso-positivo ou falso-negativo = consequências grave

• Valores preditivos

o Capacidade da verdade ser coerente com o resultado do teste

o São influenciados pela prevalência da doença, diferente da


especificidade e sensibilidade. Pensar:

§ Tem uma doença comum e uma doença rara. Em uma


doença rara, mesmo que o teste seja sensível (capacidade de
pegar doença) e específico (capacidade de não pegar não
doente), o valor preditivo positivo tende a ser baixo. Entenda,
a doença é rara, quase nunca mais existir, mais fácil de
quando o teste der positivo, não ter a doença. Mais fácil
acertar que não tem a doença, do que acertar que tem. O
mesmo vale para doença comum. Nessa doença, acertar que
é positivo é mais fácil do que acertar que é negativo.

o Valor preditivo positivo

§ % dos testes positivos serem verdadeiros positivos

§ Verdadeiros positivos/ Testes positivos

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o Valor preditivo negativo

§ % dos testes negativos serem verdadeiros negativos

§ Verdadeiros negativos/ Testes negativos

CURVAS ROC
o É o traçado de um diagrama que represente a sensibilidade e
especificidade para um determinado cut-off (ponto de corte)

o Compara duas curvas.

o Eixo X = 1 – especificidade = falsos positivos (quanto mais para a


esquerda, mais específico.

o EIXO Y = sensibilidade quanto mais pra cima, mais sensível

o Como interpretar?

§ Canto superior esquerdo do diagrama: ponto onde tem


melhor especificidade e sensibilidade

§ Pode-se variar o ponto de corte, de acordo com o objetivo do


exame: quer mais especificidade? Quer mais sensibilidade?

§ Acurácia em uma curva ROC: proporcional à área sob a


curva

RAZÃO DE VEROSSIMILHÂNCIA (LIKELIHOOD RATIO)


o Forma de descrever o desempenho de um teste diagnóstico

o É dada em chances (razão de duas probabilidades)

o Definição

§ Probabilidade de um resultado (positivo ou negativo) de um


teste em pessoas com a doença dividida probabilidade do
mesmo resultado em pessoas sem a doença.

• RVP (razão de verossimilhança positiva)

o Quanto maior a RVP, melhor. Por que?

o Porque tem maior probabilidade do resultado dar positivo em


pessoas com a doença do que sem.
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• RVN (razão de verossimilhança negativa)

o Quanto menor a RVP, mais próxima de 0, melhor. Por que?

o Porque quanto maior a probabilidade do resultado dar negativo


em não doentes melhor. Então, quanto maior o denominador em
relação ao numerador, melhor.

TESTES MÚLTIPLOS
• Realização de maior de um teste para algum fim diagnóstico

• Testes paralelo

o Faz vários testes, deu um positivo = diagnóstico

o Aumenta sensibilidade e diminui a especificidade, só precisa de 1


positivo

o Indicações:

§ Emergência, avaliação rápida necessária

• Teste em série

o Faz vários testes, todos tem que dar positivo para ser diagnóstico

o Aumenta especificidade, diminui sensibilidade

o Ou seja, estou aumentando a especificidade, eu quero DAR o


diagnóstico, firmar o diagnóstico, não é tão bom para
rastreamento.

§ Ex.: HIV diagnóstico estigmatizante

o Indicações:

§ Precisa avaliar rápido, mas não tem exame de alta


especificidade.

• Raciocínio

o Nos testes em paralelo, só precisa de um teste, com isso é bem


sensível, tendo muito falso-positivo. O valor preditivo positivo fica
baixo, ser positivo não garante, já que pega todos os positivos pela
urgência. Se der negativo, é porque não é mesmo, bom para

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excluir (bom valor preditivo negativo)

o Nos testes em série, para dar positivo, tem que confirmar tudo,
então, é bem específico. Se der positivo, é porque é positivo mesmo
(bom valor preditivo positivo). A sensibilidade é baixa porque
precisa de fazer muitos exames para confirmar, muito exigente. Se
der positivo, é porque é positivo mesmo, confirmatório. O valor
preditivo negativo é baixo. Se der negativo, não quer dizer que é
negativo mesmo.

COMO CAI NA PROVA:


1) Em relação à avaliação de testes diagnósticos, é INCORRETO:
a. Quando a doença é rara o valor preditivo positivo é baixo;
b. A sensbilidade e especificidade são propriedades inerentes ao teste;
c. Os valores preditivos dependem da incidência da doença na população
de estudo;
d. O valor preditivo positivo aumenta com a prevalência da doença;
e. O valor preditivo negativo diminui com a prevalência da doença;
2) Uma equipe de pesquisadores construiu um novo teste imunológico para
diagnóstico de uma determinada doença infecciosa. Sabe-se que este novo
teste é mais específico, porém menos sensível, que o teste usado até então.
Portanto, em comparação com o teste antigo, o novo teste terá:
a. Maior probabilidade de obter resultado positivo nos indicíduos doentes;
b. Maior probabilidade de obter resultado positivo nos indivíduos não
portadores da doença;
c. Mario probabilidade de obter resultado negativo nos indivíduos não
portadores da doença;
d. Menor probabilidade de resultados verdadeiros quando aplicado em
população na qual a prevalência da doença é baixa;

GABARITO: 1-C/2-C

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