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Cirurgia de Cabeça e Pescoço

Prof.ª Soraia El Hassan


Aula 10 – 27.04.2021

 O único anel da via aérea é a cartilagem cricóide, ou


LARINGE seja, NÃO pode lesar a cartilagem cricóide – pois
compromete a abertura da via aérea
ANATOMIA DA LARINGE
Ao lesar a cartilagem cricóide tem ESTENOSE e não tem como
 Órgão relacionado com a fonação, deglutição e a
tirar a traqueostomia ou extubar o paciente pois ela é a única
respiração
que mantém a via aérea aberta
 É um órgão tubular, músculo-cartilaginoso, ao nível
de C3 a C6 Por isso, a cricostomia é um procedimento de urgência que
o A laringe é bem alta nas crianças e vai tem que ser revertido para a traqueostomia – esse
descendo com a evolução, mas no adulto procedimento deve ficar no máximo por 6/7h, quanto menor
feminino ainda é mais alta tempo melhor; e a cricostomia é o procedimento de urgência
o Vai da EPIGLOTE até o final da CARTILAGEM escolhido porque a membrana cricotireoidea NÃO tem vasos
TIREOIDE e na cartilagem tireoide tem a e músculo, porém, o espaço é muito pequeno, então coloca
prega vocal uma cânula mais fina para saturação e depois reverte para a
traqueostomia

Traqueostomia definitiva – feita em crianças com paralisia


cerebral que aspira tudo o que come e pacientes com tumor
de laringe; fecha a laringe e coloca a traqueia para fora; A
traqueostomia é feita no 2º e 3º anel traqueal  NÃO é um
procedimento feito na urgência

Os primeiros anéis traqueais, onde faz a traqueostomia, são


cobertos pela Glândula Tireoide e, muitas vezes, tem que
afastar ou seccionar a tireoide para realizar o procedimento

 Tem contato direto com a coluna cervical


 Entre a via aérea superior, laringe e traqueia, tem
apenas um local de sustentação que mantém a via
aérea aberta que é a CARTILAGEM CRICÓIDE

 A laringe é inervada por –


o Nervo laríngeo inferior
o Nervo laríngeo superior
 O nervo laríngeo, do lado esquerdo, desce e abraça a
A. Aorta, depois sobe e vai atrás da Glândula Tireoide
e entra na prega vocal – se tiver lesão esse nervo é
 A laringe fica presa na cartilagem tireóidea, mas essa comprimido e então o paciente fica com ROUQUIDÃO
cartilagem NÃO tem a parte posterior, sua parte o Desce até em torno da T5, então mergulha
posterior é composto por membrana no mediastino e sobe

Marina Cavalcante Chini


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Aula 10 – 27.04.2021

o Logo, os tumores de mediastino e SEMIOLOGIA


patologias cardíacas podem levar à
paralisia de nervo laríngeo assim como os  A análise da laringe pode ser feita por
tumores da glândula tireoide LARINGOSCOPIA INDIRETA ou DIRETA
 Do lado direito, o nervo laríngeo fica em torno da
Laringoscopia Direta – a laringe é visualizada através do
Artéria Subclávia – então, tumores de ápice pulmonar
laringoscópio (um tipo de endoscópio)
direito tem rouquidão também

OBS –

Paralisia de prega vocal em abdução = paciente aspira o


alimento

Paralisia de prega vocal em adução = paciente não respira

Laringoscopia Indireta – na falta do endoscópio, coloca um


foco de luz na cabeça da pessoa, segura a língua com o espelho
de dentista atrás da úvula e olha a laringe através do espelho

 A divisão é baseada nas pregas vocais (músculo) –


o Supraglote – falsa prega vocal; espaço acima
da prega vocal
o Glote – espaço entre as pregas vocais
o Infraglote – espaço abaixo da prega vocal
até o final da cartilagem OBS – O esôfago fica atrás da aritenóide, logo, dá para ver se
tem a pessoa tem refluxo porque quando o ácido do esôfago
sobe ele QUEIMA A LARINGE e ela fica hiperemiada, porque o
pH normal da laringe é básico

MUDA VOCAL

 Na infância, até em torno de 9 anos, a laringe do


menino e da menina tem as mesmas características
anatômicas –
o Nesse tempo, NÃO é possível diferenciar a
voz de ambos pois a vibração da prega é
 A prega vocal é sempre branquinha e o resto é
igual
vermelho – isso porque na prega vocal NÃO é epitélio
 Conforme os meninos crescem, ganham massa
respiratório e sim estratificado
muscular na laringe e ela fica 20% maior do que a da
o Por isso a maioria dos cânceres de laringe
mulher e então a voz fica com características
são carcinomas epidermóides
masculinas
o O restante da laringe é mucosa
o Mas tem o período de transição que fica
oscilando
Marina Cavalcante Chini
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o E alguns adolescentes não conseguem  Sintomas – dispneia (a noite), dispneia e cianose


passar por esse período por alteração durante a amamentação, estridor inspiratório
hormonal ou de crescimento intenso
o ‘Choro rouco’ = a criança fica roxa durante a
AFECÇÕES DA LARINGE amamentação e não ganha peso
o Deve fazer orientação de mamada
DISFONIAS fracionada
o NÃO pode deixar o bebê em berço normal,
 O principal sintoma de lesão de laringe é a DISFONIA
tem que ficar com a cabeça elevada
– ocorre quando a lesão atinge a prega vocal
 Geralmente melhora espontaneamente até os 2
o Porém, existem pacientes em que a lesão da
anos
laringe NÃO está na prega vocal, podendo
iniciar na epiglote, por exemplo, e então o
paciente tem a sensação de corpo estranho
na garganta OBS – Em algumas crianças isso é tão intenso que tem quadros
 A disfonia é qualquer alteração do PADRÃO vocal de cianose e muita perda de peso e tem que fazer uma cirurgia
 Sintomas associados – dispneia, estridor, cianose, para seccionar o ligamento entre a epiglote e a aritenóide para
emagrecimento, disfagia, odinofagia, hemoptise e tentar abrir a laringe da criança = exceções
massas cervicais
A maioria não faz nada, apenas observação e orientação
Disfonia de início súbito com gripe – deve-se aguardar alguns
dias; se for > 15 dias e já usou anti-inflamatório e ainda OUTRAS MALFORMAÇÕES CONGÊNI TAS
continua é obrigatória a avaliação pela laringoscopia
Menos frequentes, mas dão sintomas muito mais AGRESSIVOS
 Fatores de risco –
o Idade: muito comum > 40 anos  Lesões neurologias – paralisia de pregas vocais; aspira
o Antecedentes de etilismo e tabagismo o que come ou não respira
o Profissional da voz: rouquidão intercalada  Estenose subglótica – o paciente não respira
o Trabalhadores de locais ruidosos: fala  Membranas congênitas
demais e muito alto  Laringocele – tem um abaulamento de ar; então é
o Trabalhadores de locais com poluição do ar mole e faz um barulho de creptação
 Hemangiomas
MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS  Cistos congênitos

MEMBRANA LARÍNGEA

 Laringomalácia ou laringotraqueomalácia – mal


formação mais frequente e mais BENIGNA
 Essas crianças nascem com pouco tecido de LARINGOCELE
cartilagem, é muito mole e não tem quase nenhum
cálcio – então a laringe FECHA

Marina Cavalcante Chini


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LESÕES BENIGNAS NÓDULOS DE PREGAS VO CAIS


 Sempre BILATERAIS
LARINGITES INFECCIOS AS AGUDA  Associado ao abuso vocal
 Quadro clínico – rouquidão associado ao uso da voz
 Laringite aguda – viral, autolimitada, acompanha as
 Tratamento – geralmente fonoterapia, e em alguns
IVAS e tratamento apenas em sintomáticos
casos pode ser tratamento cirúrgico
 Laringotraqueíte aguda (crupe) – tosse metálica
(latido de cachorro), febre, estridor inspiratório
o Viral: parainfluenza e influenza tipo A e B
o Tratamento: visa melhorar o edema da
laringe (corticoesteróides EV e orais,
inalação com adrenalina e inalação com
afrin)
 Epiglotite – quadro de angústia respiratória aguda
o Vírus Haemophilus influenza (mais comum)
o O maior problema é quando é causada por
uma infecção bacteriana, pois nela o edema PÓLIPOS DE PREGAS VO CAIS
é inflamatório com secreção purulenta e
então a criança tem febre e tem que internar  São UNILATERAIS
 Quadro clínico – rouquidão constante
 Tratamento – cirúrgico

Necessário repouso vocal, hidratação e se tiver dor analgésico;


NÃO precisa de anti-inflamatório

LARINGITES INFECCIOSAS CRÔNICAS OUTROS

 Tuberculose – laringe contaminada secundariamente  Trauma vocal agudo – formação de pólipos


ao pulmão, na hora da tosse o bacilo fixa na prega hemangiomatosos, como se fosse um granuloma
vocal  Laringite alérgica
o Diagnostico por biopsia sob anestesia geral  Laringites decorrentes do RGE – sensação de corpo
estranho, sensação de ‘bolo de garganta’ e tosse
noturna

 Hanseníase
 Blastomicose
 Candidíase – bem mais raro; ocorre em pacientes  Angioedema – edema mucocutâneo, geralmente
imunossuprimidos que tem candidíase de esôfago e decorrente de picada de insetos e alimentos
laringe o Edema de face, cavidade oral e laringe
 Leishmaniose
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LESÕES NEOPLÁSICAS  Existem 3 formas para reabilitar esses pacientes –


o Voz Esofágica
 90% são carcinoma espinocelular (CEC) o Laringe eletrônica
o Prótese traqueoesofágica
LESÕES PRÉ-MALIGNAS
VOZ ESOFÁGICA
 Leucoplasias
 Áreas de eritroplasias na leucoplasia  Técnica que utiliza os tecidos naturais do corpo como
 Papiloma de laringe a nova origem da voz
 Exige que a pessoa degluta pequenas quantidades de
ar que vão para o esôfago antes de voltar a ‘arrotá-
las’ – a coluna de ar engolido faz com que a traqueia
vibre, gerando som que é depois modificado pela
língua e os lábios para criar palavras

LESÕES MALIGNAS
 Tumores supraglóticos (40%) – inicialmente são
silenciosos
o Sensação de corpo estranho, dor, otalgia,
disfagia e odinofagia
o Nos estágios mais avançados: dispneia,
hemoptise e rouquidão
LARINGE ELETRÔNICA
o Drenagem linfática abundante
 Tumores glóticos (59%) – sintomas precoces  É um aparelho movido a bateria recarregável tipo
o A DISFONIA é o principal sintoma bastão vibrador posicionado externamente próximo
o Drenagem linfática pobre a garganta do paciente
 Tumores subglóticos (1%) – sintomas quando  Ele produz uma voz robótica e distante do padrão
obstruem a luz vocal habitual, porém, é perfeitamente
o Geralmente com diagnóstico tardio compreensível e possibilita maior independência na
o Prognóstico ruim comunicação

LARINGECTOMIA TOTAL

 Procedimento cirúrgico realizado em estágios


avançados de CA na laringe ou em região próxima
 É retirada TODA a laringe do paciente e, por
consequência, eles perdem a voz por completo

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PRÓTESE TRAQUEOESOFÁGICA  Pode melhorar com FONOTERAPIA, mas se não


melhorar tem tratamento CIRÚRGICO (preenche o
 Consiste no uso de uma prótese inserida sulco para melhorar o quadro vocal)
cirurgicamente na parede que separa a traqueia e o
esôfago CASO 2
 Esse mecanismo constitui-se basicamente em uma
VÁLVULA UNIDIRECIONAL que permite a passagem
do fluxo aéreo pulmonar para o esôfago por meio de
oclusão digital do estroma
 Pode ser realizado ao mesmo tempo que é feita a
laringectomia total

 Doença em prega vocal e asma


 Prega vocal com edema = Edema de Reinke, que
acontece pelo CIGARRO
 Espaço respiratório pequeno, então na hora da gripe
ela FECHA

CASOS CLÍNICOS

CASO 1

Grau 3 – leva o paciente à insuficiência respiratória; opera e


suspende o cigarro pois enquanto a pessoa fumar tem esse
edema de corda vocal

Grau 1 e 2 – a pessoa vive normal

 Problema GENÉTICO, pois é desde criança


 Tem prega vocal, aritenóide e epiglote
 Tem uma depressão na prega vocal (sulco) dos dois
lados

Marina Cavalcante Chini

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