Você está na página 1de 36

COMUNICADO

Ao realizar a impressão desse material, comece a impressão a partir da página 2, uma


vez que estes comunicados não precisam estar impressos.

Este resumo, bem como os outros resumos das outras disciplinas desse período,
foram feitos pra serem impressos em formato de livreto. Caso você não conheça esse
tipo de impressão, pesquise e/ou peça para um funcionário de um xerox realizar essa
impressão.

Ao imprimir nessa configuração, o(a) estudante economiza seu finito dinheiro pra
poder estudar numa melhor forma. Todas as páginas do resumo foram feitas em
margem estreita e com fonte reduzida.

Provavelmente você encontrará um erro ou outro dentro desse resumo, peço que não
leve todas as informações aqui dispostas de forma 100% verdadeiras. Utilize esse
material como apoio para confecção dos seus resumos ou anotações.

Por gentileza, não restrinja o acesso ou faça o upload desse resumo em plataformas
de venda de material.

Relembro que os conteúdos aqui dispostos foram ministrados no ano presente na capa
do resumo, então a mudança de conteúdo e/ou professor(a) pode influenciar o que é
dado em cada aula da disciplina em questão.

Qualquer sugestão, crítica ou mudança relacionado ao resumo, fique à vontade pra me


mandar um direct ou um email.

E-mail: guilhermxlopes@gmail.com
Instagram: @guilhermxlopes
RESUMO
OCLUSÃO DENTÁRIA

Guilherme Lopes
Odontologia UFPR
2021
OCLUSÃO DENTÁRIA – INTRODUÇÃO À OCLUSÃO

GENERALIDADES SOBRE A OCLUSÃO:


- Occludere (latim) = fechamento.
- Face oclusal e borda incisal: apresentam contato com o dente antagonista.
- Os dentes só estão em oclusão durante a DEGLUTIÇÃO e a MASTIGAÇÃO.
- Oclusão estática: mordida parada, sem movimento ou dinâmica de estruturas.
- Oclusão funcional: possui dinâmica, mastigação pode ser um exemplo.
- As superfícies articulares são recobertas por FIBROCARTILAGEM e não por cartilagem hialina.
A oclusão dentária é a relação de dentes

SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO mandibulares e maxilares em contato


funcional durante determinada atividade
- Entidade funcional e integrada por um conjunto de órgãos.
ou função estática.
- Biologia e fisiologia podem se dizer interdependentes.
- Engloba hábitos normais como fala e mastigação, além de parafunções como apertamento.
- COMPOSIÇÃO DESSE SISTEMA:
- Ossos - Ligamentos - Nervos
- Músculos - Dentes - Vasos
- ATM - Periodonto - Glândulas

GENERALIDADES SOBRE A ATM


- Côndilo mandibular = cabeça da mandíbula.
- Componentes ósseos da ATM: cabeça/colo da mandíbula, fossa mandibular e eminência.
- Disco articular fica entre a fossa e a eminência articular.
- Zona bilaminar/retrodiscal fica para trás, sendo ALTAMENTE INERVADA e com vasos.
1) DIARTROIDAL: desenvolvimento de movimentos de rotação e de translação.
2) BILATERAL: duas articulações ligadas entre si.
3) SINOVIAL: porque os ossos são separados por espaços preenchidos com líquido sinovial.
4) COMPLEXA: espaço articular dividido em superior e inferior.
- Superfícies articulares são recobertas por fibrocartilagem.
- Vertente posterior da eminência articular é a região de maior demanda funcional da ATM.

CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DA ATM


1. Possui ponto terminal de fechamento rígido.
2. A oclusão pode influenciar sua função e vice-versa.
3. O disco articular divide o espaço articular em compartimento superior e inferior.
4. Como os côndilos são parte de uma mesma mandíbula, a ATM não pode
funcionar sem o movimento da articulação contralateral.

CABEÇA DA MANDÍBULA
- Possui região frontal e parassagital.
- Olhando o punho pela vista “de frente” (fingir um uppercut), polegar é o polo medial da cabeça.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 1- 1


- As cabeças da mandíbula possuem uma rotação de 150º a 170º entre as
mesmas.
- Polo medial é geralmente o maior e o mais proeminente.
- Essa angulação influencia: DINÂMICA DA
ARTICULAÇÃO e a ENTRADA DOS RAIOS X.
Côndilo/cabeça numa vista
anterior
FOSSA MANDIBULAR
- Apresenta uma cartilagem articular.
- Onde o côndilo se adapta com o disco articular.
- Eminência articular está mais para a anterior do paciente.
- Limitada anteriormente pela vertente posterior da eminência articular.
- Pode-se dizer que é onde o côndilo se adapta com o disco articular.

DISCO ARTICULAR FM = fossa mandibular e EA =


eminência articular
- Formado por fibrocartilagem, acomoda-se as superfícies
articulares.
- Pode-se dizer que age como um osso não calcificado (3º osso).
- Composto por tecido conjuntivo fibroso denso.
- Insere-se anterior, posterior, medial e lateralmente ao ligamento.
- Não está diretamente ligada ao osso temporal.
- Aneural e avascular, possui uma aparência bicôncava (hemácia).
- Acompanha o côndilo durante a translação condilar.
- ANATOMIA DO DISCO ARTICULAR:
- BANDA ANTERIOR: região média (2mm).
- ZONA INTERMEDIÁRIA: parte fraca (1mm).
- BANDA POSTERIOR: mais espessa de todas (3mm).
- CAVIDADE ARTICULAR SUPERIOR: Translação.
- CAVIDADE ARTICULAR INFERIOR: Rotação.

ZONA RETRODISCAL/ZONA BILAMINAR


- Contém espaços c/ sangue durante deslocamento anterior.
- A área é abundantemente inervada pelo nervo auriculotemporal.
- ZONA LAMINAR SUPERIOR:
- Constituição de FIBRAS COLÁGENAS ELÁSTICAS em sua maioria.
- Une a borda posterior do disco à placa timpânica (fissura petro-timpânica).
- Fibras são distendidas durante o movimento anterior da mandíbula.
- ZONA LAMINAR INFERIOR:
BP = borda posterior, ZI =
- Constituição de FIBRAS COLÁGENAS NÃO ELÁSTICAS. zona intermediária e BA =
borda anterior
- Une a borda posterior do disco articular e os polos do côndilo à superfície posterior e do côndilo.
- Delimitam o deslocamento anterior do disco articular.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 2- 2


- Tracionamento disco para posterior.
- FEIXE INTERMEDIÁRIO:
- Presença de nervos e vasos sanguíneos.
- Composto por tecido conjuntivo frouxo.
- Essa região enche de sangue durante abertura bucal.
- Mecanismo este de amortecimento.
- Compressão da zona bilaminar também pode levar a substituição
dos vasos e das terminações nervosas por fibras (fibrosamento), podendo dar origem a um pseudo disco
(metaplasia).

CÁPSULA ARTICULAR
- Define os limites anatômicos e funcionais da ATM.
- Articulação sinovial composta por tecido frouxo, vasc. e inervado.
- Liga-se ao colo do côndilo abaixo dos ligamentos do disco articular.
- Bem inervada e possui vascularização abundante.
- A cápsula funde-se ao disco articular. Cápsula articular de cadáver

- Divide compartimentos em compartimento sinovial superior e compartimento sinovial inferior.

LIGAMENTOS DA ATM
- São constituídos de tecido conjuntivo rico em colágeno.
- Podem ser divididos em ligamento principal e ligamentos acessórios.
- LIGAMENTOS DISCAIS OU COLATERAIS:
- Possibilita que o disco mova passiv. com o côndilo quando este desliza de anterior para a posterior.
- São responsáveis pelo movimento que ocorre entre côndilo e disco (rotação propriamente dita).
- FAZEM A FIXAÇÃO DO DISCO ARTICULAR.
- LIGAMENTO TEMPORO-MANDIBULAR [LIGAMENTO PRINCIPAL]:
- Reforça o aspecto lateral da cápsula com fibras fortes e condensadas.
- Principal ligamento da ATM.
- Porção OBLÍQUA: limita o grau de rotação do côndilo.
- Porção HORIZONTAL: limita a retrusão posterior evitando a compressão zona da retrodiscal.
- LIGAMENTO ESTILO-MANDIBULAR [LIGAMENTO ACESSÓRIO]
- Parte do processo estiloide até a borda posterior do ramo mandibular.
- Limita os movimentos protrusivos da mandíbula.
- LIGAMENTO ESFENO-MANDIBULAR [LIGAMENTO ACESSÓRIO]
- Estende-se da espinha do osso esfenoide até a língua mandibular.
- Não possui efeito limitador (passivo).

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 3- 3


FUNÇÃO NORMAL DA ATM
- Abertura de no mínimo 40mm, usa-se 4 dedos da mão para checar.
- Movimento lateral amplo.
- Ausência de ruídos, desvios, desgaste excessivo e dor.

LCA, ligamento capsular anterior (colagenoso).


SA, superfície articular.
LRI, lâmina retrodiscal inferior (colagenosa).
TR, tecidos retrodiscais.
CS, cavidade articular superior.
CI, cavidade articular inferior.
PLS, músculo pterigóideo lateral superior.
PLI, músculo pterigóideo lateral inferior.
LRS, lâmina retrodiscal superior (elástica).
O ligamento discal (colateral) não está representado.

MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO
- Masseter - Pterigóide lateral e medial - Digástrico
- Temporal - Supra e infra hióide

ROTAÇÃO: o côndilo gira em torno do seu próprio eixo sem sair da fossa mandibular. Relaciona-se com a
superfície superior do côndilo com a superfície do disco articular.
(músculos → supra hióide, infra hióide e digástrico).

TRANSLAÇÃO: corpo e ramo da mandíbula movimentam-se em direções iguais com a mesma velocidade,
indo em direção a região posterior da eminência articular com a movimentação do disco articular.
(músculos → supra hióide, infra hióide, digástrico e pterigoide lateral (feixe inferior)).

LIMITAÇÃO DO MOVIMENTO MANDIBULAR: dentes, ligamentos da ATM, músculos da mastigação e


superfícies articulares.

MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO: supra e infra hióide, digástrico, masseter, pterigoide lateral e medial e
temporal.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 4- 4


OCLUSÃO DENTÁRIA – ARTICULADORES SEMIAJUSTÁVEIS

Articuladores são aparelhos mecânicos que permitem a articulação e o engrenamento de modelos fora da
boca, simulando a relação tríade entre maxila, mandíbula e articulações tempomandibulares. O primeiro
articulador a simular uma ATM foi criado em 1858 pelo Bownill.

FUNÇÕES DO ASA
- Planejamento e diagnóstico de casos clínicos.
- Análise oclusal dos pacientes, envolvendo possíveis variáveis da ATM.
- Reabilitação oral e utilização com próteses.

TIPOS DE ARTICULADORES
a) Articulador não ajustável.
b) Articulador totalmente ajustável.
c) Articulador semi-ajustável.

ARTICULADOR NÃO AJUSTÁVEL


- Realizam apenas movimento de dobradiça, são baratos e simples de usar.
- Não permitem movimentos laterais e movimentos protusivos/extrusivos.
- Não permitem a personalização de possíveis guias.
- Podem ser indicados para próteses unitárias.

ARTICULADOR TOTALMENTE AJUSTÁVEL


- Utiliza o arco facial cinemático (registro condilar em suas variáveis totais).
- Reproduzem todos os possíveis movimentos mandibulares.
- Alto custo e montagem complexa até mesmo para protéticos.
- POSSÍVEL AJUSTE DE COMPONENTES: ÂNGULO DE BENNET, ÂNGULO DE FISHER, guia condilar,
distância intercondilar e deslocamento lateral imediato.

ARTICULADOR SEMI AJUSTÁVEL


- Utiliza o arco facial simples/convencional para registro.
- Reproduzem apenas alguns posicionamentos mandibulares.
- POSSÍVEL AJUSTE DE COMPONENTES: ângulo de Bennet, guia condilar e distância intercondilar
dependendo do modelo apresentado.
- Boa relação de custo-benefício para estudantes e dentistas.
- Não permite a regulagem do ângulo de Fisher.

TERMOS IMPORTANTES
- ARCO FACIAL: registrar a posição da maxila em relação a base cranial.
- DISTÂNCIA INTERCONDILAR: distância entre dois côndilos, podendo ser pequena, média ou grande.
- LADO DE TRABALHO: lado para o qual o movimento está sendo executado

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 5- 1


- LADO DE BALANÇO/NÃO TRABALHO: lado para qual o movimento não é feito
- MESA INCISAL: local onde o pino incisal deve tocar em posição 0.
- PINO INCISAL: permite a calibragem e alteração da DVO do paciente, bem como da MIH.

ÂNGULO DE BENNET
- Ângulo formado pela trajetória de avanço do côndilo do lado de balanço com o plano sagital durante o
movimento extrusivo lateral mandibular visto no plano horizontal, normalmente 15º.
- No articulador, fica na parte anterior (possível regular esse ângulo).
- MANDÍBULA COM LATERALIDADE PARA ESQUERDA:
- Lado esquerdo será o lado de trabalho.
- Lado direito será o lado de balanço/não trabalho.
- Côndilo direito vai para medial e para baixo, sendo rente a eminência articular (âng. p/ baixo e meio).

ÂNGULO DE FISHER
- Ângulo formado pelas inclinações das trajetórias condilares de protrusão e lateralidade, vistos do plano
sagital.
- Inclinação para sair da fossa articular.

SEQUÊNCIA DE MONTAGEM NO ASA:


1) Moldagem e obtenção de modelos.
2) Registro do arco facial (3 pontos de godiva no triângulo).
3) Registro interoclusal:
- Máxima intercuspidação habitual (MIH) = pino incisal em zero.
- Necessidade de registrar a relação cêntrica (RC), uso de lâminas de long.
- Possibilidade para possíveis reabilitações protéticas e/ou estéticas4) Montagem no articulador.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 6- 2


OCLUSÃO DENTÁRIA – ANATOMIA DOS CONTATOS OCLUSAIS

FACE OCLUSAL E SUAS GENERALIDADES


- Margens das estruturas dentárias que apresentam contato com dentes antagonistas.
- Posteriores uso do termo oclusal e anteriores uso do termo incisal.
- FACE OCLUSAL PROPRIAMENTE DITA:
- Compreende a região circunscrita pelas arestas V + L/P + cristas marginais
- Pode ser considerado o miolo do dente em questão.
- FACE OCLUSAL FUNCIONAL:
- Compreende face oclusal propriamente dita + área adjacente da mastigação.
- Consiste: cerca de 3mm da V/L + superfície V dos ant. inf. + superfície P ant. sup.
- Ultrapassa um pouco a região anatômica dos dentes.
- Possível existir superfícies funcionais dos dentes anteriores.

CÍNGULO
- Saliência arredondada de base ovalada.
- Anteriores: terço cervical da face lingual de incisivos e caninos.
- Posteriores: estrutura semelhante chamada de bossa.
- Bossa/cíngulo em posteriores pode ser chamada de saliência na vestibular.

CRISTA
- Projeção linear com secção triangular.
- Une cúspides ou pode delimitar faces do dente.
A) CRISTA MARGINAL: serve como muro ou barreira dentária.
B) CRISTA TRANSVERSA OU PONTE DE ESMALTE: une cúspides em 1PMS e 1MS.

TUBÉRCULO
- É a protuberância de volume reduzido na superfície dental (contorno arredondado).
- TUBÉRCULO DE CARABELLI: presente na face mésio-lingual 1MS.
- Quase que tipicamente dos 1MS, podendo ser considerado um acidente anatômico.

LOBO E FOSSA
- LOBO: elevação da superfície arredondada com base retangular.
- FOSSA: concavidade/”buraco” que ocupa grande área da superfície
dentária, em incisivos ela é delimitada pelas margens e pelo cíngulo e
molares é central.

FORAME CEGO
- Depressão puntiforme, não possui ligação com estruturas.
- Anteriores: incisivos laterais superiores lingual.
- Posteriores: primeiros e segundos molares vestibular.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 7- 1


SULCOS
- Depressão estreita e linear, podendo ser separada em sulco principal e sulco acessório/secundário.
- SULCO PRINCIPAL: separa as cúspides dentárias.
- SULCO SECUNDÁRIO: presente nas faces das cúspides, - marcadas.

SULCO DE DESENVOLVIMENTO
- Representam limites entre partes/lobos diferentes.
- Associados ao desenvolvimento dos dentes, aspecto infantil.
- MAMELÕES: proeminências cônicas (serrilhados) decorrentes dos sulcos de desenvolvimento.

CÚSPIDES E SUAS RELAÇÕES


- Elevação na superfície dentária com formato de pirâmide.
- Encontrada na face oclusal de molares, pré-molares e caninos.
- Base quadrada que gera 4 lados/faces triangulares.
- FUNÇÕES DAS CÚSPIDES:
- Facilitar a irrupção. - Sustentar a oclusão estática.
- Reduzir o trabalho muscular. - Otimizar a dinâmica entre dentes.

CÚSPIDE DE SUPORTE/TRABALHO [CÚSPIDE B]


- Palatina superior e vestibular inferior (VIPS).
- FUNÇÃO PRIMÁRIA: dão suporte oclusal, oclusão estática, estabilidade oclusal.
- Podem ser chamadas de cúspide de contenção cêntrica.
- FUNÇÕES DESSAS CÚSPIDES:
1) Relação cúspide x fossa (contato oclusais).
2) Manunteção da DVO (dimensão vertical de oclusão).
3) Estabilidade oclusal.
4) Relação cêntrica ou máxima intercuspidação.
5) Trituração de alimentos.

CÚSPIDE GUIA/PROTEÇÃO
- Vestibular superior e lingual inferior (LIVS).
- FUNÇÕES DESSAS CÚSPIDES:
1) Proteger língua e bochechas durante a mastigação.
2) Guiar alimento para as cúspides de suporte.

ALTURA DAS CÚSPIDES:


- Dimensão pode mudar a cada paciente, não é algo certo.
- AC = altura da cúspide e DC = declive ou angulação da cúspide.
a) Quanto ↑AC e ↑DC, mais função mastigatória e estabilidade.

b) Quanto ↑AC e ↑DC, maiores riscos de interferência oclusal.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 8- 2


ARESTAS E SUAS RELAÇÕES
- Linha que faz união entre duas estruturas dentárias contínuas.
- Cúspides possuem duas arestas longitudinais e duas transversais.
- Vertentes são lugares onde ocorre a mastigação.
A) ARESTA LONGITUDINAL (AZUL): sentido mésio-distal, separa vertentes lisas e triturantes.
B) ARESTA TRANSVERSAL (LARANJA): separa duas vertentes iguais em uma mesma cúspide.

VERTENTES E SUAS RELAÇÕES


- Estruturas piramidais formadas pelas arestas dentárias.
- Podem ser subdivididas em mesial, distal, vestibular e lingual.
A) VERTENTES TRITURANTES: face interna do dente (M e D).
B) VERTENTES LISAS: face externa do dente (L e V).

SULCOS OCLUSAIS
- Passagem das cúspides nas dinâmicas mastigatórias.
- Escape dos alimentos durante a mastigação.

LIGAMENTO PERIODONTAL
- Seção de suporte dentário, importante para estruturação do dente.
- Receptores sensoriais estão presentes, controlar oclusão e força mastigatória de músculos.

CONTATOS OCLUSAIS E SUAS RELAÇÕES


- Forma como os dentes se movimentam e alteram sua função.
- Forma convexa das cúspides promovendo relação de contato.
- Ocorre em mais de um ponto com dentes antagonistas.
- Esses tipos de contatos determinam a axialidade das forças e estabilidade oclusal.
- TIPOS DE CONTATOS POSTERIORES:
- CONTATO BÍPODE: cúspides + cristas marginais.
- CONTATO TRÍPODE: cúspides + fossas. Quem determina se o paciente ficará
- FUNÇÕES: em MIH ou em RC, é a oclusão
- Máxima eficiência com mínimo de trabalho. dentária desse paciente.
- Axialidade das forças mastigatórias.
- Estabilidade oclusal. VLCVI → Vertente Lisa da Cúspide Vestibular Inferior

Contatos A e B determinam força de axialidade.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 9- 3


- PONTOS DE CONTATO:
- Presença de A, B e C garatem a estabilidade dentária transversal. B > A > C em importância

- Obtenção de A e B é imprescindível.
- Ausência de B caracteriza má oclusão.
- CONTATO A: ocorrem entre cúspides vestibulares (VLCVI x VTCVS).
- CONTATO B: ocorrem entre cúspides de suporte/trabalho, estabilidade oclu. (VTCVI x VTCPS).
- CONTATO C: menos importante, ocorrem entre cúspides linguais (VTCLI x VLCPS).

ESTABILIDADE OCLUSAL
a) A estabilização mésio-distal é mantida pela relação dos contatos proximais (pontos de contato).
b) A estabilização vestíbulo-lingual é mantida pela relação dos contatos oclusais e pelos músculos.
c) A estabilização vertical é mantida pela relação dos contatos oclusais.
- OBJETIVOS DA ESTABILIDADE OCLUSAL:
1) Estabilidade dentária. 4) Proteção das estruturas da ATM.
2) Distribuição dos contatos dentários. 5) Oclusão mutuamente protegida.
3) Posição musculoesquelética estável.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 10 - 4


OCLUSÃO DENTÁRIA – RELAÇÕES INTERMAXILARES ESTÁTICAS

OCLUSÃO x DESOCLUSÃO: relação dos dentes superiores e inferiores quando em contato estático ou
durante movimentos dinâmicos da mandíbula.

PESSOAS DESDENTADAS AINDA POSSUEM ALGUNS ASPECTOS MAXILARES E MANDIBULARES

RELAÇÕES ESTÁTICAS PRESENTES RELAÇÕES DINÂMICAS PRESENTES


a) Máxima intercuspidação habitual (MIH) a) Abertura e fechamento.
b) Relação cêntrica (RC) b) Protrusão e retrusão.
c) Oclusão em relação cêntrica (ORC) c) Movimentos de lateralidade.
d) Dimensão vertical (DV)

MÁXIMA INTERCUSPIDAÇÃO HABITUAL


- É a posição maxilomandibular onde os dentes adquirem um número máximo de contato oclusal, podendo
ou não estar em relação cêntrica (RC).
- Ela garante o maior número de contatos dentários no paciente.
- Esse aspecto pode ser mutável em função de restaurações e anomalias dentárias.
- OBSERVAÇÃO: pacientes desdentados totais não possuem MIH, pois não possuem dentes.

RELAÇÃO CÊNTRICA (RC)


- Posição mais superior e anterior da cabeça da mandíbula contra a eminência articular apoiada na
porção mais delgada dos discos articulares (anterossuperior).
- Posição que independe dos dentes, pacientes desdentados também possuem.
- Pode ser chamada de posição mandibular que o côndilo está mais para cima e frente possível.
- Não possui MIH relacionada com ele.
- OBSERVAÇÃO: todo mundo possui RC, inclusive pessoas desdentadas.
- É considerada uma posição articular perfeita, quase ninguém possui MIH perfeita.
- USO DA RC:
- Cirurgia ortognáticas. RC ≠ MIH SENDO ≅ 1 A 1,25mm DE

- Reabilitações protéticas e estéticas. DIFERENÇA ENTRE ELAS

- Casos de ortodontia.
- REGISTRO E MANIPULAÇÃO EM RC:
- Uso de lâminas de long em dentes anteriores.
- Uso de língua no céu da boca e pedir para paciente ocluir.
- Contato pré-maturo: oclusão antes da MIH. VERDE = MIH e AZUL = RC

- Gentilmente GUIAR o mento do pac. p/ posterior, o paciente enrola a sua língua para trás.
- REQUISITOS PARA RC EM PACIENTES:
- Ausência de sintomas articulares.
- Ausência de sintomas musculares.
- Fácil manipulação devido ao relaxamento de músculos.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 11 - 1


OCLUSÃO EM RELAÇÃO CÊNTRICA (ORC)
- União da MIH com RC ideais/perfeitas, ocorre a coincidência entre ambas.
- Não ocorre deslize ou deflexão mandibular.
- Cerca de 2% a 3% dos pacientes possuem, geralmente quem faz os procedimentos acima citados.
- Barbie seria o ORC e a Susi seria MIH (referência da aula).
- DESLIZE EM CÊNTRICA: desvio da ORC para MIH devido um contato prematuro.

DIMENSÃO VERTICAL (DV)


- DVO é dependente de dentes e da MIH.
- DVR é independente de dentes, necessita apenas da ATM da pessoa.
- DVO = DVR - EFL. DVO = DVR - EFL
A) DIMENSÃO VERTICAL DE OCLUSÃO (DVO):
- Dimensão vertical da face, espinha nasal ant. até mento, quando os dentes estão em oclusão.
- Pacientes que não possuem MIH → não possuem DVO.
- Uso do compasso de Willis para checar.
- Se paciente não possui MIH, não existirá DVO também.
- OBSERVAÇÃO: pacientes desdentados totais não possuem MIH.
- Vai da espinha nasal anterior até a ponta do mento quando os dentes tocam.
- Paciente com DVO aumentada:
- Restaurações mal adaptadas.
- Prótese mal adaptada
- Consequências: mioespamo, trauma oclusal e dor muscular.
- Paciente com DVO diminuída:
- Perda de dentes posteriores.
- Prótese mal adaptada.
- Consequências: perda da tonalidade muscular facial, queilite angular.
B) DIMENSÃO VERTICAL DE REPOUSO (DVR):
- Relação vertical da face quando a mandíbula se encontra em uma posição postural ou repouso.
- Não ocorre contato dental.
- Independentemente da posição dentária ou da presença de dentes.
- Distância entre espinha nasal anterior e ponta do mento.
- Uso do compasso de Willis novamente.
C) DIMENSÃO VERTICAL DO ESPAÇO FUNCIONAL LIVRE (EFL):
- Espaço entre dentes quando a musculatura da mandíbula está em repouso.
- Geralmente mede cerca de 2 a 3mm.
- Principal fator para fala e mastigação do paciente.
- Pode-se dizer que é o “vão” da boca quando em repouso, sem abrir os lábios.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 12 - 2


GENERALIDADES
- Posição de máximo conforto: pacientes com deslocamento articular, é impossível obter a posição de
RC. Nestes casos, o ideal é o aumento da dimensão vertical de oclusão (DVO), dentro do limite de
adaptação do paciente, até que o côndilo se posicione na banda intermediária do disco articular.
- Deslize em cêntrica: desvio da posição de oclusão cêntrica para MIH devido a um contato prematuro,
também pode ser chamada de deflexão mandibular.
- Paciente que não possui MIH, não possui DVO.
- Para obter RC: uso de lâminas de long, manipulação com língua no céu da boca ou manobra no mento.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 13 - 3


OCLUSÃO DENTÁRIA – MOVIMENTOS MANDIBULARES

MOVIMENTOS BORDEJANTES MANDIBULARES


- São os movimentos máximos/extremos da mandíbula.
- Podem ser usados os seguintes planos: SAGITAL, HORIZONTAL e FRONTAL.
- Esses movimentos não são sempre usados, o limite é eventual.
- Todos os planos são possíveis observar 4 movimentos.
a) PLANO SAGITAL OU LATERAL: extrusão, protrusão, abertura e fechamento.
b) PLANO HORIZONTAL: extrusão, protrusão, lateralidade esquerda e lateralidade direita.
c) PLANO FRONTAL: lateralidade direita, lateralidade esquerda, abertura e fechamento.

Movimento de abertura é composto por duas fases, sendo uma inicial somente com rotação
do côndilo ao redor do próprio eixo e um segundo momento com a translação do côndilo até
a região posterior da eminência articular.

Habitualmente os movimentos mandibulares são intrabordejantes,


pois ficam entre os movimentos limites da mandíbula.

PLANO SAGITAL OU LATERAL


- Plano no qual divide o paciente pela sutura sagital do paciente.
- Protrusão, extrusão, abertura, fechamento.
- ENVELOPE DE POSSELT:
- PM → Protusão Máxima - RC → Relação Cêntrica
- TT → Topo a Topo - AMR → Abertura Mínima Rotação

- MIH → Máxima Intercuspidação Habitual - AMT → Abertura Máxima Translação


- TIPOS DE MOVIMENTO:
1. Oclusão/MIH 5. Abertura máxima
2. RC 6. Protrusão total com elevação.
3. Rotação 7. Retrusão.
4. Rotação e translação 8. Fechamento habitual.

PLANO HORIZONTAL
- Movimentos de lateralidade é ideal que encoste dentes caninos.
- Movimento de protrusão é ideal que encoste dentes anteriores.
- Extrusão, protrusão, lateralidade esquerda e lateralidade direita.
- ARCO DE GYSI:
- Movimentos limites/totais feitos pela mandíbula em plano horizontal.
- Abrange os 4 movimentos anteriormente citados:
- RC → relação cêntrica.

- LMD/E → lateralidade máxima esquerda/direita

- PM → protrusão máxima.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 14 - 1


MOVIMENTOS DE LATERALIDADE
- Pode ser pra direita ou pra esquerda.
A) LADO DE TRABALHO: é o lado para onde a mandíbula está indo, deve ocorrer contato.
B) LADO DE BALANCEIO/NÃO-TRABALHO: é o lado para onde a mandíbula está “livre”, sem oclusão.
C) HIPERBALANCEIO: movimento de lateralidade apenas no lado de balanceio, possíveis DTMs.
- A mandíbula se movimenta lateralmente e ocorrem apenas contatos nos lados de trabalho.
- PODE OCORRER NA LATERALIDADE:
A) FUNÇÃO PELO CANINO: contato apenas pelos caninos do lado de trabalho, sem contato de
balanceio.
B) FUNÇÃO EM GRUPO: contato em canino, pré-molares e molares, sem contatos de balanceio e
ainda trabalhando mais de um dente no lado de trabalho.
C) INTERFERÊNCIA OCLUSAL: quando UM ÚNICO DENTE encosta durante esse movimento junto
com o canino no lado de trabalho sendo realizado.
D) INTERFERÊNCIA EM BALANCEIO: quando em movimento de lateralidade, ocorre o contato
dentário no lado de balanceio e no lado de trabalho.
- Não é necessário ter problema de má-oclusão quando existe contato em grupo.
- As interferências podem ocorrer nos lados que não são de trabalho.
- COMO SE DÁ O MOVIMENTO DE DESOCLUSÃO PELO CANINO: o movimento de lateralidade deve
envolver apenas o canino no lado de trabalho e nenhum dente no lado de balanceio.
- POR QUE A DESOCLUSÃO LATERAL PELO CANINO É PREFERÍVEL: a desoclusão lateral por canino
é a mais indicada, pois o canino possui essas características listadas:
1) O pilar ósseo dos caninos é reforçado. Habitualmente os movimentos
2) Propriocepção no ligamento periodontal do canino é maior. mandibulares são
3) Atividade muscular é reduzida nos caninos. intrabordejantes, pois ficam
4) Caninos são preparados para forças axiais e laterais. entre os movimentos limites.

PLANO FRONTAL
- Lateralidade direita, lateralidade esquerda, abertura e fechamento.
- Possui a forma de um brasão com os movimentos.
- MIH → máxima intercuspidação habitual.

- LMD/LME → lateralidade máxima esquerda e direita.

- PM → abertura máxima.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 15 - 2


MOVIMENTOS E SEUS ASPECTOS
a) Simétrica → ATM normal

b) Desvio → deslocamento de disco com redução.


c) Deflexão → deslocamento de disco sem redução unilateral.

- DESOCLUSÃO LATERAL → uso da guia canina.

- DESOCLUSÃO ANTERIOR → uso da guia anterior.

MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO
Pterigoide lateral → depressão mandibular e protrusão.
1) Pterigoide lateral e medial.
Pterigoide medial → elevação mandibular e protrusão.
2) Infra e supra hioide.
3) Digástrico.
4) Masseter.
5) Temporal.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 16 - 3


OCLUSÃO DENTÁRIA – OCLUSÃO NORMAL

OCLUSÃO IDEAL x OCLUSÃO NORMAL x MÁ OCLUSÃO

OCLUSÃO IDEAL
- Conceito hipotético e raro.
- Fornece um padrão pelo qual todas as outras oclusões podem ser julgadas.
- Padrão que pode ser considerado inalcançável.

OCLUSÃO NORMAL
- Uma oclusão dentro do desvio do ideal aceito.
- Podem existir pequenas variações na oclusão, que não sejam de importância estética e funcional.
- CRITÉRIOS OCLUSAIS:
- Relacionados a uma relação/oclusão estática.
- As seis chaves da oclusão normal (Andrews → Fundamentos Básicos da Oclusão Satisfatória).
- CRITÉRIOS DINÂMICOS:
- Relacionados a oclusão dinâmica do paciente.
- Metas funcionais devem ser vistas (s/ interf, côndilos confort, contatos mult, oclusão prot, carg axial).

MÁ OCLUSÃO
- Desvios ou alterações da oclusão normal.
- Má oclusão, má-oclusão e maloclusão (o mais usado é o má oclusão).
- Pode ser de origem dentária (dentes), esquelética (esqueleto) ou dentoesquelética.

AS 6 CHAVES PARA OCLUSÃO NORMAL


- Elaborados por ANDREWS (1972) em um artigo específico.
- As características fundamentais de uma oclusão dentária sob o ponto de vista morfológico.
- Não estudou os aspectos funcionais, apenas a morfologia.
- CHAVE 1 (RELAÇÕES INTERARCOS)
- Diz respeito à oclusão e as relações interarcos dos dentes, possui 7 relações/subtipos.
- Como é o encaixe adequado entre dentes.
- Começou o estudo por 1MS, pois são os dentes base e os 1º a erupcionar.
1. A cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior permanente oclui no sulco mésio-vestibular
do primeiro molar inferior permamente (ANGLE, 1899) (MOLAR).
2. A crista marginal distal do primeiro molar superior oclui na crista marginal mesial do segundo molar
inferior (MOLAR).
3. A cúspide mésio-lingual do primeiro molar superior oclui na fossa central do primeiro molar inferior
(MOLAR).
4. As cúspides vestibulares dos pré-molares superiores têm uma relação de cúspide-ameia com os
pré-molares inferiores (PRÉ-MOLAR).

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 17 - 1


5. As cúspides linguais dos pré-molares superiores têm uma relação de cúspide, fossa com a fossa
distal dos pré-molares inferiores (PRÉ-MOLAR).
6. O canino superior tem uma relação cúspide-ameia com o canino e primeiro pré-molar inferior. A
ponta de sua cúspide pode ficar levemente mesial à ameia (CANINO).
7. Os incisivos superiores sobrepõem-se aos incisivos inferiores e as linhas medianas dos arcos se
ajustam. Chamado de trespase, não é necessário, pois não possuímos lados iguais (INCISIVO).

TREPASSE HORIZONTAL, SOBRESSALIÊNCIA OU OVERJET


- Distância entre as bordas incisais no plano horizontal.
- Considerada 3mm como a média.
- Quando incisivo superior está na FRENTE do inferior, é overjet POSITIVO (3mm).
- Quando as bordas incisiais estão tocando, topo a topo, overjet é zero (0mm).
- Quando o incisivo superior está ATRÁS do inferior, overjet é NEGATIVO (-3mm).
- Esse último caso pode ser chamado de mordida cruzada anterior.

TREPASSE VERTICAL, SOBREMORDIDA OU OVERBITE


- Distância entre as bordas incisais no plano vertical.
- Considerada 3mm como a média, mais que isso pode ser mordida profunda.
- Quando IS está na FRENTE, mordida profunda, overbite POSITIVO.
- Quando as bordas incisais estão tocando, topo a topo, overbite é zero (0mm)
- Quando o incisivo está LONGE, mordida aberta, overbite NEGATIVO.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 18 - 2


- CHAVE 2 (ANGULAÇÃO DAS COROAS)
- Posicionamento mésio-distal das coroas.
- As coroas não são totalmente verticais (linha verde é a linha reta).
- Raiz para distal e coroa para mesial.
- Angulação mesial das coroas.
- Requisito fundamental para reabilitação estética.
- CHAVE 3 (INCLINAÇÃO DAS COROAS)
- Posicionamento vestíbulo-lingual das coroas.
- É o torque, pode ser negativo ou positivo.
- Inclinado para vestibular → inclinação positiva.

- Inclinado para lingual → inclinação negativa.


- Dentes ANTERIORES devem ter inclinação POSITIVA.
- Dentes POSTERIORES devem ter inclinação NEGATIVA.
- CHAVE 4 (ROTAÇÕES)
- Os dentes devem estar livres de rotação.
- Pontos de contato devem estar nas faces proximais.
- CHAVE 5 (CONTATOS JUSTOS)
- Os contatos interproximais devem ser justos (sem diastemas).
- Pessoa pode reclamar que tem impactação/alimentos no lugar.
- Discrepâncias de tamanho das coroas devem ser consideradas.
- CHAVE 6 (CURVA DE SPEE)
- Essa curva é a união das pontas das cúpisdes vestibulares dos dentes.
- Curva de Spee planificada/nula ou suave (até 1,5mm).
- Ela se inicia com a IRRUPÇÃO DO PRIMEIRO MOLAR.
- Mandíbula → côncava
- Maxila → convexa.
- Há uma tendência natural para a curva de Spee se aprofundar.

METAS FUNCIONAIS
1. Côndilos em posição funcional e confortável.
2. Oclusão mutuamente protegida (guia anterior + guias laterais/caninas).
3. Ausência de interferências.
4. Contatos múltiplos bilaterais simultâneos.
5. Cargas/forças axiais.

CÔNDILOS EM POSIÇÃO FUNCIONAL E CONFORTÁVEL


- Relação cêntrica ainda é questionável, nem sempre é usado.
- Hoje em dia, utiliza-se a relação funcional e confortável para os pacientes.
- Relação cêntrica pode ser usada em: cirurgias ortognáticas, tratamentos de orto e reabilitações.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 19 - 3


OCLUSÃO MUTUAMENTE PROTEGIDA
- Primordial para que o dentista consiga isso no paciente.
- Contatos posteriores devem estar mais fortes.
- Contatos anteriores mais suaves, não devem receber contatos pesados devido a sua anatomia/perio.
- DENTES POSTERIORES: são mais resistentes a forças axiais.
- DENTES ANTERIORES: são mais resistentes a forças laterais.
- GUIA ANTERIOR
- Responsável pelas cargas horizontais/deslize.
- Não deve existir contatos com os dentes posteriores.
- Os dentes anteriores foram desenvolvidos para forças horizontais.
- Guia pelos caninos: sem contato nos posteriores, apenas o canino tocando na lateralidade uma vez
que os dentes posteriores não possuem estrutura periodontal para suportar estes movimentos.

CONTATOS MÚLTIPLOS BILATERAIS SIMULTÂNEOS


- Deve-se ter o máximo de contatos oclusais possíveis.
- Eles devem tocar ao mesmo tempo tanto no lugar esquerdo quanto no lado direito ao mesmo tempo.

CARGAS AXIAIS
- As forças mastigatórias devem distribuídas ao longo eixo do dente.
- O ligamento periodontal prejudicado caso não seja seguida.

CLASSIFICAÇÃO DAS MÁ OCLUSÕES


- Eduard Angle, 1899, classificou as má oclusões.
- Usou o primeiro molar permanente como base para identificação.
- CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE:
“A cúspide mésio-vestibular do primeiro molar
- Classe I (molar)
superior articula-se no sulco medial do primeiro
- Classe II (molar)
molar inferior...” → Classe I como referência ideal.
- Divisão 1 (incisivos)
- Subdivisão
- Divisão 2 (incisivos)
- Subdivisão
- Classe III (molar)

CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE – CLASSE I


- Cúspide mésio-vestibular do 1MS oclui no sulco mésio-vestibular do primeiro molar inferior.
- Pressupõe uma relação normal de maxila e mandíbula.
- Perfil equilibrado, maxila e mandíbula cresceram adequadamente.
- Equilíbrio das funções mastigatórias e de fonética.
- “Toda oclusão normal começa com classe I, mas nem toda classe I é oclusão normal.”

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 20 - 4


- PROBLEMAS ASSOCIADOS À CLASSE I:
- Más posições dentárias individuais.
- Apinhamentos e diastemas.
- Mordida aberta ou então sobremordida profunda.

CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE – CLASSE II


- A cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior oclui MESIALMENTE ao sulco
mésio-vestibular do primeiro molar inferior.
- Classe II pode ser chamada de DISTOCLUSÃO, mandíbula para distal.
- Termo criado na época de Angle, ele achava que o 1MS era sempre certo e o resto movia.
- DIVISÃO 1 (INCISIVOS):
- Inclinação vestibular dos incisivos superiores.
- Perfil convexo, protrusão do lábio superior.
- Desequílibrio da musculatura.
- SUBDIVISÃO:
- Quando a classe II ocorre apenas um lado.
- Exemplo: classe II, divisão 1, subdivisão direita (a classe II está apenas no lado direito).
- Acrescentar a subdivisão em casos de assimetria.
- DIVISÃO 2 (INCISIVOS):
- Lingualização/verticalização ou inclinação lingual dos incisivos superiores.
- Incisivo com inclinação negativa/para lingual.
- SUBDIVISÃO:
- Quando a classe II ocorre apenas um lado.
- Exemplo: classe II, divisão 2, subdivisão direita (classe II está apenas no lado direito).

CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE – CLASSE III


- A cúspide mésio-vestibular do primero molar superior oclui distalmente ao sulco mésio-
vestibular do primeiro molar inferior.
- Classe III pode ser chamado de MÉSIOCLUSÃO.
- Perfil facial concâvo e musculatura frágil.
- CARACTERÍSTICAS PRESENTES:
- Incisivos inferiores lingualizados.
- Incisivos superiores vestibularizados.
- Cruzamentos de mordida anterior ou posterior são frequentes.
- Apinhamentos ou diastesmas, mordidas abertas ou profundas, má posições dentárias.
- Função muscular alterada.
- SUBDIVISÃO:
- Quando a classe II ocorre apenas um lado.
- Exemplo: classe III, subdivisão direita (classe III está apenas no lado direito).

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 21 - 5


OCLUSÃO DENTÁRIA – REGISTROS INTEROCLUSAIS

ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
- Sistema ortopêdico, possui dois componentes ósseos (cabeça da mandíbula e fossa mandibular).
- Entre essas duas estruturas, existe o disco articular que acaba unindo ambas.
- INSERÇÕES DO DISCO ARTICULAR:
- LIGAMENTOS ANTERIORES: fundir o disco na cápsula articular.
- LIGAMENTOS DISCAIS/COLATERAIS: unir o disco aos polos medial e lateral do côndilo.
- LIGAMENTOS POSTERIORES/ZONA BILAMINAR: ligamento inferior (une banda posterior do disco
ao colo do côndilo, ancoragem, colágeno) e ligamento superior (equilibra o posicionamento do disco
junto com o músculo ptergoide lateral feixe superior, movimentação, elástico).

MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO
- Músculos da mastigação são 4: temporal (e), másseter (e), pterigoide lateral e pterigoide medial (e).
- Presença de 3 músculos elevadores (másseter, temporal e pterigoide lateral).
- Másseter é o músculo mais potente desses.
- MÁSSETER (E)
- Eleva a mandíbula, pensar na origem/inserção.
- Origem: arco zigomático.
- Inserção: ângulo mandibular.
- TEMPORAL (E)
- Posicionador mandibular, porém atua como elevador.
- Origem: fossa temporal.
- Inserção: processo coroide da mandíbula.
- PTERIGOIDE MEDIAL (E)
- Eleva a mandíbula igualmente.
- Origem: fossa pterigoide.
- Inserção: porção medial do ramo ascedente da mandíbula + ângulo mandibular.
- PTERIGOIDE LATERAL INFERIOR:
- Origem: porção lateral da lâmina lateral do processo ptergoide do osso esfenoide.
- Inserção: fóvea pterigoidea (face interior do côndilo).
- PTERIGOIDE LATERAL SUPERIOR:
- Consegue equilibrar o posicionamento do disco articular.
- Origem: superfície intratemporal do osso esfenoide.
- Inserção: fóvea pterigoide, cápsula articular e disco articular.

Relação cêntrica é a posição mais Origem sempre


anterossuperior posição do côndilo, sendo puxa a inserção.
que o disco articular deve estar interposto.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 22 - 1


POSIÇÕES ARTICULARES
- RELAÇÃO CÊNTRICA: é a posição mais anterossuperior da posição do côndilo, sendo que o disco
articular deve estar interposto.
- MÁXIMA INTERCUSPIDAÇÃO HABITUAL: maior número de contatos oclusais dos dentes, pode não
corresponder a relação cêntrica.
- DESLIZE EM CÊNTRICA: diferença entre relação cêntrica e máxima intercuspidação habitual, saudável
essa diferença deve ser menos de 2mm.
- CONTATO PREMATURO: alteração da posição de RC e de MIH devido aos contatos dentários, ou seja,
paciente oclui em RC mas o contato prematuro leva ele para MIH.
- DVO (DIMENSÃO VERTICAL DE OCLUSÃO): ponto na distância entre maxila e mandíbula quando o
paciente está em MIH. Espinha nasal anterior e mento.

REGISTROS INTEROCLUSAIS
- Finalidade de copiar a posição da mandíbula em relação a maxila para transferência para o articulador.
- Uso do arco facial para registrar a posição da maxila em relação à base do crânio.
- MONTAGEM MODELOS MIH:
- Engrenar modelos sem registro em boca.
- Pino incisal em zero.
- MONTAGEM EM RC:
- Manipular o paciente RC (JIG de Lucia ou lâminas de long), usar para desprogramar e placa.
- Realizar registro na posição manipulada (menor abertura possível).
- DESPROGRAMAÇÃO NEUROMUSCULAR PARA RC:
- Paciente morder com as lâminas de long interpostas para desprogramar.
- Menor quantidade possível de lâminas de long para retirar o contato dos dentes posteriores.
- Geralmente se utilizam 20 lâminas para essa finalidade.
- Uso da cera rosa para registro da desprogramação e da DVO do paciente.
- Uso dessa desprogramação para paciente morder em RC.
- JIG DE LUCIA:
- Uso de resina acrílica para fazer um “stop” para estabelecer a DVO do paciente.
- Instrumento útil para casos de reabilitação dos pacientes.
- Possível usar silicone para registro igualmente.
- 1ª POSIÇÃO (MIH): engrenar modelos sem
registro em boca, pino incisal em zero.
- 2ª POSIÇÃO (RC): manipular para RC,
realizar registro na posição RC com menor
abertura possível.
- ARCO FACIAL: instrumento para transferir a
posição da maxila em relação ao crânio do
paciente.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 23 - 2


PROTRUSÃO DA MANDÍBULA
1) Másseter.
2) Pterigóideo medial.
3) Pterigóideo lateral.

RETRUSÃO DA MANDÍBULA
1) Temporal.

ELEVAÇÃO DA MANDÍBULA
1) Másseter.
2) Temporal.
3) Pterigóide medial.
4) Pterigóide lateral.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 24 - 3


OCLUSÃO DENTÁRIA – ANÁLISE OCLUSAL FUNCIONAL

OCLUSÃO MUTUAMENTE PROTEGIDA


- Dentes posteriores protegem os dentes anteriores durante a MIH.
- Os dentes anteriores protegem os dentes posteriores durante movimentos excursivos.
- REQUISITOS PARA ESSA OCLUSÃO:
- Contatos bilaterais múltiplos e simultâneos para distribuição de forças homogêneas.
- DVO adequada.
- Guias laterais pelo canino, sem interferências oclusais.
- Guia anterior imediata com padrão 2x2 (ICS x ICI), podendo encostar lateral mas canino não.
- Desoclusão imediata: sem contato/raspagem de dentes durante lateralidade e protrusão.
- Discrepância de RC e MIH menor que 2mm.
- Transmissão de forças ao longo eixo dos dentes (checar contatos A, B e C).
- Estabilidade oclusal (checar contatos proximais, dentes costumam mesializar).

AUSÊNCIAS DENTÁRIAS
- Marcar quais dentes estão ausentes na arcada do paciente.
- Caso paciente esteja com dente irrompido, dente está ausente.
- Se o dente estiver parcialmente irrompido, parte da coroa, o dente tá presente.
- Pacientes com dentes extraídos e com uso de outros no lugar, marcar como ausente.
- Dentes com implantes devem contabilizar como dentes normais.

DESGASTE DENTÁRIO
A) ATRIÇÃO: dentes que raspam um nos outros, geralmente coincidentes (bruxismo, raspar, etc).
B) ABRASÃO: uso de produtos/substâncias externas que causam o desgaste (pasta, escova dura, etc).
C) EROSÃO: desgaste frente a substâncias químicas, ocorre solubilização do esmalte.
D) ABFRAÇÃO: lesões cervicais não cariosas em cunha, podem ser multifatoriais para causa.

PERFIL FACIAL,
DVO E
MOBILIDADE
DENTÁRIAS não
serão checadas no
articulador montado.

OUTROS
- Recessão gengival: margem gengival está modificada.
- Giroversões: ocorre um giro de pelo menos inverter uma das faces dentárias.
- Dentes ectópicos: dentes nascidos em lugares errados, dois incisivos laterais, etc.

MOBILIDADE DENTÁRIA
- Não se deve olhar no modelo de gesso, impossível de observar.
- Checagem da parte periodontal do paciente, uso de cabo do espelho e com um dedo ao lado.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 25 - 1


MORDIDA CRUZADA
- Normal é que os dentes superiores mordam por fora dos dentes inferiores.
- Quando ocorre a mordida cruzada, os dentes inferiores estão por fora dos superiores.
- Pode ser bilateral ou ainda unilateral.
MORDIDA ABERTA ANTERIOR
- Quando não ocorre o selamento dos dentes
superiores com os dentes inferiores.
- TRESPASSE VERTICAL É NEGATIVO.

PADRÃO DE DESOCLUSÃO LATERAL


- Pode ser função em grupo normalmente caso não haja problemas na função.
A) FUNÇÃO PELO CANINO: quando “pega” apenas canino com canino no lado de trabalho.
B) FUNÇÃO EM GRUPO: canino, pré-molar e molar todos juntos ou então canino com pré-molares.
C) HIPERBALANCEIO: lateralidade direita, não enconsta dentes do lado de trabalho, apenas no outro lado.
D) INTERFERÊNCIA: canino + pré-molar, canino + molar, etc. “Função pelo canino com interferência...”.

CANINO COM PRÉ-MOLAR E AINDA


PEGANDO O SEGUNDO MOLAR =
FUNÇÃO EM GRUPO COM
INTERFERÊNCIA.

PADRÃO DE DESOCLUSÃO ANTERIOR


- Sendo que o primeiro número é o superior e o segundo é o inferior.
- Caso exista uma interferência oclusal posterior na desoclusão anterior, deve-se anotar.
- 4x4 (incisivos superiores e inferiores (todos)), 2x4 (ICS + ICI/ILI), 2x2 (ICS + ICI) ou outro.

TRESPASSES
A) VERTICAL/OVERBITE: o quanto o incisivo central “esconde” o o incisivo inferior.
B) HORIZONTAL/OVERJET: o quanto o incisivo central está “a frente” do incisivo inferior.
- Deve ser medida em mm, caso seja NEGATIVO: vertical aberto e horizontal cruzado.

ESTABILIDADE OCLUSAL
- ESTABILIDADE VERTICAL: contatos bilaterais múltiplos e simultâneos (uso de papel carbono).
- ESTABILIDADE MÉSIO-DISTAL: contatos interproximais, marcar quais dentes não têm (uso de fio dental).
- ESTABILIDADE VESTÍBULO-LINGUAL: contatos oclusais e músculos.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 26 - 2


AVALIAÇÃO DA DVO
- Medição da base do mento até a espinha nasal anterior/base do nariz.
- Paciente deve estar mordendo em MIH, paciente desdentado não tem DVO mas podemos inferir.
- Possível conferir com a linha da comissura labial com o canto do olho.
- PACIENTE COM DVO AUMENTADA:
- Restaurações mal adaptadas.
- Prótese mal adaptada.
- Consequências: mioespamo, trauma, dor muscular.
- PACIENTE COM DVO DIMINUÍDA:
- Perda dos dentes posteriores. DVO = DVR - EFL
- Desgaste dentários severos.
- Prótese mal adaptada.
- Consequências: perda da tonalidade muscular, queilite angular.

CÁLCULO DA DVO
- Lembrar que a DIMENSÃO VERTICAL DE OCLUSÃO pode ser calculada por fórmula já prevista.
- Dimensão vertical de repouso: distância do mento até a espinha nasal anterior quando em repouso.
- Espaço funcional livre: distância entre dentes quando em repouso (“vão entre dentes”).
- DVO = DVR – EFL

CLASSIFICAÇÃO DE ANGLE/PERFIL FACIAL


A) CLASSE I: cúspide mesio vestibular do 1MS no sulco mesio vestibular do 1MI (normal, mas pode ruim).
B) CLASSE II: cúspide mesio vestibular do 1MS oclui MESIAL. ao sulco mesio vestibular do 1MI (convexo).
- CLASSE II DIV 1: quando o incisivo central superior está a frente, overjet positivo.
- Subdivisão esquerda ou direita (ex: classe II apenas no lado direito).
- CLASSE II DIV 2: quando o incisivo central superior está atrás, overjet negativo.
- Subdivisão esquerda ou direita (ex: classe II apenas no lado esquerdo).
C) CLASSE III: cúspide mesio vestibular do 1MS oclui DISTAL. ao sulco mesio vestibular do 1MI (côncavo).
- Apenas subdivisão direita ou esquerda.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 27 - 3


OCLUSÃO DENTÁRIA – PATOLOGIAS OCLUSAIS

GENERALIDADES
- PATOLOGIAS OCLUSAIS: são alterações estruturais ou funcionais que acometem a estrutura dentária e
suas estruturas de suporte devido à sobrecarga do sistema mastigatório/oclusal.
- SOBRECARGA:
- Decorrente de PARAFUNÇÃO (1) ou então de uma OCLUSÃO NÃO FISIOLÓGICA (2).
1) PARAFUNÇÃO: morder lábios/bochecha/língua, empurrar dentes, mascar chicletes, roer unhas.
2) OCLUSÃO NÃO FISIOLÓGICA: cúspides altas, s/ oclusão, aumenta a chance de ter problemas.

OCLUSÃO FISIOLÓGICA
- DVO adequada.
- Guias laterais pelo canino e sem interferências. Recessão gengival pode ser
- Guia anterior preferencialmente 2x2. considerada uma LCNC (lesões
- Contatos bilaterais múltiplos e simultâneos. cervicais não cariosas).
- Discrepância de RC e MIH MENOR que 2mm.
- Transmissão de forças ao longo eixo dos dentes (contatos A, B e C).
- Estabilidade oclusal (contatos interproximais).

PATOLOGIAS OCLUSAIS Manifestações dentárias


A) MANIFESTAÇÕES PERIODONTAIS: podem ser consideradas
1) Trauma oclusal/lesões cervicais não cariosas (LCNC). multifatoriais.
B) MANIFESTAÇÕES DENTÁRIAS:
Pessoas podem ter o
1) Desgaste dental/lesões cervicais não cariosas (LCNC).
“elo” fraco ou nos dentes
2) Fraturas e trincas.
ou no periodonto frente
3) Hipersensibilidade dentinária.
as patologias oclusais.

TRAUMAS OCLUSAIS
- Trauma oclusal é a manifestação no periodonto da PARAFUNÇÃO ou ALTERAÇÃO OCLUSAL.
- Esse trauma pode ser autolimitante ou então progressivo.
- Trauma oclusal é a consequência, é a LESÃO TECIDUAL frente a força de parafunção e alteração.
- INTERFERÊNCIA OCLUSAL: qualquer contato dentário que impeça ou dificulte os movimentos
excursivos da mandíbula de forma livre (protusão, lateralidade, etc). Pode gerar manifest dentária/perio.
- CONTATO PREMATURO: é um contato em que um dente desvia/desliza a mandíbula de RC para MIH,
sendo esperado, quase todo mundo tem, e não podendo ser considerado interferência.
- ETIOLOGIA:
- Parafunção (roer unha, morder bochecha, etc).
- Interferências oclusais durante os movimentos da mandíbula, resulta na alteração da oclusão.
- É geralmente causado por parafunção e/ou interferências oclusais nos movimentos mand.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 28 - 1


- TRAUMA OCLUSAL PRIMÁRIO:
- Efeito das forças oclusais anormais e excessivas.
- Elas atuam em cima de um PERIODONTO SAUDÁVEL.
- Pacientes que nunca tiveram problemas no periodonto.
- TRAUMA OCLUSAL SECUNDÁRIO:
- Efeito das forças oclusais anormais e excessivas.
- Elas atuam em um dente com PERIODONTO REDUZIDO.
- Pode englobar até mesmo pacientes que já tiveram DP e voltaram.
- Neste caso haverá maiores consequências em casos de alterações oclusais.
- SINAIS E SINTOMAS CLÍNICOS:
- Dor dentária localizada (mastigação e/ou percussão).
- Aumento da mobilidade dentária.
- Diastemas (migração dentária).
- Impacção alimentar.
- ACHADOS RADIOGRÁFICOS:
- Descontinuidade da lâmina dura.
- Alargamento do ligamento periodontal.
- Radiopacidade e condensação do osso alveolar.
- Reabsorção da porção radicular dentária.
- Perda óssea angular, diferente da perda óssea de bactéria que é reta.

TRAUMA OCLUSAL X DOENÇA PERIODONTAL


1) Trauma oclusal tem papel na etiologia da doença periodontal? Não.
2) O trauma oclusal tem papel na progressão da doença periodontal? Sim.
3) Poderia o ajuste oclusal ser considerado como tratamento para pacientes com tecido periodontal
comprometido? Sim, pacientes DP vale a pena corrigir oclusão/parafunção futuras para prevenção.

PESSOA QUE RANGE PESSOA QUE FAZ APERTAMENTO


- Desgaste, fratura, recessão, abfração, perda ós. - Fraturas, trincas,
- Manifest. periodontais e manif. dentárias. - Manifestações dentárias.

DESGASTE DENTÁRIO
- Primeiro efeito das manifestações dentárias dentro das patologias oclusais.
- Erosão, atrição, abfração (apertamento, abrasão), abrasão.
- Paciente faz apertamento, cristais de hidroxipatita da cervical ficam prejudicados e o processo de
escovação acaba retirando o resto desses cristais.
- ATRIÇÃO:
- Desgaste que envolve as superfícies oclusais e incisais.
- Pode ser leve ou bem intenso.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 29 - 2


- ABFRAÇÃO:
- Pode ter carga oblíqua ou até mesmo apertamento dentário.
- Será produzida uma flexão e consequente ruptura do esmalte e dentina da região cervical.

TRINCAS E FATURAS
- Provenientes de parafunção, mais agressivas, geralmente força excessiva ou então alterações oclusais.
- As chances de complicação em dentes fraturados ou trincados é bastante elevada.
- “Implante dentário em paciente que trincou um dente” → risco de complicação é alto.

COMO IDENTIFICAR POSSÍVEIS PATOLOGIAS OCLUSAIS


- Observação em estudo do ASA (1) e em exame clínico (2).
- Preenchimento correto da folha, além de correta visualização destas problemáticas.

TRATAMENTO DAS PATOLOGIAS OCLUSAIS


1) Ajuste oclusal no sentido de correção da oclusão (desgaste da interferência, ortodontia, coroas/facetas),
uma forma de devolver a oclusão mutuamente protegida.
2) Restauração de lesões cervicais não cariosas.
3) Reabilitação oral (contatos posteriores).
4) Placas oclusais para bruxismo noturno.
5) Controle da parafunção.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 30 - 3


OCLUSÃO DENTÁRIA – PLACAS OCLUSAIS

GENERALIDADES
- Placa oclusal, dispositivo interoclusal, férula oclusal, esplinte oclusal
- Aparelhos removíveis utilizados entre as arcadas dentárias, criando contatos oclusais c/ antagonistas.
- Promovem, entre outros usos, UMA POSIÇÃO ORTOPÉDICA FAVORÁVEL E ESTÁVEL.

HISTÓRIA
- 1862: primeiro aparelho interoclusal, em vulcanite, estabilização de fraturas mandibulares.
- 1901: placas oclusais em vulcanite com indicação para bruxismo.
- 1934: séries de casos com ATM e utilização de placas alterando DVO.
- 1950: placas oclusais de superfície lisa para eliminar interferências oclusais.
- 1960: placas parecidas com as de hoje, cobertura total, desoclusão lateral e anterior pelo canino, contatos
simultâneos de todos os dentes em RC (Placa de Michigan).

CLASSIFICAÇÃO DE PLACAS OCLUSAIS


1) COBERTURA:
A) PLACAS TOTAIS: recobre todos os dentes.
B) PLACAS PARCIAL: recobre apenas alguns dentes.
2) POSICIONAMENTO MANDIBULAR:
A) ESTABILIZAÇÃO: não mudam a relação e posição de maxila/mandíbula.
B) REPOSICIONADORA: placas que modificam mordida do paciente, sem as guias, placas protru.

PLACAS DE COBERTURA PARCIAL [FRONT PLATEAUX]


- Recobre canino a canino.
- Indicados para SITUAÇÕES EMERGENCIAIS DTM.
- Risco de EXTRUSÃO DENTÁRIA posterior gerando alterações oclusais permanentes.
- Possível usar Front Plateaux – NTI criado pela empresa, mas ainda causa EXTRUSÃO POSTERIOR.

PLACAS DE COBERTURA TOTAL


- Recobrem todos os dentes do arco.
- Mantém os dentes em posição, SEM ALTERAÇÕES OCLUSAIS.
- Fazem uma esplintagem, contenção dos dentes.
A) PLACAS DE REPOSICIONAMENTO:
- Alteram o posicionamento do disco articular, geralmente para protrusiva.
- Fazem a reposição do disco articular temporária nos deslocamentos de disco.
- Uso por poucos dias para tratar a DTM articular do paciente.
B) PLACAS DE ESTABILIZAÇÃO:
- Mantém a relação maxilo-mandibular buscando equilíbrio ortopédico máximo.
- Deve existir uma distribuição dos contatos oclusais.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 31 - 1


C) OUTROS APARELHOS INTRA-ORAIS
- Aparelhos de avanço mandibular para ronco e apneia.
- Protetores bucais esportivos.

INDICAÇÕES PARA PLACA OCLUSAL


1) Proteção do material restaurador (lâminados cerâmicos, restauração borda incisal).
2) Bruxismo do sono: atividade da musculatura mast. por apertamento e ranger de dentes e/ou segurar.
3) Controle de DTM: envolvem todas as alterações funcionais das ATM e/ou músculos da mastigação.
4) Trauma oclusal secundário: lesão das estruturas do s. mastigatório feitas por forças oclusais que
excedem a tolerância estrutural dos tecidos.
5) Estabilização oclusal prévia a tratamento reabilitador (testar DVO, promover equilíbrio).

PRINCÍPIOS DE CONFECÇÃO DE PLACAS


1) CONFERIR UMA POSIÇÃO ARTICULAR ORTOPEDICAMENTE ESTÁVEL.
2) CONTATOS SIMULTÂNEOS BILATERAIS NAS CÚSPIDES DE CONTENÇÃO CÊNTRICA (CCC).
3) GUIA DE DESOCLUSÃO LATERAL PELOS CANINOS.
4) GUIA DE DESOCLUSÃO ANTERIOR.

TÉCNICA INDIRETA
1) Tirar bons moldes em alginato, vazar em gesso especial.
2) Não há necessidade de fazer o arco facial para confeccionar placas.
3) REGISTRO INTERMAXILAR PROBITE:
- Registrar posição mandibular em relação da maxila.
- Uso de ProBite para mensurar a espessura da placa, 2mm é o suficiente.
- Ao conseguir espaços nos dentes posteriores, faça-se o registro desse espaço.
3) REGISTRO INTERMAXILAR JIG DE LUCIA:
- Uso de resina duralay para criar um espaço de 2mm entre arcos.
- Possível usar a cera para registro intermaxilar.
3) REGISTRO INTERMAXILAR LÂMINA DE LONG:
- Observar quantas lâminas foram utilizadas para chegar em 2mm.
- Uso para afastar os dentes anteriores para desocluir posteriores.
- Utilizar material de moldagem para registrar.
4) Montagem desses modelos no articulador com o espaço para a placa.
5) Enceramento da placa usando cera e o espaço criado pelo modelo/registro.
6) Na vida real, a cera é convertida em resina acrílica.
7) Depois da polimerização por temperatura, faz-se ajustes e acabamentos.
8) Dentista deve fazer ajustes e acabamentos para todos os dentes tocar e fazer as desoclusões.

2mm para placa deve ser usado pois é a espessura adequada para a resina acrílica ter
propriedades mecânicas suficientes.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 32 - 2


TÉCNICA DIRETA
1) Feita de forma direta na boca do paciente.
2) Moldar apenas o arco de interesse, moldar apenas superior ou inferior.
3) Prensar na plastvac uma placa de acetato semirígida, compatível com resina acrílica.
4) Recortar a placa em formato de boca, fazer acabamentos e polimentos.
5) Usar pequeno volume de resina acrílica nos dentes anteriores.
6) Criou-se um espaço nos dentes anteriores para mensurar espaços intermaxilares.
7) Remoção do volume de resina acrílica dos dentes anteriores.
8) Preparar volume ↑ de resina acrílica em fase plástica, isolar antagonistas em vaselina e prensar.
9) Marcação de dentes posteriores na placa oclusal.
10) Fazer acabamento reto nos dentes posteriores e inclinado nos dentes anteriores.
11) Deixar a resina acrílica/placa oclusal com relações pontiformes, planas na placa.

Técnica direta dura menos, é menos resistente, acabamento é menor, mas pode ser feita ainda pra
pacientes com custo reduzido e ainda funciona de forma correta.

SUPERIOR OU INFERIOR, QUAL ESCOLHER?


1) NÚMERO DE DENTES NO ARCO INFERIOR OU SUPERIOR [ESTABILIDADE].
2) PERSONALIZAÇÃO DE GUIAS EXCURSIVAS.
- Placa superior é melhor para possíveis inclinações das guias de desoclusão.
- Deve-se abraçar o arco/placa oclusal nos dentes mais debilitados.
- Mordidas profundas deve se usar a plaquinha superior.

RECOMENDAÇÕES DAS PLACAS OCLUSAIS


- Uso exclusivo durante o sono.
- Higiene do aparelho com sabão neutro e escovação.
- Regime de ajustes periódicos (curto e longo prazo).

ALTA PARA O PACIENTE


1) Contatos oclusais ainda registrados, de forma igualitária, na placa oclusal depois de várias consultas.
2) Paciente não sente mais dor dentária ou na ATM.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 33 - 3


OCLUSÃO DENTÁRIA – OCLUSÃO EM ORTODONTIA

OBJETIVOS DE UM TRATAMENTO ORTODÔNTICO


1) Côndilos posicionados em uma relação funcional confortável.
2) Musculatura relaxada (másseter, temporal, pterigoide medial, pterigoide lateral, infra-hioide, supra-hioide).
3) Seis chaves da oclusão normal. Esses procedimentos/objetivos
4) Movimentos funcionais (oclusão mutuamente protegida). citados acima podem se enquadrar
5) Saúde periodontal. em qualquer especialidade ou
6) Melhor estética possível (dentária, sorriso, facial).
procedimento odontológico.
7) Estabilidade do tratamento/oclusão.
Tratamento
METAS PARA OS TRATAMENTOS ODONTOLÓGICOS ortodôntico não
1) METAS FUNCIONAIS 3) METAS ESTÉTICAS representa um
2) METAS OCLUSAIS fator de risco ou
de prevenção
POR QUE FAZER UM TRATAMENTO ORTODÔNTICO? para DTM.
- Desgaste dentário. - Recessão gengival.
Ortodontia trata a
- Abfração. - Perda óssea.
prevenção de
- Reabsorção radicular.
patologias
- Mobilidade dentária. oclusais do que de
problemas

METAS FUNCIONAIS PARA ORTODONTIA/OCLUSÃO articulares.

1) CABEÇAS DA MANDÍBULA EM POSIÇÃO FUNCIONAL E CONFORTÁVEL:


- A tração muscular determinar a posição ortopedicamente estável da mandíbula.
- As cabeças da mandíbula nas posições mais superior e anterior na fossa mandibular, contra vertente
posterior da eminência articular, com os discos articulares interpostos.
- O padrão de contato oclusal também influencia a estabilidade do sistema mastigatório.
- MIH: máxima estabilidade da mandíbula e mínima força sobre dente.
2) GUIA DOS INCISIVOS:
- Overjet e overbite devem estar presentes no tratamento.
- Conforme o overjet e o overbite diminuem, as chances de se ter uma guia incisiva também.
3) GUIA DOS CANINOS:
- Função, estética e forma dos arcos.
- Suave inclinação de caninos para a lingual, favorece a guia canina.
- Prestar atenção nas cúspides palatinas dos segundos molares, possível interferência.
4) OCLUSÃO MUTUAMENTE PROTEGIDA:
- Dentes posteriores protegem os anteriores e os anteriores protegem os posteriores.
- A força oclusal deve ser mais fortes nos dentes posteriores (estrutura perio, raízes presentes).
- Dentes anteriores ajudam a desoclusão dentária.
- INTERFERÊNCIA ANTERIOR: mordida mais forte em anteriores, diastemas anteriores perst.
5) FORÇAS AXIAIS: d. posteriores, as forças de mastigação devem seguir o longo eixo do dente.

Guilherme Lopes [@guilhermxlopes] – Odontologia UFPR 34 - 1

Você também pode gostar